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DOCÊNCIA EM

SAÚDE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167
Portal Educação

P842e Educação a distância / Portal Educação. - Campo Grande: Portal


Educação, 2012.

153p. : il.

Inclui bibliografia
ISBN 978-85-66104-05-9

1. Ensino a distância. 2. Tecnologia educacional. I. Portal Educação. II.


Título.

CDD 371.35
SUMÀRIOS SUMÁRIO

1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................................................4

1.1 Educação a Distância no mundo.............................................................................................6

1.2 Educação a Distância no Brasil............................................................................................. 13


2
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS ........................................19

2.1 Abordando conceitos ............................................................................................................. 19

2.2 Características da Educação a Distância ..............................................................................22

2.3 Ensino e aprendizagem com qualidade na Educação a Distância ......................................25

2.4 Ambiente virtual de aprendizagem ........................................................................................32

2.5 Características de alguns ambientes virtuais .......................................................................32

3 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .......................................38

4 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ..............................................39

4.1 Ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet no processo de ensino-

aprendizagem .....................................................................................................................................48

4.2 Conhecendo as ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet (wiki, blog,

chats e fóruns), no processo de ensino-aprendizagem ................................................................ 49

4.3 Por que utilizar uma ferramenta colaborativa? .................................................................... 49

4.4 Didática no uso de ferramentas de aprendizagem colaborativa: processo e avaliação .. 51

4.5 Blog.......................................................................................................................................... 55

4.6 Chat.......................................................................................................................................... 59

4.7 Fórum ...................................................................................................................................... 62

4.8 Wiki .......................................................................................................................................... 66

4.9 Alguns exemplos de práticas educativas colaborativas ..................................................... 68

4.10 Conhecendo e explorando as ferramentas de aprendizagem colaborativa na internet ... 82


5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .................................105

5.1 Docência: o perfil do educador .............................................................................................105

5.2 O ator do processo: o discente .............................................................................................112

5.3 Tutoria, novo personagem na Educação a Distância ..........................................................121

5.4 Avaliação em Educação a Distância .....................................................................................135

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................146
3
1HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

EaD

Educação a
Distância!
4
A Educação a Distância no Brasil não é uma prática recente. Existindo hoje instituições
conceituadas com milhares de alunos à distância, em cursos de graduação utilizando diversas
mídias e estruturas (RODRIGUES, 1998, p.19).

No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, várias experiências


na área de Educação a Distância foram iniciadas. Em que utilizam diferentes mídias e materiais
para levar a Educação a Distância aos mais diferentes locais do Brasil, permitindo o acesso e a
democratização do ensino superior a aqueles que por diversos motivos se encontram
impossibilitados de freqüentar a universidade diariamente.
Partindo do pressuposto de que a formação acadêmica é uma questão de suma
importância, a Educação a Distância deve então ser vista como uma estratégia e uma
possibilidade democratizadora de acesso à universidade.

A humanidade sempre produziu conhecimentos, mas hoje com um expressivo


diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas informações acontecem em tempo real.
E esses são fatores fundamentais que devem ser levados em consideração quando se faz uma
análise do processo de conhecimento, informação e educação que a universidade se propõe a
oferecer aos seus acadêmicos em cursos a distância.
O avanço tecnológico imposto pelo mercado capitalista e as transformações sociais
ocorridas em virtude dessas tecnologias e das rápidas transformações do mercado e da
sociedade. Certamente forçaram mudanças no modo de vida da população e em conseqüência
essas mudanças também atingiram os sistemas de ensino, que buscam por inovações e novas
formas de trabalhar as necessidades educacionais que não podem ser satisfeitas somente pelos
sistemas tradicionais de ensino. 5

O século que se inicia pode caracterizar-se por uma particularidade no âmbito


educacional, a demanda sem precedentes pelo acesso a educação. Esta demanda deve-se à
consciência do direito a educação e a certeza de que sem escolarização não contribuímos com
uma sociedade justa e igualitária.
Saímos do século da produção e iniciamos o século do conhecimento, século que
exige da sociedade uma revisão e reavaliação de posicionamentos, de atitudes e posturas. Exige
também maior abertura de espaços educativos para que possa agregar maior número de
pessoas possíveis. Prosseguindo nesse pensamento, podemos levantar questionamentos tais
como: as escolas, em seu espaço físico, estão capacitadas para atender essa demanda? Que
escola estaria preparada para atender uma diversidade cultural tão grande? Como a escola pode
superar possíveis limitações de tempo, de espaço e a falta de profissionais qualificados?
Percebemos então que a escola, na forma que se encontra estruturada hoje, não
consegue atender a demanda pela educação que a sociedade necessita. É necessário que se
(re) pense em uma nova modalidade de educação, que seja capaz de atender o grande
contingente de pessoas existente, esperando pelo acesso a educação.
Esta modalidade pensada é a Educação a Distância, que cresceu de forma
surpreendente nos últimos tempos e alcança os mais diferentes lugares do mundo, devido ao
uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.
A diferença entre a educação presencial e a educação a distância se dá pelo fato de
que na modalidade presencial o aluno tem acesso ao conhecimento em um espaço previamente
determinado, ou seja, todos os dias na universidade, em um espaço físico determinado.
Na modalidade à distância o aluno desenvolve capacidades e habilidades no tempo e
no local que lhe são adequados, com mediação de professores e tutores, utilizando-se de
variados materiais didáticos, como: cadernos pedagógicos, fitas de vídeo, teleconferências,
videoconferências, teleaudiovideoconferências, acompanhamento tutorial, internet, utilização de
hipertextos e todas as formas disponíveis dos meios de comunicação.
O desafio de educar e educar-se a distância é grande, pois o acadêmico deverá
desenvolver competências e habilidades inerentes a sua profissão, ser mais reflexivo quanto a
sua ação e mediação, uma vez que será ele próprio o autor das práticas educativas que serão
embasadas nas teorias estudadas. No ensino a distância, o aluno fará uso da teoria para
amparar sua prática pedagógica ou então a sua prática será início de uma nova teorização. Mas
ambas deverão estar pautadas nos pilares da reflexão/ação/reflexão. 6
Os cursos superiores buscam por indicadores de qualidade para se firmar no mercado
e a educação a distância não é diferente.
Viabilizar cursos na modalidade de Educação a Distância no Brasil, onde a diversidade
de contextos e experiências mal sucedidas na educação criou uma imagem de descrédito e
resistência perante as universidades. Implica um trabalho cauteloso de pesquisa e avaliação das
iniciativas que estão surgindo no Brasil, na busca da estruturação de modelos que sejam
adequados a realidade brasileira e que consolidem a Educação a Distância enquanto prática
educativa (RODRIGUES, 1998, p.16).
A Educação a Distância é caracterizada pela separação do professor e aluno no
espaço e no tempo, pelo controle do aprendizado realizado mais intensamente pelo aluno do que
pelo instrutor distante, também pela comunicação entre professores e alunos sendo mediada por
documentos impressos ou alguma forma de tecnologia.

1.1Educação a distância no mundo

Quando falamos em Educação a Distância nos parece ser um elemento inovador e


uma proposta mágica no cenário educacional, porém, a Educação a Distância apresenta uma
longa história. Nesta trajetória, se destacam modelos de Educação a Distância que foram
marcados pelo sucesso da atividade realizada, bem como pelo fracasso no processo, devido a
vários fatores. Sua origem remonta as experiências de educação por correspondência iniciadas
no final do século XVIII e com amplo desenvolvimento a partir de meados do século XIX.
De acordo com alguns autores, Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de
ensino tão antiga quanto às primeiras epístolas bíblicas.
7

Segundo Chaves (1999, p.22), a Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de


ensino bastante antiga, sendo uma forma de ensino que ocorre quando o aluno e professor se
encontram separados no tempo ou no espaço, entre outros vários fatores também determinantes
e decisivos para o sucesso ou fracasso deste modelo de educação. Obviamente, para que possa
haver Educação a Distância, é necessária a utilização de alguma tecnologia.
A primeira tecnologia que permitiu as pessoas comunicar-se sem estarem face a face
foi à escrita. A tecnologia tipográfica, posteriormente, ampliou grandemente o alcance da
Educação a Distância.
Landim (1997, p.36) menciona que as mensagens trocadas pelos cristãos para difundir
a palavra de Deus são a origem da comunicação educativa, por intermédio da escrita, com o
objetivo de propiciar aprendizagem aos discípulos.
De acordo com Chaves (1999, p.24):
A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só
podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD: o ensino por
correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades
inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exemplos de EAD. Seu
alcance, entretanto, foi relativamente limitado – até que foram transformadas em
livros.
A modalidade de Educação a Distância, impulsionada pelos avanços das novas
tecnologias deslanchou em meados do século XX, embora os registros apontem para as cartas
de Platão e as Epístolas de São Paulo.

A Educação a Distância começou no século XV, quando Johannes Gutenberg, em


Mogúncia, Alemanha, inventou a imprensa, com composição de palavras com caracteres
móveis. Desta forma, o livro manual deu lugar ao livro copiado, sendo desnecessário ir às
escolas para assistir o venerando mestre ler, na frente de seus discípulos, o raro livro copiado,
surgindo assim à possibilidade da leitura acontecer fora da sala de aula.
Para Sartori (2002, p.12) e Saraiva (1996, p.18) um dos primeiros acontecimentos da
Educação a Distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston. No início do século XVIII,
onde o professor de taquigrafia Cauleb Phillips anunciava que toda pessoa da região, desejosa
de aprender a arte da taquigrafia, podia receber em sua casa várias lições semanalmente e ser
perfeitamente instruída, como as pessoas que vivem em Boston.
Rodrigues (1998, p.23) ao fazer referências a vários autores em seu texto diz que:

Dentro da evolução da comunicação baseada na escrita, o marco importante foi à


criação em 1840, na Inglaterra, do Penny Post (Moore e Kearsley, 1996, p.21 e
Mattelart 1994, p. 21), que entregava correspondência, independente da distância,
ao custo de um penny, o equivalente a 10 centavos.

Landim (1997, p.37) também menciona o anúncio da Gazeta de Boston de 1728 que
oferecia material para ensino e tutoria por correspondência e Alves (1994) citado por Rodrigues
(1998, p.23) considera como a primeira experiência de Educação a Distância um curso de
contabilidade na Suécia em 1833.
Sartori (2002, p.14) ressalta que no final do século XIX, foi criada a divisão de Ensino
por Correspondência no Departamento de Extensão da Universidade de Chicago, sendo que já
haviam sido capacitados professores de escolas dominicais com a utilização de
correspondência. Na mesma época, Hans
Hermond, diretor de uma escola que ministrava
cursos de línguas e cursos comerciais, publicou
o primeiro curso por correspondência,
inaugurando o famoso Instituto Hermond, na 9
Suécia.
Rodrigues (1998, p.24) faz menção
aos cursos por correspondência formalmente
reconhecidos quando o estado de Nova Iorque autorizou o Chatauqua Institute em 1883 a
conferir diplomas através deste método.
Alves (1994) citado por Rodrigues (1998, p.26) menciona a Illinois Wesleyan University
como a primeira Universidade Aberta no mundo, tendo iniciado em 1874 cursos por
correspondência. Landim (1997) citado por Rodrigues (1998, p.27) considera que a primeira
instituição a fornecer cursos por correspondência foi a Sociedade de Línguas Modernas, em
Berlim, que em 1856 iniciou cursos de francês por correspondência.
Em 1938, na cidade de Vitória, no Canadá realizou-se a Primeira Conferência
Internacional sobre Educação por Correspondência e mais países foram adotando a Educação a
Distância, os quais abrigam culturas diferentes e sistemas políticos diferentes, como: África do
Sul e Canadá, em 1946; Japão, em 1951; Bélgica, em 1959; Índia, em 1962; França, em 1963,
Espanha, em 1968; Inglaterra, em 1969; Venezuela e Costa Rica, em 1977. Nesses países, os
cursos superiores à distância tornaram-se bastante populares. Os programas e cursos adotados
nessas universidades foram decisivos para validar a Educação a Distância, dando-lhes
credibilidade e aceitabilidade.
Sartori (2002, p.16) destaca a importância das universidades que oferecem cursos à
distância. Ressalta que foi a partir de 1969, com a criação da pioneira Universidade Aberta
(Open University) na Inglaterra, que teve como objetivo principal à democratização da educação,
que ocorreu a significativa expansão dessa modalidade de educação.
Rodrigues nos dá uma importante contribuição ao enfatizar que:

Mesmo que possa haver divergências quanto à primeira instituição e ao primeiro


curso a distância, a bibliografia é unânime quanto à importância da Open University
da Inglaterra, criada em 1969 como um marco e um modelo de sucesso, que tem
atuação destacada até hoje. A novidade foi o uso integrado de material impresso,
rádio e Televisão (através de um acordo com a BBC) e de contato pessoal. Através
de centros de atendimento espalhados no país, o fato dos alunos não necessitarem
apresentar certificado de formação escolar anterior (ter 21 anos é suficiente para
ingressar na universidade) e o alto nível dos cursos. (1998, p.29).

A seguir serão destacadas algumas das maiores e mais tradicionais instituições que
tem programas de Educação a Distância nos três últimos séculos. Os dados a seguir são de 10
autoria de Rodrigues (1998) e Sartori (2002, p.19). Como destaca Rodrigues (1998, p.30):

A análise de algumas das maiores e mais tradicionais universidades que tem


programas de Educação a Distância contribui para um referencial teórico e
operacional, onde estão apresentadas num panorama para destacar as várias
formas possíveis de atuação em diferentes contextos. O contato com outras
experiências permite a visão de procedimentos e técnicas que, com certeza, criam
atalhos e indicam caminhos que podem ser considerados quanto à viabilidade de
implantação no Brasil.

 1856: em Berlim foi criada a Sociedade de Línguas Modernas, que ensina


Francês por correspondência.
 1892: Penn State University - USA. Uma das Universidades pioneiras em cursos
à distância, tendo iniciado o primeiro curso por correspondência em 1892. Hoje a Universidade
oferece cursos com e sem créditos especialmente modelados para EAD com o objetivo de ajudar
as pessoas a aprender sem interromper suas agendas de trabalho, compromissos de família,
responsabilidades na comunidade ou outros interesses educacionais. As metodologias de
educação à distância incluem aprendizado independente e aberto; teleconferências; televisão
interativa; programas internacionais e de pesquisas especialmente contratados. A Penn State
sedia o CREAD - Inter-American Distance Education Network, um consórcio de mais de 60
universidades e outras organizações no Canadá, Estados Unidos, México e América do Sul.
 1910: Professores rurais do curso primário começam a receber material de
educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália;
 Nasce o centro Nacional de Ensino a Distância na França (CNED).
 A rádio Sorbonne transmite aulas de matérias literárias da Faculdade de
Letras e Ciências Humanas de PARIS.
 1951: A Universidade de Sudafrica dedica-se exclusivamente a desenvolver cursos
à distância.
 1958: University of Wisconsin – EUA. A University of Wisconsin iniciou seu
programa de Educação a Distância em 1958. Gerencia uma rede com pontos de
videoconferência e sites com tele/audioconferência no estado. A Cooperativa de Extensão
desenvolve programas educacionais especialmente modelados para as necessidades locais e
baseados no conhecimento e pesquisa da universidade.
 1962: a Universidade de Dehli cria um departamento de Estudos por 11
correspondência.
 1963: inicia-se, na França, o ensino universitário, por rádio, em cinco faculdades de
letras.
 1971: Canadá, Athabasca University – a Universidade iniciou seu programa de
educação a Distância em 1971 e sua missão. Formulada em 1985, apresenta como objetivo a
remoção das barreiras que tradicionalmente restringem o acesso e o sucesso em estudos de
nível universitário e aumentar a igualdade de oportunidades de educação para todos os seus
cidadãos adultos, independente da sua localização geográfica e currículo acadêmico anterior.
Em comum com todas as Universidades, Athabasca University tem comprometimento com
excelência em ensino, pesquisa e auxílio financeiro aos alunos e na prestação de serviços ao
público em geral.
 1971: Open University – Inglaterra. A Open University, é possivelmente a maior e
mais tradicional instituição de Educação a Distância do Ocidente, em 1971 os primeiros 24.000
estudantes ingressaram em diversos cursos. Em 1996 mais de 150.000 alunos se matricularam
em cursos de graduação e pós-graduação da universidade. Foram vendidos mais de 50.000
pacotes de materiais de aprendizado.
 1972: cria-se em Madri, Espanha, a Universidade Nacional de Educación a
Distância (UNED). Canadá inicia uso de satélites de telecomunicações só para educação.
 1974: cria-se a Universidade Aberta de Israel.
 1974: Fernuniversität - Hagen – Alemanha. A universidade iniciou seus trabalhos
em 1974 e funciona igual às demais instituições alemãs em termos de estrutura, pessoal,
pesquisa, currículo, critérios de admissão e avaliação dos alunos.
 1979: cria-se o Instituto Português de Ensino a Distância, cujo objetivo é lecionar
cursos superiores para os professores.
 1979: Rádio e Television Universities – China. A rede nacional de Rádio e
Television Universities (RTVU) foi criada em 1979 para atender a crescente e urgente demanda
por pessoas qualificadas e educação de adultos que o sistema convencional não conseguia
satisfazer.
 1983: implanta-se a Associação Sueca de Educação a Distância.
 1984: The Open University of the Netherlands – Holanda. A Universidade Aberta da
Holanda iniciou suas atividades em 1984. O governo holandês criou uma instituição
independente com o objetivo de tornar acessível educação científica para todas as pessoas com
os interesses e capacidades compatíveis, para as pessoas que não podem ou não querem
freqüentar cursos regulares porque elas não têm a formação acadêmica adequada ou porque 12
não dispõe do tempo necessário. Assim, a Open University se dirige a dois grupos principais: os
que necessitam de uma "segunda chance" e os que preferem uma "segunda alternativa".
 1987: Indira Gandhi National Open University - Índia (IGNOU). A programação
acadêmica da IGNOU começou em 1987 com o objetivo de prover oportunidades de educação
superior a grandes segmentos da população incluindo os grupos em desvantagem educacional
(mulheres, deficientes físicos e pessoas com baixa renda), promover o conceito de Educação a
Distância e prover educação de alta qualidade a nível universitário.
 1988: o Instituto Português de Ensino a Distância da origem a Universidade Aberta
de Portugal.
 2000: cria-se a Universidade Virtual Euromediterrânea.
Para Volpato (2005, p.2):

A sistematização da Educação a Distância deu-se com a necessidade de


treinamento dos recrutas durante a II Guerra Mundial, quando o método foi aplicado
tanto para a recuperação social dos vencidos egressos desta guerra, quanto para o
desenvolvimento de novas capacidades profissionais para uma população oriunda do
êxodo rural. Porém, a Educação a Distância não ficou restrita ao momento pós-
guerra. Foi amplamente utilizada por diversos países, independentemente do seu
poder econômico ou detenção de tecnologia, tendo sempre como escopo à
minimização de seus problemas sociais. Atualmente, mais de 80 países atende
milhares de pessoas, com sistemas de ensino a distância em todos os níveis, em
sistemas formais e não formais.

A Educação a Distância no mundo protagonizou um dos papéis mais distintos no setor


educacional, o acesso e a democratização universal do ensino para as pessoas que por diversos
motivos não conseguiram terminar ou quem sabe começar um curso, seja ele superior, técnico
profissionalizante ou do ensino fundamental.
1.2 A Educação a Distância no Brasil

A Educação a Distância brasileira é uma novidade que causa dúvidas quanto a sua
eficiência, conforme nos alerta Sartori (2002, p.20), ao afirmar que desde a fase de implantação
até o momento, algumas iniciativas de Educação a Distância tiveram sucesso e outras não.
Embora não haja, ainda, uma tradição dessa modalidade educativa, ela já se fez presente no
processo educacional brasileiro, em instituições públicas e privadas. 13
No Brasil, o início da Educação a Distância não está associado ao material impresso, e
sim ao rádio, conforme aponta Sartori (2002, p.21) lembrando a fundação da Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro em 1923 por Roquete Pinto como o marco inicial da Educação a Distância que
tinha como objetivo utilizar o rádio como forma de ampliação do acesso à educação, ou
"transmitindo programas de literatura, radiotelegrafia e telefonia, de línguas, de literatura infantil
e outros de interesse comunitário" (ALVES, 1994, p.25).

A emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936 e no ano seguinte


foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação (ALVES, 1994, p.26).
Para Volpato (2005, p.14) a Educação a Distância no Brasil surgiu por volta do ano de
1936, com a criação do Instituto Rádio Monitor, seguida das experiências do Instituto Universal
Brasileiro, a partir de 1941. Destaca ainda que, na década de 50, outras instituições motivadas
pela necessidade de democratizar o saber e tomando como realidade às dimensões continentais
brasileiras, passou a fazer uso do ensino a distância via correspondência.
Para Alves (1994, p.27):

Inexistem registros precisos acerca da criação da Educação a Distância no Brasil.


Tem-se como marco histórico à implantação das “Escolas Internacionais” em 1904,
representando organizações norte-americanas. Entretanto, o Jornal do Brasil, que
iniciou suas atividades em 1891, registra na primeira edição da seção de
classificados, anúncio oferecendo profissionalização por correspondência
(datilógrafo), o que faz com que se afirme que já se buscavam alternativas para a
melhoria da educação brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento
inicial da Educação a Distância.

Alves (1994, p.29) ressalta que a crise na educação nacional já era notada na época,
buscando-se desde então opções para a mudança do status quo. Transcreveu a citação contida
no relatório de 1906, do Dr. Joaquim José Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que
abrangia a Educação), ao Presidente da República. Textualmente, assim manifestava o titular da
pasta: “O ensino chegou (no Brasil) a um estado de anarquia e descrédito que, ou faz-se a sua
reforma radical, ou preferível será aboli-lo de vez”.
A educação a distância começou, portanto, num momento bastante conturbado da
educação brasileira, tendo sua instituição em 1936, com a criação do Instituto Rádio Técnico
Monitor, com programas dirigidos ao ramo da eletrônica (RODRIGUES, 1998, p.34).
Em 1939 a Marinha e o Exército brasileiros utilizavam a Educação a Distância para
preparar e admitir oficiais na Escola de Comando do Estado Maior, utilizando basicamente 14
material impresso, via correspondência (SARTORI, 2002, p.24).
Em 1941, foi criado o Instituto Universal Brasileiro, instituído como entidade livre, com
sede em São Paulo e filiais no Rio de Janeiro, dedicado à formação profissional de nível
elementar e médio utilizando material impresso (SARTORI, 2002, p.25).
Em 1943, Alves (1994, p.31) destaca que a Igreja Adventista lançou no Brasil
programas radiofônicos através da Escola Rádio-Postal de “A Voz da Profecia”, com a finalidade
de oferecer aos ouvintes os cursos bíblicos por correspondência.
Em 1946 tem início às atividades do SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial - que desenvolveu no Rio de Janeiro e São Paulo, a Universidade do Ar, que em 1950
já atingia 318 localidades e 80 alunos; em 1973, iniciou os cursos por correspondência, seguindo
o modelo da Universidade de Wisconsin - USA (ALVES, 1994, p.32).
Rodrigues (1998, p.37) aponta a Diocese de Natal, no Rio Grande do Norte como
criadora das escolas radiofônicas que deram origem ao Movimento de Educação de Base - MEB
em 1959 e coloca entre as experiências de destaque em Educação a Distância não formal no
Brasil.
Rodrigues (1998, p.37) cita Nunes (1992) quando o mesmo diz que a preocupação
básica do Movimento de Educação de Base - MEB era alfabetizar e apoiar os primeiros passos
da educação de milhares de jovens e adultos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do
Brasil. O projeto foi desmantelado pela ação do governo pós 1964.
De acordo com Sartori (2002, p.27) na década de 60, foi criado o Programa Nacional
de Teleducação (Prontel) no Ministério da Educação e Cultura, sendo responsável em coordenar
e apoiar a Educação a Distância no país, sendo substituída pela Secretaria de Aplicação
Tecnológica (SEAT), extinta posteriormente.
Em 1962 foi fundada, em São Paulo, a Ocidental School, de origem americana, sendo
atuante no campo da eletrônica. Possuía, em 1980, alunos no Brasil e em Portugal (ALVES,
1994, p.33).
Alves, (1994, p.33) Na área de educação pública, o IBAM - Instituto Brasileiro de
Administração Municipal - iniciou suas atividades de EAD em 1967, utilizando a metodologia de
ensino por correspondência.
Em 1970 surge o Projeto Minerva irradiando cursos de Capacitação Ginasial e
Madureza Ginasial produzidos pela Fundação Padre Landell de Moura - FEPLAM e pela
Fundação Padre Anchieta. Foi um programa implementado como possível solução aos
problemas do desenvolvimento econômico, social e político que o país atravessava. Tinha como
cenário um período de crescimento econômico, conhecido como o milagre brasileiro, onde a 15
ênfase na educação era preparar mão de obra para atender a este desenvolvimento e a
competição internacional. Este projeto foi mantido até o início dos anos 80, apesar das severas
críticas e do baixo índice de aprovação, 77% dos inscritos não conseguiu obter o diploma
(RODRIGUES, 1998).
A história da Educação a Distância no Brasil registra também que, nas décadas de 60
a 80, novas entidades foram criadas com fins de desenvolvimento da educação por
correspondência, sendo que algumas já estão desativadas. Um levantamento feito com apoio do
Ministério da Educação, em fins dos anos 70, apontava a existência de 31 estabelecimentos de
ensino utilizando-se da metodologia de EaD, distribuídos em grande parte nos Estados de São
Paulo e Rio de Janeiro (ALVES, 1994, p.34).
Entre elas podemos destacar as seguintes unidades educacionais:
 Associação Mens Sana, com cursos a partir de 1967;
 Centro de Ensino Técnico de Brasília, em 1968;
 Cursos Guanabara de Ensino Livre, em 1969;
 Instituto Cosmos, em 1970;
 Centro de Socialização, em 1972;
 Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, em 1973;
 Universidade de Brasília, em 1973;
 Centro de Estudos de Pessoal do Exército Brasileiro, em 1974;
 Universal Center, em 1974;
 Fundação Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado ao
Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1975;
 Cursos de Auxiliares de Clínica e de Cirurgia, em 1975;
 Instituto de Radiodifusão da Bahia, em 1975;
 Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL, em 1976;
 Banco Itaú, em 1977;
 Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, em 1980;
 Centro Educacional de Niterói, em 1980;
 Banco do Brasil, em 1981;
 Universidade Federal do Maranhão, em 1981;
 Colégio Anglo-Americano, em 1981;
 Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, em 1982;
 Escola de Administração Fazendária, em 1985;
 Projeto Rondon, em 1986. 16
Sartori (2002, p.29) destaca a importância do projeto LOGUS II, desenvolvido nas
décadas de 70 e 80, habilitando mais de 60 mil professores em todo o Brasil especificamente em
Santa Catarina. Destinava-se a habilitação de professores leigos para atuarem nas séries iniciais
do ensino fundamental. Posteriormente foi substituído pelo Programa de Valorização do
Magistério, sendo que o mesmo está praticamente desativado.
No início dos anos 70 o número de analfabetos no Brasil foi um obstáculo à
modernização do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O governo optou pela
adoção das primeiras experiências de educação por satélite, baseado no relatório Advanced
System for Comunications and Education in National Development - ASCEND, idealizado pela
Stanford University, que preconizava a eficácia de um protótipo de sistema total de utilização do
audiovisual com a finalidade de educação primária (RODRIGUES, 1998, p.39).
Em 1974 surge então o projeto SACI que atendia as quatro primeiras séries do
primeiro grau. O projeto foi interrompido em 1977-1978 sob o pretexto oficial de que seria
demasiado dispendioso comprar outro satélite; colocando em evidência às contradições nas
diferentes instâncias do Estado brasileiro entre as estratégias em matéria de telecomunicações,
educação e política científicas (RODRIGUES, 1998, p.41).
Em 1974 a Fundação de Teleducação do Ceará - FUNTELC, também conhecida como
Televisão Educativa - TVE do Ceará desenvolve ensino regular de 5a a 8a Série e em 1993 tinha
102.170 alunos matriculados em 150 municípios (ALVES, 1994, p.34).
Em 1978, a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundação Roberto Marinho
lançaram o Telecurso 2o. Grau, utilizando programas de TV e material impresso vendido em
bancas de jornal, para preparar os alunos para o exame supletivo em 1995 foi lançado o
Telecurso 2000, nos mesmos moldes (ALVES, 1994, p.34).
Em 1991 foi lançado o programa Um Salto para o Futuro, uma parceria do Governo
Federal, das Secretarias Estaduais de Educação e da Fundação Roquette Pinto dirigido à
formação de professores e veiculado através de emissoras de televisão educativas. Este
programa vem crescendo e aprimorando o atendimento aos professores, aumentando o número
de telepostos organizados pelas Secretarias de Educação dos Estados, contando com
orientadores de aprendizagem nos telepostos. Esses orientadores assumem o papel de tutores
do curso (SARTORI, 2002, p.32).
O MEC, através da Secretaria de Educação a Distância, oferece o curso Proformação.
Apresenta como objetivo habilitar professores em nível de ensino médio.
Mas e a Educação Superior?
Em que momento da história brasileira a Educação Superior a Distância surgiu? 17
Na década de 70, uma das primeiras experiências com Educação Superior a Distância
ocorreu na Universidade de Brasília, que ofereceu cursos na área de ciências políticas. Porém,
somente no final da década seguinte que são credenciadas as primeiras universidades
brasileiras para desenvolver cursos superiores de graduação, na modalidade à distância,
conforme nos apresenta Sartori (2002, p.33):
 Em 1988 a Escola do Futuro-USP, que é um laboratório interdisciplinar
de pesquisa da Universidade de São Paulo e iniciou seus trabalhos e tem como
meta investigar tecnologias emergentes de comunicação e suas aplicações
educacionais (RODRIGUES, 1998, p.44).
 Em 1995 a Universidade Federal de Santa Catarina estruturou o
Laboratório de Ensino a Distância no Programa de Pós-Graduação em Engenharia
de Produção. Os cursos são customizados e permitem atender as necessidades de
diversas clientelas (RODRIGUES, 1998, p.44).
 1999, a Universidade Federal do Pará – UFP.
 1999, a Universidade Federal do Paraná.
 Em 2000 a Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
 Em 2001 a Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT.
A Educação a Distância tem avançado de forma gradativa e muitas foram às
experiências observadas. No cenário internacional adquiriu com o passar dos tempos qualidade
e credibilidade para a sua expansão.
No Brasil, a Educação a Distância
principalmente a que atende o ensino superior
ainda é vista com resistência e descrédito, sendo
motivada pela forte concorrência com as
instituições privadas de ensino. Por ser uma
modalidade que irá atender a grande massa
populacional, necessita passar por ajustes que 18
dêem condições de a mesma estar transitando de
forma normal pela sociedade, de ser aceita como
uma modalidade inovadora e democratizadora do ensino e da educação.
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

2.1 Abordando conceitos

Para Chaves (1999, p.27) se faz necessário distinguir o que seja Educação a
Distância, Aprendizagem à distância e Ensino a Distância. Ele caracteriza Educação e Ensino
19
como sendo processos que acontecem dentro das pessoas e não existe a possibilidade de ser
realizada a distância. Portanto, considera as expressões Educação a Distância e Aprendizagem
a Distância totalmente inadequada ao propósito que se propõe. Pois educação e aprendizagem
acontecem onde quer que o indivíduo esteja se educando ou aprendendo. Segundo ele não há
como fazer e entender teleducação e teleaprendizagem.

Ainda, segundo Chaves (1999, p.27), o Ensino a Distância é perfeitamente possível


acontecer. Pois ocorre o tempo todo, como, por exemplo, quando utilizamos um livro que foi
escrito para nos ensinar alguma coisa, ou quando assistimos ou temos acesso a uma
informação. Para ele, a expressão “Ensino a Distância” faz perfeito sentido porque quem está
ensinando, o ensinante, está espacialmente distante (geograficamente) de quem está
aprendendo, o aprendente. Percebe-se, portanto divergências sobre o que seja Educação,
Ensino e Aprendizagem à Distância. Portanto é necessário buscar auxílio em outros autores para
reforçar ou refutar tais idéias ou termos utilizados.
Se educar e aprender são processos internos e que independem do espaço e do
tempo, podemos então pensar que esses processos acontecem à distância sim. Aprendemos ou
educamos e também ensinamos com o auxílio de tecnologias, através da nossa postura e de
nossas palavras e até mesmo com o nosso silêncio. Então, dependendo da estrutura que o
curso adota, com certeza também adotará uma terminologia, como Ensino, Educação e
Aprendizagem a Distância, mas é interessante pensarmos que independente de lugar, espaço,
tempo, tecnologias ou denominações, quando falamos em educação, estão automaticamente
falando em ensino, aprendizagem e educar. Pois esses são termos que não podem ser
desvinculados, um está interligado com o outro.
Para Barros (2003, p.15) na sociedade da informação e do conhecimento todas as 20
definições expressas sobre o que seja Educação a Distância trazem diversas formas de relação
entre tecnologia, educação, processo ensino aprendizagem e ação docente, num determinado
tempo e espaço diferenciados.
Várias são as discussões conceituais
sobre os termos utilizados, e para Barros (1999,
Ensino-Aprendizagem
p.15) em relação ao conceito de Educação a
Distância, as diferenças estão presente na
É o método baseado na solução
de problemas. terminologia educação e ensino a distância.
Barros (1999, p.16) chama a atenção para a diferença entre ensino e educação. Para
ele o ensino caracteriza-se pela instrução, transmissão de conhecimentos e informações,
adestramento, treinamento. E a educação pelo processo de ensino-aprendizagem que leva o
indivíduo a aprender a aprender, a saber, pensar, criar, inovar, construir conhecimentos,
participar ativamente de seu próprio crescimento.
Para que possamos entender as diferenças conceituais é interessante observar o que
dizem diferentes autores, iniciando por Niskier apud Barros (1999, p.17).

Educação a distância é a aprendizagem planejada que geralmente ocorre num local


diferente do ensino e, por causa disso, requer técnicas especiais de desenho de
curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de comunicação através
da eletrônica e outras tecnologias, bem como arranjos essenciais organizacionais e
administrativos.

Netto apud Barros (1999, p.17):

Educação a distância refere-se a ensino e aprendizagem em circunstâncias nas


quais o professor e o aprendiz estão separados um do outro no tempo e no espaço;
inclui telecursos, estudos por correspondência, ensino aprendizagem por meio de
computador como parte de um sistema abrangente de educação ou treinamento que
culmina com a complementação de uma tarefa, curso, currículo ou programa de
treinamento.

Chermann e Bonini apud Barros (1999, p.18):

Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimentos,


habilidades e atitudes através da aplicação da divisão de trabalho e de princípios
organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação,
especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os
21
quais tornam possível instruir um grande número de estudantes. Ao mesmo tempo,
enquanto esses materiais durarem é uma forma industrializada de ensinar e
aprender.

Aretio apud Sartori (2002, p.36):

Educação a distância é um sistema tecnológico e de comunicação de massa


bidirecional, que substitui a interação pessoal, em aula, de professor e aluno, como
meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos
didáticos e o apoio de uma organização tutorial, que propiciam a aprendizagem
autônoma dos estudantes.

Segundo Laaser apud Sartori “o termo educação a distância é usado para abranger
variadas formas de estudo, em todos os níveis, nas quais os estudantes não estejam em contato
direto com os seus professores” (2002, p.36).
Para Lobo apud Sartori “a educação a distância é uma modalidade de realizar o
processo educacional quando (...) promove-se à comunicação educativa, através de meios
capazes de suprir a distância que os separa fisicamente” (2002, p.37).
Sartori (2002, p.37) fazendo referência ao Ministério de Educação e Cultura – MEC,
através do Decreto nº. 2494/98, em seu artigo primeiro, oferece a seguinte definição oficial para
Educação a Distância:

A EaD é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação


de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes
suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos
diversos meios de comunicação.
Moore apud Rodrigues (1998, p.45):

O ensino a distância é o tipo de método de instrução em que as condutas docentes


acontecem à parte das discentes, de tal maneira que a comunicação entre o
professor e o aluno se possa realizar mediante textos impressos, por meios
eletrônicos, mecânicos ou por outras técnicas.

Para Holmberg apud Rodrigues (1998, p.45): 22

O termo “educação à distância” esconde-se sob várias formas de estudo, nos vários
níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com
seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância se
beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino.

E, pela Lei Francesa, França apud Belloni “Ensino a distância é o ensino que não
implica a presença física do professor indicado para ministrá-lo no lugar onde é recebido, ou no
qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas tarefas” (2001,
p.25).
Se observadas as diferentes bibliografias, veremos que os conceitos são os mais
variados possíveis para o termo Educação à Distância. Não é nossa intenção aqui definir qual
seja o mais correto utilizar, pois isso cabe a instituição que oferece os cursos nessa modalidade.
Apenas gostaríamos de ressaltar que ambas as definições estão preocupadas em destacar o
sistema que cada instituição oferece.
O que faz a diferença em cursos a distância não é o conceito adotado pela instituição,
mas sim a credibilidade e a seriedade com que apresenta e dirige o seu trabalho.

2.2 Características da Educação à Distância

A Educação a Distância é caracterizada basicamente pela separação do professor e


aluno no tempo e no espaço (geograficamente), sendo que o controle do aprendizado é
realizado de forma mais intensa pelo aluno, o que caracteriza como estudo independente. A
comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos impressos ou alguma forma
de tecnologia, sendo o tutor o elo entre a universidade, professor e aluno.

23

Sartori (2002, p.39) destaca pontos fundamentais que caracterizam a Educação a


Distância. Um dos pontos é a simultaneidade que ocorre entre o estudo e o trabalho. O aluno
consegue estabelecer horários de estudo que não impliquem em seu trabalho, criando dessa
forma a autonomia em seus estudos, uma vez que não precisa estar presencialmente na
universidade para estudar.
Outro fator destacado é a possibilidade de acesso à educação por uma população
mais ampla, que se encontra geograficamente distante. Também existe a possibilidade de os
estudantes percorrerem trajetórias diferentes de Educação tradicional ou convencional -
estudo, de acordo com suas necessidades Em EaD, geralmente quer dizer educação
sociais, culturais e educacionais. presencial. Ver

Percebemos que o acadêmico da “conventional education”

Educação a Distância desenvolve habilidades


que implicam em certas capacidades que não são observadas na educação presencial. O aluno
desenvolve a autonomia em seus estudos, pois é possível estabelecer horários e locais que lhe
são convenientes e oportunos, respeitando o seu ritmo de aprendizagem. Desenvolve a
capacidade auto-organizativa e o aprendizado autodirigido, justamente pelo fato da distância
geográfica que impede que professores e alunos estejam no mesmo espaço e no mesmo tempo.
Uma das características essenciais da Educação a Distância são a interatividade e o
trabalho colaborativo que surge entre os alunos. Essa interatividade acontece entre professores
por meio de alguma tecnologia, com o tutor e aluno-aluno, o que faz com que o termo “à
distância” indique apenas a separação física entre ambos, sendo superada pela mediação e a
interatividade.
O autoconhecimento, a disciplina e a determinação são fatores característicos da
Educação a Distância, desenvolvidos e motivados pela separação física e geográfica entre
professores e alunos. Esses fatores são desenvolvidos conforme as necessidades de cada 24
indivíduo, que inseridos em contextos diferenciados e diversificados apresentam também graus
diferentes de necessidades.
Também podemos destacar como característica da Educação a Distância o fato do
aluno adequar-se aos modelos de ensino propostos pela instituição, utilizando para isso,
diferentes meios tecnológicos. São competências que o indivíduo desenvolve para viver em
sociedade, principalmente em uma sociedade que a todo instante modifica-se e exige indivíduos
capazes, capacitados para viver em grupo e desenvolver atividades voltadas para o coletivo.
Belloni (2001, p.5) enfatiza que os indivíduos das sociedades contemporâneas
necessitam desenvolver competências múltiplas, aprender a trabalhar em equipe, capacidade de
aprender e de adaptar-se a situações novas. Para sobreviver na sociedade e integrar-se no
mercado de trabalho o indivíduo precisará desenvolver uma série de capacidades novas, como a
autogestão, resolução de problemas, adaptação e flexibilidade diante de novos desafios,
responsabilidade e aprender por si próprio e constantemente trabalhar em grupo de modo
cooperativo e pouco hierarquizado.
Os cursos em Educação a Distância priorizam essas competências e habilidades, que
por si só são desenvolvidas pela necessidade imposta pelo curso, à superação do ensino
presencial.

2.3 Ensino e aprendizagem com qualidade na Educação a Distância

25

A Educação à Distância, contemplada no Plano Nacional de Educação (PNE) recebe


especial atenção como forma de atingir com qualidade, um número cada vez maior de
beneficiários, vencendo as barreiras das distâncias geográficas e obtendo melhor adaptação aos
horários de vida dos trabalhadores que necessitam estudar.

Para Oliveira (2001), são diversos os condicionamentos e circunstâncias que estão


interferindo na consolidação da educação superior à distância. A Educação à Distância vem se
consolidando como alternativa para o aperfeiçoamento profissional e a aprendizagem inicial e
continuada, na dimensão da educação permanente.

De acordo com Delors (2000, p.144) a experiência do ensino a distância demonstrou


que, no nível do ensino superior, uma dose sensata de utilização dos meios de comunicação
social, de cursos por correspondência, de tecnologias de comunicação informatizadas e de
contatos pessoais. Pode ampliar as possibilidades oferecidas, a um custo relativamente baixo se
comparado à educação presencial.

Alguns países, entre eles o Brasil, atendem hoje a um segmento da sociedade de


forma significativa, graças às instituições de ensino superior à distância. Ampliar e democratizar
o acesso ao ensino superior é uma necessidade cada vez maior, e os estabelecimentos
encontram-se pressionados para poder fazer jus a uma demanda sempre mais acentuada na
oferta dessa forma de estudo.

Sendo assim, cria-se uma expectativa muito grande quanto a um ensino de qualidade
que está sendo apresentado à sociedade, uma vez que a exigência de qualidade tornou-se uma
preocupação essencial no ensino superior por parte dos órgãos competentes e da própria
sociedade. Educar dentro do contexto da educação a distância requer desenvolver princípios,
diretrizes ou critérios que possam assegurar um ensino de qualidade.
Para se mencionar garantia de qualidade na educação, um leque de estratégias se faz
presente para que o progresso de um projeto em Educação a Distância possa incluir alguns
tópicos como: o desenvolvimento do curso, a formação dos professores, o atendimento oferecido
aos estudantes, os recursos de aprendizagem, a infra-estrutura e os resultados da avaliação de
forma substancial.

A exigência de qualidade tornou-se uma preocupação essencial no ensino superior. A


exigência da qualidade e de políticas que busquem assegurar qualidade exige que se procure
26
melhorar simultaneamente cada um dos componentes da instituição, considerada como entidade
global que funciona como um sistema coerente (UNESCO, 1998, p.97).

Ao mencionar ensino de qualidade, Moran (1999), estabelece algumas variáveis:

 Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto


pedagógico coerente, participativa com infra-estrutura adequada, atualizada,
confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas;

 Uma organização que reúna docentes preparados comunicacional,


intelectual, emocional e eticamente bem remunerados, motivados e com boas
condições profissionais;

 Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e


emocionalmente com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal (MORAN,
1999, p.14);

 Ainda que para designar qualidade, educação tem sido o termo para tal
função, Demo (1994) aponta uma série de razões por considerar;

 Como instrumento, demonstrando a construção do conhecimento e,


como fim, a preocupação em torno da realidade e da vida;
 Como expediente formativo, apresenta procedimentos pertinentes em
termos de qualificar a população tanto para fazer os meios quanto para atingir os
fins;

 Estando na base da formação do sujeito histórico crítico e criativo,


educação perfaz a estratégia mais decisiva de fazer oportunidade.

27
Os dois termos, educação e qualidade se implicam intrinsecamente, já que não há
como chegar à qualidade sem educação, bem como não será educação aquela que não se
destina a formar o sujeito crítico e criativo.

No futuro ninguém sobreviverá, em meio à competitividade crescente do mercado, sem


uma educação fundamental que lhe entregue os instrumentos para a satisfação de suas
necessidades básicas de aprendizagem no que se refere a competências mínimas e flexíveis, no
fundo, é a isso que se refere à questão da qualidade (ASSMANN, 1998, p.159).

Em termos de qualidade voltada para o cenário da universidade, apontados por Demo


(1994), pode ser retratada também nas iniciativas que tomar a serviço da sociedade,
demonstrando utilidade prática, destacando:

 Socialização do conhecimento construído: a universidade deve


colocar, à disposição o conhecimento que constrói, através de publicações,
seminários e conferências, eventos de promoção, atingindo, sobretudo a grande
população;

 Educação à distância: com o objetivo de diplomar ou conferir


certificados, dirigida ao aperfeiçoamento do conhecimento, baseando-se em
didáticas construtivas realizadas por meios eletrônicos como também por correio ou
similares;

 Cursos de formação permanente: a primeira necessidade é a de


atender profissionais da ativa (privada ou pública) que reclamam capacitação; para
ex-alunos que pretendem regressar do ambiente acadêmico para aprimoramentos,
recapacitação; ser procurada por quem necessite de competência sempre
atualizada, como a economia competitiva, as empresas públicas, as entidades de
serviço público e assim por diante;

 Pesquisa básica ligada à pesquisa operacional: a universidade deve


dominar o processo de gerar o conhecimento; caso contrário, as empresas tendem a
28
substituir as instituições acadêmicas com a intenção de pesquisar apenas o que as
interessa economicamente; desse modo, permite valorizar de modo incisivo a forma
universitária de pesquisar, que privilegia, sobre o fazer e o saber fazer;

 Fomento à criatividade empresarial: tendo em vista que, diante dos


desafios econômicos modernos, a oferta de trabalho tenderá a decrescer. Há
universidades que se propõem fomentar entre os diplomados, empreendimentos
próprios, sob todas as formas sejam elas individuais ou em grupo, tornando o
conhecimento adquirido uma fonte produtiva;

 Humanização do progresso: uma das expectativas mais explícitas da


sociedade é que a universidade tenha a devida competência para dominar a técnica
e fazê-la instrumento de humanização do progresso.

A qualidade do ensino superior é uma noção pluridimensional, que depende muito do


ambiente de um dado sistema, da missão de cada estabelecimento ou ainda das normas e
condições que regem as diversas disciplinas.

A aptidão para responder às necessidades e expectativas da sociedade depende, em


última análise, da qualidade do pessoal, dos programas e dos estudantes, como também da
infra-estrutura e do ambiente universitário (UNESCO, 1998, p.98).

A educação, em sua etimologia, de educare (ato de criar, de alimentar) ou também de


educere (conduzir para fora) no sentido de ser para fora da “forma” da estrutura, propondo uma
relação muito íntima e até afetiva entre o educador e o educando, ambos influenciando-se e
transformando-se mutuamente. Na visão de Landim (1997), educação é a prática educativa na
sua essência, o processo ensino-aprendizagem, que leva o indivíduo a aprender a aprender, ao
saber pensar, criar, inovar.

Portanto, é um processo de humanização que alcança o pessoal e o estrutural,


partindo da situação concreta em que se dá a ação educativa numa relação dialógica. Portanto,
quando falamos em educação estamos nos referindo a todas as concepções que ela nos
envolve na vida, nas relações sociais, pessoais, políticas e juntamente com a natureza.

A educação, porém, não é um conceito moralmente neutro. Educar (alguém ou a si 29


próprio) é, por definição, fazer algo que é considerado moralmente correto e valioso. Usamos
outros conceitos para nos referir a processos de certo modo parecidos com a educação, mas
que não são moralmente aprovados, como, por exemplo, doutrinação.
A aprendizagem está presente em qualquer atividade humana em que possamos
aprender algo. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: casual, quando for espontânea ou
organizada quando for aprender um conhecimento específico.
Com isto defini-se ensino aprendizagem com qualidade como um processo de
assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e mental. Isto significa que
podemos aprender conhecimentos sistematizados, hábitos, atitudes e valores. Neste sentido,
temos o processo de assimilação ativa que oferece uma percepção, compreensão, reflexão e
aplicação que se desenvolve com os meios intelectuais, motivacionais e atitudes do próprio
aluno, sob a direção e orientação do professor. Podemos ainda dizer que existem dois níveis de
aprendizagem humana: o reflexo e o cognitivo. Isto determina uma interligação nos momentos
da assimilação ativa, implicando nas atividades mentais e práticas.
O ensino aprendizagem com qualidade é uma atividade planejada, intencional e
dirigida, não sendo em hipótese alguma casual ou espontânea. Com isto, podemos pensar que o
conhecimento se baseia em dados da realidade.
Para que esse processo de aprendizagem com qualidade ocorra na Educação a
Distância se faz necessário dois componentes fundamentais: a interação a autonomia.
A comunicação e interação estão intimamente relacionadas. A teoria de Piaget
afirma que a interação interindividual é concebida em uma
Interação é a troca de informação
dimensão coletiva, estabelecida por relações sociais, entre os participantes do processo
de ensino/aprendizagem.
permitindo um entendimento na direção de uma explicação,
Em EAD, existem várias formas de
não apenas psicológica, mas também sociológica, da interação: (guidance; conversation;
construção do conhecimento. Belloni (1999) reforça guided conversation; feedback;
feedforward; etc).
afirmando que a aprendizagem é um processo social que envolve a atividade de construção de
novo conhecimento e compreensão por intermédio do trabalho individual, em grupo e também
através de interação entre os pares. Tal afirmação é apoiada por Peters (2001) com a adição de
que, para este autor, a socialização dos indivíduos se dá pela aprendizagem de símbolos e
papéis.
Com relação à autonomia, Ramos (1996, p.245) define como sendo a capacidade de
pesquisar, de se organizar e de pensar de forma crítica e independente. De acordo com Ramos,
a autonomia não significa isolamento, pelo contrário, “é a capacidade de superação de pontos de 30
vistas, de compartilhamento de escalas de valores e de sistemas simbólicos, de estabelecimento
conjunto de metas e estratégias, que está presente nas relações cooperativas”.

Assim sendo, a autonomia significa assumir a aprendizagem através das metas e


propósitos da mesma. Essa atitude leva a uma mudança externa de consciência, na qual o
estudante vê o conhecimento como contextual e livre de perguntas do que foi aprendido.

Na educação à distância, a possibilidade de comunicação caracteriza não somente


uma importante interação humana, mas também a interatividade com o material de ensino. O
conceito de interação envolve a ação recíproca entre dois ou mais sujeitos e ela pode ser direta
ou indireta (quando mediada por algum veículo técnico de comunicação). No contexto da
educação à distância, a interação entre os indivíduos tende a ser indireta devido ao fato de
dependerem do uso de alguma tecnologia de comunicação.

A interatividade, por sua vez, é a atividade humana frente à máquina, isto é, o sujeito
age sobre a máquina e esta lhe envia de volta uma retroação (BELLONI, 1999). O grau de
interatividade é permitido de acordo com a flexibilidade oferecida por cada componente didático
utilizado em uma determinada atividade, apesar de permitir uma adaptação das necessidades
individuais. Por outro lado, a flexibilidade exige novos perfis, tanto do professor quanto do aluno.
Há uma conexão conceitual entre educação e aprendizagem: não há educação sem
que ocorra aprendizagem. Ou,
invertendo, se não houver
aprendizagem, não haverá AUTO-APRENDIZAGEM

educação. A aprendizagem, por seu


lado, pode resultar de um processo Modalidade em que o aprendiz
partir de material didático
"de fora para dentro", como o ensino disponível e orientações
pedagógicas específicas,
ou de um processo gerado "de
aprende e constrói seu próprio
conhecimento.
dentro para fora" auto-aprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino. Aprendemos
muitas coisas sem que ninguém nos ensine.
Tanto o ensino como a aprendizagem são conceitos moralmente neutros. Podemos
ensinar e aprender tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou mesmo nocivas, pois a
aprendizagem é um processo que ocorre dentro do indivíduo. Mesmo quando a aprendizagem é
decorrente de um processo bem-sucedido de ensino, ela ocorre dentro do indivíduo, e o mesmo
ensino que pode resultar em aprendizagem, em algumas pessoas pode ser totalmente ineficaz
em relação a outras. 31

Ambiente Virtual de Aprendizagem

A expressão Ambiente
Ambiente Virtual de Aprendizagem -
Virtual de Aprendizagem (AVA) refere-se ao
É um site ou ambiente na Internet cujas
amplo conceito de espaço de aprendizagem ferramentas e estratégias são elaboradas
possibilitado pelas tecnologias informáticas e para propiciar um processo de
aprendizagem, através de trocas entre os
que se caracteriza por ser, antes de tudo, um participantes, incentivando o trabalho
espaço “onde acontecem interações cognitivo- cooperativo.

sociais, possibilitadas pela interface gráfica” (VALENTINI; SOARES, 2005). Estes espaços
propiciam o uso de ferramentas especialmente produzidas ou adaptadas para a finalidade
educativa, criando oportunidades para que a aprendizagem aconteça de formas diversas.

A origem dos sistemas de gerenciamento de aprendizagem remonta aos anos 80 e aos


sistemas de conferência por computador, bulletin board ou groupware, que rodavam em redes
internas, já que ainda não existia a Internet. Esses meios caracterizavam-se como ferramentas
de comunicação predominantemente assíncronas, que viabilizavam o envio de mensagens em
tempos e espaços diversos. - A criação da Internet, no final dos anos 80 e, mais tarde, a
tecnologia de janelas gráficas, alteraram significativamente a funcionalidade desses sistemas.

Atualmente, os ambientes de aprendizagem se configuram e se caracterizam como


espaços que organizam recursos e ferramentas que englobam elementos técnicos - como
computadores, softwares e servidores, entre outros; humanos – alunos, professores e demais
profissionais envolvidos no processo; e suas relações – troca de e-mails, discussões em fóruns e
listas, construção coletiva de texto, etc.
Se inicialmente as experiências educativas por meio de computador preocupavam-se
em disponibilizar materiais, privilegiando experiências mais diretivas, aproximando-se da
modalidade a distância até então praticada, como o envio de materiais por correspondência ou
aulas através de TV ou rádio, o uso das ferramentas viabilizadas pelas tecnologias de
informação e comunicação fez com que, rapidamente, “interatividade” se tornasse a palavra de
ordem e as experiências colaborativas e cooperativas passaram então a ganhar espaço, numa
sociedade que deseja a criação de comunidades virtuais e valoriza as construções conjuntas e
as trocas de conhecimento. 32

Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) devem estar em sintonia a um projeto


político-pedagógico construído de forma lúcida e criativa por interessados em EaD. Desta
maneira o AVA precisa refletir em suas estratégias de ensino e aprendizagem o esboço de
mundo desejado e atualizar a expectativa de constituir um elo para a inovação pedagógica. O
uso de ambientes virtuais de aprendizagem vem se destacando, nos mais diversificados
contextos educativos, como forma de aumento dos espaços pedagógicos, promovendo o acesso
à informação e à comunicação em tempos diferenciados e sem a necessidade de professores e
alunos partilharem os mesmos espaços geográficos.

2.5 Características de alguns ambientes virtuais de Aprendizagem

AulaNet:

O AulaNet é um ambiente baseado na Web, desenvolvido no Laboratório de


Engenharia de Software - LES - do Departamento de Informática da PUC-Rio, para
administração, criação, manutenção e participação em cursos à distância. Os cursos criados no
ambiente AulaNet enfatizam a cooperação entre os aprendizes e entre aprendiz e docente e são
apoiados em uma variedade de tecnologias disponíveis na Internet. Ao criar este ambiente, a
equipe do LES tinha como objetivos contribuir com mudanças pedagógicas, promover a adoção
da web como um ambiente educacional e criar comunidades de conhecimento.
O AulaNet se fundamenta nas seguintes premissas:

 O autor do curso não precisa ser um especialista em Internet;


 O autor do curso deve enfatizar a interatividade de forma a atrair a
participação intensa do aprendiz;
 Deve ser possível a reutilização de conteúdos já existentes em mídia
digital, através, por exemplo, da importação de arquivos. O ambiente AulaNet é
encontrado em diversas universidades como na UFRGS
33
(http://aulanet.cinted.ufrgs.br/aulanet2/). O AulaNet também possui seu próprio domínio
(http://www.aulanet.com.br/) e oferece diversos cursos e tutoriais para os alunos
cadastrados.

