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A grande depressão e o seu impacto social

Em meados da década de 20, os efeitos da crise económica e financeira,


provocada pela Primeira Guerra Mundial na Europa pareciam atenuados, e os
EUA viviam uma época de prosperidade.

Vários eram os indicadores que dava razão à euforia do consumo e do


investimento:
 A economia americana fortalecera-se
 As indústrias produziam cada vez mais
 Novos produtos e tecnologias permitiram o alargamento do mercado de
consumo
 Os salários aumentaram e o desemprego diminuiu
 A Bolsa de Valores de Nova Iorque atraía muitos investidores, sobretudo
para os novos setores produtivos, como as empresas de automóveis, de
aviação e de rádio.

Contudo, a partir de 1927, começam a fazer-se sentir, devidos a vários fatores,


os primeiros sinais de fragilidade na economia americana.

No setor agrícola: o excesso de produção levou os produtores a venderem


abaixo do preço de custo, na tentativa de escoar os seus produtos. Os preços
agrícolas sofreram baixas significativas em todo o mundo, devido ao aumento
da produção, possibilitada pela generalização de novas técnicas e ainda,
porque a Europa retomou a sua produção, diminuindo a procura dos produtos
americanos. – queda dos preços e diminuição dos rendimentos – deflação

No setor industrial: a modernização dos processos produtivos e a


racionalização do trabalho agravaram o desemprego. A acumulação de stocks
agrícolas e de matérias-primas industriais cresceu, devido à estagnação do
consumo, interno e externo, provocando uma crise de superprodução. A
construção civil abrandou e a indústria automóvel viu a sua produção a
diminuir.

A estabilidade do sistema capitalista também estava em risco. O consumo e o


poder de compra eram mantidos de forma artificial e ilusória, uma vez que
assentavam no recurso ao crédito. Apesar dos sinais cada vez mais evidentes
de crise, não se tomaram medidas para apoiar a economia.

Às dificuldades económicas somaram-se as do mercado financeiro,


consequência dos créditos excessivos e da especulação bolsista.
A compra de ações, com recurso a crédito, tornara-se prática frequente para os
americanos de todas as classes sociais, ao longo dos anos 20.
Crash da Bolsa 24 de outubro de 1929 – Quinta-feira Negra
Milhões de ações foram postas à venda e não encontraram compradores,
provocando a descida abrupta do valor dos títulos. De um dia para o outro,
milhares de pessoas perderam as suas poupanças e ficaram arruinadas.

Rapidamente, a crise de 1929 se alastrou mundialmente. A Alemanha e a


Áustria, fortemente dependentes dos capitais americanos, foram os primeiros
países europeus afetados com a retirada dos mesmos. A Grã-Bretanha foi
forçada a abandonar o padrão-ouro, no que foi seguida por outros países
europeus e também pelos EUA.
As moedas desvalorizaram e os Estados adotaram medidas protecionistas
para diminuir as importações (aumento das taxas alfandegárias), acentuando
o nacionalismo económico.
A depressão económica agravou-se, contribuindo para a contração do
comércio internacional, o que afetou quer os países industrializados, que não
escoavam a produção, quer os países em desenvolvimento, que não
exportavam as suas matérias-primas.

A Grande Depressão
A partir de 1930, a crise instalou-se e deu lugar a uma longa depressão que
se manifestou a vários níveis:
 Assistiu-se à retração e quebra da produção
 O desemprego disparou impulsivamente
 Falência de bancos
 Encerramento de empresas, devido à contração do crédito bancário,
arruinando muitos capitalistas.
 Queda do salário acentuada e diminuição do consumo
 Deflação dos preços
Mesmo com o excesso de produção, a fome e a miséria generalizaram-se.
Instalou-se o «ciclo vicioso» da crise, com consequências sociais duradouras.

Crash bolsista – designa a quebra acentuada do valor das ações, normalmente


em resultado de um período de especulação bolsista.

Deflação – designa a tendência da redução do nível geral dos preços,


geralmente associada, na economia capitalista, a uma crise de superprodução
e à retração da economia.
As opções totalitárias
Durante a década de 20, numa Europa atormentada pela I Guerra Mundial,
vários foram os fatores de emergência de regimes autoritários:
 A agitação social e o desemprego
 A instabilidade política e a ameaça da revolução bolchevique
 O avanço do radicalismo e o «medo vermelho»
 A descrença das classes médias e do operariado nas democracias
liberais, sobretudo nos países onde a experiência democrática era
recente e a crise económica e financeira era profunda.

