Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O poder de compra americano passava por ser artificial uma vez que foi resultado de
uma política de facilitação de crédito feita pelos bancos. Grande parte das transações
faziam-se com base nos créditos e nos pagamentos em prestações. Era a crédito também
que se adquiriam ações que os americanos tinham em empresas. Acreditando na solidez da
economia, muitos eram os que investiam na bolsa, onde a especulação crescia.
Parecia nunca ter fim, uma vez que funcionava como um ciclo vicioso, pois a
diminuição do consumo levava à queda dos preços e da produção, às falências e ao
desemprego que por sua vez levava à diminuição do consumo.
As autoridades políticas implementaram medidas, que se mostraram desastrosas
uma vez que aumentaram a deflação:
- Na tentativa de proteger a economia aumentaram as taxas sobre importações, o
que criou dificuldades aos outros países que por sua vez deixaram de adquirir a
produção americana, o que ajudou ao declínio do comércio mundial;
- Aumentaram os impostos na tentativa de buscar receitas novas e restringiram ainda
mais o crédito, para que desaparecessem as empresas não rentáveis, com isto
pretendia-se a recuperação financeira, evitando despesas e aumentando receitas,
no entanto isto levou a obstáculos ao investimento e à elevação do poder de compra
da população. Sem a procura desta era impossível relançar a economia.
Instalada a descrença no capitalismo liberal restou aos estados em crise uma maior
intervenção na regulação das atividades económicas.
Socialismo
- o indivíduo é a expressão da classe social - a organização socioeconómica faz-se
em que está inserido, com ela se identifica e através do corporativismo, destinado a
por ela luta; promover a colaboração entre classes,
uma vez que rejeita a luta entre classes,
pois divide a Nação e enfraquece o Estado;
- apelos ao internacionalismo proletário, não
lutava pela pátria, mas sim pelo derrube do - apelo ao nacionalismo, exaltador das glórias
capitalismo mundial. pátrias.
No entanto, as elites não eram só os chefes, também fazia parte a raça dominante
(para Hitler era a raça ariana), essa era composta pelos:
- homens no geral;
- os soldados;
- as forças militarizadas;
- os filiados no partido.
As elites mereciam um elevado respeito das massas uma vez que se tratavam de
uma sociedade profundamente hierarquizada e rígida. Essa obediência cega das massas,
conduziu à prática fascista, contrária à vontade individual e ao espírito crítico. Por isso, as
ideias fascistas se impunham primeiramente nos jovens. Na Itália:
- aos 4 anos, ingressavam nos “Filhos da Loba” e já usavam uniforme;
- dos 8 aos 14 faziam parte dos “Balilas”
- aos 14 eram vanguardistas;
- aos 18 entravam nas juventudes fascistas.
A violência racista
O desrespeito do nazismo pelos direitos humanos atingiu o seu ponto mais alto com
a violência do seu racismo.
Para Hitler, os povos superiores eram os arianos, uma autêntica “seleção” de
alemães (altos, robustos, loiros e de olhos azuis). Obcecados com o aperfeiçoamento físico
e mental da raça ariana, os nazis, promoveram o eugenismo, aplicando as leis da genética
na reprodução humana.
Ao mesmo tempo que se fomentava a natalidade entre os arianos, eliminava-se os
alemães “degenerados”, mandados para as câmaras de gás, para serem mortos.
Aos Alemães competia o domínio do mundo, uma vez caracterizados como um povo
de heróis e de qualidades e ideais sobre-humanos, nem que para isso fosse necessário a
submissão e/ou eliminação dos povos inferiores - judeus, ciganos e eslavos. Estes
considerados por Hitler como um povo “destruidor de cultura”, porque igual a um parasita
vivem no meio do povo alemão estragando as suas virtudes rácicas e corrompendo-o,
foram também culpados pela derrota dos alemães na 1ª Guerra Mundial e das crises
económicas que se seguiram, de todos foram os judeus que mais sofreram.
Em 1933, começou a 1ª vaga de perseguições antissemitas:
- boicotaram-se as lojas dos judeus;
- interditaram o funcionalismo público e as profissões liberais aos não
iranianos;
- institui-se o “numerus clausus” nas universidades.
Em 1938:
- destruição das empresas judaicas e o confisco dos seus bens, (Noite de Cristal -
destruídas sinagogas e lojas dos judeus);
- os judeus deixaram de poder exercer qualquer profissão e de frequentar locais
públicos.
