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Funções da Linguagem
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função
fática, função conativa e função metalinguística.

Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação:


emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos
atos comunicativos.

Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num
mesmo texto.

Função Referencial ou Denotativa


Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal
informar, referenciar algo.

Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular
ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.

Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos


jornalísticos e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito
de algo, sem envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.

Exemplo de uma notícia


Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua
história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o
Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.

Função Emotiva ou Expressiva


Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.

Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui
um caráter pessoal.

Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são
marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.

Exemplo de e-mail da mãe para os filhos


Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe
chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em
uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero
encontrar essa casa em ordem, combinado?!?

Função Poética
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A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do
sentido conotativo das palavras.

Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por
meio da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o
principal elemento comunicativo é a mensagem.

Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a
função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de
metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).

Exemplo de uma história sobre a avó


Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de
tudo e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.

Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o
mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no
canal de comunicação.

Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento,
saudações, discursos ao telefone, etc.

Exemplo de uma conversa telefônica

— Consultório do Dr. João, bom dia!

— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.

— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua
preferência?

— Dia 8 está ótimo.

Função Conativa ou Apelativa


Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva
que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.

Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, de modo a
influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.

Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de
verbos no imperativo e o uso do vocativo.

Exemplos

Vote em mim!

Entre. Não vai se arrepender!

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É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que
se refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.

Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala
sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.

Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os


dicionários.

Exemplo
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a
função metalinguística.

Funções da Linguagem e Comunicação


Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os
elementos da comunicação:

Exercícios
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Leia os textos que se seguem e classifique as funções de linguagem.

A) E nunca mais chega o dia 18 de setembro… Estou em pulgas! É a primeira vez que vou entrar
na cidade do Rock!!

RESPOSTA:____________________________________________________________________

B) "Há menos de um mês para a realização de mais um Rock in Rio, a organização do super-
festival carioca divulgou uma lista de itens considerados proibidos - e que serão bloqueados na
revista realizada por seguranças em cada pessoa que quiser entrar na Cidade do Rock." (26 de
Agosto de 2015, in Estadão)

RESPOSTA:____________________________________________________________________

C) Rock in Rio 2013. Eu vou.

RESPOSTA:____________________________________________________________________

Figuras de Linguagem
Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos
usados para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita.

Dependendo da sua função, elas são classificadas em:

 Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras.


Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.
 Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos.
Exemplos: hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo,
gradação e apóstrofe.
 Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase.
Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo,
silepse e anáfora.
 Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos:
aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.

Figuras de Palavras
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo
comparativo fica subentendido na frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

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U
so da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto inefável"

Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados
conectivos de comparação (como, assim, tal qual).

Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o motor do carro"

Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado"


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Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de
uma palavra por não existir outra mais específica.
Exemplo: Embarcou há pouco no avião.
Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas
como não há um termo específico para o avião,
embarcar é o utilizado.

O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter


outra mais específica

Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.

Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada.
A frieza está associada ao tato e não à visão.

Na tirinha, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia

Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por
outra que a identifique.

Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido
do leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

Na charge acima, a "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo"

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Figuras de Pensamento
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão.
Exemplo: Quase morri de estudar.

A expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole

Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Exemplo: Entregou a alma a Deus.
Acima, a frase informa a morte de alguém.

Na charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o discurso

Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo,
bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más, também não são
boas.

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No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria aperfeiçoar essa técnica"

Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa e utilizou o termo "inteligente" de
maneira irônica

Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos aos seres
irracionais.
Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma que o espelho está olhando ele.
Assim, utilizou-se uma caraterística dos seres vivos (olhar) em um ser inanimado (o espelho).

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Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo; mal, bem; paz e guerra

Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal
como no caso da antítese).

Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom.


Como é possível alguém estar cego e ver?

Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que explicam a "certeza": relativa e
absoluta

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Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou
decrescente (anticlímax).

Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo.

No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.

Na tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia

Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de exclamação e interrogação: "Ai meu Deus!!!
Ele vai me matar" O que faço!? É o fim!"

Figuras de Sintaxe
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Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplo: Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)

Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer sanduíches entre as
refeições..."

Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)

A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um descongestionante nasal para o meu
nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!"

Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.
Exemplo: São como uns anjos os
seus alunos. (Os seus alunos são
como uns anjos.)

A ordem direta do nosso hino é "Das


margens plácidas do Ipiranga ouviram um
brado retumbante de um povo heroico"

Polissíndeto

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O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.


Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

Uso do polissíndeto pela repetição do conectivo "se for"

Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos,
sendo o contrário do polissíndeto.
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas;
não murmuram os rios.

Anacoluto
o anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando zonzo.)

Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

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No tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa "para fora"

Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito. Ela é
classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
 Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada
cidade de São Paulo.)
 A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria
dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
 Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós,
em vez de eles: Todos terminaram os exercícios.)

Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o
mundo nas mãos"

Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.

Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu
estarei aqui sempre para você.

Uso da anáfora pela repetição do termo "falta"

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Figuras de Som
Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.
Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Uso da aliteração em "O rato roeu a roupa do rei de Roma"

Paronomásia

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Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.


Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a
cavalo, cavalheiro = homem gentil)

Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama" e "grana"

Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplo: "O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando
Pessoa)

Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa", "salga", "amassa"

Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e "Buááá...; Buááá...". O primeiro
expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do cebolinha

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Resumo das Figuras de Linguagem


Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada
um dos seus tipos.

Exercícios
1. No sintagma: “Uma palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:
a) sinestesia
b) eufemismo
c) onomatopeia
d) antonomásia
e) catacrese

2.
"A novidade veio dar à praia
na qualidade rara de sereia
metade um busto de uma deusa maia
metade um grande rabo de baleia
a novidade era o máximo
do paradoxo estendido na areia
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alguns a desejar seus beijos de deusa


outros a desejar seu rabo pra ceia
oh, mundo tão desigual
tudo tão desigual
de um lado este carnaval
do outro a fome total
e a novidade que seria um sonho
milagre risonho da sereia
virava um pesadelo tão medonho
ali naquela praia, ali na areia
a novidade era a guerra
entre o feliz poeta e o esfomeado
estraçalhando uma sereia bonita
despedaçando o sonho pra cada lado”
(Gilberto Gil – A Novidade)

Gilberto Gil em seu poema usa um procedimento de construção textual que consiste em agrupar
ideias de sentidos contrários ou contraditórios numa mesma unidade de significação.

A figura de linguagem acima caracterizada é:

a) metonímia
b) paradoxo
c) hipérbole
d) sinestesia
e) sinédoque

Aposto e Vocativo
Aposto
O aposto é o nome que se dá ao termo que exemplifica ou especifica melhor outro de valor
substantivo ou pronominal, já mencionado anteriormente na oração.
Geralmente, a pausa entre um termo e outro vem separado dos demais termos da oração por
vírgula, dois pontos, parênteses ou travessão.

Exemplos:
 Maria, irmã de Bernadete, vendeu todos seus bordados.
 Gosto de tudo o que servem no restaurante: os peixes, as carnes e as sobremesas.
 A Semana Santa de Sevilla (maior festa religiosa da Europa) é um dos eventos mais
procurados pelos turistas na época das celebrações pascais.
 Chico Buarque — um dos maiores compositores da música brasileira — lançou outra
obra literária.

Tipos de aposto
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Segundo a intenção do discurso o aposto pode ser classificado em:

1. Explicativo
Oferece uma explicação sobre o termo anterior:

A geografia, estudo da terra, é uma disciplina fundamental do currículo escolar.


Júlia, dos Recursos Humanos, pediu para você preencher essas fichas.

2. Distributivo
Retoma as explicações sobre os termos, contudo, de maneira separada na oração:

Vitória e Luís foram os vencedores, aquela na corrida e este no atletismo.


Adoro João e Maria, um exemplo de calma e a outra, de agitação.

3. Enumerativo
Enumera as explicações sobre o termo, sendo separado por vírgulas:

Na bolsa levava o que precisava: roupas, biquínis e toalhas.


O programa de hoje é: praia, pizza e cinema.

4. Comparativo
Compara o termo da oração:

A garota, que parecia desacordada, foi levada para o hospital.


Do doce, manjar dos deuses, não tinha sobrado nada.

5. Resumidor ou recapitulativo
Resume os termos anteriores do enunciado:

Saúde, educação e acesso à cultura, tudo isso são prioridades para a melhoria de um país.


Paz e sossego, esses são os meus desejos para as férias.

6. Especificativo
Especifica um termo da oração:

A aluna Joana continua se nos surpreender.


A avenida Paulista é lindíssima.

7. Aposto de oração
Consiste numa oração que depende da outra em termos sintáticos:

Os bolos ficaram lindos e saborosos, fruto da sua técnica e dedicação.


As coisas correram mal, desfecho inevitável.

Vocativo
O vocativo é um termo que indica o “chamamento”, “invocação”, “interpelação” de uma pessoa
(interlocutor) real ou fictícia.
Geralmente, ele é isolado por vírgulas quando a pausa for curta, ou com o ponto de exclamação,
interrogação ou reticências, quando for uma pausa longa.

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Embora esteja incluso nos termos acessórios da oração, para muitos gramáticos ele não se
classifica nessa categoria. Isso porque, para estes estudiosos, o vocativo não estabelece relação
sintática com os outros termos como acontece com o aposto e os adjuntos adverbial e adnominal.

