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PORTUGUESA
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Recapitulando
☞ Morfologia é o estudo da estrutura interna das palavras. As palavras,
por sua vez, são constituídas por unidades menores com significado – os
morfemas – cuja organização entre si apresenta duas finalidades:
☛ dotada de sentido(s);
☛ constituída por segmentos sonoros organizados numa determinada
ordem e emitidos sem interrupção;
☛ pertencente a uma (ou mais) categoria(s) sintática(s);
☛ formadora de enunciados;
☛ enunciável em isolamento, ou seja, produzida sozinha, como, por
exemplo, em resposta a perguntas.
☞ prato
s.m.|substantivo masculino
1 peça de louça, metal etc., ger. circular e côncava, em que se serve
comida
2 conteúdo de um prato (acp.1) (Derivação: por metonímia)
3 conjunto de ingredientes preparado de determinada maneira; iguaria
(Derivação: por extensão de sentido)
Ex.: pratos da cozinha japonesa
4 cada uma das preparações culinárias servidas numa refeição entre a
sopa e a sobremesa (Derivação: por extensão de sentido)
5 qualquer peça de máquina que lembre um prato
Ex.: os p. de uma balança
6 cada uma das duas peças circulares de metal, us. como instrumento de
percussão em orquestras, bandas e outros grupos musicais; címbalo
(Rubrica: música) HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss Eletrônico da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
☞ Palavra gráfica: “sequência de caracteres que aparece entre espaços e/ou pontuação e que
corresponde a uma sequência de sons que formam uma palavra na língua” (João viajou ontem /
*Jõ vaju one).
☞ Palavra fonológica: dotada de um acento principal (isto é, de maior intensidade)
☞ Palavra morfológica ou estrutural: unidade linguística cujos elementos “apresentam ordem fixa
e são rigidamente ligados uns aos outros, não permitindo qualquer mudança de posição ou
interferência de outros elementos” (guarda-chuva/*guarda-muita-chuva, narração/*çãonarra) (p.
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☞ Palavra como unidade de significação: uma palavra, um significado. No entanto, são mais
comuns as palavras que têm mais de um significado, isto é, afetadas pela polissemia (letra = letra
de música; = caligrafia; = letra do alfabeto).
☞ Palavra lexicográfica: aquela que aparece listada no dicionário. Mas o que motiva os
lexicógrafos a registrarem determinadas palavras?
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☞ Palavra como forma livre mínima (Bloomfield, 1933): “aquela que pode por si só constituir um
enunciado, ao contrário da forma presa, ou afixo, que só pode ocorrer em conjunto com outra, da qual
depende” (p. 17)
☞ Palavra como uma unidade abstrata (o lexema): presente no léxico mental dos falantes, realiza-se sob
formas de palavra (PEGAR: pegou, pego, pegariam, pegará…).
☞ Palavra morfossintática: a descrição de uma das formas do lexema, tal como ocorre num enunciado
(João pegou o embrulho/Eu pego o embrulho/Eles pegariam o embrulho/João pegará o embrulho).
☞ “Na escrita, é relativamente fácil identificar uma palavra em
função de haver recursos gráficos [...]. Na fala, por outro lado, nem
sempre se distingue uma unidade vocabular de um grupo de
palavras, pois, foneticamente podem ser produzidos da mesma
maneira” (Gonçalves, 2019, p. 15)
MA TE MÁ TI CA
-s, de casas
*As -s gostam de brincar.
-va, de cantava *Hoje estudarei na -teca.
-mos, de amamos
-a, de bonita
bibli- e -tec(a), de biblioteca
☞ Mattoso Câmara Jr. (1967) acrescentou as ‘formas dependentes’
entre os vocábulos mórficos, o que permitiu incluir artigos,
preposições, conjunções, pronomes átonos etc. As formas
dependentes funcionam ligadas às livres, geralmente em adjacência, e
não têm autonomia no discurso. Caracterizam-se pela possibilidade de
mobilidade e intercalação de outras formas.
Telefonou-me / me telefonou
1 - Retire do texto exemplos que permitam ilustrar a diferença entre morfemas presos e morfemas dependentes.
3 - Retire do texto exemplos que ilustrem que um morfema não coincide obrigatoriamente com uma palavra.
6 - Podemos dizer que tanto em (4) como em (5) se obtiveram lexemas? Justifique.
Glossário:
albufeira: lago artificial criado por barragem; represa
abibe: tipo de ave que ocorre na Europa e Ásia
De todas as aves que observamos na albufeira, o abibe é a mais curiosa.
BASÍLIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.
MONTEIRO, J.L. Morfologia portuguesa. 4a. ed. rev. e ampl., Campinas: Pontes, 2002.
SCHWINDT, L.C. Morfologia. In: SCHWINDT, L.C. (org.). Manual de linguística: fonologia, morfologia e
sintaxe. Petrópolis: Vozes, 2014, o. 109-154.
ZANOTTO, N. Estruturas morfológicas do português. 6a. ed. rev. e ampl., Caxias do Sul: Ibral, 2013.