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1) Ortografia

Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela Gramática Normativa para a grafia correta das palavras e o uso
de acentos, da crase e dos sinais de pontuação.

A Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa para a grafia correta das palavras e o uso
de acentos, da crase e dos sinais de pontuação. A origem da palavra é grega e significa -orthós = certo, correto,
direito, exato; e -grafia = escrita, estabelecendo, portanto, padrões para a forma escrita correta das palavras de uma
língua.

A escrita correta das palavras de uma língua está relacionada tanto com critérios ligados à origem das palavras
(etimológicos) quanto aos ligados aos fonemas (fonológicos). A forma de grafar/escrever as palavras é fruto de uma
convenção social, ou seja, de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que uma língua é
reconhecida como sendo idioma oficial.

Quando falamos sobre ortografia, é preciso também refletirmos a respeito dos acordos ortográficos envolvendo
países cuja língua portuguesa representa o idioma oficial. O primeiro acordo foi realizado em 1931 com o objetivo de
promover a unificação dos dois sistemas ortográficos, entretanto, não obteve êxito. No Brasil, houve reformas
ortográficas nos anos de 1943, 1945, 1971 e 1973. Em 1986, no Rio de Janeiro, houve um encontro de todos os
representantes dos países lusófonos, ficando estabelecido o acordo ortográfico de 1986, mas também foi
inviabilizado.

O último acordo ortográfico entre os países lusófonos entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2009. Esse acordo
legitimou outra reforma ortográfica, estabelecendo mudanças em diferentes aspectos, como a inclusão das letras
“K”, “W” e “Y” ao alfabeto português oficial.

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2) Classes gramaticais

A gramática organiza as palavras nos seguintes grupos: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição; contabilizando um conjunto de dez classes gramaticais (classes de
palavras). Esta classificação possui um critério de composição denominado, para alguns gramáticos, de critério
morfo-semântico. Um dos fundamentos da organização de palavras em classes está relacionado ao significado
extralinguístico que o vocábulo apresenta.

Como fazer a classificação adequada das palavras?

Para realizar uma classificação adequada, o gramático Evanildo Bechara, orienta um estudo com base na distinção
dos seguintes significados:

SIGNIFICADO LEXICAL: um sentido existente anterior à palavra. Corresponde a um referente no mundo, um objeto
ou algo que possui existência fora da linguagem. “Corresponde ao quê da apreensão do mundo extralinguístico”
(BECHARA,2009, p.109) É uma organização que a linguagem constrói para a realidade existente anterior e
independente dela.

Exemplo: É o significado comum a cada uma das séries de palavras: amor – amante – amar – amavelmente.

SIGNIFICADO CATEGORIAL: “correspondem ao como da apreensão do mundo extralinguístico”. (BECHARA, 2009, p.


109) É o modo de ser das palavras dentro do texto, por isso não possuem classes léxicas fixas, podem surgir em um
discurso como substantivo e em outro como adjetivo.

Exemplo: amor (quando usado como substantivo); amar (quando usado como verbo)
Observação: De acordo com o estudo apresentado por Evanildo Bechara em A Moderna Gramática Portuguesa, é
válido destacar que o substantivo, o adjetivo, o verbo e o advérbio correspondem as quatro únicas reais “categorias
gramaticais” da língua. Entretanto, na gramática tradicional essas classes se apresentam definidas de maneira
confusa. Bechara denomina essas classes de “categorias verbais”, porque são as únicas dotadas do significado
categorial.

SIGNIFICADO INSTRUMENTAL: se refere aos significados dos morfemas, os elementos que compõem o universo da
gramática. Como artigos e preposições, por exemplo. Ou como elementos de palavras: s de canetas. Fazem parte do
conjunto de morfemas que possuem significado instrumental nas combinações gramaticais: prefixos, sufixos,
desinências, acentos, dentre outros. Os significados instrumentais correspondem ao modo da expressão material.

SIGNIFICADO ESTRUTURAL OU SINTÁTICO: é o resultado das combinações de unidades lexemáticas ou


categoremáticas com morfemas, dentro da oração. São significados estruturais singular, presente, passado, futuro,
entre outros, que se constroem nas relações dentro da oração. Por exemplo, o “s” de cadernos é o resultado
estrutural da combinação.

SIGNIFICADO ÔNTICO: só ocorre no plano da oração, refere-se ao valor existencial designado na oração; se é
afirmativo, imperativo, negativo.

Essas designações usadas para classificar as palavras estabelecem-se nos planos da forma, do conteúdo e das
relações no contexto intralinguístico e extralinguístico. Entretanto, o fundamental é identificar que uma palavra de
determinada classe pode mudar para outra classe gramatical com base nesses significados e em suas implicações
linguísticas.

FUNÇÃO: Esses são aspectos servem para entender a razão pela qual, em uma análise morfológica, a mesma palavra
pode ser classificada de maneira diferente. Nesse sentido, ao tomar como exemplo uma palavra como “azul” para
classificar, encontrará certa dificuldade se ela não estiver localizada em um contexto relacional com outras palavras.

Com este estudo, conclui-se que:

Substantivo, adjetivo, verbo e advérbio são palavras lexemáticas. Classificadas de acordo com o significado lexical.

Conforme as gramáticas descritivas, são exemplos dessas classes:

SUBSTANTIVO: escola, casa, armário, mesa, cadeira, São Paulo, José;

ADJETIVO: alegre, feliz, triste, forte, firme, corajoso;

VERBO: andar, comer, falar, ficar, partir, viajar, sonhar, estudar, construir, realizar, morrer, nascer, nadas, fazer;

ADVÉRBIOS: alegremente, dentro, fora, sim, não, nunca, talvez, muito; etc.

Dentro de contextos nos quais as análises se tornam mais precisas:

Exemplo: A escola encerrou cedo as atividades matinais.

As palavras em destaque são, respectivamente, substantivo, advérbio, substantivo e adjetivo.

São palavras lexemáticas, pois cada uma delas apresenta significado lexical.

Os pronomes e os numerais são palavras categoremáticas, classificadas por um sentido categorial linguístico.

Exemplo: A sua escola encerrou a primeira atividade mais cedo.


As palavras em destaque são, respectivamente, pronome e numeral. São palavras categoremáticas, pois estão
ligadas ao contexto em que estão inseridas.

E os artigos, preposições e conjunções são palavras morfemáticas, pois possuem estruturas com sentidos completos,
são independentes e não apresentam sentido fora da linguagem.

Exemplo: A escola encerrou as aulas mais cedo, porém solicitou uma reunião com os familiares.

As palavras em destaque são, respectivamente, artigo, conjunção, preposição, artigo. Elas possuem significados e
estruturas independentes de outros vocábulos, não precisam fazer parte de um morfema para serem completas,
porém só fazem sentido quando estão dentro da oração.

ATENÇÃO:

Uma palavra categorimática pode ter sentido instrumental, como é o exemplo dado por Evanildo Bechara (2009, p.
112):

“Meu lápis.”

Meu: pertence à classe de palavras categoremáticas dos pronomes (Pronome possessivo). Nesta estrutura o
pronome assume valor de adjetivo, uma vez que caracteriza o substantivo lápis.

Este foi apenas um exemplo de como cada categoria de significados influencia na análise das classes, porém o aluno
precisa saber identificar a qual classe a palavra pode pertencer isoladamente, e analisar em qual classe ela se
enquadra contextualmente.

Verifica-se determinadas classes que possuem um conjunto definido ou limitado de palavras, não podendo ocorrer
outro tipo de vocábulo que faça parte de tais classes. O que facilita a identificação, e posterior análise dentro das
orações. Porem, há vocábulos que se repetem em mais de uma classe de palavras, o que reforça a ideia de que a
análise da oração se faz necessária para a classificação de cada palavra.

Resumo das classes de palavras

ARTIGOS: são as palavra que determinam o substantivo, antecedendo-os: a, as, o, os, um, uns, uma, umas.

NUMERAIS: são as palavras que indicam quantidade, ou o lugar que um substantivo ocupa em uma série numérica.
Possuem algumas subclassificações: cardinais (um, dois, três...); ordinais (primeiro, segundo, terceiro, quarto...);
multiplicativos (dobro, triplo...); fracionários (metade, terço....); coletivos (dezena, dúzia, centena...)

PRONOMES: são classificados de acordo com a sua função na frase. Podem ser pronomes adjetivos ou pronomes
substantivos. Para estabelecer a diferença, na análise morfológica, verifica-se que os pronomes substantivos são
aqueles que surgem isolados na frase, enquanto os pronomes adjetivo aparecem acompanhando os substantivos,
caracterizando-os.

Os pronomes podem ser:

Pronomes pessoais retos: eu, tu, ele, nós, vós, eles.


Pronomes pessoais oblíquos não-reflexivos átonos: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Pronomes pessoais oblíquos não-reflexivos tônicos: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco,
eles, elas.
Pronome de tratamento: você, senhor, senhora, vossa excelência, etc.
Pronomes demonstrativos: este (s), esse (s), aquele (s), esta (s), essa (s), aquela (s), isto, isso, aquilo.
Pronomes possessivos: meu, minha, teu, tua, seu, sua, nosso, nossa, vosso, vossa. (todos apresentam formas no
plural)
Pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, qualquer (todos
esses admitem formas femininas e plurais. Os invariáveis: alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo.
Pronomes interrogativos: que, quem, qual e quanto.
Pronomes relativos: o qual, os quais, cujo (s), quanto (s), a qual, as quais, cuja (s), quantas, quantos, que, quem,
onde

Exemplos de usos:
Meus diários são fundamentais na minha história. (pronomes possessivos adjetivos)
Teu rosto me agrada a memória. (pronomes possessivos adjetivos)
Eu contei tudo para que ela não se assustasse depois. (pronomes pessoais)
Quem vai concluir as atividades do dia? (pronome interrogativo)
O problema foi todo resolvido por mim. (pronome oblíquo tônico)
Aquele bairro, o qual tem uma praça muito legal, fica localizado próximo daqui. (pronome demonstrativo; pronome
relativo)

CONJUNÇÕES: estabelece a relação entre dois termos da oração ou entre duas orações.

Elas podem ser:

Aditivas: e; Comprei banana e maçã.

Adversativas: mas, porém, entretanto, contudo, todavia; Fui às compras, mas esqueci o dinheiro.

Alternativas: ou, ora, quer, seja, nem, já; Ou como bolo, ou tomo sorvete.

Conclusivas: logo, pois, por tanto, por conseguinte, por isso, assim; Não conseguiu cumprir com todos os exercícios,
portanto precisou estudar até mais tarde.

Explicativas: que, porque, pois, porquanto, etc; Tirou notas boas ao final do semestre porque estudou bastante ao
longo das semanas.

Causais: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, uma vez que, visto que, visto como, etc. Como o
almoço demorou a sair, fez sua refeição no restaurante.

Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc; Foi ao aniversário, embora não tivesse
arrumada para festa.

Condicionais: se caso, quando, conquanto que, salvo, se, sem que, desde que, dado que, etc: Desde que as provas
sejam aplicadas esta semana, estudarei desde domingo.

Conformativas: conforme, segundo, consoante: Conforme a avaliação do professor, eu sou um ótimo aluno.

Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, mais, quanto mais, menos, quanto menos, tanto mais,
tanto menos, etc: À medida que assistir aulas realizarei os exercícios.

Temporais: quando, antes que, depois que, até que, logo que, todas as vezes que, cada vez que, mal que, etc: Todas
as vezes que faço compras fico feliz.

Comparativas: assim como, bem como, etc: Assim como o verão, o inverno tem feito bastante calor.

Consecutivas: combinação da conjunção que com as expressões: tal, tanto, tão, tamanho, etc: A bailarina dançava
com tanta alegria, que foi premiada no festival.

Integrantes: que, se. Garanto que sou corajosa.


SUBSTANTIVOS: é a palavra que nomeia ou designa seres e objetos. Podem ser compostos por apenas uma palavra;
simples, ou por mais de uma; composto. São variáveis em gênero, número e grau.

Possui diversas classificações e características dentro de um amplo conjunto de exemplos de substantivos.

Concreto: pessoas, animais, vegetais, lugares, objetos. Exemplos: casa, mesa, caderno, igreja, livro, caneta, pessoa,
humanos, etc.

Abstratos: ações, sentimentos, estados, qualidades. Exemplos: alegria, amar, sentir, etc.

Próprios: indivíduos de uma espécie. São grafados com a letra inicial maiúscula. Exemplos: São José dos Campos,
Maria, Paris.

Comuns: designam de forma genérica todos os seres de uma espécie: exemplos: país, oceano, mulheres.

Coletivos: conjunto de seres ou objetos da mesma espécie. Exemplos: acervo, alcateia, bando, matilha, etc.

ADJETIVOS: é a palavra que caracteriza os seres ou os objetos, indicando qualidade, modo, aspecto, aparência ou
estado. São variáveis em gênero, número, e grau.

Exemplos: A casa colorida deu alegria ao condomínio.

As flores perfumadas enfeitam o jardim.

As crianças chatas brincavam e faziam barulho.

ADVÉRBIOS: são termos que modificam outros termos tais como o verbo, os próprios advérbios e adjetivos.

Exemplo: Maria correu intensamente para chegar até aqui.

Classificam-se em advérbios de:

Lugar: abaixo, acima, adiante, ali, aqui, etc.

Tempo: agora, ainda, amanhã, antes, breve, depois, cedo, tarde, nunca, etc.

Modo: assim, bem, mau, depressa, melhor, pior, bondosamente, regularmente, etc.

Intensidade: muito, pouco, bastante, bem, demais, quão, tão, etc.

Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, quiçá, talvez, etc.

Afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente, etc.

Negação: não.

VERBO: palavra variável que indica ação, estado ou fenômeno da natureza. Flexionam em número, pessoa, voz,
modo, formas e tempo.

João comeu muito arroz no almoço. (indica ação)

Ontem choveu até alagar a cidade. (fenômeno da natureza)

Os alunos continuam alegres. (indica estado)


PREPOSIÇÃO: relaciona dois termos da oração, geralmente, o primeiro termo é explicado ou tem seu sentido
completado pelo segundo termo após a preposição.

São Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás, etc.

INTERJEIÇÃO: é uma expressão que representa uma emoção.

São exemplos de interjeição: ah! Oba! Eba! Bravo! Oxalá! Tomara!

Bravo! Gritava a platéia satisfeita.

Alô! Alô! Alguém responde, por favor.

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3) Acentuação gráfica

Torna-se necessário enfatizarmos, antes de tudo, que a acentuação se encontra condicionada à tonicidade silábica
de uma infinidade de palavras que integram o léxico português. Assim, ao pronunciarmos o vocábulo “café”,
constatamos que a última sílaba é pronunciada com mais intensidade - ora denominada de tônica -, e que a primeira
não revelou tal aspecto – razão pela qual recebe o nome de átona.

Dessa forma, temos que a sílaba tônica se constitui de algumas particularidades, levando-se em conta a posição, o
timbre (ou seja, tanto pode representar um som mais aberto, quanto um mais fechado) e a nasalização das vogais.

Partindo-se desta premissa, temos que, de acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:

Oxítonas – aquelas em que a sílaba tônica se encontra demarcada na última sílaba.

Exemplos: anzol - café – coração – cipó - condor...

Paroxítonas – aquelas em que a tonicidade está representada pela penúltima sílaba.

Exemplos: caderno – problema – útil – automóvel...

Proparoxítonas – a sílaba tônica encontra-se representada pela antepenúltima sílaba.

Exemplos: lágrima – ônibus – xícara – médico...

Há ainda aqueles vocábulos constituídos por somente uma sílaba – os monossílabos, que também são demarcados
pela tonicidade, ou seja, quando apresentam tonicidade, são denominados tônicos, e quando não, átonos.

Assim, de modo a compreendermos como se efetiva tal ocorrência, analisemos:

Que lembrança darei ao país que me deu tudo o que lembro e sei, tudo quanto senti? (Carlos Drummond de
Andrade)

Aguçando nossa percepção, temos que os monossílabos “que”, “ao”, “me”, “o”, “e” são átonos, visto que são
pronunciados tão fracamente que se apoiam na palavra subsequente. Já os monossílabos representados por “deu” e
“sei” demonstram ser dotados de autonomia fonética, caracterizando-se, portanto, como tônicos.

Regras fundamentais de acentuação

Elas foram criadas para sistematizar a leitura das palavras das quais cotidianamente compartilhamos, cujo objetivo
foi o de tão somente evidenciar todos os aspectos anteriormente ressaltados (posição da sílaba tônica, nasalização e
abertura). Com fator resultante deste intento, criou-se um sistema de regras. E por nele falar, há um importante
aspecto digno de nota – o fato de ter havido algumas mudanças nestas regras em decorrência do último Acordo
Ortográfico, firmado em 1º de janeiro de 2009, em vigor desde tal data.

Dessa forma, o artigo em questão pauta-se por evidenciar as mudanças ocorridas, como também aquelas que ainda
permanecem. Portanto, verifiquemos:

Monossílabos tônicos

Graficamente, acentuam-se TODOS os monossílabos terminados em:

-a(s): chá, pá...

-e(s): pé, ré,...

-o(s): dó, nó...

No entanto, os monossílabos: tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuados.

Observações importantes:

* Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento:

Exemplos: réis, véu, dói.

* No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, tem-se que a terceira pessoa do plural termina em “-
eem”, forma verbal que antes era acentuada, agora não leva acento.

Exemplos:

Ele vê - Eles veem

Ele crê – Eles creem

Ele lê – Eles leem

* Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que a terceira pessoa
termina em “-êm”, permanecendo acentuada. Perceba:

Ele tem – Eles têm

Ela vem – Elas vêm

* Oxítonas:

Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM", "ÉNS", seguidas ou não de “S”, inclusive as
formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex: cajá – até – jiló – armazém – parabéns...


Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as
palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

* Paroxítonas:

Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:

-L: afável, incrível, útil, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. ...

-R: caráter, éter, mártir, câncer, néctar, repórter....

-N: hífen, próton, pólen, abdômen, sêmen...

Observação: quando grafadas no plural, não recebem acento: polens, hifens...

-x: látex, tórax, fênix...

-os: fórceps, bíceps...

-ã(s): ímã, órfãs...

-ão(s): sótão(s), bênção(s)...

-um(s): fórum, álbum...

-on(s): elétron, próton...

-i(s): táxi, júri...

-u(s): Vênus, ônus...

-ei(s): pônei, jóquei...

-Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal)/ ditongo oral (crescente
ou decrescente), seguido ou não de “s”:

Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio, história, série, água, mágoa...

Observações importantes:

a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi, não são mais acentuados. Perceba o
aspecto referente à condição de antes e à que atualmente vigora:
Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:

chapéu – herói - fiéis...

b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem hiato. Note:

No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiver seguido de “s” ou no final da
palavra. Como, por exemplo, em:

Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s)...

O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos, quando formam uma sílaba
sozinhos ou com “s”:

juíza – ruído – graúna - saúde – saúva – cafeína – saída – egoísta – Luís - raízes...

Importante: Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas,
portanto hiatos? Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul”
formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando
naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.

* As formas verbais que possuem o acento tônico na raiz, com o (u) tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:

Observações importantes:

Há variação de pronúncia em alguns verbos terminados em “-guar”, “-quar” e “-quir”, visto que admitem duas
pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, subjuntivo e imperativo. Assim, no caso de os verbos
serem pronunciados com “a” ou “i” tônicos, essas formas deverão ser acentuadas. Exemplificando, temos os verbos
aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar e delinquir.

Exemplos:

Presente do indicativo

Eu deságuo

Tu deságuas
Ele/eles deságua (m)

Subjuntivo

Que eu deságue

Que tu deságues

Que ele/eles deságue (m)

Imperativo

deságues tu

deságue você

deságuem eles

- Caso os verbos forem pronunciados com o “u” tônico, essas formas não serão acentuadas. Assim como:

Eu desaguo / Que eu desague / Desagues tu

* O acento agudo não será mais usado para diferenciar determinados vocábulos, tais como:

Porém, o acento ainda permanece para diferenciar algumas palavras, expressas por:

pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)

pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)

pôr = verbo

por = preposição

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4) Crase

Crase é um fenômeno linguístico em que ocorre a contração da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”. O acento
que indica essa contração é chamado de acento grave. Crase é o nome que se dá à união da preposição “a” com o
artigo definido “a(s)”, ou com o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”, ou,
ainda, com o “a” inicial dos pronomes relativos “a qual” e “as quais”.

Ao acento indicador de crase dá-se o nome de acento grave. No entanto, existem algumas regras para usar a crase e
alguns macetes para nunca deixar de fazer o seu uso correto. É o que veremos a seguir.

Quando usar a crase?


a) Quando o complemento de um verbo que exija a preposição “a” for um substantivo feminino antecedido de artigo
feminino “a”:

Vamos à loja para comprar outros enfeites.

Observe: Vamos a + a loja = Vamos à loja.

b) Quando o complemento de um nome que exija a preposição “a” for um substantivo feminino antecedido de
artigo feminino “a”:

Ela se mostrou favorável à medida proposta pela vereadora.

Observe: Ela se mostrou favorável a + a medida = Ela se mostrou favorável à medida.

c) Quando os pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo” exercem a função de complemento de


termo que exija a preposição “a”:

Somos contrários àqueles que defendem o radicalismo.

Devo obedecer àquilo em que acredito.

Estou referindo-me àquelas semanas em que não pude vir trabalhar.

Portanto:

Somos contrários a + aqueles = Somos contrários àqueles.

Devo obedecer a + aquilo = Devo obedecer àquilo.

Estou referindo-me a + aquelas = Estou referindo-me àquelas.

Atenção! O pronome demonstrativo pode estar implícito (oculto). Nesse caso, ocorre a crase:

Não me refiro a essa, mas à da direita.

Observe: Não me refiro a essa, mas a (aquela) da direita = Não me refiro a essa, mas àquela da direita."

d) Quando os pronomes relativos “a qual” e “as quais” exercem a função de complemento de termo que exija a
preposição “a”:

A peça à qual assisti não valeu um centavo do que paguei.

As tarefas às quais nos dedicamos cotidianamente são sempre essenciais.

Assim:

Assisti a + a peça = Assisti à peça.

Dedicamo-nos a + as tarefas = Dedicamo-nos às tarefas.

No entanto, o pronome “a qual” se refere ao termo anterior “peça”, no primeiro exemplo, e o pronome “as quais” se
refere ao termo anterior “tarefas”, no segundo exemplo. Nesse caso, o acento grave é colocado sobre o “a” dos
pronomes relativos “a qual” e “as quais”. Portanto: “A peça à qual assisti” e “As tarefas às quais nos dedicamos”.

e) Em locuções adverbiais femininas com substantivos no singular ou plural, como: à tarde, à vontade, às vezes, às
pressas, às quatro horas etc.:
Vocês estão em minha casa, podem ficar à vontade.

Não vale a pena decidir às pressas o que fazer nas férias.

Exceção à regra é a locução “a distância”, se não estiver determinada:

Estávamos observando tudo a distância.

Estávamos observando tudo à distância de cinco metros.

f) Nas locuções conjuntivas “à medida que” e “à proporção que”:

À medida que amadurecemos, passamos a dar valor ao silêncio.

h) Antes de palavra masculina (inclusive no plural), caso haja uma palavra feminina implícita:

Necessitamos, com urgência, ir à abastecimentos.

Isto é: Necessitamos, com urgência, ir à (central de) abastecimentos.

Quando não usar a crase?

a) Antes de verbos.

Meu primo começou a cumprir pena socioeducativa.

b) Antes de pronome pessoal:

Não tenho que dar satisfações a ela.

c) Antes de palavras masculinas:

Era um sentimento muito semelhante ao amor.

Portanto, a próxima frase está incorreta:

Era um sentimento muito semelhante à amor.

Atenção! Pode ocorrer crase diante de palavra masculina quando ela for precedida de palavra feminina implícita na
frase:

Era uma pintura à Leonardo da Vinci.

Entende-se:

Era uma pintura à (maneira de) Leonardo da Vinci.

d) Entre palavras idênticas repetidas, como nas expressões: cara a cara, boca a boca etc.:

Depois do afogamento, foi preciso fazer respiração boca a boca.

e) Antes das palavras “casa” (no sentido de “lar”) e “terra” (em sentido oposto a “bordo”):

Vou a casa no próximo fim de semana.

Ao chegar a terra, o marinheiro foi até o local marcado.

No entanto, se essas duas palavras (“casa” e “terra”) forem qualificadas, ocorrerá a crase:

Vou à casa de minha irmã no próximo fim de semana.


Ao chegar à terra dos renegados, o marinheiro foi até o local marcado.

f) Antes de palavra feminina de caráter genérico:

Não cheguei a conclusão alguma.

Não peço nenhum favor a pessoas de caráter duvidoso.

g) Antes de nome de cidade ou vila:

Chegar a Fortaleza é como voltar para casa.

Fiz referência a Jericoacoara em minha tese de doutorado.

h) Antes de nomes de pessoas famosas:

O artigo estava relacionado a Marie Curie.

i) Antes dos seguintes pronomes: “ninguém”, “essa”, “toda”, “cada”, “qualquer”, “tudo”:

Ela devia dar satisfações a toda a gente, a cada pessoa prejudicada.

j) Antes do artigo indefinido “uma”:

Não se deve dar crédito a uma pessoa que mente.

k) Antes de numerais:

Eles foram comparados a duas crianças mimadas.

l) Antes de expressões adverbiais de modo com substantivo no plural:

A trancos e barrancos, conseguiu chegar até o fim da maratona.

Os funcionários resolveram tudo a pauladas.

m) Depois da palavra “candidata”:

Luciana foi candidata a prefeita nas últimas eleições.

Casos facultativos de uso da crase

a) Antes de pronomes possessivos femininos:

Não dão valor à nossa opinião.

ou

Não dão valor a nossa opinião.

b) Antes de nome próprio feminino:

Fizemos referência a Joana.

ou

Fizemos referência à Joana.

José de Nicola e Ulisses Infante defendem que, nesse caso, o uso do artigo “a” é facultativo. Segundo eles, uma
forma de verificar isso é substituir, na frase, o termo que exige a preposição “a” por um termo que exige outro tipo
de preposição. Veja um exemplo:

Não falamos da Joana


ou

Não falamos de Joana.

Isso, de acordo com esses gramáticos, demonstra que o uso do artigo é facultativo; consequentemente, o uso da
crase também.

Já Luiz Antonio Sacconi defende que só “acentuamos o ‘a’ antes de nomes de pessoas quando se tratar de indivíduo
que faça parte do nosso círculo de amizades, indivíduos aos quais damos tratamento íntimo: a Marisa, a Bete, a Rosa
etc. Ex.: Refiro-me à Marisa, e não à Bete”. No entanto, apesar disso, ele considera esse uso facultativo.

c) Antes de locuções adverbiais femininas indicativas de instrumento, em regra, não se deve utilizar a crase:

Não se pode resolver os conflitos a bala.

No entanto, muitos gramáticos entendem que o uso do acento grave, nesses casos, é facultativo:

Não se pode resolver os conflitos à bala.

d) Antes dos seguintes nomes de lugar: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia e Flandres.
Assim:

Não podemos mais voltar à Escócia.

ou

Não podemos mais voltar a Escócia.

e) Na locução prepositiva “até a”, antes de substantivo feminino:

Chegaram até a praia e desistiram de nadar.

ou

Chegaram até à praia e desistiram de nadar.

Dicas/macetes para o uso correto da crase

a) O principal macete para você descobrir se deve ou não usar a crase é substituir a palavra feminina que vem depois
da possível crase por uma palavra masculina equivalente:

Eu cheguei à escola de Marcelo.

Façamos então a substituição:

Eu cheguei ao colégio de Marcelo.

Note que, ao fazer essa alteração, é possível perceber a presença do artigo definido masculino “o” antes do
substantivo “colégio”, o que indica a presença do artigo definido feminino “a” antes do substantivo “escola”.

