AUTORITÁRIOS E CONTRADIÇÕES O PÓS GUERRA EM ITÁLIA E O ADVENTO DO FASCISMO q Os problemas da pós-guerra: 1. Crise econômica: desenvolvimento enorme de alguns setores industriais; desarranjo dos fluxos comerciais; déficit gravíssimo do orçamento estadual; inflação crescente. 2. Mobilização social da classe operaria, dos camponeses e das classes médias. 3. Instituições politicas não enraizadas na sociedade: a classe dirigente liberal entra em crise; são favoritas as forças politicas católicas e socialistas (dimensão de massa). AS FORÇAS POLITICAS ENVOLVIDAS Par$do popular italiano Partido socialista Partido socialista (PPI) maximalista extremista • Padre Luís Sturzo • Menotti Serrati • Bordiga (NA), Gramsci • Impostação • Instauração de uma (TO) democrática; republica socialista • Bordiga para a criação aconfessional, mas fundada sobre a de um partido ligada à Igreja Católica ditadura do revolucionário como o e as suas estruturas proletariado; bolchevizo; Gramsci admiração pela muito perto da revolução bolcheviza experiência dos sovietes, como instrumento de luta contra a burguesia UMA “NOVA” FORCA POLITICA q Os “fasci di comba*mento” fundados pelo Benito Mussolini (1919). q Quem era Mussolini? q Principais pontos programá6cos: a. Audazes reformas sociais; b. A favor da Republica; c. Nacionalismo intenso; d. Forte antagonismo com os socialistas; e. EsOlo poliOco agressivo e violento (15/4/1919): assalto ao jornal L‘AvanO. A inflação e a subida do custo de vida cria um estado de instabilidade e de protestos sociais.
q Entre o Pacto de Londres (26 abril 1915) e a
Conferencia de Versalhes (1919). q Ocupação de Fiume no setembro 1919: tropas militares rebeldes sob o comando do artista D’Annunzio ocupam a cidade. q Junho 1920: Toma o poder, outra vez, Giolitti, politico liberal. Limites da politica ‘giolittiana’. q Lutas sindicais: industriais do setor metalomecânico vs categoria operaria (Fiom): ocupação das fabricas, que se conclui com um compromisso sindical. q Janeiro 1921. No Congresso do PSI, por causa de uma divisão, surge o Partido comunista de Itália (leninista). O FASCISMO AGRÁRIO E AS ELEIÇÕES DO 1921 Entre o final de 1920 e o inicio de 1921 o Devastações realizadas pelos fascismo muda: desde movimento radical- fascistas no primeiro semestre do democrático até movimento paramilitar 1921 (equipes de assalto) q 21 novembro 1920, Palácio d’Accursio em Bolonha: nasce o fascismo agrário. q Maio 1921: Ingresso dos candidatos fascistas nos “blocos nacionais”.
q Novembro 1921: Congresso do
fascismo em Roma e nascimento do Par7do nacional fascista (200.000 inscritos). q Composição social do Pnf depois o 1921: O FASCISMO AO PODER q Fevereiro 1922. Governo Facta. A carente autoridade politica do novo executivo ofereceu espaço à violência paramilitar. q Imobilismo socialista e nova divisão, com o nascimento do PSU (Turati). q A marcha sobre Roma das camisas negras (27-28 outubro). q Vitorio Emanuel III recebe Mussolini e confira pra ele o encargo de formar o novo governo (30 outubro). q Fascistas em triunfo; os moderados acham em salvo a legalidade constitucional; na percepção dos revolucionários não muda nada. RUMO AO ESTADO AUTORITÁRIO q Dezembro 1922: Instituição do Grande Conselho do fascismo com a tarefa de indicar as linhas essenciais da politica fascista e com a função de junção entre partido e governo. q Janeiro 1923: As tropas de ação mudam em Exercito voluntario para a segurança nacional, corpo armado de partido (repressão legal). q Politica econômica liberista, com aumento da produção industrial e agrícola. q Reforma Gentile da educação publica (primavera 1923). q Apoio da Igreja Católica (Pio XI) e ruptura com o PPI (Partido popular, de inspiração católica). A DITADURA EM ATO q Lei eleitoral maioritária (julho 1923) + eleição de 6 abril 1924 com vitória fascista (65% dos votos). q 10 junho 1924: assassinado de Matteotti, secretario do PSU e secessão do Aventino, com a oposição politica que se abstém do trabalho parlamentar. q 3 janeiro 1925: discurso de Mussolini à Câmara dos Deputados. A volta autoritária. q Perseguição dos antifascistas. q Mudança fascista na imprensa e na liderança industrial. AS “LEIS FASCISTISSIMAS” q Os poderes do Chefe de governo foram fortalecidos (dezembro 1925). q Foi abolida a greve, somente os sindicatos fascistas poderiam esFpular contratos coleFvos (abril 1926). q Medidas de poli2ca repressiva: soltos os parFdos diferentes do PNF, reintroduzida a pena de morte, insFtuído o Tribunal especial para a defensa do Estado (novembro 1926). q Lei eleitoral com lista única (1928). A ITÁLIA FASCISTA q Enquanto na Alemanha, nos anos ’20 do século XX, o nazismo é uma força marginal, em Itália o Estado totalitário é uma realidade bastante consolidada, nas estruturas jurídicas: q partido único; q milícia/exercito; q sindicato de referencia; q e nas próprias manifestações exteriores: reuniões em uniforme, campanhas propagandísticas, imagem do Chefe e a amplificação das suas palavras, etc. A ITÁLIA FASCISTA (2) O fascismo foi um percurso totalitário. Mas, igualmente, se fala de um totalitarismo imperfeito. Por que?