Com a 2ª Guerra Mundial, deu-se a fase mais cruel do antissemitismo, os nazis
puseram em prática o plano de destruição do povo judaico, o genocídio. Em 1942, na
conferência de Wannsee, realizada nos arredores de Berlim, essa destruição alcançou um
patamar de extermínio, a que foi chamado “solução final do problema judaico”.
- trabalhos forçados;
- execuções sumárias
- massacres nas câmaras de gás;
- falta de comida e de higiene;
- doenças.
Na Itália
Viu-se desamparada, devido à grande quantidade de desempregados e por isso o
Estado fascista reforça a sua intervenção na economia, através do enquadramento das
atividades em corporações, que vai facilitar a planificação económica, no que diz respeito:
- à aquisição de matérias-primas
- ao volume da produção;
- ao tabelamento de preços e salários.
Na Alemanha
Hitler chegou ao poder em 1933, com promessas de melhoria de vida. Uma política
de grandes trabalhos, fez diminuir o desemprego.
Entre 1936 e 1939, o Estado reforçou a autarcia e o dirigismo económico.
- Fixaram-se os preços;
- A Alemanha tornou-se autossuficiente em cereais, manteiga e açúcar.
A indústria alemã, elevou-se ao 2º lugar mundial nos setores da siderurgia, química,
eletricidade, mecânica e aeronáutica, devido ao programa de rearmamento iniciado contra a
vontade de Versalhes e sustentado pelo capital alemão. As realizações económicas do
nazismo e a quase eliminação do desemprego levou a adesão das massas e à admiração
dos países ocidentais, no entanto rapidamente o poderio militar seria posto ao serviço da
conquista do “espaço vital” prometido por Hitler.
2.2.2. O Estalinismo
Lenine faleceu em 1924. O problema da sua sucessão originou disputas no seio do
Partido Comunista. Estaline, secretário-geral do partido, acabou por ganhar.
De 1928 a 1953, Estaline foi o chefe incontestado da União Soviética. Sem entraves,
empenhou-se na construção da sociedade socialista e na transformação da Rússia em
potência mundial. E conseguiu-o através:
- coletivização dos campos;
- planificação económica;
- totalitarismo repressivo do Estado.
O New Deal
Em 1932, os EUA elegeram um novo presidente, Roosevelt, que se propôs a retirar
o país da crise, influenciado por Keynes, decidiu-se pela intervenção do Estado federal na
economia, pondo em prática um conjunto de medidas que ficaram conhecidas como New
Deal.
1ª fase (1933-1934), estabeleceu como objetivos o relançamento da economia e a
luta contra o desemprego e a miséria:
- medidas financeiras rigorosas - encerramento temporário de instituições bancárias; o
dólar saiu do padrão-euro, o que fez com que houvesse uma desvalorização e por
isso fez descer o valor das dívidas externas e fez subir os preços, tendo em conta
uma inflação controlada, que levou ao aumento dos lucros das empresas.
- política de grandes trabalhos - construção de infraestruturas e estradas; projeto TVA,
criação de campos de trabalho para os desempregados.
- proteção à agricultura - lei Agricultural Adjustment Act (AAA), que consistia em
empréstimos aos agricultores e de indemnizações para compensar a redução das
áreas cultivadas.
- proteção à indústria e ao trabalho industrial - National Industrial Recovery Act
(NIRA), através da fixação de preços mínimos e máximos de venda e de quotas de
produção, que evitassem a concorrência; garantia de um salário mínimo e da
liberdade sindical.
2ª fase (1935-1938), atua mais a nível social:
- Lei Wagner (1935) - reconhecer a liberdade sindical e o direito de greve;
- Social Security Act (1935) - regularizar a reforma por velhice e invalidez; instituir o
fundo de desemprego e o auxílio aos pobres;
- Fair Labor Standard Act (1938) - estabelecer o salário mínimo; reduzir o horário de
trabalho a 44h.
Foi nesta fase que o Governo federal americano assumiu os ideais por completo do Estado-
Providência, ou seja, do Estado intervencionista que promove a segurança social de modo a
garantir a felicidade, o bem-estar e o aumento do poder de compra dos seus cidadãos,
melhorias que sem as quais era impossível assegurar um crescimento económico.
Conservadorismo e tradição
Salazar foi uma personalidade extremamente conservadora. Esta faceta de Salazar
evidenciou-se no sistema político que liderou. O Estado Novo distinguiu-se dos outros
fascismo devido aos seu caráter conservador e tradicionalista. Assentou em valores e
conceitos morais que ninguém devia questionar:
- Deus;
- Pátria;
- Família;
- Autoridade;
- Paz Social;
- Hierarquia;
- Austeridade.
Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o que fosse português.