Assim, temos:

Eu cheguei a + a escola de Marcelo = Eu cheguei à escola de Marcelo.

Eu cheguei a + o colégio de Marcelo = Eu cheguei ao colégio de Marcelo.


b) Outro macete, semelhante ao primeiro, é substituir o artigo definido feminino “a” pelo artigo indefinido feminino
“uma”. Se é possível utilizar esse segundo artigo, é porque a presença de um artigo feminino é necessária na frase:

Assisti à luta de boxe no último domingo.

Façamos a substituição:

Assisti a uma luta de boxe no último domingo.

Desse modo, temos:

Assisti a + a luta de boxe = Assisti à luta de boxe.

Assisti a + uma luta de boxe = Assisti a uma luta de boxe.

c) Outra maneira de ter certeza da ocorrência ou não da crase, no caso de verbos que indicam movimento, como
“ir”, “chegar” etc., é substituir esses verbos por outros que indiquem procedência, como “vir”, “partir” etc., ou
mesmo localização, como “estar”, “ficar” etc.:

Chegamos a Fortaleza na manhã de sábado.

Então substituímos por:

Partimos de Fortaleza na manhã de sábado.

E também por:

Ficamos em Fortaleza na manhã de sábado.

Perceba que, nas duas substituições, nota-se apenas a presença de preposição, mas não de artigo. Portanto, em
“Chegamos a Fortaleza na manhã de sábado”, não pode ocorrer crase.

_______________________________

5) Termos da oração

O que é uma oração? É a frase que apresenta um verbo ou uma locução verbal. Geralmente, o sujeito e o predicado
compõem a oração. Mas, há casos em que ela não tem sujeito. Vamos estudar um pouco mais a oração? Para tal,
sugiro a leitura deste texto sobre os dinossauros, extraído do “Brasil Almanaque de Cultura Popular”:
Os dinossauros viveram sobre a Terra durante 160 milhões de anos. E como desapareceram completamente? Cientistas explicam
que há 65 milhões de anos, caiu no planeta um meteoro de aproximadamente 10 quilômetros. O impacto teria sido tão violento
que abriu uma cratera com 200 quilômetros. Uma espécie de nuvem de poeira grossa tapou a luz solar durante seis meses. A
Terra resfriou, as plantas não podiam fazer fotossíntese, e os animais não tinham o que comer. Resultado: todos os dinossauros
morreram.

Primeiramente, vale lembrar, à luz de Cegalla (2008, p.322), que o período “é a frase constituída de uma ou mais
orações”. Ele é encerrado quando a oração ou o conjunto de orações forma um sentido completo, ou seja, conclui a
ideia que se deseja exprimir. O fechamento do período é marcado por ponto final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação e, em determinadas vezes, por reticências ou dois-pontos. No primeiro período do texto, observe
abaixo, há quantas orações?
“Os dinossauros viveram sobre a Terra durante 160 milhões de anos.”

Uma oração! Por quê? Porque há apenas um verbo (“viveram”). Nesse contexto, temos um período simples. Cabe
acrescentar que a oração, presente nesse tipo de período, é chamada de “absoluta”, já que ela é a única.

Quando um período contém mais de uma oração ou locução verbal, é denominado “período composto”. Repare:
“A Terra resfriou, as plantas não podiam fazer fotossíntese, e os animais não tinham o que comer.”
No período acima, as orações são independentes de sentido entre si. Nesse caso, são chamadas de “orações
coordenadas”. Elas são interligadas sintaticamente com vírgulas ou com a conjunção “e”, indicando a soma de fatos.
Quando as orações coordenadas são justapostas sem uma conjunção, são denominadas “assindéticas”. Caso
contrário, são denominadas “sindéticas”.

Agora, analise as orações presentes neste período composto:


“O impacto teria sido tão violento que abriu uma cratera com 200 quilômetros.”

Podemos notar que, nesse período, há uma relação de dependência. Isso porque a segunda oração “que abriu uma
cratera com 200 quilômetros” completa o sentido da primeira “O impacto teria sido tão violento”, exprimindo a ideia
de consequência. Em outras palavras, o fato expresso pela segunda oração (a subordinada) é a consequência do fato
expresso pela primeira oração (a principal).

Oração sem sujeito

Existem orações construídas por verbos impessoais, os quais não se referem a uma pessoa do discurso e, por isso,
não admitem um sujeito (sujeito inexistente).

Tipos de Oração sem Sujeito

A inexistência de um Sujeito na oração ocorre nos seguintes contextos:

1. Quando há Verbos que indicam fenômenos da natureza.

Exemplos:

Choveu demais ontem à noite.

No litoral anoitece mais cedo.

Relampeou demais no sul do Brasil essa semana.

2. Quando os Verbos ser, estar, fazer, haver estão relacionados aos fenômenos da natureza ou a expressões que
indicam tempo.

Exemplos:

Agora é tarde.

Há somente cinco meses.

Faz seis meses desde então.

3. Quando o Verbo “haver” é usado no sentido de “existir”.

Exemplos:

Há muitas pessoas que só pensam em si mesmas.

Havia tempo que não comia isso.

Houve muitos problemas com o software.

Termos da oração

a) Termos essenciais da oração:

Os termos essenciais são os elementos que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado.
Grande parte das orações é formada por sujeito e predicado, pode acontecer de uma oração não apresentar Sujeito,
mas com toda certeza terá um Predicado. Isto significa que, à exceção do sujeito e do vocativo, tudo aquilo que
constitui as orações faz parte do predicado.

-SUJEITO (o ser a respeito do qual se fala algo - concorda em número e pessoa com o Verbo).

A classificação dos tipos de Sujeitos está relacionada ao núcleo de um sintagma. Dessa forma, nas orações, é possível
ocorrer: sujeitos simples ou compostos, determinados ou indeterminados. O núcleo é o termo central de um
Sintagma Nominal ou Verbal. Veja o exemplo:

Os gigantes Jequitibás são árvores protegidas por lei.

Sujeito: Os gigantes Jequitibás

Predicado: são árvores protegidas por lei

Núcleo do sintagma nominal: Jequitibás

Sujeito simples ou Sujeito composto?

O Sujeito simples apresenta apenas um núcleo, enquanto o Sujeito composto apresenta mais de um.

Exemplos de orações com Sujeito Simples:

Joana foi buscar café na mercearia do Walter.

Os professores entregaram os diários antes do prazo estabelecido.

Várias araras cruzam o céu de Alto Paraíso diariamente.

Exemplos de orações com Sujeito Composto:

Os professores e os alunos foram ao ginásio da escola para a assistiram ao desfile de 7 de setembro.]

Pedro Paulo e Raíssa organizaram uma festa de despedida para seus cunhados.

Várias araras e tucanos cruzam o céu de Alto Paraíso diariamente.

Sujeito oculto ou elíptico?

O Sujeito nem sempre aparece de forma explícita nas orações. Quando isso acontece, sua identificação é possível a
partir da análise do contexto ou das flexões verbais de número e pessoa ou por sua presença em outra oração do
mesmo período ou de um período antecedente.

Exemplos de sujeito oculto:

Gostaram muito da sua feijoada. (sujeito eles/elas oculto/elíptico no verbo gostar)

Convidei todos da lista.

O amor é chama da vida, enaltece virtudes, promove felicidade.

* Na primeira oração “O amor é chama da vida”, o sujeito “o amor” aparece sendo retomado e oculto/elíptico nos
verbos enaltecer e promover nas orações seguintes.)

Sujeito determinado
É aquele que aparece explícito na oração e pode ser identificado pela flexão de número-pessoa do verbo ou pelo
contexto do enunciado, ou seja, quando o sujeito está presente em outra oração do mesmo período ou do período
antecedente.

Exemplos:

João Vitor quebrou o vidro da janela com a bola.

Alguns cheques seus voltaram.

É importante esclarecer que quando os Sujeitos são constituídos por pronomes indefinidos não é possível identificar
o referente pronominal específico, entretanto, aparecem explícitos na oração sintaticamente e, portanto, são
considerados como determinados. Observe os exemplos:

Alguém pegou a minha caneta.

Ninguém invade um local sem antes tê-lo conhecido.

Sujeito indeterminado

O sujeito indeterminado ocorre quando não é possível localizar na oração um referente explícito para a flexão
verbal. Na Língua Portuguesa, os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados por duas estruturas sintáticas:

1. Verbo Transitivo Direto flexionado na terceira pessoa do plural.

Exemplos:

Apagaram vários incêndios.

Eliminaram os focos.

2. Verbo Transitivo Indireto, Verbo Intransitivo ou Verbo de Ligação flexionado na terceira pessoa do singular +
Pronome “se” (índice de indeterminação do Sujeito).

Exemplos:

Alugam-se casas.

Dorme-se muito bem neste hotel.

Precisa-se de diarista que durma no local.

-PREDICADO (aquilo que, em geral, se fala do sujeito - realiza uma afirmação sobre o sujeito).

Predicado é o termo da oração que realiza uma afirmação sobre o sujeito. Quando afirmamos algo sobre alguma
coisa estamos realizando uma predicação. Veja o exemplo:

Luciana e Alan vão viajar para Belo Horizonte de avião. (Sujeito / Predicado)

Quando estudamos sobre a sintaxe dos períodos simples aprendemos que os Termos essenciais são os elementos
que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado. Esses termos são considerados
essenciais porque trazem as informações necessárias à construção de enunciados sintatica e semanticamente
lógicos, como: o que aconteceu, como aconteceu e quem realizou ou recebeu a ação.

O Sujeito é o termo com o qual o Verbo da oração concorda em número e pessoa. Como você pôde observar no
exemplo acima, o Sujeito da oração é composto “Luciana e Alan” (eles – terceira pessoa do plural), pois é o termo
que realiza a ação “viajar” e concorda com a locução verbal “vão viajar ...”.
Grande parte das orações é formada por Sujeito e Predicado, pode acontecer de uma oração não apresentar Sujeito,
mas com toda certeza terá um Predicado. Isto significa que, à exceção do Sujeito e do Vocativo, tudo aquilo que
constitui as orações faz parte do Predicado.

Formação do Predicado

O Predicado deve conter pelo menos um verbo ou uma locução verbal. O núcleo do Predicado pode ser um verbo,
um nome, ou um verbo e um nome. É possível classificar os Predicados tendo em vista o tipo de núcleo que
apresentam.

Predicado verbal

O Predicado Verbal é aquele traz um Verbo como núcleo.

Exemplos:

Os alunos correm pela escola.

As jogadoras recolheram a bola.

Caminhei com meu cachorro na pracinha.

Telma gastou muito dinheiro naquela loja.

Carlos e Vinícius estão jogando xadrez.

Predicado nominal

O Predicado nominal é aquele que traz uma forma nominal ou pronominal como núcleo. Estes nomes podem ser
representados por Substantivos, Adjetivos, Locuções Adjetivas e Pronomes. São chamados de Predicativos do sujeito
os termos que formam o núcleo dos Predicados Nominais.

Uma informação importante é que os Verbos que ocorrem nos Predicados Nominais são sempre Verbos de Ligação.
Os Verbos de Ligação não possuem conteúdo referencial, pois atuam como o elo entre os Sujeito e alguma
predicação. Os Verbos de Ligação mais frequentemente usados em nossa língua são: ser, estar, ficar, permanecer,
continuar, andar, tornar-se, virar, parecer.

Exemplos:

Minha mãe é maravilhosa.

Lara está preparada para a entrevista.

Você fica linda assim.

Continuo triste.

O projeto tornou-se inviável.

Meu signo é Gêmeos.

Estou feliz solteira.

Predicado verbo-nominal

O Predicado verbo-nominal é constituído por dois núcleos, sendo um núcleo verbal e um núcleo nominal ou
pronominal. O núcleo verbal pode ser composto por verbos transitivos ou intransitivos que expressam ação, e o
núcleo nominal ou pronominal pode ser composto por Substantivos, Adjetivos, Locuções Adjetivas e Pronomes. Os
núcleos nominais atuam como Predicativo do Sujeito ou Predicativo do Objeto aos quais se referem.

Os Predicados Verbo-nominais podem ser formados por:

1. Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Sujeito

Exemplo:

A aluna chegou triste em casa.

Sujeito: a aluna

Predicado verbo-nominal: chegou triste em casa

Verbo significativo: chegou

Predicativo do sujeito: triste

2. Verbo Transitivo + Objeto + Predicativo do Objeto

Exemplo:

Marina viu o pai satisfeito.

Sujeito: Marina

Predicado verbo-nominal: viu o pai satisfeito

Verbo significativo: viu

Predicativo do objeto: satisfeito

3. Verbo Intransitivo + Predicativo do Sujeito

Exemplo:

A aluna suspirava apavorada.

Sujeito: A aluna

Predicado verbo-nominal: suspirava apavorada

Verbo intransitivo: suspirava

Predicativo do sujeito: apavorada

b) Termos integrantes da oração:

-OBJETO (complemento de um verbo).

-COMPLEMENTO NOMINAL (complemento de certos substantivos, adjetivos ou advérbios).

Pode-se definir complemento nominal como o termo integrante da oração que complementa o significado de um
nome, que pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. É sempre ligado ao nome a que se refere por meio
de uma preposição. O complemento nominal desempenha em relação ao nome uma função semântica comparável à
função que os complementos verbais, objeto direto e indireto, desempenham em relação ao verbo; a de ser
necessário para completar um sentido expresso de forma parcial. Sintaticamente, o complemento nominal se difere
do objeto indireto somente pelos termos com os quais se relacionam; complementos nominais são selecionados por
nomes e objetos indiretos são selecionados por verbos, mas ambos se ligam a quem os seleciona por meio de
preposição.
De modo mais prático, tomemos uma oração como exemplo para análise: “O juiz apitou favoravelmente a um dos
times”, em que o termo sublinhado completa o sentido expresso em partes pelo nome advérbio que, sozinho, não é
capaz de fazer sentido completo. Tomemos outros exemplos: “A queima de fogos assustou os cachorros”, em que o
termo sublinhado complementa o significado expresso pelo nome substantivo “A queima”; ou ainda em “A sala
estava cheia de brinquedos”, em que o termo sublinhado complementa o significado do nome adjetivo “cheio”.
Note-se que sem o complemento nominal, o elemento sublinhado em cada um dos exemplos, o nome
(“favoravelmente a...”, “A queima de...” e “cheia de...” não é capaz de se expressar satisfatoriamente sozinho sem
um termo que complete o seu sentido. Essa é uma característica dos termos integrantes da oração, grupo de que faz
parte, além do complemento nominal, também os complementos verbais, objeto direto e objeto indireto, e o agente
da passiva.

