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Índice
Introducao....................................................................................................................................3
A I Guerra Mundial e Crise Económica e Social da Década de 20.............................................4
Nacionalismo...............................................................................................................................6
O Aparecimento do Nacionalismo em África..............................................................................6
As Associações............................................................................................................................7
O Grémio Africano......................................................................................................................8
A Imprensa em Moçambique.......................................................................................................8
O Contributo de Alfredo Aguiar na Imprensa.............................................................................9
Os Irmãos João e José Albasini....................................................................................................9
Rui de Noronha, o Poeta “Assimilado”.....................................................................................10
A Crise Económica Mundial e a Produção em Moçambique....................................................10
Medidas Tomadas Pelo Governo Colonial Para Fazer Face a Crise..........................................11
O Estado Novo e o Nacionalismo Económico de Salazar.........................................................11
A Política Colonial Durante o Nacionalismo Económico.........................................................12
As Medidas Tomadas no Âmbito do Nacionalismo Económica:..............................................13
Algumas Características Gerais do Colonial-Fascismo:............................................................14
Os Conflitos Sociais e a Resistência Anti-colonial nos Anos Entre1930 e 1937......................15
Moçambique Durante o Apogeu do Colonialismo Português (1945-1961)..............................15
Consequências do Sistema de Culturas Obrigatórias:................................................................18
A Continuação da Exportação de Mão de Obra e a Dependência ao Capital Estrangeiro.........18
O Crescimento da População Colona em Moçambique/Colonatos...........................................19
Os Planos de Fomento e a Industrialização...............................................................................19
O primeiro Plano de Fomento (1953-1958)...............................................................................20
O segundo Plano de Fomento (1959-1964)...............................................................................20
Terceiro Plano de Fomento (1968-1973)...................................................................................21
A Concordata e o Acordo Missionário......................................................................................21
Conclusão...................................................................................................................................24
Bibliografia................................................................................................................................25
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Introducao
Este trabalho fala da 1ª guerra mundial da decada 20 e a crise economica de 1929, tem como
objectivo compreender as primeiras formacoes nacionalistas, O Aparecimento do Nacionalismo
em África, as Associações como o Grémio Africano que foi a primeira associação fundada em
1908; a Imprensa em Moçambique, o Contributo de Alfredo Aguiar na Imprensa; os Irmãos João
e José Albasini; A Crise Económica Mundial e a Produção em Moçambique; O Estado Novo e o
Nacionalismo Económico de Salazar e Os Planos de Fomento e a Industrialização.
Para elaboração deste trabalho baseamos nas consultas bibliográficas de algumas obras
disponíveis na internet e algumas físicas os quais referenciamos na bibliografia deste trabalho.
Quanto a estrutura do trabalho encontra-se organizado em parte introdutória, desenvolvimento,
conclusão e bibliografia.
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Nacionalismo
É a consciência que os Indivíduos ou grupos de indivíduos, adquirem da sua pertença a uma
nação, compreendendo nações como “terra natal”, “o conjunto das tradições familiares”, mas
também o respeito pelas autoridades estabelecidas e legítimas. (SERRA, 2000, p. 433).
O Nacionalismo é ainda o sentimento de íntima vinculação, de um grupo humano, ao núcleo
nacional da colectividade a que pertence. Aspira a criação ou consolidação da independência
política, Pode se definir também, como sendo uma política, que visa o apoio substancial da
burguesia nacional, em luta pela reabilitação da economia nacional (nacionalismo económico).
O Nacionalismo pode ser ainda um sentimento de valorização marcado pela aproximação e
identificação com uma nação, mais precisamente com o ponto de vista ideológico.
O Aparecimento do Nacionalismo em África
O nacionalismo em África, teve de alguma forma uma peculiaridade em diversas vertentes, quer
no campo ideológico, quer no campo histórico europeu. Pois nos finais do século XIX, é que
realmente ficou efectivado e alargado no seio deste continente e obviamente foi resultado da
opressão colonial, o que nos conduz a não estranhar que tivesse sido precisamente nesta época
em que cresce a “contestação da situação colonial”, pois enquanto fosse maior o número de
população oprimida a probabilidade de ser atingida também era maior, ameaçando e destruindo
todas as estruturas seculares africanas, o que impulsionou um estabelecimento de unidade entre
os povos explorados, dando origem a nacionalismo em África.