Formação do vocativo
O vocativo pode ser formado por:

 Substantivo, por exemplo: Laís, faça o trabalho de casa.


 Adjuntos adnominais, por exemplo: Força, meu amor, nós conseguiremos.
 Pronome pessoal do caso reto, por exemplo: Atenção, você, diminua a velocidade.

Exemplos de vocativos
O vocativo pode aparecer de diversas maneiras nas orações. Ele pode surgir no final ou início da
frase, acompanhar interjeições, surgir entre o nome ou o verbo e o complemento, e ainda, após
ou antes a verbo no imperativo.

Segue abaixo alguns exemplos:

 Professora, queremos saber as notas. (início da frase)


 Não diga dessa forma, Manuela! (final da frase)
 Oh, meu amor, isso não se faz. (acompanha interjeições)
 Veja, meu querido, que lindo lugar. (após o verbo no imperativo)
 Nesse momento, Luiz Paulo, deixe a luz acesa. (antes do verbo no imperativo)
 Tivemos azar, amiga, de ninguém nos encontrar. (nome e complemento)
 Amanhã será, Dona Elisa, dia da festa (verbo e complemento)

Aposto e Vocativo
Muito comum haver confusão entre o aposto e o vocativo. Porém, enquanto o aposto explica um
termo anterior dito no enunciado, o vocativo, é um chamamento, uma invocação ou pode
caracterizar uma pessoa que chama pela outra no enunciado.

Além disso, o vocativo corresponde a um termo que não possui relação sintática com outro termo
da oração de forma que não faz parte nem do sujeito e nem do predicado. Enquanto isso, o
aposto mantém relação sintática com outros termos da oração.

Exemplos:
Moisés, venha jantar! (Vocativo)
Moisés, o profeta religioso, é considerado o grande libertador dos judeus. (Aposto)

Exercícios
1. "Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição da família, célula da
sociedade." O trecho destacado é:

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a) complemento nominal
b) vocativo
c) agente da passiva
d) objeto direto
e) aposto

2. Dê a função sintática do termo em destaque em: "Uniu-se à melhor das noivas, a Igreja, e
oxalá vocês se amem tanto."

a) aposto
b) adjunto adnominal
c) adjunto adverbial
d) pleonasmo
e) vocativo

3. Na oração "José de Alencar, romancista brasileiro, nasceu no Ceará", o termo destacado


exerce a função sintática de:

a) aposto
b) vocativo
c) predicativo do objeto
d) complemento nominal
e) n.d.a

As classes de palavras ou classes


gramaticais
As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, adjetivo, pronome,
artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

1. Substantivo
Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenômenos, lugares,
qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.

Exemplos de frases com substantivo:

 A Ana é super inteligente.


 O Brasil é lindo.
 A tua beleza me encanta.

Há vários tipos de substantivos: comum, próprio, concreto, abstrato, coletivo.

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2. Verbo
Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais como: sairemos,
corro, chovendo.

Exemplos de frases com verbo:

 Sairemos esta noite?
 Corro todos os dias.
 Chovendo, eu não vou.

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e abundantes.

3. Adjetivo
Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais como: feliz,
superinteressante, amável.

Exemplos de frases com adjetivo:

 A criança ficou feliz.
 O artigo ficou superinteressante.
 Sempre foi amável comigo.

4. Pronome
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das
pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.

Exemplos de frases com pronome:

 Eu aposto como ele vem.


 Contigo vou até a Lua.
 Aquele tipo não me sai da cabeça.

Há vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e


interrogativos.

5. Artigo
Artigo é a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.

Exemplos de frases com artigo:

 O menino saiu.
 As meninas saíram,
 Uns constroem, outros destroem.
 Uma chance é o que preciso.

Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos.

6. Numeral
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Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais como: um, primeiro,
dezenas.

Exemplos de frases com numeral:

 Um pastel, por favor!


 Primeiro as damas.
 Dezenas de pessoas estiveram presentes.

Os numerais são classificados em: cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários e coletivos.

7. Preposição
Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após, para.

Exemplos de frases com preposição:

 Entreguei a carta a ele.
 As portas abrem após as 18h.
 Isto é para você.

As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições acidentais.

8. Conjunção
Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor gramatical, tais
como: mas, portanto, conforme.

Exemplos de frases com conjunção:

 Vou, mas não volto.
 Portanto, não sei o que fazer.
 Dançar conforme a dança.

As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, alternativas,


conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, finais e proporcionais).

9. Interjeição
Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!, Viva! Psiu!.

Exemplos de frases com interjeição:

 Olá! Sou a Maria.
 Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.
 Psiu! Não faça barulho aqui.