É importante notar que a maior parte dos nomes que exigem um complemento nominal para ter seu sentido
completo são nomes derivados de verbos transitivos, aqueles que precisam de um complemento verbal (um objeto
direto ou indireto). Como “A construção do metrô”, em que o nome construção é derivado do verbo “construir”; ou
“A necessidade de mudança é urgente”, em que o nome “necessidade” é derivado do verbo "necessitar"; ou ainda
“A promoção do supermercado”, em que o nome “promoção” é derivado do verbo “promover”.

Como grande parte dos vocábulos nominais em Língua Portuguesa, o complemento nominal também pode ser
substituído por um pronome. Os pronomes oblíquos, em geral as formas átonas (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os,
as, lhes) podem figurar em substituição à forma de complemento verbal com preposição, a exemplo de “Tenha-me
consideração”, em que o pronome “me” substitui a forma preposicional “por mim”, de “Tenha consideração por
mim”, complementando o nome substantivo consideração; ou ainda “Viajar não me seria conveniente neste
momento”, em que o pronome “me” substitui a forma preposicional “para mim” de “Viajar não seria conveniente
para mim neste momento”, complementando o nome adjetivo conveniente; ou “Caminhar lhe era saudável”, em
que o pronome “lhe” substitui a forma preposicional “a ele/ela” de “Caminhar era saudável a ele/ela”,
complementando o nome adjetivo “saudável”.

-AGENTE DA PASSIVA (aquele que pratica a ação indicada pelo verbo na voz passiva).

Para se compreender o que é agente da passiva, é preciso entender primeiro o que chamam de voz nos estudos
linguísticos. Voz é uma das características do verbo, definida pela relação entre o sujeito gramatical (aquele com o
qual o verbo concorda) e o papel de agente ou de paciente do processo verbal. E essa característica, a voz verbal, é
capaz de alterar a forma e a posição dos termos da oração.

Basicamente, uma oração na voz ativa é aquela que apresenta verbo na forma de voz ativa e estabelece
concordância com sujeito gramatical, que exerce papel de agente da ação descrita pelo verbo; e o papel de paciente
fica a cargo do complemento objeto do verbo. A título de exemplo, podemos observar a oração “Pedro limpou a
janela”, que tem “Pedro” como elemento que exerce função sintática de sujeito gramatical (termo com o qual o
verbo concorda) e assume papel temático de agente do processo verbal (aquele que realiza a ação descrita pelo
verbo); o verbo “limpou” na forma de voz ativa; e o termo “a janela” como elemento que exerce função sintática de
objeto direto do verbo e assume papel temático de paciente.

Em oposição, uma oração na voz passiva é aquela que apresenta verbo na forma de voz passiva e estabelece
concordância com o sujeito gramatical, mas que exerce papel temático de paciente e não de agente, como na voz
ativa. O papel temático de agente do verbo na voz passiva fica a cargo do termo a que chamamos Agente da Passiva.
Tomemos como exemplo a oração do exemplo anterior alterada somente a voz verbal: “A janela foi limpa por
Pedro”, em que temos o termo “A janela” como elemento que exerce função sintática de sujeito gramatical, mas
que assume papel temático de paciente (o elemento que sofre a ação descrita pelo processo verbal); o verbo na voz
passiva (com uso de“ser” como verbo auxiliar, que se encarrega de receber as desinências de tempo-modo e de
número-pessoa, seguido pelo verbo principal no particípio passado); e o termo “por Pedro”, que é de fato o
elemento que nomeia quem efetivamente executa a ação descrita pelo verbo, é quem assume papel temático de
agente do processo verbal, porém, não é o sujeito gramatical da oração, por isso, chamado Agente da Passiva.

É importante notar que a forma do particípio passado pode ter mais de uma forma, são particípios de verbos
chamados abundantes. E a forma usada na construção de voz passiva pode não ser a forma regular. De modo geral,
tradicionalmente, as gramáticas descrevem a forma do particípio passado de verbos abundantes subdivida entre
particípio regular (aquele terminado em -ado com verbos de primeira conjugação “falado, cantado, caminhado” ou -
ido com verbos de segunda e de terceira conjugações “varrido, bebido, partido, ido”) e particípio irregular “aceito,
entregue, expulso, coberto, dito, escrito”. A orientação das gramáticas tradicionais para verbos que possuem duas
formas de particípio passado, uma regular e outra irregular (prender – prendido/preso; acender – acendido/aceso;
matar – matado/morto), é a de usar a forma de particípio regular para a formação de tempos passados (como
pretérito mais que perfeito “O rapaz já havia matado sua sede nas águas do rio”) e usar o particípio irregular na
formação da voz passiva (“A vela foi acesa para o jantar”).

c) Termos acessórios da oração:

-ADJUNTO ADNOMINAL (caracteriza ou determina um substantivo).

O adjunto adnominal é um termo de valor adjetivo que, por esse motivo, especifica ou delimita o significado de um
substantivo. Ele é considerado um dos termos acessórios da oração e pode se manifestar por meio de diferentes
palavras.

Nesse contexto, é importante destacar que o adjunto corresponde a qualquer um dos termos da oração que
acompanham o sentido dos substantivos da oração. Assim, na construção abaixo, temos vários adjuntos adnominais
de naturezas diferentes.

As minhas melhores amigas são a Mariana e a Beatriz.

Os substantivos são 'amigas', 'Mariana' e 'Beatriz'. Contudo, não são apenas esses os componentes dos sintagmas
nominais da oração, ou seja, da expressão empregada para fazer referência a algo ou alguém.

Quando extraímos os substantivos, os adjuntos nominais são as palavras que sobram. São elas: 'as', 'minhas',
'melhores', 'a' e 'a'. Sabendo disso, é possível observar que essas palavras pertencem a classes gramaticais
diferentes. Só nesta oração, os adjuntos adnominais são artigos, pronomes e adjetivos.

Retomaremos essas possibilidades de adjunto adnominal ao explicarmos os tipos diferentes de classes gramaticais
que podem assumir esse papel.

Tipos de adjunto adnominal

Adjetivo
Como explicado mais acima, adjetivos podem ser adjuntos adnominais em uma oração. São exemplos disso as
construções:

 Flores vermelhas me encantam.


 Ele mora naquela casa amarela da esquina.
 A professora olhou atenta para os alunos.
 O bebê chorão deu trabalho para os pais.

Locução adjetiva
Em algumas construções, a combinação de um substantivo com uma preposição assume o papel de adjunto
adnominal com uma função adjetiva. Apresentamos alguns exemplos a seguir:

 Ele é um exemplo de homem de consciência.


 Aquele menino tem jeito de prodígio.

Artigo
Os artigos são adjuntos adnominais que são usados com bastante frequência. Alguns exemplos podem ser
observados abaixo:

 Uns meninos estavam brincando de bola aí ontem.


 A professora de física casou com o professor de química.
 Os pais dos alunos se irritaram com a quantidade de tarefas.
 O pai do Pedro pediu para ele voltar mais cedo.

Pronome
Os pronomes são termos que podem substituir os substantivos nas orações. Eles também podem assumir o papel de
adjunto adnominal, como pode ser visto nos exemplos abaixo:

 Meus pais morreram quando eu era pequeno.


 Esse cachorro é meu.
 A festa dele foi muito divertida.
 Aquela menina não é da nossa turma.

Numeral
Numerais também podem assumir a função de adjuntos adnominais na oração. São exemplos disso as construções:

 Duas meninas passaram de ano na nossa classe.


 Eu considero esse trio de alunos bastante problemático.
 Meu filho trouxe uma dupla de gatinhos para casa hoje.
 Dois terços da população já receberam a vacina.

Em resumo, não é possível considerar que os adjuntos adnominais correspondam apenas a um tipo de classe
gramatical da língua. São várias as classes contempladas. Para identificá-las, é preciso analisar sua relação com
os substantivos que ocupam a posição de sujeito ou objeto nas construções.

Os adjuntos nominais são relevantes para a análise sintática ou morfológica?

Entender quais são os adjuntos adnominais dos substantivos nucleares de uma oração é importante para a análise
sintática de orações e períodos. Como os adjuntos são termos acessórios da oração, é apenas no âmbito da análise
sintática que eles vêm à tona.

Não se classifica uma palavra como adjunto adnominal na análise morfológica, por exemplo. Muitas das classes
contempladas na análise morfológica ganham a mesma função na análise sintática. Por esse motivo, vale ressaltar a
importância de entender a diferença entre essas duas análises das palavras em orações e períodos.

-ADJUNTO ADVERBIAL (expressa determinada circunstância).

O Adjunto Adverbial é um termo acessório das orações e ocorre quando um Advérbio ou uma Locução Adverbial:

1. Intensificam os sentidos dos Verbos, dos Adjetivos e de outros Advérbios nas orações.

Exemplo: Ela sempre anda devagar. (Devagar: sugere o modo como o sujeito anda.)

2. Especificam as circunstâncias de ocorrência da ação verbal.

Exemplo: Chegarei às cinco da manhã. (Especifica quando a ação “chegar” acontecerá: às cinco da manhã.)

Localizando os Adjuntos Adverbiais nos estudos sobre a Sintaxe da Língua Portuguesa


Quando estudamos a Sintaxe dos Períodos Simples é muito importante observarmos a maneira didática como ela é
organizada e assim facilitar a compreensão deste conteúdo, que é amplo e cheio de nomenclaturas e classificações.
Por isto, observe a seguir quais são os elementos que estruturam e complementam os sentidos das orações:

Termos essenciais
São os elementos que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado. Uma oração pode
até não apresentar um sujeito, mas com toda certeza terá um Predicado.

Termos Integrantes
São os elementos que complementam os sentidos dos de determinados Verbos e Nomes. Existem quatro termos
integrantes: Objeto Direto, Objeto Indireto, Complemento Nominal e Agente da (voz) Passiva.

Termos acessórios
São os elementos que modificam ou especificam outros termos. Eles são importantes para ampliar os sentidos, mas
não são essenciais para a estrutura sintática das orações. São eles: Adjunto Adverbial, Adjunto Adnominal e Aposto.

Agora que você já identificou que os Adjuntos Adverbiais são Termos Acessórios das orações, conheça as principais
circunstâncias expressas por eles:

Afirmação

 Certamente, chegaremos a tempo da reunião.


 Sim, vamos à praia nas férias.
 Você viu que, inegavelmente, é preciso reformar isto aqui.

Negação

 Não quero isto.


 Nunca diga nunca.
 Não viu nada, mãe.

Dúvida

 Talvez eu volte.
 Será que devo ir?
 Vou guardar caso ainda queira.

Condição

 Não se consegue estudar sem silêncio.


 Só vou se convidarem.
 Sem vacina, não haverá aulas presenciais.

Tempo

 Hoje retornarei ao trabalho.


 Amanhã entrarei de férias.
 Fecharei às seis da tarde.

Intensidade

 Comi demais.
 Os alunos foram extremamente habilidosos.
 Estou super feliz.

Modo

 O carro está devagar.


 Infelizmente, vou embora.
 Apressadamente, subiu as escadas.

Lugar

 Aqui estará seguro.


 Voltei lá.
 Mora longe a menina.

Causa

 Não denunciei por receio de vingança.


 O cachorro morreu de sede.
 Morreu por desobediência.

Meio

 Prefiro ir a pé.
 Vamos viajar de carro para Uberlândia.
 A mudança chegará de caminhão.

Finalidade

 Trabalhe para ser alguém.


 Cortou para ela.
 Estudou para a prova.

Companhia

 Prefiro assistir com minha namorada.


 Te espero com ela.
 Vou jantar com meus pais.

Assunto

 Os pais conversavam sobre os filhos.


 Quero estar a par de tudo.
 Falávamos sobre o Natal.

Concessão

 Saímos, apesar da chuva.


 Não fiquei magoado, apesar disso.
 Disse que não, todavia comi.

Instrumento

 Coma com os garfos.


 Melhor mexer com a colher.
 Com a faca adequada, faça o corte.

Conformidade

 Ainda não há vaga, conforme o jornal.


 Como te disse, estragado!
 Linda, como pode perceber.

Interesse

 Por você, eu tomaria banho gelado no inverno.


 Por seu conforto, faço tudo.
 Serviremos para sua comodidade.
Frequência

 Sempre caminhamos, Ana.


 Toda vez é isso.
 Todo dia amanheço com dor.

Como os adjuntos adverbiais modificam os sentidos dos Verbos, Adjetivos e Advérbios, e também delimitam as
circunstâncias das ações, pode haver outras circunstâncias expressas por eles, além destas destacadas acima.
Portanto, como trata-se de uma questão semântica e não sintática, é interessante que se identifique a ocorrência do
Adjunto Adverbial nas orações e que seja analisado seu contexto de utilização.

-APOSTO (explica um termo ou uma expressão).

O aposto, juntamente com o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o vocativo, é um termo acessório da oração.
Dito de outro modo, isso significa dizer que se trata de um termo não exigido sintaticamente por outro elemento da
mesma oração para completar o sentido. Sua presença pode ser importante em determinados contextos para se
determinar ou especificar circunstâncias e pode ser dispensável em outros contextos, mas é um elemento que não
estabelece com outros termos da oração uma relação de dependência sintática.

Quanto ao significado, aposto em geral é o termo responsável por trazer detalhes, explicar com maior clareza ou
precisão, dar outras referências ao nome ao qual se refere, como nos exemplos “Machado de Assis, autor de A mão
e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro”, em que o termo sublinhado é um aposto porque é utilizado na
oração com o objetivo de dar maiores esclarecimentos sobre a quem se refere o nome próprio. Semanticamente, o
aposto funciona como uma etiqueta com detalhes.

Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e seguido do nome ao qual se
refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em “O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido
por muitas pessoas”, em que o aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede
“morcego”. Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum é a utilização
de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas duas crianças, quatro adultos e uma
senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.

O aposto, juntamente com o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o vocativo, é um termo acessório da oração.
Dito de outro modo, isso significa dizer que se trata de um termo não exigido sintaticamente por outro elemento da
mesma oração para completar o sentido. Sua presença pode ser importante em determinados contextos para se
determinar ou especificar circunstâncias e pode ser dispensável em outros contextos, mas é um elemento que não
estabelece com outros termos da oração uma relação de dependência sintática.

Quanto ao significado, aposto em geral é o termo responsável por trazer detalhes, explicar com maior clareza ou
precisão, dar outras referências ao nome ao qual se refere, como nos exemplos “Machado de Assis, autor de A mão
e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro”, em que o termo sublinhado é um aposto porque é utilizado na
oração com o objetivo de dar maiores esclarecimentos sobre a quem se refere o nome próprio. Semanticamente, o
aposto funciona como uma etiqueta com detalhes.

Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e seguido do nome ao qual se
refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em “O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido
por muitas pessoas”, em que o aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede
“morcego”. Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum é a utilização
de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas duas crianças, quatro adultos e uma
senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.

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6) Período composto por coordenação e subordinação


Período é a frase organizada com uma ou mais orações e orações é a frase que se divide em sujeito e predicado, que
são os termos principais ou essenciais da oração.

De maneira resumida, o sujeito é o termo que representa o ser sobre o qual se faz referência e o predicado, é o
termo que contém o verbo e representa aquilo que se diz do sujeito.

O período da oração pode ser classificado em simples e composto:

Período Simples
É aquele formado por apenas uma oração. Exemplos:

A chuva forte derrubava todas as árvores da rua.

O dia está maravilhoso!

Fabiana acordou seu irmão cedo para seu aniversário.

Letícia passou no vestibular.

Período Composto
É aquele formado por duas ou mais orações. Exemplos:

Não imaginei que fosse demorar tanto assim para te ver.

Conversamos com calma, quando eu voltar.

Carina levantou e foi direto para a televisão.

Preciso que me empreste sua blusa.

O período composto, também, é classificado em:

Período composto por coordenação


Quando as orações são independentes, cada uma delas têm sentido completo e são formadas por orações
coordenadas. Exemplos:

Alice veio, gostou e ficou para sempre.

Perto dela tem metrô, mas só anda de carro.

Ele não veio nem telefonou.

Período composto por subordinação


Quando uma das orações depende da outra, elas se relacionam e, sem uma delas, o sentido fica incompleto. O
Período Composto por Subordinação pode ter o valor de sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto
adnominal; dentro da estrutura da oração principal. Exemplos:

Sofia, que é a melhor aluna de Português, não conseguiu atingir um bom resultado na prova.

Diego não pôde esperar, porque estava atrasado para o curso.

Embora ela fosse teimosa, continuou ouvindo os conselhos dos mais velhos.
O período termina sempre por uma pausa, que se marca na escrita com ponto, ponto de interrogação, reticências ou
dois pontos. É importante saber que a oração que forma o período simples é denominada de oração absoluta, já que
ela é única. Além disso, todo o período simples ou oração absoluta corresponde a uma frase.

Período Composto por coordenação e subordinação

Apresenta a mescla dos tipos anteriores (coordenadas e subordinadas).

Quando ela chegasse, ele deixaria a sala e chamaria a polícia.

Em síntese, um período composto por coordenação é formado por orações coordenadas; um período composto por
subordinação é formado por uma oração principal e outra(s) subordinada(s); e um período composto por
coordenação e subordinação possui os dois tipos de relações.

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7) Concordância nominal

Concordância nominal nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em
gênero e número com o substantivo.

Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome.

Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado
de concordância verbal.

REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo.

- A pequena criança é uma gracinha.


- O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.

CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima.

a) Um adjetivo após vários substantivos

1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.

- Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.


- Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.

2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.

- Ela tem pai e mãe louros.


- Ela tem pai e mãe loura.

3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente para o plural.

- O homem e o menino estavam perdidos.


- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.

b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos

1 - Adjetivo anteposto normalmente: concorda com o mais próximo.

Comi delicioso almoço e sobremesa.


Provei deliciosa fruta e suco.

2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.

c) Um substantivo e mais de um adjetivo

1- antecede todos os adjetivos com um artigo.

Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.

2- coloca o substantivo no plural.

Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.

d) Pronomes de tratamento

1 - sempre concordam com a 3ª pessoa.

Vossa santidade esteve no Brasil.

e) Anexo, incluso, próprio, obrigado

1 - Concordam com o substantivo a que se referem.

As cartas estão anexas.


A bebida está inclusa.
Precisamos de nomes próprios.
Obrigado, disse o rapaz.

f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)

1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular e o adjetivo no plural.

Renato advogou um e outro caso fáceis.


Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.

g) É bom, é necessário, é proibido

1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante.

Canja é bom. / A canja é boa.


É necessário sua presença. / É necessária a sua presença.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada é proibida.

h) Muito, pouco, caro

1- Como adjetivos: seguem a regra geral.

Comi muitas frutas durante a viagem.


Pouco arroz é suficiente para mim.
Os sapatos estavam caros.

2- Como advérbios: são invariáveis.

Comi muito durante a viagem.


Pouco lutei, por isso perdi a batalha.
Comprei caro os sapatos.
i) Mesmo, bastante

1- Como advérbios: invariáveis

Preciso mesmo da sua ajuda.


Fiquei bastante contente com a proposta de emprego.

2- Como pronomes: seguem a regra geral.

Seus argumentos foram bastantes para me convencer.


Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.

j) Menos, alerta

1- Em todas as ocasiões são invariáveis.

Preciso de menos comida para perder peso.


Estamos alerta para com suas chamadas.

k) Tal Qual

1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o consequente.

As garotas são vaidosas tais qual a tia.


Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.

l) Possível

1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as
expressões.

A mais possível das alternativas é a que você expôs.


Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da cidade.

m) Meio

1- Como advérbio: invariável.

Estou meio insegura.

2- Como numeral: segue a regra geral.

Comi meia laranja pela manhã.

n) Só

1- apenas, somente (advérbio): invariável.

Só consegui comprar uma passagem.

2- sozinho (adjetivo): variável.

Estiveram sós durante horas.

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8) Concordância verbal

Concordância verbal é a relação de determinação ou dependência morfossintática estabelecida entre o verbo, em


suas flexões de número e pessoa, e o sujeito da oração. Veja o exemplo a seguir:

As meninas da rua de cima soltam pipa na pracinha.

 Sujeito: As meninas da rua de cima


 Predicado: soltam pipa na pracinha.

Observe que o verbo “soltam” está flexionado em número (plural) e pessoa (elas – terceira pessoa) concordando
com o sujeito da oração: As meninas da rua de cima (elas – soltam).

Nem sempre o sujeito aparece antes do predicado na oração. Quando esta ordem é invertida, deve-se manter a
mesma regra geral de concordância verbal, veja: “Soltam pipa na pracinha as meninas da rua de cima.”.

Regras específicas de concordância verbal quando a oração apresenta sujeito simples

Porcentagem
O verbo deverá concordar com o sujeito mesmo quando este for representado por um número percentual.

 58% dos eleitores confirmaram os votos.

O verbo poderá concordar com o numeral ou com o substantivo quando a porcentagem aparecer seguida de um
substantivo.

 Um por cento (1%) dos alunos não consegue/conseguem resolver a equação.

A concordância deve ser feita sempre com o número percentual quando o verbo aparecer antes da porcentagem, ou
a porcentagem for antecedida por um determinante.

Exemplos:

 Do total de alunos, 25% não compareceram à aula.


 Não apareceu nem 1% do dinheiro até agora.

Expressão fracionária
O verbo deve concordar com o número que aparece acima na fração, ou seja, o numerador.

 Exemplo: ¼ (um quarto) deste creme hidratante é feito com leite, os outros ¾ (três quartos) são outros
compostos vegetais.

Expressão que indica quantidade aproximada


O verbo concorda com o substantivo quando o sujeito é composto por um expressão que indica quantidade
aproximada.

 Exemplo: Cerca de dois milhões de pessoas assistiram à comemoração de ano novo.

Expressões Partitivas + Substantivo ou Pronome


As Expressões partitivas são: uma parte de... / grande parte de... / a maior parte de... / a maioria de... / grande
número de... / uma porção de...

O verbo pode aparecer no singular ou no plural quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva seguida de um
substantivo ou pronome no plural.

Exemplos:
 A maioria dos alunos passou de ano.
 A maioria dos alunos passaram de ano.

(alunos: núcleo do adjunto adnominal – terceira pessoa do plural - eles)

Pronomes Relativos
Que: O verbo da oração adjetiva concorda em número e pessoa com o termo da oração principal ao qual faz
referência o pronome.

Exemplo:

 Foi minha mãe que falou.

Quem: O verbo pode concordar com o termo que antecede o pronome ou com o próprio pronome quando o sujeito
da oração for o pronome “quem”.

Exemplo:

 Fui eu quem ganhei / ganhou esta partida.

Pronomes indefinidos e interrogativos


O verbo é flexionado no plural e pode concordar em pessoa com o pronome definido ou pronome pessoal quando
sujeito é constituído por pronomes indefinidos ou iterrogativos no plural.

Exemplo:

 Muitos de nós saberão / saberemos o que é sofrer.

Pronomes de tratamento
O verbo é flexionado na terceira pessoa (singular ou plural) quando quando o sujeito é constituído de pronome de
tratamento.

Exemplo:

 Os senhores devem compreender que não é viável.

Substantivos
1. O verbo deve ser flexionado no singular quando o núcleo do sujeito for um substantivo coletivo.

 Exemplo: O cardume se assustou com a movimentação do barco.

2. O verbo deve ser flexionado no singular se o substantivo não for antecedido por um determinante no plural
quando o núcleo do sujeito for um substantivo plural que tem sentido singular.

 Exemplo: Nozes é muito caro.

3. O verbo deve ser flexionado no singular se o substantivo não estiver antecedido por um determinante quando o
núcleo do sujeito é composto por um substantivo próprio no plural.

 Exemplo: As pupilas do Senhor Reitor é uma obra de ficção sensacional.

4. O verbo deve ser flexionado no plural se o substantivo for antecedido por um determinante (artigo, pronome ou
numeral).

 Exemplo: Os Estados Unidos estão preparados para enfrentar a crise.


Regras específicas de concordância verbal quando a oração apresenta sujeito composto

Sujeito Posposto
Quando o verbo antecede o sujeito composto, pode concordar com os núcleos do sujeito, permanecendo no plural,
ou pode concordar com apenas com o núcleo do sujeito mais próximo a ele.

Exemplos:

 Chegaram em casa o pai e o filho.


 Chegou em casa o pai e o filho.

Sujeito Composto por diferentes pessoas do discurso


O verbo concorda sempre com a primeira pessoa do discurso a aparecer na oração.

 Exemplo: Tu e ela deveis ser extremamente cautelosos na fazenda.

Núcleos do sujeito composto ligados por conjunções “ou”, “nem”


O verbo deve concordar com o núcleo do sujeito mais próximo as conjunções indicarem exclusão.

 Exemplo: Ou o filho biológico ou o adotivo irá decidir.

O verbo deve ser flexionado no plural caso a conjunção indique inclusão.

Exemplo:

 Nem os alunos nem o professores concordam com esta decisão.

Sujeito composto constituído de “um e outro”, “um ou outro”, “nem um nem outro”
O verbo pode ser flexionado no singular ou no plural quando o sujeito é constituído pelas referidas expressões.

 Exemplo: Um ou outro consegue / conseguem escrever.

Núcleos singulares sinônimos no singular


O verbo pode ser flexionado no singular ou no plural concordando com o elemento mais próximo quando os núcleos
do sujeito estiverem no singular e são sinônimos expressando sentido de conjunto ou gradação.

 Exemplo: A felicidade e a alegria é / são contagiante(s).

Aposto recaptulativo
O verbo deve concordar em número com o pronome quando o núcleo do sujeito composto é seguido de um
pronome indefinido, cuja função é resumir o que foi exposto anteriormente.

 Exemplo: Os olhos, a boca, os cabelos, o nariz, tudo é perfeito em ti.

Casos especiais de concordância verbal

Verbo HAVER
O verbo haver pode ser utilizado tanto no sentido de “existir” quanto para indicar tempo transcorrido, ou seja, um
tempo que já passou. Trata-se de um verbo impessoal, ou seja, não permite variação de pessoas do discurso (eu, tu,
ela, nós...), e por isso deve permanecer sempre na terceira pessoa do singular.

Exemplos:

 Há 10 anos não bebo refrigerante. (indica tempo transcorrido)


 Já contei, mãe, há 18 pessoas esperando atendimento. (sentido de “existir”)
Verbo FAZER
Quando indica tempo transcorrido, o verbo FAZER também é impessoal e por isso deve permanecer sempre na
terceira pessoa do singular.

Exemplo:

 Faz 6 dias que não ligo para minha tia.

* Observe que, embora a quantidade de dias seja plural, o verbo “fazer” deve permanecer no singular.

Verbo SER indicando tempo transcorrido


Quando o Verbo SER indica tempo, ele concorda com o Numeral do predicativo.

Exemplos:

 Ele disse que já são 3h da manhã e que voltará somente amanhã.


 Já é meia noite.
 Hoje são treze de julho de 2020.
 Hoje é dia treze de julho de 2020.

Verbo SER + sujeito constituído por pronomes interrogativo, demonstrativo ou indefinido


O verbo SER pode admitir como sujeitos os pronomes interrogativos QUE ou QUEM, ou os Pronomes Relativos ISTO,
ISSO, AQUILO, deve-se fazer a concordância com o Predicativo do Sujeito.

