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Enquadramento de massas
O enquadramento das massas constituiu um dos principais meios de afirmação
dos totalitarismos para uma obediência cega ao regime.
Por isso, os ideais fascistas eram desde cedo incutidos na população, desde crianças
até adultos, onde receberam uma educação para formar cidadãos submissos, fiéis
e servidores do partido e do Estado.
Na Itália, aos 4 anos, as crianças entravam nos “Filhos da Loba”. Dos 8 aos 14
pertenciam aos “Balilas”, aos 14 eram “Vanguardistas” e aos 18 entravam nas Juventudes
Fascistas.
Na Alemanha, pertenciam a organizações a partir dos 10 anos como as
“Juventudes Hitlerianas”.
Os pais que não colocassem os filhos nestas organizações eram considerados
opositores ao regime.
A propaganda
A propaganda era intensa, sistemática e servia para cativar a opinião pública,
realizavam-se também grandes paradas militares que mostravam a obediência, ordem e
disciplina e os discursos dos líderes incitavam ao orgulho nacional.
O regime usava também as mais modernas tecnologias da época para promover o
culto ao chefe e divulgar a sua imagem
Antissemitismo
Os judeus foram o principal alvo dos nazis, sendo considerados culpados pela derrota
da Alemanha na 1ª Guerra Mundial e pelas crises económicas que se seguiram. Por
isso, um dos grandes objetivos dos nazis era o seu extermínio.
Itália:
Na Itália, o fascismo adquiriu um modelo de organização socioeconómica, o
corporativismo, destinado a promover a colaboração entre as classes.
Existiam campanhas de incentivo à produção, em que os trabalhadores eram
incitados a trabalhar intensamente e realizaram-se batalhas de produção para
aumentar os níveis de produtividade.
As mais famosas foram:
- a “Batalha da Lira” que procurava a estabilização da moeda
- a “Batalha do Trigo" que aumentou a produção de cereais e diminuiu a
importações que estavam a agravar o défice comercial
- a “Batalha da Bonificação” que conseguiu a recuperação de terras e a construção
de grandes obras públicas.
Alemanha:
Na Alemanha, Hitler seguiu uma política económica semelhante, com o propósito de
tornar a Alemanha autossuficiente, sem necessitar dos empréstimos estrangeiros e
resolver o problema dos cerca de 6 milhões de desempregados.
Para isso:
- encetou uma política de lançamento de grandes obras públicas
(autoestradas, aeródromos, pontes, linhas férreas…) que permitiu diminuir o
desemprego
- desenvolveu os setores automóvel, aeronáutico, químico, siderúrgico e elétrico.
- apostou na indústria militar, contrariando as imposições do Tratado de Versalhes.
O Estalinismo
Estaline a partir de 1928, vai ser o lider incontestado da URSS, com dois grandes
objetivos:
-A construção irreversível da sociedade socialista;
-Transformação da URSS numa grande potência mundial.
As estratégias para atingir os objetivos serão:
-Coletivização e planificação da economia;
-Instauração de um Estado autoritário.
Estaline vai empreender uma rigorosa planificação da economia, dirigida pelo Estado
que:
-definia metas a atingir para determinados períodos (5 anos- os planos quinquenais);
-definia os investimentos a fazer e quais os setores da economia a privilegiar.
Planos Quinquenais:
A indústria foi o setor onde mais se fez sentir a planificação da economia.
Agricultura:
A coletivização dos campos avançou rapidamente
Foram criadas quintas coletivas- Kolkhozes, onde parte da produção era entregue ao
Estado,o restante era distribuido pelos camponeses em função da sua produtividade.
Este processo contou com a resistência de muitos camponeses levando-os a esconderem
as suas produções, fazendo Estaline tomar medidas mais violentas a quem não cumprisse
as metas definidas.
Os resultados da coletivização foram satisfatórios,permitindo á URSS aumentar os seus
níveis de produção, quer agricola,quer industrial tornando-se, a quando a 2ºGuerra Mundial,
a 3ª potência económica mundial.
O Estado Novo
O golpe militar de 28 de maio de 1926, não acabou com a instabilidade política, social e
económica do país. Politicamente impreparados e com acentuadas divergências, os
militares davam sinais de não cumprirem com a promessa de regenerar Portugal
e o défice financeiro não parava de aumentar.