Os regimes totalitários foram em grande parte resultantes dos efeitos da I


Guerra, agravados pelas consequências da crise de 1929. Os regimes
autoritários, vistos como garante do restabelecimento da ordem social e
política, prepararam a afirmação do totalitarismo.

Totalitarismo – designa o sistema político em que o Estado se sobrepõe ao


individuo e onde o partido único, liderado por um chefe, promove uma ideologia
oficial que de ser seguida, não admitindo qualquer forma de contestação, e
estendendo o controlo total a todos os domínios da sociedade e da economia.
A polícia política e outros meios repressivos e de terror são responsáveis pela
garantia da ordem e pelo funcionamento do regime totalitário.

Os regimes totalitários assentes no poder do Estado e do chefe, líder do partido


único, reduziram as liberdades através da repressão, não dando lugar a
nenhuma forma de oposição, nem partilha do poder. Nestes regimes, a
sociedade e a economia estavam submetidas ao controlo do Estado.

Os fascismos
Os regimes totalitários, fascismo italiano e nazismo alemão, apresentam alguns
princípios ideológicos comuns que constituem a sua teoria ou doutrina. (nova
ordem política que marcou a Europa entre os anos 30 e 40).
Tinham em comum serem regimes totalitários, antidemocráticos,
antiparlamentares e antiliberais.

O fascismo era uma doutrina antiliberal e antidemocrática. Defendia que o


liberalismo, as liberdades individuais, a divisão do poder, o parlamentarismo e
o pluripartidarismo eram causas do enfraquecimento do poder político, da
coesão nacional e geradores de instabilidade.
Responsabilizavam as democracias pela incapacidade de resolverem os
problemas do pós-guerra.

Defendiam a instauração de um estado forte e centralizado, cuja autoridade


prevalecia sobre os direitos e liberdades individuais. O Estado forte devia ser
liderado pelo chefe, homem providencial, que concentrava em si todo o poder.
Itália
1921 – Fundação do PNF (Partido Nacional Fascista) Benito Mussolini

Para os fascismos, o indivíduo submetia-se aos interesses do Estado e da


nação, conforme o lema proclamado por Mussolini, «Tudo no Estado, nada
contra o Estado, nada fora do Estado»
Defendiam a primazia do Estado e da Nação e opunham-se ao socialismo,
ao comunismo e ao projeto de expansão do internacionalismo
revolucionário. Consideravam estas ideologias como responsáveis pela
destruição dos valores tradicionais e como uma ameaça à ordem nacionalista.

Alemanha
1920 – Criação do partido Nazista
1923 – Golpe de Hitler
1927 – Entrada na SDN
1933 – Hitler chanceler. Abandono da SDN. Campo de concentração Dachau.
Incêndio do Reichtag

A difusão dos princípios fascistas foi garantida por uma máquina de


propaganda. Em grandes manifestações e desfiles, ou em momentos
comemorativos, os discursos políticos eram elevados ao nível da
espetacularidade, com recurso à oratória exaltada e ensaiada, e à encenação
grandiosa. O rádio e o cinema foram usados como forma de propaganda.
A censura foi um meio que serviu para reforçar os valores do regime.

Desde a mais tenra idade, o indivíduo encontrava nas organizações


paramilitares fascistas de juventude de frequência obrigatória, um lugar e um
papel a desempenhar em prol do Estado.

Características:
O novo indivíduo guiava-se pela devoção e culto ao chefe, pela defesa do
Estado e pelos valores da guerra e do desporto.

Culto da Força e da violência


Os movimentos fascistas perpetuavam-se no poder graças à organização de
um sistema fortemente violento e repressivo que denunciava, perseguia,
prendia e torturava todos aqueles que se opunham às diretrizes do líder e do
partido.
A negação dos direitos humanos e o racismo
A ideologia nazi assumiu como princípio ideológico o racismo, de forma mais
marcante que o fascismo italiano. Defendeu a superioridade da raça ariana,
para legitimar o direito de dominar e de aniquilar todos os povos considerados
inferiores.
Algumas das práticas repressivas:
 A perseguição, marginalização e extermínio daqueles que eram
considerados fracos (deficientes e idosos) e degenerados
(homossexuais), ciganos e eslavos.
 A promoção de casamentos e da natalidade entre arianos
(melhoramento genético)

