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23 agosto 2022
De 1964 a 2022, a palavra "fascista" foi usada 954 vezes em discursos na Câmara dos
Deputados, em Brasília. Dessas, 411 vezes (ou 43% das ocorrências) aconteceram apenas
nos últimos cinco anos.
O aumento significativo no uso da palavra não é por acaso. Nos últimos anos, "fascista" se
tornou um dos adjetivos mais populares e talvez menos compreendidos do debate político
brasileiro — e mundial.
Usado na maioria das vezes para desqualificar (ou xingar) adversários políticos, a utilização
atual do termo guarda pouca ou nenhuma referência com a ideologia criada na Itália do
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início do século 20 por Benito Mussolini e que inspiraria outros extremismos — como o
nazismo — e serviria de catalisador para o mais sangrento conflito de nossa história, a
Segunda Guerra Mundial.
Mas, para além dos xingamentos e insultos, a BBC News Brasil explica nos próximos
parágrafos o que de fato é o fascismo e quem são (ou eram) fascistas.
Para isso, é importante entender primeiro as origens desta ideologia e se ela se enquadra à
esquerda ou à direita do espectro político. Depois, vamos discutir por que alguns
pesquisadores identificam elementos do fascismo em movimentos atuais de extrema direita -
e por que alguns consideram que a ideologia ficou no passado.
Matérias recomendadas
Por fim, entenderemos como o uso desses termos se transformou num insulto tão usado na
briga política do Brasil e de outros países.
As origens do fascismo
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Mas o sangrento conflito, que durou entre 1914 e 1918, também deixou em ruínas as
instituições políticas do mundo, com alternativas ao modo dominante do capitalismo da
época surgindo das cinzas da guerra: enquanto na Rússia os bolcheviques implantavam a
primeira experiência comunista a partir da revolução de 1917, na Itália, Benito Mussolini, ex-
jornalista, ex-socialista e ex-combatente, criava o movimento que ficaria conhecido como
fascismo.
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O objetivo principal dos integrantes era combater o socialismo, considerado por eles o
oposto do nacionalismo defendido pelos fascistas. O programa de propostas do grupo, no
entanto, era repleto de lacunas, contradições e apropriações.
A começar pelo nome, que não era exatamente uma novidade política. Ele se baseava na
palavra de origem latina fasces, uma espécie de machado com gravetos amarrados usado na
Roma antiga como símbolo de autoridade e unidade do Estado — um de seus significados
sugeria que pode ser fácil quebrar um graveto, mas é muito mais difícil quebrar um feixe
deles.
Mas o símbolo das fasces já era usado por outros grupos antes de ser adotado por Mussolini,
inclusive como emblema de solidariedade entre os militantes de movimentos de esquerda e
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Brasil Partido
João Fellet tenta entender como brasileiros
chegaram ao grau atual de divisão.
Episódios
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Para se ter uma ideia, Mussolini foi questionado certa vez pelo jornal italiano Il Mondo sobre
quais seriam suas principais propostas políticas. Em resposta, o líder fascista disse: "Nosso
programa é quebrar os ossos dos democratas do Il Mondo, e quanto antes, melhor".
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O movimento fascista italiano não estava sozinho em sua ascensão. Em 1933, seria a vez do
líder nazi-fascista Adolf Hitler chegar ao poder na Alemanha. Ex-estudante de artes e ex-
combatente, ele aderiu em 1919 a um partido extremista alemão, no qual ganhou cada vez
mais influência com discursos em torno do ressentimento de um país derrotado e humilhado
na Primeira Guerra.
A ascensão de Mussolini e Hitler fez com que analistas no mundo todo passassem a tentar
entender melhor a ideologia responsável pelo genocídio de milhões de pessoas e por uma
guerra que abalaria as estruturas do mundo todo.
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Há dezenas de milhares de livros e artigos em torno do tema, mas "no final das contas,
nenhuma interpretação do fascismo parece ter conseguido satisfazer a todos de forma
conclusiva", resume o cientista político e historiador americano Robert Paxton no livro
Anatomia do Fascismo.
Ele próprio, inclusive, oferece sua definição. Mas antes ele faz a ressalva de que uma
definição descreve tão bem (ou tão mal) um objeto de estudo quanto uma fotografia
descreve uma pessoa.
