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Não foi um movimento propriamente dito, mas um

período de transição.
Contexto Histórico: conflitos e contrastes:
 Política do café com leite (1898-1930);
 Urbanização intensa após a república (fim dos cortiços,
assim nascem as favelas nas periferias);
 Os escravos libertos: totalmente abandonados e
desempregados;
 Chegada dos imigrantes;
 Região Nordeste: seca, fome, miséria, conflitos (ex.
Canudos)e cangaço;
 Fase áurea da borracha na Amazônia;
 Expansão econômica de São Paulo (café no apogeu e Antônio Conselheiro
sua indústria começando). Líder de Canudos
Características:
 Linguagem coloquial;
 Denúncia da realidade brasileira (miséria do
sertão nordestino, a realidade triste dos
subúrbios cariocas, a exclusão social dos negros
etc.);
 Pesquisa Regional (sertão do NE; Vale do
Paraíba – SP; O Espírito Santo etc.);
 Tipos humanos Marginalizados (o sertanejo, o
caipira, os negros, os mulatos, os imigrantes e
até a classe média trabalhadora).
Euclides da Cunha (1866 – 1909) Cantagalo – RJ;
 Militar formado em Engenharia Militar e Ciências
Naturais na escola superior de guerra; posteriormente
trabalhou como jornalista em SP (trabalhou no Jornal O
Estado de SP);
 Foi membro Instituto Histórico-Geográfico e da ABL;
além de professor do Colégio Pedro II;
 Autor imortalizado pela obra “Os Sertões” – uma obra
determinista, naturalista e cientificista que trouxe a
tona a realidade trágica do Nordeste.
A obra “Os sertões” está dividida em três partes:
I. A Terra (o meio) / primeira parte: apresentação do sertão nordestino, com
informações sobre o clima, a composição do solo, o relevo e a vegetação;
II. O Homem (a raça) / segunda parte: retrato do sertanejo, com aspectos
psicológicos, culturais e sociológicos. O destaque fica para a apresentação
do Antônio Conselheiro e sua transformação em líder messiânico;
III. A Luta (o conflito) / terceira parte: narração dos embates entre as tropas
oficiais e os seguidores de Conselheiro. O livro termina com a descrição da
queda do Arraial de Canudos e a destruição de todas as casas erguidas no
local.
Obs.) O livro de classificação complexa entre: literária, socioantropológica,
científica e jornalística.
 Monteiro Lobato (1882-1948) – nasceu na cidade Taubaté;
 Foi alfabetizado pela própria mãe e desde cedo demonstrou um
interesse pela literatura;
 Em SP formou-se em direito e durante o curso ingressou em
grupos literários que o levaram ao caminho da imprensa;
 Formado, tornou-se promotor público em Areias - Vale do
Paraíba/ SP;
 Herdou a fazenda do avô e vendou após se cansar da “velha
praga” da região, as queimadas!!
 Foi morar na capital e fundou sua própria editora;
 Foi também diplomata comercial nos EUA e criou o Sindicato do
Ferro e a Cia. Petróleos do Brasil; com isso enfrentou a ira das
multinacionais e o próprio governo brasileiro. Em 1936,
indignado, escreveu o Escândalo do Petróleo.
 A parte mais importante da sua literatura social e adulta está nos seus livros de
contos: “Urupês”, “Cidades Mortas” e “Negrinha”;
 O cenário dessas obras é sempre o mesmo: as cidadezinhas (Itaocas) do Vale do
Paraíba, todas mal iluminadas, com suas casas de tapera, políticos corruptos,
miséria e ignorância;
 Tem uma linguagem simples e regionalista.
 Suas histórias apontam sempre para um caminho didático e moralizante,
povoadas com personagens problemáticos com finais trágicos ou deprimentes;
outro perfil de personagem é o caipira da região que subnutrido, miserável,
ignorante e desanimado (Jeca Tatu);
 No aspecto narrativo, os personagens não apresentam uma profundidade
psicológica e há uma série de digressões que fragmentam a linearidade do texto.
 Destaques para “Cidades Mortas” (a falência da economia cafeeira do Vale do
Paraíba) e o “Sítio do Pica-Pau Amarelo” (uma das maiores obras infantis do
Brasil).
 Augusto dos Anjos (1884-1914) nasceu no
Engenho Pau D’arco – PB;
 Fez os estudos secundários no Liceu
Paraibano;
 Estudou direito no Recife, formou-se e nunca
exerceu;
 Foi professor de português na Paraíba, RJ e
Minas;
 Sempre de saúde muito frágil, morre de
pneumonia aos 30 anos.
 Autor da única e icônica obra: “EU”
Psicologia de um vencido
 Sua obra é um mistura das tendências do
final do sec. XIX; Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
 Do Simbolismo, recupera as imagens fortes, Sofro, desde a epigênesis da infância,
a musicalidade e a estrutura formal; A influência má dos signos do zodíaco.