O racismo nazi assumiu contornos mais violentos contra os judeus –


antissemitismo.
1ª fase das perseguições antissemistas
 Boicote às lojas e negócios dos judeus
 Proibição no acesso a empregos públicos, profissões liberais e ensino
superior
2ª fase das perseguições
Leis de Nuremberga 1935: proteção do sangue e de honra alemã
 Retiraram a nacionalidade a todos os alemães de origem judaica
 Proibiram os casamentos e relacionamentos entre judeus e arianos
 Interditaram aos judeus o exercício de profissões liberais e todos os
ofícios públicos
Noite de Cristal 1938: início sistemático das perseguições aos judeus.
Destruição de sinagogas, morte aos judeus, destruição de lojas e casas.
 Confisco das empresas judaicas
 Uso obrigatório da estrela de David
 Deslocação em massa da população judia para guetos e campos de
concentração
Genocídio - «solução final» 11 milhões de pessoas mortas nas câmaras de
gás.
- Holocausto

Autarcia como modelo económico


Fascismos anticapitalistas – controlam a iniciativa privada. O estado controla a
economia, promovendo as medidas necessárias para a desenvolver e proteger
a influência externa. Aceitam a propriedade privada dos meios de produção e
as classes sociais (fundamentadas no poder económico) – antissocialistas

Itália

DÉCADA DE 20:
• Combate ao desemprego: aumento das forças policiais e militares

• Política de grandes obras públicas

• Batalhas da Produção: programa de incentivo ao aumento da produção


agrícola e industrial para tornar a Itália autossuficiente – Autarcia: 1925 Batalha
do trigo, 1927 Batalha da lira (incentivo às poupanças);

• Batalha da bonificação: recuperação das terras pantanosas do sul e criação


de novas povoações

DÉCADA DE 30: (reduzido impacto da crise mundial)

• Publicação de legislação sobre o comércio: novas pautas alfandegárias e


controlo das importações

• 1931 e 1933 criação do Instituto Imobiliário e Instituto para a Reconstrução


industrial reforçam o dirigismo estatal sobre a economia: apoio às empresas
em dificuldade, controlo dos preços das matérias-primas e fontes de energia
criação de novas indústrias (Borrachas…)

• Investimento nas indústrias de armamento acelera o crescimento económico


a partir de 1934-35 e absorve o restante da população desempregada.

O fascismo italiano adotou o corporativismo - forma de organização


socioeconómica que unia patrões e trabalhadores em corporações que
visavam alcançar o bem comum da nação. A propriedade privada mantinha-se,
mas a intervenção do Estado era reforçada para garantir o interesse geral. (o
mais semelhante ao português). Anulava-se a oposição de interesses entre
patrões e empregados, com vista ao bem comum da nação. As greves e o
«lock-out» foram proibidos, promovendo-se a conciliação, a ordem e a
prosperidade económica.

Alemanha

• Combate ao desemprego:

 aumento das forças policiais e militares


 programas de grandiosas obras públicas – autoestradas, caminhos de
ferro e das comunicações em geral (preparação para a guerra)
 Eliminação dos judeus dos empregos públicos, profissões liberais e
empresas
 As mulheres cedem os seus empregos aos homens subordinando-se o
marido (Kinder, küche, kirche – e incentivando a mulher a ter filhos)

• Reforço da autarcia e do dirigismo económico: aumento da produção agrícola.


• Investimento no rearmamento estimula as indústrias siderúrgica, química,
eletricidade, mecânica e aeronáutica.

• Nacionalista – Apela à grandeza da nação e à superioridade do seu povo.


Exalta o seu passado glorioso. Defende a expansão do seu território,
dominando outros povos pela conquista (Imperialismo e militarismo). Opõe-se
ao internacionalismo operário pois contraria o nacionalismo fascista.

• Antiparlamentar – rejeita a separação do poder executivo e legislativo e


defende a supremacia do poder executivo. Rejeita a teoria liberal da separação
dos poderes e faz depender a força do estado do reforço do poder executivo
(Governo) enfraquecendo o papel do poder legislativo (Parlamento).

• Antiliberal - Rejeita o individualismo. Submete os interesses e liberdades


individuais aos interesses do estado. Defende a supremacia do estado sobre o
indivíduo.

• Antidemocrático - Nega o pluripartidarismo que gera divisões e discussões


enfraquecendo o estado, defendendo um sistema de partido único.

• Antissocialista - Opõe-se ao socialismo e ao comunismo pois a luta de


classes divide e enfraquece a nação. Nega a igualdade social: uns nasceram
para mandar e outros para obedecer, pelo que a luta de classes não faz
qualquer sentido.