O sistema possui dois perfis de usuários:

 Professores: Nesse ambiente os professores possuem acesso aos


recursos para administrar o grupo, avaliar o progresso do aluno e acesso
ao ambiente educacional
 Alunos: Ambos possuem acesso ao ambiente educacional que dispõe os
meios para que haja um aprendizado colaborativo.
Moodle:

O Moodle (http://moodle.org) é um ambiente de gerenciamento de aprendizagem (LMS


– Learning Management System) ou ambiente virtual de aprendizagem de código aberto, livre e
gratuito. Os usuários podem baixá-lo, usá-lo, modificá-lo e distribuí-lo, seguindo apenas os
termos estabelecidos pela licença GNU GPL. O ambiente possui poucas restrições quanto às
especificações técnicas do ambiente, ele pode ser executado, sem nenhum tipo de alteração, em
vários sistemas operacionais como o Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e outros
sistemas que suportem a linguagem PHP. Os dados são armazenados em bancos de dados
MySQL e PostgreSQL, mas também podem ser usados Oracle, Access, Interbase, ODBC e
outros. Além disso, o sistema conta com traduções para 50 idiomas diferentes, dentre eles, o
português (Brasil), o espanhol, o italiano, o japonês, o alemão, o chinês e muitos outros.
O Moodle possui três perfis de usuários:

 Administrador: responsável pela administração, configurações do sistema,


inserção de participantes e criação de cursos;
 Tutor: responsável pela edição e viabilização do curso;
 Estudante/Aluno: ambiente de aula; Os usuários do Moodle são globais no
servidor. Isso significa que eles têm apenas um login para todos os cursos.
A função permite, por exemplo, que um usuário seja aluno em um curso e
34
professor/tutor em outro curso. O Moodle permite criar três formatos de
cursos: Social, Semanal e Modular. O curso Social é baseado nos recursos
de interação entre os participantes e não em um conteúdo estruturado. Os
dois últimos cursos são estruturados e podem ser semanais e modulares.
Esses cursos são centrados na disponibilização de conteúdos e na
definição de atividades. Na estrutura semanal informa-se o período em que
o curso será ministrado e o sistema divide o período informado,
automaticamente, em semanas. Na estrutura modular informa-se a
quantidade de módulos. Algumas das instituições brasileiras que utilizam o
Moodle são: UFLA, UNB, PUC-SP, USP, UFBA e UFV.

Teleduc:

O ambiente de Ensino Teleduc está sendo desenvolvido conjuntamente pelo Núcleo de


Informática Aplicada à Educação (NIED) e pelo Instituto de Computação (IC) da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp).

O Nied, como uma de suas linhas de pesquisa, tem realizado diversos cursos a
distância através do TelEduc desde 1998, acompanhando progressivamente o desenvolvimento
do ambiente. Da mesma forma que os outros ambientes analisados, o Teleduc possui um
esquema de autenticação de acesso aos cursos, com um usuário e uma senha que é fornecido
quando se cadastram no ambiente. O Teleduc é um software livre, portanto pode ser
redistribuído e/ou modificado sob os termos da GNU General Public License versão 2, como
publicada pela Free Software Foundation.
O sistema oferece dois perfis de usuários:

 Alunos: É o ambiente educacional onde os alunos possuem os recursos


para trabalhar e estudar seus conteúdos dos cursos. Os usuários com
perfis de alunos possuem os seguintes recursos: o Diário de Bordo: O
aluno pode descrever, registrar, analisar seu modo de pensar,
expectativas, conquistas, questionamentos e suas reflexões sobre a
experiência vivenciada no curso e na atividade de cada dia; o Portfólio.
35
Nesta ferramenta os participantes do curso podem armazenar textos e
arquivos a serem utilizados ou desenvolvidos durante o curso, bem como
endereços da Internet; o Mural: Espaço reservado para todos os
participantes disponibilizarem informações consideradas relevantes no
contexto do curso; as Listas de Atividades: Apresenta as atividades a
serem realizadas durante o curso;
 Formadores: Permite aos formadores disponibilizar materiais nas
diversas ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em
algumas delas, permite ainda gerenciar as pessoas que participam do
curso. Os usuários com perfis formadores possuem os seguintes
recursos: os Acessos: Permite aos fornecedores acompanhar a
freqüência de acesso dos usuários ao curso e às suas ferramentas; o
Intermap: Permitem aos formadores visualizar a interação dos
participantes do curso nas ferramentas, Grupos de Discussão e Bate-
Papo; o Administração: Permite aos formadores disponibilizar materiais
nas diversas ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em
algumas delas. Permite ainda gerenciar as pessoas que participam do
curso. o Suporte: Permite aos formadores entrar em contato com o
suporte do Ambiente (administrador do TelEduc) através de e-mail.
Grupos: Permite a criação de grupos de pessoas para facilitar a
distribuição de tarefas;

BlackBoard:

É um programa desenvolvido pela University of British Columbia, que permite a criação


de ambientes educacionais baseados na web. Mais de 3 mil instituições de ensino utilizam esta
ferramenta para o gerenciamento de cursos à distância. Possuindo cerca de 70% do mercado
nos Estados Unidos.

O professor pode criar caminhos de aprendizagem personalizados, de acordo com o


perfil dos alunos e das disciplinas. O docente pode estabelecer critérios como: data, usuário,
afiliação a grupo específico, instituição, perfil, notas, desempenho em testes ou trabalhos ou
histórico de visualização de conteúdo para disponibilizar itens de conteúdo, para discussões
avaliações ou tarefas ao aluno.
36
Permite criar cursos seqüenciais e determinar se os estudantes devem progredir por
esta seqüência ou se podem escolher qualquer tópico.

Os docentes podem organizar grupos de alunos com áreas próprias para troca de
arquivos, painel de discussão, sala virtual e e-mails entre membros.

Perfis de disciplina:

 Conceptor da disciplina – O utilizador pode aceder a várias áreas do painel


de controle, mas não pode aceder às notas dos alunos;
 Avaliador – Este tipo de utilizador pode aceder a todas as áreas dentro dos
assessments e a algumas ferramentas da disciplina;
 Visitante – Podem aceder a conteúdos da disciplina que não estejam
bloqueados pelo docente da disciplina;
 Aluno – Este utilizador pode aceder a todos os conteúdos do curso e vai ser
avaliado através de assessments (trabalhos, exames e inquéritos);
 Docente – Este utilizador controla a disciplina, é ele que disponibiliza os
conteúdos e controla os acessos à disciplina;
 Assistente – Este utilizador pode controlar alguns aspectos da disciplina
através do painel de controle. Não podem alterar o perfil de um utilizador da
disciplina e não podem modificar a password do docente.
Perfis administrativos:

 Gestor de disciplina – Este tipo de utilizador consegue aceder a


ferramentas, existentes na área de administração, que permitem
administrar as disciplinas.
 Visitante – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de administração.
Têm acesso as áreas das disciplinas se os docentes assim o permitirem.
 Nenhum – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de administração,
37
aos alunos e docentes, por default, é lhes atribuído este perfil.
 Observador – Este perfil pode fazer de sombra a outro utilizador do
sistema. Um observador pode visualizar todas as disciplinas do utilizador a
que está associado. Não tem acesso à área de administração. Este perfil
pode ser atribuído a uma equipe de monitorização do docente da disciplina.
 Gestor do portal – Este perfil de utilizador tem acesso à área de
administração do portal.
 Suporte técnico – Este perfil limita o acesso à área de administração a
tarefas de administração das disciplinas.
 Administrador de sistema – Este perfil acede à área de administração e ao
painel de controle de todos os cursos. Em certas áreas das disciplinas o
administrador pode inscrever-se na disciplina de forma a ter acesso, a
essas áreas, basta aceder ao Realizar inscrição, podendo depois fazer ou
Anular inscrição.
 Assistente de sistema – Este perfil tem acesso a todas as ferramentas da
área de administração, mas não tem acesso ao painel de controle de cada
disciplina.
 Gestor de utilizadores – Este perfil de utilizadores acede à área de
administração, mas só as ferramentas relacionadas com os utilizadores.
3 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-


pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios,
tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diferentes. Essa definição está presente no Decreto
5.622, de 19.12.2005 (que revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96 38
(LDB).

Vale salientar que antes da lei nº. 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, a Educação a Distância não era nem sequer mencionada. Com a
promulgação da LDB, pela primeira vez se fala em incentivo ao desenvolvimento e veiculação de
programas de ensino a distância.

As bases legais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela Lei de


Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, pelo
Decreto nº. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, publicado no Diário Oficial da União de 11/02/98,
também pelo Decreto nº. 2.561, de 27 de abril de 1998, publicado no Diário Oficial da União de
28/04/98 e pela Portaria Ministerial nº. 301 de sete de abril de 1998 publicada no Diário Oficial da
União de 09/04/98, que tratam do sistema de credenciamento de instituições de ensino para
oferta de cursos à distância.

O decreto nº. 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o Art. 80 da lei nº.
9.394, de 20 de dezembro de 1996, versa o seguinte conteúdo: “Art. 80 - o poder público
incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os
níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”.
4 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

39

Em frente a tantas inovações, o cenário social, tecnológico, político e econômico têm


sofrido grandes mudanças neste final de século promovendo o surgimento de novas atividades,
ao mesmo tempo em que outras funções desaparecem ou são transformadas. O crescimento
exponencial do volume de informação, a geração de novos produtos, o advento de novas teorias
ou a nova aplicação de teorias já conhecidas, tem acarretado constantes reavaliações do
processo de trabalho, e por conseqüência o processo de educação.

A tecnologia está mudando tão rápido, a competição global está forçando uma
dramática redução nos tempos decorridos entre o surgimento de uma inovação, sua entrada no
mercado, eliminando a oportunidade do sujeito compreender e acompanhar as novas
tecnologias da informática e da comunicação. Atualmente, uma das soluções para a globalização
dos mercados, são as associações. Portanto, os conceitos chave desta nova era é a
colaboração/cooperação entre os sujeitos e a comunicação virtual, eliminando distâncias,
aproximando as pessoas e aumentando a produtividade através de métodos cooperativos de
trabalho virtual.

Fato este marcado por fazermos parte da sociedade do conhecimento, da informação e


da comunicação, o que pressupõe que vivemos em rede. Rede no sentido de estarmos
constantemente interligados entre a informação e a comunicação e o processamento dessa
gama de informações em conhecimento. Estamos em rede em tempo real e virtual.
Com isso vislumbramos que a sociedade tem passado e passa por transformações
radicais. Essas transformações se dão em âmbito político, social e educacional. Parte dessas
transformações se dá devido ao desenvolvimento tecnológico que de forma qualitativa e
quantitativamente melhoram a capacidade de comunicação entre instituições, organizações e
indivíduos. Esse é o sentido da rede, a capacidade de comunicação.
E a Educação a Distância faz uso dessa comunicação, e retrata os diversos períodos 40
da evolução tecnológica ao longo da história, através das mídias como telefone, a televisão e a
internet (comunicação digital) como tecnológicas essenciais de todo processo evolutivo. As
novas tecnologias não são apenas um meio para distribuir as informações e conhecimento, mas
tem o papel de facilitadora indispensável à interação em qualquer processo educativo, dando a
visão de novas atitudes e novos enfoques metodológicos.

Devemos então entender por tecnologia o conjunto de ferramentas – livros, giz e


apagador, papel, caneta, lápis, televisor, telefone, videocassete, computador - e os usos que
destinamos a elas, em cada época (TV NA ESCOLA, 2001, p.8).
Diferentemente, em cada época da nossa história percebemos que as tecnologias
exerceram e exercem influência no comportamento do indivíduo e na sociedade, modificando
concepções e paradigmas existentes.
Essa nova realidade redefine o perfil do sujeito deste fim de século. É preciso formar
profissionais que aprendam de forma não convencional e que saibam trabalhar
cooperativamente para gerar soluções inovadoras e competitivas.

O ensino convencional não tem dado condições aos sujeitos de se prepararem no


tempo adequado a todas essas transformações. O conceito de Educação ainda está associado
com treinamento, baseado fisicamente em instituições, restrito a cronogramas pré-definidos de
cursos; essa estrutura implica em deslocamento de aprendizes e de professores. Nesta estrutura
é difícil manter-se constantemente atualizado em relação a novas informações que acarretam
novas relações e, portanto, a geração contínua de conhecimentos.

E a Educação, conhecida pelo espaço escola, universidade? Como ela responde ou


deve responder ao desafio de preparar o homem para este novo mundo onde a cooperação
substitui a competição e o presencial pelo virtual, como modelo básico nas relações entre os
sujeitos? Esta é uma das questões para pensar em um novo modelo de formação e atualização
profissional do indivíduo da nova era.

Cabe a escola formar o novo sujeito que será capaz de participar ativa e criativamente
deste processo, criticá-lo e refiná-lo. A Educação precisa se reorganizar para incluir em seu
processo educativo uma pedagogia, metodologias, técnicas e recursos que permitam um novo
paradigma que substitui a competição pela cooperação entre os sujeitos e a necessidade do
físico pelo virtual.
41
Sabemos que uma das alternativas para modificar este quadro é trabalhar com uma
tecnologia de ponta aplicada à educação, que é a Educação à Distância, como uma
possibilidade para construção de um novo modelo educacional. A Educação a Distância se
constitui em necessidade pelas razões que sempre a justificaram e ainda porque o ritmo
acelerado de mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais, educacionais, entre outras,
passa a exigir uma educação continuada de todos os sujeitos.

Neste cenário de mudanças, alguns historiadores dizem que a humanidade passou por
três revoluções industriais. A primeira ocorreu no século XVIII, com a substituição das
ferramentas manuais por máquinas a vapor, o tear mecânico e o surgimento de ferrovias. A
segunda revolução data do século XIX, com a combinação de avanços múltiplos, entre eles pode
destacar a geração da eletricidade, o motor de combustão interna, o telefone e o telégrafo sem
fio. E a terceira revolução industrial, é quem sabe a mais polêmica, contundente e até mesmo
excludente. É a revolução da tecnologia da informação, possibilitada pelo desenvolvimento da
eletrônica (PERRENOUD, 2004, p.3).
Atualmente, na passagem da sociedade industrial para a sociedade do conhecimento,
ela tem funções fundamentais como: garantir a atualização de informações e o desenvolvimento
de novos talentos em todas as áreas, impedindo que as defasagens aumentem; ajudar a
desenvolver novas habilidades para uma mesma profissão cujas atividades variam e se
transformam rapidamente e ajudar a desenvolver competências que permitam mudanças de uma
profissão para outras emergentes, no curso da vida.

Assim, a Educação a Distância assume novas concepções, não só podendo atender


sujeitos em interação social de modo cooperativo, mas também passando a servir à
aprendizagem contextualizada, na vida. Tanto para as novas gerações como para os sujeitos em
atividades que precisam constantemente reaprender o antes aprendido, ou aprender novas
representações e novas formas de conhecimentos e de práticas.
42

Plataforma de comunicação de EaD com valor agregado e o aluno no centro do


processo educacional.

A Educação a Distância introduz novas concepções de tempo e de espaço em


educação e contribui para mudanças substanciais nas instituições de ensino. Esta pode ser
desenvolvida para formar profissionais, desenvolvendo com eles novos talentos, mecanismos
cognitivos, atitudes, valores e novas teorias, que dizem respeito à autonomia na aprendizagem e
na construção de conhecimentos dos sujeitos. Mas para isso, é preciso utilizar as novas
tecnologias da informática e da comunicação na Educação a Distância.

Porém, a de se ter cuidado quando falamos em tecnologia, para não restringirmos o


termo ao computador e a internet.
Analisando que toda a tecnologia empregada na educação deve ser utilizada com a
visão de formação do pensamento crítico de professores e estudantes para a resolução de
problemas, por isso é necessário avaliar e escolher a mídia adequada de acordo com o tipo de
aluno e infra-estrutura disponível.
Na atualidade a Educação a Distância mostra-se como um componente fundamental
de mudanças a educação, associando transformações não só no sentido educar, mas também
no aprender.

A integração de meios de comunicação de massa tradicionais como a internet,


associada à publicação de materiais didáticos provocou a expansão da educação a
distância a partir de instituições de ensino e produção de cursos, os quais emitem as
informações de maneira uniforme para todos os alunos (DE ALMEIDA, 2003).

43

O aparecimento de cursos on-line no mundo globalizado vem possibilitando a oferta de


conhecimento em todas as áreas. Surge então, a necessidade do refinamento tecnológico no
decorrer do tempo para acompanhar as inúmeras transformações educacionais. É muito
importante e necessário, ainda que existam profissionais com conhecimento de informática,
princípios da Educação a Distância e principalmente uma visão atualizada e progressista da
educação.

O advento das tecnologias de informação e comunicação reavivou as práticas de


Educação a Distância devido à flexibilidade do tempo, quebra de barreiras espaciais,
emissão e recebimento instantâneo de materiais, o que permite realizar tanto as
tradicionais formas mecanicistas de transmitir conteúdos [...]. (De ALMEIDA, 2003,
p.04).

O Texto impresso, telefone, correio terrestre e aéreo, gravador, retroprojetor, rádio,


televisão, fax, videocassete, todas são tecnologias já testadas. Mas essas tecnologias não
serviram para alterar a hierarquização do ensino. Suas possibilidades de uso expressam um
paradigma empiricista de dependência do aprendiz a uma organização lógica, social, psicológica
de ensino, que concebe a aprendizagem como uma mudança imposta de fora para dentro.
Como vimos anteriormente, tecnologia é o conjunto de ferramentas e o uso que
fazemos delas, portanto, o livro e até mesmo o giz são ferramentas da tecnologia. E na
educação, que visão tem a tecnologia?
Parece restringir-se ao uso do computador e a internet. Se considerada desta forma,
então veremos que existe mesmo a exclusão e que negamos nossa história, pois é grande o
número de escolas que não dispõem dessas ferramentas. E o que entendemos e consideramos
tecnologia em Educação a Distância?
Para termos uma noção da evolução da comunicação à distância vale salientar que em 44
Nova Escola, setembro de 2005, foi destacado:
 1440: invenção da imprensa;
 1844: primeira transmissão pública por telégrafo elétrico;
 1876: invenção do telefone;
 1896: patente do telégrafo sem fio;
 1915: primeira transmissão de voz a longa distância pela rádio;
 1936: começam as transmissões públicas de TV;
 1943: invenção do computador digital eletrônico;
 1962: lançado o primeiro satélite internacional de
telecomunicações;
 1973: TV cabo comercial começa a operar;
 1975: surgimento do computador pessoal;
 1977: primeiras aplicações comerciais de fibra óptica;
 1980: padronização mundial dos aparelhos de fax;
 1983: lançamento dos primeiros celulares;
 1991: Surge a World Wide Web;

Notamos que em pequenos intervalos de tempo a evolução da tecnologia ascendeu de


forma extraordinária, proporcionando aos indivíduos maior acesso e rapidez às informações, por
isso estamos na era da comunicação, do conhecimento.
De acordo com Sartori (2002, p.43), o século XIX trouxe grandes avanços científicos e
tecnológicos que deram impulso inigualável para a capacidade humana de se comunicar,
contribuindo também para Educação à Distância. E é na tecnologia que a Educação a Distância
se sustenta, quebrando paradigmas, como por exemplo, que só se aprende e se ensina na
escola, especificamente entre quatro paredes, a sala de aula. O telégrafo, por exemplo, criado
por Morse, é um dos primeiros passos para o crescimento rumo aos meios de comunicação
modernos que utilizamos hoje.
Como a humanidade passa por estágios, e estes estágios se caracterizam por
determinadas revoluções e invenções, a Educação a Distância utilizou material impresso quando
a imprensa era a tecnologia mais moderna, entregando seus impressos via correio postal. Hoje
também permanece esta forma de comunicação na Educação a Distância, são os chamados
cadernos pedagógicos ou fascículos, que dão sustentação aos cursos, devido à facilidade e a
linguagem acessível usada para transmitir as informações. 45
Para Sartori (2002, p.44) do texto impresso, a Educação a Distância passou a utilizar
todos os meios de comunicação que já forem inventados. Dos meios de comunicação individual,
como o fax, o videotexto e o telefone, aos meios coletivos como videoconferências e
teleconferência, até meios de comunicação de massa, como o rádio e TV. Mas a Educação a
Distância utiliza, também, os meios de comunicação que são portadores de conteúdos e
mensagens, como fitas-cassete, fitas de vídeo, CD-ROM, cadernos pedagógicos, estes últimos
são chamados de recursos tecnológicos ou recursos didáticos e suas contribuições para
Educação à Distância são mais conhecidas entre nós.
Em seguida, com o surgimento do cinema, foi à vez dos filmes instrucionais cumprirem
com seu papel educacional. Posteriormente foi à vez do rádio, por volta de 1915, primeira grande
tecnologia eletrônica de comunicação de massa. O rádio reinou e ainda é um meio muito
utilizado como tecnologia que consegue transmitir a notícia ao vivo, imediatamente. Transmitiu
muitas aulas e orientações pedagógicas em países diversos como a Alemanha, EUA e muitos
outros. Cedeu espaço, no entanto, para a televisão. De acordo com Sartori (2002, p.44) o uso da
TV, como recurso educativo data da década de 40.

A imagem televisiva superpõe linguagens e mensagens, somando-as, sem,


entretanto separá-las. Isso facilita a interação com a audiência e aumenta seu poder
de influência. Somos tocados pela comunicação televisiva sensorial, emocional e
racionalmente. Sua linguagem poderosa, dinâmica, responde tanto a sensibilidade
das crianças e dos jovens quanto à dos adultos, dirigindo-se antes a afetividade que
a razão, interferindo nas atividades perceptivas, imaginativas e comportamentais.
(TV NA ESCOLA, 2001, p.10).

Percebemos o grande potencial e influência que exerce a televisão na educação de


forma geral, mas parece que ainda é um meio pouco explorado.
O vídeo tem um papel tão importante quanto às aulas presenciais, os cadernos
pedagógicos e os recursos de informática aplicados a distância através da internet.

Os vídeos têm como função o enriquecimento dos temas e das atividades propostas
aos alunos, significando, pois, que a tônica dos encaminhamentos pedagógicos está centrada no
material escrito. Derivando dele as solicitações de esclarecimento pelo aluno junto à equipe
orientadora, procedimento fundamental que possibilita o acompanhamento constante do aluno
em todo o seu percurso acadêmico.
46
O computador e a Internet são ferramentas que estão contribuindo para aumentar as
possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores, com o uso do correio
eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes virtuais de aprendizagem e
outros.
Para Sartori (2002, p.46) essas são formas não simultâneas de estabelecer
comunicação, no entanto, a Internet está permitindo que a comunicação ocorra de forma
simultânea, o que é possível através da sala de bate-papo, das videoconferências e
teleconferências.
Quando falamos aqui de novas tecnologias, estamos significando as tecnologias
interativas da informática e da comunicação, as tecnologias eletrônicas que estão tornando
possível a inteligência distribuída na sociedade. À inteligência coletiva, os computadores, os
sistemas de simulações, os hipertextos, as multimídias, as redes de computadores que
asseguram a interconectividade, ultrapassando os limites de espaço e tempo físico.

Essas novas tecnologias, os computadores e as redes internacionais de computadores


aportam recursos completamente inusitados e transformadores que poderão dar à Educação a
Distância uma concepção totalmente nova.

Aretio (2001) destaca que assim como outras tecnologias como imprensa, telefone,
rádio, cinema e televisão causaram autênticas revoluções quando surgiram, as novas
tecnologias possuem maior impacto devido às “suas características de globalização, rapidez e
capacidade de crescimento".

A área educacional, inserida na base da sociedade, não pode ignorar essa realidade
tecnológica e deverá incorporar gradativamente a modalidade de Educação a Distância em suas
atividades didático-pedagógicas, como forma de atender a um grande número de pessoas e de
democratizar o acesso ao conhecimento.
Mas é necessário ressaltar que os alunos que freqüentam a Educação a Distância
ainda não desenvolveram totalmente o hábito de se comunicar via computador e internet,
preferem com certeza o material impresso, que lhes da maior segurança.
Para Sartori (2002, p.46):

Na medida em que as tecnologias foram sendo desenvolvidas, a Educação a


Distância as incorporou de modo mais ou menos imediato. A busca em proporcionar
o acesso ao conhecimento a pessoas geograficamente distantes dos centros de
ensino, ou com qualquer outro impedimento para freqüentar a escola presencial, fez
47
com que fossem utilizados todos os recursos tecnológicos existentes que viabilizam
a troca eficiente de informação, a comunicação multidirecional e a crescente
interatividade entre alunos, corpo docente, tutoria e administração do curso. Desta
maneira, a Educação a Distância está profundamente relacionada aos meios de
informação e comunicação, sejam eles meios de comunicação de massa ou não.
Quem está ganhando com isso é o aluno de curso a distância, pois o grau de
interatividade está cada vez maior.

De forma efetiva, a tecnologia foi absorvida pela Educação a Distância. Não só as


tecnologias mais recentes, mas a primeira forma de comunicação, a escrita.
O caderno pedagógico e os guias de estudo são materiais com características auto-
instrucionais, que contêm resumos, exercícios, bibliografias para aprofundamento de estudos e
apresenta função formadora.
As fitas de vídeo e de áudio com aulas elaboradas pelos professores da disciplina têm
como objetivo o enriquecimento dos temas e atividades propostas aos alunos, para melhor
compreensão dos cadernos pedagógicos.
O Telefone, fax, videoconferências, teleconferências, e-mail, chats, fóruns, internet,
computador são instrumentos que devem ser usados para sanar dúvidas referentes aos
conteúdos abordados nos cadernos pedagógicos ou nos vídeos.
Esses meios de comunicação e informação devem ser utilizados de forma harmônica,
entendidos como meios facilitadores de aprendizagem, de interação, cooperação e uma forma
de superar as distâncias geográficas, umas usadas com maior intensidade do que outras, de
acordo com a realidade de cada turma, cada município e de cada aluno.

No ambiente virtual podem ser disponibilizados vários espaços que permitem ao


professor interagir com os alunos, respondendo as dúvidas, enviar e-mail, receber e corrigir
trabalhos, atribuir notas, editar e publicar avisos, participar de fóruns. Disponibiliza também os
conteúdos da disciplina, com indicativos de sites para acesso a conteúdos complementares,
dados da turma, lista de alunos, enfim, uma forma de interação e permanente comunicação que
ameniza a distância geográfica (CECHINEL, 2000, p.9).

48

Cabe destacar que o foco de todo o programa educacional é o aluno, e independente


das tecnologias utilizadas, "... é a interação entre professores e alunos um dos grandes pilares
para garantir à qualidade do trabalho pedagógico de um curso a distância”. (FERREIRA
REZENDE, 2003).

4.1 Ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet no processo de ensino-


aprendizagem

Vamos abordar as ferramentas de aprendizagem colaborativa no processo de ensino-


aprendizagem escolar. Você irá conhecer melhor cada uma delas, suas contribuições,
especificidades e saber como e quando recorrer ao seu uso pedagógico para dinamizar,
estimular e potencializar suas aulas.
4.2 Conhecendo as ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet (wiki, blog,
chats e fóruns), no processo de ensino-aprendizagem.

Antes de iniciarmos a descrição das ferramentas colaborativas de aprendizagem na


Internet, vamos entender melhor o que é uma aprendizagem que ocorre de forma
colaborativa.
Seu embasamento teórico está calcado na teoria construtivista de aprendizagem,
pois visa em primeiro lugar à interatividade como fonte para a aquisição do conhecimento. 49

“Todo e qualquer crescimento cognitivo só ocorre a partir de uma ação, concreta ou


abstrata, do sujeito sobre o objeto de seu conhecimento. Por conseqüência a teoria
construtivista de aprendizagem baseada na Epistemologia Genética tem este
pressuposto como sua pedra estrutural, colocando a ação, ou mais especificamente
a interação como requisito fundamental para sua prática”. (NITZKE, CARNEIRO,
GELLER, 1999, p. 1)

Por isso o trabalho de forma cooperativa, com o sujeito da aprendizagem em interação


com o objeto de conhecimento e os outros sujeitos, faz com que o pensamento e o convívio
social aumente e melhore, pois é necessário elaborar regras comuns, colaborar com
pensamentos e idéias úteis ao grupo sendo que estas, devem circular sem hierarquia, havendo
respeito e liberdade para expressão. Desenvolvendo estas atitudes o trabalho do grupo cresce e
cada indivíduo amadurece, tanto no sentido individual quanto o sentimento de estar e fazer parte
de uma comunidade.

Um “ambiente colaborativo de aprendizagem” com o uso do computador é aquele


que permite uma comunicação e uma ação igualmente divididas e hierarquizadas, com o
suporte de alguns recursos tecnológicos, auxiliando várias pessoas a manterem suas
participações.
Esta participação deverá, portanto, ocorrer de forma não-linear, em “mão-dupla”,
assim todos podem interagir no processo de comunicação. Por isso, os ambientes
colaborativos dizem respeito ao processo, produto e avaliação. Dessa forma, existe um
único objetivo a ser alcançado por todos os participantes, que deverão tra balhar juntos para
a execução destes.
Portanto, diferente de trabalhos em grupo tradicionais cujas tarefas são divididas e
os resultados posteriormente agrupados, na aprendizagem colaborativa todas as tarefas
são executadas por todos os participantes.
Como estamos abordando a tecnologia para potencializar os processos de ensino -
aprendizagem, vê-se que nos últimos tempos a Internet tem oferecido diversos recursos
que permitem a interação entre os usuários. Com isso surge a possibilidade de utilizar tais
recursos para criar ambiente de aprendizagem colaborativa.
Dentre estes recursos estão os blogs, chats, fóruns e wiki. Cada um possui uma
lógica de utilização diferente, por isso cada um é indicado para situações pedagógicas
específicas, porém pode haver diferentes conjugações entre eles.
Estes recursos possuem em comum um aspecto dinâmico de comunicação, se 50
mostrando atraente, pois têm o poder de aproximar as pessoas, seus pensamentos e
sentimentos. Por isso podem ser utilizados como grandes aliados no processo educacional,
pois são motivadores e fazem parte do mundo, do repertório e das necessidades de grande
parte dos estudantes.
É importante destacar também que o uso de tais ferramentas é mais bem utilizado
quando integrado a um projeto interdisciplinar. Desta maneira, para que o trabalho
colaborativo funcione é preciso trabalhar uma visão holística da realidade, pois a vivência em
comunidade é muito complexa (todos juntos, em prol de um objetivo), tornando qualquer
situação de aprendizagem muito mais significativa, por isso o trabalho por Projetos se justifica.
Os projetos irão dar o suporte para que os conteúdos deixem seu estado estanque e assumam
uma visão transdisciplinar, cuja aquisição se fará através do diálogo e interações, ou seja, uma
aprendizagem que se dá de forma ativa.

4.3 Por que utilizar uma ferramenta colaborativa?

Esta é uma questão que pode ser respondida por diversos ângulos. Um deles é o
desenvolvimento do “aprender a conviver”, uma das competências fundamentais para o cidadão
do século XXI. Nos trabalhos colaborativos, os estudantes aprendem a conviver, a debater, a
discernir e a elaborar regras. Trabalham com o diferente (pensamentos, posturas, valores, etc.),
para chegar a UM pensamento: o pensamento coletivo. Este é mais que todos os outros juntos,
é fruto da interação e da aprendizagem.

Outro motivo para a utilização das ferramentas colaborativas é seu aspecto dinâmico,
criativo, divertido e lúdico. Aspectos estes que estimulam e motivam os alunos. Hoje existem
muitos recursos que possibilitam criar páginas com visuais diferentes, utilizando fotos, vídeos e
animações, criando espaço para o aluno deixar a criatividade livre.

Um terceiro fator é o grande potencial que as ferramentas colaborativas oferecem para o


desenvolvimento da linguagem. Nas conversas síncronas o pensamento deve ser rápido e o uso
da linguagem escrita se funde com a linguagem oral, ocasionando um processo de comunicação
extremamente ágil e complexo, fazendo com que o aluno seja levado a organizar pensamentos e
a comunicar-se de forma clara e rápida. Nas outras ferramentas assíncronas o desenvolvimento
da linguagem escrita é estimulada e com isto os alunos são levados a fazerem maior uso da 51
leitura, pois precisam ler as contribuições dos outros colegas e precisam redigir também,
melhorando a capacidade de lógica e estrutura da língua formal.

Um quarto fator é desenvolver uma Educação e uma Cultura Digital nos alunos, esta tão
importante no nosso tempo. Sabe-se que o mundo atual é dominado por tecnologias que
facilitam e incluem sujeitos nos processos sociais, econômicos e políticos, por isso temos que
integrar e unir a escola e as práticas pedagógicas a esta nova lógica, formando cidadãos que
saibam utilizar e que sejam críticos no uso destas novas tecnologias.

Há ainda a possibilidade das ferramentas colaborativas “quebrarem os muros” da escola


devido às suas possibilidades temporais e geográficas. Assim os alunos de uma escola podem
conversar em diferentes horários (extra-escolares) e manter contato com povos e pessoas de
outros contextos.

Estas ferramentas serão sempre úteis quando o objetivo do processo de ensino-


aprendizagem for à construção coletiva de conhecimentos, que sejam construídos através de
conteúdos significativos e do diálogo, que visem uma aprendizagem verdadeira, na qual todos
podem participar.

Outros fatores você irá constatar, aplicando e avaliando as ferramentas colaborativas


nas suas aulas. Existem muitas outras possibilidades. Mãos à obra!

4.4 Didática no uso de ferramentas de aprendizagem colaborativa: processo e avaliação

Alguns aspectos didáticos devem ser observados quando se aplicam ferramentas


colaborativas no processo de ensino aprendizagem. Veja abaixo alguns deles e adapte à sua
prática.
Num ambiente colaborativo os papéis são relativizados, há uma
flexibilização de papéis, dessa forma o professor aprende junto com os
alunos e estes aprendem em interação uns com os outros;

Devem-se valorizar diferentes autorias e idéias elaboradas pelos alunos;


52

O ambiente colaborativo é democrático;

As colaborações podem ser individuais ou coletivas;

Questões e as situações de aprendizagem devem levar a novos debates


e idéias;

A avaliação deve ser contínua, tanto dos grupos quanto individualmente.


Devem-se avaliar posturas, colaboração e contribuições individuais e o
crescimento cognitivo e afetivo do grupo;

A avaliação deve servir para reorientar e dar feedback. Dessa maneira,


os erros são corrigidos a tempo e os resultados são positivos. Além
disso, o professor pode acompanhar o processo de aprendizagem e
pensamento do grupo;

Todas as situações de aprendizagem devem ser devidamente planejadas


e ter objetivos claros. Assim os alunos poderão construir metas e não
correr o risco de se perderem;
53

Deve-se escolher a ferramenta interativa mais apropriada para cada


situação de aprendizagem, ou seja, escolher uma ferramenta síncrona ou
assíncrona e suas devidas variações de estilo, combinando-as com os
objetivos das aprendizagens.

Preocupação em garantir o máximo de comunicação e boas relações


interpessoais;

Combinar avaliação qualitativa com avaliação somativa, ou seja, a


quantidade de participações e sua produção caminham junto com a
postura do grupo;

Construir o sentimento de confiança e respeito nos companheiros de


grupo;
Para o trabalho colaborativo (e por projetos) dar certo, os professores
trabalham em equipe;

54

O tamanho dos grupos é um fator decisivo para os trabalhos


colaborativos. Com até duas pessoas há forte interação social; a partir
daí, quanto mais componentes tiver o grupo, maiores são as diversidades
de opiniões, porém a partir de 10 participantes o grupo poderá ficar
disperso.

Avaliar com suporte das ferramentas escolhidas e a partir dos objetivos


esperados. Lembramos que as ferramentas tecnológicas permitem um
monitoramento de freqüência de acesso, postagens, etc., por isso fica
muito mais fácil avaliar continuamente e monitorar participações e
contribuições;

O professor precisa conhecer as características da aprendizagem


colaborativa e manipular a ferramenta escolhida para poder facilitar o
processo de ensino-aprendizagem.

A utilização destas ferramentas pode ocorrer tanto nos Laboratórios de


Informática da escola (ou em um computador que esteja disponível)
quanto em horários extra-escolares. A escolha dependerá dos objetivos a
serem atingidos ou da proposta de aprendizagem. Mas é preciso lembrar
que antes do aluno manipular estas ferramentas em horário extra-
escolar, o professor deverá ter orientado o aluno anteriormente, para que
este faça o bom uso dos recursos colaborativos.

55

Portanto, agora que você já conhece alguns dos benefícios de se trabalhar por
ferramentas colaborativas de aprendizagem, acompanhe no próximo módulo um a um sua
descrição.

4.5 Blog

“Um weblog ou blog é uma página web com notas colocadas em ordem cronológica
inversa, de forma que a anotação mais recente é a primeira que aparece (GONZÁLEZ, 2005 p.
3)”.

Um blog é uma espécie de diário virtual, mas que tem sua lógica invertida, ou seja,
num diário tradicional o autor não tem a intenção de que leiam suas anotações. Porém num blog
a intenção é justamente contrária, quanto mais lido e visitado é um blog, melhor ele é.

Os serviços de blog permitem atualizações (que podem ser quase que instantâneas),
comentários por parte dos visitantes, postagem de fotos e músicas, e possui também um recurso
chamado lista de links. Nesta, o autor do diário pode colocar links para outros blogs, formando
uma teia de comunicação.

Este recurso é um meio de comunicação bastante democrático e difundido pelos


usuários da web, pois em sua maioria são oferecidos de forma gratuita e permitem aos usuários
a possibilidade de expressarem suas idéias na rede, vendo e sendo vistos, criando até redes de
interesses e relacionamentos.
Uma das principais características do Blog é que estes pequenos textos, nele
apresentados, podem ser lidos e comentados pelas pessoas que tenham acesso ao
mesmo. Os Blogs podem ser utilizados no contexto educacional (em instituições
acadêmicas ou empresariais) para várias finalidades. Dentre elas é possível destacar
os trabalhos em equipe, anotações de aula, discussão e elaboração de projetos
acompanhados ou não de imagens. Estas possibilidades, além da facilidade de
utilização, organização de conteúdos e comentários, ampliam as possibilidades de
complementar as aulas dos professores de forma inovadora e atraente. 56
BERTOCHI, 2004. Disponível em:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principa
l&id_inf_escola=68. Acesso out. 2007
Quando utilizar um blog?

Se o objetivo da proposta de atividade ou do projeto forem as descritas abaixo, o


blog é uma boa ferramenta e permitirá:
- Aumentar e aproximar a relação professor-aluno, professor-família, ou escola-
família, pois o blog permite uma interação que ultrapassa o horário escolar, ou seja, as
interações podem ser feitas em casa, onde os alunos poderão mostrar tudo o qu e é
produzido nas aulas. Permitindo à família maior participação no processo;
- Incentivar o uso de diários e agenda. Um blog é uma ótima ferramenta para
estimular organização e reflexão diárias. Pode ser utilizado como auxiliar na organização
dos estudos e do acompanhamento por parte do professor;
- Organização de portfólios (webfólios). Os webfólios poderão ser ótimas
medidas avaliativas do tipo qualitativas, visto que valoriza as produções dos alunos de
forma a criar uma reflexão destes sobre sua própria ação (leia página 21);
- Alfabetização digital. Uma vez que estimula à escrita e a leitura, estas que
possuem também suas características próprias do uso da Internet, como: ícones,
abreviações e palavras próprias do meio;
- Utilizar diferentes níveis de linguagem. Esta ferramenta irá aproximar e
favorecer o diálogo e a interatividade (através dos comentários) de alunos em diferentes
fases de desenvolvimento, assim todos poderão aprender mutuamente. Outra vantagem é
a possibilidade de utilização de diversos gêneros, como: relatos, narrações, descrições,
crônicas, etc.;
- Criação de jornal ou revista online. O blog permite atualização constante.
Essa atividade possibilitará aos alunos estarem sempre atualizados e criará a noção de
responsabilidade, na medida em que o jornal for visitado por outras pessoas;
- Desenvolver a noção de tempo. O blog, pelo caráter temporal, permite aos
alunos criar e estimular a noção de tempo. Deve-se ressaltar que o tempo na Internet é
muito “ágil”, por isso é importante manter o blog sempre atualizado;
- Publicar produções. O blog permitirá a publicação dos materiais produzidos
pelos alunos, dando papel de destaque e relevância a estes, o que estimula e motiva os 57
alunos no processo ensino-aprendizagem;
- Cria identidade (individual ou grupal). O aluno e o grupo se sentirão
responsáveis por criar e manter a atualização do seu blog, criando sua identidade,
utilizando e criando para isso o visual do blog, seu estilo de publicação, sua relação de
links, etc.;
- Espaço para o aluno se expressar livremente, valorizando suas idéias e
suas produções. Esta medida aumenta a auto-estima e estimula o aluno;
- Criar redes de afinidade. Este é um dos objetivos ao se implantar o blog no
processo educativo, pois os alunos poderão se concentrar em assuntos do seu interesse,
mantendo e estabelecendo contato com outras pessoas de diversos lugares, idades,
classes, etc.

Como proceder didaticamente com blog?

Existem diversos tipos de blog, com diversos tipos de gerenciamentos e

criações:

- Blog criado pelo professor: nele coloca-se o programa, com conteúdos e orientações
de estudo, materiais para suporte, atividades propostas, espaço para sugestões, tira-dúvidas,
resolução de exercícios, etc. Ele deve estar aberto às opiniões dos alunos e da família.
- Blog criado pelo aluno: é importante salientar que o aluno pode ter um blog na
Internet, independente da ação do professor, porém deve ser estimulada a criação de um blog
específico para o uso educativo, seja para desenvolvimento de um Projeto, para a realização de
uma atividade ou como meio avaliativo. Nele o professor interage, encaminhando, sugerindo,
elogiando e questionando os trabalhos. A família também deve interagir e acessar, mantendo-se
atualizada, participando da vida escolar de seus filhos.
Veja como deve ser a ação do professor e sua postura diante do blog como ferramenta
colaborativa de aprendizagem:

- Avalie os temas dos blogs. São relevantes? Os blogs partirão de uma atividade
direcionada ou poderão ser de criação e responsabilidade do aluno? Promova, sempre que
possível, debates e questionamentos nos blogs. Incite-os a acessarem e comentarem o blog dos
58
outros colegas;

- Crie regras de utilização, como o código de conduta. Exemplifique como poderão


ser as postagens e os comentários. Para um blog em comum para toda turma, crie uma única
senha para todos os blogs ou divulgue as senhas, dessa maneira todos terão acesso e com isso
evitarão comentar e postar materiais indevidos;

- O professor pode ainda, montar vários grupos, com blogs com um mesmo tema,
(confrontando as diferentes visões dos diversos blogs) ou para discutir diferentes áreas

Assíncrona (diversificando as atividades).


Nesta última opção pode-se
O que não é síncrono, que não se realiza ao
mesmo tempo. Processo de comunicação em fazer um rodízio, sempre
qual a mensagem emitida por uma pessoa é
trocando os blogs para que
recebida e respondida mais tarde pelas outras.
Exemplos: curso por correspondência todos tenham a oportunidade
(correspondence course); correio eletrônico (e-
mail); algumas teleconferências de abordar diferentes
computadorizadas (computer conference). assuntos;
Contrastar com comunicação sincrônica
(synchronous communication).
- Como o blog é uma
ferramenta assíncrona (pode ser
utilizado em diferentes momentos, por diversas pessoas), potencializa a união do grupo, por
isso estimule seus alunos a acessarem o blog fora da escola;
- Coloque “medidores de acesso” nos blogs dos seus alunos. Esta medida irá
estimulá-los;
- Avalie a escrita (hipertextual), a capacidade de fazer ligações entre as diversas
postagens e publicações e sobre os comentários nos outros blogs. Você como professor pode
permitir o uso próprio da linguagem da Internet (com abreviações e códigos) ou não,
estimulando o uso da linguagem formal. Porém não se esqueça de que a linguagem típica da
Internet irá motivar, pois faz parte da cultura dos alunos;
- Não se esqueça que um blog pode ser gerenciado por e-mail e só os
comentários autorizados pelos usuários estarão no ar. Dessa maneira, você irá criar
responsabilidade e respeito entre os usuários dos blogs;
- Avalie também a atualização de um blog e seu número de postagens, o que é
imprescindível. Esta avaliação pode ser considerada somativa e qualitativa, uma vez que
observa as atitudes e ações (construções de pensamento) dos alunos;
- Avalie o nível de análise crítica através dos comentários e de publicações;
- Avalie também a 59
Síncrona
capacidade de trabalhar em grupo,
O que se realiza ao mesmo tempo, em
verificando se todos os componentes tempo real. Termo utilizado em educação
do grupo comentam e postam a distância para caracterizar a
comunicação que ocorre exatamente ao
materiais; mesmo tempo, simultânea. Dessa forma,
as mensagens emitidas por uma pessoa
são imediatamente recebidas e
respondidas por outras pessoas.
Exemplos: ensino presencial,
4.6 Chat
conferências telefônicas e
videoconferências. É o oposto de
comunicação assíncrona.

O chat ou a sala de bate-papo é uma ferramenta colaborativa onde o diálogo é


feito de forma síncrona. Já é utilizada e conhecida há algum tempo pelos internautas. É muito
utilizada para entretenimento e conversas informais. Porém pode ser utilizada como recurso
educativo.
Num chat a conversa é feita através de trocas de mensagens escritas, entre
duas ou mais pessoas, mas com o desenvolvimento de novas tecnologias outros recursos além
da escrita podem ser usados, tais como: áudio, vídeo e envio de arquivos. Tudo isso “aproxima”
os participantes, podendo ouvir, ver e serem vistos.
É preciso lembrar que chats são meios comunicacionais que exigem rapidez e
velocidade de pensamento. Por isso seu ritmo é bastante ágil, como em uma conversa real.

Quando utilizar um chat?

Os chats serão úteis quando:


- A atividade planejada requerer um diálogo rápido e/ou informal, como um bate-papo;
- Interpretação e formulação de idéias que se dêem em curtos espaços de tempo,
auxiliando no desenvolvimento da linguagem (oral e escrita que se fundem neste tipo de
comunicação);
- A criação e a execução de regras forem necessárias para o amadurecimento do
grupo. Neste tipo de ferramenta o cumprimento de regras é essencial para o bom funcionamento
da conversa;
- Houver um especialista ou quando um ou mais estudantes forem tratar de algum
assunto específico; 60
- A intenção é aproximar os participantes do chat e, por conseqüência, da Internet. Por
ser uma ferramenta que possibilita conversas informais, ela aproxima e cria laços afetivos nos
participantes.

Como proceder didaticamente com chat?

Veja alguns procedimentos úteis ao utilizar um chat como recurso educativo.

- Diferente de outras ferramentas, o chat (uma ferramenta síncrona) depende de


agendamento prévio para acontecer, pois todos os convidados devem estar conectados ao
mesmo tempo e alguns deles podem estar geograficamente distantes;

- O chat é mais bem utilizado quando os estudantes são divididos em pequenos


grupos. Assim, a interação e a comunicação ocorrem com mais facilidade e objetividade;

- Como já foi dito anteriormente, este é um recurso no qual é fundamental


estabelecer regras claras para sua boa utilização, tais como: o autor e os diferentes grupos
do chat devem utilizar cores (para a digitação) diferentes, facilitando a identificação dos
autores das mensagens; não utilizar letras maiúsculas, pois sinalizam que o usuário está
“gritando”; utilizar emoticons (ícones como rostos felizes, beijos, etc.) sempre que possível,
identificando e facilitando a interpretação das mensagens; combinar regras de conduta e de
linguagem;

- É importante um estudo prévio quando o chat for abordar um assunto específico,


pois assim a conversa poderá ser mais bem direcionada, proporcionando maiores
esclarecimentos;
- O professor ou o aluno (ou grupo de alunos) responsável por guiar a conversa
deverá ter um domínio amplo sobre o assunto tratado, pois no momento da conversa várias
perguntas e direcionamentos podem ser tomados;

- Deve-se explorar a conversa de maneira que todos dialoguem entre si, não
hierarquizando nenhum participante ou idéia debatida;

- Divida previamente os alunos em grupos que ficarão responsáveis por algumas


funções, tais como: observação e síntese/problematização/conclusão. Dessa maneira, ao 61
término ou no momento do chat estes deverão elaborar relatórios e/ou agirem de acordo
com suas funções. Esta providência irá contribuir para uma melhor organização e
aproveitamento do chat. Por exemplo: o aluno responsável pela problematização deverá
questionar e criar situações que estimulem o diálogo; o aluno responsável pela conclusão,
ao final do chat, pode encerrar a discussão e “fechar” os assuntos discutidos, clareando e
organizando-os; já o aluno responsável pela observação e síntese elaborará um relatório ou
uma ata do chat que pode ser publicado posteriormente;

- Elabore junto com os alunos um planejamento ou cronograma dos temas a


serem abordados. Estipule o início e o término da conversa e ainda o tempo necessário
para conversar sobre determinados assuntos;

- Eleja um mediador. Este aluno ou especialista irá encaminhar as discussões;

- No início do chat todos os participantes devem apresentar-se. E ao final do


mesmo, todos devem despedir-se. Com esta medida a harmonia e o respeito irão perpassar
toda a conversa;

- O professor pode elaborar uma tabela para avaliar a performance dos alunos. Veja o

exemplo:

Participante/aluno Participação (nº de opiniões Grau de pertinência das


colocadas). contribuições para o assunto.

Nenhuma – 0 Nenhuma – 0
Pouca – 1 a 3
Média – 4 a 7 Pouca – 1 a 3

Muita – 8 a 10 Média – 4 a 7

Muita – 8 a 10

José Média Muita

62

- O professor pode pedir relatórios e auto-avaliações posteriormente à execução dos


chats. Por ser um meio comunicacional muito dinâmico, não permitindo muita reflexão, é
necessário que esta se dê posteriormente à sua realização.

Muitas atividades podem ser desenvolvidas com o uso dos chats. Pode-se
utilizá-lo na culminância de Projetos, os pais conectados ouvem e conversam com seus filhos a
respeito de suas produções, sendo que estas podem ser enviadas como arquivos durante a
conversa. Outra opção são as conversas, os debates e os seminários “intersalas” ou entre
colégios diferentes. Escolhe-se um tema em comum aos estudantes e estes trocam informações.
O uso de “palestras” ou debates com especialistas sobre um determinado assunto também
funcionam muito bem. O chat também pode ser usado como recurso para “plantão”, no qual o
professor dispõe de um horário marcado (extra-escolar) para tirar dúvidas. Agindo assim o
professor extrapola sua ação pedagógica em horários e locais diferentes da escola.

4.7 Fórum

Os fóruns e as listas de discussão são espaços online que permitem discussões


assíncronas. Eles funcionam a partir de temas específicos. As listas de discussão são
socializadas através do correio eletrônico e os fóruns funcionam com espaço próprio, onde as
contribuições são arquivadas em uma seqüência que mostra a continuidade de uma discussão.
Possuem ainda facilidades, como poder visualizar mensagens que já foram lidas, o que colabora
para o acompanhamento do debate. Alguns deles permitem também anexar arquivos (textos,
fotos, slides, etc.) que podem complementar o diálogo.
O fórum, por ser assíncrono, permite ao usuário um maior aprofundamento do tema
para o debate. Sua linguagem é semelhante à escrita, porém pode-se utilizar emoticons ou
recursos próprios do meio, pois o que se espera é se fazer compreender e compreender também
os outros participantes.

Estes recursos são muito eficientes para se criar comunidades virtuais, isto é, pessoas
que possuem algo em comum e desejam compartilhar conhecimentos.

Como nos fóruns ocorre a interatividade e discussão sobre determinados assuntos, 63


estes se mostram como ambientes muito ricos no processo de ensino-aprendizagem, pois as
participações, as interpretações e as trocas de idéias, fazem mais que um somatório de opiniões,
sendo o produto desta interação superado, contribuindo com as idéias iniciais.

Quando utilizar um fórum?

A grande diferença entre um fórum e um chat é o seu modelo temporal, ou seja,


o fórum é um meio assíncrono e o chat é síncrono.

O que decorre disto é que nos fóruns os debates são mais embasados teoricamente e
também mais elaborados, permitindo maiores reflexões e estudos, enquanto no chat, pela sua
agilidade, não permite este tipo de aprofundamento.

Por isso, quando a intenção das atividades for um maior aprofundamento a cerca de
um determinado assunto, sendo promovido através de debates e trocas idéias, o fórum é a
melhor opção.

Veja abaixo outros objetivos que podem ser alcançados com o trabalho nos fóruns:

- Criar hábito de pesquisa para fundamentação teórica no diálogo nos debates;

- Aprimorar o uso da linguagem escrita. Nos fóruns é preciso habilidade para escrever
e interpretar, pois o que se deseja é firmar sua opinião e discutir visões e posições com outros
participantes;

- Alfabetizar digitalmente, pois com a utilização dos fóruns os alunos irão se apropriar
de hábitos, particularidades e linguagem, próprias do meio digital;
- Criar laços afetivos com os participantes, que através dos debates irão firmando
pontos em comum;

- Aprimorar a capacidade de argumentação, fundamental para a participação em


fóruns;

- Adquirir espírito de equipe e trabalho colaborativo, onde todos aprendem juntos. Nos
fóruns a própria aprendizagem e a aprendizagem dos colegas dependem da participação de
cada um; 64

- A utilização do fórum é sempre interessante quando aborda um tema inquietador,


desafiador, com múltiplas visões, ou quando engloba temas do interesse do público-alvo, que se
mostrará motivado em participar.

Como proceder didaticamente com fórum?

Abaixo estão algumas maneiras de proceder didaticamente em fóruns ou listas


de discussão.

- O professor pode ser o moderador da discussão ou escolher um aluno para assumir


esta função. O moderador encaminha o debate, interfere quando há divergências, sugere leituras
e provoca novas problematizações;

- O tema de um fórum deve ser desafiador e estimulante, preferencialmente formulado


através de questionamentos;

- Escolha um aluno ou um grupo para fazer uma síntese ao final do fórum, contendo os
pontos de vista discutidos e se possível alguma conclusão sobre o tema;

- Utilize no fórum um tipo de tabela para avaliar o desempenho dos alunos. Veja o
exemplo:

Participante/ Participação (nº de opiniões Grau de pertinência das


aluno colocadas). contribuições para o assunto.

Nenhuma – 0 Nenhuma – 0
Pouca – 1 a 3
Pouca – 1 a 3
Média – 4 a 7
Média – 4 a 7
Muita – 8 a 10
Muita – 8 a 10
65
José Média Muita

- O fórum pode utilizar grupos pequenos ou vários alunos para discutirem os temas.
Caberá ao professor definir quantos integrantes poderão debater ao mesmo tempo. Esta variável
depende da complexidade do tema e dos objetivos a serem alcançados;

- Utilize os fóruns para realizar enquetes na escola ou fora dela. Para isso use um tema
de grande amplitude, que esteja sendo mostrado pela mídia ou que faça parte do cotidiano dos
participantes;

- Como o fórum é uma ferramenta assíncrona, a família também pode participar das
discussões, o que a aproxima da escola e do aluno;

- Outra opção é entrar em uma lista de discussão ou grupo já criado, dessa maneira os
alunos irão precisar conhecer e adaptar-se a pessoas diferentes e novas;

- Os fóruns também servem para aplicar o modelo de “plantão” na escola. A diferença


é que este pode ser permanente, diferente dos chats que devem acontecer em um determinado
horário;

- Um fórum pode movimentar e incluir a opinião de toda uma escola, entre classes,
entre pais, entre professores, enfim, escolha a melhor opção, não se esquecendo de planejar
cuidadosamente sua atividade, para avaliá-la corretamente.
4.8 Wiki

Um wiki (significa rápido em havaiano) é uma página web


colaborativa. É elaborada através do trabalho coletivo de
diversos autores. É similar a um blog na sua lógica e
estrutura, porém nesse caso, qualquer um pode editar
seus conteúdos mesmo que estes tenham sido criados 66
por outra pessoa. Permite que se vejam rascunhos ou
modificações do texto até que se tenha a versão
definitiva. O termo wiki se refere tanto ao site web como
ao software utilizado para criar e manter o site.
(GONZÁLEZ, 2005, p. 7)

É uma ferramenta colaborativa assíncrona que se destina ao registro e produção de


comentários e textos com caráter coletivo, facilitando e possibilitando sistematizar e explorar
idéias, formando um único texto, com a colaboração de todos.

