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Fonética

A Gramática registra e descreve todos os aspectos das línguas. Como sabemos, esses aspectos são
diversos e seu estudo é organizados em partes: Fonética e
Fonologia, Morfologia e Sintaxe (morfossintaxe), Semântica e Estilística.

Neste texto vamos refletir a respeito da primeira parte dos estudos da Gramática Descritiva,
a Fonética e Fonologia, que tratam dos aspectos fônicos, físicos e fisiológicos da nossa língua.

• Fonética

A Fonética é o estudo dos aspectos acústicos e fisiológicos dos sons efetivos (reais) dos atos de
fala no que se refere à produção, articulação e variedades. Em outras palavras, a Fonética preocupa-
se com os sons da fala em sua realização concreta. Quando um falante pronuncia a palavra 'dia', à
Fonética interessa de que forma a consoante /d/ é pronunciada: /d/ /i/ /a/ ou /dj/ /i/ /a/.

• Fonologia

A Fonologia é o estudo dos Fonemas (os sons) de uma língua. Para a Fonologia, o fonema é uma
unidade acústica que não é dotada de significado. Isso significa que os fonemas são os diferentes
sons que produzimos para exprimir nossas ideias, sentimentos e emoções a partir da junção de
unidades distintas. Essas unidades, juntas, formam as sílabas e as palavras.

A palavra 'Fonema' tem origem grega (fono = som + emas = unidades distintas) e representa
as menores unidades sonoras que formam as palavras. As palavras são a unidade básica da interação
verbal e são criadas pela junção de unidades menores: as sílabas e os sons, na fala, ou as sílabas e
letras, na escrita.

Os fonemas são classificados em vogais, semivogais e consoantes. Essa classificação existe em


virtude dos diferentes tipos de sons produzidos pela corrente de ar que sai dos nossos pulmões e é
liberada, com ou sem obstáculos, pela boca e/ou pelo nariz.
Morfologia

A Morfologia estuda os aspectos das palavras, desde origem até as suas formas de flexão. Essa parte da
gramática da Língua Portuguesa se ocupa da análise da estrutura e da formação das palavras e as
categoriza em dez classes.

São, assim, chamadas de Classes de Palavras, sendo que substantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo,
numeral apresentam variações, enquanto proposição, conjunção, interjeição e advérbio são invariáveis.

Semântica

A semântica é o estudo do significado e de fenômenos gramaticais relacionados a esse tópico. Qual é


a diferença entre palavras sinônimas e antônimas ou entre conotação e denotação? O que são
parônimos? Quando ocorre ambiguidade? São essas questões que o estudo da semântica ajuda a
entender.

O que é semântica?

A semântica é a área da linguística que estuda o significado e a sua relação com o significante. O
significado está associado ao sentido e, portanto, ao conteúdo e ao contexto; o significante está
associado à forma (de palavras ou de sinais, de grafia ou de som).

Dentro da semântica, há conceitos relacionando o uso e a estrutura do significado dentro de


determinados contextos, bem como alguns fenômenos gramaticais a respeito do significado na
língua. Vamos aprender melhor sobre esses conceitos a seguir.

Sinonímia X antonímia

A sinonímia refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado) semelhante,


podendo ser usados um no lugar do outro dependendo do contexto. São os sinônimos.

• Sinônimo de espaço: ambiente.


• Sinônimo de carinhoso: afetuoso.
• Sinônimo de apoiar: sustentar.

A antonímia, por outro lado, refere-se a vocabulários diferentes com carga semântica (significado)
com relação de oposição/contradição entre si. São os antônimos.
• Antônimo de bonito: feio.
• Antônimo de limpo: sujo.
• Antônimo de bom: mau.

Hiponímia X hiperonímia

Hiponímia e hiperonímia referem-se à relação de significado entre palavras. Hiperônimos são


palavras com significado mais abrangente, que, por vezes, refere-se a uma “categoria” que engloba
diversos outros termos mais específicos. Esses termos são conhecidos como hipônimos, pois
têm significado mais específico dentro de outro mais abrangente.

“Minha namorada adora ver esportes na televisão: futebol, vôlei, basquete, ela não perde nenhuma
transmissão!”