Neste contexto, em 1928, António de Oliveira Salazar foi convidado para o cargo de
Ministro das Finanças onde implantou uma política de forte austeridade e controlo
da despesa pública. Gradualmente, aumentaram os impostos, para subir as receitas.
Desta forma, equilibrou-se o orçamento e eliminou-se o défice público.
Com este sucesso financeiro considerado um “milagre”, em 1932, Salazar foi nomeado
chefe do governo.
Era o início do Estado Novo, regime de forte cariz fascista.
O Estado Novo tinha como slogans “Estado forte” e “Tudo pela Nação, nada contra a
Nação” e Salazar repudiou o liberalismo, a democracia e o parlamentarismo e
proclamou o caráter autoritário, corporativo, conservador e nacionalista do Estado
Novo.
Ao proclamar estas ideologias, Salazar contou com o apoio daqueles que deixaram de
acreditar na ação da 1ª República como: os devotos católicos, os grandes proprietários
agrários, a média e pequena burguesias pauperizadas, os simpatizantes do ideário fascista
e os militares
Com o propósito de instaurar uma nova ordem política, Salazar criou um conjunto de
instituições que irão constituir os alicerces do novo regime:
- o Ato Colonial: aprovado em 1930, reafirmava a missão civilizadora de Portugal
nos territórios ultramarinos e a dependência das colónias face à metrópole;
- as bases da União Nacional (1930): viria a transformar-se no único partido
autorizado;
- o Estatuto do Trabalho Nacional (1933): inspirado na Carta do Trabalho italiana,
abriu caminho para a organização corporativista;
- o Secretariado de Propaganda Nacional
- A Constituição de 1933: fundamental para a instauração da ditadura do Estado
Novo.
Conservadorismo e Tradicionalismo
De entre os demais fascismos, o Estado Novo distinguiu-se pelo seu caráter
conservador e tradicionalista, adverso à vida urbana e industrial, Salazar fazia a
apologia do mundo rural. A imagem da sociedade portuguesa devia ser a família
rural, tradicional e conservadora (Deus, Pátria e Família). A mulher era reduzida a um
papel passivo, de dona de casa a cuidar dos filhos, sendo o homem o “ganha-pão” da
família.
Culto ao chefe
Tal como Itália, a consolidação do Estado Novo passou pelo culto ao chefe onde Salazar
era apresentado pela propaganda do regime como o “Salvador da Pátria”, o “Guia da
Nação”. A sua imagem estava presente em todos os lugares públicos, sendo venerado
pelas multidões.
Nacionalismo
O Estado Novo adotou também um nacionalismo exacerbado com a exaltação dos
valores nacionais, dos heróis do passado (época dos descobrimentos, formação da
nação…), da cultura nacional e do bem na Nação expresso no slogan “Tudo pela Nação,
Nada contra a Nação”. Estes valores eram transmitidos na escola, para formar
consciências identificadas com a tradição, obediência, o respeito pela autoridade, o
patriotismo…
Autoritarismo
À semelhança do fascismo italiano, o Estado Novo repudiava o parlamentarismo
pluripartidário.
O poder executivo era detido pelo Presidente da República. No entanto, a verdadeira
autoridade era exercida pelo chefe do governo (Presidente do Conselho), ou seja, um
presidencialismo bicéfalo, mas com clara supremacia do chefe do governo. Tinha
amplos poderes sobre todos os ministérios e podia legislar. As suas leis eram
submetidas à Assembleia Nacional, que era constituída por deputados afetos ao
regime e ao partido (União Nacional).
Corporativismo
Semelhante ao fascismo italiano, o Estado Novo dedicou-se à unidade da Nação e ao
fortalecimento do Estado ao organizar toda a vida económica e social do país em
corporações.
Os patrões estavam agrupados em grémios e os trabalhadores em sindicatos
nacionais, entendendo-se com o Estado a supervisionar.
Havia ainda as Casas do Povo (associações de patrões e trabalhadores rurais) e
as Casas dos Pescadores (pescadores e empresários ligados ao mar).
