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Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela Gramática Normativa para a grafia correta das palavras e o uso
de acentos, da crase e dos sinais de pontuação.
A Ortografia é o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa para a grafia correta das palavras e o uso
de acentos, da crase e dos sinais de pontuação. A origem da palavra é grega e significa -orthós = certo, correto,
direito, exato; e -grafia = escrita, estabelecendo, portanto, padrões para a forma escrita correta das palavras de uma
língua.
A escrita correta das palavras de uma língua está relacionada tanto com critérios ligados à origem das palavras
(etimológicos) quanto aos ligados aos fonemas (fonológicos). A forma de grafar/escrever as palavras é fruto de uma
convenção social, ou seja, de acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que uma língua é
reconhecida como sendo idioma oficial.
Quando falamos sobre ortografia, é preciso também refletirmos a respeito dos acordos ortográficos envolvendo
países cuja língua portuguesa representa o idioma oficial. O primeiro acordo foi realizado em 1931 com o objetivo de
promover a unificação dos dois sistemas ortográficos, entretanto, não obteve êxito. No Brasil, houve reformas
ortográficas nos anos de 1943, 1945, 1971 e 1973. Em 1986, no Rio de Janeiro, houve um encontro de todos os
representantes dos países lusófonos, ficando estabelecido o acordo ortográfico de 1986, mas também foi
inviabilizado.
O último acordo ortográfico entre os países lusófonos entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2009. Esse acordo
legitimou outra reforma ortográfica, estabelecendo mudanças em diferentes aspectos, como a inclusão das letras
“K”, “W” e “Y” ao alfabeto português oficial.
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2) Classes gramaticais
A gramática organiza as palavras nos seguintes grupos: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição; contabilizando um conjunto de dez classes gramaticais (classes de
palavras). Esta classificação possui um critério de composição denominado, para alguns gramáticos, de critério
morfo-semântico. Um dos fundamentos da organização de palavras em classes está relacionado ao significado
extralinguístico que o vocábulo apresenta.
Para realizar uma classificação adequada, o gramático Evanildo Bechara, orienta um estudo com base na distinção
dos seguintes significados:
SIGNIFICADO LEXICAL: um sentido existente anterior à palavra. Corresponde a um referente no mundo, um objeto
ou algo que possui existência fora da linguagem. “Corresponde ao quê da apreensão do mundo extralinguístico”
(BECHARA,2009, p.109) É uma organização que a linguagem constrói para a realidade existente anterior e
independente dela.
Exemplo: É o significado comum a cada uma das séries de palavras: amor – amante – amar – amavelmente.
Exemplo: amor (quando usado como substantivo); amar (quando usado como verbo)
Observação: De acordo com o estudo apresentado por Evanildo Bechara em A Moderna Gramática Portuguesa, é
válido destacar que o substantivo, o adjetivo, o verbo e o advérbio correspondem as quatro únicas reais “categorias
gramaticais” da língua. Entretanto, na gramática tradicional essas classes se apresentam definidas de maneira
confusa. Bechara denomina essas classes de “categorias verbais”, porque são as únicas dotadas do significado
categorial.
SIGNIFICADO INSTRUMENTAL: se refere aos significados dos morfemas, os elementos que compõem o universo da
gramática. Como artigos e preposições, por exemplo. Ou como elementos de palavras: s de canetas. Fazem parte do
conjunto de morfemas que possuem significado instrumental nas combinações gramaticais: prefixos, sufixos,
desinências, acentos, dentre outros. Os significados instrumentais correspondem ao modo da expressão material.
SIGNIFICADO ÔNTICO: só ocorre no plano da oração, refere-se ao valor existencial designado na oração; se é
afirmativo, imperativo, negativo.
Essas designações usadas para classificar as palavras estabelecem-se nos planos da forma, do conteúdo e das
relações no contexto intralinguístico e extralinguístico. Entretanto, o fundamental é identificar que uma palavra de
determinada classe pode mudar para outra classe gramatical com base nesses significados e em suas implicações
linguísticas.
FUNÇÃO: Esses são aspectos servem para entender a razão pela qual, em uma análise morfológica, a mesma palavra
pode ser classificada de maneira diferente. Nesse sentido, ao tomar como exemplo uma palavra como “azul” para
classificar, encontrará certa dificuldade se ela não estiver localizada em um contexto relacional com outras palavras.
Substantivo, adjetivo, verbo e advérbio são palavras lexemáticas. Classificadas de acordo com o significado lexical.
VERBO: andar, comer, falar, ficar, partir, viajar, sonhar, estudar, construir, realizar, morrer, nascer, nadas, fazer;
ADVÉRBIOS: alegremente, dentro, fora, sim, não, nunca, talvez, muito; etc.
São palavras lexemáticas, pois cada uma delas apresenta significado lexical.
Os pronomes e os numerais são palavras categoremáticas, classificadas por um sentido categorial linguístico.
E os artigos, preposições e conjunções são palavras morfemáticas, pois possuem estruturas com sentidos completos,
são independentes e não apresentam sentido fora da linguagem.
Exemplo: A escola encerrou as aulas mais cedo, porém solicitou uma reunião com os familiares.
As palavras em destaque são, respectivamente, artigo, conjunção, preposição, artigo. Elas possuem significados e
estruturas independentes de outros vocábulos, não precisam fazer parte de um morfema para serem completas,
porém só fazem sentido quando estão dentro da oração.
ATENÇÃO:
Uma palavra categorimática pode ter sentido instrumental, como é o exemplo dado por Evanildo Bechara (2009, p.
112):
“Meu lápis.”
Meu: pertence à classe de palavras categoremáticas dos pronomes (Pronome possessivo). Nesta estrutura o
pronome assume valor de adjetivo, uma vez que caracteriza o substantivo lápis.
Este foi apenas um exemplo de como cada categoria de significados influencia na análise das classes, porém o aluno
precisa saber identificar a qual classe a palavra pode pertencer isoladamente, e analisar em qual classe ela se
enquadra contextualmente.
Verifica-se determinadas classes que possuem um conjunto definido ou limitado de palavras, não podendo ocorrer
outro tipo de vocábulo que faça parte de tais classes. O que facilita a identificação, e posterior análise dentro das
orações. Porem, há vocábulos que se repetem em mais de uma classe de palavras, o que reforça a ideia de que a
análise da oração se faz necessária para a classificação de cada palavra.
ARTIGOS: são as palavra que determinam o substantivo, antecedendo-os: a, as, o, os, um, uns, uma, umas.
NUMERAIS: são as palavras que indicam quantidade, ou o lugar que um substantivo ocupa em uma série numérica.
Possuem algumas subclassificações: cardinais (um, dois, três...); ordinais (primeiro, segundo, terceiro, quarto...);
multiplicativos (dobro, triplo...); fracionários (metade, terço....); coletivos (dezena, dúzia, centena...)
PRONOMES: são classificados de acordo com a sua função na frase. Podem ser pronomes adjetivos ou pronomes
substantivos. Para estabelecer a diferença, na análise morfológica, verifica-se que os pronomes substantivos são
aqueles que surgem isolados na frase, enquanto os pronomes adjetivo aparecem acompanhando os substantivos,
caracterizando-os.
Exemplos de usos:
Meus diários são fundamentais na minha história. (pronomes possessivos adjetivos)
Teu rosto me agrada a memória. (pronomes possessivos adjetivos)
Eu contei tudo para que ela não se assustasse depois. (pronomes pessoais)
Quem vai concluir as atividades do dia? (pronome interrogativo)
O problema foi todo resolvido por mim. (pronome oblíquo tônico)
Aquele bairro, o qual tem uma praça muito legal, fica localizado próximo daqui. (pronome demonstrativo; pronome
relativo)
CONJUNÇÕES: estabelece a relação entre dois termos da oração ou entre duas orações.
Adversativas: mas, porém, entretanto, contudo, todavia; Fui às compras, mas esqueci o dinheiro.
Alternativas: ou, ora, quer, seja, nem, já; Ou como bolo, ou tomo sorvete.
Conclusivas: logo, pois, por tanto, por conseguinte, por isso, assim; Não conseguiu cumprir com todos os exercícios,
portanto precisou estudar até mais tarde.
Explicativas: que, porque, pois, porquanto, etc; Tirou notas boas ao final do semestre porque estudou bastante ao
longo das semanas.
Causais: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, uma vez que, visto que, visto como, etc. Como o
almoço demorou a sair, fez sua refeição no restaurante.
Concessivas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc; Foi ao aniversário, embora não tivesse
arrumada para festa.
Condicionais: se caso, quando, conquanto que, salvo, se, sem que, desde que, dado que, etc: Desde que as provas
sejam aplicadas esta semana, estudarei desde domingo.
Conformativas: conforme, segundo, consoante: Conforme a avaliação do professor, eu sou um ótimo aluno.
Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, mais, quanto mais, menos, quanto menos, tanto mais,
tanto menos, etc: À medida que assistir aulas realizarei os exercícios.
Temporais: quando, antes que, depois que, até que, logo que, todas as vezes que, cada vez que, mal que, etc: Todas
as vezes que faço compras fico feliz.
Comparativas: assim como, bem como, etc: Assim como o verão, o inverno tem feito bastante calor.
Consecutivas: combinação da conjunção que com as expressões: tal, tanto, tão, tamanho, etc: A bailarina dançava
com tanta alegria, que foi premiada no festival.
Concreto: pessoas, animais, vegetais, lugares, objetos. Exemplos: casa, mesa, caderno, igreja, livro, caneta, pessoa,
humanos, etc.
Abstratos: ações, sentimentos, estados, qualidades. Exemplos: alegria, amar, sentir, etc.
Próprios: indivíduos de uma espécie. São grafados com a letra inicial maiúscula. Exemplos: São José dos Campos,
Maria, Paris.