A palavra “esportes” é um hiperônimo por ter significado mais abrangente, englob ando outros
termos hipônimos, como “futebol”, “vôlei” e “basquete”.

Paronímia

A paronímia refere-se a palavras com significados diferentes, mas significantes (estrutura) parecidos.
Os parônimos muitas vezes geram confusão nos falantes, que trocam o seu uso por conta da
semelhança escrita e sonora entre essas palavras. Como exemplos de parônimos, temos:

• comprimento e cumprimento,
• soar e suar,
• mandado e mandato,
• cavaleiro e cavalheiro,
• absolver e absorver,
• eminente e iminente.

Polissemia ou homonímia

A homonímia é a relação entre diferentes palavras (ou expressões) que têm significantes
iguais (forma igual na escrita, no som ou em ambos), mas significados distintos.

• São (do verbo “ser”); são (santo); são (saudável).


• Em cima (locução); encima (do verbo “encimar”).
• Gosto (substantivo sinônimo de “sabor”); gosto (do verbo “gostar”).

A polissemia é a propriedade de um mesmo significante ter mais de um significado, que pode ser
entendido pelo contexto.

• Pregar (um sermão); pregar (um botão na camiseta); pregar (um prego na parede).
• Manga (fruta); manga (da camiseta).

Conotação e denotação

As palavras e os discursos podem ter sentido conotativo ou denotativo. A denotação refere-se ao uso
de palavras ou de expressões com significado literal, real e dicionarizado. Já a conotação, ao
contrário, refere-se ao uso dessas palavras ou expressões no sentido figurado, podendo
ser metafórico, irônico ou para passar um significado que vai além (ou que é diferente) do literal.

Uma gota fez o copo transbordar.

Com sentido denotativo, “gota” tem o significado real de gota de algum líquido. No sentido
conotativo, “gota” pode representar um evento ou uma ação que desencadeou uma série de
consequências.

Veja também: Metáfora – figura de linguagem caracterizada por fazer comparações implícitas

Ambiguidade

A ambiguidade ocorre quando um enunciado tem mais de uma interpretação possível devido à sua
estrutura, muitas vezes gerando problemas de comunicação. Pode também ser usada como recurso
estilístico para gerar humor ou na licença poética.

Ele reencontrou a mãe em sua casa.

A casa era de quem? Do filho ou da mãe? Esse é um exemplo comum de ambiguidade.


Sintaxe
Sintaxe é o conjunto das regras que determinam as diferentes possibilidades de associação das
palavras da língua para a formação de enunciados.

Sintaxe é o conjunto das regras que determinam as diferentes possibilidades de associação das
palavras

A Sintaxe é uma das partes da Gramática na qual são estudadas as disposições das palavras
nas orações, nos períodos, bem como a relação lógica estabelecida entre elas.

Podemos considerar a Gramática como sendo o conjunto das regras que determinam as diferentes
possibilidades de associação das palavras de uma língua para a formação de enunciados concretos.
A Sintaxe própria de cada língua impede que sejam realizadas combinações aleatórias entre as
palavras.

Embora sejam bem distintas entre si, todas as línguas, além de possuírem um léxico composto por
milhares de palavras, possuem também um conjunto de regras as quais determinam a forma como as
palavras podem se relacionar para formar enunciados concretos.

Sendo assim, a Sintaxe organiza a estrutura das unidades linguísticas, os sintagmas, que se
combinam em sentenças. Para que o falante de uma língua possa interagir verbalmente com outros,
ele organiza as sentenças linguísticas para que possa transmitir um significado completo e, assim, ser
compreendido.

Funções e Relações Sintáticas

O enunciado se encaixa em uma organização/estruturação específica prevista na língua. Essa


organização é sempre regulada pela Sintaxe, a qual define as sequências possíveis no interior dessas
estruturas.

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Vejamos agora quais são os tipos de relações e de funções sintáticas da nossa língua:

Funções sintáticas

Consiste na função específica de cada elemento na sentença ao se relacionar com outros elementos
que também compõem o enunciado.

Leia o exemplo:

• João vendeu um baú antigo ano passado.

