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Benito Mussolini, nascido em 1883 e morto em 1945, foi o 

líder do Partido Nacional Fascista Italiano, que foi criado após a Primeira
Guerra Mundial. Mussolini tornou-se primeiro-ministro da Itália em 1922, quando foi nomeado pelo rei Victor Emmanuel III. Essa nomeação
ocorreu após a famosa “Marcha sobre Roma”, isto é, um evento marcado pela ocupação das ruas da capital italiana por integrantes do
Partido Fascista, que tinham por objetivo pressionar o rei para que elevasse o líder popular e autoritário ao poder. A sua trajetória política
ficou marcada por se ter tornado o primeiro líder de uma ideologia totalitária (que defende a concentração de todos os poderes em um só
partido e em um só chefe) a conseguir chegar ao poder na Europa Ocidental. O fascismo, com Mussolini à frente da Itália, tornou-se
modelo para outras nações, como a Alemanha, com Hitler; a Espanha, com Francisco Franco; Portugal, com Salazar, e também o Brasil,
com Getúlio Vargas.

Início da formação política de Mussolini

Mussolini iniciou sua atividade política por meio do jornalismo na primeira década do século XX. O fascismo veio mais tarde. As
principais tendências políticas dos primeiros anos do século XX, além do liberalismo tradicional, eram o socialismo, o anarquismo e o
sindicalismo trabalhista.

A formação política de Mussolini ocorreu no seio do socialismo italiano, do qual foi militante, sobretudo por meio dos artigos que
escrevia para o jornal Avanti!, pertencente ao Partido Socialista Italiano. Entretanto, quando começou a Primeira Guerra Mundial, em
1914, Mussolini – então diretor do Avanti! – pressionou os membros do Partido Socialista para que defendessem a entrada da Itália
na guerra. A pressão de Mussolini, porém, dividiu opiniões e ele acabou tendo que sair do partido.

Mussolini alistou-se no Exército e foi à guerra contra a aliança dos Impérios Alemão e Austro-húngaro, chegando a atingir o posto de
sargento. A guerra deu outra visão política a Mussolini. Do socialismo, ele passou ao corporativismo nacionalista, isto é, à ideia do
Estado forte e centralizador personificado na figura de um líder, o  Dulce. Essa perspetiva teve ampla receção na população italiana após a
Primeira Guerra e evoluiu para a formação da ideologia fascista.

Partido Nacional Fascista

Em 1919, Mussolini, associado a camponeses, trabalhadores industriais, estudantes, profissionais liberais e ex-combatentes da Primeira
Guerra, fundou o Fasci Italiani di Combattimento, uma organização política paramilitar que resultou na criação do Partido Nacional
Fascista. A palavra “fasci” é plural de “fascio”, que significa feixe. A ideia do “fasci” remonta ao símbolo do poder no antigo Império
Romano, que era simbolizado por um feixe de varas amarradas em torno de uma machadinha. O nome fascismo, portanto, deriva de uma
simbologia do poder imperial romano, que Mussolini fez questão de resgatar.

Nos dois anos seguintes, 1920 e 1921, os fascistas procuraram articular-se politicamente de duas formas: a via legal, por meio de
eleições, para ocupação de espaço no Parlamento italiano, e a via ilegal, por meio de sabotagens e atos de violência contra os adversários
políticos. A grande adesão popular ao fascismo fez com que Mussolini pressionasse gradativamente os congressistas liberais e o rei  Victor
Emmanuel III para que o nomeassem primeiro-ministro. Em 1922, houve a manobra conhecida como Marcha sobre Roma, na qual os
fascistas de toda a Itália foram para a capital do país a fim de exigir a posse de Mussolini à frente da administração do Estado, o que
ocorreu no mesmo ano.

Mussolini assume o poder

À frente do poder da Itália, Mussolini deu início ao seu programa político do Estado Forte, permeado de ideias corporativistas, como o
controle dos sindicatos e associações de trabalhadores, formação de grandes monopólios comercias controlados pelo Estado,
desenvolvimento da indústria bélica etc. Duas realizações dessa época tornaram-se emblemáticas:

 a promulgação da Carta do Trabalho, em 1927, e

 o Tratado de Latrão, de 1929.

A primeira determinava as regras de organização de trabalhadores dentro do Estado Corporativo. A segunda concedia a soberania
do Estado do Vaticano à autoridade do Papa e à Igreja Católica.

Morte de Mussolini

Mussolini estava na ilha da Sicília quando ela foi invadida por tropas aliadas, em 1943. O líder fascista  foi capturado e levado para o Hotel Gran
Sasso, onde foi mantido prisioneiro. Em setembro desse mesmo ano, paraquedistas da SS nazista invadiram o hotel e libertaram Mussolini,
conduzindo-o para a região norte da Itália. Foi nessa região, mais especificamente em Salò, que Mussolini, já sem o mesmo poder, tanto político
quanto militar, fundou a malsucedida República Social Fascista.
A nova tentativa de Mussolini de estruturar-se no poder por meio da república tutelada pelos nazistas fracassou em abril de 1945, quando o cerco
dos aliados fechava-se sobre a Alemanha e as regiões que os nazistas haviam dominado. Mussolini foi capturado em 28 de abril por membros
da Resistência Italiana, que o fuzilaram junto à sua esposa e expuseram os corpos dos dois em praça pública durante vários dias.

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