Exemplos:

 Você viu que na estampa do painel tudo são flores? (Pronome indefinido + Verbo + Predicativo do Sujeito)
 Tudo é brincadeiras. (Pronome indefinido + Verbo de ligação + Predicativo do Sujeito)
 Isto são cascas de abacaxi para fazer suco. (Pronome demonstrativo + Verbo + Predicativo do Sujeito)

Verbo SER + Sujeito constituído por expressões que indicam quantidade


O Verbo SER deve permanecer na terceira pessoa do singular quando o sujeito da oração for alguma expressão que
indica: quantidade, valor, medida, preço etc.

Exemplos:

 Vinte litros diários é muito leite pra uma vaca como esta.
 Cem reais é suficiente para ir ao shopping.

Verbo SER + Pronome Pessoal do Caso Reto


A concordância do Verbo SER deverá ser feita com o Pronome quando um Pronome Pessoal do Caso Reto ocupar a
posição de sujeito da oração.

Exemplos:

 Eu sou o aluno da Tatiana.


 O aluno da Tatiana sou eu.

Verbo SER + Substantivo Próprio + Substantivo Comum


Exemplos:

 A família foi, durante anos, todas as minhas conquistas.


 Todas as minhas conquistas, durante anos, foi a família.

Verbo SER + Núcleo do sujeito no singular + Núcleo do predicativo no plural


Quando há um substantivo próprio e um substantivo comum na oração, o verbo deve concordar com o substantivo
próprio, sendo ele o sujeito ou um predicativo.

Exemplos:

 O problema são essas pessoas que entendem somente aquilo que querem.

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9) Regência verbal

Regência verbal é a relação estabelecida entre os verbos e seus complementos, os quais integram seu sentido. Esses
complementos podem ser objetos diretos e objetos indiretos. Nesse caso, o verbo é considerado termo regente e
seu complemento, o termo regido. No caso de o complemento verbal ser um objeto indireto, a relação de
subordinação vem sempre marcada pela presença de uma preposição.

O estudo sobre regência verbal está diretamente relacionado à noção de transitividade verbal, pois é ela quem
determina o tipo de vínculo estabelecido entre o verbo e seu complemento. Quando a transitividade é direta,
o objeto direto é ligado ao verbo sem o auxílio de preposição. Quando a transitividade é indireta, o objeto indireto é
ligado ao verbo com o auxílio de preposição. Observe os exemplos:

 Esqueci da reunião de hoje.


 Assisti ao filme “Instinto Selvagem”.
 O médico assistiu o paciente de maneira rápida.

Na Língua Portuguesa, muitos verbos admitem mais de uma regência e, assim, mudam-se também seus significados.
Veja este exemplo:

 Ele aspira todo ar poluído desse ambiente. (sentido de respirar)


 Rodrigo aspira ao cargo de superintendente. (sentido de deseja, pretender)

A Regência de alguns Verbos

Verbo Preposição
assistir a, ao (transitivo indireto)
esquecer de
obedecer a, ao (transitivo indireto)
visar a (transitivo indireto)

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10) Colocação de pronomes

Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros monossílabos átonos,
apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições distintas
na frase:

Antes do verbo – PRÓCLISE (dizemos que o pronome está proclítico)

“Não me abandone, não me carregue para o buraco”

No meio do verbo – MESÓCLISE (dizemos que o pronome está mesoclítico)

“Meu nome, dir-lhes-ei a seu tempo”


Após o verbo – ÊNCLISE (dizemos que o pronome está enclítico)

“Suporta-se com paciência a dor do próximo”.

Apresentamos, a seguir, algumas orientações acerca da colocação pronominal.

Próclise
A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja:

Palavra de sentido negativo (não, nada. Nunca, ninguém etc.):

Nunca me convidam para as festas.

Conjunção subordinativa:

Quando te encarei de frente a frente não vi o meu rosto.

Advérbio:

Assim se resolvem os problemas

Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.

Assim, resolvam-se os problemas.

Pronome indefinido:

Tudo se acaba na vida

Pronome relativo:

Não encontrei o caminho que me indicaram.

Com verbo no gerúndio precedido de preposição em:

Em se tratando de previsões, qualquer afirmação otimista será arriscada.

Com verbo no infinitivo pessoal (flexionado ou não) precedido de preposição:

Vocês serão castigados por me faltarem ao respeito.

Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas orações optativas
(orações que exprimem um desejo):

Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)

Quando me custa dizer a verdade! (oração iniciada por palavra exclamativa)

Deus te proteja. (oração optativa)

Mesóclise
A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja
algum fator de próclise.

Convidar-me-ão para a festividade de estréia da nova série televisiva.


Convidar-te-ia para viajar comigo, caso fosse possível.

Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pronome
pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor.

Eles me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva.

Não me convidarão para a festividade de estreia da nova série televisiva.

Sempre te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível.

Eu te convidaria para viajar comigo, caso fosse possível.

Colocação dos pronomes oblíquos átonos nas locuções verbais


Com locuções em que o verbo principal ocorre no infinitivo ou no gerúndio:

a) Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois do verbo
auxiliar ou depois do verbo principal:

Devo-lhe cantar uma música

Devo cantar-lhe uma música

Estava-lhe dizendo a verdade

Estava dizendo-lhe a verdade

b) Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal:

Não lhe devo dizer a verdade.

Não devo dizer-lhe a verdade.

Não lhe estava dizendo a verdade.

Não estava dizendo-lhe a verdade.

Com locuções em que o verbo principal ocorre no particípio:

a) Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar:

Havia-lhe dito a verdade.

b) Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar:

Não lhe havia dito a verdade

Ênclise
De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo, desde que não
haja condições para a próclise ou para a mesóclise.

Assim sendo, a ênclise é obrigatória:

a) Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo:
Comenta-se que ele recebeu o prêmio.

Lembram-me pormenores daquela noite sem graça.

b) Com verbo no imperativo afirmativo:

Alunos, apresentem-se já ao diretor.

Amigos, digam-me somente a verdade.

c) Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em:

Modificou a frase, tornando-a ambígua.

Puseram-na de castigo para depois poder beijá-la, consolando-a.

d) Com o verbo no infinitivo pessoal regido por preposição a:

Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.

Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo.

e) Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal:

Por que maltratar-me agora?

Como convencer-te do meu apreço?

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11) Pontuação

Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como indicam
limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na
fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.

Confira abaixo os dez sinais de pontuação utilizados na nossa língua, assim como as situações em que devem ser
empregados, seguidas de exemplos.

1. Ponto (.)
O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:

Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:

Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

V. Ex.ª (Vossa excelência)

2. Dois-pontos (:)
Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:

a) Iniciar fala de personagens:

Ela gritou:
– Vá embora!

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.

Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.

Anote meu número de telefone: 863820847.

c) Anteceder citação direta:

É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.”

Leia mais: Uso de dois pontos

3. Reticências (...)
Usa-se para:

a) Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Talvez se você pedisse com jeitinho...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrupção... assim caminha a
humanidade.

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico Xavier)

4. Parênteses ( )
Os parênteses são usados para:

a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a vírgula ou o
travessão:

Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).

Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela última vez.

5. Ponto de exclamação (!)


Em que situações utilizar:

a) Após vocativo:
Juliana, bom dia!

b) Final de frases imperativas:

Fuja!

c) Após interjeição:

Ufa! Graças a Deus!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que lástima!

6. Ponto de interrogação (?)


Quando utilizar:

a) Em perguntas diretas:

Quando você chegou?

b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

Não acredito, é sério?!

7. Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias situações.
A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam uma unidade
sintática, apesar de estarem na mesma oração.

A seguir confira as situações em que se deve utilizar vírgula.

a) Separar o vocativo:

Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.

b) Separar apostos:

Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.

c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.

d) Separar elementos de uma enumeração:

Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.

e) Isolar expressões explicativas:

Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos.

f) Separar conjunções intercaladas:

Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.


g) Separar o complemento pleonástico antecipado:

Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.

h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:

São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.

i) Separar termos coordenados assindéticos:

Vim, vi, venci. (Júlio César)

j) Marcar a omissão de um termo:

Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Antes da conjunção, como nos casos abaixo:

k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.

l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):

Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me escuta.

m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição
(adversidade, consequência, por):

Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.

Entre orações:

n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro e mandão.

o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção
“e”:

Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.

p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem


antepostas à oração principal:

A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.

q) Para separar as orações intercaladas:

Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.

r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando me formarei, ainda não sei.

8. Ponto e vírgula (;)


a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:

1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas
nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que
mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em
opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de
Taunay)

9. Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:

a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

Então ela disse:

— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.

b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Querido, você já lavou a louça?

— Sim, já comecei a secar, inclusive.

c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:

O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é decepcionante.

d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

10. Aspas (“”)


As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos,
arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala.” (O
prazer de viajar - Eça de Queirós)
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já esteja presente, usa-
se a marcação simples ('), não dupla (").

____________

12) Sinônimos e Antônimos

A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do discurso. Cada
palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os significados das palavras,
assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus significados.

SINONÍMIA: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem
significado ou sentido semelhante.

Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia. Estas palavras
são chamadas de sinônimos.

Ex: certo, correto, verdadeiro, exato.

Sendo assim, SINÔNIMOS são palavras que possuem significados semelhantes.

A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos:

 adversário e antagonista;
 translúcido e diáfano;
 semicírculo e hemiciclo;
 contraveneno e antídoto;
 moral e ética;
 colóquio e diálogo;
 transformação e metamorfose;
 oposição e antítese.

ANTONÍMIA: É a relação entre palavras de significado oposto

Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe ao outro, ou
nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.

Ex: direita / esquerda, preto / branco, alto / baixo, gordo / magro.

Desta forma, ANTÔNIMOS são palavras que opõem-se no seu significado.

Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo:

 bendizer e maldizer;
 simpático e antipático;
 progredir e regredir;
 concórdia e discórdia;
 ativo e inativo;
 esperar e desesperar;
 comunista e anticomunista;
 simétrico e assimétrico.

13) Homônimos e Parônimos

Kk
Homonímia
A homonímia se caracteriza como o fenômeno no qual as palavras têm significados e funções diferentes, porém
possuem a mesma estrutura fonológica, os mesmos fonemas e a mesma acentuação. Graças ao papel do contexto, é
possível que a homonímia exista sem prejuízos para a comunicação, pelo fato de o contexto ser capaz de dar o
sentido correto às palavras em que ocorre o fenômeno.

Os homônimos dividem-se em três tipos:

Homógrafas: Iguais na escrita, mas diferentes na pronúncia


Exemplos:

a. este (pronome), este (ponto cardeal)

b. governo (substantivo), governo (verbo)

Homófonas: Iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita e no significado.


Exemplos:

a. cheque (ordem de pagamento), xeque (lance de xadrez)

b. viagem (substantivo), viajem (flexão do verbo viajar)

Homônimos perfeitos: Iguais na escrita e na pronúncia.


Exemplos:

a. verão (flexão do verbo ver), verão (substantivo)

b. banco (instituição financeira), banco (assento)

Paronímia
Caracteriza-se como um fenômeno no qual as palavras são parecidas na escrita, porém diferentes no significado,
tendo radicais diferentes.

Confira exemplos de parônimos:

a. iminente (pendente, próximo para acontecer) e eminente (ilustre)

b. ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)

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14) Denotação

As línguas constituem-se instrumentos de comunicação humana carregadas de conteúdos semânticos, reproduzidas


e representadas fonéticas e fonologicamente. Assim, essa comunicação pode ocorrer para realizar finalidades
distintas de contexto para contexto, e para isso, a língua oferece algumas ferramentas aos falantes. Sobre este
aspecto, a linguagem assume formas de acordo com o objetivo do texto ou da fala. Logo, a denotação é uma das
formas definida pela gramática como o efeito linguístico no qual a palavra mantém relação direta e objetiva com o
sentido que expressa. Ou seja, trata-se do sentido próprio da linguagem, possibilitando uma informação precisa, que
evita o duplo sentido.

No uso da linguagem, falantes fazem escolhas lexicais, isto significa que ao elaborar uma frase, uma fala ou um
texto, escolhemos as palavras de acordo com o sentido que elas expressarão naquele contexto. Essas escolhas
mantêm relações também com algumas marcas do usuário, tais como a região de origem, a idade, o gênero, dentre
outras características que podem ser identificadas através do discurso. Entretanto, no uso denotativo da linguagem,
as escolhas lexicais realizadas pelo sujeito, não oferecem muitos indícios a seu respeito, uma vez que o sentido
denotativo explora as relações entre o signo, o significado e o significante de acordo com o descrito pelos
dicionários, não ocorrendo variações regionais, por exemplo, ou atribuição de algum significado surpreendente. É
por meio do sentido denotativo que a linguagem cumpre sua função de transmitir informações, comunicar um fato,
registrar um acontecimento, bem como a própria interação entre os falantes ocorrerá sem ambiguidades.

O efeito denotativo também pode aparecer em uma expressão de afeto ou sentimento, com menor emoção do que
no uso da linguagem com sentidos mais enfáticos ou apelativos. Ao analisar o momento real do uso da língua, nota-
se que os efeitos linguísticos podem se misturar, contudo em um texto jornalístico, com fim de informar um evento,
o material linguístico deve ser produzido em sentido próprio, mantendo as relações diretas entre os signos, os
significados e os significantes, conforme o texto da notícia publicada no site da Geledés em 02/01/2018

AUMENTO DO ENCARCERAMENTO FEMININO REVELA RACISMO ESTRUTURAL NAS PRISÕES

Segundo Anuário Brasileiro de Segurança pública, em 2014, 607.731 pessoas estavam presas no Brasil /
Arquivo/Agência Brasil.

“O Que é Encarceramento em Massa” é o nome do livro, da série Feminismos Plurais, que discute a fusão entre
aprisionamento, seletividade penal e racial no Brasil e feminismo negro. A obra tem como base as teorias de
intelectuais negras como Sueli Carneiro e a estadunidense Angela Davis."

(...)