Três foram as fases das manifestações nacionalistas africanas que assentaram-se nos seguintes
princípios:
O Grémio Africano
Foi a primeira associação fundada em 1908, que instalou-se nas actuais províncias de
Inhambane, Tete, Sofala e Maputo, mas que não alcançou grandes sucessos, pois havia ausência
de relações entre umas e outras, também o facto de algumas delas não ascendessem de pequenas
e importentes agrupamentos, limitou muito a sua acção e pouco se conhece as consequências da
sua existência.
O Grémio Africano de Lourenço Marquês, legalizada em 1920, era a mais importante das
organizações da oposição moderada. Dirigida pelos irmãos Albasini, desde a sua criação, O
Grémio Africano, integrava o grupo dos mulatos e negros assimilados, ainda no mesmo ano esta
Associação, mudara o nome para “Associação Africana da Colónia de Moçambique” Além dos
Albasini, estiveram ligados ao Grémio Africano os nomes como Estácio Dias, director do Brado
Africano durante a década de 1930, Karel Pott, dinamizador das associações durante a década de
1930, Francisco Benfica entre outros que preconizavam a valorização da cultural e promoção
intelectual da comunidade negra.
Na Ilha de Moçambique, tentou-se formar “O Grémio Africano” em 1924/5 e em 1926 a Liga
Moçambicana, mas ambos não surtiram efeitos satisfatórios, a não ser que deram luz para o
surgimento do Grémio Luso-Africano da Ilha, em 1930.
Na Beira, foi criado em 1932, “O Grémio Africano”, de Manica e Sofala, que os seus objectivos
não se diferenciavam dos das outras associações e foi sujeitas as mesmas pressões da parte das
autoridades.
Enquanto isso acontecia cá em Moçambique, em Lisboa formavam-se algumas Associações,
compostas por alguns assimilados das colónias Portuguesas, embora não perdurassem.
A Imprensa em Moçambique
A Imprensa também foi uma das formas das manifestações, contra o poder colonial em
Moçambique, é nessa perspectiva que vai contribuir significativamente para pôr fim a esse
regime colonial.
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O primeiro jornal publicado em Moçambique, de uma forma oficial pensa-se ter sido o
“Progresso” em 1868.
A Imprensa moçambicana nos primórdios, caracterizou-se por um intenso movimento
sindicalista que estava ao serviço da classe operária branca, é óbvio que era a única existente na
altura. As publicações tais como O “Proletariado” em 1912, ligado ao partido socialista
Português; “O Ferroviário” em 1915/16; “O Germinal” em 1914/18; “Os Simples” em 1911/13
e tantos outros que contestavam severamente contra a classe operária dos colonos brancos,
mesmo dentro das extremas dificuldades que eram atravessadas no âmbito dos materiais e das
leis, procuravam impor-se através das ínfimas possibilidades que lhes eram oferecidas.
O Contributo de Alfredo Aguiar na Imprensa
Mas na essência a Imprensa, como uma das formas de contestação do período colonial, foi
desenvolvido por um misto angolano chamado Alfredo de Aguiar o seu precursor, que era
Tenente do exército, que chegou a Moçambique em 1879, onde se dedicou exclusivamente à
actividade jornalística, dando origem a múltiplos jornais. O primeiro foi publicado em 1885, que
sofreu acusação “de combate e escândalo” chamava-se
“O Imperial”; entre em 1886 e 1894 publicou-se “O clamor Africano”, todos com
características que incidiam sobre os protestos contra o trabalho forçado e descriminarão racial
no ensino e nas empresas, foram estes aspectos que condenaram ao colapso dos seus jornais e até
à prisão do seu precursor.
Os Irmãos João e José Albasini
Dentro de todo o panorama da Imprensa moçambicana, foram sem quaisquer dúvidas os irmãos
Albasini que celebrizaram-se, eram netos de um colono Português, que chegou a ser vice-cônsul
de Portugal, na República de Transvaal.