Para Paxton, o fascismo pode ser definido como um comportamento político marcado por
uma preocupação obsessiva com a decadência e a humilhação de um grupo social, tido como
vítima; um partido de base popular formada por militantes nacionalistas; uma cooperação
ambígua com elites tradicionais; um repúdio às liberdades democráticas; limpeza étnica
(havia perseguição a judeus e a membros da etnia roma — conhecidos popularmente como
ciganos— tanto no nazismo quanto no fascismo, por exemplo); expansão internacional
violenta; e desrespeito às leis e à ética.
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Mas mesmo assim há uma série de elementos que dificultam a definição do fascismo, como
as diferenças entre as experiências consideradas fascistas, o pragmatismo do movimento —
que o levou a se adaptar enquanto se consolidava no poder (ou seja, a facilidade com que o
fascismo adotava e abandonava ideias a depender das circunstâncias) — e as semelhanças
com outras formas de poder totalitárias, ditatoriais, populistas, autoritárias e tirânicas.
Além disso, o próprio Museu do Holocausto em Israel, fundado em homenagem aos mais de
6 milhões de judeus mortos pelo regime liderado por Hitler, classifica o nazismo como de
direita. Segundo a instituição, havia um clima de frustração após a Primeira Guerra Mundial
que, "junto à intransigente resistência e alertas sobre a crescente ameaça do comunismo,
criou solo fértil para o crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha, gerando
entidades como o Partido Nazista".
O Dicionário Conciso de Política de Oxford, por sua vez, classifica o fascismo como
"movimento ou ideologia nacionalista de direita com estrutura hierárquica e totalitária que
se opõe fundamentalmente à democracia e ao liberalismo".
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Essa oposição aproximaria os fascistas de parte dos conservadores no campo da direita, por
serem contrários a mudanças econômicas, sociais, políticas, morais ou culturais. No entanto,
os fascistas estão dispostos a ir bem além e atropelar os interesses conservadores (família,
propriedade, religião…) se isso for necessário para garantir o que veem como os interesses
da nação.
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Só que, por outro lado, um grupo bem pequeno de especialistas elenca semelhanças entre o
fascismo e o comunismo. E parte desses especialistas (e alguns políticos) se baseia nisso para
situar ambos no campo da esquerda.
Para especialistas entrevistados pela BBC News Brasil à época, a confusão de conceitos
alimenta um debate repleto de equívocos e ignorância.
"O que é fundamental aí é o termo 'nacional', não o termo 'socialista'. Essa é a linha de força
fundamental do nazismo — a defesa daquilo que é nacional e 'próprio dos alemães'. Aí entra
a chamada teoria do arianismo", afirmou o linguista brasileiro Izidoro Blikstein, professor de
Linguística e Semiótica da USP e especialista em análise do discurso nazista e totalitário.
"Dizer apenas que Hitler era um político de direita é apequenar o nazismo. Foi mais do que
direita ou esquerda. Foi uma doutrina arquitetada para defender uma raça, embora esse
conceito seja discutível e pouco científico."
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"O nazismo nasce no meio de uma crise de referências muito grande após a Primeira Guerra.
Muitos passaram de um lado para outro. Os valores muitas vezes vão se embaralhar, e esses
conceitos de direita e esquerda atuais não resolvem bem o problema. (...) Eles rejeitavam o
que era a direita tradicional da época e também a esquerda que estava se estabelecendo.
Eles procuravam se mostrar como um terceiro caminho."
Para o historiador Emilio Gentile, considerado o maior especialista vivo em fascismo na Itália,
os termos fascismo ou fascista só devem ser adotados para descrever os movimentos de
massa organizados militarmente que tomaram o poder entre as Primeira e a Segunda
Guerra, negaram a soberania popular e transformaram completamente a sociedade com
objetivos imperialistas (ou seja, dominação política, econômica e cultural de outros países e
territórios).
Seria um equívoco, na visão de Gentile, usar essas palavras para falar de movimentos
violentos de extrema direita de hoje.
"É um grande erro porque não nos permite compreender a verdadeira novidade destes
fenômenos e o perigo que eles representam. E o perigo é que a democracia possa se tornar
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"Então, o problema hoje não é o retorno do fascismo, mas quais são os perigos que a
democracia pode gerar por si só, quando a maioria da população — ao menos, a maioria dos
que votam — elege democraticamente líderes nacionalistas, racistas ou antissemitas."
Em geral, o populismo é descrito como uma tradição política de massa do século 20 em que
líderes carismáticos (tanto de esquerda quanto de direita) mobilizam setores mais pobres e
marginalizados da sociedade contra instituições e grupos no poder. Esses líderes,
classificados como populistas de forma pejorativa por especialistas ou adversários,
costumam adotar uma fórmula de se apresentar como solução messiânica dos problemas
nacionais e como representante autêntico da vontade do povo.