Comuns: designam de forma genérica todos os seres de uma espécie: exemplos: país, oceano, mulheres.
Coletivos: conjunto de seres ou objetos da mesma espécie. Exemplos: acervo, alcateia, bando, matilha, etc.
ADJETIVOS: é a palavra que caracteriza os seres ou os objetos, indicando qualidade, modo, aspecto, aparência ou
estado. São variáveis em gênero, número, e grau.
ADVÉRBIOS: são termos que modificam outros termos tais como o verbo, os próprios advérbios e adjetivos.
Tempo: agora, ainda, amanhã, antes, breve, depois, cedo, tarde, nunca, etc.
Modo: assim, bem, mau, depressa, melhor, pior, bondosamente, regularmente, etc.
Negação: não.
VERBO: palavra variável que indica ação, estado ou fenômeno da natureza. Flexionam em número, pessoa, voz,
modo, formas e tempo.
São Preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás, etc.
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3) Acentuação gráfica
Torna-se necessário enfatizarmos, antes de tudo, que a acentuação se encontra condicionada à tonicidade silábica
de uma infinidade de palavras que integram o léxico português. Assim, ao pronunciarmos o vocábulo “café”,
constatamos que a última sílaba é pronunciada com mais intensidade - ora denominada de tônica -, e que a primeira
não revelou tal aspecto – razão pela qual recebe o nome de átona.
Dessa forma, temos que a sílaba tônica se constitui de algumas particularidades, levando-se em conta a posição, o
timbre (ou seja, tanto pode representar um som mais aberto, quanto um mais fechado) e a nasalização das vogais.
Partindo-se desta premissa, temos que, de acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:
Há ainda aqueles vocábulos constituídos por somente uma sílaba – os monossílabos, que também são demarcados
pela tonicidade, ou seja, quando apresentam tonicidade, são denominados tônicos, e quando não, átonos.
Que lembrança darei ao país que me deu tudo o que lembro e sei, tudo quanto senti? (Carlos Drummond de
Andrade)
Aguçando nossa percepção, temos que os monossílabos “que”, “ao”, “me”, “o”, “e” são átonos, visto que são
pronunciados tão fracamente que se apoiam na palavra subsequente. Já os monossílabos representados por “deu” e
“sei” demonstram ser dotados de autonomia fonética, caracterizando-se, portanto, como tônicos.
Elas foram criadas para sistematizar a leitura das palavras das quais cotidianamente compartilhamos, cujo objetivo
foi o de tão somente evidenciar todos os aspectos anteriormente ressaltados (posição da sílaba tônica, nasalização e
abertura). Com fator resultante deste intento, criou-se um sistema de regras. E por nele falar, há um importante
aspecto digno de nota – o fato de ter havido algumas mudanças nestas regras em decorrência do último Acordo
Ortográfico, firmado em 1º de janeiro de 2009, em vigor desde tal data.
Dessa forma, o artigo em questão pauta-se por evidenciar as mudanças ocorridas, como também aquelas que ainda
permanecem. Portanto, verifiquemos:
Monossílabos tônicos
No entanto, os monossílabos: tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuados.
Observações importantes:
* Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento:
* No caso dos verbos monossilábicos terminados em “-ê”, tem-se que a terceira pessoa do plural termina em “-
eem”, forma verbal que antes era acentuada, agora não leva acento.
Exemplos:
* Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que a terceira pessoa
termina em “-êm”, permanecendo acentuada. Perceba:
* Oxítonas:
Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM", "ÉNS", seguidas ou não de “S”, inclusive as
formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um caso de hiato. Por exemplo: as
palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.
* Paroxítonas:
-L: afável, incrível, útil, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. ...
-Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes (semivogal+vogal)/ ditongo oral (crescente
ou decrescente), seguido ou não de “s”:
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio, história, série, água, mágoa...
Observações importantes:
a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi, não são mais acentuados. Perceba o
aspecto referente à condição de antes e à que atualmente vigora:
Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:
b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem hiato. Note:
No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiver seguido de “s” ou no final da
palavra. Como, por exemplo, em:
O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos, quando formam uma sílaba
sozinhos ou com “s”:
juíza – ruído – graúna - saúde – saúva – cafeína – saída – egoísta – Luís - raízes...
Importante: Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos são “i” e “u” tônicas,
portanto hiatos? Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de “ruim”, “cair” e “Raul”
formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando
naturalmente a sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
* As formas verbais que possuem o acento tônico na raiz, com o (u) tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“e” ou “i” não serão mais acentuadas:
Observações importantes:
Há variação de pronúncia em alguns verbos terminados em “-guar”, “-quar” e “-quir”, visto que admitem duas
pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, subjuntivo e imperativo. Assim, no caso de os verbos
serem pronunciados com “a” ou “i” tônicos, essas formas deverão ser acentuadas. Exemplificando, temos os verbos
aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar e delinquir.
Exemplos:
Presente do indicativo
Eu deságuo
Tu deságuas
Ele/eles deságua (m)
Subjuntivo
Que eu deságue
Que tu deságues
Imperativo
deságues tu
deságue você
deságuem eles
- Caso os verbos forem pronunciados com o “u” tônico, essas formas não serão acentuadas. Assim como:
* O acento agudo não será mais usado para diferenciar determinados vocábulos, tais como:
Porém, o acento ainda permanece para diferenciar algumas palavras, expressas por:
pôr = verbo
por = preposição
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4) Crase
Crase é um fenômeno linguístico em que ocorre a contração da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”. O acento
que indica essa contração é chamado de acento grave. Crase é o nome que se dá à união da preposição “a” com o
artigo definido “a(s)”, ou com o “a” inicial dos pronomes demonstrativos “aquele(s)”, “aquela(s)” e “aquilo”, ou,
ainda, com o “a” inicial dos pronomes relativos “a qual” e “as quais”.
Ao acento indicador de crase dá-se o nome de acento grave. No entanto, existem algumas regras para usar a crase e
alguns macetes para nunca deixar de fazer o seu uso correto. É o que veremos a seguir.
b) Quando o complemento de um nome que exija a preposição “a” for um substantivo feminino antecedido de
artigo feminino “a”:
Portanto:
Atenção! O pronome demonstrativo pode estar implícito (oculto). Nesse caso, ocorre a crase:
Observe: Não me refiro a essa, mas a (aquela) da direita = Não me refiro a essa, mas àquela da direita."
d) Quando os pronomes relativos “a qual” e “as quais” exercem a função de complemento de termo que exija a
preposição “a”:
Assim:
No entanto, o pronome “a qual” se refere ao termo anterior “peça”, no primeiro exemplo, e o pronome “as quais” se
refere ao termo anterior “tarefas”, no segundo exemplo. Nesse caso, o acento grave é colocado sobre o “a” dos
pronomes relativos “a qual” e “as quais”. Portanto: “A peça à qual assisti” e “As tarefas às quais nos dedicamos”.
e) Em locuções adverbiais femininas com substantivos no singular ou plural, como: à tarde, à vontade, às vezes, às
pressas, às quatro horas etc.:
Vocês estão em minha casa, podem ficar à vontade.
h) Antes de palavra masculina (inclusive no plural), caso haja uma palavra feminina implícita:
a) Antes de verbos.
Atenção! Pode ocorrer crase diante de palavra masculina quando ela for precedida de palavra feminina implícita na
frase:
Entende-se:
d) Entre palavras idênticas repetidas, como nas expressões: cara a cara, boca a boca etc.:
e) Antes das palavras “casa” (no sentido de “lar”) e “terra” (em sentido oposto a “bordo”):
No entanto, se essas duas palavras (“casa” e “terra”) forem qualificadas, ocorrerá a crase:
i) Antes dos seguintes pronomes: “ninguém”, “essa”, “toda”, “cada”, “qualquer”, “tudo”:
k) Antes de numerais:
ou
ou
José de Nicola e Ulisses Infante defendem que, nesse caso, o uso do artigo “a” é facultativo. Segundo eles, uma
forma de verificar isso é substituir, na frase, o termo que exige a preposição “a” por um termo que exige outro tipo
de preposição. Veja um exemplo:
Isso, de acordo com esses gramáticos, demonstra que o uso do artigo é facultativo; consequentemente, o uso da
crase também.
Já Luiz Antonio Sacconi defende que só “acentuamos o ‘a’ antes de nomes de pessoas quando se tratar de indivíduo
que faça parte do nosso círculo de amizades, indivíduos aos quais damos tratamento íntimo: a Marisa, a Bete, a Rosa
etc. Ex.: Refiro-me à Marisa, e não à Bete”. No entanto, apesar disso, ele considera esse uso facultativo.
c) Antes de locuções adverbiais femininas indicativas de instrumento, em regra, não se deve utilizar a crase:
No entanto, muitos gramáticos entendem que o uso do acento grave, nesses casos, é facultativo:
d) Antes dos seguintes nomes de lugar: Europa, Ásia, África, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia e Flandres.
Assim:
ou
ou
a) O principal macete para você descobrir se deve ou não usar a crase é substituir a palavra feminina que vem depois
da possível crase por uma palavra masculina equivalente:
Note que, ao fazer essa alteração, é possível perceber a presença do artigo definido masculino “o” antes do
substantivo “colégio”, o que indica a presença do artigo definido feminino “a” antes do substantivo “escola”.
Assim, temos:
Façamos a substituição:
c) Outra maneira de ter certeza da ocorrência ou não da crase, no caso de verbos que indicam movimento, como
“ir”, “chegar” etc., é substituir esses verbos por outros que indiquem procedência, como “vir”, “partir” etc., ou
mesmo localização, como “estar”, “ficar” etc.:
E também por:
Perceba que, nas duas substituições, nota-se apenas a presença de preposição, mas não de artigo. Portanto, em
“Chegamos a Fortaleza na manhã de sábado”, não pode ocorrer crase.