Sua vantagem é a possibilidade de edição de textos hipertextuais e publicá-los


posteriormente (em páginas específicas). O wiki é uma ferramenta muito interessante ao
processo educativo uma vez que sem ela a realização de determinadas atividades online seriam
impossíveis, pois nela os alunos podem ser ao mesmo tempo, leitores, editores e autores de um
texto.

Permite ainda postar textos e fotos, colocar links para outras páginas e para
desdobramentos da própria página da wiki. Alguns wikis permitem também postar comentários.

No wiki não existe um mecanismo de revisão, esta fica por responsabilidade dos
autores do texto. Um wiki famoso é o site do Wikipédia, uma enciclopédia online colaborativa, ou
seja, qualquer usuário pode editar e modificar seu conteúdo, num trabalho de aperfeiçoamento
contínuo.

Há duas visões a respeito desse tipo de ferramenta. Em uma delas estão os que não
acreditam na veracidade das informações, devido à possibilidade de edição por qualquer
usuário, porém há outros que afirmam que quanto mais pessoas acessam e modificam um texto,
mais correto e atualizado ele fica.
Quando utilizar um wiki?

O wiki poderá ser útil quando a atividade proposta for um trabalho em grupo. Dessa
maneira o professor pode acompanhar todo o processo de construção, elaboração e edição. É
uma forma nova de realizar trabalhos em grupo e irá motivar os alunos, pelos recursos que
oferece e também porque torna o trabalho colaborativo mais fácil e ágil.

Veja algumas competências e objetivos a serem alcançados pelos alunos ao usarem 67


wikis:

- A utilização de wikis leva e proporciona a oportunidade de aprimorar a organização, a


reflexão e a cooperação;

- Com o wiki há a possibilidade dos alunos construírem e ter a co-criação de conteúdos


de apoio para seu próprio estudo;

- O professor e os alunos devem juntos, por ser uma ferramenta colaborativa,


exercer o gerenciamento e serem responsáveis pelos seus wikis;

- Como um wiki pode ser modificado por qualquer usuário deve-se trabalhar a
confiança mútua;
- Para utilizar um wiki deve-se fazer um planejamento do seu assunto,
materiais que estarão disponíveis, quais serão seus componentes, etc.;
- O professor deve criar nos alunos uma familiaridade com a ferramenta antes
de sua utilização, pois é preciso aprender a colaborar e editar os conteúdos;
- Um wiki pode ser usado também pela equipe de professores para elaborar
colaborativamente os planejamentos escolares;
- A utilização de wikis irá formar alunos autônomos, participativos e com
senso crítico;
- Escolha junto com os alunos as discussões, temáticas, reflexões e sínteses
para os wikis.
- Num wiki não existe autoria. Os tratamentos e papéis assumidos são
horizontais. O que existe é o “nosso”.
Como proceder didaticamente com wiki?

Observe algumas sugestões de procedimentos didáticos para utilizar wikis:


- Os trabalhos em grupo poderão ser feitos fora do horário escolar e com supervisão do
professor e de outros colegas;

- Crie um ambiente lúdico, com colaborações espontâneas e de forma prazerosa;


68
- Compartilhe idéias, sentimentos, conteúdos, informações, etc., criando um espaço
livre para a turma;

- Publique trabalhos e produções. Os pais também podem colaborar postando


produções elaboradas colaborativamente;

- O professor deve acessar e comentar as produções e as interações dos alunos,


acompanhando de perto a produção dos trabalhos;

- Crie um wiki todo ano para cada turma e mantenha-o como forma de manter a
comunicação entre os alunos e os professores;

- Crie regras para a utilização de wikis. Esta ferramenta, como as demais,


também irá proporcionar a vivência destas.
- Avalie participações, contribuições e intermediações feitas pelos alunos.
Observe ainda sua criatividade ao elaborar e postar materiais, seu espírito de equipe,
respeito com o colega, etc.

4.9 Alguns exemplos de práticas educativas colaborativas

Webfólio: o portfólio da era digital

Sônia Bertocchi (26/03/2004)

Antes de falarmos de Webfólio, temos de relembrar o conceito de portfólio: porta-folha,


ou álbum usado geralmente por artistas para guardar seus esboços, ensaios e trabalhos mais
significativos.
Em uma situação de ensino-aprendizagem, o portfólio funciona como um recurso para
registro organizado de projetos e trabalhos produzidos por alunos durante um período. Constam
dele também os instrumentos de observação e avaliação aplicados. Assim, o portfólio
proporciona uma visão geral das atividades desse aluno e demonstra o desenvolvimento de suas
competências.

Encarado dessa forma, o portfólio tem sido utilizado pelos educadores como um
excelente instrumento de avaliação. Quando bem planejado, permite ao professor visualizar o
69
percurso do aluno e ajustar suas intervenções; possibilita avaliar o produto e acompanhar o
processo de aprendizagem.

Com a chegada da Internet à escola, surgiu a versão eletrônica do portfólio: o


Webfólio. Ou seja, no lugar da publicação em papel, páginas publicadas na Web.

Assim, o Webfólio é um instrumento de avaliação que oferece condições para o aluno


revelar habilidades e competências que não são facilmente observáveis através de outros meios
de avaliação.

Durante o trabalho de construção de seu Webfólio, ele torna-se agente efetivo do seu
processo de aprendizagem. Para o professor, o Webfólio apresenta-se como um recurso
oferecido pela tecnologia para observação de percursos em constante revisão e avaliação.

Uma das maneiras mais simples de fazer essa publicação na Web é através de blogs.
Para saber mais sobre blogs, como e onde criar, como publicar, inserir comentários e ter uma
lista completa de FAQ´s sobre o assunto, você pode visitar os sites Interney ou The Blog. Neles
você encontrará também endereços de blogs interessantes para visitar e avaliar.

Outra maneira é participar de projetos colaborativos que oferecem a ferramenta para


registro do percurso, como a Oficina de Criação do EducaRede.

Para começar, o professor poderia criar um blog para sua disciplina ou projeto e
convidar os alunos a visitarem e participarem dele. Aproveitar esse momento e mostrar o
caminho das pedras para a publicação de blogs. Com certeza, cada aluno ou grupo vai querer
construir o seu, e o professor contará com uma boa e agradável opção para usar a Internet como
recurso pedagógico.

Bom trabalho!
Disponível em:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es
cola=53

Acesso em set. 2007

É conversando que a gente se entende


70
Daniela Bertocchi Seawright (28/05/2002 )

Imagine um grupo de pessoas compartilhando informações e debatendo temas de


interesse comum. E de forma assíncrona, ou seja, na hora e até mesmo no local que for mais
conveniente para cada uma. Essa comunicação bidirecional existe. E fica aqui mesmo, neste
mundo digital, neste vai-e-vem de mensagens eletrônicas entre servidores (computadores).
Refiro-me aqui aos grupos de discussão da Web, as "mailing lists" (listas de endereços
eletrônicos).
A idéia é simples e barata: uma pessoa se cadastra em uma lista de discussão
disponível na Internet, sobre Educação Infantil, por exemplo, e passa a receber, por e-mail,
mensagens de outros usuários que se interessam pelo mesmo assunto. Essa pessoa pode, por
outro lado, enviar suas opiniões, dicas, críticas e sugestões para todos os membros do grupo por
meio de um único endereço eletrônico.
Está criado um espaço virtual de intercâmbio de experiências. Começa aí, podemos
arriscar, uma forma de educação continuada a distância, a partir de uma multiplicidade de
conexões. A melhor notícia é que os profissionais da educação estão dentro deste processo.
(...).
O uso educativo dos GD nem de longe está descartado. O espanhol Victor Feliu
Jornet, especialista em educação a distância, aponta pelo menos duas atividades que podem ser
desenvolvidas entre professores e alunos.
A primeira é a comparação entre língua escrita e oral. É possível encontrar nas
mensagens eletrônicas características dessas duas modalidades, como os "emoticons",
símbolos que servem para expressar emoções tradicionalmente usadas em linguagem oral e
mesmo não-verbal.
E a segunda diz respeito aos projetos colaborativos que podem ser desenvolvidos
entre alunos de diferentes classes, escolas e até países. Jornet considera ainda que os GD, de
um modo geral, ampliam o debate participativo entre os estudantes fora do horário da aula e
facilitam o contato individualizado entre professor e aluno.
Da mesma forma, as listas podem ser usadas por escolas para melhorar a
comunicação entre os profissionais de educação. Estão aí várias formas de estimular uma
cultura de participação na escola.
Um exemplo de lista para o(a) caro(a) leitor(a) se interessar mais: Temas Transversais 71
espaço promovido pela revista Nova Escola Online para o debate e a troca de informações. (...)

Disponível em:
http://www.educarede.org.br/educa/internet_e_cia/informatica.cfm?id_inf_escola=6
Acesso em set. 2007

No mundo dos blogs–


o diário virtual na escola

(26/07/2007 )

Blog é uma abreviação da palavra Weblog: Web (rede, teia) e log (registro). É um
diário virtual que pode ser educacional, familiar, pessoal e comunitário. Sua principal
característica é a facilidade de criação e publicação de novos conteúdos na Internet pelo criador
do blog e pelos visitantes, possibilitando a comunicação rápida, simples e organizada.

No âmbito educacional, o uso do blog pode potencializar processos de colaboração, o


exercício da expressão criadora, a valorização da produção com significado social, a autoria e o
protagonismo. Estimula também a leitura, a escrita e produção em outras linguagens, podendo
constituir redes sociais e de saberes.

Nesse sentido, é uma importante ferramenta que possibilita o desenvolvimento de


aprendizagens relativas à comunicação digital e à postura autoral na Internet, por meio da
publicação de conteúdos.
PÚBLICO–ALVO

4º ano do Ciclo I, Ciclo II do Ensino Fundamental e Ensino Médio

OBJETIVOS

 Exercitar a produção e troca de mensagens entre os alunos no meio virtual.


 Potencializar a colaboração e o intercâmbio de idéias entre os alunos. 72
 Conhecer e explorar os recursos das ferramentas de blogs.
 Desenvolver práticas de leitura e escrita que contribuam na produção de textos e
compreensão do que se lê.
 Aprender a criar blogs e ser produtor de conteúdo na Internet.

RECURSOS NECESSÁRIOS

Computadores conectados à Internet, projetor multimídia, câmera digital, escâner e


programa de edição de fotos.

PROGRAMAS UTILIZADOS

Sites de produção de blogs, processador de texto e navegador de Internet (Internet


Explorer).

FONTES DE PESQUISA

Para criar seu blog, sugerimos os seguintes sites:

http://www.blogger.com/start

http://weblogger.terra.com.br/

http://www.blogs.com.br/oqueeblog.php
METODOLOGIA

ANTES

Conhecendo o que os alunos sabem e o que desejam saber a respeito de blogs e


dos recursos utilizados para sua elaboração

Exponha o projeto aos alunos, seus objetivos e duração. Em seguida, faça um 73


levantamento dos conhecimentos prévios da classe. Salve o registro dessa conversa. Peça aos
alunos que também registrem, individualmente, o que sabem sobre blogs e salvem em pasta
própria.

Sugestão de roteiro para registro

 O que você sabe sobre blogs?


 Quais blogs você conhece e visita?
 Você costuma enviar textos para blogs?
 Quando você visita um blog, seu objetivo é...
 Você já criou um blog?
 Você já utilizou um blog na escola? Como?

DURANTE

Conhecendo blogs e combinando algumas regras

 Converse com a classe para a definição do tema do blog.


 Exponha aos alunos quais programas serão utilizados no projeto, explicando o
uso do Internet Explorer e a criação de pastas nas quais cada aluno salvará seus textos.
 Combinem posturas que devem ter ao publicar e comentar na Internet e
estabeleça regras de ética e de utilização do blog, formuladas juntamente com eles.
 Para ampliar o repertório dos alunos, indique a leitura de textos sobre blogs e
aproveite para indicar exemplos de blogs na Internet.
Dica

No Portal EducaRede, você encontra conteúdos que podem ajudá–lo na realização da


atividade.

No canal Ensinar com Internet, veja os textos:

“Educar para o uso responsável dos meios digitais”

“Blog: diário virtual que pode ser usado na escola” 74

No canal Educalinks, confira as categorias:

Blogs de Professores

Blogs de Projetos

Criando o blog

 Defina com os alunos o nome do blog, o tema a ser trabalhado, a descrição e o


template (modelo da página).
 Com auxílio do projetor multimídia, crie o blog com os alunos, acompanhando o
processo.
 (Sugestão: http://weblogger.terra.com.br/, http://www.blogger.com/start).
 Construam o texto de apresentação do blog coletivamente.
 Os alunos devem se cadastrar no site que hospeda o blog da turma.

Produzindo os textos

 Apresente as ferramentas de edição e publicação, divida os alunos em duplas e


oriente-os para a elaboração de um texto e de uma imagem a serem publicados no blog.
 Para produzir os textos, é importante dividir os temas entre as duplas. Os alunos
digitam o texto no Word e salvam na pasta indicada anteriormente pelo professor.
 As duplas devem revisar o texto produzido, preocupando–se com a norma culta
da língua.
 Os alunos também devem escolher uma imagem na Internet, cuja reprodução
seja autorizada, nomeando-a, salvando no computador. Eles devem indicar crédito (o site do
qual copiou a imagem) e legenda (uma breve descrição da foto).

Publicando os textos

Quem publica?

Esse é um blog coletivo e, geralmente, algumas ações só podem ser feitas pelo criador 75
do blog, no caso, o professor. São elas: publicar texto inicial, publicar mensagens, publicar
imagens. Por isso, esses materiais serão publicados pelo professor. Em alguns provedores de
blog, o “criador” pode alterar as configurações para permitir que outros usuários também
publiquem imagens e mensagens.

Para publicar o texto inicial de cada tema, peça aos alunos que enviem o material por
e-mail para o professor. Com esse material em mãos, o criador do blog deve inserir as novas
postagens (cada uma apresenta o título do subtema da dupla). Copie o texto, insira a imagem e
publique no blog.

Comentando as produções

Após publicar as primeiras mensagens no blog, peça aos alunos que comentem os
textos dos colegas. Todos os usuários podem comentar as mensagens.

Organização das mensagens

Esse é um blog coletivo e está dividido em temas. Portanto, oriente os alunos na


organização das mensagens e comentários.

DEPOIS

Sistematizando o processo

Esse projeto pode ser estendido até o professor achar que é à hora de parar ou iniciar
outro tema. Para finalizar, proponha à classe a construção de um texto coletivo sobre o processo
de construção e uso do blog, retomando os registros iniciais para serem publicados no blog.

AVALIAÇÃO

Retomando registro inicial

A sistematização coletiva do processo de criação e uso do blog pode ser um 76


instrumento de avaliação do professor.

Outra estratégia possível e complementar são os alunos fazerem uma auto-avaliação,


retomando seus registros iniciais e respondendo a questão “O que aprendi com esse projeto?”
Eles podem comparar com o que já sabiam e avaliar se suas expectativas de aprendizagem
foram contempladas.

Retomando os objetivos

Depois que os alunos retomarem seus registros individuais, amplie a conversa com a
classe e socialize os ganhos que os alunos apontam as dúvidas e dificuldades no processo.

Aproveite para retomar os objetivos e problematizar se eles:

 exploraram blogs;
 ampliaram o repertório sobre funções e recursos dos blogs;
 produziram conteúdo para publicação na Internet;
 inseriram comentários nos textos e imagens dos colegas;
 pesquisaram imagens na Internet;
 publicaram imagens no blog;
 criaram as legendas e citaram os créditos das imagens.

DESDOBRAMENTOS DA PROPOSTA

 Utilizar o blog com outros objetivos educativos: relato diário de projetos


escolares, trabalhos em equipe com as diferentes áreas do conhecimento, anotações de aula,
etc.
 Lançar uma proposta de blogs individuais com temas livres. Se o blog for
individual, os alunos devem trocar o endereço entre eles (registram no caderno, no processador
de textos e inserem no recurso “Favoritos” do navegador de Internet). Em duplas, eles podem
comentar o blog um do outro.
 No caso dos blogs individuais, cada aluno ou dupla será o “criador” do blog.
Com esse perfil será permitida a publicação de fotos digitais. Essa é uma boa oportunidade para
exercitar com os alunos o processo de criação e publicação de imagens digitais. Pode-se utilizar
máquina digital ou escâner. 77
 Utilizar o fotoblog (um registro publicado na Internet com fotos colocadas
geralmente em ordem cronológica, de forma parecida com um blog). Nesse caso, explore um
site de publicação de fotos (por exemplo: http://fotolog.hyperfotos.com.br/), discutindo as
diferenças entre blogs e fotoblogs e os objetivos de cada um, e inicie a produção nessa outra
ferramenta.
 O professor também pode utilizar o blog como um roteiro de aula. Ele constrói o
blog com orientações para atividades e fontes para pesquisas e os alunos registram comentários
e resultados das atividades.

DICAS

 É preciso tomar muito cuidado com direitos autorais, principalmente no que se


refere às imagens pesquisadas na Internet. Combine com os alunos o uso de legendas e
créditos.
 O professor deve ter uma ficha com todo o cadastro dos alunos: nome, e-mail,
nome do blog, assunto, endereço do blog. Oriente os alunos a registrarem suas senhas.
 Sempre registre os nomes dos blogs utilizados e pesquisados.
 Combine com eles a utilização da norma culta. Esteja sempre intermediando
esta questão (uso de maiúsculas, acentuação, pontuação, ortografia etc.).
 Oriente para que os textos não sejam muito curtos (duas linhas, por exemplo) ou
muito longos, respeitando as características dessa ferramenta.

Disponível em:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es
cola=639. Acesso em set. 2007
Tecnologia ao alcance de todos

Débora Menezes, de Mangaratiba (RJ) e Joinville (SC) (setembro 2006).

Alunos de Joinville usam blog para conversar com estudantes de outras cidades.
Interação é a palavra-chave dos projetos nesse estágio

Crianças e jovens em rede trocam informações e experiências ou simplesmente 78


participam de conversas animadas graças ao projeto O Lugar Onde Moro, uma iniciativa do Caic
Mariano Costa, de Joinville (SC), voltado para 3ª e 4ª séries. Assim, em Cataguases, na Zona da
Mata mineira, Lorena Narciso de Oliveira, 9 anos, da 4ª série da EE Guido Marliére, descreve o
bairro onde vive e o compara com o de amiguinhos virtuais. Não só de Joinville, mas também de
Fortaleza, Marabá (PA), Charneca de Caparica e Vila do Conde (ambas em Portugal). São
alunos de escolas onde os computadores não constituem novidade e que já desenvolvem
projetos interativos, trabalhando diretamente com publicação e edição de textos e imagens
(fotos, desenhos e animações). É o que se pode chamar de estágio intermediário da utilização
de tecnologia digital no ensino.

A garotada se sente estimulada a pesquisar, ler e escrever melhor com o bate-papo e


uma farta produção de textos publicados em blogs - ferramenta do mundo virtual que permite
aos usuários colocar conteúdo na rede e interagir com outros internautas, enriquecendo os
relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Mas só há ganhos em aprendizado se os professores
desempenharem seu papel de mediadores, isto é, se acompanham e sugerem atividades,
ajudam a solucionar dúvidas e estimulam a busca de novos conhecimentos. É o que afirma
Gládis Leal dos Santos, professora de Língua Portuguesa que coordena o laboratório de
informática do Mariano Costa. Ela é autora dos projetos que formaram a rede de escolas
interligadas. "Quando os alunos vêem que estão escrevendo para outros colegas lerem, e não
só para o professor avaliar, preocupa-se mais com a qualidade e a precisão do texto", afirma.

Para elaborar essas experiências de escrita colaborativa, Gládis utiliza recursos


gratuitos disponíveis na internet. O projeto O Lugar Onde Moro é realizado como auxílio do
Writely, editor de texto com recursos de formatação, além de inserção de imagens e tabelas.

Já a Palavra Aberta é um blog. Nele, grupos do Ensino Fundamental e do Médio


comentam vídeos, animações e reportagens que Gládis seleciona. A reflexão sobre o
preconceito é o eixo central dessa atividade. Um dos debates recentes foi em torno de uma
charge animada. Nela, pessoas passam por uma rua indiferente à visão de uma família
miserável e, mais adiante, param para ver um jogo de futebol nas TVs de uma vitrine. "Existem
pessoas que dão importância ao futebol, mas não aos pobres", comentaram no blog as
estudantes Camila Jaini Schmidt e Morgana Floriano, ambas de 12 anos e cursando a 6ª série.

Anéis de Saturno 79

Os participantes dessas atividades em rede perceberam que seu alcance vai


aumentando como uma bola de neve de conhecimento. Fabrícia Ricobom, também professora
de Língua Portuguesa do Mariano Costa, transportou a idéia da Palavra Aberta para trabalhar
com classes de outra escola em Joinville, a EM Avelino Marcante, e montou o blog Mergulhando
nas Palavras, com as turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries. "O blog é um ótimo complemento para as
aulas", atesta Fabrícia. "Os alunos percebem a função social da escrita e entendem que
escrever é comunicar."

Já a turminha de 4ª série do Guido Marliére, de Cataguases - que não tem laboratório


próprio, mas usa o da biblioteca digital do Instituto Francisca Floriano Peixoto, do outro lado da
rua -, aproveitou a inclusão no projeto O Lugar Onde Moro para realizar uma grande pesquisa de
campo sobre o entorno. Orientados pela professora Mônica Rodrigues, eles entrevistaram ex-
alunos, antigos moradores das proximidades e funcionários da prefeitura e, entre outras coisas,
descobriram a origem do nome da instituição, publicando em seguida o resultado na internet.

Mônica, que aprendeu a usar o computador há quatro anos, encontra na tecnologia um


meio de ao mesmo tempo saciar e provocar a curiosidade da meninada. Para responder à
pergunta dos estudantes sobre como são formados os anéis de Saturno, ela e a classe de 2ª
série escreveram um e-mail para o Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. O recurso das
entrevistas virtuais passou a fazer parte de projetos de pesquisa posteriores.

Fonte: Revista Nova EscolaDisponível em:


http://www.iia.com.br/educacaoampliada/Revistaescola.abril.com.br(educa%C3%A7%C3%A3o).
doc
Acesso em: set. 2007
Pesquisa e bate-papo na Internet
Mílada Tonarelli Gonçalves

(21/10/2004)

Fórum, bate-papo, blog, comunidade virtual, busca... são tantas as opções


disponibilizadas pela Internet que, às vezes, ficamos sem saber qual e como usá-las nas aulas.
O professor Antonio Sérgio Pereira Ramos, de São Paulo, conhece todas essas 80
ferramentas e, diante da variedade, não escolheram uma só, mas duas. Resolveu integrar bate-
papo e pesquisa para trabalhar com os alunos da 8ª série da Escola Municipal de Ensino
Fundamental Pracinhas da FEB.
O professor de Ciências já tinha decidido pedir a eles que realizassem pesquisa na
Internet quando viu na Agenda de Bate-Papos do EducaRede um chat marcado com o
especialista em Energia Vinícius Ítalo Signorelli. Era o mesmo tema que ele iria trabalhar com os
alunos naquele semestre.
Para aproveitar a oportunidade, o professor preparou o cronograma das aulas de modo
que, até a data do bate-papo, os alunos já tivessem aprendido o conteúdo e pudessem participar
da discussão.

As atividades
O estudo sobre Energia começou na sala de aula, mas a primeira atividade foi
realizada na sala de informática. Os alunos navegaram na seção Assunto é... do portal
EducaRede e leram os materiais a respeito.
Na segunda semana, os alunos foram divididos em grupos. Cada um ficou responsável
por um subtema: calor, energia sonora, magnetismo, eletricidade e luz. Na sala de informática,
eles realizaram pesquisas na Internet a respeito do subtema de seu grupo. O professor Sérgio
teve a preocupação de, antes dessa aula, escolher os sites nos quais os alunos deveriam
realizar a busca.
É importante que o educador faça esse trabalho para poder orientar os estudantes a
navegarem em conteúdos confiáveis. No dia da atividade, os estudantes tinham 28 endereços
selecionados por Sérgio e puderam realizar um bom trabalho.
Depois das pesquisas sobre Energia, os alunos estavam preparados para o “grande
dia”. E, para que tudo corresse bem, o educador pediu-lhes que organizassem as perguntas a
serem feitas ao especialista, antes de irem para a sala de informática. Também combinou regras
de comportamento no ambiente virtual.
O bate-papo foi agendado pela equipe do EducaRede e, por isso, contou com a
participação de um moderador, cujo papel é selecionar as perguntas que são enviadas pelos
internautas e repassá-las ao entrevistado. Se você quiser saber como foi esse chat, clique aqui.
Para usar o bate-papo, os professores não precisam esperar que ele seja agendado
pelo EducaRede. Com o trabalho planejado, basta escolher uma data, reservar uma sala para
discutir virtualmente e utilizar essa ferramenta com os alunos. No lugar do especialista, o
educador pode convidar um colega para ser entrevistado ou ele mesmo responder às questões. 81
Uma das vantagens é que, em uma conversa virtual os estudantes ficam mais desinibidos para
fazer os questionamentos.
Dicas para incluir o bate-papo nas aulas
Antes do bate-papo:
 Faça uma motivação com a turma fora do computador;
 Oriente os alunos durante as pesquisas sobre o tema;
 Teste a ferramenta antes da aula para entender todos os recursos;
 Combine regras de conduta durante o bate-papo;
Durante o bate-papo:
 Peça aos alunos para que se identifiquem pelo nome e não por apelidos para
que você possa acompanhar a participação deles;
 Oriente os estudantes no envio das perguntas ao entrevistado.
Depois do bate-papo:
 Retome o tema a partir da íntegra do bate-papo disponível no Baú dessa seção
(só para os agendados pelo EducaRede);
 Avalie com os alunos as dúvidas não respondidas;
 Organize atividades nas quais os alunos tentem responder às dúvidas restantes;
Oriente os estudantes para que registrem mensagens no Fórum do EducaRede, de
acordo com o tema debatido.

Disponível em :
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_es
cola=78 .
Acesso em set. 2007
Integre wiki, vídeo e blog para alunos e professores

Fátima Cechinel
(19/09/2007)

Notícia - A professora Fátima Cechinel enviou o relato de uma experiência que muitos
professores e alunos irão achar interessante. O projeto Rolando na Minha Escola integra um
wiki, vídeo, relatos e desafios de uma maneira simples e divertida. O wiki, um espaço
82
colaborativo, foi criado no Wikispaces.com. Já o vídeo, foi embutido na página do projeto que
tem ainda relatos e fotos de oficinas e aulas com professores e alunos. Veja o relato enviado
através do canal Participe pela professora Fátima.
"Acho relevante e importante as oportunidades em tecnologia e educação para
trabalharmos com professores e alunos", conta Fátima. "Atuo com oficinas de inclusão digital
junto aos professores e alunos, e sempre busco montar um blog, ou trabalhar com vídeos",
relata ainda a professora.
O vídeo da oficina de inclusão digital é leve e animado. Um relato da experiência pode
ser lido rapidamente e é escrito de modo descomplicado e leve. Estão em foco também os
participantes e alunos.

Disponível em:
http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/archives/2007/09/integre_wiki_va.html

Acesso em out. 2007

4.10 Conhecendo e explorando as ferramentas de aprendizagem colaborativa na internet

 Blog
Veja abaixo os sites indicados para a utilização de blogs. Existem muitos outros sites
disponíveis, porém os aqui indicados são gratuitos. É importante lembrar que para alguns deles
você terá que possuir uma conta de e-mail.

- Blog Terra

Esta opção tem o visual interessante e pode ser bem utilizado com fins educativos,
83
pois existe uma opção no qual há explicação sobre blogs e pode-se buscar um blog pelo mundo
ou por diversos países.

Qualquer pessoa pode utilizar o blog do Terra, pois este aceita usuários de qualquer
provedor. A inscrição é fácil e o site oferece ainda diversos templates (layout da página).

Acesse: http://blog.terra.com.br

Clique aqui para se


informar sobre o
serviço de blog

Depois de
cadastrado é só
entrar com login
e senha

Clique aqui para Serviço de busca


cadastrar-se de blogs
- Blog Uol

Nesta opção também se pode fazer busca de blogs. A inscrição no blog UOL é
bastante simples e o site oferece ainda diversos templates (layout da página) além de oferecer 84
diversos recursos como: criar um perfil, comentários sobre as postagens, colocar lista de links
preferidos, editar mensagens, postar fotos, etc.

Acesse: http://blog.uol.com.br

Recursos que o
Uol oferece para
o seu blog

Clique aqui para


cadastrar-se
Depois de
cadastrado é só
entrar com login
e senha

Serviço de busca
de blogs

- Blog Ig
Esta opção tem o visual simples e instrutivo e pode ser usada com fins educativos, pois
existe uma opção que oferece uma explicação sobre blogs.

Para usar o blog da Ig você terá que usar uma conta de email da Ig também. Quando
for fazer a inscrição já existe uma opção que facilita este processo, pois na mesma janela existe
um “botão” no qual você cria um e-mail ig.

O site oferece ainda diversos templates (layout da página) e outros recursos como:
moderador, contador, podcasting, agendamento, newsletter e outros. 85

Você ainda pode dar maior visualização para seu blog usando o recurso de “seleção
Blig”.

Acesse: http://blig.ig.com.br
Depois de cadastrado é só
entrar com login e senha

Clique
aqui
para se
cadastr
ar

Clique aqui para se Recursos que


informar sobre o o Ig oferece
serviço de blog para o seu
blog

Acesse: http://www.maisblog.com para usar mais recursos como templates, cursores,


relógios, calendários, etc.
 Chat

Veja as indicações dadas para a utilização dos chats. Há dois deles que são sites onde
você pode abrir uma nova sala de bate papo gratuitamente e agendar sua conversa e existe
também a indicação de dois programas próprios para este fim.
86

- Brasil Chat

Neste site, para abrir sua sala de bate-papo, você terá que primeiramente se cadastrar.
O cadastro é simples e é necessário ter uma conta de e-mail. Outra opção é utilizar as salas já
abertas, mas observe o tema e se a interação é própria para fins educativos.

Acesse: http://www.brasilchat.com.br

Clique aqui para criar


Clique aqui iniciar seu sua sala de bate-papo
cadastro
Salas oficiais do site
Depois de
cadastrado é
só entrar
com senha e
login
- Sala de Aula Interativa

Este é um site bastante interessante, pois trata do assunto “interatividade” e quem o


administra é o professor Marco Silva. Possui textos, entrevistas, entre outros. Nele você também
terá que fazer um registro (com conta de email) para usar o Chat. A janela de registro é em
87
inglês. Nela você escolhe o idioma em que o bate-papo ocorrerá.

Acesse: http://www.saladeaulainterativa.pro.br

Clique em chat

Figura 7
Clique em
entrar no chat

Se já for
cadastrado
é só entrar
com login e
senha

Para se
cadastrar clique
aqui
- Comic Chat

O Comic Chat ou Microsoft Chat é um programa desenvolvido pela Microsoft


Corporation. Para utilizá-lo, o usuário deve ter o programa cliente Comic Chat instalado em seu
computador e acessar um dos servidores existentes disponíveis em rede.
Por ser um produto Microsoft, a ferramenta segue o padrão Windows, o que facilita o
acesso ao ambiente. Os ícones são intuitivos e correspondem às funções mais utilizadas, 88

semelhante a um editor de textos, porém com algumas funções específicas de chat como sala,
participantes e favoritos. Na opção de salas podem-se configurar diversas propriedades, por
exemplo, criar uma sala com senha e com um número máximo de usuários.
Este ambiente tem duas opções de comunicação: modo texto e modo quadrinhos. A
segunda opção propicia um diálogo semelhante às histórias em quadrinhos, pois permite que o
usuário escolha um, entre os vários personagens disponíveis no ambiente, com diferentes
expressões faciais, assim como permite a escolha de um cenário onde o diálogo se desenvolve.
Nesse modo é possível se expressar usando alguns gestos padrões como
apontamento com as mãos sempre que é mencionada a palavra você e o ato de acenar quando
usado tchau e oi. "Os sinais de pontuação quando usados ao final de uma frase alteram a face
dos personagens. Por exemplo, vários pontos-de-exclamação seguidos (!!!!!) fazem o
personagem expressar ira. Além dos sinais de pontuação, quando são utilizados os emoticons,
as expressões faciais também são alteradas de acordo". As mensagens são enviadas dentro de
balões, semelhantes às histórias em quadrinhos, sendo que esses podem representar uma fala,
pensamento, sussurro ou ação.
Embora a opção em quadrinhos seja mais lúdica e interessante que a textual, só é
recomendável quando há poucas pessoas na sala, pois o acompanhamento da conversa se
torna difícil com muitas pessoas.
O modo texto possui as características comuns aos diversos chats: as mensagens são
enviadas seqüencialmente, as conversas podem ser de um para todos ou em particular. Porém,
dependendo do que se quer comunicar, é necessário conhecer alguns comandos, por exemplo,
"/msg Paulo Tudo bem?" resulta no envio da mensagem "Tudo bem?" em particular para Paulo.
No modo texto também é possível configurar a cor e o tipo de letra a serem usadas, fator que
ajuda a comunicação dentro de uma sala com muitas pessoas.
Esse programa permite que as conversas sejam gravadas, tanto no modo texto quanto
no modo quadrinhos.
Disponível em:
http://www.ccuec.unicamp.br/ead/index_html?foco2=Publicacoes/78095/121137&focomenu=Publ
icacoes. Acesso em out. 2007

O Microsoft Chat é gratuito e seu download pode ser efetuado no endereço


http://www.tucows.com/preview/193891. 89

- The palace

THE PALACE é um Chat com interface gráfica de excelente qualidade e vários


recursos, como: Script, Multimídia e comandos.
Esta modalidade de Chat (Bate-papo) se difundiu rapidamente pelo mundo e também
no Brasil, aqui você encontrará uma lista de endereços de server's do Palace, como também um
questionário com as dúvidas mais freqüentes dos usuários iniciantes.
Existem atualmente várias modalidades de Chat; como, o NetMeeting, IRC e outros. O
IRC é na atualidade o mais difundido pela sua facilidade de criação do ambiente nos servidores
e também por ter sido um dos primeiros nesta modalidade, mas o IRC não oferece nenhuma
interface gráfica ou imagem dos seus visitantes. Estas imagens são denominadas de avatar,
sem levar em consideração que cada servidor de Palace pode ter imagens de diferentes
ambientes ou lugares, imagens estas que na sua maioria são de ótima qualidade e grande
beleza.
Aqui você encontrará as respostas para as dúvidas mais freqüentes para quem
quer começar a utilizar o THE PALACE.

1- Onde consigo o software?


Você pode fazer um download na minha área de download ou ainda ir direto ao SITE
do THE PALACE (http://www.thepalace.com)
90
2 - Como me conecto?
Click no ícone do programa em seguida vá à opção FILE em seguida na opção
CONNECT e digite um dos endereços que você pode pegar na minha lista de endereços de
servidores Palace.

3 - Como entrar nas salas existentes nos Palaces?


Observe quando o cursor se transforma em mão e dê um click ou então vá à opção
OPTIONS e clique GOTO e dê um duplo click sobre a sala escolhida.

4 - Quantas salas existem no palace?


Existem mais de 20 salas, podendo ser criadas outras salas, caso o servidor preferir.

5 - O que é um avatar?
Avatar é uma imagen que você usa quando está em um chat na internet, esta figura
representa você dentro do chat.

6 - Como escolho minhas roupas e outros acessórios (prop's) no Palace?


Observe que existe um ícone de uma maleta no rodapé direito da tela, click nessa
maleta e irá se abrir no lado direito da tela várias opções de roupas e acessórios para você
escolher. Dê um duplo click sobre o prop escolhido e ele automaticamente será transferido para
o seu avatar, lembre-se que você pode usar vários itens ao mesmo tempo. Para tirar um prop
que está sobre o seu avatar basta dar um click sobre ele e arrastá-lo para a lixeira, não se
preocupe você não o perderá, pois o mesmo continua na sua maleta. Caso você deseje pegar
algum prop deixado por outra pessoa, basta clicar sobre o prop e arrastá-lo para cima do seu
avatar.
7 - Como faço para conversar com as outras pessoas?
Escreva a mensagem e dê um ENTER, sua mensagem irá aparecer em forma de balão
como nos gibis (quadrinhos).

8 - Como faço aparecer pensamento para minha mensagem?


O balão em forma de pensamento é feito usando dois pontos (:), antes da sua
mensagem. Exemplo: hoje tem muita gente !!!!
91
9 - Como deixo uma mensagem fixa até que escreva outra mensagem?
Na mesma filosofia do item 8, digite o acento circunflexo (^), antes da sua mensagem.
Exemplo ^Estou no telefone!!!!

10- Para a frase aparecer no canto esquerdo superior da tela, como faço?
Digite o símbolo arroba (@) antes da sua mensagem. Exemplo: @Tchau pessoal!!!!

11- Como posso ver os nomes das pessoas que estão no palace?
Use a tecla F3 ou simplesmente click sobre a lixeira, que está localizada no canto
inferior direito da sua tela.

12- Como sei quantas pessoas estão no Palace naquele momento?


Observe que na parte inferior direita da sua tela existe uma numeração separada por
uma barra, o primeiro valor indica a quantidade de pessoas que estão na sala com você e o
segundo valor indica a quantidade total de pessoas que se encontram no palace neste momento.

13- Como emito sons no palace?


Digite ")" antes de um dos nomes de sons que existe no palace. Exemplo: )kiss

Outros sons existentes : - amen, belch, boom, crunch, debut, fazien, guffaw, kiss, no,
ow, pop, teehee, weti, wind e yes.

Disponível em:
http://www.nlink.com.br/~harlanfr/palace.htm
Acesso em out. 2007
- Breeze
O Breeze fornece um sistema de comunicação pela web que permite aos usuários
promover reuniões em tempo real, aulas e seminários, assim como disponibilizar apresentações
sob demanda e cursos de e-learning.
Acesse: http://www.classroom.com.br/breeze/index.php

Você pode optar por usar um sistema de Messenger 92

- Yahoo! Messenger

Seu ponto forte realmente é a conferência de voz, inexistentes em outros


grandes mensageiros. Em uma janela de bate-papo em que é possível conversar por
mensagens de texto também. Ele possui muitos plugins interessantes e você pode personalizá-lo
do modo que quiser.

Quem quer apenas teclar, pode usar emoticons animados, mandar mensagens
animadas com som, semelhantes aos winks do MSN, compartilhar fotos e consultar o histórico
de mensagens das pessoas com quem conversou.

Acesse: http://br.messenger.yahoo.com/webmessengerpromo.php

- MSN Messenger

É hoje o programa de bate-papo instantâneo mais popular da Internet. Ele


permite conversar em tempo real com seus amigos, familiares e colegas. Com ele você pode
ainda, através de uma webcam, transmitir sua imagem, mostrando seu rosto para as pessoas
com quem você conversa. Se essa pessoa também possuir uma webcam será possível vê-la e
mantiver conversas com imagem e som! Com um microfone e caixas de som, a experiência
também fica próxima do real, possibilitando uma interação parecida com uma conversa por
telefone.
Acesse: http://get.live.com/messenger/overview

 Fórum

Nesta lista de indicação existem opções nas quais você pode montar um fórum e outras
para se montar um grupo ou participar de um já existente. Experimente as diversas opções e
93
escolha qual é a melhor para suas aulas.

- Fórum Now

Para iniciar a construção de um fórum você deve ter uma conta de e-mail. O
cadastro neste site é bastante simples e gratuito. Você também pode ter acesso a outros fóruns
e ficar por dentro do assunto, pois o próprio site traz informações sobre os fóruns. Há ainda uma
opção de busca de fóruns.

Você pode
administrar e
entrar no fórum
em que está
cadastrado

Clique aqui
para se
cadastrar
Acesse: http://www.forumnow.com.br

- Meu Grupo
Neste site você também deve ter uma conta de email. O cadastro neste site
também é bastante simples e gratuito. Você também pode ter acesso a outros grupos e ainda
buscar por grupos.

Depois de
cadastrado
crie um
Depois de grupo 94
cadastrado é
só entrar com
email e senha

Cadastre-se

Procure um
grupo

Acesse: http://www.meugrupo.com.br

- Quero um Fórum

É um site gratuito onde o cadastro é fácil (é necessário ter endereço de

e-mail) e oferece várias vantagens, tais como: suporte técnico, oferecido pelo próprio site; não
tem limite de espaço; pode ser usado em três línguas (português, inglês e espanhol); entre
outras.
Para criar um fórum

Sistema de busca 95
de fóruns

Figura 11

Para administrar
o fórum depois
de cadastrado.

Acesse: http://www.queroumforum.com/web/index.php

Pode optar por usar o sistema de Grupos do Yahoo! e do Google.

- Yahoo Grupos

Funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter um e-mail do Yahoo.

Cadastro para novo usuário


Acesse: http://br.groups.yahoo.com

- Google Grupos

Também funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter um e-mail do
Google (Gmail).

96

Cadastro para
novo usuário

Acesse: http://groups.google.com.br

 Wiki

Abaixo está a lista de indicação de wikis. Você também precisará ter conta de e-mail
para se cadastrar nos wikis. Os sites estão disponíveis em inglês, porém é fácil o seu uso. Siga
as orientações e escolha a melhor opção.

- Pb wiki

Este wiki é gratuito para uso educativo e ainda dá idéias, exemplos e dicas
pedagógicas (em inglês).
Escolha o Depois de
modo cadastrado use o
Educação login

97

Clique aqui para se


cadastrar

Acesse: http://pbwiki.com/business.wiki

- Wiki spaces

Neste site para criar uma wiki pública o serviço é gratuito (é necessário ter um
endereço de email). Também dá auxílio e dicas pedagógicas do uso de wikis (em inglês).

Depois de
cadastrado é
só clicar aqui

Clique aqui
para se
cadastrar
Acesse: http://www.wikispaces.com

- Zoho

Neste é gratuito criar uma wiki, de forma bem simples. É necessário ter um
endereço de e-mail.

98

Clique aqui para


se cadastrar

Depois de
Clique aqui para se cadastrado é só
cadastrar clicar aqui

Acesse: http://wiki.zoho.com/jsp/wikilogin.jsp?serviceurl=%2Fregister.do

Alguns sites interessantes

 Escola 2000
Agende um Chat:
http://www.escola2000.org.br/interaja/reuniao/reuniao_agende.aspx

Participe dos Fóruns: http://www.escola2000.org.br/interaja/forum/forum.aspx

 Revista Nova Escola


Participe dos Fóruns: http://din.abril.com.br/novaescola/forum/forum_index.asp
 Educacional
Participe dos Fóruns e Chats: http://www.educacional.com.br/comunicacao

 Educa Rede
Agende um Chat:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=batepapo.ds_home&id_comunidade=0

Participe dos Fóruns:


99
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=forum.ds_forum&id_comunidade=0

 Revista Veja
Participe dos Fóruns: http:// www.vejaonline.abril.com.br

 Blogs que tratam de Educação e Tecnologias


 Educação Digital: http://educacao-digital.blogspot.com
 Blogosfera Marli: http://blogosferamarli.blogspot.com
 Blog da Professora Andréa: http://professoraandrea.blogspot.com
 Adoro Física: http://www.adorofisica.com.br
 Trocando Letras: http://www.trocandoletras.blogspot.com
 Internet e Web na Educação: http://www.internetnaeducacao.blogspot.com

Outros sites citados

 Escola 2000
Agende um Chat:
<http://www.escola2000.org.br/interaja/reuniao/reuniao_agende.aspx>

Participe dos Fóruns: <http://www.escola2000.org.br/interaja/forum/forum.aspx>

 Revista Nova Escola


Participe dos Fóruns: <http://din.abril.com.br/novaescola/forum/forum_index.asp>
 Educacional
Participe dos Fóruns e Chats: <http://www.educacional.com.br/comunicacao>

 Educa Rede
Agende um Chat:
<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=batepapo.ds_home&id_comunidade=0>
100
Participe dos Fóruns:

<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=forum.ds_forum&id_comunidade=0
>

 Revista Veja
Participe dos Fóruns: <http:// www.vejaonline.abril.com.br>

 Blogs que tratam de Educação e Tecnologias


 Educação Digital: <http://educacao-digital.blogspot.com>
 Blogosfera Marli: <http://blogosferamarli.blogspot.com>
 Blog da Professora Andréa: <http://professoraandrea.blogspot.com>
 Adoro Física: <http://www.adorofisica.com.br>
 Trocando Letras:<http://www.trocandoletras.blogspot.com>
 Internet e Web na Educação:<http://www.internetnaeducacao.blogspot.com>
 Mais Blog: <http://www.maisblog.com>

É possível imaginar aprendizagem sem professor? Há quem questione que isso seja
possível de acontecer, outros garantem que sim, que a aprendizagem ocorre em diferentes
ambientes e se utilizando diferentes ferramentas, sem necessariamente a presença de um
professor. Quebram-se paradigmas e procura-se romper com a linearidade do ensino tradicional.

Para aprender algo sem professor, podemos utilizar vários meios e recursos. Desse
modo, num curso de Educação a Distância, no qual o professor está distante geograficamente
do aluno, é possível também estudar e aprender. E podemos estudar na escola, na biblioteca,
em casa ou no local de trabalho. Prova-se então que a aprendizagem não depende da presença
de um professor, não que ele não seja necessário, mas pode encontrar-se geograficamente
distante, se fazendo presente por meio de tecnologias, como espaço virtual ou
videoconferências.

A Educação a Distância apresenta certas características, entre as mais significativas


podemos destacar a ausência física do professor durante o processo de aprendizagem. O aluno
estuda de acordo com seu próprio ritmo de aprendizagem, no local e horário que lhe são mais
101
convenientes, também devemos destacar a simultaneidade entre o estudo e o trabalho. O estudo
autônomo, o atendimento ao aluno que está distante da instituição de ensino, utilização
sistemática de meios e recursos tecnológicos de comunicação, apoio de uma organização de
caráter tutorial e comunicação bidirecional.

Uma das características fundamentais da Educação a Distância é o fato de o aluno


adulto poder autogerir seus estudos sem a presença física do professor, o que lhe proporciona
capacidades e habilidades que deverão ser desenvolvidas no decorrer do curso, como a
autonomia.

A Educação a Distância iniciou suas experiências de formação educacional, com o uso


de material impresso, enviado pelo correio. Posteriormente, utilizou-se de multimeios, como a
TV, o rádio, a telefonia e fitas de áudio e vídeo. Mais recentemente agregou os recursos da
informática e das telecomunicações.
Enquanto modalidade educacional ofereceu, desde cursos rápidos de atualização ou
aperfeiçoamento, até cursos superiores de graduação e, mesmo de pós-graduação, atendendo
geralmente alunos adultos, público alvo principal da Educação a Distância. Pode-se dizer que as
grandes empresas estão optando por aperfeiçoamento via internet, ou seja, à distância.

A Educação a Distância teve muitos projetos voltados à formação profissional,


atendendo, em sua maioria, alunos adultos, consolidando-a como modalidade educacional capaz
de responder aos desafios da educação contemporânea.

Nesta modalidade de ensino o professor da disciplina tem o papel de gestor do


conhecimento, com relação ao professor tutor, é fundamental compreender o seu papel de
mediador, pois estará indicando caminhos para a aprendizagem.

Na Educação a Distância, os alunos geralmente são adultos e afastados das salas de


aula por um grande período, e sabemos que o adulto de hoje precisa estar preparado para
situações que exigem constante renovação, precisando continuar a aprender por todo a sua vida
e aprender bem. Isso motivou o aumento do número de adultos buscando cursos, com a
expectativa de mudar para melhor, e a Educação a Distância mostrou-se uma modalidade
educativa apropriada para adultos. A de se ressaltar aqui a preocupação com a crescente
demanda e oferta de cursos via Educação a Distância, faz-se necessário que um fator primordial
seja analisado constantemente: a qualidade dos cursos ofertados, pois devido à demanda,
muitas são as instituições que oferecem esses cursos e a qualidade fica muito distante do
mínimo exigido pelo mercado. 102

O aluno adulto enfrenta dificuldades quando retoma seus estudos, inclusive por ter
pouco tempo livre para estudar. Por outro lado, tem ampla experiência de vida e profissional, o
qual lhe possibilita uma aprendizagem mais significativa, permitindo uma maior aproximação
entre a teoria e a prática.

Na Educação a Distância, as aulas presenciais foram substituídas pelo material auto-


instrucional (cadernos pedagógicos, fitas de vídeo), permitindo ao aluno determinar horários e
locais para realizar seu estudo autônomo. Isso requer do aluno capacidade de organização,
determinar objetivos claros do que realmente quer e que técnica de estudo melhor se adéqua a
sua condição de estudante.

É possível adquirir habilidades de estudar sozinho. Adquire-se essa habilidade


planejando suas atividades, desenvolvendo o hábito de leitura, escolhendo o ambiente de
estudo, buscando interação junto ao tutor e participando dos encontros presenciais com os
professores das disciplinas.

De modo geral, a Educação a Distância utiliza textos didáticos e científicos, a técnica


para estudar esses textos divide-se em etapas que vão desde a pré-leitura, passando pela
primeira leitura, para inteirar-se do assunto, fazendo uma segunda mais cuidadosa. Destacando
as partes mais importantes e chegando a síntese, identificando as idéias principais e fazendo
seu próprio resumo, com isso o aluno que ficou distante da sala de aula por muito tempo
consegue desenvolver suas estratégias de estudo, geralmente obtendo êxito nas atividades.

A utilização de tecnologias em processos educativos tem como objetivo, desde tornar


uma aula mais atraente e motivar os alunos, como usos de vídeo e aparelhos de som, por
exemplo, até atingir um grande contingente populacional. Para cumprir essa última tarefa,
necessitamos de tecnologias de informação e comunicação.
As tecnologias da informação e da comunicação são nossas conhecidas do dia-a-dia,
algumas mais como a TV, o rádio, e outras menos, como por exemplo, o ambiente virtual. A
Educação a Distância é difundida no mundo todo e se serve de todas as tecnologias já
desenvolvidas em prol da educação.

A Educação a Distância sempre incorporou as tecnologias da informação e da


comunicação na medida em que foram sendo desenvolvidas. Do texto impresso a
videoconferência, a Educação a Distância passou a utilizar todos os meios de comunicação que
103
já foram inventados, os quais possibilitam a troca eficiente de informação, a comunicação
multidirecional e a crescente interatividade entre alunos, corpo docente, tutoria e administração
do curso.

Atualmente, o computador e a internet estão contribuindo para aumentar as


possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores, com o uso do correio
eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes virtuais de aprendizagem e
outros.

Fala-se em inclusão digital, em utilizar tecnologias como ferramentas de aprendizagem


na Educação a Distância, mas é preocupante o fato de que as tecnologias são vistas só como
ferramentas ou como um fim em si mesmo, fazendo com que sejam deixadas de lado e que
prevaleça o material impresso somente.

A Educação a Distância encontra-se em franca expansão no Brasil e mundo, essa


expansão deve-se, por um lado, ao crescente papel que as novas tecnologias da informação e
da comunicação vêm desempenhando junto à educação e, por outro, a crescente demanda por
um trabalhador com formação diferenciada. Esse trabalhador precisa desenvolver a capacidade
de aprender novas funções, para acompanhar o ritmo das mudanças que vem ocorrendo no
mundo do trabalho. O sistema educacional vem sendo desafiado a formar esse trabalhador,
capacitando-o e fornecendo possibilidade de aperfeiçoamento permanente. Como resposta a tal
desafio, a Educação a Distância tem se revelado como modalidade educativa consistente e
eficiente. Isso decorre de suas características básicas de atender ao contingente de
trabalhadores adultos que não podem freqüentar cursos presenciais ou se encontram
geograficamente distanciados dos centros fornecedores de educação ou, ainda, que prefiram
estudar com metodologia diferenciada da convencional.
Para cumprir sua tarefa, a Educação a Distância desenvolve sistemas de tutoria
responsáveis pela produção, acompanhamento e avaliação de programas, bem como
acompanhamento direto dos estudantes, baseando sua estrutura em meios de comunicação
eficientes e utilizando toda a tecnologia disponível.

Com mais de dois séculos de tradição, essa modalidade de educação atinge,


atualmente, a formação superior, despontando como promessa de levar a educação a um
número maior de pessoas.
104
5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É necessário refletirmos acerca da função e do perfil do educador na Educação a


Distância, bem como o ator desse novo processo de ensino e aprendizagem. O aluno, que na
Educação a Distância é chamado a desempenhar um novo papel, sendo ator de sua própria
trajetória de ensino, onde é amparado pela figura do tutor, elemento mediador do processo.
105
Internet - A internacional "rede das
redes" de computadores que possibilita a
5.1 Docência: o perfil do educador comunicação global entre milhões de
usuários. Recentemente, a Internet, e
especialmente a WWW ou World-Wide-
Web virou o meio de EAD de maior
A formação a distância supre as crescimento.
mesmas necessidades que a formação
presencial? Como selecionar a informação na internet? O que é preciso incluir na sala de aula
informatizada e o que é preciso manter da escola tradicional para que ambas trabalhem
embasadas em parâmetros de qualidade e não quantidade? De que maneira o papel do
professor vai transformando-se com a inclusão da escola na cibercultura?
O professor deve repensar a sala de aula e sua própria função como um espaço que
não seja fechado e isolado do mundo. Desta forma pode destacar que na figura do professor
foram agregadas novas habilidades e competências, e podemos dizer também que o professor
não perdeu seu espaço, apenas esse espaço redimensionou-se e ampliou-se, e com o advento
da tecnologia, tomou novas proporções e significações.
De acordo com dados do Ministério da Educação (2000, p.12) é engano considerar que
programas a distância podem dispensar o trabalho e a mediação do professor. Nos cursos de
graduação à distância, os professores vêem suas funções se expandirem. Essa expansão se dá
pelo fato de serem também produtores quando elaboram suas propostas de cursos; conselheiros
quando acompanham os alunos; parceiros, quando constroem com os especialistas em
tecnologia, abordagens inovadoras de aprendizagem. Portanto, são muito mais que simples
tutores como tradicional e de forma reduzida os professores-orientadores que atuam a distância
vem sendo denominados.
O professor passa a desempenhar um novo papel na Educação a Distância, vê o
redimensionamento de sua função. Não é mais o centralizador do saber, mas sim
descentralizador, ou seja, delega poderes e competência a quem está a sua volta e assume
também a coordenação de um novo projeto, mais dinâmico e ousado. Onde o espaço de sala de
aula é ampliado, tendo o mundo e a tecnologia como janela e ferramenta.
Pelo fato de não estar presencialmente em sala de aula, deve preocupar-se com a
forma que seu conhecimento e sua disciplina chegarão até seus alunos. Que pode ser através
de material impresso, audiovisual, telefone, e-mail, ou outra tecnologia adotada pela
universidade. Para isso é primordial que a linguagem utilizada seja acessível a quem destinada,
pois o aluno a distância apresenta características distintas, e muitas vezes é aquela pessoa que
se encontra fora da sala de aula há muito tempo. 106
Para Alava (2002, p.7) a expansão dos sites de formação na internet e o crescimento
dos campos numéricos na tela estimulam-nos a diversificação das práticas escolares. Nesse
novo redimensionar da educação e facilidade de acesso aos meios de comunicação, é pertinente
dizermos que o professor com certeza também deverá estar aberto a novas práticas educativas.
Ainda, para Alava (2002, p.8) o ciberespaço é um vetor de abertura das formações e
de valorização das formas autônomas de aprendizagem. Será o fim do professor? Na sua
estrutura atual, detentor do saber, sim. Com certeza esse perfil passará por transformações
radicais, onde deverá adotar a postura de um agente coletivo, em contínua formação, por isso a
importância de vivermos em rede, conectados.

