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Colégio Tiradentes da PMMG

Unidade Argentino Madeira

Componente Curricular – LITERATURA


Professora – Monalisa Soares
3º Ano do Ensino Médio

Pré-Modernismo no Brasil

Contexto Histórico

No Brasil

 Séc XX (1900 – 1922).


 Ascensão da, República.
 Manifestações populares.
 Ciclo do Cangaço (1900) – surgimento da figura do cangaceiro.
 Revolta de Canudos – Bahia (1896-1897).
 República do Café com Leite (1894-1930).
 A Revolta da Vacina – Rio de Janeiro (1904).
 A Revolta da Chibata – Rio de Janeiro (1910).
 Ciclo da Borracha – Amazonas (1870-1920).

No mundo

1ª GUERRA MUNDIAL.

LEMBRETE: O Pré- Modernismo NÃO É UMA ESCOLA LITERÁRIA.

Valores Pré-Modernistas

 Desejo de redescoberta do Brasil (pobre, doente, ignorado...).


 Tentativa de reinterpretação social do atraso e da miséria do país.

Influências

GRUPO PASSADISTA X GRUPO RENOVADOR

Reserva as características e temas clássicos. Inovador primeiro passos para o


surgimento do modernismo.

Características
 Regionalismo – homem local ( tradições, forma de falar...).
 Denúncia da Realidade – também na esfera local.
 Mostra os Marginalizados (- burguesia, + escravos e bêbados).
 Sincretismo Literário – mistura de padrões literários anteriores ( segue
padrões, mas cada um apresenta seu estilo).
 Novas formas de expressões – inovações técnicas.
 Romance tese – romance em tom de denúncia.

As produções desse período mostram os problemas sociais por meio da arte


(LITERATURA), com a intenção de revelar as duas caras do Brasil:

ARCAÍSMO RURAL x REFINALENTO LITORÂNEO.

ARTE
(Literatura)

DENÚCIA DOCUMENTO

PROTESTO CRÍTICA

LITERATURA ENGAJADA

PRINCIPAIS AUTORES

GRAÇA ARANHA
 Imigração
 Análise do Brasil
 Comportamento
 Natureza (fala da natureza de modo real).
 Romance tese
 Sincretismo

OBRA: CANAÃ
EUCLIDES DA CUNHA
 Interprete do Brasil
 Fala da Guerra de Canudos
 Sertão da Bahia
 Denúncia/panfleto
 Análise sociológica (filosófica, jornalística, antropológica, literária...)
 Linguagem conservadora (rebuscada e formal...)

OBRA: Os Sertões

MONTEIRO LOBATO
 Linguagem Culta
 Interior de São Paulo
 Miséria
 Caboclo/Caipira
 Jeca Tatu
 Literatura Infantil

OBRA: Urupês

LIMA BARRETO
 Linguagem Coloquial
 Brasil (Ufanista)
 Personagens Populares
 Subúrbios Cariocas
 Preconceito
 Bom humor/Ironia

OBRA: Triste fim de Policarpo Quaresma

SIMÕES LOPES NETO


 Costumes dos Pampas
 Linguagem local
 Tradições
 Natureza
 Lendas
 Sentido Universal

OBRA: Contos Gauchescos

AUGUSTO DOS ANJOS (POESIA)


 Linguagem Culta (Padrão séc 18 e 19)
 Poesia cientificista – análise do existencialismo
 Existencialismo – angustia da vida
 Morte – orgânica
 Materialista

OBRA: EU (única obra)


OS SERTÕES – [FRAGMENTOS]

Texto I

Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua.
Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das
planuras francas.
Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na
trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os
gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto
desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando
rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de
tortura, da flora agonizante . . .

Texto II

O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços
neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro

lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura


corretíssima das organizações atléticas.
[...]
Este contraste impõe-se ao mais leve exame. Revela-se a todo o momento, em todos os
pormenores da vida sertaneja -- caracterizado sempre pela intercadência impressionadora entre
extremos impulsos e apatias longas.

Texto III

Decididamente era indispensável que a campanha de canudos tivesse objetivo superior à


função estúpida e bem pouco gloriosa de destruir um povoado dos sertões. Havia um inimigo
mais sério a combater, em guerra mais demorada e digna. Toda aquela campanha seria um crime
inútil e bárbaro, se não se aproveitassem os caminhos abertos à artilharia para uma propaganda
tenaz, continua e persistente, visando trazer para o nosso tempo e incorporar à nossa existência
aqueles rudes compatriotas retardatários. [...]
Canudos não se rendeu.
Fechemos este livro.
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento
completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer,
quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho,
dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.

Fragmentos da obra Os Sertões de Euclides da Cunha, São Paulo: Círculo do Livro, 1975. Na Internet:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/sertoes.html
Responda as questões

01 – De acordo o texto I, como é a natureza no lugar onde vive o sertanejo? Ela se mostra
acolhedora ao homem? Descreva-a.

02 – O texto II, ao descrever o sertanejo, apresenta como contraditória certos aspectos de sua
constituição física e seu comportamento. Comente essa contradição.

03 – No 1º parágrafo do texto III, o autor crítica a guerra em si e afirma que outra “guerra mais
demorada e digna” deveria ser travada. Qual é essa guerra?
04 – Identifique no texto II um trecho que comprove a influência de teorias raciais existente no
começo do século XX.

05 – Os problemas sociais é uma temática recorrente do pré-modernismo identifique no texto qual


aspecto social é documentado pelo autor.

06 – De acordo com seu conhecimento prévio explique o sentido da expressão “O sertanejo é,


antes de tudo, um forte”, considerando ainda o contexto da narrativa, nos trechos da obra lido
acima.

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