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Filme "Tempos Modernos" (link disponível no Moodle).

Aponte 3 cenas do filme que ilustram conceitos, práticas e/ou consequências da Abordagem
Clássica da Administração na sociedade e para os trabalhadores.

O filme “tempos Modernos” (1936), traz consigo uma forte crítica ao sistema
capitalista e o seu modo de produção industrial, isso acontece por conta da crescente
industrialização que está acontecendo na década de 30 nos EUA. No desenvolver da trama
nota-se que o filme é baseado na divisão e especialização do trabalho, onde ele retrata a
rotina puxada de uma classe trabalhadora em uma linha de montagem de um determinado
produto que o espectador até o término do filme por si só não é capaz de identificar. O
Principal foco do filme era justamente destacar o modelo de produção taylorista-fordista
pois é possivel claramente identificar o modelo de gerenciamento e administração fabril,
presente na abordagem clássica da administração.

O principal personagem da trama é o Carlitos, criado e escrito por Charles Chaplin, em


sua trama o personagem irá ressaltar as condições dos trabalhadores braçais/ instrumentais
que foram destinados a desempenhar na fábrica dado pelo repetitivo trabalho manual.

Ainda na abertura do filme, pode-se observar uma forte crítica ao modelo taylorista,
pois na subida dos créditos um relógio é apresentado ao fundo de tela como símbolo dos
Tempos Modernos. Se observarmos que de acordo com a teoria da administração no modelo
taylorista: Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos, onde há a
decomposição da tarefa seguida pela determinação do “tempo padrão”. O tempo (e o
movimento) é o que marca a rotina dos trabalhadores fabris tornando-os “escravos do
relógio”. Após essa cena existe uma sequência da crítica ainda na abertura inicial do filme
uma vez que ele vai mostrar um rebanho de ovelhas, seguidos de trabalhadores entrando no
metrô na hora do rush, substituídas pela imagem de um grupo de operários entrando na
fábrica. Essa sequência mostra a massificação da classe excluída, marcada pela ação da
desumanização imposta pelo trabalho fabril.

Uma das caraterísticas marcantes do modelo taylorista-fordista dentro do filme é a


crítica que ele traz de como os trabalhadores são alienados. Um exemplo disso é a cena do
Carlitos quando apertava continuamente os parafusos em uma esteira de produção. Ao
exercer essa atividade repetidas vezes nosso personagem acaba sendo alienado, podemos
ver isso quando o próprio Carlitos perde a noção do controle de seus próprios sentidos e sai
apertando tudo aquilo que vê pela frente, chegando ao ponto de ser internado em um
sanatório. Percebe-se dessa forma, uma forte crítica a abordagem clássica da administração
no sentido do processo de produção e adaptação dos homens ao ritmo ágil das máquinas
dentre as quais não estavam adaptados. O filme ilustra de forma cômica a falta dessa
adaptação, e dificuldade desse novo ritmo de trabalho.
Não só Carlitos, como também muitos operários viviam a exploração que acontecia
dentro das fábricas devido a essa busca de lucro dos proprietários, fazendo que que as
atividades fossem feitas muito mais rápidas pelos trabalhadores, como se realmente fossem
máquinas humanas, tudo isso para no fim obter o produto final desejado mais rapidamente.
Isso vai ficar claro na cena onde o próprio presidente cogita adotar a ideia de ter uma
máquina para economizar tempo e dinheiro na qual o operário seria alimentado
automaticamente, não saindo do seu local de trabalho e rendendo muito mais durante o dia.
Ainda no filme, nosso personagem principal passa por uma experiência de ser alimentado
por máquinas, com o intuito de reduzir o tempo que o operário “perderia de trabalho” ao
parar e se alimentar dignamente, o que posteriori acaba sendo descartado por não ser
eficiente o bastante. Tal critica remete a essa administração de uma forma negativa pois
vemos que existe uma relação aos princípios de Taylor que em si melhoraram a forma de
produção, porém negligência nesse caso por exemplo a questão humanitária dos
trabalhadores uma vez que existe a exploração do mesmo. Ainda nessa cena podemos notar
um emprego muito forte de dois princípios de Taylor que é o principio de controle, no qual o
próprio presidente desempenha, certificando-se que a execução está de acordo com o
previsto, mediante aos métodos estabelecidos, isso fica evidente na hora em que Carlitos vai
ao banheiro e “enrola para voltar ao trabalho e o presidente aparece em uma tela grande,
chamando sua atenção para voltar ao trabalho. Outro princípio de Taylor que é evidente
nessa cena é o princípio da execução onde existe a distribuição de atribuições e
responsabilidades para que a execução do trabalho seja disciplinada.

Após se curar colapso, Carlitos estava sem trabalho, e deixa o hospital para procurar
emprego, porém encontra muita dificuldade em conseguir, lidera uma espécie de protesto
com os trabalhadores da época e é pego pela polícia. Seguido dessa cena vemos uma menina
que se recusa a passar fome e sai roubando alimentos para ela e para suas irmãs órfãos, seu
pai é um dos milhares de desempregados afetados pelo sistema de trabalho da época. Aqui
podemos ver mais uma crítica a falta de emprego devido a má administração e algumas das
consequências que elas causaram, como por exemplo o grande índice de desempregados.

Carlitos enquanto isso descansa na cadeia após ser preso como agitador, em uma das
cenas podemos ver ele ajudando os policiais com uma espécie de rebelião. Lá fora existe
uma agitação entre os desempregados, a cena seguinte mostra a levada das irmãs da moça
citada anteriormente e a fuga da mesma. Após a visita do pastor e sua mulher Carlitos é
liberado da cadeia e recebe uma carta de recomendação para futuros trabalhos, e assim foi
feito, nosso personagem começa a trabalhar novamente porém estava determinado a voltar
para cadeia. Nesse meio tempo sua vida se cruza com a da menina órfã que corria após ter
roubado um pão, aproveitando a oportunidade Carlitos assume a culpa porém todos viram
que foi ela quem roubou e não o levam preso. Indignado Carlitos vai até um restaurante e
come sem pagar abusando da lei para ser preso novamente, ele finalmente consegue e no
caminho da delegacia ajuda a menina que roubou o pão a fugir.

Carlitos toma a decisão de que teria um lar mesmo que tivesse que trabalhar isso, tal
pensamento trás alusão ao homem econômico citado na abordagem clássica da
administração que diz que toda a pessoa é influenciada por recompensas e é justamente a
recompensa da casa que Carlitos está disposto a encarar por meio do trabalho. Esse avanço
de Carlitos querer trabalhar deixa o filme ainda mais engraçado tendo em vista que o
personagem era um vadio. Eles dormem em uma loja e Carlitos é preso, após sair da prisão a
órfã diz que encontrou uma casa para eles morarem e assim foram. Com a abertura da
fábrica Carlitos vai trabalhar e seu colega de trabalho fica preso no maquinário, ao dar a hora
do almoço ele para o que está fazendo para comer e só volta a ajudar o companheiro quando
o sinal toca.
Depois de mais uma tentativa de trabalho fracassada em um restaurante eles resolveram
fugir juntos, já que a menina estava sendo perseguida por ser menor de idade.

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