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5) Termos da oração
O que é uma oração? É a frase que apresenta um verbo ou uma locução verbal. Geralmente, o sujeito e o predicado
compõem a oração. Mas, há casos em que ela não tem sujeito. Vamos estudar um pouco mais a oração? Para tal,
sugiro a leitura deste texto sobre os dinossauros, extraído do “Brasil Almanaque de Cultura Popular”:
Os dinossauros viveram sobre a Terra durante 160 milhões de anos. E como desapareceram completamente? Cientistas explicam
que há 65 milhões de anos, caiu no planeta um meteoro de aproximadamente 10 quilômetros. O impacto teria sido tão violento
que abriu uma cratera com 200 quilômetros. Uma espécie de nuvem de poeira grossa tapou a luz solar durante seis meses. A
Terra resfriou, as plantas não podiam fazer fotossíntese, e os animais não tinham o que comer. Resultado: todos os dinossauros
morreram.
Primeiramente, vale lembrar, à luz de Cegalla (2008, p.322), que o período “é a frase constituída de uma ou mais
orações”. Ele é encerrado quando a oração ou o conjunto de orações forma um sentido completo, ou seja, conclui a
ideia que se deseja exprimir. O fechamento do período é marcado por ponto final, ponto de interrogação, ponto de
exclamação e, em determinadas vezes, por reticências ou dois-pontos. No primeiro período do texto, observe
abaixo, há quantas orações?
“Os dinossauros viveram sobre a Terra durante 160 milhões de anos.”
Uma oração! Por quê? Porque há apenas um verbo (“viveram”). Nesse contexto, temos um período simples. Cabe
acrescentar que a oração, presente nesse tipo de período, é chamada de “absoluta”, já que ela é a única.
Quando um período contém mais de uma oração ou locução verbal, é denominado “período composto”. Repare:
“A Terra resfriou, as plantas não podiam fazer fotossíntese, e os animais não tinham o que comer.”
No período acima, as orações são independentes de sentido entre si. Nesse caso, são chamadas de “orações
coordenadas”. Elas são interligadas sintaticamente com vírgulas ou com a conjunção “e”, indicando a soma de fatos.
Quando as orações coordenadas são justapostas sem uma conjunção, são denominadas “assindéticas”. Caso
contrário, são denominadas “sindéticas”.
Podemos notar que, nesse período, há uma relação de dependência. Isso porque a segunda oração “que abriu uma
cratera com 200 quilômetros” completa o sentido da primeira “O impacto teria sido tão violento”, exprimindo a ideia
de consequência. Em outras palavras, o fato expresso pela segunda oração (a subordinada) é a consequência do fato
expresso pela primeira oração (a principal).
Existem orações construídas por verbos impessoais, os quais não se referem a uma pessoa do discurso e, por isso,
não admitem um sujeito (sujeito inexistente).
Exemplos:
2. Quando os Verbos ser, estar, fazer, haver estão relacionados aos fenômenos da natureza ou a expressões que
indicam tempo.
Exemplos:
Agora é tarde.
Exemplos:
Termos da oração
Os termos essenciais são os elementos que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado.
Grande parte das orações é formada por sujeito e predicado, pode acontecer de uma oração não apresentar Sujeito,
mas com toda certeza terá um Predicado. Isto significa que, à exceção do sujeito e do vocativo, tudo aquilo que
constitui as orações faz parte do predicado.
-SUJEITO (o ser a respeito do qual se fala algo - concorda em número e pessoa com o Verbo).
A classificação dos tipos de Sujeitos está relacionada ao núcleo de um sintagma. Dessa forma, nas orações, é possível
ocorrer: sujeitos simples ou compostos, determinados ou indeterminados. O núcleo é o termo central de um
Sintagma Nominal ou Verbal. Veja o exemplo:
O Sujeito simples apresenta apenas um núcleo, enquanto o Sujeito composto apresenta mais de um.
Pedro Paulo e Raíssa organizaram uma festa de despedida para seus cunhados.
O Sujeito nem sempre aparece de forma explícita nas orações. Quando isso acontece, sua identificação é possível a
partir da análise do contexto ou das flexões verbais de número e pessoa ou por sua presença em outra oração do
mesmo período ou de um período antecedente.
* Na primeira oração “O amor é chama da vida”, o sujeito “o amor” aparece sendo retomado e oculto/elíptico nos
verbos enaltecer e promover nas orações seguintes.)
Sujeito determinado
É aquele que aparece explícito na oração e pode ser identificado pela flexão de número-pessoa do verbo ou pelo
contexto do enunciado, ou seja, quando o sujeito está presente em outra oração do mesmo período ou do período
antecedente.
Exemplos:
É importante esclarecer que quando os Sujeitos são constituídos por pronomes indefinidos não é possível identificar
o referente pronominal específico, entretanto, aparecem explícitos na oração sintaticamente e, portanto, são
considerados como determinados. Observe os exemplos:
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado ocorre quando não é possível localizar na oração um referente explícito para a flexão
verbal. Na Língua Portuguesa, os sujeitos indeterminados podem ser caracterizados por duas estruturas sintáticas:
Exemplos:
Eliminaram os focos.
2. Verbo Transitivo Indireto, Verbo Intransitivo ou Verbo de Ligação flexionado na terceira pessoa do singular +
Pronome “se” (índice de indeterminação do Sujeito).
Exemplos:
Alugam-se casas.
-PREDICADO (aquilo que, em geral, se fala do sujeito - realiza uma afirmação sobre o sujeito).
Predicado é o termo da oração que realiza uma afirmação sobre o sujeito. Quando afirmamos algo sobre alguma
coisa estamos realizando uma predicação. Veja o exemplo:
Luciana e Alan vão viajar para Belo Horizonte de avião. (Sujeito / Predicado)
Quando estudamos sobre a sintaxe dos períodos simples aprendemos que os Termos essenciais são os elementos
que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado. Esses termos são considerados
essenciais porque trazem as informações necessárias à construção de enunciados sintatica e semanticamente
lógicos, como: o que aconteceu, como aconteceu e quem realizou ou recebeu a ação.
O Sujeito é o termo com o qual o Verbo da oração concorda em número e pessoa. Como você pôde observar no
exemplo acima, o Sujeito da oração é composto “Luciana e Alan” (eles – terceira pessoa do plural), pois é o termo
que realiza a ação “viajar” e concorda com a locução verbal “vão viajar ...”.
Grande parte das orações é formada por Sujeito e Predicado, pode acontecer de uma oração não apresentar Sujeito,
mas com toda certeza terá um Predicado. Isto significa que, à exceção do Sujeito e do Vocativo, tudo aquilo que
constitui as orações faz parte do Predicado.
Formação do Predicado
O Predicado deve conter pelo menos um verbo ou uma locução verbal. O núcleo do Predicado pode ser um verbo,
um nome, ou um verbo e um nome. É possível classificar os Predicados tendo em vista o tipo de núcleo que
apresentam.
Predicado verbal
Exemplos:
Predicado nominal
O Predicado nominal é aquele que traz uma forma nominal ou pronominal como núcleo. Estes nomes podem ser
representados por Substantivos, Adjetivos, Locuções Adjetivas e Pronomes. São chamados de Predicativos do sujeito
os termos que formam o núcleo dos Predicados Nominais.
Uma informação importante é que os Verbos que ocorrem nos Predicados Nominais são sempre Verbos de Ligação.
Os Verbos de Ligação não possuem conteúdo referencial, pois atuam como o elo entre os Sujeito e alguma
predicação. Os Verbos de Ligação mais frequentemente usados em nossa língua são: ser, estar, ficar, permanecer,
continuar, andar, tornar-se, virar, parecer.
Exemplos:
Continuo triste.
Predicado verbo-nominal
O Predicado verbo-nominal é constituído por dois núcleos, sendo um núcleo verbal e um núcleo nominal ou
pronominal. O núcleo verbal pode ser composto por verbos transitivos ou intransitivos que expressam ação, e o
núcleo nominal ou pronominal pode ser composto por Substantivos, Adjetivos, Locuções Adjetivas e Pronomes. Os
núcleos nominais atuam como Predicativo do Sujeito ou Predicativo do Objeto aos quais se referem.
Exemplo:
Sujeito: a aluna
Exemplo:
Sujeito: Marina
Exemplo:
Sujeito: A aluna
Pode-se definir complemento nominal como o termo integrante da oração que complementa o significado de um
nome, que pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. É sempre ligado ao nome a que se refere por meio
de uma preposição. O complemento nominal desempenha em relação ao nome uma função semântica comparável à
função que os complementos verbais, objeto direto e indireto, desempenham em relação ao verbo; a de ser
necessário para completar um sentido expresso de forma parcial. Sintaticamente, o complemento nominal se difere
do objeto indireto somente pelos termos com os quais se relacionam; complementos nominais são selecionados por
nomes e objetos indiretos são selecionados por verbos, mas ambos se ligam a quem os seleciona por meio de
preposição.
De modo mais prático, tomemos uma oração como exemplo para análise: “O juiz apitou favoravelmente a um dos
times”, em que o termo sublinhado completa o sentido expresso em partes pelo nome advérbio que, sozinho, não é
capaz de fazer sentido completo. Tomemos outros exemplos: “A queima de fogos assustou os cachorros”, em que o
termo sublinhado complementa o significado expresso pelo nome substantivo “A queima”; ou ainda em “A sala
estava cheia de brinquedos”, em que o termo sublinhado complementa o significado do nome adjetivo “cheio”.
Note-se que sem o complemento nominal, o elemento sublinhado em cada um dos exemplos, o nome
(“favoravelmente a...”, “A queima de...” e “cheia de...” não é capaz de se expressar satisfatoriamente sozinho sem
um termo que complete o seu sentido. Essa é uma característica dos termos integrantes da oração, grupo de que faz
parte, além do complemento nominal, também os complementos verbais, objeto direto e objeto indireto, e o agente
da passiva.
