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FASCISMO NA ITÁLIA

Fascismo na Itália
O fascismo na Itália foi um governo
conservador e extremista que assumiu o
poder nesse país, por meio de Benito
Mussolini, em 1922, acabando, oficialmente,
em 1943.

Mussolini inspecionando tropas.[1]

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O fascismo na Itália foi um período em


que esse país foi governado por um
partido político conservador, radical e de
extrema-direita, de 1922 e 1943, embora
tenha se sustentado no poder, de alguma
forma, até 1945. O fascismo surgiu, em
1919, como uma organização paramilitar,
transformando-se em partido em 1921.

Liderado por Benito Mussolini, o fascismo


se aproveitou do cenário de incerteza em
que vivia a Itália no pós-Primeira Guerra
Mundial. Usava da violência para alcançar
os seus objetivos e cresceu
consideravelmente violentando os
socialistas na Europa. Benito Mussolini foi
executado no final da Segunda Guerra
Mundial.

Confira no nosso podcast: Fascismo e


antifascismo

Tópicos deste artigo


1 - Resumo sobre o fascismo
2 - Videoaula sobre fascismo e Benito
Mussolini
3 - O que foi o fascismo na Itália?
4 - Características do fascismo
italiano
5 - Como surgiu o fascismo na Itália?
Marcha sobre Roma

6 - Como acabou o fascismo na Itália?

Resumo sobre o fascismo


Foi um partido de extrema-direita e de
postura conservadora e radicalizada
que governou a Itália entre 1922 e
1943.

Surgiu com o nome de Fasci Italiani di


Combattimento em 1919,
transformando-se em Partido
Nacional Fascista em 1921.

Foi liderado por Benito Mussolini.

Acreditava na violência como forma de


alcançar seus objetivos.

Chegou ao poder quando Benito


Mussolini foi nomeado primeiro-
ministro italiano, em 1922.

Videoaula sobre fascismo e


Benito Mussolini

Vídeos

O que foi o fascismo na Itália?


O termo fascismo pode ser usado em
diferentes contextos, sendo mais
relacionado ao governo liderado por
Benito Mussolini (chamado de Duce
pelos fascistas), que governou a Itália até
1943. Outro sentido que pode ser
empregado ao termo é o de uma
ideologia política extremista e
conservadora, classificada como
extrema-direita no espectro político.

Esse segundo sentido é empregado


porque o fascismo original — o italiano —
foi um movimento político conservador
com posições extremistas, marcado por
um nacionalismo extremado, por um
governo autoritário, pela obediência cega,
pelo desprezo à democracia e por ver na
violência um instrumento legítimo para
alcançar os seus objetivos.

O fascismo via nessas práticas o único


meio possível de alcançar o “destino fatal
de Roma”, que seria o de um país glorioso
e dominador de muitas terras. Inclusive,
por conta disso, realizava um resgate do
passado histórico romano, com o
objetivo de transmitir a ideia da “força” do
povo italiano.

Até o símbolo do fascismo foi retirado da


história romana, pois usou-se, para tanto,
o feixe. Os feixes unidos eram um
símbolo que transmitia a ideia de força
por meio da união, e até o nome do
partido se originou dessa associação. A
palavra fascismo vem de fascio, do
italiano, cujo sentido se refere a tais
feixes.

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Características do fascismo
italiano
Enquanto prática política de extrema-
direita, o fascismo italiano pode ser
definido por características como:

culto à personalidade;

corporativismo;

crença em um destino glorioso;

obediência cega;

anseio imperialista;

nacionalismo extremado;

militarização da sociedade;

desprezo pela democracia liberal;

antissocialismo;

centralização do poder no Estado;

rejeição do iluminismo;

criação de inimigos internos;

crença na ideia de superioridade


racial;

mobilização das massas.

Leia mais: Supremacia branca — ideologia


que acredita na falsa ideia da
superioridade natural do homem branco

Como surgiu o fascismo na


Itália?
O surgimento do fascismo na Itália teve
relação direta com a situação desse país
após a Primeira Guerra Mundial e o
fortalecimento do socialismo nele após o
sucesso da Revolução Russa de 1917.