Na visão de Alava (2002, p.9):

Em uma situação de formação presencial se observa um conjunto de condutas, onde


o professor é ao mesmo tempo o produtor de seu curso, o responsável pela
midiatização do conteúdo e mediador da situação. Às vezes, em situações
midiatizadas, ao contrário, as posições do professor são distribuídas entre pessoas
complementares. Nesse caso, ele participa das primeiras fases das práticas
midiáticas, e é desincumbido da engenharia pedagógica e da animação da situação
de aprendizagem. Ele é idealizador do curso e às vezes autor, mas não acompanha
a animação do curso, os fóruns ou as sessões de correção. Essa virtualização das
posições do professor produz não só um questionamento sobre seu estatuto, mas
também nos esclarece sobre distribuições diferentes da mesma função de ensino.

A inovação da prática pedagógica na Educação a Distância supõe uma renovação


pedagógica, uma divisão no trabalho docente, e reflexão acerca das práticas, concepções e
mecanismos de ensino e aprendizagem e paradigmas educacionais.
Para Belloni (2001, p.8), como resultado desta divisão de trabalho, as funções
docentes vão separar-se e fazer parte de um processo de planejamento e execução dividido no
tempo e no espaço onde as atividades de selecionar, organizar e transmitir o conhecimento. Os
quais acontecem nas aulas presenciais corresponde na Educação a Distância à preparação e
autoria de unidades curriculares, de textos que constituem a base dos materiais pedagógicos
realizados em diferentes suportes. A função de orientação do processo de aprendizagem passa
a ser exercida não mais em contatos pessoais e coletivos de sala de aula ou atendimento
individual, mas em atividades de tutoria à distância, em geral individualizada, mediatizada
através de diversos meios acessíveis.
O ato de ensinar é um ato coletivo e comunicativo. Os processos de ensino e 107
aprendizagem são dois processos de interação em situação mediadora. Na verdade, não se
ensina no absoluto, assim como não se aprende sem um espaço e uma base de informação. Até
porque aprender é um ato intrínseco, você aprende quando se sente motivado para algo e se
ensina quando a condição para esse fato esteja estabelecida.
Para Alava (2002, p.11) o professor terá que aprender a comunicar-se com as
“máquinas”, ou seja, o computador. Essa fase de recontextualização das habilidades
comunicativas geralmente é difícil, requer instrumentalização. O ciberespaço afeta o modo de
comunicação dos atores, abre possibilidades, mas também impõe uma dinâmica e
especificidades comunicativas que devem ser senão dominadas, pelo menos de conhecimento
do professor.
A questão da transformação ou redimensionamento do ofício do professor é colocada,
então, tanto pela introdução das mídias e das tecnologias, quanto pela diversificação das
situações de formação e pelo momento que a sociedade se encontra, com certeza não é mais
possível ser professor como há certo tempo atrás. Para alguns profissionais, esse novo
momento representa sinal de perigo, para outros, sinal de abertura das equipes pedagógicas e
de uma diversificação das modalidades de acesso aos saberes.
Sabemos que a pedagogia da transmissão prevalece também na universidade e nos
cursos à distância, fato este constatado e explicado por dois motivos: 1º, o professor sente-se o
todo poderoso, o centro do processo de ensino e aprendizagem, centralizador de conteúdos,
conhecimento e conceitos, e não existe a interação com o aluno. Detalhe este que requer
especial atenção na elaboração do material pedagógico, para que o mesmo não se torne apenas
um veículo de transmissão. Quando na verdade deveria ser este o elemento capaz de fazer com
que o aluno obtivesse uma visão mais crítica acerca dos fatos que o cerca.
Os conteúdos estão distantes da realidade e devem ser decorados e cobrados em
provas, infelizmente este fato é comprovado diariamente, não só no ensino fundamental, mas
também na universidade. Ainda vivemos a cultura da nota, e nada melhor para isentar a
responsabilidade do professor do que um instrumento chamado prova afinal o que prova uma
prova? O 2º motivo a oferta atual de informação e conhecimento é cada vez maior e melhor fora
da escola, graças aos novos recursos tecnológicos, em especial a internet e a multimídia
interativa.
Percebemos então a dicotomia existente entre o modelo tradicional de ensino e os
recursos informacionais disponíveis no cotidiano dos alunos. O professor da Educação a
Distância nesse processo faz a diferença acontecer, porque passa a interagir com os alunos de
forma diferenciada, age entre o saber e o fazer. Passa a existir uma mudança de paradigmas, do 108
paradigma instrucionista, aquele onde o conhecimento é passado para o aluno, para o
paradigma construcionista, aquele que dá ênfase na aprendizagem e não no ensino. O aluno
constrói seu conhecimento. Mas se faz necessária atenção especial, porque mesmo nesse
processo corre-se o risco de instruir o aluno, dando “dicas” de como fazer, tornando-o
dependente no processo, o que na Educação a Distância preconiza-se que o aluno seja o
próprio elemento construtor de seu conhecimento.
Nessa mudança de paradigmas, de instrucional para construtivista, a figura central
passa a ser a do aluno e a palavra chave é aprender a aprender, onde o professor do ensino a
distância tem a missão de conduzir esse processo. Seja através da linguagem acessível
oferecida pelo material impresso ou das facilidades tecnológicas disponibilizadas.
Para Belloni (2001, p.10) todo o processo é sintetizado com a fórmula ensinar a
aprender. As conseqüências desta nova lógica com relação ao papel do professor são facilmente
identificáveis: de um lado, as múltiplas facetas deste papel, desempenhadas no ensino
presencial por uma pessoa próxima do aprendente, que se separam em funções diferentes mais
ou menos afastadas do aluno. E, por outro lado, a perda da posição central do professor e de
seu estatuto de mestre e sua nova posição de parceiro, de prestador de serviço, recurso ao qual
o aluno recorre quando sente necessidade, ou conceptor, realizador de materiais. Este novo
professor atuará diante de um novo tipo de estudante, mais autônomo, e mais próximo do
usuário/cliente, que do aluno protegido e orientado do ensino convencional.
Para Martin Barbero (2000) citado por Silva (2003, p.12, Revista Pátio) os professores
só sabem raciocinar transmissão linear, separando emissão e recepção. É preciso reinventar a
comunicação na Educação a Distância, o professor precisa dialogar em rede, abrir espaços,
como se estivesse trabalhando em um hipertexto, onde as idéias se complementam se
acrescentam e realmente o aluno aprende a aprender.
Silva (2003, Revista Pátio, p.13) faz uma severa crítica aos modelos de ensino
apresentados até o momento e também ao modelo de Educação a Distância que se encontra no
mercado, quando diz que:

Realmente, a obsolescência do modelo tradicional de ensino escolar vem agravando-


se na cibercultura. Na sala de aula presencial do ensino básico e da universidade,
prevalece à centralidade do mestre, responsável pela produção e pela transmissão
do conhecimento. Na Educação a Distância via internet, os sites educacionais, os
ambientes virtuais de aprendizagem continuam estáticos, ainda centrados na 109
transmissão de dados, desprovidos de mecanismos de participação, de criação
coletiva, de aprendizagem construída. Ou seja, também na educação on-line o
paradigma permanece o mesmo do ensino presencial tradicional: o professor-tutor-
conteudista é o responsável pela produção e pela transmissão do conhecimento. As
pessoas permanecem como recipientes de informação. A educação continua a ser
mesmo na tela do computador conectado a internet, repetição burocrática ou
transmissão unidirecional de conteúdos empacotados.

Realmente, na Educação a Distância é bem comum incorrer neste erro, pois o


professor-tutor tem em sua formação esta base de professor repassador de conteúdos.
Na Educação a Distância, considerando a sala de aula virtual, Palloff e Pratt (2003,
REVISTA PÁTIO, p.23) destacam que:

Ensinar no ciberespaço envolve muito mais do que simplesmente utilizar os velhos


modelos pedagógicos em outro meio. A sala de aula eletrônica é um meio de ensino
e aprendizagem potencialmente poderoso em que novas práticas e novos
relacionamentos podem gerar contribuições significativas a aprendizagem.
Diferentemente da sala de aula convencional, na Educação a Distância é preciso dar
atenção ao desenvolvimento de um sentido de comunicação entre os participantes
para que o processo de aprendizagem seja bem-sucedido. Nesse meio, os
instrutores precisam ser flexíveis e capazes de jogar fora suas ordens do dia e sua
necessidade de controle a fim de ajustar o processo para todos que dele participam.
Isto significa que a discussão pode tomar um rumo com o qual o instrutor precisa
orientar essa discussão em outra direção, talvez fazendo uma pergunta aberta que
permita aos aprendizes examinar a interação.

É nesse momento que o professor da Educação a Distância precisa quebrar os velhos


paradigmas da educação tradicional. Não que a educação tradicional seja descartada, até
porque se analisarmos os contextos em que se deu ênfase a esse modelo de educação, para a
época serviu, só que hoje, nos modelos atuais de sociedade, muita coisa precisa ser mudada. E
a figura do professor também passa por essa ressignificação. E que ressignificação é essa? Que
qualidades e atributos um professor precisa ter para ser bem-sucedido?
Palloff e Pratt (2003) citando Collins e Berge (1996) categorizam as diversas tarefas e
papéis necessários ao professor on-line, que se evidenciam em quatro áreas gerais: pedagógica,
social, gerencial e técnica.
A função e a tarefa pedagógica estão relacionadas ao educacional. A função e a tarefa
social estão atreladas a questão da promoção de um ambiente social amistoso essencial à 110
aprendizagem. Já a função gerencial envolve a estipulação do curso, definição de objetivos, de
regras e de normas para a tomada de definições. E a função técnica está diretamente
relacionada à tecnologia. Quer dizer, os professores precisam ser competentes com a tecnologia
para facilitar o curso.
Novas habilidades são necessárias ao professor nesse modelo de educação, e Belloni
(2001, p.83) destaca pontos cruciais para a função de professor, que de acordo com a autora é
necessário que o professor seja:
 Formador, aquele que orienta o estudo e a aprendizagem. É a
função pedagógica destacada por Palloff e Pratt anteriormente;
 Conceptor e realizador de cursos e materiais, ou seja, é a
função gerencial de Palloff e Pratt;
 Professor pesquisador estar constantemente se atualizando com
teorias e metodologias de ensino e aprendizagem;
 Professor tutor, no sentido de orientação aos alunos;
 Professor tecnólogo educacional é o responsável pela
organização pedagógica dos conteúdos e por sua adequação aos suportes
técnicos a serem utilizados na produção do material, é a função técnica defendida
por Palloff e Pratt;
 Professor recurso, espécie de suporte, ou “balcão de respostas”
a dúvidas pontuais dos alunos;
 Professor monitor, sua função se relaciona menos com o
conhecimento dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança.
Na Educação a Distância, o professor tem, portanto, o papel de gestor de
conhecimentos. É sua atribuição manter-se atualizado de modo a produzir estudos e pesquisas
em sua área de conhecimento. Além disso, cabe ao professor e ao tutor avaliar
permanentemente os materiais pedagógicos, para que mantenham os padrões de qualidade do
curso.
Para Belloni (2001, p.85):

Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá necessidade muito
acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica, quanto em
relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. A redefinição do papel do
professor é crucial para o sucesso dos processos educacionais presenciais ou à
distância. Sua atuação tenderá a passar do monólogo sábio de sala de aula para o 111
diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, e-mail, telefone e outros meios de
interação mediatizada: do monopólio do saber a construção coletiva do
conhecimento, através da pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos em
equipe interdisciplinares e complexos; da autoridade a parceria no processo de
educação para a cidadania.

Sabemos que o professor da Educação a Distância precisa desempenhar várias


funções e nos perguntamos: o professor está apto a desempenhar essas novas funções?
Sabemos que falta muito ainda para que o professor da Educação a Distância esteja
pronto para atuar neste cenário, até porque os modelos existentes de Educação a Distância
estão constantemente se aperfeiçoando, e atendem clientelas distintas. Então podemos dizer
que se faz necessário uma formação continuada, embasada nas inovações tecnológicas e suas
conseqüências pedagógicas, que desenvolvam habilidades essências para ser educador à
distância, entre elas pontuamos as seguintes:

 Entender a natureza e a filosofia da educação à distância;


 Identificar e desenvolver cursos interativos para satisfazer cada
nova tecnologia;
 Adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções à
distância;
 Organizar recursos instrucionais de uma forma satisfatória ao
ensino a distância;
 Treinar e praticar o uso de sistemas de telecomunicações;
 Ficar envolvido na organização, planejamento colaborativo e
decisões;
 Avaliar realizações, atitudes e percepções dos alunos à
distância;
 Trabalhar com questões de direitos autorais.
Ou seja, estar praticando as quatro categorias destacadas por Palloff e Pratt que se
sintetizam em pedagógica, social, gerencial e técnica.

5.2 O ator do processo: o discente


112

Pensar em educação hoje implica rever conceitos pré-elaborados a respeito do que


seja educação, seja nos moldes tradicionais ou mais recentes. Implica também repensar o
currículo, ressignificar e repensar na práxis o componente “o que é aprender” e o “que é
ensinar”. Em que pressupostos a avaliação está embasada e para quem é dirigida: para os
alunos ou para o corpo docente, servindo como instrumento de verificação e análise do atual
sistema de ensino e a que realmente se destina à avaliação dentro do contexto educacional.

Pensar em educação e na formação do futuro acadêmico hoje implica também analisar


em que contexto a escola está inserida? Qual clientela está atendendo? Quais objetivos e
anseios esta população está almejando? E se realmente o profissional da educação está
preparado para atender a demanda e as necessidades desta clientela?

Pois, em várias situações diferentes, movidos pelo desejo de aprender ou por


alternativa proposta pelas instituições de ensino, cada vez mais alunos utilizam cursos não
presenciais como alternativa de ensino. Esses cursos combinam recursos educacionais
tradicionais com modernos meios de telecomunicação, oportunizando acesso quase imediato a
uma grande massa da população.

Os alunos que freqüentam Educação a Distância trazem na bagagem pessoal uma


diversidade de culturas que refletem suas origens, conhecimentos adquiridos na história de vida,
formação acadêmica e fatores inerentes ao ser humano. Essa diversidade impossibilita a adoção
de fórmulas para elaboração e aplicação de cursos, que possam ser aplicadas a todos os casos.
À medida que aumenta a demanda por Educação a Distância cresce a necessidade de
diversificação e personalização, segundo Lévy (1999, p.169):
Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes e rígidos que não
correspondem as suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de vida.
Uma resposta ao crescimento da demanda com uma simples massificação da oferta
seria uma resposta “industrializada” ao modo antigo, inadaptada à flexibilidade e à
diversidade necessária de agora em diante.

Moore e Kearsley (1996, p.163) mencionam vários fatores extracurriculares que podem
influenciar no desempenho do aluno à distância como: trabalho, família, saúde e interesses e 113
obrigações sociais podem influenciar positiva ou adversamente o aluno. O melhor indicador do
sucesso de um aluno a distância é sua formação acadêmica. Quanto mais graduado o aluno,
mais chance tem de completar com sucesso o curso.

O trabalho autônomo do aluno na prática do ensino à distância se dá como em


nenhuma outra área educacional.

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp
De acordo com Peters (2003, p.156):

Análises nessa área nos dão uma impressão discrepante: por um lado, nele os
estudantes trabalham autonomamente como em nenhuma outra área educacional;
por outro lado, seu estudo no tele estudo corrente é muito mais pré-determinado,
estruturado, amarrado a fatores preestabelecidos e mais regulamentado do que o
estudo com presença, e, portanto em alto grau heteronômico.

114
A autonomia concede aos estudantes a possibilidade de tomarem iniciativas no
planejamento e organização do seu espaço físico, tempo e métodos de estudo que irão seguir
para pesquisar conhecimentos correlatos de seu interesse, acompanhar o programa proposto,
seguir o roteiro e cronograma pré-determinados pelo curso.

Ao assumir a responsabilidade de estudar longe das salas de aula presenciais, o aluno


se obriga a ter um ambiente e tempo para estudar. Os mesmos são flexíveis e o ritmo é
estabelecido pela capacidade e necessidade individual, mas para a diversidade de
possibilidades que o mesmo encontra em adquirir novos conhecimentos o tempo de estudo é
fundamental. No aprendizado presencial ou à distância, determinação e disciplina são fatores
motivadores, pois o não entendimento dos conteúdos e a perda da seqüência do andamento do
curso são desestimuladores que podem levar ao isolamento e ao abandono dos mesmos.

Não podemos desconsiderar que o ritmo individual de cada um deve ser respeitado na
Educação a Distância e no ensino presencial. Compromissos com o trabalho, família, e
atividades sociais requerem maior tempo dos adultos, conseqüentemente, dificultam o
acompanhamento do cronograma.

Peters (2003, p.158) argumenta que um sistema de ensino que tem respeito pela
liberdade e autonomia dos estudantes não deveria prejudicá-lo por meio de imposições
exteriores.

Até porque, se levarmos em conta que vivemos em processo de globalização, de


informação em tempo real e virtual, e a facilidade do acesso à informação têm provocado
significativas mudanças na educação, a instituição que levar esses fatores em consideração com
certeza perderá este aluno.

Neste cenário surge então a Educação à Distância, que acompanha os avanços da


sociedade e da tecnologia e, é vista como uma alternativa para atender a demanda do grande
contingente de alunos que necessitam de formação superior e por vários motivos são excluídos
dos cursos presenciais.

Mas o que caracteriza a Educação à Distância? O que a diferencia do ensino


presencial?

A Educação à Distância caracteriza-se e difere-se da Educação Presencial pelo fato do


aluno ter autonomia na forma de estudar, liberdade para escolher os melhores horários e locais
para que possa realizar seus trabalhos, não precisando necessariamente estar presente em um 115
espaço e tempo previamente definidos.

O desafio de educar e educar-se a distância é grande (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,


2000, p.8), pois o acadêmico deverá desenvolver competências e habilidades, ser mais reflexivo
sobre sua prática, uma vez que será ele próprio o autor das práticas educativas que serão
embasadas em teorias estudadas. No ensino à distância o aluno realmente fará uso da teoria
para modificar sua prática ou então sua prática será início de uma nova teoria. Mas ambas
deverão estar pautadas nos pilares da reflexão, ação, reflexão.

A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos de educação


superior é garantir continuamente melhorias na criação, aperfeiçoamento, divulgação de
conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos. E profissionais que contribuam para superar
os problemas regionais, nacionais e internacionais e para o desenvolvimento sustentável dos
seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e ambientes em que vivem (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2000, p.9).

É importante ressaltar que o aluno da Educação à Distância, principalmente aquele


aluno mais adulto, embora pareça isolado do processo educacional, pelo fato de não estar
presencialmente na universidade. Tem a oportunidade de estudar de forma independente,
organizar seu tempo e interagir com os professores das disciplinas, com os colegas do curso,
com o tutor através da incorporação das tecnologias, cadernos pedagógicos, telefone,
videoconferências, fitas de vídeos, e-mails, chats, fóruns, internet.

Existe um grande número de recursos disponíveis para que o aluno sinta-se realmente
aluno de um curso superior e para que possa superar as dificuldades iniciais desta modalidade
de ensino.
Cavalcanti (1999) destaca que a idade adulta traz a independência. O indivíduo
acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não
sabe e o quanto este conhecimento faz-lhe falta.

Para esse aluno torna-se imprescindível o desenvolvimento da capacidade de auto-


regulação da aprendizagem. Perrenoud (1999, p.96) conceitua a auto-regulação da
aprendizagem como "capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus projetos, progressos,
estratégias diante das tarefas e obstáculos". Nesse sentido, afirma que é necessário apostar na
116
auto-regulação que "consiste em reforçar as capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus
projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e obstáculos".

Percebemos que desta forma o aluno desenvolve uma atividade de aprendizagem de


forma independente e ao mesmo tempo uma intensa atividade de interação. Mas, o que é uma
atividade de aprendizagem independente? Uma atividade de interação que o aluno deverá
desenvolver no decorrer do curso?

Cechinel (2001, p.12), destaca que a atividade de aprendizagem independente ocorre


quando o aluno estuda o material didático escrito, assiste a uma fita de vídeo, escuta um
programa de rádio, vê um programa de televisão educativo, elabora um trabalho, realiza uma
experiência em casa.

Perrenoud (1999) aponta ainda, com insistência, a importância da participação direta e


planejada do aluno no próprio projeto de aprendizagem. Para isso, utiliza-se dos termos auto-
avaliação, autodesenvolvimento, auto-aprendizagem, Projeto Pessoal do Aluno e auto-regulação
da aprendizagem.

Realmente, o aluno da Educação à Distância, necessita estudar o caderno pedagógico


ou material didático e buscar subsídios em outros meios disponíveis para elaboração dos
trabalhos exigidos pela disciplina, apropriar-se das informações ali contidas e aplicar na prática
de sala de aula, sempre procurando refletir acerca de sua prática.

Cechinel (2001, p.13) diz que uma atividade é interativa quando o aluno assiste as
orientações tutoriais e reúne-se com o tutor e com os colegas do curso. Recebe assessoria para
realizar um trabalho prático, quando recebe ajuda sobre como organizar seus estudos, quando
consulta o professor da disciplina por telefone, fax, correio eletrônico, chats, se vale do ambiente
Virtual, participa de videoconferências e desenvolve atividades coletivas.
Neste sentido o aluno está constantemente assessorado, conta com o trabalho tutorial,
uma espécie de suporte presencial para sanar suas dúvidas em relação a qualquer assunto
condizente com os cadernos estudados. Prioriza-se muito a atividade coletiva, colaborativa, pois
se entende que desta forma o aluno desenvolve a capacidade de trabalho coletivo, essencial
para a educação nos dias atuais e já se prepara para desenvolver futuros projetos em equipe, de
forma interdisciplinar.

Percebe-se então que o aluno que freqüenta esta modalidade de ensino, apesar de
117
ocorrer à distância, muito de presencial se faz presente, exigindo-se muito mais habilidades e
capacidades para que se possa desenvolver esta forma de estudo.

O fato de o aluno freqüentar um curso na modalidade a distância não reduz em nada a


qualidade do curso, pois com a incorporação dos avanços tecnológicos o acesso à informação
se dá de forma imediatizada, bastando ao aluno processar essas informações e gerenciá-las de
acordo com suas necessidades.

Diante desta “nova modalidade de ensino” (no cenário mundial não é tão nova), é
necessário também que o aluno desenvolva e se aproprie de novos hábitos, habilidades e
atitudes, competências que serão necessárias para desenvolver as atividades propostas e que o
tornará um profissional competente e comprometido com a educação.
Desta forma, é necessária especial atenção ao processo “aprender a aprender”
levando-se em consideração o ritmo de aprendizagem de cada aluno/acadêmico, visto que
muitos se encontram afastados de sala de aula há muito tempo. Também é primordial muita
atenção aos fundamentos e métodos de conhecimento, buscando a apropriação pelos alunos, e
não a simples repetição do conteúdo. Pois o objetivo principal ao se trabalhar determinado
conteúdo é que o aluno construa conceitos e conhecimentos, que compreenda e contextualize o
assunto, e não simplesmente que memorize e não consiga refletir acerca do mesmo.

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp
Então podemos deduzir que para aprender, o indivíduo não deixa de operar regulações
intelectuais. Na mente humana, toda regulação, em última instância, só pode ser uma auto-
regulação, pelo menos se aderirmos às teses básicas do construtivismo: nenhuma intervenção
externa age se não for percebida, interpretada, assimilada por um sujeito.

Para isso é necessário buscar apoio no material impresso e demais tecnologias


oferecidas pelas universidades. Com este auxílio é possível despertar nos alunos a capacidade
de auto-aprendizagem, fazendo com que o aluno perceba que o maior responsável pela sua
118
aprendizagem é ele mesmo, com auxílio dos materiais impressos, tutor, material áudio visual, e
demais tecnologias disponíveis.

Perrenoud (1999, p.96) enfatiza que nessa perspectiva, toda ação educativa só pode
estimular o autodesenvolvimento, a auto-aprendizagem, a auto-regulação de um sujeito,
modificando seu meio, entrando em interação com ele. Não se pode apostar, afinal de contas,
senão na auto-regulação.

Percebe-se no início dos cursos à distância à dependência que os acadêmicos


demonstram em relação à figura do professor - tutor, quando a função tutorial não está em
ministrar aulas, mas sim em serem facilitador e mediador do processo de aprendizagem.
Procurando familiarizar o aluno com a metodologia e o material didático apresentado durante o
curso, sejam eles cadernos pedagógicos, textos auxiliares e as tecnologias propriamente ditas.

A ligação aluno-professor ainda é, no imaginário pedagógico, uma dominante, o que


torna a tutoria um ponto-chave em um sistema de ensino a distância (MAIA, 1998, apud
NISKIER, 1999).

Para sanar essa dependência do aluno, o tutor deve ser um motivador, orientador e
avaliador no sentido de reforçar o processo de auto-aprendizagem, orientando os alunos
constantemente quanto ao que fazer para atingir os objetivos específicos de cada disciplina,
sempre primando pela prática dialógica.

Na avaliação está a responsabilidade maior do tutor e do próprio aluno, pois este


instrumento servirá como termômetro para analisar até que ponto houve avanços ou recuos. De
acordo com Cechinel (2001, p.17), a avaliação é uma atividade que deve ser realizada com
seriedade e qualidade, para efetivamente contribuir com a melhoria de todo o processo ensino-
aprendizagem.
A prática do profissional competente, reflexivo, atuante deve caminhar pelas seguintes
habilidades e competências (CECHINEL, 2001, p.25):

 Compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática


educativa que se dá em diferentes âmbitos e especialidades;
 Compreensão do processo de construção do conhecimento no
indivíduo inserido em seu contexto social e cultural;
 Capacidade e habilidade de formular e encaminhar soluções de
119
problemas educacionais, condizentes com a realidade sociocultural;
 Capacidade e habilidade de estabelecer diálogo entre a área
educacional e as demais áreas do conhecimento;
 Capacidade e habilidade de articular ensino, pesquisa e
extensão, na produção do conhecimento e da prática pedagógica;
 Capacidade e habilidade de desenvolver metodologias e
matérias pedagógicas adequadas à utilização das tecnologias da informação e da
comunicação nas práticas educativas;
 Capacidade e habilidade de desenvolvimento de uma ética de
atuação profissional, e a conseqüente responsabilidade social;
 Capacidade e habilidade de articulação da atividade
educacional nas diferentes formas de gestão educacional, na organização do
trabalho pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas
pedagógicas da escola;
 Capacidade e habilidade de desenvolvimento do projeto
pedagógico, sintetizando as atividades de ensino e administração, caracterizadas
por categorias comuns, como: planejamento, organização, coordenação e
avaliação e por valores comuns como: solidariedade, cooperação,
responsabilidade e compromisso;
 Capacidade e habilidade de identificar problemas socioculturais
e educacionais e de propor ações criativas às questões da qualidade do ensino e
medidas que visem superar a exclusão social.

A concepção de competência profissional, por sua vez, implica mudanças nas


práticas de formação, que irão se refletir na organização das instituições formadoras,
nas novas modalidades educativas, nas metodologias, na definição de conteúdos e
na organização curricular. A competência profissional passa, também, pela formação
inicial em nível superior e pela formação continuada ao longo da atuação docente
(FAGHERAZZI, 2002, p.33).

Sabemos que o perfil do profissional, hoje, deveria ser de um profissional


comprometido com as questões educacionais, sociais, culturais e ambientais, que deveria
incorporar em sua prática as características inerentes às atividades, ser consciente da
120
importância do seu papel social. Isso implica uma postura investigativa e de constante pesquisa,
ultrapassando, portanto, os muros escolares e estendendo sua ação para a comunidade na qual
está inserida. Ou seja, ser um transmissor do ensino, pesquisa e extensão, tripé este que
deveria nortear todo o trabalho acadêmico do aluno e da própria instituição formadora dos
profissionais da educação.
Perrenoud em uma entrevista a Revista Nova Escola (2000, p.9) identificou os saberes
que considera fundamental para autonomia das pessoas. Chegou a oito grandes categorias:

 Saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus


direitos, seus limites e suas necessidades;
 Saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias,
individualmente ou em grupo;
 Saber analisar situações, relações e campos de força sistêmica;
 Saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade
coletiva e partilhar lideranças;
 Saber construir e estimular organizações e sistemas de ação
coletiva do tipo democrático;
 Saber gerenciar e superar conflitos;
 Saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las;
 Saber construir normas negociadas de convivência que superem
as diferenças culturais.

Na Educação a Distância o aluno desenvolve a capacidade de estudo individualizada,


independente. Os alunos reconhecem-se na capacidade de construir seu caminho, seu
conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e reflexões.
O uso dos recursos técnicos de comunicação disponíveis, que hoje têm alcançado
avanço espetacular, permite interatividade, a Internet, permite romper com as barreiras das
distâncias geográficas, rompe com as dificuldades de acesso à educação e dos problemas de
aprendizagem por parte dos alunos que estudam individualmente. Mas não isolados, sozinhos,
pois aprendem a ser solidários e formar grupos de estudos.
Com a comunicação bidirecional, o estudante não é um mero receptor de informações,
de mensagens. Apesar da distância, busca estabelecer relações com a instituição e com grupos
de discussões, o que fortalece o elo de comunicação, interação e motivação para os estudos. 121
A interação entre aluno e mídia é a linha vital dos cursos à distância. É preciso tornar a
tecnologia acessível e transparente para o aluno, a informação recebida através da mídia precisa
ser processada e transformada em conhecimento.
Outra forma de interação que acontece é entre o aluno e o conteúdo, chamada de
interação intelectual, que é aquela em que o entendimento, a percepção e as estruturas dos
alunos são transformados.
Outra forma de interação que acontece é entre aluno e tutor. O papel do tutor é o de
dirigir o fluxo da informação para o estudante, de estimular e motivar o aluno, manter o seu
interesse, dar apoio encorajando-o no processo de aprendizagem.
As interações aluno/aluno acontecem de maneiras diversificadas, possibilitando
contatos com caráter educativo, com trabalhos em grupo, soluções de problemas e de
discussões de casos. Essas interações quando bem projetadas oferecem a oportunidade para o
estudante expandir e aplicar o conhecimento do conteúdo.

5.3 Tutoria, novo personagem na Educação a Distância.

A tutoria tem sua origem em cursos de educação presencial superior. A princípio,


tratava-se do acompanhamento dos alunos com mais tempo de estudo para com os alunos que
estavam iniciando um curso. Com o passar dos tempos, essa função ganhou especial atenção e
a figura do aluno que acompanhava foi substituída por um professor. A tutoria foi introduzida na
Educação a Distância com o objetivo de prestar atendimento individual a cada aluno em
particular ou a grupos de alunos.
Sá (1998) destaca que a tutoria como método nasceu no século XV na universidade,
onde foi usada como orientação de caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a
fé e a conduta moral. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel de orientador e
acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é com este mesmo sentido que incorporou aos
atuais programas de educação a distância.

De acordo com Cechinel (2001, p.8) podemos definir tutoria como um conjunto de
ações educativas de apoio e orientação aos alunos, não apenas de caráter acadêmico, mas
122
também de caráter pessoal. Desenvolvida individualmente ou em grupo, por um educador, com o
objetivo de ajudá-los a apropriarem-se do conhecimento sistematicamente organizado e a
desenvolverem a interação e a autonomia na aprendizagem.

Ainda, de acordo com Sartori (2002, p.11), a tutoria compõe-se de diversos


profissionais que propõem, acompanham e avaliam programas, cursos e aprendizagem discente.
Também podem produzir materiais didáticos, organizar eventos, publicações, do seu âmbito de
ação. Assim, fazem parte do sistema tutorial à coordenação, os professores de disciplina, os
professores tutores, e o secretário acadêmico do curso.

A idéia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do tutor.
Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em qualquer aspecto”,
enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa” (LITWIN, 2001, p.93). Alves (2003)
esclarece que a palavra professor procede da palavra “professore”, que significa “aquele que
ensina ou professa um saber”.

O tutor, ao assumir suas funções, estará buscando construir caminhos para facilitar o
processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, não cabe a ele ministrar aulas, mas criar
condições para que o aluno a partir dos materiais instrucionais tenha condições de construir sua
aprendizagem com autonomia.

Sartori (2002, p.13), ressalta que a atividade do professor tutor é diferente do professor
convencional, porém está estreitamente vinculada a ação docente. Ao professor tutor cabe a
função de mediar e facilitar aos alunos a aprendizagem dos conteúdos científicos, além de
outras tarefas sumamente importantes, portanto, não lhe cabe transmitir conteúdos, mas reforçar
o processo de auto-aprendizagem. Para isso, deve indicar aos alunos o que devem fazer e que
caminhos seguir para o alcance dos objetivos pretendidos em cada momento de seus estudos.
123

FONTE: www.fcjp.edu.br/iead.asp

A diferença entre o docente e o tutor é institucional, que leva a conseqüências


pedagógicas importantes. As intervenções do tutor na educação à distância, demarcadas em um
quadro institucional diferente distinguem-se em função de três dimensões de análise (LITWIN,
2001, p.102):

 Tempo – o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo,


sempre escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá à
próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-lo; por esse motivo
aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa.

 Oportunidade – em uma situação presencial, o docente sabe que o


aluno retornará; que caso este não encontre uma resposta que o satisfaça,
perguntará de novo ao docente ou a seus colegas. Entretanto, o tutor não tem essa
certeza. Tem de oferecer a resposta específica quando tem a oportunidade de fazer
isso, porque não sabe se voltará a ter.
 Risco – aparece como conseqüência de privilegiar a dimensão tempo e
de não aproveitar as oportunidades. O risco consiste em permitir que os alunos
sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em uma construção
errônea sem que o tutor tenha a oportunidade de adverti-lo. “O tutor deve aproveitar
a oportunidade para o aprofundamento do tema e promover processos de
reconstrução, começando por assinalar uma contradição” (idem).

124
Tais conhecimentos em geral nos conduzem à situação específica dos saberes
requeridos ao tutor da Educação a Distância. Nestes ambientes, os contextos educacionais
assumem um valor especial, que requerem do tutor uma análise fluida, rica e flexível de cada
situação, vista sob o ângulo do tempo, oportunidade e risco, que imprimem as condições
institucionais da Educação a Distância.

Sá (1998) elabora um paralelo entre as várias diferenças entre as funções do professor


convencional e o do tutor nos ambientes de Educação a Distância (Tabela I). A atual tendência
de caracterização dos professores de ambientes de Educação a Distância é a de reprodutora do
docente tradicional ou como um suposto tutor, cuja função se limita a auxiliar na aprendizagem,
sem nenhuma identidade específica.

Tabela I – Paralelo entre as Funções do Professor e do Tutor

EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Conduzida pelo Professor Acompanhada pelo tutor

Predomínio de exposições o tempo Atendimento ao aluno, em consultas individualizadas


inteiro ou em grupo, em situações em que o tutor mais ouve
do que fala.

Processo centrado no professor Processo centrado no aluno

Processo como fonte central de Diversificadas fontes de informações (material


informação impresso e multimeios)

Convivência, em um mesmo ambiente Interatividade entre aluno e tutor, sob outras formas,
físico, de professores e alunos, o tempo não descartada a ocasião para os “momentos
inteiro. presenciais”.
Ritmo de processo ditado pelo professor Ritmo determinado pelo aluno dentro de seus
próprios parâmetros

Contato face a face entre professor e Múltiplas formas de contato, incluída a ocasional face
aluno a face.

Elaboração, controle e correção das Avaliação de acordo com parâmetros definidos, em


avaliações pelo professor. comum acordo, pelo tutor e pelo aluno.

Atendimento, pelo professor, nos rígidos Atendimento pelo tutor, com flexíveis horários,
horários de orientação e sala de aula. lugares distintos e meios diversos. 125

Fonte: Sá, Iranita. Educação a Distância: Processo Contínuo de Inclusão Social. Fortaleza, CEC, 1998.

Neste contexto, pode-se redefinir o papel do professor: “mais do que ensinar, trata-se
de fazer aprender (...), concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das situações de
aprendizagem” (PERRENOUD, 2000, p.139). O tutor atua como mediador, facilitador,
incentivador, investigador do conhecimento, da própria prática e da aprendizagem individual e
grupal (ALMEIDA, 2001).
Facilitador Orientador de aprendizagem.
Como mediador e facilitador do Geralmente usado quando o processo de
orientação é voltado para facilitar o
processo de aprendizagem, o tutor tem como processo de construção do conhecimento
pelos próprios alunos. Em alguns sistemas
função familiarizar o aluno com a metodologia
de EAD, como, por exemplo, o Telecurso
adotada no curso e o material didático. Também é o responsável pela coordenação,
orientação, acompanhamento, controle e
tem como função auxiliar no planejamento do avaliação da prática pedagógica
estudo individualizado ou em grupo, desenvolvida na telessala e no centro
controlador.
acompanhando de forma a superar as dificuldades
apresentadas e orientar na resolução de suas possíveis dúvidas, em atendimento individual ou
em grupo.

O novo papel do tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam nos atuais
ambientes de Educação a Distância concepções tradicionais das figuras do professor/aluno.

É preciso superar a postura ainda existente do professor transmissor de


conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção que leva à apropriação do
conhecimento que se dá na interação. Interação entre aluno/aluno e aluno/professor,
valorizando-se o trabalho de parceria cognitiva. Elaborando-se situações pedagógicas onde as
diversas linguagens estejam presentes. As linguagens são, na verdade, o instrumento
fundamental de mediação, as ferramentas reguladoras da própria atividade e do pensamento
dos sujeitos envolvidos (http://www.sesc.org.br).

O papel do professor como repassador de informações deu lugar a um agente


organizador, dinamizador e orientador da construção do conhecimento do aluno e até da sua
auto-aprendizagem. Sua importância é potencializada e sua responsabilidade social aumentada.
“Seu lugar de saber seria o do saber humano e não o do saber informações” (ALVES; NOVA,
2003, p.19), sendo a comunicação mais importante do que a informação. Sua função não é
126
passar conteúdo, mas orientar a construção do conhecimento pelo aluno.

Para que o curso prime pela qualidade e encontre parâmetros para se pautar, o tutor
desenvolve as atividades necessárias à manutenção dos níveis de qualidade do curso. Faz isso
participando da avaliação do curso ou programa quanto à metodologia, a orientação acadêmica
e ao material didático. Função importante também do tutor é cuidar da parte administrativa do
curso, que envolve o cumprimento de cronogramas, garantia de fluxos de informação,
organização do seu ambiente de trabalho, manutenção e preservação de materiais e
equipamentos.

Acrescentando, Litwin (2001, p.103) enfatiza que para exercer competentemente estas
funções, necessita de formação especializada. Hoje, a idéia da formação permanente vigora
para todas as profissões, mas especialmente para os profissionais da educação. O tutor se
encontra diante de uma tarefa desafiadora e complexa.

Grossi e Bordin (1992) contribuem esclarecendo que o bom desempenho desses


profissionais repousa sobre a crença de que “só ensina quem aprende”, o alicerce do
construtivismo pedagógico.

Construtivismo é a posição teórico-filosófica/teoria de aprendizagem, o


construtivismo considera a construção pelo aluno do seu próprio saber
como o aspecto mais importante do processo de ensino-aprendizagem. A
visão construtivista de cognição não é uma situação nova, já que suas
raízes filosóficas antecedem a moderna psicologia de aprendizagem; mas
está, hoje, recebendo maior atenção por parte dos educadores. Alguns
estudiosos do assunto (Fostnot,1991), por exemplo, mencionam que,
enquanto a epistemologia construtivista vem sendo bem entendida pelos
educadores, suas implicações para o ensino/design instrucional ainda não
estão no mesmo patamar.
Com certeza, a figura do tutor passou a desempenhar um papel essencial na vida
acadêmica e pessoal de cada aluno, o tutor tornou-se um porto seguro para todos.

Sá (1998, p.46) diz que se exige mais do tutor de que de cem professores
convencionais, pois este necessita ter uma excelente formação acadêmica e pessoal. Na
formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual e domínio da matéria, destacando-
se as técnicas metodológicas e didáticas. Além disso, deve conhecer com profundidade os
assuntos relacionados com a matéria e área profissional em foco, por este motivo a necessidade
127
da formação continuada.

Faz-se necessário também a habilidade para planejar, acompanhar e avaliar


atividades, bem como motivar o aluno para o estudo. Na formação pessoal, deve ser capaz de
lidar com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos e éticos, tais
como maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade de mediar questões, liderança,
cordialidade e, especialmente, a capacidade de ouvir.

Collins e Berge (1996, apud PALLOFF; PRATT, 2002) classificaram as várias tarefas e
papéis exigidos do professor on-line (tutor) em quatro áreas: pedagógica, gerencial, técnica e
social.
Diz respeito ao fomento de um ambiente
social amigável, essencial à aprendizagem on-line. O
papel do professor em qualquer ambiente educacional é
o de garantir que o processo educativo ocorra entre os
alunos. No ambiente on-line, o professor torna-se um
facilitador. Ele conduz o grupo de maneira mais livre,
permitindo aos alunos explorar o material do curso, ou a
ele relacionado, sem restrição.
128
O docente pode trazer assuntos gerais para
serem lidos e comentados, além de fazer perguntas
visando a estimular o pensamento crítico sobre o assunto
discutido. É importante que o professor comente
adequadamente as mensagens dos alunos, as quais
servirão para estimular debates posteriores. Nesse
contexto, o professor atua como animador, tentando
Função pedagógica motivar seus alunos a explorarem o material mais
profundamente do que o fariam na sala de aula
presencial.

Envolve normas referentes ao agendamento


do curso, ao seu ritmo, aos objetivos traçados, à
elaboração de regras e à tomada de decisões. O
professor de um curso on-line é também seu
administrador. Ele é responsável por enviar um programa
para o curso com as tarefas a realizar e as diretrizes
iniciais para discussão e adaptação. Palloff (2002) sugere
que no começo do curso sejam enviados um plano de
ensino, as diretrizes e o código de normas de
comportamento que deve ser seguido. Em seguida, os
Função gerencial participantes podem comentar e debater sobre suas
expectativas em relação ao curso.

Depende do domínio técnico do professor,


sendo então capaz de transmitir tal domínio da tecnologia
aos seus alunos. Os professores devem conhecer bem a
tecnologia que usam para atuar como facilitadores do
curso. Além disso, deverá haver um suporte técnico
disponível, de modo que, mesmo um professor menos
proficiente, possa ministrar um curso on-line. Semelhante
ao espaço comunitário, Palloff sugere que seja destinado
um espaço em separado para acompanhar o fluxo da
aprendizagem em todo o processo.

Conscientes de que os professores precisam


ensinar diferentemente nesse meio e de que os alunos
também atuam diferentemente, esse espaço adquire
grande importância. Todos precisam estar conscientes
do impacto que a Educação a Distância on-line tem na 129
aprendizagem e facilitar a mudança de paradigma
necessária ao aluno para que ele tenha maior impacto.
“Usar a tecnologia para aprender exige mais do que
conhecer um software ou do que se sentir à vontade com
o hardware utilizado” (PALLOFF; PRATT, 2002, p.109).
Função técnica

Significa facilitação educacional. O professor é


responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos
pessoais e sociais da comunidade on-line. Collins e
Berge (1996, apud PALLOFF; PRATT, 2002, p.104),
referem-se a essa função como estímulo às relações
humanas, com a afirmação e o reconhecimento da
contribuição dos alunos; isso inclui manter o grupo unido,
ajudar de diferentes formas os participantes a
trabalharem juntos por uma causa comum e oferecer aos
alunos a possibilidade de desenvolver sua compreensão
Função social da coesão do grupo. Esses elementos são a essência
dos princípios necessários para construir e manter a
comunidade virtual.

Para dar um sentido de comunidade ao grupo, o tutor poderá usar algumas estratégias,
como, por exemplo: iniciar seus cursos pelas apresentações dos alunos, para que todos se
conheçam. Dessa forma, cria-se uma atmosfera confiante e aberta, tornando real o fato de que o
grupo é composto por pessoas, com sua própria experiência de vida e saberes. Outra estratégia
utilizada é a de elaborar previamente uma atividade em grupo, com simulações ou projetos,
criando a sensação de trabalho em equipe.

É essencial que o grupo on-line desenvolva uma atitude de confiança, fundamental


para a qualidade da aprendizagem na sala de aula on-line, conclui Palloff.
Gutiérrez e Prieto (1994) nomearam de “assessor pedagógico” o professor de
Educação a Distância. Para ele, sua função é a de fazer a ligação entre a instituição e o aluno,
acompanhando o processo para enriquecê-lo com seus conhecimentos e experiências.

Segundo Gutiérrez e Prieto (1994), suas características são: ser capaz de uma boa
comunicação; possuir uma clara concepção de aprendizagem; dominar bem o conteúdo; facilitar
a construção de conhecimentos, através da reflexão, intercâmbio de experiências e informações;
estabelecer relações empáticas com o aluno; buscar as filosofias como uma base para seu ato
130
de educar; e constituir uma forte instância de personalização. Dentre as tarefas prioritárias do
“assessor pedagógico”, destacam-se a de estabelecer redes, promover reuniões grupais e a de
avaliar.

Niskier (1999) colabora dizendo o educador a distância reúne as qualidades de um


planejador, pedagogo, comunicador, e técnico de Informática. Participa na produção dos
materiais, seleciona os meios mais adequados para sua multiplicação e mantém uma avaliação
permanente a fim de aperfeiçoar o próprio sistema. Nesta modalidade de ensino, o educador
tenta prever as possíveis dificuldades, buscando se antecipar aos alunos na sua solução.

O tutor de Educação a Distância deve ser valorizado, pois sua responsabilidade, além
de ser maior por atingir um número infinitamente mais elevado de alunos, torna-o mais
vulnerável a críticas e a contestações em face dos materiais e atividades que elabora.
Niskier (1999, p.393) pontua que o papel do tutor é:

Comentar os trabalhos realizados pelos alunos;

Corrigir as avaliações dos estudantes;

Ajudá-los a compreender os materiais do curso através das discussões e explicações

Responder às questões sobre a instituição;


131
Ajudar os alunos a planejarem seus trabalhos;

Organizar círculos de estudo;

Fornecer informações por telefone, fac-símile e e-mail;

Supervisionar trabalhos práticos e projetos;

Atualizar informações sobre o progresso dos estudantes;

Fornecer feedback aos coordenadores sobre os materiais dos cursos e as


dificuldades dos estudantes;

Servir de intermediário entre a instituição e os alunos.


FORMADOR:

Função pedagógica,
estímulo à
PROFESSOR:
aprendizagem através
Concepção e realização
das interações
de cursos e materiais
concepção e 132
didáticos.
realização de cursos
e materiais didáticos.

PESQUISADOR:
PERFIS DO
Atualização TECNÓLOGO
TUTOR
contínua,
investigação e EDUCACIONAL:

reflexão sobre a
Especialização em
própria prática.
tecnologias

Educacionais.

TUTOR:

Orientação e

Avaliação da
MONITOR:
aprendizagem a
RECURSO DIDÁTICO: Exploração de
Distância.
materiais específicos,
Resposta às dúvidas
em grupos de
dos
Aprendizagem.
Alunos.
De acordo com Sá (1998), o tutor em Educação a Distância exerce duas funções
importantes, a primeira informativa, provocada pelo esclarecimento das dúvidas levantadas pelos
alunos, e a segunda, orientadora, que se expressa ajudando nas dificuldades e na promoção do
estudo e aprendizagem autônoma.

Para Sá (1998, p.45) “No ensino a distância o trabalho do tutor fica de certo modo
diminuído considerando-se o clima de aprendizagem autônoma pelos alunos”, pois muito da
orientação necessária já se encontra no próprio material didático, sob a forma de questionário,
133
recomendação de atividades ou de leituras complementares. Constata-se que a função do tutor
deve ir além da orientação. O tutor esclarece dúvidas de seus alunos, acompanha-lhes a
aprendizagem, corrige trabalhos e disponibiliza as informações necessárias, terminando por
avaliar-lhes o desempenho.

Litwin (2001) pontua que os programas de Educação à Distância privilegiam o


desenvolvimento de materiais para o ensino em detrimento da orientação aos alunos, das
tutorias, das propostas de avaliação ou da criação de comunidades de aprendizagem. Os
materiais de ensino se convertem em portadores da proposta pedagógica da instituição.

Esse material se torna objeto de reflexão e análise no âmbito da tutoria. É necessário


que exista coerência entre a atuação do tutor e os objetivos da proposta. A falta de coerência
pode significar um dos problemas mais sérios que pode enfrentar um programa dessa
modalidade. O tutor pode mudar o sentido da proposta pedagógica pela qual foram concebidos o
projeto, o programa ou os materiais de ensino. Sua intervenção poderá melhorar a proposta,
agregando-lhe valor. Se o tutor tiver formação adequada estará apto a entender, melhorar,
enriquecer e aprofundar a proposta pedagógica oferecida pelos materiais de ensino no âmbito de
um determinado projeto (LITWIN, 2001).

Todas as atividades, tarefas e exercícios propostos devem ser cuidadosamente


corrigidos em tempo hábil, para que o tutor tenha a chance de interferir na aprendizagem e fazer
o acompanhamento necessário, mediando o processo. O tutor, ao avaliar o processo de ensino e
aprendizagem, compara o grau de satisfação do aluno com o curso através de métodos
estatísticos, fichas de avaliação e de observação.

A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação pedagógica, e é de grande


importância na avaliação do sistema de ensino a distância. Os tutores se comunicam com seus
alunos por meio de encontros programados durante o planejamento do curso. O contato com o
aluno começa pelo conhecimento da estrutura do curso, e é preciso que seja realizado com
freqüência, de forma rápida e eficaz. A eficiência de suas orientações pode resolver o problema
de evasão no decorrer do processo.

Maia (2002) destaca que na Educação a Distância a de se pontuar outra diferença, é


entre o professor-autor e o professor-tutor, embora ambos sejam profissionais virtuais. O
professor-autor desenvolve o teor do curso, escreve e produz o conteúdo e atua na organização
dos textos e na estruturação do material. É preciso que ele conheça as possibilidades e
134
ferramentas do ambiente, pois deverá interagir com a equipe de desenvolvimento para entender
a potencialidade dos recursos a serem utilizados e elaborar o desenho de texto e do conteúdo do
curso, de forma a contemplar todas essas potencialidades.

Após a conclusão do conteúdo pelo professor-autor, entra em ação o professor-tutor


cujo papel é o de promover a interação e o relacionamento dos participantes.

Maia (2002, p.13) enfatiza certas habilidades e competências necessárias ao tutor:

Competência tecnológica: domínio técnico suficiente para atuar com naturalidade,


agilidade e aptidão no ambiente que está utilizando. É preciso ser um usuário dos recursos de
rede, conhecer sites de busca e pesquisa, usarem e-mails, participar de listas e fóruns de
discussão, ter sido mediador em algum grupo. O tutor deve ter um bom equipamento e recursos
tecnológicos atualizados, inclusive com plug-ins de áudio e vídeo instalados, além de uma boa
conexão com a Web. O tutor deve ter participado de pelo menos um curso de capacitação para
tutoria ou de um curso on-line; preferencialmente, utilizando o mesmo ambiente em que estará
desenvolvendo sua tutoria.

Competências sociais e profissionais: deve ter capacidade de gerenciar equipes e


administrar talentos, habilidade de criar e manter o interesse do grupo pelo tema, ser motivador e
empenhado. É provável que o grupo seja bastante heterogêneo, formado por pessoas de regiões
distintas, com vivências bastante diferenciadas, com culturas e interesses diversos, o que exigirá
do tutor uma habilidade gerencial de pessoas extremamente eficientes. Deve ter domínio sobre o
conteúdo do texto e do assunto, a fim de ser capaz de esclarecer possíveis dúvidas referentes
ao tema abordado pelo autor, conhecer os sites internos e externos, a bibliografia recomendada,
as atividades e eventos relacionados ao assunto. A tutoria deve agregar valor ao curso.
O tutor deve deixar claras as regras do curso; ser capaz de comunicar-se textualmente,
com clareza, não deixando margem para questões e colocações dúbias que venham a prejudicar
a aprendizagem.

A tutoria é a função necessária para orientar, dirigir e supervisionar o ensino-


aprendizagem. Ao estabelecer o contato com o aluno, o tutor complementa sua tarefa docente
transmitida através do material didático, dos grupos de discussão, listas, correio-eletrônico, chats
e de outros mecanismos de comunicação. Assim, torna-se possível traçar um perfil completo do
135
aluno: por via do trabalho que ele desenvolve, do seu interesse pelo curso e da aplicação do
conhecimento pós-curso.

O apoio tutorial realiza, portanto, a intercomunicação dos elementos (professor-tutor-


aluno) que intervêm no sistema e os reúne em uma função tríplice: orientação, docência e
avaliação.

5.4 Avaliação em Educação a Distância

A avaliação em EAD tem algumas características que são resultado do paradigma


educacional proposto ao processo de ensino-aprendizagem e à natureza do processo específico.

Para Gonçalves (1996):

“A avaliação, não importa a missão que se lhe proponha cumprir, parece ter o dom
de despertar nas pessoas suas defesas mais escondidas. É, na educação, um
processo revestido de rituais complexos, que resulta por torná-la um mito. No caso
da avaliação da aprendizagem, tal mitificação ao invés de possibilitar às pessoas
maior consciência de como está se desenvolvendo internamente o processo de
construção do conhecimento, termina por confundi-las, tornando-as dependentes de
algum veredicto externo que determine se estão aprendendo ou não”.

Um ensino centralizado no aluno, como é a EAD, traz intensas transformações no


processo de avaliação. Algumas dessas transformações são fontes de intermináveis debates
entre educadores, políticos e empresários da área de ensino.
Dentre elas podemos citar:

Adoção e conseqüente valoração de uma navegação por


hipertexto dentro do contexto da Internet.
a.

Aceitação de múltiplas tecnologias nos diferentes


momentos de EAD.
b.
136
Ênfase em tecnologias que estimulem a ambientação e o
apoio socioafetivo, como resultado de pesquisas sobre a
contextualização nos países latinos e africanos.
c.

Previsão de contínuo e permanente apoio ao estudante,


com freqüentes feedbacks.
d.

Entendimento e a prática de vivência de trabalho como um


time integrado.
e.

Necessidade de coordenação e apoio das atividades em


geral e nos diversos ambientes e "sites" em particular;
além da permanente necessidade de avaliação do Ensino
f. à Distância e da Educação à Distância em particular.

De acordo com Medeiros, cabe a cada ambiente de aprendizagem, no seu sentido


estrito e amplo, a existência de processos do tipo alavancagem, como proposto por Vygotsky em
seu delineamento dos níveis de desenvolvimento proximal em relação ao real/potencial e em
direção a uma aprendizagem autônoma e emancipatória, onde se incluem as idéias de
Habermas.

Na medida em que o desenvolvimento emancipatório e autônomo implica em um


resgate dos conceitos de participação qualificada, de compromisso, de colaboração. Estes
pressupõem uma relação equilibrada, de busca de igualdade real, sem perda da qualidade, da
autoridade, mas, principalmente, sem perda da autoria e da autonomia social e individual
construída pela criação de argumentos. É com base na construção de argumentos que se
trabalha processualmente a aprendizagem e, nela, a avaliação. Nessa perspectiva, a
aprendizagem é continuamente buscada na ação dos sujeitos.

O comentário segundo Gonçalves, tantas vezes repetido, de que não é séria a ação de
Ensino a Distância, dispensa a exigência da avaliação presencial da aprendizagem, confirma a
137
percepção de uma relação de desconfiança, entre professor e aluno, além de a educação ser
vista como algo externo ao indivíduo. Prossegue ainda em suas assertivas:

“Há situações em que a presencialidade na avaliação é condição de aperfeiçoamento


da aprendizagem - aquelas que envolvem algumas habilidades motoras complexas,
por exemplo. Nestas situações, a não previsão de avaliação ou de avaliação
presenciais poderia ser tida como irresponsável; pois, se é imprescindível para a
aprendizagem, torna-se um direito do aluno a ser respeitado” (Gonçalves).

Na maioria das vezes, para fins de avaliação da aprendizagem na EaD, a presença é


exigida; Isto acontece, menos por ser necessário e mais porque não se conseguiu desenvolver
formas de avaliar que superem da presencialidade. Uma situação de avaliação que, por
exemplo, permita consultas a documentos de qualquer natureza, não tem porque ser presencial
– no entanto, a lógica demonstra que, no Ensino a Distância, é muito difícil avaliar mudanças de
comportamento, memorização e atitudes que não de forma presencial.