Enquadramento de Massas
O Estado Novo criou um conjunto de instituições e processos com o objetivo de
enquadrar as massas e obter a sua total adesão ao regime tais como:
- o Secretariado de Propaganda Nacional com o objetivo de divulgar o ideário do
regime e a padronização da cultura e das artes
- a Mocidade Portuguesa para formação ideológica da juventude e de inscrição
obrigatória
- a Legião Portuguesa, uma milícia armada mas que não praticava a repressão
- a FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho) para organizar os
tempos livres dos trabalhadores dentro das ideologias do Estado Novo
- a Obra das Mães para a Educação Nacional que visava a formação das futuras
mães e mulheres
A estabilidade financeira
Deu-se prioridade á estabilidade financeira como lançamento de novos impostos para
aumentar as receitas,como:
-imposto de salvação pública sobre os salarios e os rendimentos das profissões liberais
-imposto de salvação pública sobre funcionarios públicos
Para além disso, aumentou-se as taxas alfandegárias sobre as importações, que se
relacionou com uma redução das dependências externas.
A defesa da ruralidade
Salazar via na agricultura uma das atividades mais poderosas para alcançar a
autossuficiência,lançando um conjunto de medidas para fomentar o setor:
-Construção de barragens para irrigação de campos
-políticas de fixação da pop. no interior do país
-campanhas de florestação e fomento de culturas tipicamente
portuguesas(vinho,batata,arroz…)
-lançamento da Campanha do Trigo(1929-1937), foi a que teve mais impacto,permitindo a
autossuficiência do país.
O Estado protegia os proprietários,ficando com a produção e protegendo a produção
nacional dos produtos estrangeiros.
As obras públicas
Salazar também criou uma política de grandes obras públicas,para transmitir a imagem de
um país moderno e diminuir o desemprego com:
-edificação de pontes
-construção e reparação de estradas
-expansão das redes telegráfica e telefonica
-obras de alargamento de portos e a construção de aeroportos
-construção de barragens
O condicionamento industrial
Os primeiros anos do regime foram marcados por uma fraca aposta na indústria,isto
explica-se pela Política de condicionamento industrial(1931-1937),onde todas as iniciativas
⬇️
industriais deveriam enquadrar-se num modelo definido pelo Estado.
A política colonial
Durante o Estado Novo, as colonias desempenharam um papel duplo:
-Serviam para escoar os produtos nacionais e para fornecer matérias-primas a baixo
custo
-Fomentaram o orgulho nacionalista, constituindo um dos principais temas para a
propaganda.
O Ato colonial de 1930 esclareceu a dependência colonial de Portugal, afirmando a
civilização histórica portuguesa nos territórios coloniais e permitindo que as populações
nativas interagissem apenas com os portugueses.
Em 1946, Churchill afirmava que existia uma “cortina de ferro" para se referir à
divisão que existia na Europa entre países capitalistas e comunistas após a 2ª
Guerra Mundial
Em 1947, o presidente americano Harry Truman expôs a sua oposição para com
o avanço do comunismo e a necessidade de ajudar a Europa a reerguer-se
economicamente – a doutrina Truman. É neste contexto que se criou um plano de
ajuda económica à Europa – o Plano Marshall – que foi oferecido a todos os
países europeus, incluindo os comunistas.
A Guerra Fria
A Guerra Fria foi um período de tensão entre as duas maiores potências
mundiais: Estados Unidos e URSS.
Os dois países tinham dois modelos políticos, económicos e sociais diferentes: os
EUA seguiam um regime capitalista e a URSS seguia um regime comunista.
Tratou-se de uma Guerra Fria porque os dois países não recorreram
diretamente às armas.
No entanto:
- recorriam às acusações e ameaças
- intensificaram a corrida ao armamento (incluindo armas atómicas)
- desenvolveram ações de espionagem
- fizeram alianças estratégicas de caráter político-militar, (como a NATO
em 1949 por parte dos países capitalistas e o Pacto de Varsóvia em 1955,
por parte dos países comunistas) com outros países e
- intervieram em conflitos regionais (Guerra do Vietname, Guerra da Coreia,
Guerra do Afeganistão)