Na verdade existiram duas
realidades não dependentes do poder fascista
A Monarquia A Igreja Católica
SOBREPOSIÇÃO DE DUAS ESTRUTURAS PARALELAS q O Estado, que conservou a q O partido com as suas forma externa de Estado numerosas ramificações monárquico. q Por vontade de Mussolini o aparado estadual é preponderante sobre a estrutura de partido.
q O ponto de junção entre as duas estruturas é o Grande
Conselho do fascismo. q Em cima de todos: o poder de Mussolini, como chefe do governo e líder do fascismo. q Para monitorar sobre o ordem publico e reprimir o dissenso: a policia politica. q Dilatação do PNF e de algumas organizações colaterais, para ‘criar’ um novo Estado: 1. Opera nacional do “depois trabalho”, que si ocupou do tempo livre de milhões de trabalhadores; 2. CONI, Comitê olímpico nacional, que incentivou a atividade física e esportiva; 3. As organizações da juventude ligadas ao partido. 11 FEVEREIRO 1929: OS PACTOS LATERANENSES q Os Pactos do Latrão foram um verdadeiro sucesso propagandístico e Mussolini foi o artífice da conciliação com a Igreja. q Março 1929: eleições plebiscitarias (lista única). Votaram o 90%, com o 98% em favor do PNF. q Pela Igreja: a) Posição de claro privilegio nas relações com o Estado; b) reforço da presencia na sociedade; c) autonomia operativa com a Ação Católica; d) concorrência ao fascismo no trabalho com os jovens. q Com a Monarquia: a) O rei não é subordinado a Mussolini e a legitimidade não chegava pelo fascismo; b) Também sendo exautorado, o rei ficava como a mais alta carga do Estado; c) O rei tinha o controle sobre: comando das forças armadas, nomina dos senadores, revoca do chefe de governo. O REGIME E O PAIS q A imagem do Pais: uma Itália “fascis7zada”. q Retratos de Mussolini exibidos nas escolas, nos ediBcios públicos, nas ruas. q O “fascio li3orio” relançado em todos os lugares. q Muros marcados de escritas guerreiras. q Muitas pessoas mobilizadas nas recorrências fascistas o para escutar os discursos de Mussolini. AS CONDIÇÕES VERDADEIRAS DO PAIS q A população cresceu desde 38 milhões (1921), até 44 milhões no 1939. q A Itália era um pais atrasado: o redito médio de um italiano era a metade daquele de um francês; 1/3 de um inglês; ¼ de um norte-americano. q Foi acentuado o processo de urbanização, aumentaram os ocupados nas industrias e no setor terciário. q A politica demográfica e a criação do homem novo (sensível aos apelos do chefe e pronto para combater em favor do Estado). q O maior sucesso da propaganda fascista foi com a meia e pequena burguesia, favorita das escolhas econômicas do regime; mais superficial foi o apoio nas classes populares e na alta burguesia. O FASCISMO E A ECONOMIA q A terça via escolhida entre capitalismo e socialismo foi encontrada no corporativismo, com gestão direta da economia por parte das categorias produtivas, organizadas em corporações distintas para setores de atividade e com ligação entre trabalhadores e empreendedores. q Esta ideia era criada com base nacionalista e no sindicalismo revolucionário. q Preços e salários caíram, também a produção agrícola e industrial (foram penalizadas as industrias de exportação e receberam vantagens as industrias do mercado interno). O ESTADO EMPREENDEDOR PARA ENFRENTAR A CRISE, O ESTADO FASCISTA DECIDIU:
Desenvolver os trabalhos Intervenção direta ou
públicos para relançar a produção indireta para e conter o mal estar social: ajuda dos setores econômicos em dificuldade:
Novas estradas; O Estado chega a ser
novas ferrovias; proprietário de algumas novos edifícios públicos; industrias. Para trabalhar na melhor a bonifica do Agro Pontino a reforma de forma: Roma, capital do Pais. 1. Fundação da IMI 2. Fundação da IRI O IMPERIALISMO FASCISTA q Outubro 1935: Invasão da Etiópia (Componente nacionalista do movimento fascista, demostrar que o fascismo poderia vencer onde o Estado liberal perdeu credibilidade; distrair a opinião publica das dificuldades sociais e econômicas). q Sanções da SdN contra a Itália, pedidas pela França e Inglaterra; Mobilizações populares em favor de Mussolini e do Pais guerreiro; proclamação do Imperio (9 maio 1936). q Outubro 1936: Asse Roma – Berlim. q Maio 1939: Pacto de aço com a Alemanha. O DECLÍNIO DO REGIME FASCISTA q Perda de consenso na meio-alta burguesia por causa da autarquia econômica e do protecionismo. q Os contrastes com a atitude de vida burguesa, contra o espirito nacional-fascista. q A impopularidade da amizade com a Alemanha. q Outono 1938: As leis antirracistas. Exclusão dos hebreus das encargos públicos, proibição de uniões misturadas, etc. q O Movimento antifascista e a Resistencia entre 1943-1945. REFERÊNCIAS PARA ESTUDO: • HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos. O breve século XX (1914-1991), São Paulo: Companhia das Letras, 2003, pp. 113- 143. • STANLEY , Jason. Como funciona o fascismo. Porto Alegre: L&PM Editores, 2018. • SASSOON, Donald. Mussolini e a ascensão do fascismo. Rio de Janeiro: Agir Editora, 2009.