10. Advérbio
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo
circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como: melhor, demais, ali.

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Exemplos de frases com advérbio:

 O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro.


 Não acha que trouxe folhas demais?
 O restaurante é ali.

Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação e
dúvida.

O que é classe gramatical?


É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na língua portuguesa. Elas
podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte forma:

 Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: substantivo, verbo,


adjetivo, pronome, artigo e numeral.
 Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

Exercício de classes gramaticais


Indique a que classe de palavras pertencem as palavras em negrito.

a) As meninas são tão corajosas quanto os meninos.

b) Coragem!

c) Falta a coragem…

d) Com seus trinta anos já era para ter juízo.

e) Há uns anos não sabia o que fazer da vida.

f) Fazer o bem sem olhar a quem.

g) Os trabalhos ficaram muito bem feitos.

h) Fui bem na prova.
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i) Ainda bem!

j) Fiz o dobro do trabalho e não adiantou.

k) Aqueles são os meus clientes.

l) Perante seu discurso senti-me motivado.

m) Estou motivado porque o palestrante transmitiu motivação.

Frase, Oração e Período


Embora muitas pessoas usem os termos frase, oração e período como sinônimos, eles
apresentam conceitos distintos:

 Frase: enunciado linguístico que possui um sentido completo.


 Oração: enunciado que contém um verbo ou locução verbal e que pode não apresentar
um sentido completo.
 Período: enunciado que contém uma ou mais orações de sentido completo.

O que é frase?
Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido completo e termina com uma pausa
pontuada.

Não é necessário haver verbo para a formação de uma frase quando o que foi enunciado tem
sentido completo.

Exemplos de frases:
 Silêncio!

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 E agora, José?
 Choveu.
 Não sei o que dizer ...

As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de
pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos soltos.

Tipos de frases
1. Frases declarativas: o emissor da mensagem constata algum fato de maneira afirmativa ou
negativa. Exemplos: O curso termina esse ano (afirmativa); O curso não termina esse ano negativa).
2. Frases interrogativas: o emissor da mensagem interroga sobre algo direta ou indiretamente.
Exemplos: — Você quer comer? (pergunta direta); Gostaria de saber se você quer comer (pergunta
indireta).
3. Frases exclamativas: o emissor da mensagem manifesta emoção, surpresa. Exemplos: Que
lindo!; Puxa vida!
4. Frases imperativas: o emissor da mensagem emite uma ordem, conselho ou pedido, seja de
maneira afirmativa ou negativa. Exemplos: Faça o almoço (afirmativa); Não faça o almoço (negativa).
5. Frases optativas: o emissor da mensagem expressa o desejo sobre algo. Exemplo: Que Deus te
acompanhe!; Muitas felicidades nessa nova fase.

O que é oração?
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Elas
podem ou não ter sentido completo.

Exemplos de oração:
 Acabamos, finalmente!
 Levaram tudo.
 É provável.
 Estamos indo ...

Tipos de oração
Dependendo da relação sintática estabelecida, as orações são classificadas de duas maneiras:

1. Orações coordenadas: são orações independentes onde não existe relação sintática
entre elas e, por isso, possuem um sentido completo. Exemplo: Fomos para o Congresso e
apresentamos o artigo. (Oração 1: Fomos ao Congresso; Oração 2: apresentamos o artigo.)

2. Orações subordinadas: são orações dependentes onde uma está subordinada à outra e,
por isso, sozinhas não possuem um sentido completo. Exemplo: É possível que Juliana não faça
a prova. (Oração 1: É possível; Oração 2: que Juliana não faça a prova.).

Os termos essenciais da oração


As orações são estruturadas em torno de um sujeito e de um predicado que, por isso, são
chamados de termos essenciais da oração.

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O sujeito é o elemento da oração sobre o qual se declara algo, enquanto predicado é a


declaração feita sobre o sujeito.

Exemplo: Os alunos homenagearam o professor.

Sujeito: Os alunos
Predicado: homenagearam o professor.
Há outros termos que completam o sentido de outros (termos integrantes da oração) e termos
presentes na oração que poderiam ser retirados da mesma sem que o seu sentido fosse afetado
(termos acessórios da oração).

O que é período?
Período é frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou composto.

Tipos de período
1. Período Simples
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único verbo ou
de uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração absoluta.

Exemplos de período simples:

 Estamos felizes com os resultados.


 Faltam apenas alguns dias.
 Talvez eu vá.

2. Período Composto
O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de orações é
sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais.

Exemplos de período composto:

 Faça como eu pedi.
 Não sei se tenho coragem.
 Começou a gritar enquanto ele ia passando.

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