- João: sujeito do verbo 'vender'.

- Um: adjunto adnominal.

- Um baú antigo: objeto direto de 'vendeu'.

Relações sintáticas
Consiste nas relações estabelecidas entre as palavras que definem as estruturas possíveis na Sintaxe
das línguas.

Leia o exemplo:

• João vendeu um baú antigo ano passado.

- João: agente da ação expressa pelo verbo 'vender';

- Ano passado: quando a ação foi realizada.

Para que possamos realizar a análise sintática dos enunciados da língua é necessário explicitar as
estruturas, as relações e as funções dos elementos que os constituem.

Teoria da Linguagem

A estilística é o campo da linguística que estuda o estilo da língua, ou seja, a sua capacidade de mostrar
os recursos afetivos e expressivos, seja na oralidade ou escrita. Criada pelos linguistas Charles Bally e
Karl Vossler, no início do século XX, utiliza diversos elementos, como as funções, figuras e vícios de
linguagem, para ir além do sentido literal das palavras.

Esse estudo estabelece uma relação de complementariedade entre o emocional e o intelecto. Se por
uma lado a gramática dedica-se a linguagem normatizada e sistematizada, a estilística trabalha com
uma intenção estética-expressiva para intensificar a mensagem e sobrepor a função de apenas informar.

Categorias da estilística

Os chamados recursos estilísticos, que reúnem elementos sintáticos, fonológicos e semânticos, são
fundamentais para organização das palavras, construção dos enunciados e até na interpretação. Para
cada objetivo do emissor (convencer, emocionar, confundir, etc.), há um recurso da estilística
disponível. Por isso, também permite desvios no padrão normativo da língua com o propósito de
enfatizar um termo, mensagem ou contexto.

Como método de análise, a estilística divide-se em campos parecidos com o da gramática. São eles:

Estilística fônica
Estuda as expressões contidas no nível fônico da língua, ou seja, as figuras de som que trazem sentido e
harmonia a linguagem através da reprodução, repetição ou imitação dos sons. Na prosódia – emprego
da acentuação tônica nas palavras durante a fala –, por exemplo, os acentos de altura, intensidade e
duração dão mais expressividade a certa palavra ou frase quando as reproduzimos.

Vejamos o exemplo:

Hoje a aula de pilates foi incrível.

Nesse caso, o acento pode apresentar valor afetivo, pois ao pronunciar a sílaba tônica “crí” com euforia,
a sonoridade dessa parte é mais forte. Dessa forma, é possível perceber como a evocação sonora dada
pelos fonemas serve para alcançar fins estilísticos.

Agora vamos observar como funciona nas figuras de som. Para isso, usaremos o poema “Os sinos”, de
Manuel Bandeira:

Sino de Belém, pelos que inda vêm!


Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da paixão, pelos que lá vão!
Sino da paixão bate bão-bão-bão.

Reparem que a repetição da consoante “b” em cada verso lembra fonicamente o tocar dos sinos. Essa
marca de ritmo é determinada pela figura de aliteração. Já a onomatopéia bem-bem-bem sugere um
som metálico e entusiasmado.

Estilística sintática

É o campo estilístico mais abrangente, uma vez que utiliza diversos recursos expressivos para provocar
mudanças na estrutura das frases e orações, a exemplo de inversão, repetição ou omissão de palavras.
Confira, a seguir, como as figuras de sintaxe ou construção servem de motivação estilística:
Anacoluto: Caracteriza-se pela desconexão sintática, pois ocorre uma suspensão na estrutura da frase, o
que leva a impressão de que o pensamento foi interrompido. Ex: "A velha hipocrisia, recordo-me dela
com vergonha." (Camilo Castelo Branco)

Elipse: ocorre uma omissão de termos na oração, mas sem interferir no entendimento. O contexto e os
outros elementos gramaticais suprem essa falta. Ex: “Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.” (Cecília
Meireles)

Hipálage: é dada uma característica de um ser ou objeto a outro ser ou objeto relacionado. E, com isso,
cria-se uma adjetivação inusitada. Ex: “ Fumando um pensativo cigarro”. (Eça de Queirós)

