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O fascismo em Itália

A Itália, apesar de ter sido um país vencedor foi um dos mais afectados pela
1ªGuerra Mundial. Sofreu pesadas baixas (mais de um milhão de mortes e
feridos), uma grave crise económica e não lhes foram concedidas todas as
recompensas que lhe haviam prometido, em virtude da sua participação na
guerra ao lado dos aliados.

Era um país com grandes desequilíbrios económicos. No Norte, onde se


encontrava a maioria das indústrias contrastava do Sul rural onde se
predominava o latifúndio.

A Itália viveu, no pós guerra, um período de grande agitação social. Operários


e camponeses ocuparam fábricas e propriedades. Sucederam-se greves e
manifestações de rua. Também a classe média se sentia prejudicada perante
esta situação o governo não foi capaz de tomar medidas adequadas.

Como defesa, em relação à agitação social e à vaga revolucionária, os


industriais, grandes proprietários e alguns elementos da classe média
passaram a integrar ou apoiar a extrema-direita – Partido Nacional Fascista,
liderado por Benito Mussolini (a partir de 1922) - se apoiava nos “camisas
negras” (milícias armados), dos quais usando a violência acabaram por instalar
o Fascismo.

A Consolidação do Fascismo em Itália

A agitação social vivida culminou com a greve geral em 1922. Os “camisa


negras” usaram da maior violência para combater os grevistas, enquanto
Mussolini organizou uma «marcha sobre Roma», com as milícias fascistas.

O governo pediu a demissão. O rei Vítor Manuel III encarregou Benito


Mussolini de formar um novo governo, no qual participaram membros do
Partido Fascista. Uma vez no poder, prometeu novas eleições, em 1924.
Usando a violência e a fraude, os fascistas obtiveram três quartos dos lugares
no parlamento.

Mussolini passou a controlar o poder executivo e legislativo, desenvolveu os


partidos políticos e passou a ser o chefe único do exército, do Governo e do
Partido Nacional Fascista. Estava consolidado o fascismo em Itália.
Meios utilizados para impor o fascismo em Itália

Como meios de se implantar, o fascismo utilizava a violência, a propaganda


(através de jornais, cartazes e da rádio), a educação e a cultura.

Também em Itália, tal com mais tarde em outros países, o Estado deu especial
atenção a formação de organizações juvenis, tais como:

 “Os filhos da Loba”- para crianças dos 4 aos 8 anos;


 Os “balilos” – dos 8 aos14 anos:

 “Vanguardistas” dos 8 aos 18 anos:


 “Juventude fascista” a partir dos 18 anos.

Estas organizações destinavam-se a preparação física e militar dos jovens, que


alem disso deviam interiorizar a respectiva ideologia.

A escola, os manuais, os cartazes e os slogans desempenhavam um papel


importante na divulgação do regime, todos estes métodos ajudaram a
consolidar os regimes fascistas, que surgiram em vários países. Ainda hoje
regimes ditatoriais se baseiam neles.

Apoiando-se na organizações criadas e nas forças militares, Mussolini pôs em


prática uma serie de medidas, de carácter económico e social. Tal como
noutros países concretizou um programa de grandes obras publicas para
combater o desemprego e dotar a Itália de Estado, portos e barragens que
possibilitassem o progresso do pais.

Através de campanha propaganda chamada “Batalha do Amigo” procurou


estimular a produção agrícola, o Estado passou a intervir na economia e dirigi-
la.

Com base numa política externa expansionista, os exércitos de Mussolini


conquistaram a Etiópia em 1936, e apoiaram os nacionalistas na guerra civil de
Espanha (1936/1939).
O Sistema Constitucional do Fascismo Italiano

O fascismo italiano ligou a sua visão totalitária muito mais a um cesarismo


assente no culto do Estado (“tudo pelo Estado, nada contra o Estado”) do que a
uma ideologia determinada precisa.

“A nação italiana e um organismo com fins, e meios de acção superiores, pelo


poder e pela duração, aos dos indivíduos isolados ou associados, que
constituem. É uma unidade moral, politica e económica, que se realiza
integralmente no Estado Fascista” (art.1º da carta del Lavoro, de 21 de Abril de
1927).