O sistema de ensino-aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de informações e


imagens mediante definições que devem ser armazenadas progressivamente, considerando o
aluno como receptador passivo.
No entanto esta perspectiva, ainda existe na EAD, que muitas vezes, considera a
avaliação como um momento determinado, separado do processo de aprendizagem. A avaliação
realiza-se a partir de instrumentos de mensuração do conhecimento adquirido em determinados
períodos. Muitas vezes é estabelecida uma data para aplicação do instrumento de avaliação, tais
como prova, trabalho, seminário, cujos resultados são julgados pelo professor, que estabelece
os critérios de julgamento. Na maioria das vezes esses critérios não são conhecidos pelos
alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à
desconfiança em relação à avaliação e provocar desordens entre professor e aluno. Este modelo
possibilita o aparecimento de desconfianças quanto às preferências e simpatias pessoais
dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de ensino-aprendizagem.
Embora persista o processo baseado em conceitos tradicionais que privilegiam a
relação de autoridade e dependência e objetivam o controle sobre os alunos, distanciando o
professor e conferindo-lhe poder total para julgar. Neste caso são esquecidos fatores
importantes que podem influir negativamente a avaliação, tais como a inadequação do momento,
tempo e local para sua realização.
A avaliação é um processo natural e contínuo, onde o ser humano está 138
constantemente sendo avaliado e avaliando. Na EAD, devido às questões de distância, o
professor deve perceber que a avaliação independe de utilizar ou não técnicas formais, quando
distribui tarefas, define as normas para sua execução, estabelece o assunto a ser pesquisado,
aprova ou não o trabalho. Necessita perceber que a avaliação é um processo contínuo,
Cumulativo e compreensivo, decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as
mudanças no comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de
habilidades e atitudes.
O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles esperados.
Para causar um efetivo aprendizado, o aluno deve identificar suas deficiências de aprendizagem
e as causas dessas deficiências, para isso é necessário estabelecer objetivos claros a serem
alcançados dentro do aprendizado referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de
tudo estar determinado.
Ao iniciar um Curso na modalidade de EaD imediatamente devem estar idealizadas as
formas avaliativas no Manual do aluno, com o intuito de tornar melhores os objetivos a serem
atingidos. Além dos objetivos é preciso estabelecer o limite do conteúdo, disciplina que irá ser
avaliado, quais os padrões mínimos de desempenho esperados e que formas de adquirir serão
utilizadas. Pois a avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o
acompanhamento dos alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços necessários
para que eles continuem no seu processo de crescimento.
A avaliação é um tema de vital importância na EaD, destaca-se como um recurso de:
medidas, objetivos do ensino, de métodos, conteúdos, currículos, programas e das próprias
habilidades do professor.
Os indivíduos buscam seu autodesenvolvimento, procuram atingir seus objetivos,
vencendo limitações e desafios. Porém a forma como atuam tentando atingir suas metas é
diferente. As pessoas têm comportamentos e objetivos diferentes, por isso devem ser tratadas
de formas diferentes. Os educadores devem dar atenção às diferenças individuais, pois por este
ângulo há uma grande possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior
satisfação, alcançando o nível de aprendizagem.
Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no processo de
aprendizagem do aluno, ele pode obter informações que demonstrem as dificuldades ou o
avanço que cada um atingiu. Essas evidências criam referências para identificar qual a melhor
maneira de desenvolver a potencialidade do estudante, satisfazendo também suas necessidades
de estima e auto-realização “pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de espaços
para a criatividade individual (...)” (Pontes). 139
O educando deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de auto-realização
aprendendo que concorrência pode significar a superação de suas próprias dificuldades, não
valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos outros. Cabe ao professor oferecer
condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse caso, o docente deve considerar como verdadeira
motivação, aquelas necessidades que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria
constatação de crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, à possibilidade de
empreender algo novo.
As necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem a
satisfação a partir de fatores externos à própria pessoa, como a nota atribuída pelo professor ou
as condições ambientais para realizar trabalhos. Esse tipo de satisfação é importante, porém só
estimula as pessoas, levando-as a agir, todavia necessitam de incentivos constantes. Assim, o
aluno poderá deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável pelo
seu autodesenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas de auto-
estima e auto-realização.
É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo de
aprendizagem motivando-se a partir de suas próprias carências intrínsecas. Confirma-se, então,
para o aluno que o significado do processo de avaliação é o seu desenvolvimento pessoal e não
apenas a nota obtida em momentos determinados.
O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome conhecimento dos
resultados alcançados durante o processo de ensino-aprendizagem, pois analisando os
resultados é possível corrigir falhas, reformular o planejamento proposto e evidenciar os acertos
e resultados positivos, elevando a auto-estima. Permite ao indivíduo a julgamento de seu
comportamento e as correções necessárias para alcançar o objetivo final.
Para tanto o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a auto-
estima, e identificando as falhas, possibilitando com isso uma revisão e uma modernização
eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação contínua e cumulativa é parte do
processo de aprendizagem em EAD, e não somente um momento determinado, desvinculado do
processo.
Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do próprio
aprendizado, desencadeando a motivação interna que surge e se mantém, principalmente,
quando os alunos sabem o que se espera deles e como será orientado e avaliado pelo
professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o conteúdo da disciplina e os padrões de
desempenho mínimos que são exigidos, tende a se comprometer buscando realizar um bom
trabalho, e sentindo a alegria de ser bem-sucedido. 140
O educador/tutor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos procurando
orientá-los, e incentivá-los para o desenvolvimento de suas potencialidades, levando-os a atingir
os objetivos propostos. O educador/tutor deve assumir uma postura de motivador do processo,
promovendo a aprendizagem progressiva e efetiva do conteúdo abordado.
O professor deve demonstrar certeza na capacidade dos alunos, elogiarem os
progressos obtidos antes de apontar as deficiências, que devem ser analisadas conjuntamente,
indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por resultados positivos. Deve destacar a
importância do desenvolvimento da aprendizagem e a satisfação do bom trabalho. Deve ser um
bom ouvinte e comunicador, pois através da participação de um diálogo construtivo, possibilita a
efetivação da aprendizagem de forma mais apropriada e satisfatória.
Quando se pretende avaliar aprendizagens, deve-se primeiro compreender o que é
aprendizagem, como ela ocorre e o que ela acarreta. Diante disso, temos a afirmação de que a
aprendizagem é um processo de aquisição e formulação de novos conhecimentos, de
desenvolvimento de competências e que de certa forma, produz modificações no comportamento
das pessoas. A aprendizagem necessita de fatores e estímulos internos do indivíduo, bem como
dos estímulos externos.

Para se iniciar um processo de avaliação de aprendizagens, em qualquer modelo de


ensino, é imprescindível o planejamento. Através dele pode-se ter claramente a visão dos
objetivos que se pretende alcançar. Para isso, se considera todos os aspectos do processo de
ensino-aprendizagem e todos os elementos que permeiam esta relação. Acompanhar o
desenvolvimento do aluno, conhecer sua postura e procedimento, saber como ele aprendeu o
conteúdo, como o utiliza em determinados contextos e situações requerem auxílio de
ferramentas, meios e procedimentos que auxiliem o professor na busca destas respostas.

Classificar o aprendiz (aluno) neste processo é uma exigência legal dos órgãos de
educação. Mas não é um fim da avaliação, que se propõe a muito mais. Aqui entram também os
aspectos éticos do ato de ensinar, de formar cidadãos conscientes, de dar condições para que o
indivíduo se desenvolva, cresça como pessoa e busque sua autonomia e possa atuar em prol do
conhecimento, modificando realidades, principalmente na Educação a Distância.

Através de uma visão holística, que considera um todo e transcende o fator “nota”, é
possível utilizar a avaliação para diagnosticar problemas no aprendizado e propor as melhorias,
fornecendo o feedback propulsor de ajustes e de potencializações das práticas e métodos
pedagógicos utilizados no processo de ensino-aprendizagem.
141
Ou seja, além de ser constante, formativa, a avaliação deve ser diagnóstica, levantar
questionamentos e buscar respostas para promover a melhoria dos processos de ensino-
aprendizagem, verificando os sucessos e insucessos de determinadas ações, dos meios,
materiais e recursos utilizados, bem como da atuação.

Segundo PETERS (1997) nas universidades a distância se desenvolvem cursos que


estabelecem o caminho da aprendizagem dos estudantes, onde estes podem acompanhar os
conteúdos oferecidos e exercer sua autonomia. Com este princípio, os cursos são planejados,
desenvolvidos e experimentados conforme esta concepção, apresentando além dos conteúdos,
intervenções didáticas.

No ambiente de EaD, a avaliação precisa ser específica e estender sua análise sobre
os outros tipos e variedades de aprendizados como a questão da tecnologia empregada e sobre
seu mecanismo próprio de ensino-aprendizagem. Atualmente, tanto a percepção e o modo de se
avaliar exigem uma nova postura, uma nova atuação dos avaliadores. Os processos mudaram e
com eles as oportunidades de se levar conhecimento às mais remotas partes do país e do
mundo.

Existem diversas formas de avaliação que englobam tanto as condições qualitativas


quanto as quantitativas. Não se deve restringir o método de avaliação a uma ou outra
modalidade. Na verdade, as combinações de diversos instrumentos podem oferecer subsídios
ao avaliador, dotando-o de conteúdos que possam ajudá-lo a formular um conceito mais
aproximado do real e do ideal.

Não existem fórmulas, e cada caso é um caso. Há de se avaliar o projeto pedagógico


proposto e seus objetivos a que ele se propõe, o ambiente onde será realizada determinada
ação educativa, os recursos e tecnologias envolvidas e muitos outros itens para planejar a
melhor estratégia de avaliação.
Devemos considerar o processo de aprendizagem centralizado no aluno, para
humanizar o processo, visando seu desenvolvimento contínuo. Avaliar dentro destas
possibilidades prevê o melhoramento do processo educacional, admitindo as expressões do
conhecimento do indivíduo e o enriquecimento em todos os sentidos.

Na educação a Distância (online), a avaliação de aprendizagem demanda a


estruturação e a construção de novos conceitos e práticas pedagógicas que possam considerar
os recursos interativos e os processos colaborativos de aprendizagens com as práticas de
142
avaliação que vislumbrem a construção do conhecimento, e não apenas a sua reprodução
memorizada, como vemos em muitos cursos na modalidade a distância.

A Prática avaliativa deve fazer parte do processo de aprendizagem durante todo o


percurso, e não apenas ser vista como uma atividade externa ao processo pedagógico. Deve ser
formulada especificamente para atender a determinadas características dos cursos e contextos
próprios para poder avaliar de forma a considerar as individualidades e o real processo de
construção do conhecimento, onde se torna mais importante o significado do instrumento dentro
do processo avaliativo, do que o tipo a ser utilizado.

Instrumentos de avaliação

Considerando a variedade de instrumentos em suas interfaces, os mais usuais em EaD


são:

Realizados para promover a discussão de temas específicos


do curso. Essas discussões podem ser realizadas de três
formas;
Discussões

Discussão assíncrona, conduzida pelos formadores, que


incentivam as trocas de idéias e experiências. Favorece a
reflexão e a elaboração das participações, possibilitando maior
qualidade e aprofundamento;

Fórum

Semelhante à atividade Fórum, no entanto nesta modalidade


um ou dois grupos ficam responsáveis por propor as
questões a serem discutidas, conduzir as discussões do
143
fórum, fazer uma análise e avaliar a participação dos colegas;

Seminário Virtual

Discussão síncrona que gera participações curtas e pouco


elaboradas, no entanto possibilita aumentar a proximidade entre
os participantes do curso, contribuindo para aumentar a
Bate-Papo (chat) colaboração;

Onde todo processo pode ser comentado pelos formadores e


aprendizes de forma colaborativa e construtiva. O aprendiz é
motivado a entrar num ciclo de revisões, no qual tem a
oportunidade de construir e depurar os novos
conhecimentos;
Portfólio

As provas à distância consistem em exercícios contendo questões


que os estudantes terão que responder e enviar ao centro do
curso/tutor. As presenciais, por sua vez, podem ser de vários
tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de
execução, prova objetiva e prova oral, sendo essa última
raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em
Provas à distância provas de idioma, podendo ser feita através de fitas cassete ou de
ou presenciais vídeo.

Reflexões do aprendiz sobre o próprio processo de


aprendizagem, por meio de relatos de suas experiências.
Uma ferramenta interessante é o Diário de Bordo, que permite
leitura e comentário apenas de formadores e também os
Blogs que permitem a inserção de fotos, imagens, links,
enquetes e outros.
Relatos

Na avaliação em Educação a distância o feedback é apontado como um importante


elemento para a aprendizagem independentemente da teoria de educação que o embasa,
embora existam diferenças substanciais na forma como é usado e no lugar que ocupa para cada
144
diferente referencial teórico. Considerando a EaD, o feedback apresenta importância central no
processo de aprendizagem, potencializando os resultados e motivando o sujeito cognoscente,
pois permite ao “curso” estabelecer um diálogo através do qual o estudante interage com o
objeto de aprendizagem. Sem esta interação, a solução torna-se apenas uma lista de
informações publicada na rede. São formas de feedback:

Informal

É normalmente dado de forma oral, em uma conversa com o


aluno ou o grupo de alunos. Em EAD normalmente é utilizada a
comunicação por e-mail, fórum ou Chat, quando o
professor/tutor dá uma resposta na discussão para estimular a
participação ou corrigir o rumo.

Formal

Nele se encontram todos os testes de aprendizado. E pode ser


encontrado nas respostas aos exercícios de fixação, na
avaliação final e nos medidores de desempenho.
Direto

Quando é direcionado a um aluno, a um grupo (sendo o


trabalho de grupo) ou por conseqüência de uma determinada
atividade/tarefa. O ideal, quando falamos de um ensino a
distância, é que a comunicação sempre seja feita diretamente
ao aluno, pelo seu desempenho. Isto se torna essencial nos
cursos com pouca interação, pois neste caso o aluno está
145
sozinho no processo de ensino e algo direcionado ao grupo, do
qual ele pouco ou nada sabe, aumenta ainda mais a distância
entre ele e o conteúdo.

Indireto

Direcionado a toda a turma ou para avaliar o desempenho


geral. Não menciona nomes nem tarefas específicas.
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The Palace, s/d.

Disponível em: <http://www.nlink.com.br/~harlanfr/palace.htm> . Acesso em: out. 2007

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Sites de ferramentas de aprendizagem colaborativa:

Zoho <http://wiki.zoho.com/jsp/wikilogin.jsp?serviceurl=%2Fregister.do>

Wiki spaces <http://www.wikispaces.com>

Pb wiki <http://pbwiki.com/business.wiki>

Google grupos <http://groups.google.com.br>

Yahoo grupos <http://br.groups.yahoo.com>

Quero Fórum <http://www.queroumforum.com/web/index.php>

Meu Grupo <http://www.meugrupo.com.br>

Fórum Now <http://www.forumnow.com.br>

MSN Messenger <http://get.live.com/messenger/overview>

Yahoo Messenger <http://br.messenger.yahoo.com/webmessengerpromo.php>

Sala de Aula Interativa <http://www.saladeaulainterativa.pro.br>

Brasil Chat <http://www.brasilchat.com.br>

Blog Ig <http://blig.ig.com.br>

Blog Uol <http://blog.uol.com.br>

Blog Terra <http://blog.terra.com.br>


PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 3.0
CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do
mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 3.0
SUMÁRIO

MÓDULO I
1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO
1.2 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

MÓDULO II
2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS
2.1 ABORDANDO CONCEITOS
2.2 CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.3 ENSINO E APRENDIZAGEM COM QUALIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2.4 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
2.4.1 Características de alguns ambientes virtuais de Aprendizagem
2.5 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO III
3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
3.1 FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA NA INTERNET NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
3.2 POR QUE UTILIZAR UMA FERRAMENTA COLABORATIVA?
3.3 DIDÁTICA NO USO DE FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM
COLABORATIVA: PROCESSO E AVALIAÇÃO

MÓDULO IV
4 FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM
4.1 BLOG
4.1.1 Quando utilizar um blog?
4.1.2 Como proceder didaticamente com blog?

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4.2 CHAT
4.2.1 Quando utilizar um chat?
4.2.2 Como proceder didaticamente com chat?
4.3 FÓRUM
4.3.1 Quando utilizar um fórum?
4.3.2 Como proceder didaticamente com fórum?
4.4 WIKI
4.4.1 Quando utilizar um wiki?
4.4.2 Como proceder didaticamente com wiki?
4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRÁTICAS EDUCATIVAS COLABORATIVAS
4.6 CONHECENDO E EXPLORANDO AS FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM
COLABORATIVA NA INTERNET
4.6.1 Blog
4.6.2 Chat
4.6.3 Fórum
4.6.4 Wiki
4.6.5 Alguns sites interessantes

MÓDULO V
5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5.1 DOCÊNCIA: O PERFIL DO EDUCADOR
5.2 O ATOR DO PROCESSO: O DISCENTE
5.3 TUTORIA: NOVO PERSONAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.
5.4 AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
5.4.1 Instrumentos de avaliação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AN02FREV001/REV 3.0
MÓDULO I

1 HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância no Brasil não é uma prática recente. Existem hoje


instituições conceituadas com milhares de alunos a distância, em cursos que
utilizam diversas mídias e estruturas (RODRIGUES, 1998).
No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Monitor, em 1939, várias
experiências na área de Educação a Distância foram iniciadas. Esses cursos
utilizam diferentes mídias e materiais para levar a Educação a Distância aos mais
diferentes locais do Brasil, permitindo assim o acesso e a democratização do ensino
superior àqueles que por diversos motivos encontram-se impossibilitados de
frequentar a universidade diariamente.
Partindo do pressuposto de que a formação acadêmica é uma questão de
suma importância, a Educação a Distância deve então ser vista como uma
estratégia e uma possibilidade democratizadora de acesso à universidade.
A humanidade sempre produziu conhecimentos, mas hoje com um
expressivo diferencial, o acesso e a rapidez da transmissão dessas informações
acontecem em tempo real. E esses são fatores fundamentais que devem ser
levados em consideração quando se faz uma análise do processo de conhecimento,
informação e educação que a universidade se propõe a oferecer aos seus
acadêmicos em cursos a distância.
O avanço tecnológico imposto pelo mercado capitalista e as transformações
sociais ocorridas em virtude dessas tecnologias e das rápidas transformações do
mercado e da sociedade. Tais mudanças certamente forçaram mudanças no modo
de vida da população e em consequência essas mudanças também atingiram os
sistemas de ensino, que buscam por inovações e novas formas de trabalhar as
necessidades educacionais que não podem ser satisfeitas somente pelos sistemas
tradicionais de ensino.

AN02FREV001/REV 4.0

5
O século XXI pode caracterizar-se por uma particularidade no âmbito
educacional: a demanda sem precedentes pelo acesso a educação. Essa demanda
deve-se à consciência do direito à educação e a certeza de que sem escolarização
não contribuímos com uma sociedade justa e igualitária.
Saímos do século da produção e iniciamos o século do conhecimento,
século que exige da sociedade uma revisão e reavaliação de posicionamentos, de
atitudes e posturas. Exige também maior abertura de espaços educativos para que
possa agregar maior número de pessoas possíveis. Prosseguindo nesse
pensamento, podemos levantar questionamentos, tais como: As escolas, em seu
espaço físico, estão capacitadas para atender a essa demanda? Que escola estaria
preparada para atender uma diversidade cultural tão grande? Como a escola pode
superar possíveis limitações de tempo, de espaço e a falta de profissionais
qualificados?
Percebemos então que a escola, na forma que se encontra estruturada hoje,
não consegue atender à demanda pela educação que a sociedade necessita. É
necessário que se (re) pense em uma nova modalidade de educação, que seja
capaz de atender ao grande contingente de pessoas existente, esperando pelo
acesso à educação.
De tal modo, a Educação a Distância, como modalidade de educação, surge
de forma surpreendente nos últimos tempos e alcança os mais diferentes lugares do
mundo, em razão do uso das novas tecnologias da informação e da comunicação.
A diferença entre a educação presencial e a educação a distância se dá pelo
fato de que na modalidade presencial o aluno tem acesso ao conhecimento em um
espaço previamente determinado, ou seja, todos os dias na universidade, em um
espaço físico determinado.
Na modalidade a distância o aluno desenvolve capacidades e habilidades no
tempo e no local que lhe são adequados, com mediação de professores e tutores,
utilizando-se de variados materiais didáticos, como: cadernos pedagógicos, fitas de
vídeo, teleconferências, videoconferências, teleaudiovideoconferências,
acompanhamento tutorial, internet, utilização de hipertextos e todas as formas
disponíveis dos meios de comunicação.
O desafio de educar e educar-se a distância é grande, pois o acadêmico
deve desenvolver competências e habilidades inerentes a sua profissão, ser mais

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6
reflexivo quanto a sua ação e mediação, uma vez que será ele próprio o autor das
práticas educativas que serão embasadas nas teorias estudadas. No ensino a
distância, o aluno faz uso da teoria para amparar sua prática pedagógica ou então a
sua prática será início de uma nova teorização. Todavia, ambas – teoria e prática –
deverão estar pautadas nos pilares da reflexão/ação/reflexão.
Os cursos superiores buscam por indicadores de qualidade para se firmar no
mercado e a educação a distância não é diferente. Viabilizar cursos na modalidade
de Educação a Distância no Brasil – onde a diversidade de contextos e experiências
malsucedidas na educação criou uma imagem de descrédito e resistência perante
as universidades – implica um trabalho cauteloso de pesquisa e avaliação das
iniciativas que estão surgindo, na busca da estruturação de modelos que sejam
adequados à realidade brasileira e que consolidem a Educação a Distância
enquanto prática educativa (RODRIGUES, 1998).
A Educação a Distância é caracterizada pela separação do professor e aluno
no espaço e no tempo, pelo controle do aprendizado realizado mais intensamente
pelo aluno do que pelo instrutor distante, pela comunicação entre professores e
alunos sendo mediada por documentos impressos ou alguma forma de tecnologia.
O Módulo I apresenta a Educação a Distância no mundo e destaca
principalmente sua trajetória no Brasil. O Módulo II traz as características e os
conceitos sobre Educação a Distância que vêm sendo utilizadas nas universidades,
empresas, iniciativas públicas e privadas como forma de democratização e acesso
ao ensino superior. O Módulo III apresenta as principais tecnologias da informação e
da comunicação usadas na Educação a Distância. O Módulo IV descreve os objetos
utilizados na aprendizagem colaborativa. O Módulo V aborda os principais
elementos constituintes desse sistema tutorial, definindo seus papéis e formas de
comunicação entre o professor, o tutor e aluno.

1.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO

Quando falamos em Educação a Distância nos parece ser um elemento


inovador e uma proposta mágica no cenário educacional, porém, a Educação a

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7
Distância apresenta uma longa história. Nessa trajetória, destacam-se modelos de
Educação a Distância que foram marcados pelo sucesso da atividade realizada, bem
como pelo fracasso no processo, devido a vários fatores. Sua origem remonta as
experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII e
com amplo desenvolvimento a partir de meados do século XIX. De acordo com
alguns autores, Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de ensino tão antiga
quanto às primeiras epístolas bíblicas.
Segundo Chaves (1999), a Educação a Distância (EAD) é uma modalidade
de ensino bastante antiga, sendo uma forma de ensino que ocorre quando o aluno e
professor se encontram separados no tempo ou no espaço, entre outros vários
fatores também determinantes e decisivos para o sucesso ou fracasso desse
modelo de educação. Obviamente, para que possa haver Educação a Distância, é
necessária a utilização de alguma tecnologia.
A primeira tecnologia que permitiu às pessoas comunicar-se sem estarem
face a face foi a escrita. A tecnologia tipográfica, posteriormente, ampliou
grandemente o alcance da Educação a Distância. Landim (1997) menciona que as
mensagens trocadas pelos cristãos para difundir a palavra de Deus são a origem da
comunicação educativa, por intermédio da escrita, com o objetivo de propiciar
aprendizagem aos discípulos.
De acordo com Chaves (1999, p. 24):

A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes


só podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira forma de EAD:
o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento
(destinadas a comunidades inteiras), que possuem nítido caráter didático,
são claros exemplos de EAD. Seu alcance, entretanto, foi relativamente
limitado – até que foram transformadas em livros.

A modalidade de Educação a Distância, impulsionada pelos avanços das


novas tecnologias deslanchou em meados do século XX, embora os registros
apontem para as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo.
A Educação a Distância começou no século XV, quando Johannes
Gutenberg, em Mogúncia, Alemanha, inventou a imprensa, com composição de
palavras com caracteres móveis. Dessa forma, o livro manual deu lugar ao livro
copiado, sendo desnecessário ir às escolas para assistir ao venerando mestre ler,

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8
na frente de seus discípulos, o raro livro copiado, surgindo assim à possibilidade de
a leitura acontecer fora da sala de aula.
Para Sartori (2002) e Saraiva (1996), um dos primeiros acontecimentos da
Educação a Distância foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston. No início do
século XVIII, o professor de taquigrafia Cauleb Phillips anunciava que toda pessoa
da região, desejosa de aprender a arte da taquigrafia, podia receber em sua casa
várias lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que
vivem em Boston.
Rodrigues (1998) ao fazer referências a vários autores em seu texto diz que
dentro da evolução da comunicação baseada na escrita, o marco importante foi a
criação, em 1840, na Inglaterra, do Penny Post (Moore e Kearsley, 1996; Mattelart
1994), que entregava correspondência, independente da distância, ao custo de um
penny, o equivalente a dez centavos.
Landim (1997) também menciona o anúncio da Gazeta de Boston, de 1728,
que oferecia material para ensino e tutoria por correspondência. Alves (1994, apud
Rodrigues, 1998) considera como a primeira experiência de Educação a Distância
um curso de contabilidade na Suécia em 1833.
Sartori (2002) ressalta que no final do século XIX, foi criada a divisão de
Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão da Universidade de
Chicago, sendo que já haviam sido capacitados professores de escolas dominicais
com a utilização de correspondência. Na mesma época, Hans Hermond, diretor de
uma escola que ministrava cursos de línguas e cursos comerciais, publicou o
primeiro curso por correspondência, inaugurando o famoso Instituto Hermond, na
Suécia.
Rodrigues (1998) faz menção aos cursos por correspondência formalmente
reconhecidos quando o estado de Nova Iorque autorizou o Chatauqua Institute, em
1883, a conferir diplomas por meio deste método.
Alves (1994, apud Rodrigues, 1998) menciona a Illinois Wesleyan University
como a primeira Universidade Aberta no mundo, tendo iniciado, em 1874, cursos por
correspondência. Landim (1997, apud Rodrigues, 1998) considera que a primeira
instituição a fornecer cursos por correspondência foi a Sociedade de Línguas
Modernas, em Berlim, que, em 1856, iniciou cursos de francês por correspondência.

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Em 1938, na cidade de Vitória, no Canadá, realizou-se a Primeira
Conferência Internacional sobre Educação por Correspondência e mais países
foram adotando a Educação a Distância, os quais abrigam culturas diferentes e
sistemas políticos diferentes, como: África do Sul e Canadá, em 1946; Japão, em
1951; Bélgica, em 1959; Índia, em 1962; França, em 1963, Espanha, em 1968;
Inglaterra, em 1969; Venezuela e Costa Rica, em 1977. Nesses países, os cursos
superiores a distância tornaram-se bastante populares. Os programas e cursos
adotados nessas universidades foram decisivos para validar a Educação a
Distância, dando-lhes credibilidade e aceitabilidade.
Sartori (2002) destaca a importância das universidades que oferecem cursos
a distância. Ressalta que foi a partir de 1969, com a criação da pioneira
Universidade Aberta (Open University) na Inglaterra, que teve como objetivo
principal a democratização da educação, que ocorreu a significativa expansão dessa
modalidade de educação.

Mesmo que possa haver divergências quanto à primeira instituição e ao


primeiro curso a distância, a bibliografia é unânime quanto à importância da
Open University da Inglaterra, criada em 1969 como um marco e um modelo
de sucesso, que tem atuação destacada até hoje. A novidade foi o uso
integrado de material impresso, rádio e Televisão (por meio de um acordo
com a BBC) e de contato pessoal. Por meio de centros de atendimento
espalhados no país, o fato dos alunos não necessitarem apresentar
certificado de formação escolar anterior (ter 21 anos é suficiente para
ingressar na universidade) e o alto nível dos cursos (RODRIGUES, 1998,
p.29).

A seguir serão destacadas algumas das maiores e mais tradicionais


instituições que têm programas de Educação a Distância nos três últimos séculos.
Os dados a seguir são de autoria de Rodrigues (1998) e Sartori (2002). Como
destaca Rodrigues (1998, p. 30):

A análise de algumas das maiores e mais tradicionais universidades que


têm programas de Educação a Distância contribui para um referencial
teórico e operacional, onde estão apresentadas num panorama para
destacar as várias formas possíveis de atuação em diferentes contextos. O
contato com outras experiências permite a visão de procedimentos e
técnicas que, com certeza, criam atalhos e indicam caminhos que podem
ser considerados quanto à viabilidade de implantação no Brasil.

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 1856: em Berlim foi criada a Sociedade de Línguas Modernas, que ensina
Francês por correspondência.
 1892: Penn State University - USA. Uma das Universidades pioneiras em
cursos a distância, tendo iniciado o primeiro curso por correspondência em 1892.
Hoje, a Universidade oferece cursos com e sem créditos, especialmente modelados
para EAD com o objetivo de ajudar as pessoas a aprender sem interromper suas
agendas de trabalho, compromissos de família, responsabilidades na comunidade
ou outros interesses educacionais. As metodologias de educação a distância
incluem aprendizado independente e aberto; teleconferências; televisão interativa;
programas internacionais e de pesquisas especialmente contratados. A Penn State
sedia o CREAD - Inter-American Distance Education Network, um consórcio de mais
de sessenta universidades e outras organizações no Canadá, Estados Unidos,
México e América do Sul.
 1910: professores rurais do curso primário começam a receber material
de educação secundária pelo correio, em Vitória, Austrália;
Nasce o centro Nacional de Ensino a Distância na França (CNED).
A rádio Sorbonne transmite aulas de matérias literárias da Faculdade de
Letras e Ciências Humanas de PARIS.
 1951: A Universidade de Sudafrica dedica-se exclusivamente a
desenvolver cursos a distância.
 1958: University of Wisconsin – EUA. A University of Wisconsin iniciou
seu programa de Educação a Distância em 1958. Gerencia uma rede com pontos de
videoconferência e sites com teleaudioconferência no estado. A Cooperativa de
Extensão desenvolve programas educacionais especialmente modelados para as
necessidades locais e baseados no conhecimento e pesquisa da universidade.
 1962: a Universidade de Dehli cria um departamento de Estudos por
correspondência.
 1963: inicia-se, na França, o ensino universitário, por rádio, em cinco
faculdades de letras.
 1971: Canadá, Athabasca University – a Universidade iniciou seu
programa de educação a Distância em 1971 e sua missão, formulada em 1985,
apresenta como objetivo a remoção das barreiras que tradicionalmente restringem o
acesso e o sucesso em estudos de nível universitário e aumentar a igualdade de

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oportunidades de educação para todos os seus cidadãos adultos, independente da
sua localização geográfica e currículo acadêmico anterior. Em comum com todas as
Universidades, Athabasca University tem comprometimento com excelência em
ensino, pesquisa e auxílio financeiro aos alunos e na prestação de serviços ao
público em geral.
 1971: Open University, Inglaterra. A Open University é possivelmente a
maior e mais tradicional instituição de Educação a Distância do Ocidente. Em 1971,
os primeiros 24.000 estudantes ingressaram em diversos cursos. Em 1996, mais de
150.000 alunos matricularam-se em cursos de graduação e pós-graduação da
universidade. Foram vendidos mais de 50.000 pacotes de materiais de aprendizado.
 1972: cria-se em Madri, Espanha, a Universidade Nacional de Educación
a Distância (UNED). Canadá inicia uso de satélites de telecomunicações só para
educação.
 1974: cria-se a Universidade Aberta de Israel.
 1974: Fernuniversität, Hagen, Alemanha. A universidade iniciou seus
trabalhos em 1974 e funciona igual às demais instituições alemãs em termos de
estrutura, pessoal, pesquisa, currículo, critérios de admissão e avaliação dos alunos.
 1979: cria-se o Instituto Português de Ensino a Distância, cujo objetivo é
lecionar cursos superiores para os professores.
 1979: Rádio e Television Universities, China. A Rede Nacional de Rádio e
Television Universities (RTVU) foi criada em 1979 para atender à crescente e
urgente demanda por pessoas qualificadas em educação de adultos que o sistema
convencional não conseguia satisfazer.
 1983: implanta-se a Associação Sueca de Educação a Distância.
 1984: The Open University of the Netherlands, Holanda. A Universidade
Aberta da Holanda iniciou suas atividades em 1984. O governo holandês criou uma
instituição independente com o objetivo de tornar acessível a educação científica
para todas as pessoas com os interesses e capacidades compatíveis, para as
pessoas que não podem ou não querem frequentar cursos regulares porque elas
não têm a formação acadêmica adequada ou porque não dispõe do tempo
necessário. Assim, a Open University se dirige a dois grupos principais: os que
necessitam de uma "segunda chance" e os que preferem uma "segunda alternativa".

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12
 1987: Indira Gandhi National Open University, Índia (IGNOU). A
programação acadêmica da IGNOU começou em 1987 com o objetivo de prover
oportunidades de educação superior a grandes segmentos da população, incluindo
os grupos em desvantagem educacional (mulheres, deficientes físicos e pessoas
com baixa renda), promover o conceito de Educação a Distância e prover educação
de alta qualidade a nível universitário.
 1988: o Instituto Português de Ensino a Distância origina a Universidade
Aberta de Portugal.
 2000: cria-se a Universidade Virtual Euromediterrânea.

Para Volpato (2005, p. 2):

A sistematização da Educação a Distância deu-se com a necessidade de


treinamento dos recrutas durante a II Guerra Mundial, quando o método foi
aplicado tanto para a recuperação social dos vencidos egressos desta
guerra, quanto para o desenvolvimento de novas capacidades profissionais
para uma população oriunda do êxodo rural. Porém, a Educação a Distância
não ficou restrita ao momento pós-guerra. Foi amplamente utilizada por
diversos países, independentemente do seu poder econômico ou detenção
de tecnologia, tendo sempre como escopo a minimização de seus
problemas sociais. Atualmente, mais de 80 países atendem milhares de
pessoas, com sistemas de ensino a distância em todos os níveis, em
sistemas formais e não formais.

A Educação a Distância no mundo protagonizou um dos papéis mais


distintos no setor educacional, o acesso e a democratização universal do ensino
para as pessoas que por diversos motivos não conseguiram terminar ou quem sabe
começar um curso, seja ele superior, técnico profissionalizante ou do ensino
fundamental.

1.2 A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL

A Educação a Distância brasileira é uma novidade que causa dúvidas


quanto a sua eficiência, conforme nos alerta Sartori (2002), ao afirmar que desde a
fase de implantação até o momento, algumas iniciativas de Educação a Distância
tiveram sucesso e outras não. Embora não haja, ainda, uma tradição dessa

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modalidade educativa, ela já se fez presente no processo educacional brasileiro, em
instituições públicas e privadas.
No Brasil, o início da Educação a Distância não está associado ao material
impresso, e sim ao rádio. Sartori (2002) aponta a fundação da Rádio Sociedade do
Rio de Janeiro, em 1923, por Roquete Pinto, como o marco inicial da Educação a
Distância que tinha como objetivo utilizar o rádio como forma de ampliação do
acesso à educação, ou “transmitindo programas de literatura, radiotelegrafia e
telefonia, de línguas, de literatura infantil e outros de interesse comunitário” (ALVES,
1994, p. 25). A emissora foi doada ao Ministério da Educação e Saúde em 1936, e
no ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da
Educação (ALVES, 1994).
Para Volpato (2005) a Educação a Distância no Brasil surgiu por volta do
ano de 1936, com a criação do Instituto Rádio Monitor, seguida das experiências do
Instituto Universal Brasileiro, a partir de 1941. Destaca ainda que, na década de 50,
outras instituições motivadas pela necessidade de democratizar o saber e tomando
como realidade às dimensões continentais brasileiras, passou a fazer uso do ensino
a distância via correspondência.
Para Alves (1994, p. 27):

Inexistem registros precisos acerca da criação da Educação a Distância no


Brasil. Tem-se como marco histórico a implantação das “Escolas
Internacionais” em 1904, representando organizações norte-americanas.
Entretanto, o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em 1891, registra
na primeira edição da seção de classificados, anúncio oferecendo
profissionalização por correspondência (datilógrafo), o que faz com que se
afirme que já se buscavam alternativas para a melhoria da educação
brasileira, e coloca dúvidas sobre o verdadeiro momento inicial da
Educação a Distância.

Alves (1994, p. 29) ressalta que a crise na educação nacional já era notada
na época, buscando-se desde então opções para a mudança do status quo.
Transcreveu a citação contida no relatório de 1906, do Dr. Joaquim José Seabra,
Ministro da Justiça e Negócios Interiores (que abrangia a Educação), ao Presidente
da República. Textualmente, assim manifestava o titular da pasta: “O ensino chegou
(no Brasil) a um estado de anarquia e descrédito que, ou faz-se a sua reforma
radical, ou preferível será aboli-lo de vez”.

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14
A educação a distância começou, portanto, em um momento bastante
conturbado da educação brasileira, tendo sua instituição em 1936, com a criação do
Instituto Rádio Técnico Monitor, com programas dirigidos ao ramo da eletrônica
(RODRIGUES, 1998).
Em 1939, a Marinha e o Exército brasileiros utilizavam a Educação a
Distância para preparar e admitir oficiais na Escola de Comando do Estado Maior,
utilizando basicamente material impresso, via correspondência (SARTORI, 2002).
Em 1941, foi criado o Instituto Universal Brasileiro dedicado à formação
profissional de nível elementar e médio utilizando material impresso – instituído
como entidade livre, com sede em São Paulo e filiais no Rio de Janeiro (SARTORI,
2002).
Em 1943, Alves (1994) destaca que a Igreja Adventista lançou, no Brasil,
programas radiofônicos pela Escola Rádio-Postal de “A Voz da Profecia”, com a
finalidade de oferecer aos ouvintes cursos bíblicos por correspondência.
Em 1946, tem início às atividades do SENAC - Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial - que desenvolveu no Rio de Janeiro e em São Paulo, a
Universidade do Ar, que em 1950 já atingia 318 localidades e 80 alunos; em 1973,
iniciou os cursos por correspondência, seguindo o modelo da Universidade de
Wisconsin - USA (ALVES, 1994).
Rodrigues (1998) aponta a Diocese de Natal, no Rio Grande do Norte como
criadora das escolas radiofônicas que deram origem ao Movimento de Educação de
Base – MEB, em 1959, e coloca entre as experiências de destaque em Educação a
Distância não formal no Brasil.
Rodrigues (1998) cita Nunes (1992) quando o mesmo diz que a
preocupação básica do Movimento de Educação de Base - MEB era alfabetizar e
apoiar os primeiros passos da educação de milhares de jovens e adultos,
principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. O projeto foi desmantelado
pela ação do governo pós 1964.
De acordo com Sartori (2002) na década de 60, foi criado o Programa
Nacional de Teleducação (Prontel) no Ministério da Educação e Cultura, sendo
responsável por coordenar e apoiar a Educação a Distância no país, sendo
substituída pela Secretaria de Aplicação Tecnológica (SEAT), extinta
posteriormente.

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15
Em 1962, foi fundada, em São Paulo, a Ocidental School, de origem
americana, sendo atuante no campo da eletrônica. Possuía, em 1980, alunos no
Brasil e em Portugal (ALVES, 1994).
Na área de educação pública, o IBAM – Instituto Brasileiro de Administração
Municipal – iniciou suas atividades em EAD em 1967, utilizando a metodologia de
ensino por correspondência (ALVES, 1994).
Em 1970, surge o Projeto Minerva irradiando cursos de Capacitação Ginasial
e Madureza Ginasial, produzidos pela Fundação Padre Landell de Moura - FEPLAM
e pela Fundação Padre Anchieta. Foi um programa implementado como possível
solução para os problemas do desenvolvimento econômico, social e político que o
país atravessava. Tinha como cenário um período de crescimento econômico,
conhecido como o milagre brasileiro, em que a ênfase na educação era preparar
mão de obra para atender a esse desenvolvimento e à competição internacional.
Esse projeto foi mantido até o início dos anos 80, apesar das severas críticas e do
baixo índice de aprovação – 77% dos inscritos não conseguiu obter o diploma
(RODRIGUES, 1998).
A história da Educação a Distância no Brasil registra também que, nas
décadas de 60 a 80, novas entidades foram criadas com fins de desenvolvimento da
educação por correspondência, sendo que algumas já estão desativadas. Um
levantamento feito com apoio do Ministério da Educação, em fins dos anos 70,
apontava a existência de 31 estabelecimentos de ensino, utilizando-se da
metodologia de EaD, distribuídos em grande parte nos Estados de São Paulo e Rio
de Janeiro (ALVES, 1994).
Podemos destacar as seguintes unidades educacionais:
 Associação Mens Sana, com cursos a partir de 1967;
 Centro de Ensino Técnico de Brasília, em 1968;
 Cursos Guanabara de Ensino Livre, em 1969;
 Instituto Cosmos, em 1970;
 Centro de Socialização, em 1972;
 Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, em 1973;
 Universidade de Brasília, em 1973;
 Centro de Estudos de Pessoal do Exército Brasileiro, em 1974;
 Universal Center, em 1974;

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16
 Fundação Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos, vinculado
ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1975;
 Cursos de Auxiliares de Clínica e de Cirurgia, em 1975;
 Instituto de Radiodifusão da Bahia, em 1975;
 Empresa Brasileira de Telecomunicações - EMBRATEL, em 1976;
 Banco Itaú, em 1977;
 Associação Brasileira de Tecnologia Educacional - ABT, em 1980;
 Centro Educacional de Niterói, em 1980;
 Banco do Brasil, em 1981;
 Universidade Federal do Maranhão, em 1981;
 Colégio Anglo-Americano, em 1981;
 Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior, em 1982;
 Escola de Administração Fazendária, em 1985;
 Projeto Rondon, em 1986.

Sartori (2002) destaca a importância do projeto LOGUS II, desenvolvido nas


décadas de 70 e 80, habilitando mais de 60 mil professores em todo o Brasil
especificamente em Santa Catarina. Destinava-se à habilitação de professores
leigos para atuarem nas séries iniciais do ensino fundamental. Posteriormente foi
substituído pelo Programa de Valorização do Magistério, sendo que o mesmo está
praticamente desativado.
No início dos anos 70, o número de analfabetos no Brasil foi um obstáculo à
modernização do país, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. O governo
optou pela adoção das primeiras experiências de educação por satélite, baseado no
relatório Advanced System for Comunications and Education in National
Development - ASCEND, idealizado pela Stanford University, que preconizava a
eficácia de um protótipo de sistema total de utilização do audiovisual com a
finalidade de educação primária (RODRIGUES, 1998).
Em 1974, surge o projeto SACI que atendia às quatro primeiras séries do
primeiro grau. O projeto foi interrompido em 1977-1978 sob o pretexto oficial de que
seria demasiado dispendioso comprar outro satélite; colocando em evidência às
contradições nas diferentes instâncias do Estado brasileiro entre as estratégias em
matéria de telecomunicações, educação e política científicas (RODRIGUES, 1998).

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Em 1974, a Fundação de Teleducação do Ceará - FUNTELC, também
conhecida como Televisão Educativa - TVE do Ceará, desenvolve ensino regular de
quinta a oitava série e, em 1993, tinha 102.170 alunos matriculados em 150
municípios (ALVES, 1994).
Em 1978, a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e a Fundação Roberto
Marinho lançaram o Telecurso Segundo Grau, utilizando programas de TV e material
impresso vendido em bancas de jornal, para preparar os alunos para o exame
supletivo. Em 1995, foi lançado o Telecurso 2000, nos mesmos moldes (ALVES,
1994).
Em 1991, foi lançado o programa Um Salto para o Futuro, uma parceria do
Governo Federal, das Secretarias Estaduais de Educação e da Fundação Roquette
Pinto dirigido à formação de professores e veiculado por meio de emissoras de
televisão educativas. Esse programa vem crescendo e aprimorando o atendimento
aos professores, aumentando o número de telepostos organizados pelas Secretarias
de Educação dos Estados, contando com orientadores de aprendizagem nos
telepostos. Esses orientadores assumem o papel de tutores do curso (SARTORI,
2002).
O MEC, por meio da Secretaria de Educação a Distância, oferece o curso
Proformação, que presenta como objetivo habilitar professores em nível de ensino
médio.
Mas e a Educação Superior? Em que momento da história brasileira a
Educação Superior a Distância surgiu? Na década de 70, uma das primeiras
experiências com Educação Superior a Distância ocorreu na Universidade de
Brasília, que ofereceu cursos na área de ciências políticas. Porém, somente no final
da década seguinte foram credenciadas as primeiras universidades brasileiras para
desenvolver cursos superiores de graduação, na modalidade a distância:
 Em 1988, a Escola do Futuro-USP: um laboratório interdisciplinar de
pesquisa da Universidade de São Paulo, que iniciou seus trabalhos e teve como
meta investigar tecnologias emergentes de comunicação e suas aplicações
educacionais (RODRIGUES, 1998).
 Em 1995, a Universidade Federal de Santa Catarina estruturou o
Laboratório de Ensino a Distância no Programa de Pós-Graduação em Engenharia

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18
de Produção. Os cursos são customizados e permitem atender às necessidades de
diversas clientelas (RODRIGUES, 1998).
 Em 1999, a Universidade Federal do Pará – UFP.
 Em 1999, a Universidade Federal do Paraná.
 Em 2000, a Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.
 Em 2001, a Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT.

A Educação a Distância tem avançado de forma gradativa e muitas foram às


experiências observadas. No cenário internacional adquiriu com o passar dos
tempos qualidade e credibilidade para a sua expansão. No Brasil, a Educação a
Distância, principalmente com relação ao ensino superior, ainda é vista com
resistência e descrédito, sendo motivada pela forte concorrência com as instituições
privadas de ensino. Por ser uma modalidade que irá atender à grande massa
populacional, necessita passar por ajustes que deem condições de transitar de
forma normal pela sociedade, de ser aceita como uma modalidade inovadora e
democratizadora do ensino e da educação.

FIM DO MÓDULO I

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19
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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20
CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO II

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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21
MÓDULO II

2 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS

2.1 ABORDANDO CONCEITOS

Para Chaves (1999) faz-se necessário distinguir o que seja Educação a


Distância, Aprendizagem a Distância e Ensino a Distância. Ele caracteriza Educação
e Aprendizagem como sendo processos que acontecem dentro das pessoas e não
há a possibilidade de ser realizada a distância. Portanto, considera as expressões
Educação a Distância e Aprendizagem a Distância, totalmente inadequadas ao
propósito a que se propõem. Pois educação e aprendizagem acontecem onde quer
que o indivíduo esteja educando-se ou aprendendo. Segundo o autor, não há como
fazer e entender teleducação e teleaprendizagem.
Ainda segundo Chaves (1999), o Ensino a Distância é perfeitamente
possível acontecer, pois ocorre o tempo todo, como, por exemplo, quando utilizamos
um livro que foi escrito para nos ensinar alguma coisa, ou quando assistimos ou
temos acesso a uma informação. Para ele, a expressão “Ensino a Distância” faz
perfeito sentido porque quem está ensinando, o ensinante, está espacialmente
distante (geograficamente) de quem está aprendendo, o aprendente. Percebe-se,
portanto, divergências sobre o que seja Educação, Ensino e Aprendizagem a
Distância. Assim, é necessário buscar auxílio em outros autores para reforçar ou
refutar tais ideias ou termos utilizados.
Se educar e aprender são processos internos e que independem do espaço
e do tempo, podemos então pensar que esses processos acontecem a distância
sim. Aprendemos ou educamos e também ensinamos com o auxílio de tecnologias,
por meio da nossa postura e de nossas palavras e até mesmo com o nosso silêncio.
Então, dependendo da estrutura que o curso adota, com certeza também adotará

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22
uma terminologia, como Ensino, Educação e Aprendizagem a Distância, mas é
interessante pensarmos que independente de lugar, espaço, tempo, tecnologias ou
denominações, quando falamos em educação, estamos automaticamente falando
em ensino, aprendizagem e educação, pois esses são termos que não podem ser
desvinculados, um está interligado ao outro.
Para Barros (2003), na sociedade da informação e do conhecimento todas
as definições expressas sobre o que seja Educação a Distância trazem diversas
formas de relação entre tecnologia, educação, processo ensino-aprendizagem e
ação docente, em um determinado tempo e espaço diferenciados.
Várias são as discussões conceituais
Ensino-Aprendizagem sobre os termos utilizados, e para Barros
É o método baseado na solução (1999), em relação ao conceito de Educação a
de problemas.
Distância, as diferenças estão presentes na
terminologia educação e ensino a distância.
Barros (1999) chama a atenção para a diferença entre ensino e educação.
Para ele, o ensino caracteriza-se pela instrução, transmissão de conhecimentos e
informações, adestramento, treinamento. Ainda segundo o autor, a educação é o
processo de ensino-aprendizagem que leva o indivíduo a aprender a aprender, a
saber, pensar, criar, inovar, construir conhecimentos, participar ativamente de seu
próprio crescimento. Para que possamos entender as diferenças conceituais é
interessante observar o que dizem diferentes autores, iniciando por Niskier (apud
BARROS, 1999, p.17).

Educação a distância é a aprendizagem planejada que geralmente ocorre


num local diferente do ensino e, por causa disso, requer técnicas especiais
de desenho de curso, técnicas especiais de instrução, métodos especiais de
comunicação através da eletrônica e outras tecnologias, bem como arranjos
essenciais organizacionais e administrativos.

Netto (apud BARROS, 1999, p. 17):

Educação a distância refere-se a ensino e aprendizagem em circunstâncias


nas quais o professor e o aprendiz estão separados um do outro no tempo e
no espaço; inclui telecursos, estudos por correspondência, ensino
aprendizagem por meio de computador como parte de um sistema
abrangente de educação ou treinamento que culmina com a
complementação de uma tarefa, curso, currículo ou programa de
treinamento.

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23
Chermann e Bonini (apud BARROS, 1999, p. 18):

Educação/ensino a distância é um método racional de partilhar


conhecimentos, habilidades e atitudes através da aplicação da divisão de
trabalho e de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de
meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir
materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir um
grande número de estudantes. Ao mesmo tempo, enquanto esses materiais
durarem é uma forma industrializada de ensinar e aprender.

Aretio (apud SARTORI, 2002, p. 36):

Educação a distância é um sistema tecnológico e de comunicação de


massa bidirecional, que substitui a interação pessoal, em aula, de professor
e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta
de diversos recursos didáticos e o apoio de uma organização tutorial, que
propiciam a aprendizagem autônoma dos estudantes.

Segundo Laaser (apud SARTORI, 2002, p. 36), “o termo educação a


distância é usado para abranger variadas formas de estudo, em todos os níveis, nas
quais os estudantes não estejam em contato direto com os seus professores”.
Para Lobo (apud SARTORI, 2002, p. 37), “a educação a distância é uma
modalidade de realizar o processo educacional quando [...] promove-se à
comunicação educativa, por meios capazes de suprir a distância que os separa
fisicamente”.
Sartori (2002, p. 37) fazendo referência ao Ministério de Educação e Cultura
– MEC, por meio do Decreto nº. 2494/98, em seu artigo primeiro, oferece a seguinte
definição oficial para Educação a Distância:

A EaD é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a


mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados
isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de
comunicação.

Moore (apud RODRIGUES, 1998, p. 45) diz:

O ensino a distância é o tipo de método de instrução em que as condutas


docentes acontecem à parte das discentes, de tal maneira que a
comunicação entre o professor e o aluno se possa realizar mediante textos
impressos, por meios eletrônicos, mecânicos ou por outras técnicas.

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24
Para Holmberg (apud RODRIGUES, 1998, p. 45):

O termo “educação a distância” esconde-se sob várias formas de estudo,


nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de
tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local.
A educação a distância se beneficia do planejamento, direção e instrução
da organização do ensino.

E, pela Lei Francesa, “ensino a distância é o ensino que não implica a


presença física do professor indicado para ministrá-lo no lugar onde é recebido, ou
no qual o professor está presente apenas em certas ocasiões ou para determinadas
tarefas” (FRANÇA apud BELLONI, 2001, p. 25).
Se observadas as diferentes bibliografias, veremos que os conceitos são os
mais variados possíveis para o termo Educação a Distância. Não é nossa intenção
aqui definir qual seja o mais correto, pois isso cabe à instituição que oferece os
cursos nessa modalidade. Apenas gostaríamos de ressaltar que ambas as
definições estão preocupadas em destacar o sistema que cada instituição oferece. O
que faz a diferença em cursos a distância não é o conceito adotado pela instituição,
mas sim a credibilidade e a seriedade com que a empresa apresenta e dirige o seu
trabalho.

2.2 CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância é caracterizada basicamente pela separação do


professor e aluno no tempo e no espaço (geograficamente), sendo que o controle do
aprendizado é realizado de forma mais intensa pelo aluno, o que caracteriza o
estudo como independente. A comunicação entre alunos e professores é mediada
por documentos impressos ou alguma forma de tecnologia, sendo o tutor o elo entre
universidade, professor e aluno.
Sartori (2002) destaca pontos fundamentais que caracterizam a Educação a
Distância. Um dos pontos é a simultaneidade que ocorre entre o estudo e o trabalho.
O aluno consegue estabelecer horários de estudo que não impliquem em seu

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25
trabalho, criando a autonomia em seus estudos, uma vez que não precisa estar
presencialmente na universidade para estudar.

Outro fator destacado é a possibilidade


Educação tradicional ou
convencional - de acesso à educação por uma população mais
Em EaD, geralmente quer dizer
educação presencial. ampla, que se encontra geograficamente
Ver “conventional education”.
distante. Também há a possibilidade de os
estudantes percorrerem trajetórias diferentes de
estudo, de acordo com suas necessidades sociais, culturais e
educacionais.
Percebemos que o acadêmico da Educação a Distância desenvolve
habilidades que implicam certas capacidades que não são observadas na educação
presencial. O aluno desenvolve a autonomia em seus estudos, pois é possível
estabelecer horários e locais que lhe são convenientes e oportunos, respeitando o
seu ritmo de aprendizagem. Desenvolve a capacidade auto-organizativa e o
aprendizado autodirigido, justamente pelo fato da distância geográfica que impede
que professores e alunos estejam no mesmo espaço e no mesmo tempo.
Uma das características essenciais da Educação a Distância são a
interatividade e o trabalho colaborativo que surge entre os alunos. Essa
interatividade acontece entre professores, por meio de alguma tecnologia, com o
tutor e aluno-aluno, o que faz com que o termo “a distância” indique apenas a
separação física entre ambos, sendo superada pela mediação e a interatividade.
O autoconhecimento, a disciplina e a determinação são fatores
característicos da Educação a Distância, desenvolvidos e motivados pela separação
física e geográfica entre professores e alunos. Esses fatores são desenvolvidos
conforme as necessidades de cada indivíduo, que inseridos em contextos
diferenciados e diversificados apresentam também graus diferentes de
necessidades.
Também podemos destacar como característica da Educação a Distância o
fato do aluno adequar-se aos modelos de ensino propostos pela instituição,
utilizando diferentes meios tecnológicos. São competências que o indivíduo
desenvolve para viver em sociedade, principalmente em uma sociedade que a todo

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26
instante modifica-se e exige indivíduos capazes, capacitados para viver em grupo e
desenvolver atividades voltadas para o coletivo.
Belloni (2001, p. 5) enfatiza que os indivíduos das sociedades
contemporâneas necessitam desenvolver competências múltiplas, aprender a
trabalhar em equipe, capacidade de aprender e de adaptar-se a situações novas.
Para sobreviver na sociedade e integrar-se no mercado de trabalho, o indivíduo
precisará desenvolver uma série de capacidades novas, como: autogestão,
capacidade de resolver problemas, adaptação e flexibilidade diante de novos
desafios, responsabilidade, aprender por si próprio e constantemente a trabalhar em
grupo de modo cooperativo e pouco hierarquizado.
Os cursos em Educação a Distância priorizam essas competências e
habilidades, que por si só são desenvolvidas pela necessidade imposta pelo curso: a
superação do ensino presencial.