Silepse: a concordância da frase não acontece através das palavras que a compõe, mas pela ideia que se
pretende transmitir. Sendo assim, não segue as regras de concordância gramatical. Ex: “Enfim, lá em
São Paulo todos éramos felizes graças ao seu trabalho.” (Rubem Braga)

Além desses, as figuras estilísticas sintáticas são:

• Pleonasmo
• Anáfora
• Zeugma
• Assíndeto
• Polissíndeto
• Anástrofe
• Hipérbato
• Sínquise

Estilística morfológica

Essa área é voltada para o uso das formas. Os seus recursos aparecem na estilística por meio de sufixos
aumentativos e diminutivos, que têm o objetivo de exprimir carinho, afeto, desprezo, entre outros
sentimentos.

Exemplos:
Que gatinho lindo e dócil!
Aquela mulherzinha não tem a mínima educação.
Aceita um copinho de leite?

Estilística semântica

Dedica-se ao estudo das significações das palavras para trazer expressividade e afetividade a linguagem.
Dentre os recursos destacam-se as figuras semânticas – responsáveis pela comparação, substituição e
associação de palavras.

Metáfora: realiza uma comparação implícita entre elementos que possuem características em comum,
mesmo que não esteja em evidência na frase. Estabelece uma relação de semelhança, pois qualifica um
objeto ou ser mediante o uso de uma palavra que designa outro objeto ou ser. Ex: “As mãos que dizem
adeus são pássaros que vão morrendo lentamente.” (Mário Quintana)

Metonímia: figura usada para substituição de termos. Há uma troca entre as palavras, mas ambas
mantêm uma proximidade no que diz respeito aos sentidos. Ex: “A nuvem carregada, espanto do
marujo” (Victor Hugo)

Sinestesia: consiste na combinação e mistura de palavras que expressam diferentes percepções


sensoriais (visão, tato, olfato, paladar e audição). Ex: O cheiro doce da juventude exalou naquelas
fotografias.

Sinédoque: ocorre a substituição de uma palavra por outra, mas há uma redução ou ampliação do
sentido desse termo. Ex: O estudante precisa manter o silêncio na sala de aula (todos os estudantes).

Outros recursos estilísticos

Como a estilística foca no estilo da linguagem escrita e oral, além das figuras, abrange o estudo de vários
elementos expressivos. Entre eles, estão:
Funções da linguagem: representam as formas de aplicação da linguagem na comunicação. A
mensagem muda de acordo com os propósitos do emissor e em função do contexto em que a
comunicação acontece. O linguista russo Roman Jakobson as classificou em seis tipos: referencial,
emotiva, conativa, poética, fática e metalinguística.

Vícios de linguagem: considerados desvios gramaticais, ou seja, termos, expressões ou construções


linguísticas que fogem da norma padrão. Os principais são barbarismo (erros de pronúncia, acentuação,
ortografia, flexão e significação), solecismo (erros de sintaxe), pleonasmo vicioso (repetição de ideias
e/ou argumentos), ambiguidade (frases sem clareza ou com duplo sentido), estrangeirismo (uso
exagerado excessivo de palavras de outros idiomas), neologismo (criação exagerada de novas palavras).

Literatura Brasileira

A história da literatura brasileira tem início em 1500 com a chegada dos portugueses no Brasil. Isso
porque as sociedades que aqui estavam eram ágrafas, ou seja, não possuíam uma representação escrita.

Assim, a produção literária começa quando os portugueses escrevem sobre suas impressões da terra
encontrada e dos povos que aqui viviam.

Ainda que sejam diários e documentos históricos, esses representam, as primeiras manifestações
escritas em território brasileiro.

Divisão da Literatura Brasileira


A literatura brasileira é subdividida em duas grandes eras que acompanham a evolução política e
econômica do País.

A Era Colonial e a Era Nacional são separadas por um período de transição que corresponde à
emancipação política do Brasil.
As datas que delimitam fim e início de cada era são, na verdade, marcos onde acentua-se um período de
ascensão e outro de decadência. As eras são divididas em escolas literárias, também chamadas de
estilos de época.

