Este documento descreve os princípios ideológicos e as práticas dos regimes fascistas italiano e alemão no século XX. Ambos os regimes eram totalitários, antidemocráticos e antiliberais, defendendo um Estado forte e centralizado acima dos direitos individuais. Propagavam valores como o nacionalismo, o militarismo e o culto da violência, controlando estritamente a sociedade e perseguindo opositores.
Este documento descreve os princípios ideológicos e as práticas dos regimes fascistas italiano e alemão no século XX. Ambos os regimes eram totalitários, antidemocráticos e antiliberais, defendendo um Estado forte e centralizado acima dos direitos individuais. Propagavam valores como o nacionalismo, o militarismo e o culto da violência, controlando estritamente a sociedade e perseguindo opositores.
Este documento descreve os princípios ideológicos e as práticas dos regimes fascistas italiano e alemão no século XX. Ambos os regimes eram totalitários, antidemocráticos e antiliberais, defendendo um Estado forte e centralizado acima dos direitos individuais. Propagavam valores como o nacionalismo, o militarismo e o culto da violência, controlando estritamente a sociedade e perseguindo opositores.
Os fascismos, teoria e práticas: uma nova ordem nacionalista, antiliberal e
antissocialista
Os regimes totalitá rios, fascismo italiano e nazismo alemã o, partilham
princípios ideoló gicos. Inauguraram uma nova ordem política, social e econó mica que marcou a Europa entre os anos 30 e 40. Ambos os regimes eram totalitá rios, antidemocrá ticos, antiparlamentares e antiliberais. O fascismo era uma doutrina antiliberal e antidemocrá tica, defendia que o liberalismo, as liberdades individuais, a divisã o do poder, o parlamentarismo e o pluripartidarismo eram as causas do enfraquecimento do poder político e geradores de instabilidade. As democracias eram responsabilizadas pela incapacidade de resolver os problemas econó micos do pó s-guerra. Os fascismos defendiam a instauraçã o de um Estado forte e centralizado, cuja autoridade prevalecia sobre os direitos e liberdades individuais. O Estado forte devia ser liderado por um chefe, um homem providencial que concentrava nas suas mã os todo o poder e que reunia o poder legislativo e executivo, na Itá lia, Mussolini (Duce) e na Alemanha, Hitler (Führer). O chefe devia ser seguido de forma cega e obediente. O individuo submetia-se aos interesses dos Estado e da Naçã o, conforme dizia o lema de Mussolini “Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado”, este lema colocava o Estado acima de todo o individuo. Elites e enquadramento das massas Segundo Alfred Rosenberg (1893-1946), teó rico nacional-socialismo, “uma alma não é igual a outra alma e uma pessoa não é igual a outra”, e por isso, os movimentos fascistas totalitá rios aceitavam a desigualdade social. Os elementos que compunham a elite (militares, filiados no partido e membros das milícias) nã o eram eleitos pelo povo, mas afirmavam-se como os eleitos, aqueles que se impunham na sociedade. A necessidade de construçã o de uma “alma coletiva” levou á criaçã o de meios e de instituiçõ es de enquadramento das massas, destinadas a veicular os princípios ideoló gicos fascistas. Desde a sua ingenuidade, o individuo encontrava nas organizaçõ es paramilitares fascistas de juventude um papel e um lugar a desempenhar em prol do Estado. Incutiram os princípios fascistas e valores do regime, para serem obedientemente seguidos. Na Itá lia as crianças entre os 4 e 8 anos faziam parte dos Filhos da Loba, entre os 8 e 14 anos integravam os Balillas, dos 14 até aos 18 anos frequentavam os Vanguardistas, depois dos 18 anos juntavam-se á Juventude Fascista. Na Alemanha, a Juventude Alemã ( Deutsches Junggvolk) integrava as crianças a partir dos 10 anos. A partir dos 14 anos até aos 18 anos os jovens passavam