É importante notar que a maior parte dos nomes que exigem um complemento nominal para ter seu sentido
completo são nomes derivados de verbos transitivos, aqueles que precisam de um complemento verbal (um objeto
direto ou indireto). Como “A construção do metrô”, em que o nome construção é derivado do verbo “construir”; ou
“A necessidade de mudança é urgente”, em que o nome “necessidade” é derivado do verbo "necessitar"; ou ainda
“A promoção do supermercado”, em que o nome “promoção” é derivado do verbo “promover”.
Como grande parte dos vocábulos nominais em Língua Portuguesa, o complemento nominal também pode ser
substituído por um pronome. Os pronomes oblíquos, em geral as formas átonas (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os,
as, lhes) podem figurar em substituição à forma de complemento verbal com preposição, a exemplo de “Tenha-me
consideração”, em que o pronome “me” substitui a forma preposicional “por mim”, de “Tenha consideração por
mim”, complementando o nome substantivo consideração; ou ainda “Viajar não me seria conveniente neste
momento”, em que o pronome “me” substitui a forma preposicional “para mim” de “Viajar não seria conveniente
para mim neste momento”, complementando o nome adjetivo conveniente; ou “Caminhar lhe era saudável”, em
que o pronome “lhe” substitui a forma preposicional “a ele/ela” de “Caminhar era saudável a ele/ela”,
complementando o nome adjetivo “saudável”.
-AGENTE DA PASSIVA (aquele que pratica a ação indicada pelo verbo na voz passiva).
Para se compreender o que é agente da passiva, é preciso entender primeiro o que chamam de voz nos estudos
linguísticos. Voz é uma das características do verbo, definida pela relação entre o sujeito gramatical (aquele com o
qual o verbo concorda) e o papel de agente ou de paciente do processo verbal. E essa característica, a voz verbal, é
capaz de alterar a forma e a posição dos termos da oração.
Basicamente, uma oração na voz ativa é aquela que apresenta verbo na forma de voz ativa e estabelece
concordância com sujeito gramatical, que exerce papel de agente da ação descrita pelo verbo; e o papel de paciente
fica a cargo do complemento objeto do verbo. A título de exemplo, podemos observar a oração “Pedro limpou a
janela”, que tem “Pedro” como elemento que exerce função sintática de sujeito gramatical (termo com o qual o
verbo concorda) e assume papel temático de agente do processo verbal (aquele que realiza a ação descrita pelo
verbo); o verbo “limpou” na forma de voz ativa; e o termo “a janela” como elemento que exerce função sintática de
objeto direto do verbo e assume papel temático de paciente.
Em oposição, uma oração na voz passiva é aquela que apresenta verbo na forma de voz passiva e estabelece
concordância com o sujeito gramatical, mas que exerce papel temático de paciente e não de agente, como na voz
ativa. O papel temático de agente do verbo na voz passiva fica a cargo do termo a que chamamos Agente da Passiva.
Tomemos como exemplo a oração do exemplo anterior alterada somente a voz verbal: “A janela foi limpa por
Pedro”, em que temos o termo “A janela” como elemento que exerce função sintática de sujeito gramatical, mas
que assume papel temático de paciente (o elemento que sofre a ação descrita pelo processo verbal); o verbo na voz
passiva (com uso de“ser” como verbo auxiliar, que se encarrega de receber as desinências de tempo-modo e de
número-pessoa, seguido pelo verbo principal no particípio passado); e o termo “por Pedro”, que é de fato o
elemento que nomeia quem efetivamente executa a ação descrita pelo verbo, é quem assume papel temático de
agente do processo verbal, porém, não é o sujeito gramatical da oração, por isso, chamado Agente da Passiva.
É importante notar que a forma do particípio passado pode ter mais de uma forma, são particípios de verbos
chamados abundantes. E a forma usada na construção de voz passiva pode não ser a forma regular. De modo geral,
tradicionalmente, as gramáticas descrevem a forma do particípio passado de verbos abundantes subdivida entre
particípio regular (aquele terminado em -ado com verbos de primeira conjugação “falado, cantado, caminhado” ou -
ido com verbos de segunda e de terceira conjugações “varrido, bebido, partido, ido”) e particípio irregular “aceito,
entregue, expulso, coberto, dito, escrito”. A orientação das gramáticas tradicionais para verbos que possuem duas
formas de particípio passado, uma regular e outra irregular (prender – prendido/preso; acender – acendido/aceso;
matar – matado/morto), é a de usar a forma de particípio regular para a formação de tempos passados (como
pretérito mais que perfeito “O rapaz já havia matado sua sede nas águas do rio”) e usar o particípio irregular na
formação da voz passiva (“A vela foi acesa para o jantar”).
O adjunto adnominal é um termo de valor adjetivo que, por esse motivo, especifica ou delimita o significado de um
substantivo. Ele é considerado um dos termos acessórios da oração e pode se manifestar por meio de diferentes
palavras.
Nesse contexto, é importante destacar que o adjunto corresponde a qualquer um dos termos da oração que
acompanham o sentido dos substantivos da oração. Assim, na construção abaixo, temos vários adjuntos adnominais
de naturezas diferentes.
Os substantivos são 'amigas', 'Mariana' e 'Beatriz'. Contudo, não são apenas esses os componentes dos sintagmas
nominais da oração, ou seja, da expressão empregada para fazer referência a algo ou alguém.
Quando extraímos os substantivos, os adjuntos nominais são as palavras que sobram. São elas: 'as', 'minhas',
'melhores', 'a' e 'a'. Sabendo disso, é possível observar que essas palavras pertencem a classes gramaticais
diferentes. Só nesta oração, os adjuntos adnominais são artigos, pronomes e adjetivos.
Retomaremos essas possibilidades de adjunto adnominal ao explicarmos os tipos diferentes de classes gramaticais
que podem assumir esse papel.
Adjetivo
Como explicado mais acima, adjetivos podem ser adjuntos adnominais em uma oração. São exemplos disso as
construções:
Locução adjetiva
Em algumas construções, a combinação de um substantivo com uma preposição assume o papel de adjunto
adnominal com uma função adjetiva. Apresentamos alguns exemplos a seguir:
Artigo
Os artigos são adjuntos adnominais que são usados com bastante frequência. Alguns exemplos podem ser
observados abaixo:
Pronome
Os pronomes são termos que podem substituir os substantivos nas orações. Eles também podem assumir o papel de
adjunto adnominal, como pode ser visto nos exemplos abaixo:
Numeral
Numerais também podem assumir a função de adjuntos adnominais na oração. São exemplos disso as construções:
Em resumo, não é possível considerar que os adjuntos adnominais correspondam apenas a um tipo de classe
gramatical da língua. São várias as classes contempladas. Para identificá-las, é preciso analisar sua relação com
os substantivos que ocupam a posição de sujeito ou objeto nas construções.
Entender quais são os adjuntos adnominais dos substantivos nucleares de uma oração é importante para a análise
sintática de orações e períodos. Como os adjuntos são termos acessórios da oração, é apenas no âmbito da análise
sintática que eles vêm à tona.
Não se classifica uma palavra como adjunto adnominal na análise morfológica, por exemplo. Muitas das classes
contempladas na análise morfológica ganham a mesma função na análise sintática. Por esse motivo, vale ressaltar a
importância de entender a diferença entre essas duas análises das palavras em orações e períodos.
O Adjunto Adverbial é um termo acessório das orações e ocorre quando um Advérbio ou uma Locução Adverbial:
1. Intensificam os sentidos dos Verbos, dos Adjetivos e de outros Advérbios nas orações.
Exemplo: Ela sempre anda devagar. (Devagar: sugere o modo como o sujeito anda.)
Exemplo: Chegarei às cinco da manhã. (Especifica quando a ação “chegar” acontecerá: às cinco da manhã.)
Termos essenciais
São os elementos que mantêm a estrutura básica das orações, que são o Sujeito e o Predicado. Uma oração pode
até não apresentar um sujeito, mas com toda certeza terá um Predicado.
Termos Integrantes
São os elementos que complementam os sentidos dos de determinados Verbos e Nomes. Existem quatro termos
integrantes: Objeto Direto, Objeto Indireto, Complemento Nominal e Agente da (voz) Passiva.
Termos acessórios
São os elementos que modificam ou especificam outros termos. Eles são importantes para ampliar os sentidos, mas
não são essenciais para a estrutura sintática das orações. São eles: Adjunto Adverbial, Adjunto Adnominal e Aposto.
Agora que você já identificou que os Adjuntos Adverbiais são Termos Acessórios das orações, conheça as principais
circunstâncias expressas por eles:
Afirmação
Negação
Dúvida
Talvez eu volte.
Será que devo ir?
Vou guardar caso ainda queira.
Condição
Tempo
Intensidade
Comi demais.
Os alunos foram extremamente habilidosos.
Estou super feliz.
Modo
Lugar
Causa
Meio
Prefiro ir a pé.
Vamos viajar de carro para Uberlândia.
A mudança chegará de caminhão.
Finalidade
Companhia
Assunto
Concessão
Instrumento
Conformidade
Interesse
Como os adjuntos adverbiais modificam os sentidos dos Verbos, Adjetivos e Advérbios, e também delimitam as
circunstâncias das ações, pode haver outras circunstâncias expressas por eles, além destas destacadas acima.
Portanto, como trata-se de uma questão semântica e não sintática, é interessante que se identifique a ocorrência do
Adjunto Adverbial nas orações e que seja analisado seu contexto de utilização.
O aposto, juntamente com o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o vocativo, é um termo acessório da oração.
Dito de outro modo, isso significa dizer que se trata de um termo não exigido sintaticamente por outro elemento da
mesma oração para completar o sentido. Sua presença pode ser importante em determinados contextos para se
determinar ou especificar circunstâncias e pode ser dispensável em outros contextos, mas é um elemento que não
estabelece com outros termos da oração uma relação de dependência sintática.
