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Relacionar a crise económica e social com a ascensão do fascismo

Crise da democracia na Europa

Com o fim da 1ª Guerra Mundial, parecia que a democracia liberal se ia impor em todos
os países da Europa. Na realidade, porém, vamos assistir a um processo precisamente
divergente.

Por toda a Europa, surgem os movimentos políticos de extremadireita favoráveis ao


autoritarismo, isto é, os movimentos políticos que atacavam o parlamentarismo
democrático e propunham soluções ditatoriais. A vaga autoritária, embora mais intensa na
Itália e na Alemanha, estendeu-se a muitos outros países europeus.

Razões do avanço da extrema-direita

A proliferação dos movimentos de extrema-direita explica-se pelas condições


económicas e sociais do período entre as duas guerras:
- As dificuldades económicas que, nalguns países, se seguiram à 1ª Guerra Mundial e, mais
tarde, a crise de 1929 provocaram na Europa um grande aumento do desemprego e
baixaram o nível de vida de largos sectores da população. Muitos atribuíam aos governos
parlamentares e às lutas entre os partidos as causas de todos esses males.

- Desde os finais do século XIX que os sindicatos operários eram cada vez mais poderosos e
que cresciam igualmente os partidos de esquerda (socialistas e comunistas). O triunfo, em
1917, da revolução soviética e as tentativas de revolução socialista noutros países europeus
assustaram grandes sectores da burguesia que passaram a apoiar as posições da extrema-
direita, Julgando ser essa a melhor maneira de contrariar o avanço da esquerda.
Caracterizar o regime fascista.

Antecedentes

Terminada a I Guerra Mundial, os italianos - apesar de fazerem parte do grupo dos


países vencedores, ficaram desiludidos com os tratados de paz. Com efeito, estes não lhes
concederam os territórios vizinhos de Fiume e Dalmácia, que reivindicavam.
Por outro lado, o país debatia-se com sérios problemas:
- uma grave crise económica e financeira, marcada por uma elevada inflação, quebra de
produção e encerramento de indústrias;
- grande agitação social, assinalada por greves e ocupação de fábricas e de terras;
- incapacidade dos governos liberais em resolverem os problemas, o que fez desacreditar o
regime.

A Tomada do Poder pelos Fascistas

A pouco e pouco, o descontentamento atingiu todas as camadas sociais do país.

Em 1921, os proprietários rurais e a burguesia,


preocupados com a insegurança e a ocupação de
fábricas e terras, apoiaram um pequeno partido de
extrema-direita, o Partido Nacional Fascista (PNF),
liderado por Benito Mussolini. Em contraste com a
debilidade do governo, o PNF afirmou-se como uma
força poderosa: as suas tropas de choque (os
"squadristi") destruíam sedes dos partidos e
sindicatos, perseguiam e matavam militantes de
esquerda. Por outro lado, em apoio dessas acções
terroristas, recebiam armas do exército e dinheiro
da grande burguesia agrária e industrial.
Em 1922, o PNF impôs-se como um autêntico
poder: anulou uma greve geral convocada pelos
sindicatos socialistas e empreendeu uma "marcha
sobre Roma", para obrigar o rei Vítor Manuel III a
demitir o governo.

O monarca, receoso de uma guerra civil,


convidou Benito Mussolini a formar governo (29 de
Outubro de 1922).

Assim, em resultado da violência e do clima de


terror, Mussolini ascendeu ao poder.

Até 1924, ano de novas eleições, os fascistas perseguiram e eliminaram os


opositores. Utilizando a força, criaram um ambiente de medo entre os italianos, o que
lhes permitiu obter 65% dos votos. Então, dispondo da maioria dos deputados no
Parlamento, Mussolini obteve plenos poderes e instaurou a ditadura fascista em Itália.

O Fascismo, uma Ditadura Totalitária

A partir de 1925, Mussolini lançou progressivamente uma série de medidas


repressivas a fim de afirmar o seu poder pessoal:
- suprimiu a liberdade de imprensa, instaurando a
censura;
- criou uma polícia política, a OVRA, (Organização para a
Vigilância e Repressão do Antifascismo);
- proibiu os sindicatos e os partidos políticos, com
excepção do PNF;
- subordinou todos os órgãos políticos à autoridade do
Duce (que passou a legislar através de decretos-leis,
ficando o Parlamento com um papel consultivo);
- modificou a lei eleitoral, tornando-a mais favorável ao
seu partido.

Até inícios da década de 1930 afirmaram-se as ideias do fascismo, que se tornou numa
ditadura totalitária. Este sistema político, que vigorou em Itália entre 1925 e 1945,
caracteriza-se por:

- Culto da personalidade
- Totalitarismo
- Nacionalismo;
- Corporativismo;
- Ideologia Oficial.

Uma das características mais marcantes do fascismo e de Mussolini é a tentativa


de recuperação da grandeza da Roma Imperial, daí que não seja de estranhar que
sejam inúmeras as referências ao passado glorioso e as tentativas de o recuperar.
Política económica

O Estado fascista assumiu também um papel dirigista na economia.

Mussolini, para tornar a Itália auto-suficiente, procurou aumentar a produção,


através das batalhas do trigo, do fomento das obras públicas e do desenvolvimento da
indústria do aço e Naval e reduzir as importações.