2.3 ENSINO E APRENDIZAGEM COM QUALIDADE NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância, contemplada no Plano Nacional de Educação


(PNE), recebe especial atenção como forma de atingir com qualidade um número
cada vez maior de beneficiários, vencendo as barreiras das distâncias geográficas e
obtendo melhor adaptação aos horários de vida dos trabalhadores que necessitam
estudar.
Para Oliveira (2001), são diversos os condicionamentos e circunstâncias que
estão interferindo na consolidação da educação superior a distância. A Educação a
Distância vem consolidando-se como alternativa para o aperfeiçoamento profissional
e a aprendizagem inicial e continuada, na dimensão da educação permanente.
De acordo com Delors (2000), a experiência do ensino a distância
demonstrou que, no nível do ensino superior, uma dose sensata de utilização dos
meios de comunicação social, de cursos por correspondência, de tecnologias de
comunicação informatizadas e de contatos pessoais pode ampliar as possibilidades
oferecidas, a um custo relativamente baixo se comparado à educação presencial.

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Alguns países, entre eles o Brasil, atendem hoje a um segmento da
sociedade de forma significativa, graças às instituições de ensino superior a
distância. Ampliar e democratizar o acesso ao ensino superior é uma necessidade
cada vez maior, e os estabelecimentos encontram-se pressionados para poder fazer
jus a uma demanda sempre mais acentuada na oferta dessa forma de estudo.
Sendo assim, cria-se uma expectativa muito grande quanto a um ensino de
qualidade que está sendo apresentado à sociedade, uma vez que a exigência de
qualidade tornou-se uma preocupação essencial no ensino superior por parte dos
órgãos competentes e da própria sociedade. Educar dentro do contexto da
educação a distância requer desenvolver princípios, diretrizes ou critérios que
possam assegurar um ensino de qualidade.
Para se mencionar garantia de qualidade na educação, um leque de
estratégias se faz presente para que o progresso de um projeto em Educação a
Distância possa incluir alguns tópicos como: o desenvolvimento do curso, a
formação dos professores, o atendimento oferecido aos estudantes, os recursos de
aprendizagem, a infraestrutura e os resultados da avaliação de forma substancial.
A exigência de qualidade tornou-se uma preocupação essencial no ensino
superior. A exigência da qualidade e de políticas que busquem assegurar qualidade
exige que se procure melhorar simultaneamente cada um dos componentes da
instituição, considerada como entidade global que funciona como um sistema
coerente (UNESCO, 1998).
Ao mencionar ensino de qualidade, Moran (1999), estabelece algumas
variáveis:

 Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto


pedagógico coerente, participativa com infraestrutura adequada,
atualizada, confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas;
 Uma organização que reúna docentes preparados comunicacional,
intelectual, emocional e eticamente bem remunerados, motivados e com
boas condições profissionais;
 Uma organização que tenha alunos motivados, preparados intelectual e
emocionalmente com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal;

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 Ainda que para designar qualidade, educação tem sido o termo para tal
função, Demo (1994) aponta uma série de razões por considerar;
 Como instrumento, demonstrando a construção do conhecimento e, como
fim, a preocupação em torno da realidade e da vida;
 Como expediente formativo, apresenta procedimentos pertinentes em
termos de qualificar a população tanto para fazer os meios quanto para
atingir os fins;
 Estando na base da formação do sujeito histórico crítico e criativo,
educação perfaz a estratégia mais decisiva de fazer oportunidade.

Os dois termos, educação e qualidade se implicam intrinsecamente, já que


não há como chegar à qualidade sem educação, bem como não será educação que
não se destina a formar o sujeito crítico e criativo.
No futuro, ninguém sobreviverá, em meio à competitividade crescente do
mercado, sem uma educação fundamental que lhe entregue os instrumentos para a
satisfação de suas necessidades básicas de aprendizagem no que se refere a
competências mínimas e flexíveis, no fundo, é a isso que se refere a questão da
qualidade (ASSMANN, 1998).
Em termos de qualidade voltada para o cenário da universidade, apontados
por Demo (1994), podem ser retratados também nas iniciativas que tomar a serviço
da sociedade, demonstrando utilidade prática, destacando:
 Socialização do conhecimento construído: a universidade deve colocar
à disposição o conhecimento que constrói, por meio de publicações, seminários e
conferências, eventos de promoção, atingindo, sobretudo a grande população.

 Educação a distância: com o objetivo de diplomar ou conferir certificados,


dirigida ao aperfeiçoamento do conhecimento, baseando-se em didáticas
construtivas realizadas por meios eletrônicos como também por correio ou similares.

 Cursos de formação permanente: a primeira necessidade é atender


profissionais da ativa (privada ou pública) que reclamam capacitação; ex-alunos que
pretendem regressar do ambiente acadêmico para aprimoramentos, recapacitação;

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quem necessite de competência sempre atualizada, como a economia competitiva,
as empresas públicas, as entidades de serviço público e assim por diante.

 Pesquisa básica ligada à pesquisa operacional: a universidade deve


dominar o processo de gerar o conhecimento; caso contrário, as empresas tendem a
substituir as instituições acadêmicas com a intenção de pesquisar apenas o que as
interessa economicamente. Desse modo, permite valorizar de modo incisivo a forma
universitária de pesquisar, que privilegia, sobre o fazer e o saber fazer.

 Fomento à criatividade empresarial: tendo em vista que, diante dos


desafios econômicos modernos, a oferta de trabalho tenderá a decrescer, há
universidades que se propõem a fomentar entre os diplomados empreendimentos
próprios, sob todas as formas, individuais ou em grupo, tornando o conhecimento
adquirido uma fonte produtiva.

 Humanização do progresso: uma das expectativas mais explícitas da


sociedade é que a universidade tenha a devida competência para dominar a técnica
e fazê-la instrumento de humanização do progresso.

A qualidade do ensino superior é uma noção pluridimensional, que depende


muito do ambiente de um dado sistema, da missão de cada estabelecimento ou
ainda das normas e condições que regem as diversas disciplinas.
A aptidão para responder às necessidades e expectativas da sociedade
depende, em última análise, da qualidade do pessoal, dos programas e dos
estudantes, como também da infraestrutura e do ambiente universitário (UNESCO,
1998).
A educação, em sua etimologia – de educare (ato de criar, de alimentar) ou
também de educere (conduzir para fora) no sentido de ser para fora da “forma” da
estrutura – propondo uma relação muito íntima e até afetiva entre o educador e o
educando, ambos influenciando-se e transformando-se mutuamente. Na visão de
Landim (1997), educação é a prática educativa na sua essência, o processo ensino-
aprendizagem, que leva o indivíduo a aprender a aprender, ao saber pensar, criar,
inovar.

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30
Portanto, é um processo de humanização que alcança o pessoal e o
estrutural, partindo da situação concreta em que se dá a ação educativa em uma
relação dialógica. Portanto, quando falamos em educação, estamos nos referindo a
todas as concepções que ela nos envolve na vida, nas relações sociais, pessoais,
políticas e juntamente com a natureza.
A educação, porém, não é um conceito moralmente neutro. Educar (alguém
ou a si próprio) é, por definição, fazer algo que é considerado moralmente correto e
valioso. Usamos outros conceitos para nos referir a processos de certo modo
parecidos com a educação, mas que não são moralmente aprovados, como, por
exemplo, doutrinação.
A aprendizagem está presente em qualquer atividade humana em que
possamos aprender algo. A aprendizagem pode ocorrer de duas formas: casual,
quando for espontânea, ou organizada, quando for aprender um conhecimento
específico.
Com isso, concluímos que ensino-aprendizagem com qualidade é um
processo de assimilação de determinados conhecimentos e modos de ação física e
mental. Isso significa que podemos aprender conhecimentos sistematizados,
hábitos, atitudes e valores. Nesse sentido, temos o processo de assimilação ativa
que oferece uma percepção, compreensão, reflexão e aplicação que se desenvolve
com os meios intelectuais, motivacionais e atitudes do próprio aluno, sob a direção e
orientação do professor. Podemos ainda dizer que existem dois níveis de
aprendizagem humana: o reflexivo e o cognitivo. Isso determina uma interligação
nos momentos da assimilação ativa, implicando nas atividades mentais e práticas.
O ensino-aprendizagem com qualidade é uma atividade planejada,
intencional e dirigida, não sendo em hipótese alguma casual ou espontânea. Com
isso, podemos pensar que o conhecimento se baseia em dados da realidade.
Para que esse processo de aprendizagem com qualidade ocorra na
Educação a Distância se faz necessário dois componentes fundamentais: a
interação a autonomia. Interação é a troca de informação
entre os participantes do processo
A comunicação e interação estão de ensino/aprendizagem.
Em EAD, existem várias formas de
intimamente relacionadas. A teoria de Piaget interação: (guidance; conversation;
guided conversation; feedback;
afirma que a interação interindividual é concebida feedforward; etc).

em uma dimensão coletiva, estabelecida por relações sociais, permitindo um

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31
entendimento na direção de uma explicação, não apenas psicológica, mas também
sociológica, da construção do conhecimento. Belloni (1999) reforça afirmando que a
aprendizagem é um processo social que envolve a atividade de construção de novo
conhecimento e compreensão por intermédio do trabalho individual, em grupo e
também por meio de interação entre os pares. Tal afirmação é apoiada por Peters
(2001) com a adição de que, para este autor, a socialização dos indivíduos se dá
pela aprendizagem de símbolos e papéis.
Ramos (1996, p. 245) define autonomia como sendo a capacidade de
pesquisar, de se organizar e de pensar de forma crítica e independente. De acordo
com o autor, a autonomia não significa isolamento, pelo contrário, “é a capacidade
de superação de pontos de vistas, de compartilhamento de escalas de valores e de
sistemas simbólicos, de estabelecimento conjunto de metas e estratégias, que está
presente nas relações cooperativas”.
Assim sendo, a autonomia significa assumir a aprendizagem por meio das
metas e propósitos da mesma. Essa atitude leva a uma mudança externa de
consciência, na qual o estudante vê o conhecimento como contextual e livre de
perguntas do que foi aprendido.
Na educação a distância, a possibilidade de comunicação caracteriza não
somente uma importante interação humana, mas também a interatividade com o
material de ensino. O conceito de interação envolve a ação recíproca entre dois ou
mais sujeitos e ela pode ser direta ou indireta (quando mediada por algum veículo
técnico de comunicação). No contexto da educação a distância, a interação entre os
indivíduos tende a ser indireta devido ao fato de dependerem do uso de alguma
tecnologia de comunicação.
A interatividade, por sua vez, é a atividade humana frente à máquina, isto é,
o sujeito age sobre a máquina e esta lhe envia de volta uma retroação (BELLONI,
1999). O grau de interatividade é permitido de acordo com a flexibilidade oferecida
por cada componente didático utilizado em uma determinada atividade, apesar de
permitir uma adaptação das necessidades individuais. Por outro lado, a flexibilidade
exige novos perfis, tanto do professor quanto do aluno.
Há uma conexão conceitual entre educação e aprendizagem: não há
educação sem que ocorra aprendizagem; ou, invertendo, se não houver
aprendizagem, não haverá educação. A aprendizagem, entretanto, pode resultar de

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um processo “de fora para dentro”, como o ensino, ou de um processo gerado “de
dentro para fora”, autoaprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino.
Aprendemos muitas coisas sem que ninguém nos ensine.
Tanto o ensino como a aprendizagem são conceitos moralmente neutros.
Podemos ensinar e aprender tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou
mesmo nocivas, pois a aprendizagem é um processo que ocorre dentro do indivíduo.
Mesmo quando a aprendizagem é decorrente de um processo bem-sucedido de
ensino, ela ocorre dentro do indivíduo, e o mesmo ensino que pode resultar em
aprendizagem, em algumas pessoas pode ser totalmente ineficaz em relação a
outras.

AUTOAPRENDIZAGEM

Modalidade em que o
aprendiz, a partir de
material didático
disponível e orientações
pedagógicas específicas,
aprende e constrói seu
próprio conhecimento.

2.4 AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

A expressão Ambiente Virtual


Ambiente Virtual de Aprendizagem -
de Aprendizagem (AVA) refere-se ao É um site ou ambiente na Internet cujas
ferramentas e estratégias são elaboradas
amplo conceito de espaço de para propiciar um processo de aprendizagem,
por meio de trocas entre os participantes,
aprendizagem possibilitado pelas incentivando o trabalho cooperativo.
tecnologias informáticas e que se
caracteriza por ser, antes de tudo, um espaço “onde acontecem interações
cognitivo-sociais, possibilitadas pela interface gráfica” (VALENTINI; SOARES, 2005).

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33
Esses espaços propiciam o uso de ferramentas especialmente produzidas ou
adaptadas para a finalidade educativa, criando oportunidades para que a
aprendizagem aconteça de formas diversas.
A origem dos sistemas de gerenciamento de aprendizagem remonta aos
anos 80 e aos sistemas de conferência por computador, bulletin board ou
groupware, que rodavam em redes internas, já que ainda não existia a Internet.
Esses meios caracterizavam-se como ferramentas de comunicação
predominantemente assíncronas, que viabilizavam o envio de mensagens em
tempos e espaços diversos. A criação da Internet, no final dos anos 80 e, mais tarde,
a tecnologia de janelas gráficas, alteraram significativamente a funcionalidade
desses sistemas.
Atualmente, os ambientes de aprendizagem se configuram e se
caracterizam como espaços que organizam recursos e ferramentas que englobam
elementos técnicos – como computadores, softwares e servidores, entre outros;
humanos – alunos, professores e demais profissionais envolvidos no processo; e
suas relações – troca de e-mails, discussões em fóruns e listas, construção coletiva
de texto, etc.
Se inicialmente as experiências educativas por meio de computador
preocupavam-se em disponibilizar materiais, privilegiando experiências mais
diretivas, aproximando-se da modalidade a distância até então praticada, como o
envio de materiais por correspondência ou aulas por meio de TV ou rádio, o uso das
ferramentas viabilizadas pelas tecnologias de informação e comunicação fez com
que, rapidamente, “interatividade” se tornasse a palavra de ordem e as experiências
colaborativas e cooperativas passaram então a ganhar espaço, em uma sociedade
que deseja a criação de comunidades virtuais e valoriza as construções conjuntas e
as trocas de conhecimento.
Os ambientes virtuais de aprendizagem devem estar em sintonia com um
projeto político-pedagógico construído de forma lúcida e criativa por interessados em
EaD. Dessa maneira, o AVA precisa refletir em suas estratégias de ensino e
aprendizagem o esboço de mundo desejado e atualizar a expectativa de constituir
um elo para a inovação pedagógica. O uso de ambientes virtuais de aprendizagem
vem se destacando, nos mais diversificados contextos educativos, como forma de
aumento dos espaços pedagógicos, promovendo o acesso à informação e à

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34
comunicação em tempos diferenciados e sem a necessidade de professores e
alunos partilharem os mesmos espaços geográficos.

2.4.1 Características de alguns Ambientes Virtuais de Aprendizagem

AulaNet:
O AulaNet é um ambiente baseado na web, desenvolvido no Laboratório de
Engenharia de Software - LES - do Departamento de Informática da PUC-Rio, para
administração, criação, manutenção e participação em cursos a distância. Os cursos
criados no ambiente AulaNet enfatizam a cooperação entre os aprendizes e entre
aprendiz e docente e são apoiados por uma variedade de tecnologias disponíveis na
Internet. Ao criar este ambiente, a equipe do LES tinha como objetivos contribuir
com mudanças pedagógicas, promover a adoção da web como um ambiente
educacional e criar comunidades de conhecimento.
O AulaNet se fundamenta nas seguintes premissas:
 O autor do curso não precisa ser um especialista em Internet;
 O autor do curso deve enfatizar a interatividade de forma a atrair a
participação intensa do aprendiz;
 Deve ser possível a reutilização de conteúdos já existentes em mídia
digital, por meio, por exemplo, da importação de arquivos. O ambiente AulaNet é
encontrado em diversas universidades como na UFRGS
(http://aulanet.cinted.ufrgs.br/aulanet2/). O AulaNet também possui seu próprio
domínio (http://www.aulanet.com.br/) e oferece diversos cursos e tutoriais para os
alunos cadastrados.
O sistema possui dois perfis de usuários:
 Professores: Nesse ambiente os professores possuem acesso aos
recursos para administrar o grupo, avaliar o progresso do aluno e acesso ao
ambiente educacional.
 Alunos: Ambos possuem acesso ao ambiente educacional que dispõe os
meios para que haja um aprendizado colaborativo.

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35
Moodle:
O Moodle (http://moodle.org) é um ambiente de gerenciamento de
aprendizagem (LMS – Learning Management System) ou ambiente virtual de
aprendizagem de código aberto, livre e gratuito. Os usuários podem baixá-lo, usá-lo,
modificá-lo e distribuí-lo, seguindo apenas os termos estabelecidos pela licença
GNU GPL. O ambiente possui poucas restrições quanto às especificações técnicas
do ambiente, ele pode ser executado, sem nenhum tipo de alteração, em vários
sistemas operacionais como o Unix, Linux, Windows, Mac OS X, Netware e outros
sistemas que suportem a linguagem PHP. Os dados são armazenados em bancos
de dados MySQL e PostgreSQL, mas também podem ser usados Oracle, Access,
Interbase, ODBC e outros. Além disso, o sistema conta com traduções para
cinquenta idiomas diferentes, dentre eles, o português (Brasil), o espanhol, o
italiano, o japonês, o alemão, o chinês e muitos outros.
O Moodle possui três perfis de usuários:
 Administrador: responsável pela administração, configurações do sistema,
inserção de participantes e criação de cursos;
 Tutor: responsável pela edição e viabilização do curso;
 Estudante/Aluno: ambiente de aula; os usuários do Moodle são globais no
servidor; isso significa que eles têm apenas um login para todos os cursos. A função
permite, por exemplo, que um usuário seja aluno em um curso e professor/tutor em
outro curso. O Moodle permite criar três formatos de cursos: Social, Semanal e
Modular. O curso Social é baseado nos recursos de interação entre os participantes
e não em um conteúdo estruturado. Os dois últimos cursos são estruturados e
podem ser semanais e modulares. Esses cursos são centrados na disponibilização
de conteúdos e na definição de atividades. Na estrutura semanal, informa-se o
período em que o curso será ministrado e o sistema divide o período informado,
automaticamente, em semanas. Na estrutura modular informa-se a quantidade de
módulos. Algumas das instituições brasileiras que utilizam o Moodle são: UFLA,
UNB, PUC-SP, USP, UFBA e UFV.

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36
TelEduc:
O ambiente de ensino TelEduc está sendo desenvolvido conjuntamente pelo
Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED) e pelo Instituto de Computação
(IC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O NIED, como uma de suas linhas de pesquisa, tem realizado diversos
cursos a distância, por meio do TelEduc desde 1998, acompanhando
progressivamente o desenvolvimento do ambiente. Da mesma forma que os outros
ambientes analisados, o TelEduc possui um esquema de autenticação de acesso
aos cursos, com um usuário e uma senha que é fornecido quando se cadastram no
ambiente. O TelEduc é um software livre, portanto pode ser redistribuído e/ou
modificado sob os termos da General Public License (GNU) versão 2, como
publicada pela Free Software Foundation.
O sistema oferece dois perfis de usuários:
 Alunos: É o ambiente educacional em que os alunos possuem os
recursos para trabalhar e estudar seus conteúdos dos cursos. Os usuários com
perfis de alunos possuem os seguintes recursos:
o Diário de Bordo: o aluno pode descrever, registrar, analisar seu modo
de pensar, expectativas, conquistas, questionamentos e suas reflexões
sobre a experiência vivenciada no curso e na atividade de cada dia.
o Portfólio: os participantes do curso podem armazenar textos e arquivos
a serem utilizados ou desenvolvidos durante o curso, bem como
endereços da Internet.
o Mural: espaço reservado para todos os participantes disponibilizarem
informações consideradas relevantes no contexto do curso.
o Listas de Atividades: apresenta as atividades a serem realizadas
durante o curso.
 Formadores: Permite aos formadores disponibilizar materiais nas diversas
ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em algumas delas, permite
ainda gerenciar as pessoas que participam do curso. Os usuários com perfis
formadores possuem os seguintes recursos:
o Acessos: permite aos fornecedores acompanhar a frequência de
acesso dos usuários ao curso e as suas ferramentas.

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37
o Intermap: permite aos formadores visualizar a interação dos
participantes do curso nas ferramentas, Grupos de Discussão e Bate-
Papo.
o Administração: permite aos formadores disponibilizar materiais nas
diversas ferramentas do ambiente, bem como configurar opções em
algumas delas. Permite ainda gerenciar as pessoas que participam do
curso.
o Suporte: permite aos formadores entrar em contato com o suporte do
Ambiente (administrador do TelEduc) por e-mail.
o Grupos: permite a criação de grupos de pessoas para facilitar a
distribuição de tarefas.

BlackBoard:

É um programa desenvolvido pela University of British Columbia, que


permite a criação de ambientes educacionais baseados na web. Mais de três mil
instituições de ensino utilizam esta ferramenta para o gerenciamento de cursos a
distância. Possuindo cerca de 70% do mercado nos Estados Unidos.
O professor pode criar caminhos de aprendizagem personalizados, de
acordo com o perfil dos alunos e das disciplinas. O docente pode estabelecer
critérios como: data, usuário, afiliação a grupo específico, instituição, perfil, notas,
desempenho em testes ou trabalhos ou histórico de visualização de conteúdo para
disponibilizar itens de conteúdo, para discussões avaliações ou tarefas ao aluno.
Permite criar cursos sequenciais e determinar se os estudantes devem
progredir por esta sequência ou se podem escolher qualquer tópico. Os docentes
podem organizar grupos de alunos com áreas próprias para troca de arquivos, painel
de discussão, sala virtual e e-mails entre membros.

Perfis de disciplina:

 Conceptor da disciplina – O utilizador pode aceder a várias áreas do


painel de controle, mas não pode aderir às notas dos alunos;

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 Avaliador – Este tipo de utilizador pode aceder a todas as áreas dentro
dos assessments e a algumas ferramentas da disciplina;
 Visitante – Podem aceder a conteúdos da disciplina que não estejam
bloqueados pelo docente da disciplina;
 Aluno – Este utilizador pode aceder a todos os conteúdos do curso e vai
ser avaliado por meio de assessments (trabalhos, exames e inquéritos);
 Docente – Este utilizador controla a disciplina, é ele que disponibiliza os
conteúdos e controla os acessos à disciplina;
 Assistente – Este utilizador pode controlar alguns aspectos da disciplina
por meio do painel de controle. Não podem alterar o perfil de um utilizador
da disciplina e não podem modificar a password do docente.

Perfis administrativos:

 Gestor de disciplina – Este tipo de utilizador consegue aceder a


ferramentas, existentes na área de administração, que permitem
administrar as disciplinas.
 Visitante – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de
administração. Têm acesso às áreas das disciplinas se os docentes assim
o permitirem.
 Nenhum – Este perfil de utilizador não tem acesso à área de
administração, aos alunos e docentes, por default lhes é atribuído esse
perfil.
 Observador – Este perfil pode fazer de sombra a outro utilizador do
sistema. Um observador pode visualizar todas as disciplinas do utilizador
a que está associado. Não tem acesso à área de administração. Esse
perfil pode ser atribuído a uma equipe de monitorização do docente da
disciplina.
 Gestor do portal – Este perfil de utilizador tem acesso à área de
administração do portal.
 Suporte técnico – Este perfil limita o acesso à área de administração a
tarefas de administração das disciplinas.

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 Administrador de sistema – Este perfil acede à área de administração e
ao painel de controle de todos os cursos. Em certas áreas das disciplinas
o administrador pode inscrever-se na disciplina de forma a ter acesso, a
essas áreas, basta aceder ao realizar inscrição, podendo depois fazer ou
anular inscrição.
 Assistente de sistema – Este perfil tem acesso a todas as ferramentas da
área de administração, mas não tem acesso ao painel de controle de
cada disciplina.
 Gestor de utilizadores – Este perfil de utilizadores acede à área de
administração, mas só as ferramentas relacionadas aos utilizadores.

2.5 LEGISLAÇÃO QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A Educação a Distância é a modalidade educacional na qual a mediação


didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a
utilização de meios, tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diferentes.
Essa definição está presente no Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005 (que
revoga o Decreto 2.494/98), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9394/96 (LDB).
Vale salientar que antes da Lei nº. 9.394 de 1996, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, a Educação a Distância não era nem sequer mencionada.
Com a promulgação da LDB, pela primeira vez se fala em incentivo ao
desenvolvimento e veiculação de programas de ensino a distância.
As bases legais da Educação a Distância no Brasil foram estabelecidas pela
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de
1996, pelo Decreto nº. 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, publicado no Diário Oficial
da União de 11 de fevereiro de1998, também pelo Decreto nº. 2.561, de 27 de abril
de 1998, publicado no Diário Oficial da União de 28 de abril de 1998 e pela Portaria
Ministerial nº. 301 de sete de abril de 1998 publicada no Diário Oficial da União de 9
de abril de 98, que tratam do sistema de credenciamento de instituições de ensino
para oferta de cursos a distância.

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40
O decreto nº. 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, que regulamenta o Art. 80
da lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, versa o seguinte conteúdo: “Art. 80 - o
poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino
a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada”.

FIM DO MÓDULO II

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41
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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42
CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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43
MÓDULO III

3 TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diante de tantas inovações, o cenário social, tecnológico, político e


econômico têm sofrido grandes mudanças, promovendo o surgimento de novas
atividades, ao mesmo tempo em que outras funções desaparecem ou são
transformadas. O crescimento exponencial do volume de informação, a geração de
novos produtos, o advento de novas teorias ou a nova aplicação de teorias já
conhecidas, têm acarretado constantes reavaliações do processo de trabalho, e por
consequência o processo de educação.
A tecnologia está mudando tão rápido, a competição global está forçando
uma dramática redução nos tempos decorridos entre o surgimento de uma inovação,
sua entrada no mercado, eliminando a oportunidade do sujeito compreender e
acompanhar as novas tecnologias da informática e da comunicação. Atualmente,
uma das soluções para a globalização dos mercados, são as associações. Portanto,
os conceitos-chave desta nova era é a colaboração/cooperação entre os sujeitos e a
comunicação virtual, eliminando distâncias, aproximando as pessoas e aumentando
a produtividade por meio de métodos cooperativos de trabalho virtual.
Fato esse marcado por fazermos parte da sociedade do conhecimento, da
informação e da comunicação, o que pressupõe que vivemos em rede. Rede no
sentido de estarmos constantemente interligados entre a informação e a
comunicação e o processamento dessa gama de informações em conhecimento.
Estamos em rede em tempo real e virtual.
Com isso, vislumbramos que a sociedade tem passado por transformações
radicais. Essas transformações se dão em âmbito político, social e educacional.
Parte dessas transformações ocorre devido ao desenvolvimento tecnológico que de
forma qualitativa e quantitativamente melhoram a capacidade de comunicação entre

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44
instituições, organizações e indivíduos. Esse é o sentido da rede, a capacidade de
comunicação.
A Educação a Distância faz uso dessa comunicação, e retrata os diversos
períodos da evolução tecnológica ao longo da história, por meio das mídias como
telefone, televisão e internet (comunicação digital), tecnologias essenciais de todo o
processo evolutivo. As novas tecnologias não são apenas um meio para distribuir as
informações e conhecimento, mas têm o papel de facilitar a interação em qualquer
processo educativo, dando a visão de novas atitudes e novos enfoques
metodológicos.
Devemos entender por tecnologia o conjunto de ferramentas – livros, giz e
apagador, papel, caneta, lápis, televisor, telefone, videocassete, computador – e os
usos destinados a elas em cada época (TV NA ESCOLA, 2001, p. 8).
Diferentemente, em cada época da nossa história percebemos que as
tecnologias exerceram e exercem influência no comportamento do indivíduo e na
sociedade, modificando concepções e paradigmas existentes.
Essa nova realidade redefine o perfil do sujeito deste fim de século. É
preciso formar profissionais que aprendam de forma não convencional e que saibam
trabalhar cooperativamente para gerar soluções inovadoras e competitivas.
O ensino convencional não tem dado condições aos sujeitos de se
prepararem no tempo adequado a todas essas transformações. O conceito de
Educação ainda está associado ao treinamento, baseado fisicamente em
instituições, restrito a cronogramas predefinidos de cursos; essa estrutura implica
deslocamento de aprendizes e de professores. Nessa estrutura é difícil manter-se
constantemente atualizado em relação a novas informações que acarretam novas
relações e, portanto, a geração contínua de conhecimentos.
E a Educação, conhecida pelo espaço escola, universidade? Como ela
responde ou deve responder ao desafio de preparar o homem para este novo
mundo onde a cooperação substitui a competição e o presencial o virtual, como
modelo básico nas relações entre os sujeitos? Essa é uma das questões
importantes para pensar em um novo modelo de formação e atualização profissional
do indivíduo da nova era.
Cabe à escola formar o novo sujeito que será capaz de participar ativa e
criativamente desse processo, criticá-lo e refiná-lo. A Educação precisa se

AN02FREV001/REV 4.0

45
reorganizar para incluir em seu processo educativo uma pedagogia, metodologias,
técnicas e recursos que permitam um novo paradigma que substitui a competição
pela cooperação entre os sujeitos e a necessidade do físico pelo virtual.
Sabemos que uma das alternativas para modificar este quadro é trabalhar
com uma tecnologia de ponta aplicada à educação, que é a Educação a Distância,
como uma possibilidade para construção de um novo modelo educacional. A
Educação a Distância constitui-se em necessidade pelas razões que sempre a
justificaram e ainda porque o ritmo acelerado de mudanças sociais, políticas,
econômicas, culturais, educacionais, entre outras, passa a exigir uma educação
continuada de todos os sujeitos.
Nesse cenário de mudanças, alguns historiadores dizem que a humanidade
passou por três revoluções industriais. A primeira ocorreu no século XVIII, com a
substituição das ferramentas manuais por máquinas a vapor, o tear mecânico e o
surgimento de ferrovias. A segunda revolução data do século XIX, com a
combinação de avanços múltiplos, entre eles a geração da eletricidade, o motor de
combustão interna, o telefone e o telégrafo sem fio. E a terceira revolução industrial
– talvez a mais polêmica, contundente e até mesmo excludente – é a revolução da
tecnologia da informação, possibilitada pelo desenvolvimento da eletrônica
(PERRENOUD, 2004).
Atualmente, na passagem da sociedade industrial para a sociedade do
conhecimento, a educação tem funções fundamentais como: garantir a atualização
de informações e o desenvolvimento de novos talentos em todas as áreas,
impedindo que as defasagens aumentem; ajudar a desenvolver novas habilidades
para uma mesma profissão cujas atividades variam e se transformam rapidamente; e
ajudar a desenvolver competências que permitam mudanças de uma profissão para
outras emergentes, no curso da vida.

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46
FIGURA 1

FONTE: Acervo Pessoal

Assim, a Educação a Distância assume novas concepções, não só podendo


atender a sujeitos em interação social de modo cooperativo, mas também passando
a servir à aprendizagem contextualizada, na vida. Tanto para as novas gerações
como para os sujeitos em atividades que precisam constantemente reaprender o
antes aprendido, ou aprender novas representações e novas formas de
conhecimentos e de práticas.
Plataforma de comunicação de EaD com valor agregado e o aluno no centro
do processo educacional. A Educação a Distância introduz novas concepções de
tempo e de espaço em educação e contribui para mudanças substanciais nas
instituições de ensino. Essa pode ser desenvolvida para formar profissionais,
desenvolvendo com eles novos talentos, mecanismos cognitivos, atitudes, valores e
novas teorias, que dizem respeito à autonomia na aprendizagem e na construção de
conhecimentos dos sujeitos. Mas para isso, é preciso utilizar as novas tecnologias
da informática e da comunicação na Educação a Distância.

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Porém, é preciso ter cuidado quando falamos em tecnologia, para não
restringirmos o termo ao computador e à internet. Analisando que toda a tecnologia
empregada na educação deve ser utilizada com a visão de formação do pensamento
crítico de professores e estudantes para a resolução de problemas, por isso é
necessário avaliar e escolher a mídia adequada de acordo com o tipo de aluno e
infraestrutura disponível.
Na atualidade, a Educação a Distância mostra-se como um componente
fundamental de mudanças com relação à educação, associando transformações não
só no educar, mas também no aprender.

A integração de meios de comunicação de massa tradicionais como a


internet, associada à publicação de materiais didáticos provocou a
expansão da educação a distância a partir de instituições de ensino e
produção de cursos, os quais emitem as informações de maneira uniforme
para todos os alunos (ALMEIDA, 2003, p.327).

O aparecimento de cursos on-line no mundo globalizado vem possibilitando


a oferta de conhecimento em todas as áreas. Surge então, a necessidade do
refinamento tecnológico no decorrer do tempo para acompanhar as inúmeras
transformações educacionais. É muito importante e necessário, ainda que existam
profissionais com conhecimento de informática, princípios da Educação a Distância
e principalmente uma visão atualizada e progressista da educação.

O advento das tecnologias de informação e comunicação reavivou as


práticas de Educação a Distância devido à flexibilidade do tempo, quebra de
barreiras espaciais, emissão e recebimento instantâneo de materiais, o que
permite realizar tanto as tradicionais formas mecanicistas de transmitir
conteúdos [...] (ALMEIDA, 2003, p. 4).

O texto impresso, telefone, correio terrestre e aéreo, gravador, retroprojetor,


rádio, televisão, fax, videocassete, todas são tecnologias já testadas. Mas essas
tecnologias não serviram para alterar a hierarquização do ensino. Suas
possibilidades de uso expressam um paradigma empiricista de dependência do
aprendiz a uma organização lógica, social, psicológica de ensino, que concebe a
aprendizagem como uma mudança imposta de fora para dentro.

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48
FIGURA 2

FONTE: Acervo Pessoal

Como vimos anteriormente, tecnologia é o conjunto de ferramentas e o uso


que fazemos delas, portanto, o livro e até mesmo o giz são ferramentas da
tecnologia. E na educação, que visão tem a tecnologia?
Parece restringir-se ao uso do computador e da internet. Se considerada
dessa forma, então veremos que existe mesmo a exclusão e que negamos nossa
história, pois é grande o número de escolas que não dispõem dessas ferramentas. E
o que entendemos e consideramos tecnologia em Educação a Distância?
Para termos uma noção da evolução da comunicação a distância vale
salientar que em Nova Escola, setembro de 2005, foi destacado:
 1440: invenção da imprensa;
 1844: primeira transmissão pública por telégrafo elétrico;
 1876: invenção do telefone;
 1896: patente do telégrafo sem fio;
 1915: primeira transmissão de voz a longa distância pela rádio;
 1936: começam as transmissões públicas de TV;
 1943: invenção do computador digital eletrônico;

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49
 1962: lançado o primeiro satélite internacional de telecomunicações;
 1973: TV a cabo comercial começa a operar;
 1975: surgimento do computador pessoal;
 1977: primeiras aplicações comerciais de fibra óptica;
 1980: padronização mundial dos aparelhos de fax;
 1983: lançamento dos primeiros celulares;
 1991: surge a World Wide Web.

Notamos que em pequenos intervalos de tempo a evolução da tecnologia


ascendeu de forma extraordinária, proporcionando aos indivíduos maior acesso e
rapidez às informações, por isso estamos na era da comunicação, do conhecimento.
De acordo com Sartori (2002), o século XIX trouxe grandes avanços
científicos e tecnológicos que deram impulso inigualável para a capacidade humana
de se comunicar, contribuindo também para Educação a Distância. E é na tecnologia
que a Educação a Distância se sustenta, quebrando paradigmas, como por exemplo,
que só se aprende e se ensina na escola, especificamente entre quatro paredes, na
sala de aula. O telégrafo, por exemplo, criado por Morse, é um dos primeiros passos
para o crescimento rumo aos meios de comunicação modernos que utilizamos hoje.
Como a humanidade passa por estágios, e estes estágios caracterizam-se
por determinadas revoluções e invenções, a Educação a Distância utilizou material
impresso quando a imprensa era a tecnologia mais moderna, entregando seus
impressos via correio postal. Hoje também permanece esta forma de comunicação
na Educação a Distância, são os chamados cadernos pedagógicos ou fascículos,
que dão sustentação aos cursos, devido à facilidade e a linguagem acessível usada
para transmitir as informações.
Para Sartori (2002), do texto impresso, a Educação a Distância passou a
utilizar todos os meios de comunicação que já forem inventados. Dos meios de
comunicação individual, como o fax, o videotexto e o telefone, aos meios coletivos
como videoconferência e teleconferência, até meios de comunicação de massa,
como o rádio e TV. Porém, a Educação a Distância utiliza, também, os meios de
comunicação que são portadores de conteúdos e mensagens, como fitas-cassete,
fitas de vídeo, CD-ROM, cadernos pedagógicos, esses últimos são chamados de

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50
recursos tecnológicos ou recursos didáticos e suas contribuições para Educação a
Distância são mais conhecidas entre nós.
Em seguida, com o surgimento do cinema, foi a vez dos filmes instrucionais
cumprirem com seu papel educacional. Posteriormente, foi a vez do rádio, por volta
de 1915, primeira grande tecnologia eletrônica de comunicação de massa. O rádio
reinou e ainda é um meio muito utilizado como tecnologia que consegue transmitir a
notícia ao vivo, imediatamente. Transmitiu muitas aulas e orientações pedagógicas
em países diversos como a Alemanha, EUA e muitos outros. Cedeu espaço, no
entanto, para a televisão. De acordo com Sartori (2002) o uso da TV, como recurso
educativo data da década de 40.

A imagem televisiva superpõe linguagens e mensagens, somando-as, sem,


entretanto separá-las. Isso facilita a interação com a audiência e aumenta
seu poder de influência. Somos tocados pela comunicação televisiva
sensorial, emocional e racionalmente. Sua linguagem poderosa, dinâmica,
responde tanto à sensibilidade das crianças e dos jovens quanto a dos
adultos, dirigindo-se antes a afetividade que a razão, interferindo nas
atividades perceptivas, imaginativas e comportamentais. (TV NA ESCOLA,
2001, p.10).

Percebemos o grande potencial e influência que exerce a televisão na


educação de forma geral, mas parece que ainda é um meio pouco explorado. O
vídeo tem um papel tão importante quanto às aulas presenciais, os cadernos
pedagógicos e os recursos de informática aplicados a distância por meio da internet.
Os vídeos têm como função o enriquecimento dos temas e das atividades
propostas aos alunos, significando, pois, que a tônica dos encaminhamentos
pedagógicos está centrada no material escrito. Derivando dele as solicitações de
esclarecimento pelo aluno junto à equipe orientadora, procedimento fundamental
que possibilita o acompanhamento constante do aluno em todo o seu percurso
acadêmico.
O computador e a Internet são ferramentas que estão contribuindo para
aumentar as possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores,
com o uso do correio eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes
virtuais de aprendizagem e outros.
Para Sartori (2002) essas são formas não simultâneas de estabelecer
comunicação, no entanto, a Internet está permitindo que a comunicação ocorra de

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51
forma simultânea, o que é possível por meio da sala de bate-papo, das
videoconferências e teleconferências.
Quando falamos aqui de novas tecnologias, referimo-nos às tecnologias
interativas da informática e da comunicação, às tecnologias eletrônicas que estão
tornando possível a inteligência distribuída na sociedade, à inteligência coletiva, aos
computadores, aos sistemas de simulações, aos hipertextos, às multimídias, às
redes de computadores que asseguram a interconectividade, ultrapassando os
limites de espaço e tempo físico.
Essas novas tecnologias, os computadores e as redes internacionais de
computadores, aportam recursos completamente inusitados e transformadores que
poderão dar à Educação a Distância uma concepção totalmente nova.
Aretio (2001) destaca que assim como outras tecnologias como imprensa,
telefone, rádio, cinema e televisão causaram autênticas revoluções quando
surgiram, as novas tecnologias possuem maior impacto devido às suas
características de globalização, rapidez e capacidade de crescimento.
A área educacional, inserida na base da sociedade, não pode ignorar essa
realidade tecnológica e deverá incorporar gradativamente a modalidade de
Educação a Distância em suas atividades didático-pedagógicas, como forma de
atender a um grande número de pessoas e de democratizar o acesso ao
conhecimento.
Entretanto, é necessário ressaltar que os alunos que cursam a Educação a
Distância ainda não desenvolveram totalmente o hábito de se comunicar via
computador e internet, e preferem com certeza o material impresso, que lhes dá
maior segurança.
Para Sartori (2002, p. 46):

Na medida em que as tecnologias foram sendo desenvolvidas, a Educação


a Distância as incorporou de modo mais ou menos imediato. A busca em
proporcionar o acesso ao conhecimento a pessoas geograficamente
distantes dos centros de ensino, ou com qualquer outro impedimento para
freqüentar a escola presencial, fez com que fossem utilizados todos os
recursos tecnológicos existentes que viabilizam a troca eficiente de
informação, a comunicação multidirecional e a crescente interatividade entre
alunos, corpo docente, tutoria e administração do curso. Desta maneira, a
Educação a Distância está profundamente relacionada aos meios de
informação e comunicação, sejam eles meios de comunicação de massa ou
não. Quem está ganhando com isso é o aluno de curso a distância, pois o
grau de interatividade está cada vez maior.

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52
De forma efetiva, a tecnologia foi absorvida pela Educação a Distância. Não
só as tecnologias mais recentes, mas a primeira forma de comunicação, a escrita. O
caderno pedagógico e os guias de estudo são materiais com características
autoinstrucionais, que contêm resumos, exercícios, bibliografias para
aprofundamento de estudos e apresenta função formadora.
As fitas de vídeo e de áudio com aulas elaboradas pelos professores da
disciplina têm como objetivo o enriquecimento dos temas e atividades propostas aos
alunos para melhor compreensão dos cadernos pedagógicos.
O Telefone, fax, videoconferências, teleconferências, e-mail, chats, fóruns,
internet, computador são instrumentos que devem ser usados para sanar dúvidas
referentes aos conteúdos abordados nos cadernos pedagógicos ou nos vídeos.
Esses meios de comunicação e informação devem ser utilizados de forma
harmônica, entendidos como meios facilitadores de aprendizagem, de interação,
cooperação e uma forma de superar as distâncias geográficas, umas usadas com
maior intensidade do que outras, de acordo com a realidade de cada turma, cada
município e de cada aluno.
No ambiente virtual, podem ser disponibilizados vários espaços que
permitem ao professor interagir com os alunos, respondendo as dúvidas, enviar e-
mail, receber e corrigir trabalhos, atribuir notas, editar e publicar avisos, participar de
fóruns. Disponibiliza também os conteúdos da disciplina, com indicativos de sites
para acesso a conteúdos complementares, dados da turma, lista de alunos, enfim,
uma forma de interação e permanente comunicação que ameniza a distância
geográfica (CECHINEL, 2000, p. 9).

FIGURA 3

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53
FONTE: Portal Educação.

Cabe destacar que o foco de todo o programa educacional é o aluno, e


independente das tecnologias utilizadas é a interação entre professores e alunos um
dos grandes pilares para garantir à qualidade do trabalho pedagógico de um curso a
distância (FERREIRA REZENDE, 2003).

3.1 FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA NA INTERNET NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Vamos abordar as ferramentas de aprendizagem colaborativa no processo


de ensino-aprendizagem escolar. Você irá conhecer melhor cada uma delas, suas
contribuições, especificidades e saber como e quando recorrer ao seu uso
pedagógico para dinamizar, estimular e potencializar suas aulas.
Conhecendo as ferramentas de aprendizagem colaborativa na Internet (wiki,
blog, chats e fóruns), no processo de ensino-aprendizagem. Antes de iniciarmos a
descrição das ferramentas colaborativas de aprendizagem na Internet, vamos
entender melhor o que é uma aprendizagem que ocorre de forma colaborativa.

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54
Seu embasamento teórico está calcado na teoria construtivista de
aprendizagem, pois visa em primeiro lugar à interatividade como fonte para a
aquisição do conhecimento.

Todo e qualquer crescimento cognitivo só ocorre a partir de uma ação,


concreta ou abstrata, do sujeito sobre o objeto de seu conhecimento. Por
conseqüência a teoria construtivista de aprendizagem baseada na
Epistemologia Genética tem este pressuposto como sua pedra estrutural,
colocando a ação, ou mais especificamente a interação como requisito
fundamental para sua prática (NITZKE, CARNEIRO, GELLER, 1999, p. 1).

Por isso o trabalho de forma cooperativa, com o sujeito da aprendizagem em


interação com o objeto de conhecimento e os outros sujeitos, faz com que o
pensamento e o convívio social aumentem e melhorem, pois é necessário elaborar
regras comuns, colaborar com pensamentos e ideias úteis ao grupo sendo que estas
devem circular sem hierarquia, havendo respeito e liberdade para expressão.
Desenvolvendo essas atitudes o trabalho do grupo cresce e cada indivíduo
amadurece, tanto no sentido individual quanto o sentimento de estar e fazer parte de
uma comunidade.
Um “ambiente colaborativo de aprendizagem” com o uso do computador
é aquele que permite uma comunicação e uma ação igualmente divididas e
hierarquizadas, com o suporte de alguns recursos tecnológicos, auxiliando várias
pessoas a manterem suas participações.
Essa participação deverá, portanto, ocorrer de forma não linear, em “mão
dupla”, assim todos podem interagir no processo de comunicação. Por isso, os
ambientes colaborativos dizem respeito ao processo, ao produto e à avaliação.
Dessa forma, há um único objetivo a ser alcançado por todos os participantes
que deverão trabalhar juntos para a execução deste.
Portanto, diferente de trabalhos em grupo tradicionais cujas tarefas são
divididas e os resultados posteriormente agrupados, na aprendizagem
colaborativa todas as tarefas são executadas por todos os participantes.
Como estamos abordando a tecnologia para potencializar os processos
de ensino-aprendizagem, vê-se que nos últimos tempos a Internet tem oferecido
diversos recursos que permitem a interação entre os usuários. Com isso, surge a
possibilidade de utilizar tais recursos para criar ambiente de aprendizagem
colaborativa.

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Dentre estes recursos estão os blogs, chats, fóruns e wiki; cada um
possui uma lógica de utilização diferente, por isso cada um é indicado para
situações pedagógicas específicas, porém pode haver diferentes conjugações
entre eles.
Esses recursos possuem em comum um aspecto dinâmico de
comunicação, se mostrando atraente, pois têm o poder de aproximar as pessoas,
seus pensamentos e sentimentos. Assim, podem ser utilizados como grandes
aliados no processo educacional, pois são motivadores e fazem parte do mundo,
do repertório e das necessidades de grande parte dos estudantes.

É importante destacar também que o uso de tais ferramentas é mais bem


utilizado quando integrado a um projeto interdisciplinar. Dessa maneira, para que
o trabalho colaborativo funcione é preciso trabalhar uma visão holística da realidade,
uma vez que a vivência em comunidade é muito complexa (todos juntos, em prol de
um objetivo), tornando qualquer situação de aprendizagem muito mais significativa,
por isso o trabalho por projetos se justifica. Os projetos irão dar o suporte para que
os conteúdos deixem seu estado estanque e assumam uma visão transdisciplinar,
cuja aquisição se fará por meio do diálogo e interações, ou seja, uma aprendizagem
que se dá de forma ativa.

3.2 POR QUE UTILIZAR UMA FERRAMENTA COLABORATIVA?

Essa é uma questão que pode ser respondida por diversos ângulos. Um
deles é o desenvolvimento do “aprender a conviver”, uma das competências
fundamentais para o cidadão do século XXI. Nos trabalhos colaborativos, os
estudantes aprendem a conviver, a debater, a discernir e a elaborar regras.
Trabalham com o diferente (pensamentos, posturas, valores, etc.), para chegar a um
pensamento: o pensamento coletivo. Esse é mais que todos os outros juntos, é fruto
da interação e da aprendizagem.
Outro motivo para a utilização das ferramentas colaborativas é seu aspecto
dinâmico, criativo, divertido e lúdico. Aspectos estes que estimulam e motivam os

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56
alunos. Hoje existem muitos recursos que possibilitam criar páginas com visuais
diferentes, utilizando fotos, vídeos e animações, criando espaço para o aluno deixar
a criatividade livre.
Um terceiro fator é o grande potencial que as ferramentas colaborativas
oferecem para o desenvolvimento da linguagem. Nas conversas síncronas o
pensamento deve ser rápido e o uso da linguagem escrita se funde com a linguagem
oral, ocasionando um processo de comunicação extremamente ágil e complexo,
fazendo com que o aluno seja levado a organizar pensamentos e a comunicar-se de
forma clara e rápida. Nas outras ferramentas assíncronas o desenvolvimento da
linguagem escrita é estimulada e com isso os alunos são levados a fazerem maior
uso da leitura, pois precisam ler as contribuições dos outros colegas e precisam
redigir também, melhorando a capacidade de lógica e estrutura da língua formal.
Um quarto fator é desenvolver uma Educação e uma Cultura Digital nos
alunos, esta tão importante no nosso tempo. Sabe-se que o mundo atual é
dominado por tecnologias que facilitam e incluem sujeitos nos processos sociais,
econômicos e políticos, por isso temos que integrar e unir a escola e as práticas
pedagógicas a esta nova lógica, formando cidadãos que saibam utilizar e que sejam
críticos no uso destas novas tecnologias.
Há ainda a possibilidade das ferramentas colaborativas “quebrarem os
muros” da escola devido às suas possibilidades temporais e geográficas. Assim, os
alunos de uma escola podem conversar em diferentes horários (extraescolares) e
manter contato com povos e pessoas de outros contextos.
Essas ferramentas serão sempre úteis quando o objetivo do processo de
ensino-aprendizagem for a construção coletiva de conhecimentos, que sejam
construídos por conteúdos significativos e pelo diálogo, que busquem uma
aprendizagem verdadeira, na qual todos podem participar.
Outros fatores você irá constatar, aplicando e avaliando as ferramentas
colaborativas nas suas aulas. Há muitas outras possibilidades. Mãos à obra!

3.3 DIDÁTICA NO USO DE FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM


COLABORATIVA: PROCESSO E AVALIAÇÃO

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Alguns aspectos didáticos devem ser observados quando se aplicam
ferramentas colaborativas no processo de ensino-aprendizagem. Veja abaixo alguns
deles e adapte à sua prática.

Num ambiente colaborativo os papéis são relativizados, há


uma flexibilização de papéis, dessa forma o professor
aprende junto com os alunos e estes aprendem em
interação uns com os outros.

Devem-se valorizar diferentes autorias e ideias elaboradas


pelos alunos.

O ambiente colaborativo é democrático.

As colaborações podem ser individuais ou coletivas.

Questões e as situações de aprendizagem devem levar a


novos debates e ideias.

A avaliação deve ser contínua, tanto dos grupos quanto


individualmente. Devem-se avaliar posturas, colaboração e
contribuições individuais e o crescimento cognitivo e afetivo
do grupo.

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A avaliação deve servir para reorientar e dar feedback.
Dessa maneira, os erros são corrigidos a tempo e os
resultados são positivos. Além disso, o professor pode
acompanhar o processo de aprendizagem e pensamento do
grupo.

Todas as situações de aprendizagem devem ser


devidamente planejadas e ter objetivos claros. Assim os
alunos poderão construir metas e não correr o risco de se
perderem.

Deve-se escolher a ferramenta interativa mais apropriada


para cada situação de aprendizagem, ou seja, escolher uma
ferramenta síncrona ou assíncrona e suas devidas
variações de estilo, combinando-as com os objetivos das
aprendizagens.

Preocupação em garantir o máximo de comunicação e boas


relações interpessoais.

Combinar avaliação qualitativa com avaliação somativa, ou


seja, a quantidade de participações e sua produção
caminham junto com a postura do grupo.

Construir o sentimento de confiança e respeito nos


companheiros de grupo.

Para o trabalho colaborativo (e por projetos) dar certo, os

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professores trabalham em equipe.

O tamanho dos grupos é um fator decisivo para os trabalhos


colaborativos. Com até duas pessoas há forte interação
social; a partir daí, quanto mais componentes tiver o grupo,
maiores são as diversidades de opiniões, porém a partir de
dez participantes o grupo poderá ficar disperso.

Avaliar com suporte das ferramentas escolhidas e a partir


dos objetivos esperados. Lembramos que as ferramentas
tecnológicas permitem um monitoramento de frequência de
acesso, postagens, etc., por isso fica muito mais fácil avaliar
continuamente e monitorar participações e contribuições.

O professor precisa conhecer as características da


aprendizagem colaborativa e manipular a ferramenta
escolhida para poder facilitar o processo de ensino-
aprendizagem.

A utilização destas ferramentas pode ocorrer tanto nos


Laboratórios de Informática da escola (ou em um
computador que esteja disponível) quanto em horários
extraescolares. A escolha dependerá dos objetivos a serem
atingidos ou da proposta de aprendizagem. Mas é preciso
lembrar que antes do aluno manipular estas ferramentas em
horário extraescolar, o professor deverá ter orientado o
aluno anteriormente, para que este faça o bom uso dos
recursos colaborativos.

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60
Portanto, agora que você já conhece alguns dos benefícios de se trabalhar
utilizando ferramentas colaborativas de aprendizagem, acompanhe no próximo
módulo um a um sua descrição.

FIM DO MÓDULO III

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61
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

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62
CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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63
MÓDULO IV

4 FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM

4.1 BLOG

Um blog é uma espécie de diário virtual, mas que tem sua lógica invertida,
ou seja, em um diário tradicional o autor não tem a intenção de que leiam suas
anotações. Porém, em um blog a intenção é justamente contrária, quanto mais lido e
visitado é um blog, melhor ele é.
“Um weblog ou blog é uma página da web com notas colocadas em ordem
cronológica inversa, de forma que a anotação mais recente é a primeira que aparece
(GONZÁLEZ, 2005, p. 3)”.
Os serviços de blog permitem atualizações (que podem ser quase que
instantâneas), comentários por parte dos visitantes, postagem de fotos e músicas, e
possui também um recurso chamado lista de links. Nessa, o autor do diário pode
colocar links para outros blogs, formando uma teia de comunicação.
Esse recurso é um meio de comunicação bastante democrático e difundido
pelos usuários da web, pois em sua maioria são oferecidos de forma gratuita e
permitem aos usuários a possibilidade de expressarem suas ideias na rede, vendo e
sendo vistos, criando até redes de interesses e relacionamentos.

Uma das principais características do Blog é que estes pequenos textos,


nele apresentados, podem ser lidos e comentados pelas pessoas que
tenham acesso ao mesmo. Os Blogs podem ser utilizados no contexto
educacional (em instituições acadêmicas ou empresariais) para várias
finalidades. Dentre elas é possível destacar os trabalhos em equipe,
anotações de aula, discussão e elaboração de projetos acompanhados ou
não de imagens. Estas possibilidades, além da facilidade de utilização,
organização de conteúdos e comentários, ampliam as possibilidades de
complementar as aulas dos professores de forma inovadora e atraente
(BERTOCHI, 2004, on-line).

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4.1.1 Quando utilizar um blog?

Se o objetivo da proposta de atividade ou do projeto forem as descritas


abaixo, o blog é uma boa ferramenta e permitirá:

 Aumentar e aproximar a relação professor-aluno, professor-família, ou


escola-família, pois o blog permite uma interação que ultrapassa o
horário escolar, ou seja, as interações podem ser feitas em casa, onde
os alunos poderão mostrar tudo o que é produzido nas aulas,
permitindo à família maior participação no processo.
 Incentivar o uso de diários e agenda. Um blog é uma ótima ferramenta
para estimular organização e reflexão diárias. Pode ser utilizado como
auxiliar na organização dos estudos e do acompanhamento por parte
do professor.
 Organização de portfólios (webfólios). Os webfólios poderão ser
ótimas medidas avaliativas do tipo qualitativas, visto que valoriza as
produções dos alunos de forma a criar uma reflexão destes sobre sua
própria ação.
 Alfabetização digital. Uma vez que estimula à escrita e a leitura, essas
que possuem também suas características próprias do uso da Internet,
como: ícones, abreviações e palavras próprias do meio.
 Utilizar diferentes níveis de linguagem, aproximando e favorecendo o
diálogo e a interatividade (por meio dos comentários) de alunos em
diferentes fases de desenvolvimento, assim todos poderão aprender
mutuamente. Outra vantagem é a possibilidade de utilização de
diversos gêneros, como: relatos, narrações, descrições, etc.
 Criação de jornal ou revista on-line. O blog permite atualização
constante. Essa atividade possibilitará aos alunos estarem sempre
atualizados e criará a noção de responsabilidade, à medida que o
jornal for visitado por outras pessoas.