Quanto ao significado, aposto em geral é o termo responsável por trazer detalhes, explicar com maior clareza ou
precisão, dar outras referências ao nome ao qual se refere, como nos exemplos “Machado de Assis, autor de A mão
e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro”, em que o termo sublinhado é um aposto porque é utilizado na
oração com o objetivo de dar maiores esclarecimentos sobre a quem se refere o nome próprio. Semanticamente, o
aposto funciona como uma etiqueta com detalhes.
Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e seguido do nome ao qual se
refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em “O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido
por muitas pessoas”, em que o aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede
“morcego”. Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum é a utilização
de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas duas crianças, quatro adultos e uma
senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.
O aposto, juntamente com o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o vocativo, é um termo acessório da oração.
Dito de outro modo, isso significa dizer que se trata de um termo não exigido sintaticamente por outro elemento da
mesma oração para completar o sentido. Sua presença pode ser importante em determinados contextos para se
determinar ou especificar circunstâncias e pode ser dispensável em outros contextos, mas é um elemento que não
estabelece com outros termos da oração uma relação de dependência sintática.
Quanto ao significado, aposto em geral é o termo responsável por trazer detalhes, explicar com maior clareza ou
precisão, dar outras referências ao nome ao qual se refere, como nos exemplos “Machado de Assis, autor de A mão
e a luva, é considerado o maior escritor brasileiro”, em que o termo sublinhado é um aposto porque é utilizado na
oração com o objetivo de dar maiores esclarecimentos sobre a quem se refere o nome próprio. Semanticamente, o
aposto funciona como uma etiqueta com detalhes.
Quanto à forma, de maneira geral, é comum que o aposto se apresente entre vírgulas e seguido do nome ao qual se
refere. Como no exemplo do parágrafo anterior ou como em “O morcego, o único mamífero que voa, ainda é temido
por muitas pessoas”, em que o aposto aparece entre vírgulas e traz detalhe sobre o nome que lhe antecede
“morcego”. Mas há outras formas com que o aposto pode aparecer na oração. Outra bastante comum é a utilização
de dois pontos, como em “O ônibus levava poucos passageiros: apenas duas crianças, quatro adultos e uma
senhora”, em que o aposto explicita mais detalhes sobre quem eram os poucos passageiros referidos no nome.
________________________________
De maneira resumida, o sujeito é o termo que representa o ser sobre o qual se faz referência e o predicado, é o
termo que contém o verbo e representa aquilo que se diz do sujeito.
Período Simples
É aquele formado por apenas uma oração. Exemplos:
Período Composto
É aquele formado por duas ou mais orações. Exemplos:
Sofia, que é a melhor aluna de Português, não conseguiu atingir um bom resultado na prova.
Embora ela fosse teimosa, continuou ouvindo os conselhos dos mais velhos.
O período termina sempre por uma pausa, que se marca na escrita com ponto, ponto de interrogação, reticências ou
dois pontos. É importante saber que a oração que forma o período simples é denominada de oração absoluta, já que
ela é única. Além disso, todo o período simples ou oração absoluta corresponde a uma frase.
Em síntese, um período composto por coordenação é formado por orações coordenadas; um período composto por
subordinação é formado por uma oração principal e outra(s) subordinada(s); e um período composto por
coordenação e subordinação possui os dois tipos de relações.
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7) Concordância nominal
Concordância nominal nada mais é que o ajuste que fazemos aos demais termos da oração para que concordem em
gênero e número com o substantivo.
Além disso, temos também o verbo, que se flexionará à sua maneira, merecendo um estudo separado
de concordância verbal.
REGRA GERAL: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo.
CASOS ESPECIAIS: Veremos alguns casos que fogem à regra geral, mostrada acima.
1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.
2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda com o mais próximo ou vai para o plural.
Estavam feridos o pai e os filhos.
Estava ferido o pai e os filhos.
d) Pronomes de tratamento
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante.
j) Menos, alerta
k) Tal Qual
l) Possível
1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ou “pior”, acompanha o artigo que precede as
expressões.
m) Meio
n) Só
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8) Concordância verbal
Observe que o verbo “soltam” está flexionado em número (plural) e pessoa (elas – terceira pessoa) concordando
com o sujeito da oração: As meninas da rua de cima (elas – soltam).
Nem sempre o sujeito aparece antes do predicado na oração. Quando esta ordem é invertida, deve-se manter a
mesma regra geral de concordância verbal, veja: “Soltam pipa na pracinha as meninas da rua de cima.”.
Porcentagem
O verbo deverá concordar com o sujeito mesmo quando este for representado por um número percentual.
O verbo poderá concordar com o numeral ou com o substantivo quando a porcentagem aparecer seguida de um
substantivo.
A concordância deve ser feita sempre com o número percentual quando o verbo aparecer antes da porcentagem, ou
a porcentagem for antecedida por um determinante.
Exemplos:
Expressão fracionária
O verbo deve concordar com o número que aparece acima na fração, ou seja, o numerador.
Exemplo: ¼ (um quarto) deste creme hidratante é feito com leite, os outros ¾ (três quartos) são outros
compostos vegetais.
O verbo pode aparecer no singular ou no plural quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva seguida de um
substantivo ou pronome no plural.
Exemplos:
A maioria dos alunos passou de ano.
A maioria dos alunos passaram de ano.
Pronomes Relativos
Que: O verbo da oração adjetiva concorda em número e pessoa com o termo da oração principal ao qual faz
referência o pronome.
Exemplo:
Quem: O verbo pode concordar com o termo que antecede o pronome ou com o próprio pronome quando o sujeito
da oração for o pronome “quem”.
Exemplo:
Exemplo:
Pronomes de tratamento
O verbo é flexionado na terceira pessoa (singular ou plural) quando quando o sujeito é constituído de pronome de
tratamento.
Exemplo:
Substantivos
1. O verbo deve ser flexionado no singular quando o núcleo do sujeito for um substantivo coletivo.
2. O verbo deve ser flexionado no singular se o substantivo não for antecedido por um determinante no plural
quando o núcleo do sujeito for um substantivo plural que tem sentido singular.
3. O verbo deve ser flexionado no singular se o substantivo não estiver antecedido por um determinante quando o
núcleo do sujeito é composto por um substantivo próprio no plural.
4. O verbo deve ser flexionado no plural se o substantivo for antecedido por um determinante (artigo, pronome ou
numeral).
Sujeito Posposto
Quando o verbo antecede o sujeito composto, pode concordar com os núcleos do sujeito, permanecendo no plural,
ou pode concordar com apenas com o núcleo do sujeito mais próximo a ele.
Exemplos:
Exemplo:
Sujeito composto constituído de “um e outro”, “um ou outro”, “nem um nem outro”
O verbo pode ser flexionado no singular ou no plural quando o sujeito é constituído pelas referidas expressões.
Aposto recaptulativo
O verbo deve concordar em número com o pronome quando o núcleo do sujeito composto é seguido de um
pronome indefinido, cuja função é resumir o que foi exposto anteriormente.
Verbo HAVER
O verbo haver pode ser utilizado tanto no sentido de “existir” quanto para indicar tempo transcorrido, ou seja, um
tempo que já passou. Trata-se de um verbo impessoal, ou seja, não permite variação de pessoas do discurso (eu, tu,
ela, nós...), e por isso deve permanecer sempre na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Exemplo:
* Observe que, embora a quantidade de dias seja plural, o verbo “fazer” deve permanecer no singular.
Exemplos:
Exemplos:
Você viu que na estampa do painel tudo são flores? (Pronome indefinido + Verbo + Predicativo do Sujeito)
Tudo é brincadeiras. (Pronome indefinido + Verbo de ligação + Predicativo do Sujeito)
Isto são cascas de abacaxi para fazer suco. (Pronome demonstrativo + Verbo + Predicativo do Sujeito)
Exemplos:
Vinte litros diários é muito leite pra uma vaca como esta.
Cem reais é suficiente para ir ao shopping.
Exemplos:
Exemplos:
O problema são essas pessoas que entendem somente aquilo que querem.
_________________________
9) Regência verbal
Regência verbal é a relação estabelecida entre os verbos e seus complementos, os quais integram seu sentido. Esses
complementos podem ser objetos diretos e objetos indiretos. Nesse caso, o verbo é considerado termo regente e
seu complemento, o termo regido. No caso de o complemento verbal ser um objeto indireto, a relação de
subordinação vem sempre marcada pela presença de uma preposição.
O estudo sobre regência verbal está diretamente relacionado à noção de transitividade verbal, pois é ela quem
determina o tipo de vínculo estabelecido entre o verbo e seu complemento. Quando a transitividade é direta,
o objeto direto é ligado ao verbo sem o auxílio de preposição. Quando a transitividade é indireta, o objeto indireto é
ligado ao verbo com o auxílio de preposição. Observe os exemplos:
Na Língua Portuguesa, muitos verbos admitem mais de uma regência e, assim, mudam-se também seus significados.
Veja este exemplo:
Verbo Preposição
assistir a, ao (transitivo indireto)
esquecer de
obedecer a, ao (transitivo indireto)
visar a (transitivo indireto)
____________________________________
Os pronomes oblíquos átonos me, te, se, o, a, lhe, os, as, lhes, nos e vos, como todos os outros monossílabos átonos,
apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Assim, esses pronomes podem ocupar três posições distintas
na frase:
Próclise
A próclise ocorre geralmente em orações em que antes do verbo haja:
Conjunção subordinativa:
Advérbio:
Caso haja pausa depois do advérbio (marcada na escrita por vírgula), ocorrerá a ênclise.