Fonte: https://www.geledes.org.br/aumento-do-encarceramento-feminino-revela-racismo-estrutural-nas-prisoes/

O texto jornalístico informa um acontecimento, e tem o princípio ético de não emitir opiniões, apresentando uma
visão imparcial dos fatos. Dessa maneira, é um texto elaborado a partir da linguagem denotativa, com termos em
sentido próprio, e enunciados com precisão nas palavras.

Em resumo, para muitas gramáticas, a denotação é o uso das palavras em seu sentido original, independente do
contexto, tal como está descrita pelos dicionários.

Verifique o exemplo retirado de um livro didático:

Uma diversidade, muito sutil, é a que existe entre a fala e a escrita. É a escrita que as gramáticas normativas
escolares focalizam explícita ou implicitamente. O estudante já vem para a escola falando satisfatoriamente, embora
seja em regra deficiente no registro formal do uso culto; o que ele domina plenamente é a linguagem familiar, na
maioria dos casos. (CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes. 1977.
Página 9)

O texto do professor Joaquim Mattoso Camara direciona-se aos professores e estudantes de língua portuguesa, de
tal maneira que há a necessidade de se elaborar um texto denotativo, que comunique com precisão o conteúdo
pretendido. Ao se referir à diversidade entre a fala e a escrita o autor se vale de qualitativos específicos, sem atribuir
sentidos novos ou inesperados. O texto é compreensível, sem ambigüidades e informa ao leitor o conteúdo com
assertividade.

Verifique esse segundo exemplo em que o texto foi retirado do livro “Para educar crianças feministas”, publicado a
partir de uma carta que a autora escreveu para uma amiga, na qual o assunto é a educação dos filhos.

Por favor, saiba que levo sua tarefa – pensar como criá-la feminista – muito à sério. E entendo o que você quer dizer
quando fala que nem sempre sabe qual deve ser a reação feminista a certas situações. Para mim, o feminismo é
sempre uma situação de contexto. Não tenho nenhuma regra. (ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Para educar crianças
feministas um manifesto. Tradução: Denise Bottmann. – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Paginas 11,
12)
Neste trecho da carta, texto bastante informal, em que Chimamanda responde à pergunta de sua amiga
correspondente, sobre como dar uma educação feminista para sua filha, a linguagem é direta e denota os
significados apreendidos por cada palavra em seu estado original. Não há diversidades de sentidos em um único
termo, nem há efeito que gere dúvida em cada afirmação. Dessa forma, apesar da carta ser uma modalidade mais
livre da escrita, com menor exigência, o texto produz efeito denotativo e comunica exatamente o pensamento da
escritora.

15) Conotação

A gramática caracteriza a linguagem como um sistema simbólico representado por signos e utilizado com a
finalidade de realizar a intercomunicação social, expressando, em geral, ideias e sentimentos. A palavra possibilita
aos falantes a representação do pensamento, a criação, e nessa interação linguística os usuários constroem novos
sentidos para diferentes termos. Logo, na prática, no uso real da linguagem, as palavras ganham vida e recebem
significados para além daqueles descritos nos dicionários. A este processo a linguística denomina de conotação.
Segundo Rodolfo Ilari, em seu livro “A Introdução à Semântica”, conotação é o efeito de sentido pelo qual a escolha
de uma determinada palavra ou expressão dá informações sobre o falante, sobre a maneira como ele representa o
ouvinte, o assunto e os propósitos da fala em que ambos estão engajados. (página 41) Nessa definição o autor leva
em consideração variantes linguísticas como fatores que influenciam diretamente no modo de falar, revelando
origem geográfica, faixa etária, grupo social, pelas escolhas feitas por cada falante no ato de fala ou em uma
enunciação e dos diversos sentidos atribuídos às suas escolhas. Vejamos o exemplo à seguir:

Em um diálogo entre dois usuários da língua portuguesa de diferentes regiões do país pode ficar claro o estado de
origem de um deles a depender do signo (palavra) escolhido para designar certo significado. Para se referir ao
biscoito (termo utilizado o Rio de Janeiro, por exemplo), os falantes do estado de São Paulo usam a palavra
“bolacha”. Encontramos essas variações em alguns outros termos, tais como aipim, mandioca ou macaxeira. Cada
região do Brasil usa uma forma para se referir à raiz, e cada vez que um sujeito utiliza-se de uma dessas formas, a
linguagem revela sua origem, ou seja, conforme Ilari; dá informações sobre o falante.

De acordo com as gramáticas descritivas, entende-se por conotação a propriedade de atribuir um novo sentido a um
termo já conhecido; ou ainda diversos sentidos a um único termo, tornando implícito atributos diferentes. Trata-se
do sentido figurado aplicado à linguagem. Os sentidos conotativos representados por uma palavra ou expressão vão
além dos significados definidos pelo dicionário, podendo manter relação com o contexto em que o termo está
inserido. Veja alguns exemplos do efeito de sentido conotativo em relação ao sentido denotativo:

A palavra “barato” pode assumir diferentes significados dentro de cada contexto:

Quando o preço de um produto não está elevado: O chocolate estava barato em relação aos outros
mercados. (sentido denotativo)

Quando um acontecimento foi muito bom ou divertido: Todos se divertiram muito, a festa foi um barato. (sentido
conotativo)

O substantivo “sol” pode assumir outros sentidos de acordo com aquilo que o falante quer expressar:

O signo ocorre diretamente ligado ao significante: A luz do sol iluminou toda a casa.

O signo pode ocorrer com sentido diverso de seu significante, fazendo uma referência a uma parte de seu significado:
Ela traz um sol em seu peito.

O signo pode fazer uma referência ao que o significante representa: O meu filho é o sol dos meus dias.

A mesma situação ocorre com outros termos, tais como:

Ao acender as lâmpadas ambiente ficou mais claro. (sentido denotativo)


Tudo ficou mais claro com aquela explicação. (sentido conotativo)

É claro que Marisa irá ajudar Pedro.

A criança cortou a cara ao cair no chão.

“Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio”

Mais uma vez o povo quebrou a cara com o governo eleito.

A linguagem poética explora os efeitos conotativos da linguagem, reelaborando, enfatizando ou transformando


significados, criando novas referências, como se verifica no poema de Hilda Hilst, do livro “Cantares”.

VII Rios de rumor no peito: que te viram subir

Rios de rumor: meu peito te dizendo adeus. A colina de alfafas, sem éguas e sem cabras

Aldeia é o que eu sou. Aldeã de conceitos Mas com a mulher, aquela,

Porque me fiz tantos de ressentimentos Que sempre diante dela me soube tão pequena.

Que o melhor é partir. E te mandar escritos. Sabenças? Esqueci-as. Livros? Perdi-os.

Perdi-me tanto em ti

Que quando estou contigo não sou vista

E quando estás comigo vêem aquela.

(HILST, Hilda. Cantares. – São Paulo: Globo: 2004. – página 23)


A construção de toda a poesia é um admirável exemplo de como as palavras podem ter sentidos outros, diferentes
dos usos cotidianos. A identidade desta mulher se funde à aldeia, seu peito ao rio, atribuindo características
humanas a seres inanimados.

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16) Coesão e coerência textual

Um texto é uma unidade de sentido. Nessa perspectiva, é imprescindível que as ideias, nele presentes, sejam
construídas com lógica, isto é, com coerência. Além disso, os elementos que o integram (palavras, orações, frases,
períodos) precisam estar dispostos de modo articulado e harmônico. Quando há adequada ligação entre os referidos
elementos, dizemos que ocorreu coesão.

A coerência textual
O produtor do texto precisa construir textos que tenham coerência, ou seja, que tenham sentido. Por outro lado, o
ouvinte/leitor precisa interpretar o texto, reconstruindo a coerência pretendida pelo produtor. Nessa perspectiva, a
comunicação concretiza-se quando há a interação entre os envolvidos com o ato de interlocução. Para entender
melhor a coerência, leia este texto, escrito por Ricardo Ramos:

Circuito Fechado

Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio,
maço de cigarros, caixa de fósforos.
O que podemos dizer a respeito do texto acima? Qual sentido podemos atribuir a ele? Repare que o texto se
constrói por meio da enumeração de objetos que fazem parte do dia a dia de um homem. Não há nenhum verbo no
texto. Porém, podemos inferir que cada um desses objetos aponta para uma ação do cotidiano do homem. As
referidas ações são apresentadas, de modo sequencial, desde o momento em que ele se levanta. Por que “Circuito
fechado”? Porque essas ações são inerentes ao seu cotidiano. Nesse cenário, ele não pode fugir delas. Em suma,
quando se atribui sentido a um texto, se atribui coerência ao texto.

A coesão textual
Vamos analisar os elementos que atuam na coesão do texto abaixo? Então, leia-o:

Curiosidade – Papagaios não falam, apenas imitam sons

Os papagaios não conseguem se comunicar com as pessoas, mas são capazes de imitar sons. A estrutura do bico e da
língua permite a reprodução do que ouvem, como palavras e assobios.

Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe – órgão localizado na traqueia, equivalente às cordas vocais
humanas. Na natureza, aprendem a imitar o que escutam para trocar informações com outros pássaros de sua
espécie.

A habilidade de reprodução varia, dependendo da personalidade e do incentivo do dono para que o bicho reproduza
os sons. Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em
criadouros registrados no Ibama.

Fátima Pires. Disponível em:


<http://www.rankbrasil.com.br/Recordes/Noticias/0xua/Curiosidade_Papagaios_Nao_Falam_Apenas_Imitam_Sons>
. (Com cortes).

Vários elementos ligam as ideias que formam o texto sobre os papagaios, tornando-o coeso. Primeiramente,
podemos destacar a desinência verbal. Em “Papagaios não falam, apenas imitam sons”, o sujeito da
segunda oração aparece oculto, mas pode ser identificado pela desinência verbal (terminação verbal). Isso significa
que os leitores inferem que o verbo “imitam” se refere ao sujeito “Papagaios”. Com o uso da desinência verbal, a
autora do texto retoma o sujeito, sem repeti-lo. Esse recurso linguístico foi empregado em outras partes do texto,
como em “Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em
criadouros registrados no Ibama.”

No segmento “Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe [...]”, o pronome demonstrativo “Isso”
desempenha a função de retomar uma informação no primeiro parágrafo. Na passagem “[...] com outros pássaros
de sua espécie”, o pronome possessivo “sua” retoma “Os papagaios”. Vale acrescentar que “essas aves” estabelece
uma relação hiponímica com “Os papagaios”. Na oração “[...] o bicho reproduza os sons.”, a autora empregou a
expressão “o bicho” para atuar também no processo de retomada.

É importante ressaltar a presença dos chamados “conectores”, que atuam, conforme o nome indica, na conexão das
ideias textuais. Entre eles, destacam-se as conjunções que estabelecem diferentes relações de sentido. No parágrafo
inicial, há as conjunções coordenativas “mas” e “e”. Já no último parágrafo, há as conjunções subordinativas “para
que” e “quando”. Em suma, variados recursos linguísticos são usados para assegurar a continuidade do texto, de
modo que ele se torne compreensível.

Como um quebra-cabeça...

Podemos estabelecer uma analogia entre a montagem de um quebra-cabeça e a construção de um texto. Observe
que, para se formar a imagem do coração, foi necessário encaixar cada uma das variadas peças. Cada uma ocupa o
seu devido lugar e, juntas, elas compõem um todo significativo, a imagem. Com o texto também é assim! Cada
elemento linguístico une-se a outro de maneira articulada, formando uma unidade significativa, tendo em vista a
intenção comunicativa.

Para concluir:
A coerência é a lógica entre as ideias expostas em um texto, que precisam ser dispostas de forma interligada, isto é,
com coesão. Isso significa que não há coerência sem coesão. Vale reforçar que quem diz precisa produzir textos
coerentes e coesos, ao passo que quem ouve ou lê precisa reconstruir os elos pretendidos pelo produtor, para que a
interação de fato aconteça.

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17) Formação de palavras

A formação de palavras tem diferentes processos de combinação de morfemas para formar novas palavras. Os
principais processos de formação são a derivação e a composição.

Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já existentes na língua, alterando,
assim, o sentido. AS palavras novas são chamadas de Derivadas e as que lhe dão origem, Primitivas.
A Derivação pode ser dividida conforme abaixo:

Derivação prefixal ou por prefixação


É quando acontece um acréscimo de prefixo à palavra primitiva. Exemplo:

In + feliz - infeliz

In – prefixo

Feliz – palavra primitiva

Infeliz – palavra nova (derivada)

Derivação Sufixal ou Por Sufixação


É quando acontece um acréscimo de sufixo à palavra primitiva. Exemplo:

Mal + vado – malvado

Mal – palavra primitiva

Vado – sufixo

Malvado - palavra nova (derivada)


Essa derivação sufixal tem por finalidade formar séries de palavras da mesma classe gramatical e a partir dela são
formados novos substantivos, adjetivos, verbos e até advérbios; por isso são classificados em:

 Nominal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um substantivo ou a um adjetivo.
Exemplo: ponteira – pontinha – pontudo.
 Verbal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um verbo. Exemplo: amanhecer
– atualizar - suavizar.
 Adverbial: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um advérbio de modo. Exemplo:
perigosamente – felizmente – religiosamente.

Derivação prefixal e sufixal


É quando acontece um acréscimo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo:

In + feliz = mente - infelizmente

In – prefixo

Feliz – palavra primitiva

Mente - sufixo

Infelizmente – palavra nova (derivada)

Na Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo ou apenas do sufixo na palavra primitiva é suficiente
para a formação de uma nova palavra – infeliz ou felizmente.

Derivação parassintética
É quando acontece um acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo:

Em + pobre + cer = empobrecer

Em – prefixo

pobre – palavra primitiva

cer - sufixo

Empobrecer – palavra nova (derivada)

Diferente da Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo e apenas do prefixo na palavra primitiva não é
suficiente para a formação de uma nova palavra. No caso da palavra empobrecer, por exemplo, ela só existe com
ambas as derivações aplicadas simultaneamente.