O Modelo Estalinista
Depois da morte de Lenine, em 1924, e de uma luta pelo poder, Estaline
assumiu a liderança da URSS em 1928.
Manteve parte da estrutura deixada por Lenine – uma ideologia oficial
conduzida pelo partido único e o controlo da economia por parte do Estado –
mas iniciou a construção do «socialismo num só país». Esta construção
assentou na planificação da economia e na coletivização agrícola, bem
como no reforço do totalitarismo do Estado, cujo poder se tornou praticamente
absoluto.
O seu objetivo era modernizar a agricultura e tornar a Rússia, no mais curto
espaço de tempo, numa grande potência indústria e militar. Só depois
promover a Revolução Proletária Internacional (visão de Trotsky).

Abandonou a NEP, pois considerava que o ressurgimento da iniciativa privada


punha em risco a edificação da sociedade sem classes, ao permitir o
reaparecimento de pequenos proprietários – Kulaks e os nepmen

Modelo económico
Economia planificada e controlada pelo Estado (intervencionismo)
 Promover a autossuficiência (autarcia)
 Recuperar o atraso económico e tornar a Rússia uma grande potência
industrial
(planos quinquenais)
Eliminação dos Kulaks
1º plano – 1928 a 1933
Teve como principal objetivo criar as bases da economia socialista. A
agricultura foi coletivizada, criando-se os Kolkhozes (cooperativas de
camponeses), os Sovkhozes (propriedades do Estado, cultivadas por
assalariados) e as MTS (estações de maquinaria para apoio aos agricultores).
Quanto à indústria, a propriedade foi dada à indústria pesada, à siderurgia e à
eletrificação – setor energético.

2º plano – 1933 a 1937


Continuou a privilegiar a indústria pesada, mas desenvolveu também as
indústrias ligeiras produtoras de bens de consumo.

3º plano 1938 a 1943


Indústria química e produção de energia, mas não chegou a ser concluído,
tendo sido interrompido pela 2ª GM.

A política económica Estalinista teve resultados notórios e a URSS alcançou o


lugar de terceira potência industrializada do mundo.

O totalitarismo Estalinista: semelhanças com os fascistas


 Partido único – modelo de centralismo democrático para uma ditadura
do partido, na pessoa do seu líder, Estaline
 Culto ao chefe – incentivado por uma forte propaganda às qualidades de
Estaline e às suas realizações
 Enquadramento das massas:
- Inscrição obrigatória no partido
- Organizações de educação e mentalização da juventude – pioneiros
/komsomal
 Uso da repressão e da violência, contra os opositores, mesmo dentro do
partido (negação dos direitos humanos)
- Polícia política NKVD, com poder para prender, torturar e executar
- Campos de concentração – gulags
- Censura a toda a produção cultural, que é posta ao serviço da
propaganda ao regime (negação da liberdade de pensamento e de
expressão)
 As elites do partido dominam a sociedade e o poder político, usufruindo
de benefícios que os outros não tinham (desigualdades sociais)
 Autarcia como modelo político
Estado Novo
O triunfo das forças conservadoras
Golpe de 28 de maio – Ditadura Nacional (1926/1933)
A Ditadura Militar de 1926, sob o comando de General Gomes da Costa,
herdou um país politicamente instável, que se aproximava perigosamente da
ruína económica e financeira.
Em 1928, Salazar foi nomeado para ministro das finanças. Relevou mão
firme sob os orçamentos dos ministérios e reorganizou as receitas e as
despesas do Estado, sobretudo baixando salários e aumentando impostos.

O primeiro orçamento ficou marcado pelo equilíbrio das contas públicas, o que
não acontecia desde 1913. O restabelecimento da ordem financeira valeu-
lhe o reconhecimento público, sendo considerado o «salvador da pátria».

A 5 de julho de 1932, depois de uma nova crise ministerial, Salazar foi


nomeado presidente do Conselho, cargo que acumulou com a pasta das
Finanças e da Guerra.

Estado Novo
 1928 – Ministro das finanças
 1930 – Acumula o cargo das colónias
 1932 – É nomeado presidente do Conselho (acumula às finanças e à
guerra)
Entre 1930 e 1933 lança as bases do regime
 1930 – Formação da União Nacional (partido único)
 1930 – Promulgação do Ato Colonial (reforço do colonialismo)
 1933 – Estatuto do Trabalho Nacional (estabelece o sistema corporativo)
 1933 – Promulgação da Nova Constituição, que é aprovada após eleição
É a base do Estado Novo.

