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Funções da Linguagem

Monalisa Soares
3º Ano
Argentino Madeira
O que é mesmo
comunicação?

Processo através do qual a mensagem elaborada,


seja falada, escrita, pintada ou desenhada por um
emissor chega ao receptor. Para a comunicação se
efetivar é necessário que ambos – emissor e
receptor – se compreendam.
Elementos da comunicação

1- Referente (contexto) – relacionado ao emissor e receptor;

2- Emissor (destinador) – que emite, codifica a mensagem;

3- Receptor (destinatário) – que recebe, descodifica a mensagem;

4- Canal (contato) – por meio do qual circula a mensagem;

5- Mensagem – forma do conteúdo transmitido pelo emissor;

6- Código – conjunto de signos usados na transmissão e recepção da


mensagem.
Segundo o estudioso Roman Jakobson as funções da linguagem estariam
distribuídas com os elementos da comunicação da seguinte forma:

CONTEXTO

Função referencial

DESTINATÁRIO
MENSAGEM DESTINATÁRIO
Função
emotiva Função poética Função
apelativa

CONTATO

Função
fática

CÓDIGO

Função
metalinguística
Funções da linguagem

Assim é que o emissor ao transmitir uma mensagem, sempre tem um


objetivo: informar algo, demonstrar seus sentimentos ou convencer
alguém a fazer algo, entre outros: consequentemente, como vimos, a
linguagem passa a ter uma das funções abaixo:

1- Função referencial (ou denotativa);

2- Função emotiva (ou expressiva);

3- Função apelativa (ou conativa, ou injuntiva);

4- Função fática;

5- Função poética;

6- Função metalinguística.
Durante a nossa comunicação...
Como vimos, ao escrever ou falar, o autor tem
intenções, ou seja, objetivos com a sua
mensagem com relação ao receptor, por isso
ele usa recursos que dão ênfase à intenção
que deseja transmitir para que sua mensagem
seja compreendida ou para reforçar algum
elemento linguístico para a composição –
esses recursos são chamados funções da
linguagem.
Observe a figura ao lado, ela mostra mais ou
menos o que se passa nas nossas mentes no
momento em que nos comunicamos... São
várias intenções intercruzando nossa fala.
Também são elas que nos organiza no mundo
em que vivemos.

Imagem disponível em http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/sugestao-aula-sobre-funcoes-linguage


m.htm
. Acesso em 20-07-2015)
1- FUNÇÃO REFERENCIAL (ou
denotativa)

Centralizada no referente (de que se fala) do texto. O produtor do texto


procura oferecer informações factuais. A linguagem é objetiva, direta,
denotativa e escrita n 3ª pessoa do singular. É a linguagem usada nas
notícias de jornal e nos livros científicos.

Na imagem acima, podemos perceber a realização da leitura de um


jornal, nesse caso, com a intenção de é obter informações sobre algo.
2- FUNÇÃO EMOTIVA (ou
expressiva)

Centralizada no produtor do texto, revela sua opinião, sua emoção. Em


geral, predomina a 1ª pessoa do singular. É a linguagem das biografias,
poesias líricas e cartas de amor, diários e resenhas críticas.

Na imagem acima, podemos perceber na fala do jovem a intenção de dar


sua opinião a respeito dele mesmo, além de demonstrar sua emoção por
ter sido aprovado.
3- FUNÇÃO APELATIVA (ou conativa, ou
injuntiva)

Centraliza-se no receptor. O produtor do texto procura influenciar o


comportamento do interlocutor. Dessa forma, é comum o uso do
pronome “você”, além dos vocativos e do imperativo. É usada nos
sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.

Na imagem acima, podemos perceber a intenção de influenciar o


consumidor a adquirir o “serenata de amor”, devido ao apelo por meio do
verbo no modo imperativo (“Morde aqui”).
4- FUNÇÃO FÁTICA

Centralizada no canal, tem como objetivo estabelecer e encerrar o


contato, além de prolongá-lo – ou não – e testar sua eficiência,
inclusive durante a interlocução (conversa). Exemplo: linguagem das
conversas telefônicas, saudações e similares.

Podemos observar que o personagem Calvin ao falar “oi”, confirma


o contato e o prolonga nas falas dos dois últimos quadrinhos.
5- FUNÇÃO
POÉTICA

Centra-se na construção da mensagem propriamente dita, utilizando


recursos imaginativos, linguagem conotativa, figuras de linguagem.
Valorizam-se as palavras e suas combinações. É a linguagem apresentada
em obras literárias, letras de música ou mesmo em algumas propagandas.

Podemos observar que a linguagem é usada de modo especial,


criativo, poético. Em si, não é o comprimido que se pretende
colocar em evidência, mas sim a sua marca (doril).
6- FUNÇÃO METALINGUÍSTICA

estética s.f. 1. parte da filosofia que trata das


leis e princípios do belo. 2. Caráter estético;
beleza, 3. (fig.) Plástica; beleza física.

(LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 1996, p. 27

Centralizada no código, usa a linguagem para falar dela mesma. A poesia


que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta
outro texto. Os dicionários, por exemplo, são repositórios de
metalinguagem. Um texto publicitário muitas vezes recorre à função
metalinguística.
Podemos observar que na definição acima que se usa o código –
língua portuguesa – para se falar do próprio código, ou seja, definir
uma palavra na língua portuguesa.
ATENÇÃO

Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da


linguagem. O importante é saber qual a função
predominante no texto, para então defini-lo. Nos textos
informativos, por exemplo, predomina a função
referencial.
Resumindo tudo, teremos...

CONTEXTO
(referencial)

EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR


(emotiva) (poética) (conativa)

CANAL
(fática)

CÓDIGO
(metalinguística)
Chegou a hora de exercitar...
(D06 ) 1- Vamos ler as frases abaixo e identificar a alternativa em que a

função apelativa da linguagem é a que prevalece:

a) Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim… sem fim…

b) “Não discuto com o destino o que pintar eu assino.”

c) Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros.

d) Conheça você também a obra desse grande mestre.

e) Semântica é o estudo da significação das palavras.


O BicO Bicho
“Vi ontem um bicho (D08) 2- No poema ao lado, o
Na imundície do pátio
autor expressa indignação
Catando comida entre os detritos.
diante do que observa. Em qual
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava: verso podemos identificar tal
Engolia com voracidade.
indignação? E como podemos
O bicho não era um cão,
explicá-la diante do contexto a
Não era um gato,
Não era um rato. que o texto se refere?
O bicho, meu Deus, era um homem”.
(Manuel Bandeira)
3- Observe o texto abaixo e responda a questão proposta:

"Catar feijão se limita com escrever


Joga-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na folha de papel;
E depois, joga-se fora o que boiar".
(João Cabral de melo Neto)

(D09) Qual é o tema central do texto acima e qual a


função da linguagem nele predominante?
4- Leia os textos 01 e o texto 02 e responda:
Texto 01: Quadrilha Texto 02: Significado de Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim s.f Aglomerado de pessoas que se juntam
que amava Lili para assaltar ou fazer mal (a algo ou
que não amava ninguém. alguém); bando de ladrões e/ou
João foi para os Estados Unidos, Teresa assaltantes; corja.
para o convento, Dança. Tipo de dança em que os pares
Raimundo morreu de desastre, Maria executam passos ensaiados, sendo muito
ficou para tia, comum em festas juninas.
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Música. O tipo de música que é tocada
Pinto Fernandes durante essa dança.
(Texto disponível em http://www.dicio.com.br/quadrilha/. Acesso em 21-
que não tinha entrado na história 07-2015)

(Carlos Drummond de Andrade)


Compare os textos 01 e 02 e observe a palavra “Quadrilha”.

a) (D14) Em qual dos dois textos o termo acima é tratado com outro
sentido, diferente do habitual? Por quê?

b) (D07) No texto 01 percebemos que há um dos personagens que


teve mais sorte no amor. Aponte-o e justifique sua resposta.

c) Com o objetivo de convencer os colegas da sua sala a dançar uma


quadrilha, produza um pequeno texto (convite) no qual além de
fazer o convite, também dar bons motivos para eles
participarem. (Atenção: depois de pronto leia em voz alta para
seus colegas)
5- Descubra, nos textos a seguir, as funções de linguagem:
a) “O homem letrado e a criança eletrônica não mais têm linguagem comum.” (Rose-
Marie Muraro)

b) “O discurso comporta duas partes, pois necessariamente importa indicar o assunto


de que se trata, e em seguida a demonstração. (…) A primeira destas operações é a
exposição; a segunda, a prova.” (Aristóteles)

c) “Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o
seu filho até o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer.”

d) “Se um dia você for embora


Ria se teu coração pedir
Chore se teu coração mandar.” (Danilo Caymmi & Ana Terra)

e) “Olá, como vai?


Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem, eu vou indo em pegar um lugar no futuro e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca de um sono tranqüilo…” (Paulinho da Viola)
Desabafo

Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não
dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela
luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na
secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou
nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).

6- Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da


linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da
crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois
a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código.
b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito.
c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem.
d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais.
e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. 
Bibliografia

Abril Coleções. Linguagens e Códigos – Português – São Paulo:


Abril 2011

KAUFMAN, Ana Maria e RODRIGUEZ, Maria Elena. Escola, leitura e


produção de textos. Trad. Inajara RodriguesPorto Alegre: Artes
Médicas, 1915.

LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. São Paulo: Ática, 1996.

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