Era Colonial
A Era colonial da literatura brasileira começou em 1500 e vai até 1808. É dividida em Quinhentismo,
Seiscentismo ou Barroco e o Setecentismo ou Arcadismo. Recebe esse nome pois nesse período o Brasil
era colônia de Portugal.
Quinhentismo
O Quinhentismo é registrado no decorrer do século XVI. Essa é a denominação genérica de um conjunto
de textos que destacavam o Brasil como terra nova a ser conquistada. As duas manifestações literárias
do período são a literatura de informação e a literatura dos jesuítas.

A primeira possui um caráter mais informativo e histórico sobre o país; e a segunda, escrito por jesuítas,
reúne aspectos pedagógicos.

A obra que mais merece destaque é a Carta de Pero Vaz de Caminha. Escrita na Bahia em 1500, o
escrivão-mor da tropa de Pedro Álvares Cabral descreve suas impressões sobre a nova terra para o rei de
Portugal.

Barroco
O Barroco é o período que se estende entre 1601 e 1768. Tem início com a publicação do
poema Prosopopeia, de Bento Teixeira e termina com a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica,
Minas Gerais.

O Barroco literário brasileiro desenvolve-se na Bahia, tendo como pano de fundo a economia açucareira.
Dois estilos literários que marcaram essa escola foram: o cultismo e o conceptismo.

O primeiro utiliza uma linguagem muito rebuscada e, por isso, é também caracterizado pelo 'jogo de
palavras'. Já o segundo, trabalha com a apresentação de conceitos, portanto, é apontado como 'jogo de
ideias'.

Um dos maiores representantes foi o poeta Gregório de Matos, conhecido como "boca do inferno". Além
dele, merece destaque o padre Antônio Viera e seus Sermões.

Arcadismo
O Arcadismo é o período que se estende e 1768 a 1808 e cujos autores estão intimamente ligados ao
movimento da Inconfidência, em Minas Gerais.

Agora, o pano de fundo é a economia ligada à exploração do ouro e das pedras preciosas. Além disso,
destaca-se o relevante papel desempenhado pela cidade de Vila Rica (Ouro Preto).

A simplicidade, a exaltação da natureza e os temas bucólicos são as principais características dessa


escola literária.
No Brasil, esse movimento tem início com a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da
Costa, em 1768. Além dele, merece destaque o poeta Tomás Antônio Gonzaga e sua obra “Marília de
Dirceu” (1792).

Período de Transição
O chamado período de transição ocorre entre 1808 a 1836. É considerado um momento inerte da
literatura brasileira, marcado pela chegada da Missão Artística Francesa, em 1816, contratada por Dom
João IV.

Era Nacional
A Era Nacional da literatura brasileira começa em 1836 e dura até os dias atuais. Começa com o
Romantismo e perpassa pelo Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo,
Modernismo e o Pós-modernismo.

Recebe esse nome pois ela aconteceu após a Independência do Brasil, em 1822. Nesse período o
nacionalismo é uma forte característica, notória na literatura romântica e moderna.

Romantismo
Essa é a primeira escola literária a registrar um movimento genuinamente brasileiro. O Romantismo no
Brasil se inicia em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves
Magalhães.

Perdura até 1881, quando Machado de Assis e Aluísio de Azevedo publicam obras de orientação Realista
e Naturalista.

O período romântico no Brasil está dividido em três fases. Na primeira temos uma forte carga
nacionalista, onde o índio é eleito herói nacional (indianismo). Os autores mais importantes são José de
Alencar e Gonçalves Dias.

No segundo momento, os principais temas explorados estão ligados com o pessimismo e o


egocentrismo, onde destacam-se Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu. Já na terceira fase, a
mudança é notória tendo a 'liberdade' como mote principal. Os principais representantes são Castro
Alves e Sousândrade.

Realismo
O Realismo no Brasil começa em 1881 quando Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás
Cubas.
As principais características são o objetivismo e a veracidade dos fatos, os quais são explorados por
meio de uma linguagem descritiva e detalhada. Temas sociais, urbanos e cotidianos são apresentados
pelos escritores do período.

Oposto aos ideais românticos, a ideia era mostrar um retrato fidedigno da sociedade. Além de Machado
de Assis, merecem destaque Raul Pompeia e Visconde de Taunay.