Pronome indefinido:
Pronome relativo:
Ocorre também a próclise nas orações iniciadas por palavras interrogativas e exclamativas e nas orações optativas
(orações que exprimem um desejo):
Quem te disse que ele não viria? (oração iniciada por palavra interrogativa)
Mesóclise
A mesóclise só poderá ocorrer com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja
algum fator de próclise.
Caso o verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo venha precedido por pronome
pessoal reto, ou de alguma palavra que exija a próclise, está será de rigor.
a) Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise, o pronome átono poderá ficar depois do verbo
auxiliar ou depois do verbo principal:
b) Havendo fator de próclise, o pronome átono ficará antes do verbo auxiliar ou depois do principal:
a) Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do verbo auxiliar:
b) Se houver fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do verbo auxiliar:
Ênclise
De acordo com a gramática normativa, a posição adequada dos pronomes átonos é depois do verbo, desde que não
haja condições para a próclise ou para a mesóclise.
a) Com o verbo no inicio do período, desde que não esteja no futuro do indicativo:
Comenta-se que ele recebeu o prêmio.
c) Com o verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido da preposição em:
Aspirava com ânsia, como se aquele ambiente tépido não bastasse a saciá-lo.
e) Em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas, com verbo no infinitivo impessoal:
_______________________
11) Pontuação
Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como indicam
limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na
fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.
Confira abaixo os dez sinais de pontuação utilizados na nossa língua, assim como as situações em que devem ser
empregados, seguidas de exemplos.
1. Ponto (.)
O ponto pode ser utilizado para:
b) Separar períodos:
c) Abreviar palavras:
2. Dois-pontos (:)
Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:
Ela gritou:
– Vá embora!
b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.
Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.
É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar.”
3. Reticências (...)
Usa-se para:
Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas economias.
Pedofilia, estupros, assassinatos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrupção... assim caminha a
humanidade.
“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.” (Chico Xavier)
4. Parênteses ( )
Os parênteses são usados para:
a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também, podem substituir a vírgula ou o
travessão:
Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos visitar pela última vez.
a) Após vocativo:
Juliana, bom dia!
Fuja!
c) Após interjeição:
Que lástima!
a) Em perguntas diretas:
b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
7. Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso aparece em várias situações.
A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que os termos por ela separados não formam uma unidade
sintática, apesar de estarem na mesma oração.
a) Separar o vocativo:
b) Separar apostos:
Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com morangos.
Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.
Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.
l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia (polissíndeto):
Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada, porém nunca me escuta.
m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição
(adversidade, consequência, por):
Entre orações:
Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu jeito grosseiro e mandão.
o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção
“e”:
A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.
1 xícara de trigo;
4 ovos;
1 xícara de leite;
1 xícara de açúcar;
1 colher de fermento.
b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas
nas quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que
mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em
opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim - Visconde de
Taunay)
9. Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos,
arcaísmos e expressões populares:
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala.” (O
prazer de viajar - Eça de Queirós)
Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma sentença onde ela já esteja presente, usa-
se a marcação simples ('), não dupla (").
____________
A Semântica é a parte da linguística que estuda o significado das palavras, a parte significativa do discurso. Cada
palavra tem seu significado específico, porém podemos estabelecer relações entre os significados das palavras,
assemelhando-as umas às outras ou diferenciando-as segundo seus significados.
SINONÍMIA: Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem
significado ou sentido semelhante.
Algumas palavras mantêm relação de significado entre si e representam praticamente a mesma ideia. Estas palavras
são chamadas de sinônimos.
adversário e antagonista;
translúcido e diáfano;
semicírculo e hemiciclo;
contraveneno e antídoto;
moral e ética;
colóquio e diálogo;
transformação e metamorfose;
oposição e antítese.
Outras palavras, ainda, possuem significados completamente divergentes, de forma que um se opõe ao outro, ou
nega-lhe o significado. Estas palavras são chamadas de antônimos.
bendizer e maldizer;
simpático e antipático;
progredir e regredir;
concórdia e discórdia;
ativo e inativo;
esperar e desesperar;
comunista e anticomunista;
simétrico e assimétrico.
Kk
Homonímia
A homonímia se caracteriza como o fenômeno no qual as palavras têm significados e funções diferentes, porém
possuem a mesma estrutura fonológica, os mesmos fonemas e a mesma acentuação. Graças ao papel do contexto, é
possível que a homonímia exista sem prejuízos para a comunicação, pelo fato de o contexto ser capaz de dar o
sentido correto às palavras em que ocorre o fenômeno.
Paronímia
Caracteriza-se como um fenômeno no qual as palavras são parecidas na escrita, porém diferentes no significado,
tendo radicais diferentes.
______________________
14) Denotação
No uso da linguagem, falantes fazem escolhas lexicais, isto significa que ao elaborar uma frase, uma fala ou um
texto, escolhemos as palavras de acordo com o sentido que elas expressarão naquele contexto. Essas escolhas
mantêm relações também com algumas marcas do usuário, tais como a região de origem, a idade, o gênero, dentre
outras características que podem ser identificadas através do discurso. Entretanto, no uso denotativo da linguagem,
as escolhas lexicais realizadas pelo sujeito, não oferecem muitos indícios a seu respeito, uma vez que o sentido
denotativo explora as relações entre o signo, o significado e o significante de acordo com o descrito pelos
dicionários, não ocorrendo variações regionais, por exemplo, ou atribuição de algum significado surpreendente. É
por meio do sentido denotativo que a linguagem cumpre sua função de transmitir informações, comunicar um fato,
registrar um acontecimento, bem como a própria interação entre os falantes ocorrerá sem ambiguidades.
O efeito denotativo também pode aparecer em uma expressão de afeto ou sentimento, com menor emoção do que
no uso da linguagem com sentidos mais enfáticos ou apelativos. Ao analisar o momento real do uso da língua, nota-
se que os efeitos linguísticos podem se misturar, contudo em um texto jornalístico, com fim de informar um evento,
o material linguístico deve ser produzido em sentido próprio, mantendo as relações diretas entre os signos, os
significados e os significantes, conforme o texto da notícia publicada no site da Geledés em 02/01/2018
Segundo Anuário Brasileiro de Segurança pública, em 2014, 607.731 pessoas estavam presas no Brasil /
Arquivo/Agência Brasil.
“O Que é Encarceramento em Massa” é o nome do livro, da série Feminismos Plurais, que discute a fusão entre
aprisionamento, seletividade penal e racial no Brasil e feminismo negro. A obra tem como base as teorias de
intelectuais negras como Sueli Carneiro e a estadunidense Angela Davis."
(...)
Fonte: https://www.geledes.org.br/aumento-do-encarceramento-feminino-revela-racismo-estrutural-nas-prisoes/
O texto jornalístico informa um acontecimento, e tem o princípio ético de não emitir opiniões, apresentando uma
visão imparcial dos fatos. Dessa maneira, é um texto elaborado a partir da linguagem denotativa, com termos em
sentido próprio, e enunciados com precisão nas palavras.
Em resumo, para muitas gramáticas, a denotação é o uso das palavras em seu sentido original, independente do
contexto, tal como está descrita pelos dicionários.
Uma diversidade, muito sutil, é a que existe entre a fala e a escrita. É a escrita que as gramáticas normativas
escolares focalizam explícita ou implicitamente. O estudante já vem para a escola falando satisfatoriamente, embora
seja em regra deficiente no registro formal do uso culto; o que ele domina plenamente é a linguagem familiar, na
maioria dos casos. (CAMARA JR., Joaquim Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes. 1977.
Página 9)
O texto do professor Joaquim Mattoso Camara direciona-se aos professores e estudantes de língua portuguesa, de
tal maneira que há a necessidade de se elaborar um texto denotativo, que comunique com precisão o conteúdo
pretendido. Ao se referir à diversidade entre a fala e a escrita o autor se vale de qualitativos específicos, sem atribuir
sentidos novos ou inesperados. O texto é compreensível, sem ambigüidades e informa ao leitor o conteúdo com
assertividade.
Verifique esse segundo exemplo em que o texto foi retirado do livro “Para educar crianças feministas”, publicado a
partir de uma carta que a autora escreveu para uma amiga, na qual o assunto é a educação dos filhos.
Por favor, saiba que levo sua tarefa – pensar como criá-la feminista – muito à sério. E entendo o que você quer dizer
quando fala que nem sempre sabe qual deve ser a reação feminista a certas situações. Para mim, o feminismo é
sempre uma situação de contexto. Não tenho nenhuma regra. (ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Para educar crianças
feministas um manifesto. Tradução: Denise Bottmann. – 1ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Paginas 11,
12)
Neste trecho da carta, texto bastante informal, em que Chimamanda responde à pergunta de sua amiga
correspondente, sobre como dar uma educação feminista para sua filha, a linguagem é direta e denota os
significados apreendidos por cada palavra em seu estado original. Não há diversidades de sentidos em um único
termo, nem há efeito que gere dúvida em cada afirmação. Dessa forma, apesar da carta ser uma modalidade mais
livre da escrita, com menor exigência, o texto produz efeito denotativo e comunica exatamente o pensamento da
escritora.
15) Conotação
A gramática caracteriza a linguagem como um sistema simbólico representado por signos e utilizado com a
finalidade de realizar a intercomunicação social, expressando, em geral, ideias e sentimentos. A palavra possibilita
aos falantes a representação do pensamento, a criação, e nessa interação linguística os usuários constroem novos
sentidos para diferentes termos. Logo, na prática, no uso real da linguagem, as palavras ganham vida e recebem
significados para além daqueles descritos nos dicionários. A este processo a linguística denomina de conotação.