Nos livros Do Fascismo ao Populismo na História e Uma Breve História das Mentiras
Fascistas, Finchelstein argumenta que o populismo é uma forma autoritária de democracia
que reformulou o fascismo depois do fim da Segunda Guerra, em 1945, ao rejeitar o racismo,
a ordem totalitária e a violência física e institucional contra adversários políticos.
"No populismo, os inimigos do povo podem existir e perder eleições, mas não têm qualquer
legitimidade. Eles são apenas tolerados, mas não totalmente perseguidos ou banidos." O
principal exemplo desse "populismo clássico" é o peronismo na Argentina.
Mas nas últimas décadas, afirma Finchelstein, o populismo entrou em uma nova era marcada
por intolerância, xenofobia, autoritarismo, uso político da mentira e desmonte de instituições
democráticas. Ou seja, retomando elementos fascistas que havia rejeitado no pós-guerra,
principalmente o racismo. "O povo é definido em termos étnicos e o antipovo geralmente em
termos antirreligiosos ou racistas."
Nessa mesma linha de encontrar elos entre movimentos antigos e atuais, alguns
pesquisadores buscam no integralismo, movimento fascista do Brasil nos anos 1930, as
raízes de movimentos de extrema direita no país hoje.
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O Brasil também teve uma experiência com o chamado fascismo histórico: o integralismo.
ACERVO AIB/PRP-DELFOS/PUC-RS
Todas as sedes do movimento integralista, que chegou a reunir quase 200 mil filiados
(conhecidos como camisas-verdes, inspirados nos camisas-negras do fascismo italiano), eram
decoradas com fotos de Salgado, relógios de parede com a frase "Nossa hora chegará!" e
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cartazes com os dizeres: "O integralista é o soldado de Deus e da pátria, homem novo do
Brasil que vai construir uma grande nação".
Para Robert Paxton, a AIB "foi a coisa mais próxima a um partido de massas fascista nativo
da América Latina". O grupo e outros partidos acabariam extintos por Getúlio Vargas no
início da ditadura do Estado Novo (1937-45). Salgado, que tentou derrubar Vargas e depois
se exilou em Portugal, voltaria ao cenário político brasileiro na década seguinte, mas ficaria
em último lugar na eleição presidencial. O integralismo, no entanto, não acabou ali nem com
sua morte, em 1975.
Com mais de 20 anos de estudos sobre integralismo, o historiador brasileiro Leandro Pereira
Gonçalves, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de livros e artigos
sobre o integralismo, incluindo a biografia de Plínio Salgado, explica que o movimento se
pulverizou desde meados dos anos 1970.
"Com a morte de Plínio surge o que conhecemos como neointegralismo, uma fragmentação
em diversos pequenos grupos neofascistas, que trazem novas características ao integralismo
tradicional dos anos 1930, mas se mantêm ligados pela simbologia original", disse à BBC
News Brasil em dezembro de 2019, quando um grupo identificado com o integralismo
reivindicou autoria de um ataque a bomba contra a sede do grupo Porta dos Fundos, no Rio
de Janeiro.
Além disso, o lema do integralismo, "Deus, Pátria, Família", voltou à tona como mote do
lançamento da Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tentou criar sem
sucesso.
O bolsonarismo, por sua vez, é caracterizado por alguns pesquisadores como um movimento
neofascista ou pós-fascista.
"No Brasil, uma ideologia com propagandas golpistas, muito próxima do fascismo, tem se
intercalado com o nacionalismo e o messianismo (crença em um líder que chegará para
salvar a todos e tornar a vida melhor) mais extremo a fim de ignorar a pandemia e o bem-
estar da população", escreve o historiador argentino Federico Finchelstein.
Para ele, durante a pandemia Bolsonaro fabricou realidades alternativas e associou posições
contra quarentenas à necessidade de fechar o Congresso.
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Segundo Wilson Gomes, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor do livro
Crônica de uma Tragédia Anunciada: Como a Extrema Direita Chegou ao Poder, a estratégia
política de chamar adversários de fascistas, genocidas ou comunistas busca o pânico moral.
Aliás, essa indefinição é ideal para impulsionar seu uso indiscriminado, algo comum a outros
termos políticos de difícil definição, como liberal, conservador e comunista.
Payne explica que o termo passou a ser adotado de forma pejorativa e genérica a partir de
1921 pela Internacional Comunista, organização que agregava partidos comunistas ao redor
do mundo. Assim surgiram pechas como "liberais fascistas" e "conservadores fascistas".