Características da Constituição de 1933:


 Estabelecia a separação dos poderes, mas o poder executivo (governo),
sobrepunha-se ao poder legislativo (parlamento), uma vez que esta
Assembleia, composta pelos deputados do Partido Único acabava por
ser um órgão meramente consultivo e Salazar podia legislar sem o
consultar.
 Defendia o estado português como unitário e corporativo, não admitindo
divisões partidárias e sindicais/ sociais estabelecia os direitos
fundamentais dos cidadãos no artigo 8º, mas restringia as liberdades
individuais nos parágrafos 2 e 3, submetendo-se aos interesses do
Estado.
 Sufrágio direto com restrições para a eleição do Presidente da República
e do Governo definia a integridade territorial do império colonial
português e as relações com a metrópole (integrou o Ato Colonial de
1930)

Assimila-se aos fascismos


Estado autoritário e conservador
«Deus, pátria e família»
 Antidemocrático e antipartidário – sistema de Partido Único
 Antiparlamentar – o parlamento (Assembleia Nacional) estava submetido
ao poder executivo (Governo)
 Antiliberal – submetia as liberdades individuais dos cidadãos aos
interesses do Estado
 Nacionalismo – exaltação da pátria e da sua história, destacando a
importância dos descobrimentos
 Colonialismo – não assume um imperialismo agressivo, mas reforça o
controlo sobre as colónias (Ato colonial de 1930)

O império colonial português é defendido como um todo unitário, destacando-


se a missão evangelizadora e civilizadora dos portugueses em África.

Difere dos fascismos


 Culto ao chefe – Salazar critica-o, chamando-lhe «Czarismo pagão»
(existe, mas mais moderado)
 No ateísmo que caracteriza os fascismos. A moral católica marca a
ideologia do regime
 Culto da força e da violência – não era um objetivo da educação dos
jovens. O militarismo dos fascismos não se adequava aos «brandos
costumes» do povo português, preferindo-se exaltar os valores morais.

Mecanismos de enquadramento das massas:


 Educação e mentalização da juventude nos valores do regime (mocidade
portuguesa)
 Milícia de apoio ao regime – Legião portuguesa
 Juramento de fidelidade dos funcionários públicos
 Sistema corporativo – para evitar luta de classes e harmonizar os interesses
dos trabalhadores e patrões
 Tempos livres dos trabalhadores: FNAT
 Preparação da mulher para o papel da esposa e de mãe que o regime
esperava dela: OMEN
 SPN – propaganda e divulgação das realizações do regime
António Ferro – realizou grandes eventos ao serviço do regime
 Censura – controlo de toda a informação e produção cultural, submetendo-a
aos interesses do regime
Economia
Rigor e equilíbrio orçamental
Prioridade ao equilíbrio das contas públicas:
 Controlo das despesas de todos os ministérios
 Gestão rigorosa do dinheiro público
 Aumento dos impostos para obter receitas

Modelo nacionalista e autárcico


 Forte intervencionismo estatal no controlo da economia
 Promoção da autossuficiência
- Incentivando a produção nacional
- Reduzindo as importações
- Promovendo uma pauta alfandegária protecionista.

Defesa da ruralidade – promoção da agricultura


(sinal de conservadorismo, mas também foi uma orientação económica)
Década de 30
 Fomento das atividades agrícolas para obter a autossuficiência agrícola.
Várias campanhas.
 Criação de infraestruturas hidráulicas para aproveitamento das terras e o
alargamento da área de cultivo (irrigação dos campos)
 Fixação das populações no interior rural. Junta de colonização interna
(evitar o êxodo rural)
 Reflorestação
 Dinamização das culturas tradicionais batata, arroz, vinho, azeite, frutos
secos e cortiça
 Campanha do Trigo – 1929/1937 – (modelo italiano; promoção desta
cultura base da alimentação do povo)
 Aquisição da produção cerealífera pelo Estado e protecionismo
alfandegário
 Subsídios aos agricultores e linhas de crédito agrícola

Resultados:
 Incrementou o desenvolvimento das indústrias de moagens, adubos e
maquinaria agrícola, criando novos empregos nestas áreas
 O setor primário manteve-se como setor dominante
 Conseguiu-se a autossuficiência agrícola até à 2ª guerra mundial

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