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 Desenvolver a noção de tempo. O blog, pelo caráter temporal, permite
aos alunos criar e estimular a noção de tempo. Deve-se ressaltar que
o tempo na Internet é muito “ágil”, por isso é importante manter o blog
sempre atualizado.
 Publicar produções. O blog permitirá a publicação dos materiais
produzidos pelos alunos, dando papel de destaque e relevância a
estes, o que estimula e motiva os alunos no processo ensino-
aprendizagem.
 Cria identidade (individual ou grupal). O aluno e o grupo se sentirão
responsáveis por criar e manter a atualização do seu blog, criando sua
identidade, utilizando e criando para isso o visual do blog, seu estilo de
publicação, sua relação de links, etc.;
 Espaço para o aluno se expressar livremente, valorizando suas ideias
e suas produções. Esta medida aumenta a autoestima e estimula o
aluno.
 Criar redes de afinidade. Esse é um dos objetivos ao se implantar o
blog no processo educativo, pois os alunos poderão se concentrar em
assuntos do seu interesse, mantendo e estabelecendo contato com
outras pessoas de diversos lugares, idades, classes, etc.

4.1.2 Como proceder didaticamente com blog?

Há diversos tipos de blog, com diversos tipos de gerenciamentos e


criações:

 Blog criado pelo professor: nele coloca-se o programa, com conteúdos e


orientações de estudo, materiais para suporte, atividades propostas,
espaço para sugestões, tira-dúvidas, resolução de exercícios, etc. Ele
deve estar aberto às opiniões dos alunos e da família.
 Blog criado pelo aluno: é importante salientar que o aluno pode ter um
blog na Internet, independente da ação do professor, porém deve ser

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estimulada a criação de um blog específico para o uso educativo, seja
para desenvolvimento de um projeto, para a realização de uma atividade
ou como meio avaliativo. Nele o professor interage, encaminhando,
sugerindo, elogiando e questionando os trabalhos. A família também deve
interagir e acessar, mantendo-se atualizada, participando da vida escolar
de seus filhos.

Veja como deve ser a ação do professor e sua postura diante do blog como
ferramenta colaborativa de aprendizagem:

 Avalie os temas dos blogs. São relevantes? Os blogs partirão de uma


atividade direcionada ou poderão ser de criação e responsabilidade do
aluno? Promova, sempre que possível, debates e questionamentos nos
blogs. Incite-os a acessarem e comentarem o blog dos outros colegas.
 Crie regras de utilização, como o código de conduta. Exemplifique como
poderão ser as postagens e os comentários. Para um blog em comum
para toda turma, crie uma única senha para todos os blogs ou divulgue as
senhas, dessa maneira todos terão acesso e com isso evitarão comentar
e postar materiais indevidos.
 O professor pode ainda, montar vários grupos, com blogs com um mesmo
tema, (confrontando as diferentes visões dos diversos blogs) ou para
discutir diferentes áreas (diversificando as atividades). Nessa última
opção pode-se fazer um rodízio, sempre trocando os blogs para que
todos tenham a oportunidade de abordar diferentes assuntos.
 Coloque “medidores de acesso” nos blogs dos seus alunos. Esta medida
irá estimulá-los.
 Avalie a escrita (hipertextual), a capacidade de fazer ligações entre as
diversas postagens e publicações e sobre os comentários nos outros
blogs. Você como professor pode permitir o uso próprio da linguagem da
Internet (com abreviações e códigos) ou não, estimulando o uso da
linguagem formal. Porém, não se esqueça de que a linguagem típica da
Internet irá motivar, pois faz parte da cultura dos alunos.

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 Como o blog é uma ferramenta assíncrona (pode ser utilizado em
diferentes momentos, por diversas pessoas), potencializa a união do
grupo, por isso estimule seus alunos a acessarem o blog fora da escola.

Assíncrona

O que não é síncrono, que não se realiza ao


mesmo tempo. Processo de comunicação em que
a mensagem emitida por uma pessoa é recebida
e respondida mais tarde pelas outras. Exemplos:
curso por correspondência (correspondence
course); correio eletrônico (e-mail); algumas
teleconferências computadorizadas (computer
conference). Contrastar com comunicação
sincrônica (synchronous communication).

Síncrona

O que se realiza ao mesmo tempo, em tempo real.


Termo utilizado em educação a distância para
caracterizar a comunicação que ocorre
exatamente ao mesmo tempo, simultânea. Dessa
forma, as mensagens emitidas por uma pessoa
são imediatamente recebidas e respondidas por
outras pessoas. Exemplos: ensino presencial,
conferências telefônicas e videoconferências. É o
oposto de comunicação assíncrona.

 Não se esqueça de que um blog pode ser gerenciado por e-mail e só os


comentários autorizados pelos usuários estarão no ar. Dessa maneira,
você irá criar responsabilidade e respeito entre os usuários dos blogs.
 Avalie também a atualização de um blog e seu número de postagens, o
que é imprescindível. Esta avaliação pode ser considerada somativa e
qualitativa, uma vez que observa as atitudes e ações (construções de
pensamento) dos alunos.
 Avalie o nível de análise crítica por meio dos comentários e de
publicações.

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 Avalie também a capacidade de trabalhar em grupo, verificando se todos
os componentes do grupo comentam e postam materiais.

4.2 CHAT

O chat ou a sala de bate-papo é uma ferramenta colaborativa na qual o


diálogo é feito de forma síncrona. É utilizada e conhecida há algum tempo pelos
internautas. Muito utilizada para entretenimento e conversas informais. Porém, pode
ser utilizada como recurso educativo.
Em um chat a conversa é feita por trocas de mensagens escritas, entre duas
ou mais pessoas, mas com o desenvolvimento de novas tecnologias outros recursos
além da escrita podem ser usados, tais como: áudio, vídeo e envio de arquivos.
Tudo isso “aproxima” os participantes, pois podem ouvir, ver e serem vistos.
É preciso lembrar que chats são meios comunicacionais que exigem rapidez
e velocidade de pensamento. Por isso seu ritmo é bastante ágil, como em uma
conversa real.

4.2.1 Quando utilizar um chat?

Os chats serão úteis quando:

 a atividade planejada requerer um diálogo rápido e/ou informal, como um


bate-papo;
 há interpretação e formulação de ideias que se deem em curtos espaços
de tempo, auxiliando no desenvolvimento da linguagem (oral e escrita que
se fundem neste tipo de comunicação);
 a criação e a execução de regras forem necessárias para o
amadurecimento do grupo – este tipo de ferramenta o cumprimento de
regras é essencial para o bom funcionamento da conversa;

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69
 houver um especialista ou quando um ou mais estudantes forem tratar de
algum assunto específico;
 a intenção é aproximar os participantes do chat e, por consequência, da
Internet – por ser uma ferramenta que possibilita conversas informais, ela
aproxima e cria laços afetivos nos participantes.

4.2.2 Como proceder didaticamente com chat?

Veja alguns procedimentos úteis ao utilizar um chat como recurso


educativo:

 Diferente de outras ferramentas, o chat (uma ferramenta síncrona)


depende de agendamento prévio para acontecer, pois todos os
convidados devem estar conectados ao mesmo tempo e alguns deles
podem estar geograficamente distantes.
 O chat é mais bem utilizado quando os estudantes são divididos em
pequenos grupos. Assim, a interação e a comunicação ocorrem com
mais facilidade e objetividade.
 Como já foi dito anteriormente, este é um recurso no qual é
fundamental estabelecer regras claras para sua boa utilização, tais
como: o autor e os diferentes grupos do chat devem utilizar cores
(para a digitação) diferentes, facilitando a identificação dos autores
das mensagens; não utilizar letras maiúsculas, pois sinalizam que o
usuário está “gritando”; utilizar emoticons (ícones como rostos felizes,
beijos, etc.) sempre que possível, identificando e facilitando a
interpretação das mensagens; combinar regras de conduta e de
linguagem.
 É importante um estudo prévio quando o chat for abordar um assunto
específico, pois assim a conversa poderá ser mais bem direcionada,
proporcionando maiores esclarecimentos.

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70
 O professor ou o aluno (ou grupo de alunos) responsável por guiar a
conversa deverá ter um domínio amplo sobre o assunto tratado, pois
no momento da conversa várias perguntas e direcionamentos podem
ser tomados.
 Deve-se explorar a conversa de maneira que todos dialoguem entre si,
não hierarquizando nenhum participante ou ideia debatida.
 Divida previamente os alunos em grupos que ficarão responsáveis por
algumas funções, tais como: observação e síntese/ problematização/
conclusão. Dessa maneira, ao término ou no momento do chat estes
deverão elaborar relatórios e/ou agir de acordo com suas funções.
Esta providência irá contribuir para uma melhor organização e
aproveitamento do chat. Por exemplo: o aluno responsável pela
problematização deverá questionar e criar situações que estimulem o
diálogo; o aluno responsável pela conclusão, ao final do chat, pode
encerrar a discussão e “fechar” os assuntos discutidos, clareando e
organizando-os; já o aluno responsável pela observação e síntese
elaborará um relatório ou uma ata do chat que pode ser publicado
posteriormente.
 Elabore junto com os alunos um planejamento ou cronograma dos
temas a serem abordados. Estipule o início e o término da conversa e
ainda o tempo necessário para conversar sobre determinados
assuntos.
 Eleja um mediador. Este aluno ou especialista irá encaminhar as
discussões.
 No início do chat todos os participantes devem apresentar-se. E ao
final do mesmo, todos devem despedir-se. Com esta medida a
harmonia e o respeito irão perpassar toda a conversa.
 O professor pode pedir relatórios e autoavaliações posteriormente à
execução dos chats. Por ser um meio comunicacional muito dinâmico,
não permitindo muita reflexão, é necessário que esta se dê
posteriormente à sua realização.
 O professor pode elaborar uma tabela para avaliar a performance dos
alunos. Veja o exemplo:

AN02FREV001/REV 4.0

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Participante/aluno Participação (nº de Grau de pertinência das
opiniões colocadas). contribuições para o assunto.
Nenhuma – 0 Nenhuma – 0
Pouca – 1 a 3 Pouca – 1 a 3
Média – 4 a 7 Média – 4 a 7
Muita – 8 a 10 Muita – 8 a 10
José Média Muita

Muitas atividades podem ser desenvolvidas com o uso dos chats. Pode-se
utilizá-lo na culminância de projetos, os pais conectados ouvem e conversam com
seus filhos a respeito de suas produções, sendo que essas podem ser enviadas
como arquivos durante a conversa. Outra opção são as conversas, os debates e os
seminários “intersalas” ou entre colégios diferentes. Escolhe-se um tema em comum
aos estudantes e esses trocam informações. O uso de “palestras” ou debates com
especialistas sobre um determinado assunto também funcionam muito bem. O chat
também pode ser usado como recurso para “plantão”, no qual o professor dispõe de
um horário marcado (extraescolar) para tirar dúvidas. Agindo assim o professor
extrapola sua ação pedagógica em horários e locais diferentes da escola.

4.3 FÓRUM

Os fóruns e as listas de discussão são espaços on-line que permitem


discussões assíncronas. Eles funcionam a partir de temas específicos. As listas de
discussão são socializadas por meio do correio eletrônico e os fóruns funcionam
com espaço próprio, onde as contribuições são arquivadas em uma sequência que
mostra a continuidade de uma discussão. Possuem ainda facilidades, como poder
visualizar mensagens que já foram lidas, o que colabora para o acompanhamento do
debate. Alguns deles permitem também anexar arquivos (textos, fotos, slides, etc.)
que podem complementar o diálogo.

AN02FREV001/REV 4.0

72
O fórum, por ser assíncrono, permite ao usuário um maior aprofundamento
do tema para o debate. Sua linguagem é semelhante à escrita, porém pode-se
utilizar emoticons ou recursos próprios do meio, pois o esperado é se fazer
compreender e compreender também os outros participantes.
Esses recursos são muito eficientes para a criação de comunidades virtuais,
isto é, pessoas que possuem algo em comum e desejam compartilhar
conhecimentos.
Como nos fóruns ocorre a interatividade e discussão sobre determinados
assuntos, esses se mostram como ambientes muito ricos no processo de ensino-
aprendizagem, pois as participações, as interpretações e as trocas de ideias, fazem
mais que um somatório de opiniões, sendo o produto desta interação superado,
contribuindo com as ideias iniciais.

4.3.1 Quando utilizar um fórum?

A grande diferença entre um fórum e um chat é o seu modelo temporal, ou


seja, o fórum é um meio assíncrono e o chat é síncrono. O que decorre disso é que
nos fóruns os debates são mais embasados teoricamente e também mais
elaborados, permitindo maiores reflexões e estudos, enquanto o chat, pela sua
agilidade, não permite este tipo de aprofundamento.
Por isso, quando a intenção das atividades for um maior aprofundamento a
respeito de um determinado assunto, sendo promovido por meio de debates e trocas
de ideias, o fórum é a melhor opção.
Veja abaixo outros objetivos que podem ser alcançados com o trabalho nos
fóruns:
 Criar hábito de pesquisa para fundamentação teórica no diálogo nos
debates;
 Aprimorar o uso da linguagem escrita – nos fóruns é preciso habilidade
para escrever e interpretar, pois o que se deseja é firmar sua opinião e
discutir visões e posições com outros participantes;

AN02FREV001/REV 4.0

73
 Alfabetizar digitalmente, pois com a utilização dos fóruns os alunos irão se
apropriar de hábitos, particularidades e linguagem, próprias do meio
digital;
 Criar laços afetivos com os participantes, que por meio dos debates irão
firmando pontos em comum;
 Aprimorar a capacidade de argumentação, fundamental para a
participação em fóruns;
 Adquirir espírito de equipe e trabalho colaborativo, em que todos
aprendem juntos – nos fóruns a própria aprendizagem e a aprendizagem
dos colegas dependem da participação de cada um;
 A utilização do fórum é sempre interessante quando aborda um tema
inquietador, desafiador, com múltiplas visões, ou quando engloba temas
do interesse do público-alvo, que se mostrará motivado em participar.

4.3.2 Como proceder didaticamente com fórum?

Abaixo estão algumas maneiras de proceder didaticamente em fóruns ou


listas de discussão.

 O professor pode ser o moderador da discussão ou escolher um aluno


para assumir esta função – o moderador encaminha o debate, interfere
quando há divergências, sugere leituras e provoca novas
problematizações;
 O tema de um fórum deve ser desafiador e estimulante, preferencialmente
formulado por questionamentos;
 Escolha um aluno ou um grupo para fazer uma síntese ao final do fórum,
contendo os pontos de vista discutidos e se possível alguma conclusão
sobre o tema;
 Utilize no fórum um tipo de tabela para avaliar o desempenho dos alunos.
Veja o exemplo:

AN02FREV001/REV 4.0

74
Participante/ Participação (nº de Grau de pertinência das
aluno opiniões colocadas). contribuições para o assunto.
Nenhuma – 0 Nenhuma – 0
Pouca – 1 a 3 Pouca – 1 a 3
Média – 4 a 7 Média – 4 a 7
Muita – 8 a 10 Muita – 8 a 10
José Média Muita

 O fórum pode utilizar grupos pequenos ou vários alunos para discutirem


os temas. Caberá ao professor definir quantos integrantes poderão
debater ao mesmo tempo. Essa variável depende da complexidade do
tema e dos objetivos a serem alcançados;
 Utilize os fóruns para realizar enquetes na escola ou fora dela. Para isso,
use um tema de grande amplitude, que esteja sendo mostrado pela mídia
ou que faça parte do cotidiano dos participantes;
 Como o fórum é uma ferramenta assíncrona, a família também pode
participar das discussões, o que a aproxima da escola e do aluno;
 Outra opção é entrar em uma lista de discussão ou grupo já criado, dessa
maneira os alunos irão precisar conhecer e adaptar-se a pessoas
diferentes e novas;
 Os fóruns também servem para aplicar o modelo de “plantão” na escola.
A diferença é que este pode ser permanente, diferente dos chats que
devem acontecer em um determinado horário;
 Um fórum pode movimentar e incluir a opinião de toda uma escola, entre
classes, entre pais, entre professores, enfim, escolha a melhor opção, não
se esquecendo de planejar cuidadosamente sua atividade, para avaliá-la
corretamente.

4.4 WIKI

AN02FREV001/REV 4.0

75
Um wiki (significa rápido em havaiano) é uma página web colaborativa. É
elaborada através do trabalho coletivo de diversos autores. É similar a um
blog na sua lógica e estrutura, porém nesse caso, qualquer um pode editar
seus conteúdos mesmo que estes tenham sido criados por outra pessoa.
Permite que se vejam rascunhos ou modificações do texto até que se tenha
a versão definitiva. O termo wiki se refere tanto ao site web como ao
software utilizado para criar e manter o site (GONZÁLEZ, 2005, p. 7).

É uma ferramenta colaborativa assíncrona que se destina ao registro e


produção de comentários e textos com caráter coletivo, facilitando e possibilitando
sistematizar e explorar ideias, formando um único texto, com a colaboração de
todos.
Sua vantagem é a possibilidade de edição de textos hipertextuais e publicá-
los posteriormente (em páginas específicas). O wiki é uma ferramenta muito
interessante ao processo educativo uma vez que sem ela a realização de
determinadas atividades on-line seriam impossíveis, pois nela os alunos podem ser
ao mesmo tempo, leitores, editores e autores de um texto.
Permite ainda postar textos e fotos, colocar links para outras páginas e para
desdobramentos da própria página do wiki. Alguns wikis permitem também postar
comentários.
No wiki não existe um mecanismo de revisão, esta fica por responsabilidade
dos autores do texto. Um wiki famoso é o site do Wikipédia, uma enciclopédia on-
line colaborativa, ou seja, qualquer usuário pode editar e modificar seu conteúdo,
num trabalho de aperfeiçoamento contínuo.
Há duas visões a respeito desse tipo de ferramenta. Em uma delas estão os
que não acreditam na veracidade das informações, devido à possibilidade de edição
por qualquer usuário, porém há outros que afirmam que quanto mais pessoas
acessam e modificam um texto, mais correto e atualizado ele fica.

4.4.1 Quando utilizar um wiki?

O wiki poderá ser útil quando a atividade proposta for um trabalho em grupo.
Dessa maneira, o professor pode acompanhar todo o processo de construção,
elaboração e edição. É uma forma nova de realizar trabalhos em grupo e irá motivar

AN02FREV001/REV 4.0

76
os alunos, pelos recursos que oferece e também porque torna o trabalho
colaborativo mais fácil e ágil.
Veja algumas competências e objetivos a serem alcançados pelos alunos ao
usarem wikis:

 A utilização de wikis leva e proporciona a oportunidade de aprimorar a


organização, a reflexão e a cooperação;
 Com o wiki há a possibilidade dos alunos construírem e terem a cocriação
de conteúdos de apoio para seu próprio estudo;
 O professor e os alunos em conjunto, por ser uma ferramenta
colaborativa, são responsáveis pelo site e por seu gerenciamento;
 Como um wiki pode ser modificado por qualquer usuário, deve-se
trabalhar a confiança mútua;
 Para utilizar um wiki deve-se fazer um planejamento do seu assunto,
materiais que estarão disponíveis, quais serão seus componentes,
etc.;
 O professor deve criar nos alunos uma familiaridade com a ferramenta
antes de sua utilização, pois é preciso aprender a colaborar e editar os
conteúdos;
 Um wiki pode ser usado também pela equipe de professores para
elaborar colaborativamente os planejamentos escolares;
 A utilização de wikis irá formar alunos autônomos, participativos e com
senso crítico;
 Escolha junto com os alunos as discussões, temáticas, reflexões e
sínteses para os wikis.
Em um wiki não existe autoria. Os tratamentos e papéis assumidos são
horizontais. O que existe é o “nosso”.

4.4.2 Como proceder didaticamente com wiki?

Observe algumas sugestões de procedimentos didáticos para utilizar wikis:

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77
 Os trabalhos em grupo poderão ser feitos fora do horário escolar e com
supervisão do professor e de outros colegas;
 Crie um ambiente lúdico, com colaborações espontâneas e de forma
prazerosa;
 Compartilhe ideias, sentimentos, conteúdos, informações, etc., criando
um espaço livre para a turma;
 Publique trabalhos e produções. Os pais também podem colaborar
postando produções elaboradas colaborativamente;
 O professor deve acessar e comentar as produções e as interações dos
alunos, acompanhando de perto a produção dos trabalhos;
 Crie um wiki todo ano para cada turma e mantenha-o como forma de
nutrir a comunicação entre os alunos e os professores;
 Crie regras para a utilização de wikis – esta ferramenta, como as
demais, também irá proporcionar a vivência destas;
 Avalie participações, contribuições e intermediações feitas pelos
alunos; observe ainda sua criatividade ao elaborar e postar materiais,
seu espírito de equipe, respeito com o colega, etc.

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4.5 ALGUNS EXEMPLOS DE PRÁTICAS EDUCATIVAS COLABORATIVAS

Webfólio: o portfólio da era digital

Sônia Bertocchi (26/03/2004)

Antes de falarmos de Webfólio, temos de relembrar o conceito de portfólio:


porta-folha, ou álbum usado geralmente por artistas para guardar seus esboços,
ensaios e trabalhos mais significativos.
Em uma situação de ensino-aprendizagem, o portfólio funciona como um
recurso para registro organizado de projetos e trabalhos produzidos por alunos
durante um período. Constam dele também os instrumentos de observação e
avaliação aplicados. Assim, o portfólio proporciona uma visão geral das atividades
desse aluno e demonstra o desenvolvimento de suas competências.
Encarado dessa forma, o portfólio tem sido utilizado pelos educadores como
um excelente instrumento de avaliação. Quando bem planejado, permite ao
professor visualizar o percurso do aluno e ajustar suas intervenções; possibilita
avaliar o produto e acompanhar o processo de aprendizagem.
Com a chegada da Internet à escola, surgiu a versão eletrônica do portfólio:
o Webfólio, ou seja, no lugar da publicação em papel, páginas publicadas na Web.
Assim, o Webfólio é um instrumento de avaliação que oferece condições
para o aluno revelar habilidades e competências que não são facilmente observáveis
por outros meios de avaliação.
Durante o trabalho de construção de seu Webfólio, ele torna-se agente
efetivo do seu processo de aprendizagem. Para o professor, o Webfólio apresenta-
se como um recurso oferecido pela tecnologia para observação de percursos em
constante revisão e avaliação.

AN02FREV001/REV 4.0

79
Uma das maneiras mais simples de fazer essa publicação na Web é por
meio de blogs. Para saber mais sobre blogs, como e onde criar, como publicar,
inserir comentários e ter uma lista completa de FAQ´s sobre o assunto, você pode
visitar os sites Interney ou The Blog. Neles você encontrará também endereços de
blogs interessantes para visitar e avaliar.
Outra maneira é participar de projetos colaborativos que oferecem a
ferramenta para registro do percurso, como a Oficina de Criação do EducaRede.
Para começar, o professor poderia criar um blog para sua disciplina ou
projeto e convidar os alunos a visitarem e participarem dele. Aproveitar esse
momento e mostrar o caminho das pedras para a publicação de blogs. Com certeza,
cada aluno ou grupo vai querer construir o seu, e o professor contará com uma boa
e agradável opção para usar a Internet como recurso pedagógico.
Bom trabalho!

FONTE: Adaptado de Sônia Bertocchi, 2004. Disponível em:


<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola
=53>. Acesso em: 12. set. 2007.

É conversando que a gente se entende

Daniela Bertocchi Seawright (28/05/2002)

Imagine um grupo de pessoas compartilhando informações e debatendo


temas de interesse comum. E de forma assíncrona, ou seja, na hora e até mesmo
no local que for mais conveniente para cada uma. Essa comunicação bidirecional
existe. E fica aqui mesmo, neste mundo digital, neste vai e vem de mensagens
eletrônicas entre servidores (computadores). Refiro-me aqui aos grupos de
discussão da Web, as "mailing lists" (listas de endereços eletrônicos).

A ideia é simples e barata: uma pessoa se cadastra em uma lista de

AN02FREV001/REV 4.0

80
discussão disponível na Internet, sobre Educação Infantil, por exemplo, e passa a
receber, por e-mail, mensagens de outros usuários que se interessam pelo mesmo
assunto. Essa pessoa pode, por outro lado, enviar suas opiniões, dicas, críticas e
sugestões para todos os membros do grupo por meio de um único endereço
eletrônico.
Está criado um espaço virtual de intercâmbio de experiências. Começa aí,
podemos arriscar, uma forma de educação continuada a distância, a partir de uma
multiplicidade de conexões. A melhor notícia é que os profissionais da educação
estão dentro deste processo.
O uso educativo dos GD nem de longe está descartado. O espanhol Victor
Feliu Jornet, especialista em educação a distância, aponta pelo menos duas
atividades que podem ser desenvolvidas entre professores e alunos.
A primeira é a comparação entre língua escrita e oral. É possível encontrar
nas mensagens eletrônicas características dessas duas modalidades, como os
"emoticons", símbolos que servem para expressar emoções tradicionalmente usadas
em linguagem oral e mesmo não verbal.
E a segunda diz respeito aos projetos colaborativos que podem ser
desenvolvidos entre alunos de diferentes classes, escolas e até países. Jornet
considera ainda que os GD, de um modo geral, ampliam o debate participativo entre
os estudantes fora do horário da aula e facilitam o contato individualizado entre
professor e aluno.
Da mesma forma, as listas podem ser usadas por escolas para melhorar a
comunicação entre os profissionais de educação. Estão aí várias formas de
estimular uma cultura de participação na escola.
Um exemplo de lista para o(a) caro(a) leitor(a) se interessar mais: Temas
Transversais espaço promovido pela revista Nova Escola Online para o debate e a
troca de informações.

FONTE: Adaptado de Daniela Bertocchi Seawright, 2002. Disponível em:


<http://www.educarede.org.br/educa/internet_e_cia/informatica.cfm?id_inf_escola=6>.
Acesso em: 12 set. 2007.

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No mundo dos blogs – o diário virtual na escola
(26/07/2007)

Blog é uma abreviação da palavra Weblog: Web (rede, teia) e log (registro).
É um diário virtual que pode ser educacional, familiar, pessoal e comunitário. Sua
principal característica é a facilidade de criação e publicação de novos conteúdos na
Internet pelo criador do blog e pelos visitantes, possibilitando a comunicação rápida,
simples e organizada.
No âmbito educacional, o uso do blog pode potencializar processos de
colaboração, o exercício da expressão criadora, a valorização da produção com
significado social, a autoria e o protagonismo. Estimula também a leitura, a escrita e
produção em outras linguagens, podendo constituir redes sociais e de saberes.
Nesse sentido, é uma importante ferramenta que possibilita o
desenvolvimento de aprendizagens relativas à comunicação digital e à postura
autoral na Internet, por meio da publicação de conteúdos.

PÚBLICO–ALVO

4º ano do Ciclo I, Ciclo II do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

OBJETIVOS

 Exercitar a produção e troca de mensagens entre os alunos no meio


virtual.
 Potencializar a colaboração e o intercâmbio de ideias entre os alunos.
 Conhecer e explorar os recursos das ferramentas de blogs.

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82
 Desenvolver práticas de leitura e escrita que contribuam na produção de
textos e compreensão do que se lê.
 Aprender a criar blogs e ser produtor de conteúdo na Internet.

RECURSOS NECESSÁRIOS

Computadores conectados à Internet, projetor multimídia, câmera digital,


escâner e programa de edição de fotos.

PROGRAMAS UTILIZADOS

Sites de produção de blogs, processador de texto e navegador de Internet


(Internet Explorer).

FONTES DE PESQUISA

Para criar seu blog, sugerimos os seguintes sites:


http://www.blogger.com/start
http://weblogger.terra.com.br/
http://www.blogs.com.br/oqueeblog.php

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83
METODOLOGIA

ANTES

Conhecendo o que os alunos sabem e o que desejam saber a respeito de


blogs e dos recursos utilizados para sua elaboração.
Exponha o projeto aos alunos, seus objetivos e duração. Em seguida, faça
um levantamento dos conhecimentos prévios da classe. Salve o registro dessa
conversa. Peça aos alunos que também registrem, individualmente, o que sabem
sobre blogs e salvem em pasta própria.

Sugestão de roteiro para registro:

 O que você sabe sobre blogs?


 Quais blogs você conhece e visita?
 Você costuma enviar textos para blogs?
 Quando você visita um blog, seu objetivo é...
 Você já criou um blog?
 Você já utilizou um blog na escola? Como?

DURANTE

Conhecendo blogs e combinando algumas regras


 Converse com a classe para a definição do tema do blog.
 Exponha aos alunos quais programas serão utilizados no projeto,
explicando o uso do Internet Explorer e a criação de pastas nas quais cada aluno
salvará seus textos.

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84
 Combinem posturas necessárias ao publicar e comentar na Internet e
estabeleça regras de ética e de utilização do blog, formuladas juntamente com eles.
 Para ampliar o repertório dos alunos, indique a leitura de textos sobre
blogs e aproveite para indicar exemplos de blogs na Internet.

Dica

No Portal EducaRede, você encontra conteúdos que podem ajuda-lo na


realização da atividade.
No canal Ensinar com Internet, veja os textos:

 “Educar para o uso responsável dos meios digitais”.


 “Blog: diário virtual que pode ser usado na escola”.

No canal Educalinks, confira as categorias:


 Blogs de Professores.
 Blogs de Projetos.

Criando o blog

 Defina com os alunos o nome do blog, o tema a ser trabalhado, a


descrição e o template (modelo da página).
 Com auxílio do projetor multimídia, crie o blog com os alunos,
acompanhando o processo.
 Construam o texto de apresentação do blog coletivamente.
 Os alunos devem se cadastrar no site que hospeda o blog da turma.

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Produzindo os textos

 Apresente as ferramentas de edição e publicação, divida os alunos em


duplas e oriente-os para a elaboração de um texto e de uma imagem a serem
publicados no blog.
 Para produzir os textos, é importante dividir os temas entre as duplas. Os
alunos digitam o texto no Word e salvam na pasta indicada anteriormente pelo
professor.
 As duplas devem revisar o texto produzido, preocupando-se com a norma
culta da língua.
 Os alunos também devem escolher uma imagem na Internet, cuja
reprodução seja autorizada, nomeando-a, salvando no computador. Eles devem
indicar crédito (o site do qual copiou a imagem) e legenda (uma breve descrição da
foto).

Publicando os textos

Quem publica?

Esse é um blog coletivo e, geralmente, algumas ações só podem ser feitas


pelo criador do blog, no caso, o professor. São elas: publicar texto inicial, publicar
mensagens, publicar imagens. Por isso, esses materiais serão publicados pelo
professor. Em alguns provedores de blog, o “criador” pode alterar as configurações
para permitir que outros usuários também publiquem imagens e mensagens.
Para publicar o texto inicial de cada tema, peça aos alunos que enviem o
material por e-mail para o professor. Com esse material em mãos, o criador do blog
deve inserir as novas postagens (cada uma apresenta o título do subtema da dupla).
Copie o texto, insira a imagem e publique no blog.

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Comentando as produções

Após publicar as primeiras mensagens no blog, peça aos alunos que


comentem os textos dos colegas. Todos os usuários podem comentar as
mensagens.

Organização das mensagens

Esse é um blog coletivo e está dividido em temas. Portanto, oriente os


alunos na organização das mensagens e comentários.

DEPOIS

Sistematizando o processo

Esse projeto pode ser estendido até o professor achar que é a hora de parar
ou iniciar outro tema. Para finalizar, proponha à classe a construção de um texto
coletivo sobre o processo de construção e uso do blog, retomando os registros
iniciais para serem publicados no blog.

AVALIAÇÃO

Retomando registro inicial

A sistematização coletiva do processo de criação e uso do blog pode ser um


instrumento de avaliação do professor.

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Outra estratégia possível e complementar são os alunos fazerem uma
autoavaliação, retomando seus registros iniciais e respondendo a questão: “O que
aprendi com esse projeto?” Eles podem comparar com o que já sabiam e avaliar se
suas expectativas de aprendizagem foram contempladas.

Retomando os objetivos

Depois que os alunos retomarem seus registros individuais, amplie a


conversa com a classe e socialize os ganhos que os alunos apontam as dúvidas e
dificuldades no processo.
Aproveite para retomar os objetivos e problematizar se eles:
 Exploraram blogs;
 Ampliaram o repertório sobre funções e recursos dos blogs;
 Produziram conteúdo para publicação na internet;
 Inseriram comentários nos textos e imagens dos colegas;
 Pesquisaram imagens na internet;
 Publicaram imagens no blog;
 Criaram as legendas e citaram os créditos das imagens.

DESDOBRAMENTOS DA PROPOSTA

 Utilizar o blog com outros objetivos educativos: relato diário de projetos


escolares, trabalhos em equipe com as diferentes áreas do conhecimento,
anotações de aula, etc.
 Lançar uma proposta de blogs individuais com temas livres. Se o blog for
individual, os alunos devem trocar o endereço entre eles (registram no caderno, no
processador de textos e inserem no recurso “Favoritos” do navegador de Internet).
Em duplas, eles podem comentar o blog um do outro.

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 No caso dos blogs individuais, cada aluno ou dupla será o “criador” do
blog. Com esse perfil será permitida a publicação de fotos digitais. Essa é uma boa
oportunidade para exercitar com os alunos o processo de criação e publicação de
imagens digitais. Pode-se utilizar máquina digital ou escâner.
 Utilizar o fotoblog (um registro publicado na Internet com fotos colocadas
geralmente em ordem cronológica, de forma parecida com um blog). Nesse caso,
explore um site de publicação de fotos (por exemplo:
http://fotolog.hyperfotos.com.br/), discutindo as diferenças entre blogs e fotoblogs e
os objetivos de cada um, e inicie a produção nessa outra ferramenta.
 O professor também pode utilizar o blog como um roteiro de aula. Ele
constrói o blog com orientações para atividades e fontes para pesquisas e os alunos
registram comentários e resultados das atividades.

DICAS

 É preciso tomar muito cuidado com direitos autorais, principalmente no


que se refere às imagens pesquisadas na Internet. Combine com os alunos o uso de
legendas e créditos.
 O professor deve ter uma ficha com todo o cadastro dos alunos: nome, e-
mail, nome do blog, assunto, endereço do blog. Oriente os alunos a registrarem suas
senhas.
 Sempre registre os nomes dos blogs utilizados e pesquisados.
 Combine com eles a utilização da norma culta. Esteja sempre
intermediando esta questão (uso de maiúsculas, acentuação, pontuação, ortografia
etc.).
 Oriente para que os textos não sejam muito curtos (duas linhas, por
exemplo) ou muito longos, respeitando as características dessa ferramenta.

FONTE: Adaptado. Disponível em:


<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola
=639>. Acesso em: 12 set. 2007.

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Tecnologia ao alcance de todos

Débora Menezes, de Mangaratiba (RJ) e Joinville (SC) (setembro 2006).

Alunos de Joinville usam blog para conversar com estudantes de outras


cidades. Interação é a palavra-chave dos projetos nesse estágio

Crianças e jovens em rede trocam informações e experiências ou


simplesmente participam de conversas animadas graças ao projeto “O Lugar Onde
Moro”, uma iniciativa do Caic Mariano Costa, de Joinville (SC), voltado para 3ª e 4ª
séries. Assim, em Cataguases, na Zona da Mata mineira, Lorena Narciso de
Oliveira, nove anos, da 4ª série da EE Guido Marliére, descreve o bairro onde vive e
o compara com o de amiguinhos virtuais. Não só de Joinville, mas também de
Fortaleza, Marabá (PA), Charneca de Caparica e Vila do Conde (ambas em
Portugal). São alunos de escolas onde os computadores não constituem novidade e
que já desenvolvem projetos interativos, trabalhando diretamente com publicação e
edição de textos e imagens (fotos, desenhos e animações). É o que se pode chamar
de estágio intermediário da utilização de tecnologia digital no ensino.
A garotada se sente estimulada a pesquisar, ler e escrever melhor com o
bate-papo e uma farta produção de textos publicados em blogs - ferramenta do
mundo virtual que permite aos usuários colocar conteúdo na rede e interagir com
outros internautas, enriquecendo os relatos com links, fotos, ilustrações e sons. Mas
só há ganhos em aprendizado se os professores desempenharem seu papel de
mediadores, isto é, se acompanham e sugerem atividades, ajudam a solucionar
dúvidas e estimulam a busca de novos conhecimentos. É o que afirma Gládis Leal
dos Santos, professora de Língua Portuguesa que coordena o laboratório de
informática do Mariano Costa. Ela é autora dos projetos que formaram a rede de
escolas interligadas. "Quando os alunos veem que estão escrevendo para outros

AN02FREV001/REV 4.0

90
colegas lerem, e não só para o professor avaliar, preocupam-se mais com a
qualidade e a precisão do texto", afirma.
Para elaborar essas experiências de escrita colaborativa, Gládis utiliza
recursos gratuitos disponíveis na internet. O projeto “O Lugar Onde Moro” é
realizado como auxílio do Writely, editor de texto com recursos de formatação, além
de inserção de imagens e tabelas.
Já a “Palavra Aberta” é um blog. Nele, grupos do Ensino Fundamental e do
Médio comentam vídeos, animações e reportagens que Gládis seleciona. A reflexão
sobre o preconceito é o eixo central dessa atividade. Um dos debates recentes foi
em torno de uma charge animada. Nela, pessoas passam por uma rua indiferente à
visão de uma família miserável e, mais adiante, param para ver um jogo de futebol
nas TVs de uma vitrine. "Existem pessoas que dão importância ao futebol, mas não
aos pobres", comentaram no blog as estudantes Camila Jaini Schmidt e Morgana
Floriano, ambas de doze anos e cursando a 6ª série.

Anéis de Saturno

Os participantes dessas atividades em rede perceberam que seu alcance vai


aumentando como uma bola de neve de conhecimento. Fabrícia Ricobom, também
professora de Língua Portuguesa do Mariano Costa, transportou a ideia da “Palavra
Aberta” para trabalhar com classes de outra escola em Joinville, a EM Avelino
Marcante, e montou o blog “Mergulhando nas Palavras”, com as turmas de 5ª, 6ª e
7ª séries. "O blog é um ótimo complemento para as aulas", atesta Fabrícia. "Os
alunos percebem a função social da escrita e entendem que escrever é comunicar."
Já a turminha de 4ª série do Guido Marliére, de Cataguases - que não tem
laboratório próprio, mas usa o da biblioteca digital do Instituto Francisca Floriano
Peixoto, do outro lado da rua -, aproveitou a inclusão no projeto “O Lugar Onde
Moro” para realizar uma grande pesquisa de campo sobre o entorno. Orientados
pela professora Mônica Rodrigues, eles entrevistaram ex-alunos, antigos moradores
das proximidades e funcionários da prefeitura e, entre outras coisas, descobriram a
origem do nome da instituição, publicando em seguida o resultado na internet.

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91
Mônica, que aprendeu a usar o computador há quatro anos, encontra na
tecnologia um meio de ao mesmo tempo saciar e provocar a curiosidade da
meninada. Para responder à pergunta dos estudantes sobre como são formados os
anéis de Saturno, ela e a classe de 2ª série escreveram um e-mail para o
Observatório Astronômico do Rio de Janeiro. O recurso das entrevistas virtuais
passou a fazer parte de projetos de pesquisa posteriores.

FONTE: Adaptado. Revista Nova Escola. Disponível em:


<http://www.iia.com.br/educacaoampliada/Revistaescola.abril.com.br(educa%C3%A7%C3%A3o).do>.
Acesso em: 12 set. 2007.

Pesquisa e bate-papo na Internet

Mílada Tonarelli Gonçalves (21/10/2004)

Fórum, bate-papo, blog, comunidade virtual, busca... são tantas as opções


disponibilizadas pela Internet que, às vezes, ficamos sem saber qual e como usá-las
nas aulas.
O professor Antonio Sérgio Pereira Ramos, de São Paulo, conhece todas
essas ferramentas e, diante da variedade, não escolheu uma só, mas duas.
Resolveu integrar bate-papo e pesquisa para trabalhar com os alunos da 8ª série da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Pracinhas da FEB.
O professor de Ciências já tinha decidido pedir a eles que realizassem
pesquisa na Internet quando viu na Agenda de Bate-Papos do EducaRede um chat
marcado com o especialista em Energia Vinícius Ítalo Signorelli. Era o mesmo tema
que ele iria trabalhar com os alunos naquele semestre.
Para aproveitar a oportunidade, o professor preparou o cronograma das
aulas de modo que, até a data do bate-papo, os alunos já tivessem aprendido o
conteúdo e pudessem participar da discussão.

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92
As atividades

O estudo sobre Energia começou na sala de aula, mas a primeira atividade


foi realizada na sala de informática. Os alunos navegaram na seção “Assunto é...” do
portal EducaRede e leram os materiais a respeito.
Na segunda semana, os alunos foram divididos em grupos. Cada um ficou
responsável por um subtema: calor, energia sonora, magnetismo, eletricidade e luz.
Na sala de informática, eles realizaram pesquisas na Internet a respeito do subtema
de seu grupo. O professor Sérgio teve a preocupação de, antes dessa aula, escolher
os sites nos quais os alunos deveriam realizar a busca.
É importante que o educador faça esse trabalho para poder orientar os
estudantes a navegarem em conteúdos confiáveis. No dia da atividade, os
estudantes tinham 28 endereços selecionados por Sérgio e puderam realizar um
bom trabalho.
Depois das pesquisas sobre Energia, os alunos estavam preparados para o
“grande dia”. E, para que tudo corresse bem, o educador pediu-lhes que
organizassem as perguntas a serem feitas ao especialista, antes de irem para a sala
de informática. Também combinou regras de comportamento no ambiente virtual.
O bate-papo foi agendado pela equipe do EducaRede e, por isso, contou
com a participação de um moderador, cujo papel é selecionar as perguntas que são
enviadas pelos internautas e repassá-las ao entrevistado.
Para usar o bate-papo, os professores não precisam esperar que ele seja
agendado pelo EducaRede. Com o trabalho planejado, basta escolher uma data,
reservar uma sala para discutir virtualmente e utilizar essa ferramenta com os
alunos. No lugar do especialista, o educador pode convidar um colega para ser
entrevistado ou ele mesmo responder às questões. Uma das vantagens é que, em
uma conversa virtual os estudantes ficam mais desinibidos para fazer os
questionamentos.

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93
Dicas para incluir o bate-papo nas aulas

Antes do bate-papo:

 Faça uma motivação com a turma fora do computador;


 Oriente os alunos durante as pesquisas sobre o tema;
 Teste a ferramenta antes da aula para entender todos os recursos;
 Combine regras de conduta durante o bate-papo.

Durante o bate-papo:

 Peça aos alunos para que se identifiquem pelo nome e não por apelidos
para que você possa acompanhar a participação deles;
 Oriente os estudantes no envio das perguntas ao entrevistado.

Depois do bate-papo:

 Retome o tema a partir da íntegra do bate-papo disponível no Baú dessa


seção (só para os agendados pelo EducaRede);
 Avalie com os alunos as dúvidas não respondidas;
 Organize atividades nas quais os alunos tentem responder às dúvidas
restantes;
 Oriente os estudantes para que registrem mensagens no Fórum do
EducaRede, de acordo com o tema debatido.

FONTE: Adaptado. Disponível em:


<http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola
=78>. Acesso em: 12 set. 2007.

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94
Integre wiki, vídeo e blog para alunos e professores

Fátima Cechinel (19/09/2007)

Notícia - A professora Fátima Cechinel enviou o relato de uma experiência


que muitos professores e alunos irão achar interessante. O projeto “Rolando na
Minha Escola” integra um wiki, vídeo, relatos e desafios de uma maneira simples e
divertida. O wiki, um espaço colaborativo, foi criado no Wikispaces.com. Já o vídeo,
foi embutido na página do projeto que tem ainda relatos e fotos de oficinas e aulas
com professores e alunos.
"Acho relevante e importante às oportunidades em tecnologia e educação
para trabalharmos com professores e alunos", conta Fátima. "Atuo com oficinas de
inclusão digital junto aos professores e alunos, e sempre busco montar um blog, ou
trabalhar com vídeos", relata ainda a professora.
O vídeo da oficina de inclusão digital é leve e animado. Um relato da
experiência pode ser lido rapidamente e é escrito de modo descomplicado e leve.
Estão em foco também os participantes e alunos.

FONTE: Adaptado. Disponível em:


<http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/archives/2007/09/integre_wiki_va.html>.
Acesso em: 12 out. 2007

4.6 CONHECENDO E EXPLORANDO AS FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM


COLABORATIVA NA INTERNET

4.6.1 Blog

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95
Veja abaixo os sites indicados para a utilização de blogs. Há muitos outros
sites disponíveis, porém os indicados aqui são gratuitos. É importante lembrar que
para alguns deles você terá que possuir uma conta de e-mail.

- Blog Terra

Esta opção tem o visual interessante e pode ser bem utilizado com fins
educativos, pois existe uma opção na qual há explicação sobre blogs e pode-se
buscar um blog pelo mundo ou por diversos países.
Qualquer pessoa pode utilizar o blog do Terra, pois esse aceita usuários de
qualquer provedor. A inscrição é fácil e o site oferece ainda diversos templates
(layout da página).
Acesse: http://blog.terra.com.br

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96
FIGURA 4

FONTE: <http://blog.uol.com.br/> Acesso em: 17.Abril.2013.

- Blog Uol

Nessa opção também se pode fazer busca de blogs. A inscrição no blog


UOL é bastante simples e o site oferece ainda diversos templates (layout da página),
além de oferecer diversos recursos como: criar um perfil, comentários sobre as
postagens, colocar lista de links preferidos, editar mensagens, postar fotos, etc.
Acesse: http://blog.uol.com.br

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97
FIGURA 5

Recursos que o
Uol oferece para
o seu blog.

Clique aqui para


cadastrar-se.
Depois de
cadastrado é só
entrar com login
e senha.

Serviço de busca
de blogs.

FONTE: <http://blog.uol.com.br/> Acesso em: 17.Abril.2013

- Blog Ig

Essa opção tem o visual simples e instrutivo e pode ser usada com fins
educativos, pois existe uma opção que oferece uma explicação sobre blogs.
Para usar o blog da Ig você terá que usar uma conta de e-mail da Ig
também. Quando for fazer a inscrição já existe uma opção que facilita esse
processo, pois na mesma janela existe um “botão” no qual você cria um e-mail ig.
O site oferece ainda diversos templates (layout da página) e outros recursos
como: moderador, contador, podcasting, agendamento, newsletter e outros.

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98
Você ainda pode dar maior visualização para seu blog usando o recurso de
“seleção Blig”.
Acesse: http://blig.ig.com.br

FIGURA 6

Depois de cadastrado é só
entrar com login e senha.

Clique
aqui
para se
cadastrar

Clique aqui para se Recursos que o


informar sobre o Ig oferece para
serviço de blog. o seu blog.

FONTE:< http://blig.ig.com.br> Acesso em: 26.Fev.2012.

Acesse: http://www.maisblog.com para usar mais recursos como templates,


cursores, relógios, calendários, etc.

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99
4.6.2 Chat

Veja as indicações dadas para a utilização dos chats. Há dois deles que são
sites em que você pode abrir uma nova sala de bate-papo gratuitamente e agendar
sua conversa e existe também a indicação de dois programas próprios para este fim.

- Brasil Chat

Nesse site, para abrir sua sala de bate-papo, você terá que primeiramente
se cadastrar. O cadastro é simples e é necessário ter uma conta de e-mail. Outra
opção é utilizar as salas já abertas, mas observe o tema e se a interação é própria
para fins educativos. Acesse: http://www.brasilchat.com.br

FIGURA 7

Clique aqui para criar


Clique aqui iniciar seu sua sala de bate-papo.
cadastro.
Salas oficiais do site.
Depois de
cadastrado é
só entrar com
senha e login.

FONTE: Disponível em: < http://www.brasilchat.net.br/ >. Acesso em: 17.Abril.2013

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100
- Sala de Aula Interativa

Este é um site bastante interessante, pois trata do assunto “interatividade” e


quem o administra é o professor Marco Silva. Possui textos, entrevistas, entre
outros. Nele você também terá que fazer um registro (com conta de e-mail) para
usar o Chat. A janela de registro é em inglês. Nela você escolhe o idioma em que o
bate-papo ocorrerá.
Acesse: http://www.saladeaulainterativa.pro.br

FIGURA 8

Clique em chat.

Clique em
entrar no chat.

Se já for
cadastrado é
só entrar com
login e senha.

Para se cadastrar
clique aqui.

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101
FONTE: Disponível em: <http://www.saladeaulainterativa.pro.br>. Acesso em: Acesso em:
17.Abril.2013.

- Comic Chat

O Comic Chat ou Microsoft Chat é um programa desenvolvido pela Microsoft


Corporation. Para utilizá-lo, o usuário deve ter o programa cliente Comic Chat
instalado em seu computador e acessar um dos servidores existentes disponíveis
em rede.
Por ser um produto Microsoft, a ferramenta segue o padrão Windows, o que
facilita o acesso ao ambiente. Os ícones são intuitivos e correspondem às funções
mais utilizadas, semelhante a um editor de textos, porém com algumas funções
específicas de chat como sala, participantes e favoritos. Na opção de salas podem-
se configurar diversas propriedades, por exemplo, criar uma sala com senha e com
um número máximo de usuários.
Esse ambiente tem duas opções de comunicação: modo texto e modo
quadrinhos. A segunda opção propicia um diálogo semelhante às histórias em
quadrinhos, pois permite que o usuário escolha um, entre os vários personagens
disponíveis no ambiente, com diferentes expressões faciais, assim como permite a
escolha de um cenário onde o diálogo se desenvolve.
Desse modo, é possível se expressar usando alguns gestos padrões como
apontamento com as mãos sempre que é mencionada a palavra você e o ato de
acenar quando usado tchau e oi. "Os sinais de pontuação quando usados ao final de
uma frase alteram a face dos personagens. Por exemplo, vários pontos de
exclamação seguidos (!!!!!) fazem o personagem expressar ira. Além dos sinais de
pontuação, quando são utilizados os emoticons, as expressões faciais também são
alteradas de acordo". As mensagens são enviadas dentro de balões, semelhantes
às histórias em quadrinhos, e podem representar uma fala, pensamento, sussurro ou
ação.

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102
Embora a opção em quadrinhos seja mais lúdica e interessante que a
textual, só é recomendável quando há poucas pessoas na sala, pois o
acompanhamento da conversa se torna difícil com muitas pessoas.

O modo texto possui as características comuns aos diversos chats: as


mensagens são enviadas sequencialmente, as conversas podem ser de um para
todos ou em particular. Porém, dependendo do que se quer comunicar, é necessário
conhecer alguns comandos, por exemplo, "/msg Paulo Tudo bem?" resulta no envio
da mensagem "Tudo bem?" em particular para Paulo. No modo texto também é
possível configurar a cor e o tipo de letra utilizada, fator que ajuda a comunicação
dentro de uma sala com muitas pessoas.
Esse programa permite que as conversas sejam gravadas, tanto no modo
texto quanto no modo quadrinhos.

FONTE: Disponível em:


<http://www.ccuec.unicamp.br/ead/index_html?foco2=Publicacoes/78095/121137&focomenu=Publica
coes>. Acesso em: 12 out. 2007.

O Microsoft Chat é gratuito e seu download pode ser efetuado no endereço:


http://www.tucows.com/preview/193891.

- The palace

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103
FIGURA 9

FONTE:< www.reocities.com/Paris/9420/progra.htm> Acesso em: 12 out. 2012

THE PALACE é um Chat com interface gráfica de excelente qualidade e


vários recursos, como: Script, Multimídia e comandos.
Esta modalidade de Chat (Bate-papo) se difundiu rapidamente pelo mundo e
também no Brasil, aqui você encontrará uma lista de endereços de server's do
Palace, como também um questionário com as dúvidas mais frequentes dos
usuários iniciantes.
Existem atualmente várias modalidades de Chat; como, o NetMeeting, IRC e
outros. O IRC é na atualidade o mais difundido por sua facilidade de criação do
ambiente nos servidores e também por ter sido um dos primeiros nesta modalidade,
mas o IRC não oferece nenhuma interface gráfica ou imagem dos seus visitantes.
Estas imagens são denominadas de avatar, sem levar em consideração que cada
servidor de Palace pode ter imagens de diferentes ambientes ou lugares, imagens
estas que na sua maioria são de ótima qualidade e grande beleza.
Aqui você encontrará as respostas para as dúvidas mais frequentes para
quem quer começar a utilizar o THE PALACE:

1- Onde consigo o software?

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104
Você pode fazer um download na minha área de download ou ainda ir direto
ao SITE do THE PALACE (http://www.thepalace.com).

2 - Como me conecto?
Clique no ícone do programa e vá à opção FILE, em seguida na opção
CONNECT e digite um dos endereços que você pode pegar na minha lista de
endereços de servidores Palace.

3 - Como entrar nas salas existentes nos Palaces?


Observe quando o cursor se transforma em mão e dê um clique ou então vá
à opção OPTIONS e clique GOTO e dê um duplo clique sobre a sala escolhida.

4 - Quantas salas existem no Palace?


Existem mais de vinte salas, podendo ser criadas outras salas, caso o
servidor preferir.

5 - O que é um avatar?
Avatar é uma imagem que você usa quando está em um chat na internet,
esta figura representa você dentro do chat.

6 - Como escolho minhas roupas e outros acessórios (prop's) no Palace?


Observe que existe um ícone de uma maleta no rodapé direito da tela, clique
nessa maleta e irá se abrir no lado direito da tela várias opções de roupas e
acessórios para você escolher. Dê um duplo clique sobre o prop escolhido e ele
automaticamente será transferido para o seu avatar, lembre-se que você pode usar
vários itens ao mesmo tempo. Para tirar um prop que está sobre o seu avatar, basta
dar um clique sobre ele e arrastá-lo para a lixeira – não se preocupe, pois você não
o perderá, pois o mesmo continua na sua maleta. Caso você deseje pegar algum
prop deixado por outra pessoa, basta clicar sobre o prop e arrastá-lo para cima do
seu avatar.

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105
7 - Como faço para conversar com as outras pessoas?
Escreva a mensagem e dê um ENTER. Sua mensagem irá aparecer em
forma de balão como nos gibis (quadrinhos).

8 - Como faço aparecer pensamento para minha mensagem?


O balão em forma de pensamento é feito usando dois pontos (:) antes da
sua mensagem.
: hoje tem muita gente !!!!

9 - Como deixo uma mensagem fixa até que escreva outra mensagem?
Na mesma filosofia do item oito, digite o acento circunflexo (^), antes da sua
mensagem.
^Estou no telefone!!!!

10- Para a frase aparecer no canto esquerdo superior da tela, como faço?
Digite o símbolo arroba (@) antes da sua mensagem.
@Tchau pessoal!!!!

11- Como posso ver os nomes das pessoas que estão no Palace?
Use a tecla F3 ou simplesmente clique sobre a lixeira, que está localizada no
canto inferior direito da sua tela.

12- Como sei quantas pessoas estão no Palace naquele momento?


Observe que na parte inferior direita da sua tela existe uma numeração
separada por uma barra, o primeiro valor indica a quantidade de pessoas que estão
na sala com você e o segundo valor indica a quantidade total de pessoas que se
encontram no Palace neste momento.

13- Como emito sons no Palace?


Digite ")" antes de um dos nomes de sons que existe no Palace. Exemplo:
)kiss

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106
Outros sons existentes: - amen, belch, boom, crunch, debut, fazien, guffaw,
kiss, no, ow, pop, teehee, weti, wind e yes.