Dali em diante, o termo fascista ganhou força como insulto também contra grupos radicais
de direita e movimentos autoritários de cunho nacionalista que carregavam traços do
fascismo italiano ou alemão. O passo seguinte, segundo Payne, foi o uso do termo fascista
contra grupos de direita, conservadores e "qualquer coisa que se refira, ainda que
vagamente, ao nacionalismo ou a uma autoridade mais tradicional".
Em ensaio sobre o uso indiscriminado do termo, o escritor britânico George Orwell afirmou
em 1944 que de todas as questões não respondidas de nosso tempo, talvez a mais
importante seja "o que é fascismo"? Ao longo da análise, Orwell lista exemplos da aplicação
do termo fascista contra as mais diversas parcelas e práticas da sociedade, como
conservadores, comunistas, nacionalistas, católicos, agricultores, defensores da guerra,
escoteiros, opositores da guerra, comerciantes, tourada, astrologia e caça de raposas.
Para Orwell, em geral, quem chama algo de fascista está se referindo, grosso modo, a algo
troglodita, "cruel, inescrupuloso, arrogante, obscurantista, antiliberal e anticlasse
trabalhadora".
O autor cita uma série de exemplos de uso indiscriminado do termo. "Toda a esquerda tende
a equiparar militarismo com fascismo"; "a Igreja Católica é quase universalmente considerada
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Por fim, Orwell recomenda uma certa moderação com o uso do termo. "Tudo que se pode
fazer no momento é usar a palavra com certa medida de circunspecção e não, como
usualmente se faz, degradá-la ao nível de um palavrão."
"Essa tática acaba com conversas indesejadas, quando 'A' chama 'B', que discorda de 'A', de
racista, sexista ou homofóbico, 'A' não está só desaprovando ou censurando 'B'. Está
assumindo um papel de vítima que pertence a vítimas do passado, e isso permite a ele ou ela,
como disse o teórico marxista alemão Peter Furth, 'exercer poder sobre nós'."
Mas como é complexo definir o que realmente é fascismo, afirma Gottfried, a mídia dos EUA
e de potências europeias acaba enquadrando como expressão do fascismo tudo que ela
própria considera racismo, antissemitismo, islamofobia, sexismo ou homofobia.
O que muitos enxergam como banalização da palavra fascista e das comparações com o
nazismo levou à criação de dois princípios famosos: Reductio ad Hitlerum e Lei de Godwin.
O primeiro, cunhado pelo filósofo alemão Leo Strauss em 1951, parte de uma expressão
lógica em latim (reductio ad absurdum ou redução ao absurdo, em português) para contestar
a falácia de apontar semelhanças entre um argumento e algo que Hitler ou nazistas fizeram
ou pensavam, numa espécie de culpabilização por semelhança.
O segundo surgiu nos anos 1990, quando a internet estava começando a se tornar popular.
O advogado americano Mike Godwin percebeu que os debates em fóruns online sempre
recorriam ao recurso de chamar o outro lado de nazista.
"Eu fiz um experimento: construir um 'meme ao avesso' voltado para fazer os participantes
de uma discussão perceberem como eles estavam agindo como vetores de um meme
particularmente bobo e ofensivo. E talvez com isso diminuir as comparações vazias com
nazismo", escreveu Godwin na revista Wired.
https://www.bbc.com/portuguese/geral-62520995 15/24
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"Então disseminei essa ideia em qualquer lugar onde eu visse uma referência gratuita ao
nazismo. Em pouco tempo, para minha surpresa, as pessoas começaram a citá-lo, e o 'meme
ao avesso' começou a se reproduzir sozinho."
Foi então que nasceu a "Lei de Godwin", ou a "Regra das Analogias Nazistas de Godwin", que
se tornou uma das "regras da internet" e afirma que, se uma discussão online for longe
demais, em algum momento alguém vai recorrer à comparação com Hitler.
Não muito, segundo a English Speak Union, ONG britânica que promove a comunicação e o
pensamento criativo.
"Adotar acusações de fascismo como insulto não ajuda a se aproximar do público nem
favorece seu argumento. Em vez disso, você aumenta o nível de agressividade do debate,
forçando uma polarização entre 'bom' e 'mau' numa discussão que, por outro lado, poderia
ter posições mais razoáveis dos dois lados", conclui Amanda Moorghen, pesquisadora
britânica da entidade.
Para ela, "é melhor guardar palavras mais fortes para o argumento em si, em vez de atacar as
pessoas com quem você está debatendo".
Aceite e continue
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