Política Externa

Para sair da crise, Mussolini tentou então alargar a influência italiana:

- conquistou a Etiópia (1936);


- interveio na Guerra Civil de Espanha (1936-1939);
- conquistou a Albânia (1939)
- lançou o país na 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
A GRANDE CRISE DO CAPITALISMO

1 Justifica a crise de superprodução registada nos finais dos anos 20 nos EUA.
De 1922 a 1929, a economia americana conheceu uma época de grande prosperidade
económica. Aumenta o poder de compra e o consumo, o recurso ao crédiyo e a
actividade especulativa na Bolsa.
No entanto, a partir de 1927, o consumo estagnou mas a produtividade das empresas
continuou a aumentar. Como consequência, muitos produtos ficavam armazenados,
sem comprador, o que lecou à diminuição dos lucros das empresas. Chega-se a uma
situação de crise de superprodução porque se produzia mais do que o mercado
conseguia consumir.

2 Relaciona a crise de superprodução com a “Quinta-feira Negra”.


No Verão de 1929, começam a surgir notícias nos jornais que davam conta da
diminuição dos lucros das empresas. No dia 24 de Outubro, 13 milhões de acções são
postas à venda: como a oferta era superior à procura, o valor das acções cai
vertiginosamente – foi a “Quinta-feira Negra”.
3. Justifica a crise financeira despoletada pelo crash de Wall Street.
A falência da Bolsa de Wall Street provocou a falência de particulares, de empresas e
de bancos, devido à quebra do valor das acções e à quebra de crédito.

4 Menciona as consequências dessa crise financeira.


A falência de empresas provocou o aumento do desemprego e a diminuição do poder
de compra. A diminuição do consumo agravou as dificuldades das empresas no
escoamento dos seus produtos, levando, por sua vez, a mais falências. É o chamado
círculo vicioso da crise.

5 Explica a mundialização da crise económica.


Com a retirada dos capitais americanos da Europa, as empresas europeias deixaram de
ter o recurso ao crédito, conduzindo a falências e, portanto, ao despoletar do círculo
vicioso da crise.
A diminuição do consumo nos EUA e na Europa conduziu à retracção do comércio
internacional, levando a uma diminuição das importações das colónias e dos países
subdesenvolvidas, cuja economia estava dependente da exportação de matérias-
primas ou de alimentos. Devido à diminuição das exportações, muitas empresas,
nesses países, abrem, também, falência e, mais uma vez, se inicia o círculo vicioso da
crise noutros pontos do planeta.

6 Descreve os problemas sociais despoletados pela crise.


A crise económica conduziu, também, a uma grave crise social, reduzindo à pobreza 30
milhões de desempregados em todo o mundo, sobretudo nos EUA, Alemanha e
Inglaterra. Todos os grupos sociais foram afectados, desde o operariado, passando
pelos camponeses, a classe média e, finalmente, os empresários (muitos ficarm
literalmente sem nada!)

7 Identifica as medidas tomadas no âmbito do New Deal como uma solução para a
saída da crise.
Para sair da crise, Franklin Roosevelt vai implementar uma política económica à qual
vai dar o nome de “New Deal”, que vai consistir num conjunto de medidas, entre as
quais se destacam:
- na agricultura e na indústria concedeu empréstimos e destruiu stocks de forma a
aumentar o preço dos produtos (o paradoxo da crise: queimam-se alimentos mas há
milhares a sofrerem de fome!);
- no sistema financeiro, criou mecanismos de controlo da actividade bancária de forma
a evitar a especulação;
- nas obras públicas, mandou construir pontes, barragens, linhas férreas e estradas de
forma a incentivar a criação de emprego e, deste modo, promover o consumo;
- medidas sociais de forma a promover o poder de compra: estabelecimento de um
salário mínimo, limitação do horário semanal de trabalho e atribuição do subsídio de
desemprego.
Quais foram os dois aspectos da Grande Depressão:
- crise de superprodução: a produção aumenta mais do que o consumo, o que leva à
acumulação de stocks nos armazéns e, como consequência, a diminuição dos preços e
dos lucros das empresas
- crise financeira: após a notícia da quebra dos lucros por parte das empresas, milhões
de acções são postas à venda no dia 24 de Outubro de 1929, levando à queda drástica
do seu valor – foi o crash de Wall Street ou Quinta-feira negra.

As consequências da crise nos EUA foram:


- falência de bancos, empresas e particulares
- aumento do desemprego
- crise social
- mundialização da crise

O círculo vicioso da crise:


Iniciada a crise, as empresas abrem falência, conduzindo ao aumento do desemprego.
Este, por sua vez, conduz à diminuição da procura e, portanto, do consumo, o que
conduz à falência de mais empresas.

Razões da mundialização da crise:

- A retirada dos capitais americanos da Europa conduz à falência de empresas


europeias e, portanto, ao despoletar do círculo vicioso da crise no velho continente

- a diminuição da procura conduz à diminuição das exportações de matérias-primas e


de alimentos por parte dos países em vias de desenvolvimento (Austrália, países
africanos e países da América do Sul). Como consequência, estes países entram em
crise.

O New Deal - Política económica adoptada nos EUA por Roosevelt de forma a
solucionar a crise através das seguintes medidas:

- construção de obras públicas de forma a incentivar as empresas desse sector e criar


postos de trabalho

- atribuição de um subsídio de desemprego de forma a incentivar o consumo e, desta


forma, o aumento da produção

- estabelecimento de um horário de trabalho de forma a criar mais postos de emprego

- destruição de stocks de forma a aumentar o preço dos produtos


O Fascismo em Itália

No pós-guerra, Mussolini afirma-se como o salvador da Itália em crise. Assiste a este


completo documentário sobre os vinte anos de Mussolili no poder e tenta responder
às seguintes questões:
- Como é que Mussolini ocupa o poder?
- Como se caracteriza o tipo de regime político implantado por Mussolini?

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