No exercício dos seus artigos, João Albasini, não abstia-se de censurar as injustiças levadas a
cabo pelos colonos contra os africanos, no seu jornal “O Brado Africano em 1919”, foi ainda
João Albasini, que em 1915 no jornal “O Africano”, reivindicava a igualdade dos vencimentos
para portugueses e africanos. Este indivíduo foi quem fundou e dirigiu o jornal O Africano em
1909/18, que era publicada em Português e Ronga e em 1918, seu irmão José Albasini criou o
Jornal O Brado Africano, em armas de um nacionalismo reivindicativa, mesmo que não
totalmente consciente das consequências a que isso levaria.
A Poesia Popular
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Neste período de todas as formas de manifestações através poesia, a que verificou-se com maior
expressão, foi a poesia cantada sobretudo pelas comunidades chope. A poesia escrita, mostrou-se
importante na medida em que revelava, a um público maior como era bater do coração dessa
resistência, um bater interior, que não tratava-se de um problema étnico como podia ser dos
chopes, makuas ou ainda makondes, mas de todos os moçambicanos que almejavam a
independência.
O poeta urbano, no seio da sua nação jovem, sempre procurou fazer perceber através de uma
sensibilidade expressa em palavras conquistadas ao estrangeiro ocupante, a sua contestação,
apesar de tratar-se de um processo paulatino, com menos intensidade e qualidade inferior, mas
que era indispensável para o protesto do regime colonial.
Rui de Noronha, o Poeta “Assimilado”
O poeta Rui de Noronha, foi filho de pai Indiano e mãe Negra, nascido em 1909 e veio morrer
com 34 anos. Esta personalidade colaborou significativamente no exercício da revista
“Miragem” e o jornal “O Brado Africano”, numa altura em que a poesia escrita era muito
escassa, pois só havia algumas páginas no jornal, sobretudo nos anos trinta, era publicada no
jornal O Brado Africano, foram precisamente essas páginas no jornal, que permitiram a
revelação do precursor da poesia moçambicana escrita (Rui de Noronha).
“(...) A imagem que Salazar queria dar era a de uma sociedade assente nos principios católicos
da autoridade e família; da probidade financeira e da moeda forte; do progresso económico
planeado alcançado sobretudo com os recursos internos; da neutralidade firme e da
independência nacional; e de uma missão civilizadora em África afirmada na sua forma clássica
na nova Constituição aprovada para Moçambique em 1933:
“Contitui o papel principal atributo da naçao portuguesa desempenhar a função
histórica de possuir e colonizar os domínios ultramarinos e civilizar as populações
indígenas que neles habitam, bem como e exercer a influência moral que lhes é atribuida
pelo Padroado no Oriente”.
Basicamente, esta legislação marcou o fim da autonomia formal da Província de Moçambique,
que passou a designar-se colónia, centralizou os poderes legislativos e financeiros nas mãos do
entâo Ministro das Colónias, procurando colocar Portugal ao nível das restantes potências
europeias.
O resultado desta política foi a formação e consolidação lenta mas contínua de um capital
português. A grande dependência de países estrangeiros foi largamente superada através das
dificuldades impostas ao capital estrangeiro e da diversificação de fontes externas de capital em
vez da hegemonia de uma única como acontecia a posição da Inglaterra.
As Medidas Tomadas no Âmbito do Nacionalismo Económica:
1. Centralização política e administrativa;
2. Redução e extinção dos direitos das companhias não Portuguesas;
3. Montagem de uma economia proteccionista de Portugal e das suas colónias;
4. Estabelecimento de uma zona monetária portuguesa;
5. Promoção de culturas forçadas de algodão, tabaco, sisal, cana de açúcar, que nada
interessava aos camponeses, mas sim ao colonialismo Português;
6. Participação intensa e directamente nas plantações e na exportação da mão-de-obra para
Africa do Sul.
Contudo, importar frisar que a implementação do nacionalismo económico do Salazar em
Moçambique não significou a exclusão total de capitais e iniciativas de outras origens, por
exemplo entre 1932 e1935 foi concedida à Companhia de Moçambique para a construção duma
grande ponte ferroviária sobre o rio Zambeze entre Sena e Mutarara com cerca de 3,6
quilómetros de extensão, com objectivo de melhorar a rentabilidade das minas de carvão de
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Moatize, do caminho de ferro Beira-Niassalândia e do porto da Beira. Por sua vez, Portugal
continuou a exportar a mão-de-obra para Africa do Sul, pelo facto de o seu capital não ser
competitivo e a incapacidade de Portugal em suportar trabalhadores com salários altos; Um outro
aspecto é que a própria actividade migratória era uma grande fonte geradora de divisas, através
do pagamento em sistema deferido.