Segundo Rodolfo Ilari, em seu livro “A Introdução à Semântica”, conotação é o efeito de sentido pelo qual a escolha
de uma determinada palavra ou expressão dá informações sobre o falante, sobre a maneira como ele representa o
ouvinte, o assunto e os propósitos da fala em que ambos estão engajados. (página 41) Nessa definição o autor leva
em consideração variantes linguísticas como fatores que influenciam diretamente no modo de falar, revelando
origem geográfica, faixa etária, grupo social, pelas escolhas feitas por cada falante no ato de fala ou em uma
enunciação e dos diversos sentidos atribuídos às suas escolhas. Vejamos o exemplo à seguir:
Em um diálogo entre dois usuários da língua portuguesa de diferentes regiões do país pode ficar claro o estado de
origem de um deles a depender do signo (palavra) escolhido para designar certo significado. Para se referir ao
biscoito (termo utilizado o Rio de Janeiro, por exemplo), os falantes do estado de São Paulo usam a palavra
“bolacha”. Encontramos essas variações em alguns outros termos, tais como aipim, mandioca ou macaxeira. Cada
região do Brasil usa uma forma para se referir à raiz, e cada vez que um sujeito utiliza-se de uma dessas formas, a
linguagem revela sua origem, ou seja, conforme Ilari; dá informações sobre o falante.
De acordo com as gramáticas descritivas, entende-se por conotação a propriedade de atribuir um novo sentido a um
termo já conhecido; ou ainda diversos sentidos a um único termo, tornando implícito atributos diferentes. Trata-se
do sentido figurado aplicado à linguagem. Os sentidos conotativos representados por uma palavra ou expressão vão
além dos significados definidos pelo dicionário, podendo manter relação com o contexto em que o termo está
inserido. Veja alguns exemplos do efeito de sentido conotativo em relação ao sentido denotativo:
Quando o preço de um produto não está elevado: O chocolate estava barato em relação aos outros
mercados. (sentido denotativo)
Quando um acontecimento foi muito bom ou divertido: Todos se divertiram muito, a festa foi um barato. (sentido
conotativo)
O substantivo “sol” pode assumir outros sentidos de acordo com aquilo que o falante quer expressar:
O signo ocorre diretamente ligado ao significante: A luz do sol iluminou toda a casa.
O signo pode ocorrer com sentido diverso de seu significante, fazendo uma referência a uma parte de seu significado:
Ela traz um sol em seu peito.
O signo pode fazer uma referência ao que o significante representa: O meu filho é o sol dos meus dias.
Rios de rumor: meu peito te dizendo adeus. A colina de alfafas, sem éguas e sem cabras
Porque me fiz tantos de ressentimentos Que sempre diante dela me soube tão pequena.
Perdi-me tanto em ti
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Um texto é uma unidade de sentido. Nessa perspectiva, é imprescindível que as ideias, nele presentes, sejam
construídas com lógica, isto é, com coerência. Além disso, os elementos que o integram (palavras, orações, frases,
períodos) precisam estar dispostos de modo articulado e harmônico. Quando há adequada ligação entre os referidos
elementos, dizemos que ocorreu coesão.
A coerência textual
O produtor do texto precisa construir textos que tenham coerência, ou seja, que tenham sentido. Por outro lado, o
ouvinte/leitor precisa interpretar o texto, reconstruindo a coerência pretendida pelo produtor. Nessa perspectiva, a
comunicação concretiza-se quando há a interação entre os envolvidos com o ato de interlocução. Para entender
melhor a coerência, leia este texto, escrito por Ricardo Ramos:
Circuito Fechado
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel,
espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa,
abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio,
maço de cigarros, caixa de fósforos.
O que podemos dizer a respeito do texto acima? Qual sentido podemos atribuir a ele? Repare que o texto se
constrói por meio da enumeração de objetos que fazem parte do dia a dia de um homem. Não há nenhum verbo no
texto. Porém, podemos inferir que cada um desses objetos aponta para uma ação do cotidiano do homem. As
referidas ações são apresentadas, de modo sequencial, desde o momento em que ele se levanta. Por que “Circuito
fechado”? Porque essas ações são inerentes ao seu cotidiano. Nesse cenário, ele não pode fugir delas. Em suma,
quando se atribui sentido a um texto, se atribui coerência ao texto.
A coesão textual
Vamos analisar os elementos que atuam na coesão do texto abaixo? Então, leia-o:
Os papagaios não conseguem se comunicar com as pessoas, mas são capazes de imitar sons. A estrutura do bico e da
língua permite a reprodução do que ouvem, como palavras e assobios.
Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe – órgão localizado na traqueia, equivalente às cordas vocais
humanas. Na natureza, aprendem a imitar o que escutam para trocar informações com outros pássaros de sua
espécie.
A habilidade de reprodução varia, dependendo da personalidade e do incentivo do dono para que o bicho reproduza
os sons. Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em
criadouros registrados no Ibama.
Vários elementos ligam as ideias que formam o texto sobre os papagaios, tornando-o coeso. Primeiramente,
podemos destacar a desinência verbal. Em “Papagaios não falam, apenas imitam sons”, o sujeito da
segunda oração aparece oculto, mas pode ser identificado pela desinência verbal (terminação verbal). Isso significa
que os leitores inferem que o verbo “imitam” se refere ao sujeito “Papagaios”. Com o uso da desinência verbal, a
autora do texto retoma o sujeito, sem repeti-lo. Esse recurso linguístico foi empregado em outras partes do texto,
como em “Importante saber que se trata de um animal silvestre e só é considerado legal quando comprado em
criadouros registrados no Ibama.”
No segmento “Isso é possível porque essas aves têm controle da siringe [...]”, o pronome demonstrativo “Isso”
desempenha a função de retomar uma informação no primeiro parágrafo. Na passagem “[...] com outros pássaros
de sua espécie”, o pronome possessivo “sua” retoma “Os papagaios”. Vale acrescentar que “essas aves” estabelece
uma relação hiponímica com “Os papagaios”. Na oração “[...] o bicho reproduza os sons.”, a autora empregou a
expressão “o bicho” para atuar também no processo de retomada.
É importante ressaltar a presença dos chamados “conectores”, que atuam, conforme o nome indica, na conexão das
ideias textuais. Entre eles, destacam-se as conjunções que estabelecem diferentes relações de sentido. No parágrafo
inicial, há as conjunções coordenativas “mas” e “e”. Já no último parágrafo, há as conjunções subordinativas “para
que” e “quando”. Em suma, variados recursos linguísticos são usados para assegurar a continuidade do texto, de
modo que ele se torne compreensível.
Como um quebra-cabeça...
Podemos estabelecer uma analogia entre a montagem de um quebra-cabeça e a construção de um texto. Observe
que, para se formar a imagem do coração, foi necessário encaixar cada uma das variadas peças. Cada uma ocupa o
seu devido lugar e, juntas, elas compõem um todo significativo, a imagem. Com o texto também é assim! Cada
elemento linguístico une-se a outro de maneira articulada, formando uma unidade significativa, tendo em vista a
intenção comunicativa.
Para concluir:
A coerência é a lógica entre as ideias expostas em um texto, que precisam ser dispostas de forma interligada, isto é,
com coesão. Isso significa que não há coerência sem coesão. Vale reforçar que quem diz precisa produzir textos
coerentes e coesos, ao passo que quem ouve ou lê precisa reconstruir os elos pretendidos pelo produtor, para que a
interação de fato aconteça.
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A formação de palavras tem diferentes processos de combinação de morfemas para formar novas palavras. Os
principais processos de formação são a derivação e a composição.
Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras já existentes na língua, alterando,
assim, o sentido. AS palavras novas são chamadas de Derivadas e as que lhe dão origem, Primitivas.
A Derivação pode ser dividida conforme abaixo:
In + feliz - infeliz
In – prefixo
Vado – sufixo
Nominal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um substantivo ou a um adjetivo.
Exemplo: ponteira – pontinha – pontudo.
Verbal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um verbo. Exemplo: amanhecer
– atualizar - suavizar.
Adverbial: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a um advérbio de modo. Exemplo:
perigosamente – felizmente – religiosamente.
In – prefixo
Mente - sufixo
Na Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo ou apenas do sufixo na palavra primitiva é suficiente
para a formação de uma nova palavra – infeliz ou felizmente.
Derivação parassintética
É quando acontece um acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo:
Em – prefixo
cer - sufixo
Diferente da Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo e apenas do prefixo na palavra primitiva não é
suficiente para a formação de uma nova palavra. No caso da palavra empobrecer, por exemplo, ela só existe com
ambas as derivações aplicadas simultaneamente.
Derivação regressiva
É quando acontece uma redução na palavra primitiva. Exemplo: flagrante – flagra, delegado – delega, português –
portuga
A Derivação Regressiva tem maior importância na formação de substantivos deverbais ou pós-verbais, que foram
unidos por uma das vogais –o, -a ou –e ao radical do verbo. Exemplos:
Ajudar – a ajuda
Perder – a perda
Vender – a venda
Debater – o debate
Cortar – o corte
Atacar – o ataque
Atrasar – o atraso
Chorar – o choro
Apelar – o apelo
Derivação imprópria
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer alteração na forma. Exemplo:
Composição
Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela junção de duas ou mais palavras, ou seja, de
dois ou mais radicais. Essas palavras são chamadas de Compostas em oposição às simples, que possuem um só
radical. A Composição pode acontecer de duas formas, conforme abaixo:
Além desses casos, existem casos especiais de palavras compostas que não são formadas a partir de outras palavras
da língua portuguesa, mas sim de radicais pertencentes a outras línguas. Estes classificam-se em:
Compostos Eruditos
Quando as palavras são compostas de radicais apenas latinos ou gregos. Exemplos:
Hibridismo
Quando as palavras são compostas de radicais de idiomas diferentes. Exemplos:
Monocultura: mono- (grego) + -cultura (latim)
Neologismo
Quando novas palavras são criadas a partir de uma necessidade do falante em contextos específicos que podem ser
temporárias ou permanentes em vista de um novo conceito. Exemplos:
Informática – informatizar
Neologismo semântico
Quando a palavra já existente ganha um novo significado. Exemplo:
Ana disse que deu zebra quando ela tirou o binóculo da bolsa. – deu errado
Marcelo faz bico para ajudar nas contas da casa. – trabalho temporário
Neologismo sintático
Quando existe uma combinação de elementos já existentes na língua como a derivação ou a composição. Exemplo:
Neologismo lexical
Quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito. Exemplo:
Onomatopeia
Quando a palavra imita, representa certos sons. Exemplos:
Tique-tique
Chuá-chuá
Atchim
Plaft
Dingo-dong
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Existem palavras formadas apenas de radical, como é o caso de sofá, amor, café, animal, dor, paz, tatu.