Criticou-se a sociedade urbana e industrial, visto como a fonte de todos os vícios e
defendeu-se o mundo rural, refúgio da virtude e da moralidade.
Protegeu-se a religião católica, definida como religião da Nação Portuguesa.
Reduziu-se a mulher a um papel passivo do ponto de vista económico, social,
político e cultural, a mulher-modelo definia-se por uma mulher de grande feminilidade,
esposa carinhosa e submissa e mãe sacrificada e virtuosa.
Verdadeira Família Portuguesa - católica, de moralidade austera, repelia o vício e o
incumprimento das regras de costumes.
As manifestações culturais eram afastadas da influência estrangeira e encaradas
com desconfiança e hostilidade.
Nacionalismo
O Estado Novo adotou um nacionalismo exacerbado, seguindo e defendendo o
slogan “Tudo pela Nação, nada contra a Nação”. Fez dos Portugueses um povo de heróis,
com qualidades civilizacionais, testemunhas da grandeza da sua história (evangelização, e
integração racial no Império colonial).
Corporativismo
Assim como o fascismo italiano, o Estado Novo, mostrou-se empenhado na unidade
da Nação e no fortalecimento do Estado. Propôs o corporativismo como modelo de
organização económica, social e política, negando a divisão fomentada pela luta de classes.
Corporativismo- consistia na Nação representada pelas famílias e por organismos
onde os indivíduos se agrupavam pelas funções que desempenhavam e os seus interesses
se harmonizam para o alcance do bem comum.
Esses organismos, chamados de corporações, incluíam corporações morais, culturais e
económicas.
Em conjunto com as famílias, as corporações concorriam para as eleições dos
municípios. Que por sua vez, em conjunto com as corporações enviavam os seus
delegados à Câmara Corporativa, considerada a sede verdadeira da representação
orgânica da Nação. A esta competia funções consultivas que tinham de ser submetidas à
Assembleia Nacional.
Apesar de a Constituição de 1933 programar uma diversidade de corporações, na
prática só funcionaram as de natureza económica. As corporações acabaram por se
transformar, num meio de o Estado Novo controlar a economia e as relações laborais, em
nome da unidade da Nação e da concórdia social.
A estabilidade financeira
A estabilidade financeira passou a ser a prioridade para Salazar e para o Estado
Novo. Salazar assumiu o seu cargo a 28 de abril de 1928 e submeteu os diversos
ministérios a um apertado controlo no que respeitava aos gastos públicos.
Salazar conseguiu alcançar o equilíbrio orçamental, através da diminuição das
despesas e do aumento das receitas. Administraram-se melhor os dinheiros públicos:
- criaram-se novos impostos
- aumentaram-se as tarifas alfandegárias sobre as importações, o que levou à
diminuição da dependência externa, ditada pelo regime de autarcia.
Obras públicas
A política das obras públicas, levada a cabo pelo Estado Novo, para além de
combater o desemprego originado pela depressão, procurou dotar o país de infraestruturas
necessárias ao desenvolvimento económico.
Ações nas infraestruturas:
- caminhos de ferro- renovação do material e melhoria do serviço;
- construção e reparação de estradas
- edificação de pontes
Estas mudanças favoreceram a unificação do mercado nacional e proporcionaram uma
maior acessibilidade aos mercados externos.
- expansão das redes telegráficas e telefónica;
- obras de alargamento e de beneficiação dos portos;
- melhoria dos aeroportos;
- construção de barragens;
- expansão da eletrificação do país;
- construção de hospitais, universidades, bairros operários, estádios, tribunais…
A política das obras públicas tornou-se um dos símbolos de orgulho da administração
salazarista. A este programa ficou ligada a figura do engenheiro Duarte Pacheco, ministro
das obras públicas.
O condicionamento industrial
A indústria não era uma prioridade do Estado, uma vez que este venerava o mundo
rural. Entre 1920 e 1940, o aumento de trabalhadores no setor industrial foi praticamente
nulo, isso deve-se à política de condicionamento industrial feita pelo Estado entre 1931-37.
- o Estado é que definia as iniciativas dos empresários;
- qualquer indústria necessitava da autorização prévia do Estado para fazer qualquer
mudança;
- suspendeu-se a concessão de patentes de novas indústrias ou de novos processos
produtivos.
As pequenas indústrias estavam isentas destas medidas, e estas aplicavam-se às indústrias
que exigissem grandes despesas de produção ou que produzissem bens para exportação.
