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1o bimestre – Aula 12
Ensino Médio
● Fascismo italiano (1922-1945). ● Contextualizar historicamente
a emergência do fascismo
italiano;
● Compreender a concepção
de Estado fascista, a partir
da ascensão do regime na
Itália.
Leitura atenta
O corporativismo
“Uma manhã de 1930, o prefeito chamou seu auxiliar Aldo Piscitello e lhe disse:
– Deveria despedi-lo. Você não está inscrito no fascismo.
Piscitello empalideceu e [...] exclamou: ‘Mamma mia!’. Depois se deixou cair na
cadeira à frente da mesa.
– Devo cumprir de maneira rigorosa a tarefa de depuração dos trabalhadores,
porque aqui, que fique entre nós, há muitas pessoas contaminadas. [...]
– Eu nunca participei de política! E sempre me dei muito bem.
– Mas agora você deve entrar no fascismo! [...] Não compreende que se trata de
seu pão e de seus filhos?” (BRANCATI, V. Vecchio con gli stivali O velho e os
ignorantes, 1946).
Depuração: limpeza; no texto, afastamento dos suspeitos.
Todos falam
● Qual impressão você teve ao ler o diálogo entre o prefeito e Piscitello? Foi
uma atitude democrática?
● Na atualidade, tendo em vista que vivemos em um Estado democrático e de
direito, existem princípios e leis que regulam o papel das instituições; no Brasil,
é Constituição de 1988. Portanto, a adesão a qualquer partido é uma escolha
pessoal, mas, e no caso do texto sobre o regime fascista, foi espontânea a
filiação ao partido?
● Quais seriam as consequências para o indivíduo que não estivesse “dentro” do
Estado fascista? Discutam sobre a cena!
* Vitaliano Brancati (1907-1954) foi um romancista,
dramaturgo, poeta e roteirista italiano que teve muitas
obras pautadas em críticas ao fascismo. 3 MINUTOS
De surpresa
Após a liquidação do sindicalismo livre pelo Pacto do Palácio Vidoni, em 1925, instituiu-se
o regime da Carta del Lavoro de 1927, pelo qual o Estado passou a mediar as relações
entre capital e trabalho, o que caracteriza o corporativismo. Somente os sindicatos
operários reconhecidos pelo Estado poderiam negociar com os sindicatos patronais.
Ainda em 1925, o Estado declarou a
ilegalidade de todos os partidos políticos,
exceto o fascista. Mesmo este foi subordinado
ao Estado, criando-se um Conselho Fascista
como elo entre o partido e Mussolini.
Na prática, o partido foi estatizado e passou
a controlar o Estado. A democracia liberal
entrou em colapso e, apesar de a monarquia ter
sido mantida, o rei era uma figura decorativa.
Continua…
“Benito Mussolini ama muito as crianças. Os meninos de Itália amam muito o Duce.” (página do livro da
primeira classe da escola elementar). Crianças uniformizadas nas escolas italianas da década de 1930, os
gestos “altivos” imitam o Duce. Jovens Balilla (adolescentes) aprendem a marchar a passo romano,
instruídos por camisas-negras.
Correção
A concepção educacional do Texto I destaca a formação de cidadãos capazes de
impulsionar o progresso econômico e histórico da nação, enfatizada na
preparação física e moral para o serviço militar. O Estado deveria controlar
rigidamente os programas e a ação dos professores, buscando influenciar a
formação de futuros soldados, garantir a produção material da Nação, além de
renovar as camadas dirigentes.
Já o Texto II revela a importância dada à formação, desde a primeira infância, na
disseminação dos ideais fascistas vinculados à narrativa da glorificação da
Nação e exaltação da pátria, retomando mitos fundadores, como a fundação de
Roma à grandeza do Império Romano. Essa abordagem visava incutir tais ideais
na sociedade italiana desde cedo, por meio de uma conexão simbólica entre a
infância, a história e a grandiosidade pretendida pelo regime fascista.
Continua…
Correção
As imagens revelam como o regime dedicou especial atenção às crianças, para
construir o homem novo, l’uomo fascista. Os pequeninos eram a massa ideal de
que se fariam esses novos homens, os futuros guerreiros do Império italiano.
Havia a arregimentação de crianças a partir dos 4 anos de idade. Ou seja, a
juventude fascista, desde muito cedo, recebia doutrinação política e formação
paramilitar. A propaganda tomou diretamente as crianças como alvo, mas
utilizou-as também amplamente como tema, já que não se destinava só aos
jovens; havia uma função importante junto aos adultos. A atenção voltada pelo
regime à juventude, as qualidades positivas associadas à infância e os valores
familiares, como a disciplina, a obediência e a autoridade paterna, eram
sugeridos. O Duce era o modelo a ser seguido e o líder que amava as crianças,
por isso seus retratos em cartilhas, cadernos reforçando os valores do Estado e
as qualidades inigualáveis de chefes carismáticos.
Para saber mais
https://cutt.ly/DwJQz6jf
Continua…
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