 Do Naturalismo, trouxe os termos Profundíssimamente hipocondríaco,


cientificista; Este ambiente me causa repugnância…
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
 Do Parnasianismo, resgata também a Que se escapa da boca de um cardíaco.
estética;
Já o verme — este operário das ruínas —
 Além das divagações metafísicas, Que o sangue podre das carnificinas
pessimismo, angústia existencial, palavras Come, e à vida em geral declara guerra,
antipoéticas e temas inquietantes (a Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
decrepitude dos cadáveres, os vermes, E há de deixar-me apenas os cabelos,
sêmen etc.). Na frialdade inorgânica da terra!
Versos íntimos [Augusto dos Anjos]
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera! “E haja só amizade verdadeira
O homem, que, nesta terra miserável, Duma caveira para outra caveira,
Mora, entre feras, sente inevitável Do meu sepulcro para o teu
Necessidade de também ser fera. sepulcro?!”
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Lima Barreto – (1881 – 1922) Rio de
Janeiro - RJ;
 Fica órfão de mãe aos sete anos;
 Teve uma formação básica muito boa por ajuda do
padrinho – Visconde de Ouro Preto;
 Teve de abandonar o curso de engenharia para cuidar
do pai doente e trabalhar para sustentar os irmãos
menores;
 Empregou-se na secretaria de guerra do RJ e
colaborava com a imprensa carioca – nesse período
produz boa parte de sua obra;
 Mestiço, pobre e solitário, somado a doença do pai,
ele sofreu crises depressivas e enfrentou grandes
problemas com o alcoolismo;
Características:
Um critico social severo;
Uma linguagem simples, objetiva e informal;
representante dos marginalizados e suburbanos do RJ;
Denunciou de forma irônica os acontecimentos, desmandos
hipocrisias políticas da república velha, as desigualdades sociais e o
preconceito racial contra negros e mestiços;
 Lima Barreto tratava os políticos como corruptos, pessoas vazias e
gananciosas;
Foi um escritor que a obra passou por todos os grandes
acontecimentos do Brasil de sua época;
 “Triste fim de Policarpo Quaresma” – uma sátira a um nacionalismo
caricatural e exagerado do personagem, além das profundas críticas
sociais e políticas ao seu período;
 As obras jornalísticas (crônicas, artigos e ensaios) estão compiladas
em “Bagatelas” (póstuma) – textos produzidos no final da 1º guerra
(1914-18) / Revolução Russa (1917) e anos posteriores;
 “Recordações do escrivão Isaías Caminha” - homem mestiço que
vem estudar no RJ e sofre preconceitos e é até acusado de roubo. Sua
vida melhora depois que entra para um jornal e adere à ética
duvidosa da imprensa e da política;
 “Clara dos Anjos” – uma mulher pobre e negra, também sofre
constante racismo. Depois de seduzida, é abandonada por ele.

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