Derivação regressiva
É quando acontece uma redução na palavra primitiva. Exemplo: flagrante – flagra, delegado – delega, português –
portuga

A Derivação Regressiva tem maior importância na formação de substantivos deverbais ou pós-verbais, que foram
unidos por uma das vogais –o, -a ou –e ao radical do verbo. Exemplos:

 Ajudar – a ajuda
 Perder – a perda
 Vender – a venda
 Debater – o debate
 Cortar – o corte
 Atacar – o ataque
 Atrasar – o atraso
 Chorar – o choro
 Apelar – o apelo

Derivação imprópria
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer alteração na forma. Exemplo:

 Os bons sempre se prejudicam. – Adjetivo substantivado


 O argumento da advogada foi bem claro. – Adjetivo adverbializado

Composição
Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela junção de duas ou mais palavras, ou seja, de
dois ou mais radicais. Essas palavras são chamadas de Compostas em oposição às simples, que possuem um só
radical. A Composição pode acontecer de duas formas, conforme abaixo:

Composição por aglutinação


É a junção das palavras em que elas sofrem alteração fonética. Exemplos:

Plano + Alto: planalto – queda do o

Água + ardente: aguardente – queda do a

Perna + alta: pernalta – queda do a

Em + boa + hora: embora – queda do a

Composição por justaposição


É a junção das palavras em que elas não sofrem alteração fonética. Exemplos:

Ponta + pé: pontapé

Gira + sol: girassol

Passa + tempo: passatempo

Madre + pérola: madrepérola

Além desses casos, existem casos especiais de palavras compostas que não são formadas a partir de outras palavras
da língua portuguesa, mas sim de radicais pertencentes a outras línguas. Estes classificam-se em:

Compostos Eruditos
Quando as palavras são compostas de radicais apenas latinos ou gregos. Exemplos:

Agrícola – agri- (latim) + -cola (latim)

Piscicultura – pisci- (latim) + -cultura (latim)

Pentágono – penta- (grego) + -gono (grego)

Hibridismo
Quando as palavras são compostas de radicais de idiomas diferentes. Exemplos:
Monocultura: mono- (grego) + -cultura (latim)

Bicicleta: bi- (latim) + -ciclo (grego) + -eta (francês)

Automóvel: auto- (grego), -móvel (latim)

Outros meios usados para a criação de palavras é o Neologismo e a Onomatopeia:

Neologismo
Quando novas palavras são criadas a partir de uma necessidade do falante em contextos específicos que podem ser
temporárias ou permanentes em vista de um novo conceito. Exemplos:

Informática – informatizar

O Neologismo pode ser classificado em três tipos:

Neologismo semântico
Quando a palavra já existente ganha um novo significado. Exemplo:

Ana disse que deu zebra quando ela tirou o binóculo da bolsa. – deu errado

Marcelo faz bico para ajudar nas contas da casa. – trabalho temporário

Neologismo sintático
Quando existe uma combinação de elementos já existentes na língua como a derivação ou a composição. Exemplo:

João Paulo II ganhou o mundo papalizando com carisma.

A não-informação conduz as pessoas à ignorância.

Neologismo lexical
Quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito. Exemplo:

Deleter – apagar, eliminar

Internetês – a língua da internet

Onomatopeia
Quando a palavra imita, representa certos sons. Exemplos:

Tique-tique

Chuá-chuá

Atchim

Plaft

Dingo-dong

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18) Formação das palavras


As palavras são formadas pelo radical, vogal temática, tema, desinência e afixo. Esses 5 elementos, chamados
Morfemas, compõe a estrutura das palavras. Abaixo, uma representação do que seria cada um desses Morfemas:

Radical é o morfema base, onde consta o significado principal da palavra. Exemplo:

Pedra – pedreiro – pedrinha – apedrejar

Perder – perdido – perdedor - imperdível

Existem palavras formadas apenas de radical, como é o caso de sofá, amor, café, animal, dor, paz, tatu.

Vogal Temática é a vogal que aparece seguida do radical, caracterizando nomes e verbos. Os nomes são distribuídos
em 3 classes: -a, -e, -o, quando em posição final e átona. Exemplo:

Banana, poeta, rosa, mesa

Estudante, leite, dente, triste

Livro, rico, menino, sono

Já, as vogais temáticas dos verbos que são -a, -e, -i, caracterizam as conjunções verbais. Exemplo:

Falar

Entender

Sorrir

Tema é o radical acrescido da vogal temática e do radical, pronto para receber outros morfemas. Exemplo:

Chorar = chor + a

Rosa = ros + a

Livro = livr + o

Desinência é o morfema que indica o gênero e número dos nomes e de pessoa, número, modo e tempo dos verbos.
Abaixo, vamos entender a diferença de cada uma delas.

Desinência nominal: indica o gênero feminino ou masculino e o plural dos nomes como substantivos,
adjetivos, numerais e pronomes. Por exemplo:
Menin – a – s


o Menin: radical
o -a: desinência de gênero
o s: desinência de número

Desinência verbal: indicam número e pessoa (desinências número-pessoais) e modo e tempo (desinências modo-
temporais) dos verbos.

Cant – á – va – mos


o Cant: radical
o -á: vogal temática
o -va: desinência modo-temporal
o -mos: desinência número-pessoal

Afixo é o morfema acrescentado ao radical que possibilita a formação de novas palavras. Há dois tipos de afixos:

Prefixos: são afixos colocados antes do radical. Exemplos:

INfeliz

ANTEbraço

INativo

IMpermeável

SOBREpor

ULTRApassar

Sufixos : são afixos colocados depois do radical. Exemplos:

felizMENTE

homemZARRÃO

caldeiRÃO

dentUÇA

partÍCULA

cãoZINHO

Além disso, existem vogais e consoantes de ligação que surgem para facilitar a pronúncia. Abaixo, algumas situações
destas:

Plen – i – tude
Vogal de ligação

Carn – í – voro
Vogal de ligação
Cha –l – eira
Consoante de ligação

Pau – l – a - da
Consoante de ligação

______________________

19) Variedades linguísticas: norma culta

A norma culta se refere ao conjunto de padrões linguísticos usados habitualmente pela camada mais escolarizada da
população. Define-se como a variação linguística utilizada por pessoas que vivem em meios urbanos e que possuem
elevado nível de escolaridade, em situações formais e monitoradas de comunicação falada ou escrita.

Características da norma culta

 É usada em situações formais e monitoradas de comunicação;


 Impõe a correção gramatical, que implica um uso rigoroso das normas gramaticais;
 É uma linguagem cuidada e elaborada, que privilegia a utilização de estruturas sintáticas complexas e de um
vocabulário rico e diversificado, com clara e correta pronúncia das palavras;
 É o registro ensinado na escola, sendo considerado mais erudito e prestigiado.

O domínio da norma culta reflete-se, principalmente, na modalidade escrita da língua, revelando um elevado grau
de rigor e correção gramatical, como o devido uso da pontuação, da acentuação, da colocação pronominal, da
concordância e da regência, entre outros.

Exemplos de uso da norma culta

Colocação pronominal em ênclise no início da oração:

 Levante-se e vamos embora.


 Dá-me isso, por favor.

Regência verbal com a preposição adequada:

 Ele nunca obedece ao pai.


 Nós assistimos ao jogo de futebol juntos.

Uso correto das várias pessoas gramaticais:

 Eu quero ir contigo. Tu vais a que horas?


 Veja isso com atenção e depois diga se você entendeu tudo.

Utilização de palavras sem estarem abreviadas ou contraídas:

 está (e não tá);


 para (e não pra);
 você (e não cê).

Saber escrever e falar de acordo com a norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no
mercado de trabalho, uma vez que o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com precisão,
eficiência e desenvoltura.
Norma culta e norma-padrão

Embora esses conceitos sejam próximos, sendo inclusivamente usados muitas vezes como sinônimos, referem-se a
normas distintas.

A norma-padrão pode ser entendida como a norma gramatical, com base na gramática tradicional e normativa. Atua
como um modelo idealizado que visa a padronização da língua escrita.

A norma culta é a variação que mais se aproxima desse padrão.

Norma culta e variação linguística

Na língua portuguesa existem diversas variações linguísticas, fruto da existência de diferentes grupos sociais, com
diferentes graus de escolarização, que apresentam diferentes hábitos linguísticos. Isso resulta numa pluralidade de
normas.

De todas essas normas, a norma culta é tida como a mais conceituada, sendo vista como uma linguagem culta e
erudita, utilizada por um grupo de pessoas de elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da
população.

Como nem todas as variações linguísticas usufruem desse mesmo prestígio, muitas são vítimas de preconceito
linguístico, sendo consideradas menos cultas e até mesmo incorretas.

É essencial o entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e
cultura, não devendo ser encaradas como erros ou desvios.

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20) Variedades linguísticas: norma popular

Se por um lado, a expressão norma culta é amplamente usada no cenário dos estudos da linguagem para referir
o conjunto de variedades que tendem a marcar a linguagem usada por sujeitos com alto grau de escolarização, por
outro, o termo norma, ou variedade popular, designa o conjunto de variedades linguísticas que tende a ser mais
usado por falantes situados em esferas sociais pouco favorecidas economicamente e com limitado acesso a bens
culturais favorecidos economicamente (como no caso da educação formal, principalmente no nível superior)
(BAGNO, 2003; FARACO, 2008, 2011; BORTONI-RICARDO, 2011).

Em linhas gerais, é basicamente isso que podemos extrair das seguintes colocações.[...] compreende os padrões
sociolinguísticos da parcela da população brasileira composta por indivíduos de baixa renda, com pouca ou nenhuma
escolaridade, que vivem na periferia das grandes cidades ou no interior do país, a que se chama de norma popular
(LUCCHESI, 2015, p. 147).[...] para tentar designar as variedades linguísticas relacionadas a falantes sem escolaridade
superior completa, com pouca ou nenhuma escolarização, moradores da zona rural ou das periferias empobrecidas
das grandes cidades, aparece frequentemente na literatura linguística a classificação língua popular, norma popular,
variedades populares etc. (BAGNO, 2003, p. 59, itálico no original).[...] português popular (variedades de origem
rural, própria dos segmentos sociais da parte baixa da pirâmide econômica e, portanto, com acesso historicamente
muito restrito à educação básica completa e aos bens da cultura letrada) (FARACO, 2015, p. 25).

Tanto no âmbito do conceito de norma culta como popular, podemos observar a ênfase que tem sido dada à
questão da escolarização de nível superior ou a ausência dela. Em nossa compreensão, esse fato pode ser atribuído,
ao menos em parte, a dois motivos substanciais. Em primeiro lugar, sabemos que durante muito tempo o termo
culto – ainda que não seja essa a ideia que prevalece entre os estudos da linguagem – foi (e, de certo modo, ainda
hoje é) usado nas sociedades ocidentais para recobrir de prestígio as variedades linguísticas que tendem a ser usadas
por falantes com ensino superior completo, fato esse que, conforme sinalizamos anteriormente, pode facilitar o
acesso desses sujeitos a bens economicamente favorecidos. Em segundo lugar, em uma sociedade fortemente
estratificada como a brasileira, o maior acesso à educação formal, principalmente de nível superior, — elemento que
tende a aproximar os sujeitos do modelo de língua prestigiado socialmente — pode facilitar (não garantir) o acesso a
bens economicamente favorecidos.

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21) Variedades linguísticas: norma literária

Textos literários e textos não literários apresentam diversas diferenças: na forma, na linguagem, na significação,…
Principalmente, diferenciam-se na sua finalidade comunicativa. O texto literário visa entreter o leitor e o texto não
literário visa informar o leitor.

Características dos textos literários

O texto literário…

Possui uma função estética, tendo como principal objetivo o entretenimento do leitor.

Recorre à função poética e emotiva da linguagem, visando criar expressividade e despertar sentimentos e emoções
no leitor.

Utiliza uma linguagem conotativa e polissêmica, gerando uma multiplicidade de interpretações.

Há uma reflexão sobre a realidade, que leva a uma recriação pessoal e subjetiva da realidade.

Utiliza figuras de linguagem e outros recursos estilísticos, apresentado simbologia, beleza, musicalidade e harmonia.

São textos literários…

 os poemas;
 os romances;
 os contos;
 as novelas;
 as lendas;
 as fábulas;
 as crônicas;
 as peças de teatro;
 as letras de músicas;
 …

Exemplos de textos literários

Consoada

Quando a Indesejada das gentes chegar


(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
(Manuel Bandeira)

“Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro D’água. Dúvidas por explicar, detalhes
absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase
derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na versão da tranquila morte
matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e
comentada morte na agonia da noite, quando a Lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais
da Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase
final repetida de boca em boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do mundo,
um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um jovem autor de nosso tempo).”
(Jorge Amado, A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água)

Características dos textos não literários

O texto não literário…

Possui uma função utilitária e referencial, tendo como principal objetivo fornecer uma informação.

Utiliza uma linguagem denotativa e clara, criando objetividade na transmissão da informação.

Relata fatos reais de forma impessoal e imparcial, não havendo opiniões e juízos de valor sobre o conteúdo do
texto.

Não utiliza figuras de linguagem e outros recursos estilísticos que possam prejudicar a compreensão do conteúdo
do texto.

São textos não literários…

 as notícias;
 as reportagens;
 as entrevistas;
 as cartas comerciais;
 os artigos científicos;
 os livros didáticos;
 os manuais de instrução;
 os dicionários;
 as enciclopédias;
 as receitas de culinárias;
 as guias de beleza;
 as bulas de remédios;
 ...

Exemplos de textos não literários

“Arara: Nome de diversas aves trepadoras de grande porte, que se destacam pelo colorido muito vivo, em geral
vermelho, amarelo e azul, e por falarem, embora não tão bem quanto os papagaios. Têm bico muito grande, curvo e
forte. Com ele quebram as cascas mais duras dos frutos e sementes que comem.”
(Dicionário Online de Português)
“Em uma panela funda, junte o leite condensado, a manteiga e o chocolate em pó. Misture e cozinhe em fogo
médio, mexendo sempre até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela. Retire do fogo e deixe esfriar. Depois
de esfriar, faça pequenas bolinhas com a mão passando a massa no chocolate granulado.”
(Receita de brigadeiro de chocolate)

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