Inicialmente o condicionamento industrial, que reflete o dirigismo económico, era
apenas de carácter transitório, tratava-se apenas de uma política conjuntural anticrise,
destinada a garantir o desenvolvimento industrial, através do controlo da indústria nacional,
regulação da atividade produtiva e da concorrência, servia para evitar a sobreprodução, a
queda dos preços, o desemprego e a agitação social.
No entanto, o condicionamento industrial acabou por se mostrar permanente,
caracterizando a estrutura da indústria no Estado Novo. E assim criaram-se obstáculos à
modernização.
Apesar dos bloqueios, em setores que estimulavam maiores capitais, o
condicionamento fomentou a expansão de concentrações e monopólios, na medida em que
limitou a concorrência.
A política colonial
Ato Colonial de 1930, afirmava a missão histórica civilizadora dos Portugueses nos
territórios ultramarinos, considerados possessões imperiais importantíssimas.
Em consequência daquele objetivo, reforçou-se a tutela metropolitana sobre as
colónias, sendo as ações de descentralização administrativa e de abertura ao capital
estrangeiro da 1ª República abandonadas. Em vez disso, insistiu-se:
- na fiscalização da metrópole sobre os governadores coloniais
- no estabelecimento de um regime económico de tipo “pacto colonial”, segundo o
qual as colónias passavam a ser meros fornecedores de matérias-primas para a
indústria metropolitana que obtinha o seu escoamento nos mercados coloniais.
A imprensa
- utiliza vocabulário simples e atrativo, feito de frases curtas e diálogos vivos e
informais;
- devido à linguagem acessível desenvolvem-se novos géneros literários;
- inaugura o jornal de grande tiragem;
- proliferam as revistas.
A rádio (aperfeiçoamento da telegrafia sem fios por Marconi em 1896):
- mais popular dos meios de comunicação;
- acessível a todos;
- importante meio de difusão cultural.
O “regresso à ordem”
As vanguardas artísticas esmoreceram devido ao facto de terem sido interrompidas
pela violência da 1ª Guerra Mundial.
Assiste-se então na Europa a um “regresso à ordem”, ou seja, à arte figurativa,
depois de todas as desconstruções vanguardistas. Este novo realismo revelou-se cedo na
Alemanha, especialmente atingido pela 1ª Guerra Mundial. Foi aí o primeiro testemunho do
expressionismo feito pelos pintores Max Beckmann, Otto Dix e George Grosz, que nas suas
obras deixam um retrato amargo da sociedade do pós-guerra, marcada pelos contrastes
sociais e pela agitação política.
Nos EUA, o expressionismo teve grande expressão, conhecido como American
Scene, teve como artistas Edward Hooper, Grant Wood e Isaac Soyer, que retrataram a
América “da Grande Depressão”.
Houve também o ressurgimento da pintura mural, devido à ideia de que o pintor
deve contribuir para a coletividade. Os pintores interessaram-se pela ornamentação dos
edifícios públicos. Este foi muito utilizado como elemento de propaganda nos regimes
totalitários europeus, mas teve também grande influência nos EUA, devido a Diego Rivera.
O funcionalismo
O novo estilo arquitetónico tinha como marca a eficiência e o baixo custo.
Le Corbusier, arquiteto francês e Walter Gropius, arquiteto alemão fundador da Bauhaus.
- simplificação dos volumes exteriores;
- linhas retas;
- volumes básicos, sólidos geométricos regulares (cubo, paralelepípedo);
- os telhados são agora coberturas planas;
- sem elementos decorativos;
- janelas grandes para iluminação e entrada de calor;
- nova conceção de espaços, agora são feitos à escala do Homem;
- construção prática, funcional e racional.
O segundo funcionalismo
Conhecido como funcionalismo orgânico.
Alvar Aalto, arquiteto finlandês e Frank Lloyd Wright, arquiteto norte-americano.
- estilo mais humanizado
- a estrutura tem de “casar” com o ambiente.
As preocupações urbanísticas
As preocupações do funcionalismo estenderam-se até à cidade, que deveria
também ser repensada segundo critérios racionais.
Ocorreram debates sobre arquitetura e iniciou-se uma conferência que teve como
conclusões a Carta de Atenas, que consistia em que a cidade devia satisfazer 4 funções
principais:
- habitar;
- trabalhar;
- recrear o corpo e o espírito;
- circular.
A politização do desporto
Também o desporto serviu de propaganda. O atleta servia de modelo do homem
novo, vigoroso, disciplinado e combativo, que os estados totalitários se esforçaram para
criar.
Mas também nos regimes democráticos houve a politização do desporto. Os eventos
desportivos internacionais faziam nascer sentimentos fortemente nacionalistas.