Naturalismo
O Naturalismo no Brasil tem início em 1881 com a publicação da obra O Mulato de Aluísio de Azevedo.

Paralelo ao realismo, esse movimento literário também pretendia apresentar um retrato fidedigno da
sociedade, no entanto, com uma linguagem mais coloquial.

Da mesma forma que o movimento anterior, o naturalismo era oposto aos ideais românticos e
apresentava muitos detalhes nas descrições. Entretanto, trata-se de um realismo mais exagerado onde
suas personagens são patológicas. Além disso, o sensualismo e o erotismo são marcas dessa produção
literária.

A obra O cortiço (1890) de Aluísio de Azevedo é um bom exemplo da prosa naturalista desenvolvida no
período. Além dele, destaca-se Adolfo Ferreira Caminha e sua obra A Normalista,publicada em 1893.

Parnasianismo

O Parnasianismo tem como marco inicial a publicação da obra Fanfarras, de Teófilo Dias, em 1882. Essa
também é outra escola literária que surge paralela ao realismo e o naturalismo. Todavia, sua proposta
era bem diferente e portanto, foi classificada de maneira independente.

Ainda que os autores do período escolhessem temas relacionados com a realidade, a preocupação
residia na perfeição das formas.

A "arte pela arte" é o mote principal do movimento. Nesse período os valores estiveram essencialmente
voltados para a estética poética, como a métrica, as rimas e a versificação.

Dessa maneira, houve uma forte preferência pelas formas fixas, por exemplo, o soneto. Os escritores que
se destacaram nesse período formavam a "Tríade Parnasiana": Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e
Raimundo Correia.
Simbolismo
O Simbolismo começa em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, de Cruz e Souza. Ele vai até o
início do século XX, quando ocorre a Semana de Arte Moderna.

As principais características dessa escola literária são o subjetivismo, o misticismo e a imaginação.

Assim, os escritores do período, apoiados em aspectos do subconsciente, buscavam compreender a


alma humana exaltando a realidade subjetiva. Destacam-se as obras poéticas de Alphonsus de
Guimarães e Augusto dos Anjos. Esse último, já apresenta algumas obras de caráter pré-modernista.

Pré-Modernismo
O pré-modernismo no Brasil foi uma fase de transição entre o simbolismo e o modernismo que ocorreu
no início do século XX.

Aqui, já se via despontar algumas características modernas como a ruptura com o academicismo e
ainda, o uso de uma linguagem coloquial e regional.

A temática mais explorada pelos escritores do período estiveram voltadas para a realidade brasileira
com temas sociais, políticos e históricos.

Com uma grande produção literária, destacam-se os escritores: Monteiro Lobato, Lima Barreto, Graça
Aranha e Euclides da Cunha.

Modernismo
O Modernismo no Brasil é marcado pela Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo em 1922. É o
limite entre o fim e o início de uma nova era na literatura nacional e nas artes como um todo.

Inspirado nas vanguardas artísticas europeias, o movimento modernista propõe o rompimento com o
academicismo e o tradicionalismo. É assim que a liberdade estética e diversas experimentações
artísticas são apresentadas nesse momento.

Esse período foi dividido em três fases: a fase heroica, a fase de consolidação e a a fase pós-moderna.

Com uma intensa produção poética, muitos escritores se destacaram: Oswald de Andrade, Mário de
Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz, Cecília Meireles, Clarice
Lispector, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Vinícius de
Moraes, dentre outros.
Pós-Modernismo
A produção artística brasileira passa por intensa transformação após o fim da 1945. Assim, o pós-
modernismo é uma fase de novas formas de expressão que acontecem na literatura, no teatro, no
cinema e nas artes plásticas.

Essa nova postura moldará o imaginário por meio da ausência de valores, a liberdade de expressão e o
forte individualismo. Além disso, a multiplicidade de estilos é uma marca do período.

A literatura brasileira contemporânea é composta por muitos escritores: Ariano Suassuna, Millôr
Fernandes, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Cora Coralina, Nélida Pinõn, Lya Luft, Dalton
Trevisan, Caio Fernando Abreu, etc.

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