Primeiramente, é importante pontuar que


o fundador e líder do fascismo foi Benito
Mussolini, um italiano que tinha posições
socialistas em sua juventude, mas que
abandonou suas convicções, tornando-se
um conservador e nacionalista radical ao
longo da Primeira Guerra Mundial bem
como um convicto crítico do socialismo.

Foi ele quem fundou o Fasci Italiani di


Combattimento, um grupo paramilitar
conservador e nacionalista que se tornou
o Partido Nacional Fascista em 1921. O
surgimento e o crescimento do fascismo
se explicam pelo contexto de crise social,
econômica e política em que se
encontrava a Itália no final da década de
1910 e começo da década de 1920.

Economicamente a Itália sentia os


impactos da Primeira Guerra Mundial, em
especial, os milhares de soldados que
voltaram da guerra e não encontraram
empregos para que pudessem sobreviver,
especialmente porque a indústria italiana
entrou em crise depois do conflito. Além
disso, havia uma disparidade social
flagrante entre o norte, região mais rica da
Itália, e o sul, mais empobrecida.

Além disso, ao final da guerra, a Itália não


teve as suas exigências territoriais e
imperialistas atendidas. Isso foi uma
grande frustração para a sociedade
italiana, pois seu país havia lutado pelo
lado dos vencedores e havia pago um alto
preço em vidas humanas pela vitória da
Tríplice Entente.

A junção desses dois efeitos — crise


econômica e sentimento de frustração
ao final da guerra — foi um prato cheio
para que grupos paramilitares, com visões
nacionalistas e conservadoras,
ganhassem espaço na sociedade. Os que
se uniram, em geral, foram aqueles
maciçamente formados por veteranos do
conflito.

Havia também uma crise de


representatividade política, uma vez que
o sistema político parlamentar italiano
passou a ser insuficiente para representar
e defender os interesses da população.
Todo esse contexto ainda teve um
importante elemento: o fortalecimento do
socialismo na Itália.

O crescimento do socialismo na Europa foi


resultado da Revolução Russa de 1917,
que transformou a Rússia na primeira
nação socialista da história. Com isso, os
partidos socialistas ganharam força nesse
continente, e não foi diferente no contexto
italiano. Sindicatos, movimentos de
trabalhadores — como as greves — e
células socialistas se espalharam por
diferentes partes da Itália, demonstrando
a possibilidade de os socialistas
alcançarem o poder pela via eleitoral,
tamanha sua popularidade.

Um sinal claro do crescimento do


socialismo na Itália foi a quantidade de
cadeiras que os socialistas conquistaram
no Parlamento. Em 1913, antes da guerra,
os socialistas tinham 79 cadeiras; já em
1919, depois da guerra, o total era de 156
cadeiras.|1| Enquanto isso, os liberais —
grupo político hegemônico na Itália —
perdiam representatividade.

Esse contexto de falta de empregos no


país, crise econômica, desapontamento
com a guerra e crescimento dos
socialistas explicou a emergência do
fascismo. A ansiedade e o medo que
tomaram conta de uma parcela da
sociedade italiana foram explorados por
Mussolini e convertidos em apoio aos
seus ideais extremistas.

Um dos grupos que mais deram apoio


aos fascistas nesse começo da década
de 1920 foi o dos liberais, porque eles
identificaram que os fascistas eram os
únicos capazes de deter o avanço dos
socialistas pela Itália. A ação dos fascistas
contra os socialistas dava-se por meio da
violência de grupos paramilitares fascistas
— os squadristi.