Mas a verdadeira expressão do nacionalismo económico do Salazar/Português, manifestou-se
com a introdução do “Acto colonial” e a “Carta Orgânica do Império Colonial” em 1930, que
desenvolveram os princípios já delineados em 1926.
Desta forma foram criadas as bases legais da nova administração das colónias ligadas ao novo
cenário político Português designado por “Estado Novo Corporativo”.
Em 1936, o Governo colonial publicou uma lei que estabeleceu novas bases para o fomento da
indústria no império português, com objectivo de limitar a concorrência internacional e assegurar
a industrialização de Portugal. Desta forma, foi severamente limitado o desenvolvimento duma
indústria transformadora em Moçambique, mesmo de iniciativa de Capital não-português, foi
isso que ficou conhecido por “Condicionalismo” industrial.
Algumas Características Gerais do Colonial-Fascismo:
a) O Estado colonial passa a dirigir toda a política laboral, especialmente atráves da
Direcção dos Serviços e Negocios Indígenas, tornando-se actividades exclusivas dos
diversos sectores da política laboral;
b) O Estado cria uma zona de estudo (1932), impondo um sistema de licenças de importação
e exportação em relação às trocas com outros paises nas operações internas da Colónia,
centralizando todas as divisas nos cofres do estado;
c) Incrementa o sistema de agricultura forçado do algodão e do arroz, obrigando os
camponesesa vendê-los a preços e quantidades estipulados pelo Estado. Em 1938, por
exemplo, cria a JEAC (junta de Exploração do algodão Colonial) e em 1941 a Divisão do
fomento Orizicola;
d) Moçambique passa a ser fornecedor de matérias-primas à metròpole, o que permiteu aos
indrustriais portugueses o desevolvimento da industria têxtil e asua penetração nos
mercados coloniais e internacionais competitivos;
e) Incrementa o desevolvimento da cultura do chá, sobretudo na Alta Zambézia;
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“São considerados indígenas, nas respectivas províncias, os indivíduos de raça negra que, nelas
tendo nascido ou vivendo habitualmente, ainda não possuem a cultura e os hábitos individuais e
sociais exigidos pela integral aplicação do direito público e privado dos cidadãos portugueses”.
Conclusão
Terminado o trabalho sobre a 1ª guerra mundial de década 20 e crise económica de 1929,
percebemos que Logo após o início da guerra, começaram a agudizar-se defeitos do frágil
sistema económico português em Moçambique, com maior incidência do sector financeiro. O
que resultou em aumentos sucessivos do custo de vida, e na queda dos salários reais dos
trabalhadores, quer rurais quer urbanos. Aumentou também sucessivamente o mussoco, e o
imposto de palhota que, nalgumas áreas, passou a ser exigido em libras, tanto ao trabalhador
migrante como aos outros trabalhadores locais.
Concluimos ainda que a instalação de colonatos significou a expulção de camponeses africanos
dessas terras alguns dos quais já tinham uma base próspera. Os colonatos desenvolveram-se
fundamentalmente em áreas agrícolas de grande fertilidade, nos principais vales fluviais, como
os do Limpopo e Révue, e nas terras de Lichinga e Montepuez.
Percebemos também que houve os Planos de Fomento e a Industrialização que contemplava a
construção para o interior da Ilha de Moçambique, os esquemas de irrigação do Vale do
Limpopo e do Umbeluzi, o caminho de ferro de Tete, o desenvolvimento do porto de Nacala e
algum investimentos agrícola e rodoviário. A implementação do plano foi interrompida pela II
Guerra Mundial.
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Bibliografia
NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Portugal, Europa/América, 1997
PEREIRA, José Luís, Manual de História 12ª classe (edição revista e aumentada). Colégio
Kitabo. Maputo. 2005
BAPTISTA, João, FINHANE, H.. História de Moçambique: 10ª Classe: Maputo. Livraria
Universitária.