a fazer parte da Juventude Hitleriana, já as raparigas frequentavam a Liga das Jovens Alemãs. Enquanto os rapazes praticavam desporto e eram iniciados nos valores da guerra e da violência, as raparigas aprendiam a cuidar do lar e da maternidade. O novo individuo guiava-se pela devoçã o e culto ao chefe, pela defesa do Estado e pelos valores da guerra e do desporto. A doutrinaçã o também continuava nos adultos por intermédio de vá rias organizaçõ es: a filiaçã o no partido ú nico e a integraçã o dos sindicatos autorizados (as corporaçõ es, na Itá lia, e a Frente do Trabalho Nacional- Socialista, na Alemanha), constituíam meios de controlo de sociedade. A participaçã o em organizaçõ es recreativas, como a Dopolavoro, em Itá lia, e a Kraft durch Freude, na Alemanha, constituíam veículos de transmissã o dos princípios fascistas. Estas organizavam os tempos livres mediante a promoçã o de atividades culturais de lazer, como excursõ es e viagens. A difusã o dos princípios fascistas foi garantida por uma má quina de propaganda. Em grandes eventos, como manifestaçõ es, desfiles e em momentos comemorativos, os discursos políticos eram grandemente elevados com recurso à orató ria exaltada e ensaiada, e à encenaçã o grandiosa, com vista a galvanizar as massas. Os estandartes, os uniformes e os símbolos criavam um ambiente de grandiosidade e obediência, juntamente com as paradas militares para demonstrar poder e a força do regime e da naçã o. Com Mussolini e Hitler a par da propaganda, a arte foi promovida como veículo de divulgaçã o dos valores dos movimentos fascistas totalitá rios e a cultura foi submetida aos princípios ideoló gicos. O cinema e a rá dio também foram utilizados para promover os fascismos. A censura serviu para reforçar os valores do regime e impedir qualquer forma de discordâ ncia. O culto da força e da violência Hannah Arendt (1906-1975) afirmou “nos países totalitários, a propaganda e o terror parecem ser duas faces da mesma moeda". Os movimentos fascistas tiveram uma grande sucessã o no poder devido à organizaçã o de um sistema fortemente violento e repressivo que denunciava, perseguia, prendia e torturava todos aqueles que se opunham e contestavam à s diretrizes do líder e do partido. Os paramilitares desempenhavam um papel fundamental na promoçã o da obediência e no controlo da sociedade. Na Itá lia, a prá tica violenta de aniquilaçã o dos opositores cabia aos esquadristas (camisas negras- milícia armada) e à OVRA (organização de vigilância e de repressão antifascista- Polícia política). Na Alemanha nazi, o Estado policial era garantido pela açã o das milícias das SA (secções de assalto), das SS (secções de segurança) e das Gestapo (polícia política). As organizaçõ es paramilitares e as polícia secreta espalharam o terror entre todos aqueles que eram considerados perigosos ou adversá rios do regime, enviados para campos de concentraçã o controlados, a partir de 1941, pelas SS. O culto da força, da violência e da juventude tornou-se prá tica corrente nos regimes fascistas. A razã o e a felicidade individual foram substituídas pela exaltaçã o da guerra e do sacrifício. Para além de uma nova ordem política , procuravam criar um novo homem formado nos valores do fascismo. O militarismo tornou-se numa vertente do fascismo, com vista a preparar o povo e a naçã o para a guerra. A negação dos direitos humanos e o racismo Os regimes fascistas negaram os direitos e a liberdade do indivíduo que sobrepuseram o interesse da naçã o e da raça. A ideologia nazi assumiu como princípio ideoló gico o racismo, defendeu a raça ariana. Com vista a purificar a raça ariana, o nazismo serviu-se de meios e prá ticas repressivas: a eliminaçã o dos alemã es considerados impuros ou degenerados; a promoçã o de casamentos e natalidade entre arianos, como forma de seleçã o e de melhoramento