Bastante pragmático, não criou uma organização de poder ex novo, inseria-se


simplesmente, na monarquia constitucional, retirando-lhe a afectividade.

O sistema constitucional da Itália entre 1922 e 1943napresentav deste modo


uma face dupla:

a) Por um lado um rei, um parlamento, e um governo nos moldes da


constituição.
b) Por outro lado 22 corporações, a câmara dos fascios e das corporações
(em 1939 substituiu a câmara dos deputados) e o grande concelho
(encabeçado o chefe do governo, o verdadeiro detentor do poder).
Contexto histórico do regime espanhol

Durante a primeira guerra, a Espanha manteve neutra, este facto não lhe
permitiu que desenvolvesse economicamente. Pelo contrário, a Espanha
encontrava-se num grande atraso económico.

A maior parte da população não possuía terra pois esta se encontrava nas
mãos da aristocracia latifundiária, da burguesia financeira e do clero.

E com isso começa a surgir inúmeras manifestações, greves, que vão gerar
motins. Aproveitando toda essa crise e descontentamento o Capitão General
Primo Rivera proclamou uma ditadura, em 1923 e manteve durante 7 anos.
Mas, devida toda a agitação que se vivia em 1930, o Afonso XIII viu-se
obrigado a afastar Primo Rivera do Governo.

Em 1931 foi proclamada a República que não pôs fim a agitação social que
entretanto agravou a crise económica. Em 1936 houve eleições e perante a
ameaça fascista os partidos de esquerda organizaram e formaram uma frente
popular conseguindo uma maioria no parlamento.

Mas ainda em 1936 e no meio de grande instabilidade social e politica, deu-se


o assassínio de Calvo Sotelo líder parlamentar do Parlamentar do Partido
Monárquico. Isto gerou grande descontentamento no sector militar. Verificou a
sublevação dos militares que estavam em África, revolta essa chefiada pelo
general Francisco Franco.

Iniciava-se assim uma guerra civil que durou 3 anos (1936-1939) que opôs
republicanos (apoiados pela União Soviética) e nacionalistas (apoiados pela
Alemanha e Itália).
O sistema constitucional da Espanha Franquista

A Espanha, entre 1936 a 1975, também teve uma experiência particular de


ditadura, que de inicio fica próximo do fascismo mas que progressivamente vai
se distanciando.

Princípios do Sistema Franquista

Este regime teve como princípios básicos o nacionalismo e tradicionalismo;


uma concepção orgânica da vida social, e da representação politica através da
família, do município e do sindicato: o autoritarismo politico com largas
restrições das liberdades individuais; o intervencionismo económico e social e
da recusa dos princípios democráticos e da separação dos poderes.

Características gerais no plano Jurídico-Constitucional

Ausência de constituição que em vez dele havia Sete Leis Fundamentais Do


Reino elaborados em épocas diferentes (entre 1938 e1967).

Concepção da ordem constitucional como processo ou seja como ordem


constitucional em formação.

Valor hierárquico superior das leis fundamentais embora com compreensão


mais política do que jurídica.

Lei fundamental d o reino

a)Foro do trabalho, de 1938 espécie de declaração de direitos sociais

b)Lei constitutiva das cortes de 1942

c)Foro dos espanhóis de1945, espécie de declaração de liberdades e garantias


individuais

d)Lei do referendo nacional de 1945

e)Lei da sucessão na chefia do Estado, de 1947 definindo o Estado Espanhol


como monarquia católica, social e representativa

f)Lei de Princípios do Movimento Nacional de 1958 expressão da ideologia


básica do regime
Órgãos políticos existentes

1- O chefe de estado de Estado, general Franco


2- O governo constituído pelo Presidente do governo que era nomeado
pelo chefe de Estado e exercia esse cargo durante um período de 5
anos
3- As cortes, assembleia de composição complexa constituída por
Procuradores designados por nomeação, por inércia e eleição
4- O conselho do reino, também de composição complexa, com
importantes funções consultivas junto ao chefe e não consultivas
5- O conselho Nacional, expressão orgânica suprema do Movimento
nacional isto é organização política de apoio ao regime

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