Vogal Temática é a vogal que aparece seguida do radical, caracterizando nomes e verbos. Os nomes são distribuídos
em 3 classes: -a, -e, -o, quando em posição final e átona. Exemplo:
Já, as vogais temáticas dos verbos que são -a, -e, -i, caracterizam as conjunções verbais. Exemplo:
Falar
Entender
Sorrir
Tema é o radical acrescido da vogal temática e do radical, pronto para receber outros morfemas. Exemplo:
Chorar = chor + a
Rosa = ros + a
Livro = livr + o
Desinência é o morfema que indica o gênero e número dos nomes e de pessoa, número, modo e tempo dos verbos.
Abaixo, vamos entender a diferença de cada uma delas.
Desinência nominal: indica o gênero feminino ou masculino e o plural dos nomes como substantivos,
adjetivos, numerais e pronomes. Por exemplo:
Menin – a – s
o Menin: radical
o -a: desinência de gênero
o s: desinência de número
Desinência verbal: indicam número e pessoa (desinências número-pessoais) e modo e tempo (desinências modo-
temporais) dos verbos.
Cant – á – va – mos
o Cant: radical
o -á: vogal temática
o -va: desinência modo-temporal
o -mos: desinência número-pessoal
Afixo é o morfema acrescentado ao radical que possibilita a formação de novas palavras. Há dois tipos de afixos:
INfeliz
ANTEbraço
INativo
IMpermeável
SOBREpor
ULTRApassar
felizMENTE
homemZARRÃO
caldeiRÃO
dentUÇA
partÍCULA
cãoZINHO
Além disso, existem vogais e consoantes de ligação que surgem para facilitar a pronúncia. Abaixo, algumas situações
destas:
Plen – i – tude
Vogal de ligação
Carn – í – voro
Vogal de ligação
Cha –l – eira
Consoante de ligação
Pau – l – a - da
Consoante de ligação
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A norma culta se refere ao conjunto de padrões linguísticos usados habitualmente pela camada mais escolarizada da
população. Define-se como a variação linguística utilizada por pessoas que vivem em meios urbanos e que possuem
elevado nível de escolaridade, em situações formais e monitoradas de comunicação falada ou escrita.
O domínio da norma culta reflete-se, principalmente, na modalidade escrita da língua, revelando um elevado grau
de rigor e correção gramatical, como o devido uso da pontuação, da acentuação, da colocação pronominal, da
concordância e da regência, entre outros.
Saber escrever e falar de acordo com a norma culta de uma língua é uma competência bastante valorizada no
mercado de trabalho, uma vez que o domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com precisão,
eficiência e desenvoltura.
Norma culta e norma-padrão
Embora esses conceitos sejam próximos, sendo inclusivamente usados muitas vezes como sinônimos, referem-se a
normas distintas.
A norma-padrão pode ser entendida como a norma gramatical, com base na gramática tradicional e normativa. Atua
como um modelo idealizado que visa a padronização da língua escrita.
Na língua portuguesa existem diversas variações linguísticas, fruto da existência de diferentes grupos sociais, com
diferentes graus de escolarização, que apresentam diferentes hábitos linguísticos. Isso resulta numa pluralidade de
normas.
De todas essas normas, a norma culta é tida como a mais conceituada, sendo vista como uma linguagem culta e
erudita, utilizada por um grupo de pessoas de elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da
população.
Como nem todas as variações linguísticas usufruem desse mesmo prestígio, muitas são vítimas de preconceito
linguístico, sendo consideradas menos cultas e até mesmo incorretas.
É essencial o entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas são fatores de enriquecimento e
cultura, não devendo ser encaradas como erros ou desvios.
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Se por um lado, a expressão norma culta é amplamente usada no cenário dos estudos da linguagem para referir
o conjunto de variedades que tendem a marcar a linguagem usada por sujeitos com alto grau de escolarização, por
outro, o termo norma, ou variedade popular, designa o conjunto de variedades linguísticas que tende a ser mais
usado por falantes situados em esferas sociais pouco favorecidas economicamente e com limitado acesso a bens
culturais favorecidos economicamente (como no caso da educação formal, principalmente no nível superior)
(BAGNO, 2003; FARACO, 2008, 2011; BORTONI-RICARDO, 2011).
Em linhas gerais, é basicamente isso que podemos extrair das seguintes colocações.[...] compreende os padrões
sociolinguísticos da parcela da população brasileira composta por indivíduos de baixa renda, com pouca ou nenhuma
escolaridade, que vivem na periferia das grandes cidades ou no interior do país, a que se chama de norma popular
(LUCCHESI, 2015, p. 147).[...] para tentar designar as variedades linguísticas relacionadas a falantes sem escolaridade
superior completa, com pouca ou nenhuma escolarização, moradores da zona rural ou das periferias empobrecidas
das grandes cidades, aparece frequentemente na literatura linguística a classificação língua popular, norma popular,
variedades populares etc. (BAGNO, 2003, p. 59, itálico no original).[...] português popular (variedades de origem
rural, própria dos segmentos sociais da parte baixa da pirâmide econômica e, portanto, com acesso historicamente
muito restrito à educação básica completa e aos bens da cultura letrada) (FARACO, 2015, p. 25).
Tanto no âmbito do conceito de norma culta como popular, podemos observar a ênfase que tem sido dada à
questão da escolarização de nível superior ou a ausência dela. Em nossa compreensão, esse fato pode ser atribuído,
ao menos em parte, a dois motivos substanciais. Em primeiro lugar, sabemos que durante muito tempo o termo
culto – ainda que não seja essa a ideia que prevalece entre os estudos da linguagem – foi (e, de certo modo, ainda
hoje é) usado nas sociedades ocidentais para recobrir de prestígio as variedades linguísticas que tendem a ser usadas
por falantes com ensino superior completo, fato esse que, conforme sinalizamos anteriormente, pode facilitar o
acesso desses sujeitos a bens economicamente favorecidos. Em segundo lugar, em uma sociedade fortemente
estratificada como a brasileira, o maior acesso à educação formal, principalmente de nível superior, — elemento que
tende a aproximar os sujeitos do modelo de língua prestigiado socialmente — pode facilitar (não garantir) o acesso a
bens economicamente favorecidos.
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Textos literários e textos não literários apresentam diversas diferenças: na forma, na linguagem, na significação,…
Principalmente, diferenciam-se na sua finalidade comunicativa. O texto literário visa entreter o leitor e o texto não
literário visa informar o leitor.
O texto literário…
Possui uma função estética, tendo como principal objetivo o entretenimento do leitor.
Recorre à função poética e emotiva da linguagem, visando criar expressividade e despertar sentimentos e emoções
no leitor.
Há uma reflexão sobre a realidade, que leva a uma recriação pessoal e subjetiva da realidade.
Utiliza figuras de linguagem e outros recursos estilísticos, apresentado simbologia, beleza, musicalidade e harmonia.
os poemas;
os romances;
os contos;
as novelas;
as lendas;
as fábulas;
as crônicas;
as peças de teatro;
as letras de músicas;
…
Consoada
“Até hoje permanece certa confusão em torno da morte de Quincas Berro D’água. Dúvidas por explicar, detalhes
absurdos, contradições no depoimento das testemunhas, lacunas diversas. Não há clareza sobre hora, local e frase
derradeira. A família, apoiada por vizinhos e conhecidos, mantém-se intransigente na versão da tranquila morte
matinal, sem testemunhas, sem aparato, sem frase, acontecida quase vinte horas antes daquela outra propalada e
comentada morte na agonia da noite, quando a Lua se desfez sobre o mar e aconteceram mistérios na orla do cais
da Bahia. Presenciada, no entanto, por testemunhas idôneas, largamente falada nas ladeiras e becos escusos, a frase
final repetida de boca em boca representou, na opinião daquela gente, mais que uma simples despedida do mundo,
um testemunho profético, mensagem de profundo conteúdo (como escreveria um jovem autor de nosso tempo).”
(Jorge Amado, A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água)
Possui uma função utilitária e referencial, tendo como principal objetivo fornecer uma informação.
Relata fatos reais de forma impessoal e imparcial, não havendo opiniões e juízos de valor sobre o conteúdo do
texto.
Não utiliza figuras de linguagem e outros recursos estilísticos que possam prejudicar a compreensão do conteúdo
do texto.
as notícias;
as reportagens;
as entrevistas;
as cartas comerciais;
os artigos científicos;
os livros didáticos;
os manuais de instrução;
os dicionários;
as enciclopédias;
as receitas de culinárias;
as guias de beleza;
as bulas de remédios;
...
“Arara: Nome de diversas aves trepadoras de grande porte, que se destacam pelo colorido muito vivo, em geral
vermelho, amarelo e azul, e por falarem, embora não tão bem quanto os papagaios. Têm bico muito grande, curvo e
forte. Com ele quebram as cascas mais duras dos frutos e sementes que comem.”
(Dicionário Online de Português)
“Em uma panela funda, junte o leite condensado, a manteiga e o chocolate em pó. Misture e cozinhe em fogo
médio, mexendo sempre até que o brigadeiro comece a desgrudar da panela. Retire do fogo e deixe esfriar. Depois
de esfriar, faça pequenas bolinhas com a mão passando a massa no chocolate granulado.”
(Receita de brigadeiro de chocolate)