genético; a adoçã o da prá tica da eugenia; a perseguiçã o, marginalizaçã o e extermínio daqueles que eram considerados fracos e degenerados, ciganos e eslavos; aqueles que, por motivos políticos eram indesejá veis. O racismo nazi assumiu contornos mais violentos contra os judeus. O antissemitismo propagou-se desde cedo na Alemanha hitleriana. Antes de tomar o poder, Hitler na sua obra Mein Kampf (1925- 1926) afirmou: "os judeus foram os grandes agitadores para a completa destruição da Alemanha, e quando o povo alemão estivesse livre dos judeus toda a humanidade estaria liberta dessa ameaça". A culpa foi atribuída aos judeus. As medidas repressivas e marginalizaçã o dos judeus foram consagradas a partir de 1933. Em 1935, as Leis de Nuremberga legitimaram a perseguiçã o aos judeus e proibiram qualquer tipo de ligaçã o entre alemã es e judeus. A cidadania alemã foi lhes retirada. Em 1938, assistiu-se a uma virada na política de discriminaçã o antissemita que se tornou agressiva, visível em diversos acontecimentos e medidas, que levaram ao extremo do racismo nazi. A 9 de novembro de 1938, a Noite de Cristal, vá rios estabelecimentos de judeus foram destruídos e os seus bens foram confiscados. Muitos judeus foram mortos e cerca de 30 000 foram enviados para campos de concentraçã o. Iniciou-se a separaçã o e isolamento dos judeus através de medidas de segregaçã o racial: foram encerrados em guetos e obrigados a usar uma estrela amarela de cinco pontas como forma de identificaçã o. A partir de 1942 foi adotada a “soluçã o final para o problema judaico”, os judeus foram deportados para campos de extermínio onde ocorreu o genocídio de 1 milhõ es de pessoas, mortas em câ maras de gá s. Este extermínio ficou conhecido como o holocausto. A autarcia como modelo económico As dificuldades econó micas da década de 20, contribuiu para que os fascismos se assumissem ideologicamente como anticapitalistas. Na sua prá tica, adotaram formas de organizaçã o que tinha em vista a recuperaçã o de economia e a promoçã o da autarcia da naçã o, de forma a reduzir a dependência face ao estrangeiro, e a proteger a economia nacional das crises capitalistas. Os Estados fascistas exerciam um controlo ou dirigismo sobre a economia. Deste modo, o fascismo italiano adotou o corporativismo como modelo econó mico e social, regulamentado na Carta de Trabalho de 1927. Tanto na Itá lia como na Alemanha, a iniciativa privada foi mantida, mas colocada ao serviço dos interesses e das linhas orientadoras do Estado. A fim de dominar os efeitos das crises, o Estado intervinha na economia como forma de garantir o interesse geral. Em Itá lia, o dirigismo econó mico levou Mussolini a incumbir os organismos estatais da dinamizaçã o da atividade econó mica através de vá rias medidas: estimulou o consumo de produtos italianos; promoveu, a partir de 1925, a “batalha do trigo”, a “batalha da lira” e a “batalha da bonificação”; fixou preços e salá rios; desenvolveu uma campanha de modernizaçã o das infraestruturas de transporte e de comunicaçã o; implementou um vasto programa de obras pú blicas, que contribuiu para diminuir o desemprego e relançar a economia. Na Alemanha, entre 1933 e 1936, foram tomadas uma série de medidas para relançar a economia e selecionar os problemas que assolavam o país. O desemprego, a paralisaçã o industrial, a falta de produçã o e a dependência econó mica face ao estrangeiro eram fatores que mantinham a Alemanha na crise. Relançaram e apoiaram as indú strias alemã s, recorrendo á concentraçã o industrial; desenvolveram novos fatores, nomeadamente do automó vel e da aviaçã o; criaram um programa de rearmamento; lançaram obras pú blicas grandiosas; incentivaram a produçã o agrícola para garantir autossuficiência de produtos alimentares e de matérias-primas.
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