Inclusive, o relevante filósofo italiano


Umberto Eco acreditava que, depois ter
chegado ao poder, “o fascismo italiano
convenceu muitos líderes liberais
europeus de que o novo regime estava
realizando interessantes reformas sociais
capazes de fornecer uma alternativa
moderadamente revolucionária à ameaça
comunista”.|2|

A violência fascista direcionada contra


os socialistas foi um dos principais meios
pelos quais os fascistas chegaram ao
poder e conquistaram tanto apoio. O
historiador David I. Kertzer resumiu a
forma de ação fascista na Itália desta
maneira:

De suas sedes
nas cidades do
norte e do
centro da Itália,
fascistas de
camisas negras
amontoavam-se
em carros e
saíam pelo
interior em
violentas
incursões,
incendiando
sindicatos, salas
de reuniões de
socialistas e
redações de
jornais de
esquerda. […]
Durante três
anos, a partir de
1919, esses
bandos cada
vez mais
numerosos
passaram a
atacar com
frequência
funcionários e
militantes
socialistas,
espancando-os
[…]. Prefeitos e
vereadores
socialistas
fugiam em
pânico,
deixando
grandes
porções da Itália
nas mãos dos
rufiões
fascistas.|3|

A popularização do fascismo permitiu que


essa ideologia conquistasse o poder em
1922.

Marcha sobre Roma

Da esquerda para a direita, Italo Balbo, Benito


Mussolini (com a faixa branca), Cesare Maria de
Vecchi e Michele Bianchi na Marcha sobre Roma.
[2]

O evento que levou o fascismo ao poder


da Itália foi a Marcha sobre Roma, uma
grande marcha de fascistas, que saíram
de diferentes partes da Itália em direção a
Roma. O objetivo era forçar o rei italiano
Vítor Emanuel III a nomear Benito
Mussolini como primeiro-ministro do
país. Estima-se que até 40 mil fascistas
estiveram às portas de Roma nesse
evento, mas não entraram na cidade por
ordem do próprio Mussolini.

O primeiro-ministro italiano na ocasião,


Luigi Facta, esboçou uma reação
solicitando do rei autorização para
decretar estado de emergência e
convocar o exército para reprimir a
marcha. O rei negou os pedidos de Facta
e o demitiu da posição de primeiro-
ministro. Em sequência, Mussolini foi
convidado para ir a Roma, sendo nomeado
primeiro-ministro em 30 de outubro de
1922. Caso queira saber mais sobre o
tema deste tópico, leia: Marcha sobre
Roma.

Como acabou o fascismo na


Itália?
Com a subida de Mussolini ao poder, o
fascismo tomou conta da Itália e
implantou uma ditadura totalitária,
controlando o país de maneira
extremamente autoritária. Com isso, foram
abolidos os partidos políticos, as eleições
também, e a liberdade de imprensa e de
expressão deixou de existir, além de uma
intensa perseguição aos opositores.

O colapso da Itália na Segunda Guerra


Mundial levou à demissão de Mussolini
da posição de primeiro-ministro pelo rei
Vítor Emanuel III, em julho de 1943.
Mussolini foi preso, mas resgatado pelos
alemães e reinstaurado como governante
da Itália em setembro de 1943, no
entanto, como uma república satélite da
Alemanha Nazista.

Em abril de 1945, Mussolini foi capturado,


enquanto fugia da Itália, por guerrilheiros
italianos que lutaram pela derrubada do
fascismo. O líder fascista foi executado
por um pelotão de fuzilamento em 28 de
abril de 1945, e seu corpo foi levado para
exposição em praça pública na cidade de
Milão.

Notas

|1| SASSOON, Donald. Mussolini e a ascensão do


fascismo. Rio de Janeiro: Agir, 2009. p. 68.

|2| ECO, Umberto. O fascismo eterno. Rio de Janeiro:


Record, 2020. pp. 30-31.

|3| KERTZER, David I. O papa e Mussolini: a conexão


secreta entre Pio XI e a ascensão do fascismo na
Europa. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017. p. 35.

Créditos das imagens

[1] Commons

[2] Commons

Por Daniel Neves


Professor de História

Escrito por : Daniel Neves Silva


Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em


um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SILVA, Daniel Neves. "Fascismo na Itália"; Brasil


Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/fascismo.h
Acesso em 04 de julho de 2023.

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