FONTE: Disponível em: <http://www.nlink.com.br/~harlanfr/palace.htm>. Acesso em: 12 out. 2007.

- Breeze

O Breeze fornece um sistema de comunicação pela web que permite aos


usuários promover reuniões em tempo real, aulas e seminários, assim como
disponibilizar apresentações sob demanda e cursos de e-learning.
Acesse: http://www.classroom.com.br/breeze/index.php

Você pode optar por usar um sistema de Messenger

- Yahoo! Messenger

Seu ponto forte realmente é a conferência de voz, inexistentes em outros


grandes mensageiros. Em uma janela de bate-papo é possível conversar por
mensagens de texto ou voz. Além disso, possui muitos plugins interessantes e você
pode personalizá-lo do modo que quiser.
Quem quer apenas teclar, pode usar emoticons animados, mandar
mensagens animadas com som, semelhantes aos winks do MSN, compartilhar fotos
e consultar o histórico de mensagens das pessoas com quem conversou.
Acesse: http://br.messenger.yahoo.com/webmessengerpromo.php

- MSN Messenger

É hoje o programa de bate-papo instantâneo mais popular da Internet. Ele


permite conversar em tempo real com seus amigos, familiares e colegas. Com ele

AN02FREV001/REV 4.0

107
você pode ainda, por meio de webcam, transmitir sua imagem, mostrando seu rosto
para as pessoas com quem você conversa. Se essa pessoa também possuir uma
webcam será possível vê-la e manter conversas com imagem e som! Com um
microfone e caixas de som, a experiência também fica próxima do real,
possibilitando uma interação parecida com uma conversa por telefone.
Acesse: http://get.live.com/messenger/overview

4.6.3 Fórum

Nesta lista de indicação existem opções nas quais você pode montar um
fórum e outras para montar um grupo ou participar de um já existente. Experimente
as diversas opções e escolha qual é a melhor para suas aulas.

- Fórum Now

Para iniciar a construção de um fórum você deve ter uma conta de e-mail. O
cadastro neste site é bastante simples e gratuito. Você também pode ter acesso a
outros fóruns e ficar por dentro do assunto, pois o próprio site traz informações sobre
os fóruns. Há ainda uma opção de busca de fóruns.
Acesse: http://www.forumnow.com.br

FIGURA 10

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108
Você pode
administrar e
entrar no fórum
em que está
cadastrado.

Clique aqui
para se
cadastrar.

FONTE: Disponível em: <http://www.forumnow.com.br>. Acesso em: 12 out. 2011.

AN02FREV001/REV 4.0

109
- Meu Grupo

Nesse site você também deve ter uma conta de e-mail. O cadastro neste site
é bastante simples e gratuito. Você pode ter acesso a outros grupos e ainda buscar
por grupos.
Acesse: http://www.meugrupo.com.br

FIGURA 11

Depois de
cadastrado
crie um
grupo.

Depois de
cadastrado é só
entrar com e-
mail e senha.

Cadastre-se.

Procure um
grupo.

FONTE: Disponível em: <http://www.meugrupo.com.br>. Acesso em: 12 out. 2011.

AN02FREV001/REV 4.0

110
- Quero um Fórum

É um site gratuito no qual o cadastro é fácil (é necessário ter endereço de e-


mail) e oferece várias vantagens, tais como: suporte técnico, oferecido pelo próprio
site; não tem limite de espaço; pode ser usado em três línguas (português, inglês e
espanhol); entre outras.
Acesse: http://www.queroumforum.com/web/index.php

FIGURA 12

Para criar um fórum.

Sistema de busca de
fóruns.

Para administrar o
fórum depois de
cadastrado.

FONTE: Disponível em: <http://www.queroumforum.com/web/index.php>. Acesso em:


Acesso em: 12 out. 2011.

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111
Você pode optar por usar o sistema de Grupos do Yahoo! e do Google.

- Yahoo Grupos

Funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter um e-mail
do Yahoo.
Acesse: http://br.groups.yahoo.com

FIGURA 13

Cadastro para novo


usuário.

FONTE: Disponível em: <http://br.groups.yahoo.com>. Acesso em: 12 out. 2007..

- Google Grupos

Também funciona como os outros sistemas de grupos, mas você deve ter
um e-mail do Google (Gmail).
Acesse: http://groups.google.com.br

AN02FREV001/REV 4.0

112
FIGURA 14

Cadastro para
novo usuário.

FONTE: Disponível em: <http://groups.google.com.br>. Acesso em12 out. 2007.

4.6.4 Wiki

Abaixo está a lista de indicação de wikis. Você também precisará ter conta
de e-mail para se cadastrar nos wikis. Os sites estão disponíveis em inglês, porém é
fácil o seu uso. Siga as orientações e escolha a melhor opção.

- Pb wiki

Este wiki é gratuito para uso educativo e ainda dá ideias, exemplos e dicas
pedagógicas (em inglês).
Acesse: http://pbwiki.com/business.wiki

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113
FIGURA 15

Escolha o Depois de
modo cadastrado use o
Educação. login.

Clique aqui para se


cadastrar.

FONTE: Disponível em: <http://pbwiki.com/business.wiki>. Acesso em: Acesso em: 12 out. 2007.

- Wiki spaces

Neste site para criar um wiki público o serviço é gratuito (é necessário ter um
endereço de e-mail). Também dá auxílio e dicas pedagógicas do uso de wikis (em
inglês).
Acesse: http://www.wikispaces.com

AN02FREV001/REV 4.0

114
FIGURA 16

Depois de
cadastrado é só
clicar aqui.

Clique aqui para


se cadastrar.

FONTE: Disponível em: <http://www.wikispaces.com>. Acesso em: 12 out. 2007.

- Zoho

É gratuito criar um wiki, de forma bem simples. É necessário ter um


endereço de e-mail.
Acesse: http://wiki.zoho.com/jsp/wikilogin.jsp?serviceurl=%2Fregister.do

AN02FREV001/REV 4.0

115
FIGURA 17

FONTE: Disponível em: <http://wiki.zoho.com/jsp/wikilogin.jsp?serviceurl=%2Fregister.do>.


Acesso em: 12 out. 2007.

4.6.5 Alguns sites interessantes

 Escola 2000
Agende um Chat:
http://www.escola2000.org.br/interaja/reuniao/reuniao_agende.aspx
Participe dos Fóruns: http://www.escola2000.org.br/interaja/forum/forum.aspx

 Revista Nova Escola


Participe dos Fóruns: http://din.abril.com.br/novaescola/forum/forum_index.asp

 Educacional
Participe dos Fóruns e Chats: http://www.educacional.com.br/comunicacao

 Educa Rede

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116
Agende um Chat:
http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=batepapo.ds_home&id_comunida
de=0

Participe dos Fóruns:


http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=forum.ds_forum&id_comunidade=
0

 Revista Veja
Participe dos Fóruns: http:// www.vejaonline.abril.com.br

Blogs que tratam de Educação e Tecnologias:

 Educação Digital: http://educacao-digital.blogspot.com


 Blogosfera Marli: http://blogosferamarli.blogspot.com
 Blog da Professora Andréa: http://professoraandrea.blogspot.com
 Adoro Física: http://www.adorofisica.com.br
 Trocando Letras: http://www.trocandoletras.blogspot.com
 Internet e Web na Educação: http://www.internetnaeducacao.blogspot.com

É possível imaginar aprendizagem sem professor? Há quem questione que


isso seja possível de acontecer, outros garantem que sim, que a aprendizagem
ocorre em diferentes ambientes e utiliza diferentes ferramentas, sem
necessariamente a presença de um professor. Quebram-se paradigmas e procura-
se romper com a linearidade do ensino tradicional.
Para aprender algo sem professor, podemos utilizar vários meios e recursos.
Desse modo, em um curso de Educação a Distância, no qual o professor está
distante geograficamente do aluno, é possível também estudar e aprender. E
podemos estudar na escola, na biblioteca, em casa ou no local de trabalho. Prova-se
então que a aprendizagem não depende da presença de um professor, não que ele

AN02FREV001/REV 4.0

117
não seja necessário, mas pode encontrar-se geograficamente distante, fazendo-se
presente por meio de tecnologias, como espaço virtual ou videoconferências.
A Educação a Distância apresenta certas características, entre as mais
significativas podemos destacar a ausência física do professor durante o processo
de aprendizagem. O aluno estuda de acordo com seu próprio ritmo de
aprendizagem, no local e horário que lhe são mais convenientes, também devemos
destacar a simultaneidade entre o estudo e o trabalho. O estudo autônomo, o
atendimento ao aluno que está distante da instituição de ensino, utilização
sistemática de meios e recursos tecnológicos de comunicação, apoio de uma
organização de caráter tutorial e comunicação bidirecional.
Uma das características fundamentais da Educação a Distância é o fato de o
aluno adulto poder autogerir seus estudos sem a presença física do professor, o que
lhe proporciona capacidades e habilidades que deverão ser desenvolvidas no
decorrer do curso, como a autonomia.
A Educação a Distância iniciou suas experiências de formação educacional,
com o uso de material impresso, enviado pelo correio. Posteriormente, utilizou-se de
multimeios, como a TV, o rádio, a telefonia e fitas de áudio e vídeo. Mais
recentemente agregou os recursos da informática e das telecomunicações.
Enquanto modalidade educacional ofereceu desde cursos rápidos de
atualização ou aperfeiçoamento até cursos superiores de graduação e mesmo de
pós-graduação, atendendo geralmente alunos adultos, público-alvo principal da
Educação a Distância. Pode-se dizer que as grandes empresas estão optando por
aperfeiçoamento via internet, ou seja, a distância.
A Educação a Distância teve muitos projetos voltados à formação
profissional, atendendo, em sua maioria, alunos adultos, consolidando-a como
modalidade educacional capaz de responder aos desafios da educação
contemporânea.
Nessa modalidade de ensino o professor da disciplina tem o papel de gestor
do conhecimento. Com relação ao professor tutor, é fundamental compreender o seu
papel de mediador, pois estará indicando caminhos para a aprendizagem.
Na Educação a Distância, os alunos geralmente são adultos e estão
afastados das salas de aula por um grande período. Sabemos que o adulto de hoje
precisa estar preparado para situações que exigem constante renovação,

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118
precisando continuar a aprender – e aprender bem – por toda a sua vida. Isso
motivou o aumento do número de adultos buscando cursos, com a expectativa de
mudar para melhor, e a Educação a Distância mostrou-se uma modalidade
educativa apropriada para adultos.
O aluno adulto enfrenta dificuldades quando retoma seus estudos, inclusive
por ter pouco tempo livre para estudar. Por outro lado, tem ampla experiência de
vida e profissional, o que lhe possibilita uma aprendizagem mais significativa,
permitindo uma maior aproximação entre a teoria e a prática.
É importante ressaltar aqui a preocupação com a crescente demanda e
oferta de cursos da modalidade a distância. Por isso, faz-se necessário que um fator
primordial seja analisado constantemente: a qualidade dos cursos ofertados, pois
devido à demanda, muitas são as instituições que oferecem esses cursos e a
qualidade fica muito distante do mínimo exigido pelo mercado.
Na Educação a Distância, as aulas presenciais foram substituídas pelo
material autoinstrucional (cadernos pedagógicos, fitas de vídeo), permitindo ao aluno
determinar horários e locais para realizar seu estudo autônomo. Isso requer do aluno
capacidade de organização, é preciso também determinar objetivos claros do que
realmente quer e que técnica de estudo melhor se adéqua a sua condição de
estudante.
É possível adquirir a habilidade de estudar sozinho. Adquire-se essa
habilidade planejando suas atividades, desenvolvendo o hábito de leitura,
escolhendo o ambiente de estudo, buscando interação junto ao tutor e participando
dos encontros presenciais com os professores das disciplinas.
De modo geral, a Educação a Distância utiliza textos didáticos e científicos,
a técnica para estudar esses textos divide-se em etapas que vão desde a pré-leitura,
passando pela primeira leitura, para inteirar-se do assunto, fazendo uma segunda e
mais cuidadosa leitura. Destacando as partes mais importantes e chegando a
síntese, identificando as ideias principais e fazendo seu próprio resumo. Com isso, o
aluno que ficou distante da sala de aula por muito tempo consegue desenvolver
suas estratégias de estudo, geralmente obtendo êxito nas atividades.
A utilização de tecnologias em processos educativos tem como objetivo,
desde tornar uma aula mais atraente e motivar os alunos, como usos de vídeo e
aparelhos de som, por exemplo, até atingir um grande contingente populacional.

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119
Para cumprir essa última tarefa, necessitamos de tecnologias de informação e
comunicação.
As tecnologias da informação e da comunicação são nossas conhecidas do
dia a dia, algumas mais, como a TV, o rádio; outras menos, como por exemplo, o
ambiente virtual. A Educação a Distância é difundida no mundo todo e se serve de
todas as tecnologias já desenvolvidas em prol da educação.
A Educação a Distância sempre incorporou as tecnologias da informação e
da comunicação à medida que foram sendo desenvolvidas. Do texto impresso à
videoconferência, a Educação a Distância passou a utilizar todos os meios de
comunicação que já foram inventados, os quais possibilitam a troca eficiente de
informação, a comunicação multidirecional e a crescente interatividade entre alunos,
corpo docente, tutoria e administração do curso.
Atualmente, o computador e a internet estão contribuindo para aumentar as
possibilidades comunicativas entre estudantes, professores e tutores, com o uso do
correio eletrônico, dos fóruns e das listas de discussão, dos ambientes virtuais de
aprendizagem e outros.
Fala-se em inclusão digital, em utilizar tecnologias como ferramentas de
aprendizagem na Educação a Distância, mas é preocupante o fato de que as
tecnologias são vistas apenas como ferramentas ou como um fim em si mesmo,
fazendo com que sejam deixadas de lado e que prevaleça o material impresso
somente.
A Educação a Distância encontra-se em franca expansão no Brasil e no
mundo, essa expansão deve-se, por um lado, ao crescente papel que as novas
tecnologias da informação e da comunicação vêm desempenhando junto à
educação e, por outro, a crescente demanda por um trabalhador com formação
diferenciada. Esse trabalhador precisa desenvolver a capacidade de aprender novas
funções, para acompanhar o ritmo das mudanças que vêm ocorrendo no mundo do
trabalho.
O sistema educacional vem sendo desafiado a formar esse trabalhador,
capacitando-o e fornecendo possibilidade de aperfeiçoamento permanente. Como
resposta a tal desafio, a Educação a Distância tem se revelado como modalidade
educativa consistente e eficiente. Isso decorre de suas características básicas de
atender ao contingente de trabalhadores adultos que não podem frequentar cursos

AN02FREV001/REV 4.0

120
presenciais ou se encontram geograficamente distanciados dos centros
fornecedores de educação ou, ainda, que prefiram estudar com metodologia
diferenciada da convencional.
Para cumprir sua tarefa, a Educação a Distância desenvolve sistemas de
tutoria responsáveis pela produção, acompanhamento e avaliação de programas,
bem como acompanhamento direto dos estudantes, baseando sua estrutura em
meios de comunicação eficientes e utilizando toda a tecnologia disponível.
Com mais de dois séculos de tradição, essa modalidade de educação
atinge, atualmente, a formação superior, despontando como promessa de levar a
educação a um número maior de pessoas.

FIM DO MÓDULO IV

AN02FREV001/REV 4.0

121
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação

CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

122
CURSO DE
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

MÓDULO V

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

AN02FREV001/REV 4.0

123
MÓDULO V

5 DOCÊNCIA, DISCÊNCIA E TUTORIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

É necessário refletirmos acerca da função e do perfil do educador na


Educação a Distância, bem como o ator desse novo processo de ensino e
aprendizagem. O aluno, que na Educação a Distância é chamado a desempenhar
um novo papel, sendo ator de sua própria trajetória de ensino, em que é amparado
pela figura do tutor, elemento mediador do Internet - A internacional "rede das
processo. redes" de computadores que
possibilita a comunicação global
entre milhões de usuários.
Recentemente, a Internet, e
especialmente a WWW ou World-
Wide-Web virou o meio de EAD de
5.1 DOCÊNCIA: O PERFIL DO EDUCADOR maior crescimento.

A formação a distância supre as mesmas necessidades que a formação


presencial? Como selecionar a informação na internet? O que é preciso incluir na
sala de aula informatizada e o que é preciso manter da escola tradicional para que
ambas trabalhem embasadas em parâmetros de qualidade e não de quantidade? De
que maneira o papel do professor vai transformando-se com a inclusão da escola na
cibercultura?
O professor deve repensar a sala de aula e sua própria função como um
espaço que não seja fechado e isolado do mundo. Dessa forma, pode destacar que
na figura do professor foram agregadas novas habilidades e competências, e
podemos dizer também que o professor não perdeu seu espaço, apenas esse
espaço redimensionou-se e ampliou-se, e com o advento da tecnologia, tomou
novas proporções e significações.

AN02FREV001/REV 4.0

124
De acordo com dados do Ministério da Educação (2000, p. 12) é engano
considerar que programas a distância podem dispensar o trabalho e a mediação do
professor. Nos cursos de graduação a distância, os professores veem suas funções
se expandirem. Essa expansão se dá pelo fato de serem também produtores
quando elaboram suas propostas de cursos; conselheiros quando acompanham os
alunos; parceiros quando constroem com os especialistas em tecnologia,
abordagens inovadoras de aprendizagem. Portanto, são muito mais que simples
tutores, como tradicionalmente e de forma reduzida os professores-orientadores que
atuam a distância vem sendo denominados.
O professor passa a desempenhar um novo papel na Educação a Distância,
vê o redimensionamento de sua função. Não é mais o centralizador do saber, mas
sim descentralizador, ou seja, delega poderes e competência a quem está a sua
volta e assume também a coordenação de um novo projeto, mais dinâmico e
ousado. O espaço de sala de aula é ampliado, tendo o mundo e a tecnologia como
janela e ferramenta.
Pelo fato de não estar presencialmente em sala de aula, deve preocupar-se
com a forma que seu conhecimento e sua disciplina chegarão até seus alunos, que
pode ser por meio de material impresso, audiovisual, telefone, e-mail, ou outra
tecnologia adotada pela universidade. Para isso, é primordial que a linguagem
utilizada seja acessível a quem é destinada, pois o aluno a distância apresenta
características distintas, e muitas vezes é aquela pessoa que se encontra fora da
sala de aula há muito tempo.
Para Alava (2002) a expansão dos sites de formação na internet e o
crescimento dos campos numéricos na tela estimulam-nos a diversificação das
práticas escolares. Nesse novo redimensionar da educação e facilidade de acesso
aos meios de comunicação, é pertinente dizermos que o professor com certeza
também deverá estar aberto a novas práticas educativas.
O ciberespaço é um vetor de abertura das formações e de valorização das
formas autônomas de aprendizagem. Será o fim do professor? Na sua estrutura
atual, detentor do saber, sim. Com certeza esse perfil passará por transformações
radicais, passando a adotar a postura de um agente coletivo, em contínua formação,
por isso a importância de vivermos em rede, conectados (ALAVA, 2002).

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125
Na visão de Alava (2002, p. 9):

Em uma situação de formação presencial se observa um conjunto de


condutas, onde o professor é ao mesmo tempo o produtor de seu curso, o
responsável pela midiatização do conteúdo e mediador da situação. Às
vezes, em situações midiatizadas, ao contrário, as posições do professor
são distribuídas entre pessoas complementares. Nesse caso, ele participa
das primeiras fases das práticas midiáticas, e é desincumbido da
engenharia pedagógica e da animação da situação de aprendizagem. Ele é
idealizador do curso e às vezes autor, mas não acompanha a animação do
curso, os fóruns ou as sessões de correção. Essa virtualização das
posições do professor produz não só um questionamento sobre seu
estatuto, mas também nos esclarece sobre distribuições diferentes da
mesma função de ensino.

A inovação da prática pedagógica na Educação a Distância supõe uma


renovação pedagógica, uma divisão no trabalho docente, e reflexão acerca das
práticas, concepções e mecanismos de ensino e aprendizagem e paradigmas
educacionais.
Para Belloni (2001), como resultado desta divisão de trabalho, as funções
docentes vão separar-se e fazer parte de um processo de planejamento e execução
dividido no tempo e no espaço. As atividades de selecionar, organizar e transmitir o
conhecimento, que acontecem nas aulas presenciais, corresponde na Educação a
Distância, à preparação e autoria de unidades curriculares, de textos que constituem
a base dos materiais pedagógicos realizados em diferentes suportes.
A função de orientação do processo de aprendizagem passa a ser exercida
não mais em contatos pessoais e coletivos de sala de aula ou atendimento
individual, mas em atividades de tutoria a distância, em geral individualizada,
mediatizada por diversos meios acessíveis.
O ato de ensinar é um ato coletivo e comunicativo. Os processos de ensino
e aprendizagem são dois processos de interação em situação mediadora. Na
verdade, não se ensina no absoluto, assim como não se aprende sem um espaço e
uma base de informação. Até porque aprender é um ato intrínseco, você aprende
quando se sente motivado para algo e ensina quando a condição para esse fato
esteja estabelecida.
Para Alava (2002, p. 11) o professor terá que aprender a comunicar-se com
as “máquinas”, ou seja, com o computador. Essa fase de recontextualização das
habilidades comunicativas geralmente é difícil, requer instrumentalização. O

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126
ciberespaço afeta o modo de comunicação dos atores, abre possibilidades, mas
também impõe uma dinâmica e especificidades comunicativas que devem ser senão
dominadas, pelo menos de conhecimento do professor.
A questão da transformação ou redimensionamento do ofício do professor é
colocada, então, tanto pela introdução das mídias e das tecnologias, quanto pela
diversificação das situações de formação e pelo momento que a sociedade se
encontra, com certeza não é mais possível ser professor como há certo tempo. Para
alguns profissionais, esse novo momento representa sinal de perigo, para outros,
sinal de abertura das equipes pedagógicas e de uma diversificação das modalidades
de acesso aos saberes.
Sabemos que a pedagogia da transmissão prevalece também na
universidade e nos cursos a distância, fato este constatado e explicado por dois
motivos. Primeiro, o professor sente-se o todo poderoso, o centro do processo de
ensino e aprendizagem, centralizador de conteúdos, conhecimento e conceitos, e
não existe a interação com o aluno. Detalhe esse que requer especial atenção na
elaboração do material pedagógico, para que o mesmo não se torne apenas um
veículo de transmissão quando na verdade deveria ser um elemento capaz de fazer
com que o aluno obtenha uma visão mais crítica acerca dos fatos estudados.
Os conteúdos estão distantes da realidade e devem ser decorados e
cobrados em provas, infelizmente esse fato é comprovado diariamente, não só no
ensino fundamental, mas também na universidade. Ainda vivemos a cultura da nota,
e nada melhor para isentar a responsabilidade do professor do que um instrumento
chamado prova.
O segundo motivo é que a oferta atual de informação e conhecimento é cada
vez maior e melhor fora da escola, graças aos novos recursos tecnológicos, em
especial a internet e a multimídia interativa.
Percebemos então a dicotomia existente entre o modelo tradicional de
ensino e os recursos informacionais disponíveis no cotidiano dos alunos. O
professor da Educação a Distância nesse processo faz a diferença porque passa a
interagir com os alunos de forma diferenciada, age entre o saber e o fazer. Passa a
existir uma mudança de paradigmas, do paradigma instrucional, aquele no qual o
conhecimento é passado ao aluno, para o paradigma construtivista, aquele que
enfatiza a aprendizagem e não o ensino – o aluno constrói seu conhecimento.

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127
Na Educação a Distância preconiza-se que o aluno seja o próprio elemento
construtor de seu conhecimento. Por isso, mesmo no modo construtivista, faz-se
necessária atenção especial, porque nesse processo corre-se o risco de instruir o
aluno, dando “dicas” de como fazer, tornando-o dependente no processo.
Nessa mudança de paradigmas, de instrucional para construtivista, a figura
central passa a ser a do aluno e a palavra-chave é aprender a aprender, e o
professor do ensino a distância tem a missão de conduzir esse processo. Seja por
meio da linguagem acessível oferecida pelo material impresso ou das facilidades
tecnológicas disponibilizadas.
Para Belloni (2001), todo o processo é sintetizado com a fórmula ensinar a
aprender. As consequências desta nova lógica com relação ao papel do professor
são facilmente identificáveis: de um lado, as múltiplas facetas deste papel,
desempenhadas no ensino presencial por uma pessoa próxima do aprendente, que
se separam em funções diferentes mais ou menos afastadas do aluno. E, por outro
lado, a perda da posição central do professor e de seu status de mestre e sua nova
posição de parceiro, de prestador de serviço, recurso ao qual o aluno recorre
quando sente necessidade, ou conceptor, realizador de materiais. Esse novo
professor atuará diante de um novo tipo de estudante, mais autônomo, e mais
próximo do usuário/cliente, que do aluno protegido e orientado do ensino
convencional.
Para Martin Barbero (2000, apud SILVA, 2003, p. 12) os professores só
sabem raciocinar transmissão linear, separando emissão e recepção. É preciso
reinventar a comunicação na Educação a Distância, o professor precisa dialogar em
rede, abrir espaços, como se estivesse trabalhando em um hipertexto, no qual as
ideias se complementam e realmente o aluno aprende a aprender.
Silva (2003, p. 13) faz uma severa crítica aos modelos de ensino
apresentados até o momento e também ao modelo de Educação a Distância que se
encontra no mercado, quando diz que:

Realmente, a obsolescência do modelo tradicional de ensino escolar vem


agravando-se na cibercultura. Na sala de aula presencial do ensino básico e
da universidade, prevalece à centralidade do mestre, responsável pela
produção e pela transmissão do conhecimento. Na Educação a Distância
via internet, os sites educacionais, os ambientes virtuais de aprendizagem
continuam estáticos, ainda centrados na transmissão de dados, desprovidos
de mecanismos de participação, de criação coletiva, de aprendizagem

AN02FREV001/REV 4.0

128
construída. Ou seja, também na educação on-line o paradigma permanece
o mesmo do ensino presencial tradicional: o professor-tutor-conteudista é o
responsável pela produção e pela transmissão do conhecimento. As
pessoas permanecem como recipientes de informação. A educação
continua a ser, mesmo na tela do computador conectado a internet,
repetição burocrática ou transmissão unidirecional de conteúdos
empacotados.

Realmente, na Educação a Distância é bem comum incorrer neste erro, pois


o professor-tutor tem em sua formação esta base de professor repassador de
conteúdos. Na EAD, considerando a sala de aula virtual, Palloff e Pratt (2003, p. 23)
destacam que:

Ensinar no ciberespaço envolve muito mais do que simplesmente utilizar os


velhos modelos pedagógicos em outro meio. A sala de aula eletrônica é um
meio de ensino e aprendizagem potencialmente poderoso em que novas
práticas e novos relacionamentos podem gerar contribuições significativas a
aprendizagem. Diferentemente da sala de aula convencional, na Educação
a Distância é preciso dar atenção ao desenvolvimento de um sentido de
comunicação entre os participantes para que o processo de aprendizagem
seja bem-sucedido. Nesse meio, os instrutores precisam ser flexíveis e
capazes de jogar fora suas ordens do dia e sua necessidade de controle a
fim de ajustar o processo para todos que dele participam. Isto significa que
a discussão pode tomar um rumo com o qual o instrutor precisa orientar
essa discussão em outra direção, talvez fazendo uma pergunta aberta que
permita aos aprendizes examinar a interação.

É nesse momento que o professor da Educação a Distância precisa quebrar


os velhos paradigmas da educação tradicional. Não que a educação tradicional seja
descartada, até porque foi muito útil nos contextos em que se deu ênfase a este
modelo de educação, mas atualmente, nos modelos atuais de sociedade, muita
coisa precisa ser mudada. E a figura do professor também passa por essa
ressignificação. E que ressignificação é essa? Que qualidades e atributos um
professor precisa ter para ser bem-sucedido?
Palloff e Pratt (2003) citando Collins e Berge (1996) categorizam as diversas
tarefas e papéis necessários ao professor on-line, que se evidenciam em quatro
áreas gerais: pedagógica, social, gerencial e técnica.
A função e a tarefa pedagógicas estão relacionadas com o educacional. A
função e a tarefa sociais estão atreladas à questão da promoção de um ambiente
social amistoso essencial à aprendizagem. Já a função gerencial envolve a
estipulação do curso, definição de objetivos, de regras e de normas para a tomada

AN02FREV001/REV 4.0

129
de definições. E a função técnica está diretamente relacionada com a tecnologia –
os professores precisam ser competentes com a tecnologia para facilitar o curso.
Novas habilidades são necessárias ao professor nesse modelo de
educação, e Belloni (2001, p. 83) destaca pontos cruciais para a função de
professor:

 Formador, aquele que orienta o estudo e a aprendizagem. É a função


pedagógica destacada por Palloff e Pratt (2003) anteriormente;
 Conceptor e realizador de cursos e materiais, ou seja, é a função
gerencial de Palloff e Pratt (2003);
 Professor pesquisador; deve estar constantemente se atualizando com
teorias e metodologias de ensino e aprendizagem;
 Professor tutor, no sentido de orientação aos alunos;
 Professor tecnólogo educacional é o responsável pela organização
pedagógica dos conteúdos e por sua adequação aos suportes técnicos a
serem utilizados na produção do material, é a função técnica defendida
por Palloff e Pratt (2003);
 Professor recurso, espécie de suporte, ou “balcão de respostas” a dúvidas
pontuais dos alunos;
 Professor monitor, sua função se relaciona menos com o conhecimento
dos conteúdos e mais com sua capacidade de liderança.

Na Educação a Distância, o professor tem, portanto, o papel de gestor de


conhecimentos. É sua atribuição manter-se atualizado de modo a produzir estudos e
pesquisas em sua área de conhecimento. Além disso, cabe ao professor e ao tutor
avaliar permanentemente os materiais pedagógicos, para que mantenham os
padrões de qualidade do curso.
Para Belloni (2001, p. 85):

Para fazer frente a esta nova situação, o professor terá necessidade muito
acentuada de atualização constante, tanto em sua disciplina específica,
quanto em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias. A
redefinição do papel do professor é crucial para o sucesso dos processos
educacionais presenciais ou a distância. Sua atuação tenderá a passar do
monólogo sábio de sala de aula para o diálogo dinâmico dos laboratórios,
salas de meios, e-mail, telefone e outros meios de interação mediatizada:

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130
do monopólio do saber a construção coletiva do conhecimento, através da
pesquisa; do isolamento individual aos trabalhos em equipe
interdisciplinares e complexos; da autoridade a parceria no processo de
educação para a cidadania.

Sabemos que o professor da Educação a Distância precisa desempenhar


várias funções e nos perguntamos: o professor está apto a desempenhar essas
novas funções?
Sabemos que falta muito ainda para que o professor da Educação a
Distância esteja pronto para atuar nesse cenário, até porque os modelos existentes
de EAD estão constantemente se aperfeiçoando, e atendem clientelas distintas.
Então, podemos dizer que se faz necessária uma formação continuada, embasada
nas inovações tecnológicas e em suas consequências pedagógicas, que
desenvolvam habilidades essenciais para ser educador a distância; entre elas
pontuamos as seguintes:

 Entender a natureza e a filosofia da Educação a Distância;


 Identificar e desenvolver cursos interativos para satisfazer cada nova
tecnologia;
 Adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções a distância;
 Organizar recursos instrucionais de uma forma satisfatória ao ensino a
distância;
 Treinar e praticar o uso de sistemas de telecomunicações;
 Ficar envolvido na organização, planejamento colaborativo e decisões;
 Avaliar realizações, atitudes e percepções dos alunos a distância;
 Trabalhar com questões de direitos autorais.

Ou seja, estar praticando as quatro categorias destacadas por Palloff e Pratt


(2003): pedagógica, social, gerencial e técnica.

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131
5.2 O ATOR DO PROCESSO: O DISCENTE

Pensar em educação hoje implica rever conceitos pré-elaborados a respeito


do que seja educação, seja nos moldes tradicionais ou mais recentes. Implica
também repensar o currículo, ressignificar na práxis o componente “o que é
aprender” e o “que é ensinar”. Em que pressupostos a avaliação está embasada e
para quem é dirigida? Para os alunos ou para o corpo docente? A que realmente se
destina a avaliação dentro do contexto educacional?
Pensar em educação e na formação do futuro acadêmico hoje implica
também analisar em que contexto a escola está inserida. Qual clientela está
atendendo? Quais objetivos e anseios esta população está almejando? O
profissional da educação está preparado para atender a demanda e as
necessidades desta clientela?
Movidos pelo desejo de aprender ou por alternativa proposta pelas
instituições de ensino, cada vez mais alunos utilizam cursos não presenciais como
alternativa de ensino. Esses cursos combinam recursos educacionais tradicionais
com modernos meios de telecomunicação, oportunizando acesso quase imediato a
uma grande massa da população.
Os alunos que utilizam a Educação a Distância trazem na bagagem pessoal
uma diversidade de culturas que refletem suas origens, conhecimentos adquiridos
na história de vida, formação acadêmica e fatores inerentes ao ser humano. Essa
diversidade impossibilita a adoção de fórmulas para elaboração e aplicação de
cursos, que possam ser aplicadas a todos os casos. À medida que aumenta a
demanda por Educação a Distância cresce a necessidade de diversificação e
personalização, segundo Lévy (1999, p. 169):

Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes e rígidos


que não correspondem as suas necessidades reais e à especificidade de
seu trajeto de vida. Uma resposta ao crescimento da demanda com uma
simples massificação da oferta seria uma resposta “industrializada” ao modo
antigo, inadaptada à flexibilidade e à diversidade necessária de agora em
diante.

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132
Moore e Kearsley (1996) mencionam vários fatores extracurriculares que
podem influenciar o desempenho do aluno a distância como: trabalho, família, saúde
e interesses e obrigações sociais. O melhor indicador do sucesso de um aluno a
distância é sua formação acadêmica; quanto mais graduado o aluno, mais chance
tem de completar com sucesso o curso. O trabalho autônomo do aluno na prática do
ensino a distância se dá como em nenhuma outra área educacional.

FIGURA 18

FONTE: Disponível em: <www.fcjp.edu.br/iead.asp>. Acesso em: 12 out. 2007.

De acordo com Peters (2003), análises nessa área dão uma impressão
discrepante: por um lado, os estudantes trabalham autonomamente como em
nenhuma outra área educacional, por outro lado, o estudo a distância é muito mais
predeterminado, estruturado, amarrado a fatores preestabelecidos e mais
regulamentado do que o estudo com presença, e, portanto em alto grau
heteronômico.
A autonomia concede aos estudantes a possibilidade de tomarem iniciativas
no planejamento e organização do seu espaço físico, tempo e métodos de estudo
que irão seguir para pesquisar conhecimentos correlatos de seu interesse,
acompanhar o programa proposto, seguir o roteiro e cronograma predeterminados
pelo curso.

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133
Ao assumir a responsabilidade de estudar longe das salas de aula
presenciais, o aluno se obriga a ter um ambiente e tempo para estudar. Os mesmos
são flexíveis e o ritmo é estabelecido pela capacidade e necessidade individual, mas
para a diversidade de possibilidades que o mesmo encontra em adquirir novos
conhecimentos o tempo de estudo é fundamental. No aprendizado presencial ou a
distância, determinação e disciplina são fatores motivadores, pois o não
entendimento dos conteúdos e a perda da sequência do andamento do curso são
desestimuladores que podem levar ao isolamento e ao abandono dos estudos.
Não podemos desconsiderar que o ritmo individual de cada um deve ser
respeitado na Educação a Distância e no ensino presencial. Compromissos com
trabalho, família e atividades sociais requerem maior tempo dos adultos e,
consequentemente, dificultam o acompanhamento do cronograma.
Peters (2003) argumenta que um sistema de ensino que tem respeito pela
liberdade e autonomia dos estudantes não deveria prejudicá-lo por meio de
imposições exteriores. Até porque, é fundamental levar em conta que vivemos em
processo de globalização, de informação em tempo real e virtual, e que a facilidade
do acesso à informação tem provocado significativas mudanças na educação. A
instituição que não considerar esses fatores com certeza perderá este aluno.
Nesse cenário surge então a Educação a Distância, que acompanha os
avanços da sociedade e da tecnologia e, é vista como uma alternativa para atender
a demanda do grande contingente de alunos que necessitam de formação superior e
por vários motivos são excluídos dos cursos presenciais.
Mas o que caracteriza a Educação a Distância? O que a diferencia do ensino
presencial? A Educação a Distância caracteriza-se e difere-se da Educação
Presencial pelo fato do aluno ter autonomia na forma de estudar, liberdade para
escolher os melhores horários e locais para que possa realizar seus trabalhos, não
precisando necessariamente estar presente em um espaço e tempo previamente
definidos.
O desafio de educar e educar-se a distância é grande, pois o acadêmico
deverá desenvolver competências e habilidades, ser mais reflexivo sobre sua
prática, uma vez que será ele próprio o autor das práticas educativas que serão

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134
embasadas em teorias estudadas. No ensino a distância, o aluno realmente fará uso
da teoria para modificar sua prática ou então sua prática será início de uma nova
teoria, mas ambas deverão estar pautadas nos pilares da reflexão e da ação
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2000).
A base principal das práticas de qualidade nos projetos e processos de
educação superior é garantir continuamente melhorias na criação, aperfeiçoamento,
divulgação de conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos e profissionais que
contribuam para superar os problemas regionais, nacionais e internacionais e para o
desenvolvimento sustentável dos seres humanos, sem exclusões, nas comunidades
e ambientes em que vivem (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2000).
É importante ressaltar que o aluno da Educação a Distância, principalmente
o aluno adulto, embora pareça isolado do processo educacional, pelo fato de não
estar presencialmente na universidade, tem a oportunidade de estudar de forma
independente, organizar seu tempo e interagir com os professores das disciplinas,
com os colegas do curso, com o tutor por meio da incorporação das tecnologias,
cadernos pedagógicos, telefone, videoconferências, fitas de vídeos, e-mails, chats,
fóruns e internet.
Há um grande número de recursos disponíveis para que o aluno sinta-se
realmente aluno de um curso superior e para que possa superar as dificuldades
iniciais desta modalidade de ensino.
Cavalcanti (1999) destaca que a idade adulta traz a independência. O
indivíduo acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, percebe-se
o que não sabe e o quanto este conhecimento faz-lhe falta. Para esse aluno torna-se
imprescindível o desenvolvimento da capacidade de autorregulação da
aprendizagem.
Perrenoud (1999, p. 96) conceitua a autorregulação da aprendizagem como
"capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus projetos, progressos, estratégias
diante das tarefas e obstáculos". Nesse sentido, é necessário apostar na
autorregulação que "consiste em reforçar as capacidades do sujeito para gerir ele
próprio seus projetos, seus progressos, suas estratégias diante das tarefas e
obstáculos".
Percebemos que desta forma o aluno desenvolve uma atividade de
aprendizagem de forma independente e ao mesmo tempo uma intensa atividade de

AN02FREV001/REV 4.0

135
interação. Mas, o que é uma atividade de aprendizagem independente? Uma
atividade de interação que o aluno deverá desenvolver no decorrer do curso?
Cechinel (2001) destaca que a atividade de aprendizagem independente
ocorre quando o aluno estuda o material didático escrito, assiste a uma fita de vídeo,
escuta um programa de rádio, vê um programa de televisão educativo, elabora um
trabalho ou realiza uma experiência em casa.
Perrenoud (1999) aponta ainda, com insistência, a importância da
participação direta e planejada do aluno no próprio projeto de aprendizagem. Para
isso, utiliza-se dos termos autoavaliação, autodesenvolvimento, autoaprendizagem,
Projeto Pessoal do Aluno e autorregulação da aprendizagem.
Realmente, o aluno da Educação a Distância, necessita estudar o caderno
pedagógico ou material didático e buscar subsídios em outros meios disponíveis
para elaboração dos trabalhos exigidos pela disciplina, apropriar-se das informações
ali contidas e aplicar na sala de aula, sempre procurando refletir acerca de sua
prática.
Cechinel (2001) diz que uma atividade é interativa quando o aluno assiste às
orientações tutoriais e reúne-se com o tutor e com os colegas do curso. Recebe
assessoria para realizar um trabalho prático, quando recebe ajuda sobre como
organizar seus estudos, quando consulta o professor da disciplina por telefone, fax,
correio eletrônico, chats, quando se vale do ambiente Virtual, participa de
videoconferências e desenvolve atividades coletivas.
Nesse sentido, o aluno está constantemente assessorado quando conta com
o trabalho tutorial – uma espécie de suporte presencial para sanar suas dúvidas em
relação a qualquer assunto condizente com os cadernos estudados. Prioriza-se
muito a atividade coletiva, colaborativa, pois se entende que assim o aluno
desenvolve a capacidade de trabalho coletivo, essencial para a educação nos dias
atuais e já se prepara para desenvolver futuros projetos em equipe, de forma
interdisciplinar.
Percebe-se então que o aluno que frequenta esta modalidade de ensino,
apesar de ocorrer a distância, encontra aspectos da educação presencial, o que
exige habilidades e capacidades para que se possa desenvolver essa forma de
estudo.

AN02FREV001/REV 4.0

136
O fato de o aluno participar de um curso na modalidade a distância não
reduz em nada a qualidade do ensino, pois, com a incorporação dos avanços
tecnológicos, o acesso à informação se dá de forma imediatizada, bastando ao
aluno processar essas informações e gerenciá-las de acordo com suas
necessidades.
Diante desta “nova modalidade de ensino”, é necessário também que o
aluno desenvolva e se aproprie de novos hábitos, habilidades, atitudes e
competências que serão necessárias para desenvolver as atividades propostas e
que o tornará um profissional competente e comprometido com a educação.
Assim, é necessária especial atenção ao processo “aprender a aprender”
levando-se em consideração o ritmo de aprendizagem de cada aluno/acadêmico,
visto que muitos se encontram afastados de sala de aula há muito tempo. Também é
primordial muita atenção aos fundamentos e métodos de conhecimento, buscando a
apropriação pelos alunos, e não a simples repetição do conteúdo, pois o objetivo
principal ao se trabalhar determinado conteúdo é que o aluno construa conceitos e
conhecimentos, que compreenda e contextualize o assunto, e não simplesmente
que memorize e não consiga refletir acerca do mesmo.

FIGURA 19

AN02FREV001/REV 4.0

137
FONTE: Disponível em: <www.fcjp.edu.br/iead.asp>. Acesso em: 12 out. 2007.

Podemos deduzir que para aprender o indivíduo não deixa de operar


regulações intelectuais. Na mente humana, toda regulação, em última instância, só
pode ser uma autorregulação, pelo menos se aderirmos às teses básicas do
construtivismo: nenhuma intervenção externa age se não for percebida, interpretada
e assimilada por um sujeito.
Para isso, é necessário buscar apoio no material impresso e demais
tecnologias oferecidas pelas universidades. Com esse auxílio é possível despertar
nos alunos a capacidade de autoaprendizagem, fazendo com que o aluno perceba
que o maior responsável por sua aprendizagem é ele mesmo, com auxílio dos
materiais impressos, tutor, material audiovisual e demais tecnologias disponíveis.
Perrenoud (1999) enfatiza que nessa perspectiva, toda ação educativa só
pode estimular o autodesenvolvimento, a autoaprendizagem, a autorregulação de
um sujeito, modificando seu meio, entrando em interação com ele. Não se pode
apostar, afinal de contas, senão na autorregulação.
Percebe-se, no início dos cursos a distância, a dependência que os
acadêmicos demonstram em relação à figura do professor-tutor, pois a função
tutorial não está em ministrar aulas, mas sim em ser facilitador e mediador do
processo de aprendizagem. Esse profissional procura familiarizar o aluno com a
metodologia e o material didático apresentado durante o curso, sejam eles cadernos
pedagógicos, textos auxiliares e as tecnologias propriamente ditas.
A ligação aluno-professor ainda é, no imaginário pedagógico, uma
dominante, o que torna a tutoria um ponto-chave em um sistema de ensino a
distância (MAIA, 1998, apud NISKIER, 1999).
Para sanar essa dependência do aluno, o tutor deve ser um motivador,
orientador e avaliador no sentido de reforçar o processo de autoaprendizagem,
orientando os alunos constantemente quanto ao que fazer para atingir os objetivos
específicos de cada disciplina, sempre primando pela prática dialógica.
Na avaliação está a responsabilidade maior do tutor e do próprio aluno, pois
este instrumento servirá como termômetro para analisar até que ponto houve

AN02FREV001/REV 4.0

138
avanços ou recuos. De acordo com Cechinel (2001), a avaliação é uma atividade
que deve ser realizada com seriedade e qualidade, para efetivamente contribuir com
a melhoria de todo o processo de ensino-aprendizagem.
A prática do profissional competente, reflexivo e atuante deve caminhar
pelas seguintes habilidades e competências (CECHINEL, 2001, p. 25):

 Compreensão ampla e consistente do fenômeno e da prática educativa


que se dá em diferentes âmbitos e especialidades;
 Compreensão do processo de construção do conhecimento no indivíduo
inserido em seu contexto social e cultural;
 Capacidade e habilidade de formular e encaminhar soluções de
problemas educacionais, condizentes com a realidade sociocultural;
 Capacidade e habilidade de estabelecer diálogo entre a área educacional
e as demais áreas do conhecimento;
 Capacidade e habilidade de articular ensino, pesquisa e extensão, na
produção do conhecimento e da prática pedagógica;
 Capacidade e habilidade de desenvolver metodologias e matérias
pedagógicas adequadas à utilização das tecnologias da informação e da
comunicação nas práticas educativas;
 Capacidade e habilidade de desenvolvimento de uma ética de atuação
profissional, e a consequente responsabilidade social;
 Capacidade e habilidade de articulação da atividade educacional nas
diferentes formas de gestão educacional, na organização do trabalho
pedagógico escolar, no planejamento, execução e avaliação de propostas
pedagógicas da escola;
 Capacidade e habilidade de desenvolvimento do projeto pedagógico,
sintetizando as atividades de ensino e administração, caracterizadas por
categorias comuns, como: planejamento, organização, coordenação e
avaliação e por valores comuns como solidariedade, cooperação,
responsabilidade e compromisso;
 Capacidade e habilidade de identificar problemas socioculturais e
educacionais e de propor ações criativas às questões da qualidade do
ensino e medidas para superar a exclusão social.

AN02FREV001/REV 4.0

139
A concepção de competência profissional, por sua vez, implica mudanças
nas práticas de formação, que irão se refletir na organização das
instituições formadoras, nas novas modalidades educativas, nas
metodologias, na definição de conteúdos e na organização curricular. A
competência profissional passa, também, pela formação inicial em nível
superior e pela formação continuada ao longo da atuação docente
(FAGHERAZZI, 2002, p. 33).

Sabemos que o perfil do profissional, hoje, deveria ser de um profissional


comprometido com as questões educacionais, sociais, culturais e ambientais, que
deveria incorporar em sua prática as características inerentes às atividades, ser
consciente da importância do seu papel social. Isso implica uma postura
investigativa e de constante pesquisa, ultrapassando, portanto, os muros escolares e
estendendo sua ação para a comunidade na qual está inserida. Ou seja, ser um
transmissor do ensino, pesquisa e extensão, tripé este que deveria nortear todo o
trabalho acadêmico do aluno e da própria instituição formadora dos profissionais da
educação.
Perrenoud em uma entrevista a Revista Nova Escola (2000, p. 9) identificou
os saberes que considera fundamental para autonomia das pessoas. Chegou a oito
grandes categorias:

 Saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus direitos,


seus limites e suas necessidades;
 Saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias,
individualmente ou em grupo;
 Saber analisar situações, relações e campos de força sistêmica;
 Saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva e
partilhar lideranças;
 Saber construir e estimular organizações e sistemas de ação coletiva do
tipo democrático;
 Saber gerenciar e superar conflitos;
 Saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las;
 Saber construir normas negociadas de convivência que superem as
diferenças culturais.

AN02FREV001/REV 4.0

140
Na Educação a Distância o aluno desenvolve a capacidade de estudo
individualizada, independente. Os alunos reconhecem-se na capacidade de construir
seu caminho, seu conhecimento, de se tornar autodidata, ator e autor de suas
práticas e reflexões.
O uso dos recursos técnicos de comunicação disponíveis, que hoje têm
alcançado avanço espetacular, permite interatividade; a Internet permite romper com
as barreiras das distâncias geográficas – dificuldades de acesso à educação – e dos
problemas de aprendizagem por parte dos alunos que estudam individualmente.
Os alunos não estão isolados, sozinhos, pois aprendem a ser solidários e a
formar grupos de estudos. Com a comunicação bidirecional, o estudante não é um
mero receptor de informações, de mensagens. Apesar da distância, busca
estabelecer relações com a instituição e com grupos de discussões, o que fortalece
o elo de comunicação, interação e motivação para os estudos.
A interação entre aluno e mídia é a linha vital dos cursos a distância. É
preciso tornar a tecnologia acessível e transparente para o aluno, a informação
recebida pela mídia precisa ser processada e transformada em conhecimento.
Outra forma de interação que acontece é entre o aluno e o conteúdo,
chamada de interação intelectual, que é aquela em que o entendimento, a
percepção e as estruturas dos alunos são transformados.
Temos também a interação que acontece entre aluno e tutor. O papel do
tutor é o de dirigir o fluxo da informação para o estudante, de estimular e motivar o
aluno, manter o seu interesse, dar apoio encorajando-o no processo de
aprendizagem.
As interações aluno/aluno acontecem de maneiras diversificadas,
possibilitando contatos com caráter educativo, com trabalhos em grupo, soluções de
problemas e de discussões de casos. Essas interações quando bem projetadas
oferecem a oportunidade para o estudante expandir e aplicar o conhecimento do
conteúdo.

5.3 TUTORIA: NOVO PERSONAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.

AN02FREV001/REV 4.0

141
A tutoria tem sua origem em cursos de educação presencial superior. A
princípio, tratava-se do acompanhamento dos alunos com mais tempo de estudo
para com os alunos que estavam iniciando um curso. Com o passar dos tempos,
essa função ganhou especial atenção e a figura do aluno que acompanhava foi
substituída por um professor. A tutoria foi introduzida na Educação a Distância com
o objetivo de prestar atendimento individual a cada aluno em particular ou a grupos
de alunos.
Sá (1998) destaca que a tutoria como método nasceu no século XV na
universidade, onde foi usada como orientação de caráter religioso aos estudantes,
com o objetivo de infundir a fé e a conduta moral. Posteriormente, no século XX, o
tutor assumiu o papel de orientador e acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é
com este mesmo sentido que foi incorporado aos atuais programas de educação a
distância.
De acordo com Cechinel (2001) podemos definir tutoria como um conjunto
de ações educativas de apoio e orientação aos alunos, não apenas de caráter
acadêmico, mas também de caráter pessoal. Desenvolvida individualmente ou em
grupo, por um educador, com o objetivo de ajudá-los a apropriarem-se do
conhecimento sistematicamente organizado e a desenvolverem a interação e a
autonomia na aprendizagem.
Sartori (2002) ressalta que a tutoria compõe-se de diversos profissionais que
propõem, acompanham e avaliam programas, cursos e aprendizagem discente.
Também podem produzir materiais didáticos, organizar eventos, publicações, do seu
âmbito de ação. Assim, fazem parte do sistema tutorial a coordenação, os
professores de disciplina, os professores tutores e o secretário acadêmico do curso.
A ideia de guia é a que aparece com maior força na definição da tarefa do
tutor. Podemos definir tutor como o “guia, protetor ou defensor de alguém em
qualquer aspecto”, enquanto o professor é alguém que “ensina qualquer coisa”
(LITWIN, 2001, p. 93).
Alves (2003) esclarece que a palavra professor procede da palavra
“professore”, que significa “aquele que ensina ou professa um saber”. O tutor, ao
assumir suas funções, estará buscando construir caminhos para facilitar o processo
de ensino e aprendizagem. Dessa forma, não cabe a ele ministrar aulas, mas criar

AN02FREV001/REV 4.0

142
condições para que o aluno, a partir dos materiais instrucionais, tenha condições de
construir sua aprendizagem com autonomia.
Sartori (2002) ressalta que a atividade do tutor é diferente do professor
convencional, porém está estreitamente vinculada à ação docente. Ao tutor cabe a
função de mediar e facilitar aos alunos a aprendizagem dos conteúdos científicos,
além de outras tarefas sumamente importantes, portanto, não lhe cabe transmitir
conteúdos, mas reforçar o processo de autoaprendizagem. Para isso, deve indicar
aos alunos o que devem fazer e que caminhos seguir para o alcance dos objetivos
pretendidos em cada momento de seus estudos.

FIGURA 20

FONTE: Disponível em: <www.fcjp.edu.br/iead.asp>. Acesso em: 12 out. 2007.

A diferença entre o docente e o tutor é institucional, que leva a


consequências pedagógicas importantes. As intervenções do tutor na Educação a

AN02FREV001/REV 4.0

143
Distância demarcadas em um quadro institucional diferente distinguem-se em função
de três dimensões de análise (LITWIN, 2001, p. 102):

 Tempo – o tutor deverá ter a habilidade de aproveitar bem seu tempo,


sempre escasso. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno
assistirá à próxima tutoria ou se voltará a entrar em contato para consultá-
lo; por esse motivo aumentam o compromisso e o risco da sua tarefa.
 Oportunidade – em uma situação presencial, o docente sabe que o aluno
retornará; que caso este não encontre uma resposta que o satisfaça,
perguntará de novo ao professor ou a seus colegas. Entretanto, o tutor
não tem essa certeza. Tem de oferecer a resposta específica quando tem
a oportunidade de fazer isso, porque não sabe se voltará a ter.
 Risco – aparece como consequência de privilegiar a dimensão tempo e
de não aproveitar as oportunidades. O risco consiste em permitir que os
alunos sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em
uma construção errônea sem que o tutor tenha a oportunidade de adverti-
lo. “O tutor deve aproveitar a oportunidade para o aprofundamento do
tema e promover processos de reconstrução, começando por assinalar
uma contradição” (LITWIN, 2001, p. 102).

Tais conhecimentos em geral nos conduzem à situação específica dos


saberes requeridos ao tutor da Educação a Distância. Nesses ambientes, os
contextos educacionais assumem um valor especial, que requerem do tutor uma
análise fluida, rica e flexível de cada situação, vista sob o ângulo do tempo,
oportunidade e risco, que imprimem as condições institucionais da Educação a
Distância.
Sá (1998) elabora um paralelo entre as diferenças das funções do professor
convencional e do tutor nos ambientes de Educação a Distância (Tabela I). A atual
tendência de caracterização dos professores de ambientes de Educação a Distância
é a de reprodutora do docente tradicional ou como um suposto tutor, cuja função se
limita a auxiliar na aprendizagem, sem nenhuma identidade específica.

Tabela 1 – Paralelo entre as Funções do Professor e do Tutor

AN02FREV001/REV 4.0

144
EDUCAÇÃO PRESENCIAL EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Conduzida pelo Professor. Acompanhada pelo tutor.

Predomínio de exposições o tempo Atendimento ao aluno, em consultas


inteiro. individualizadas ou em grupo, em
situações em que o tutor mais ouve do
que fala.

Processo centrado no professor. Processo centrado no aluno.

Processo como fonte central de Diversificadas fontes de informações


informação. (material impresso e multimeios).

Convivência, em um mesmo ambiente Interatividade entre aluno e tutor, sob


físico, de professores e alunos, o tempo outras formas, não descartada a ocasião
inteiro. para os “momentos presenciais”.

Ritmo de processo ditado pelo professor. Ritmo determinado pelo aluno dentro de
seus próprios parâmetros.

Contato face a face entre professor e Múltiplas formas de contato, incluída a


aluno. ocasional face a face.

Elaboração, controle e correção das Avaliação de acordo com parâmetros


avaliações pelo professor. definidos, em comum acordo, pelo tutor e
pelo aluno.

Atendimento, pelo professor, nos rígidos Atendimento pelo tutor, com flexíveis
horários de orientação e sala de aula. horários, lugares distintos e meios
diversos.

FONTE: Sá (1998).

AN02FREV001/REV 4.0

145
Nesse contexto, pode-se redefinir o papel do professor: “mais do que
ensinar, trata-se de fazer aprender [...], concentrando-se na criação, na gestão e na
regulação das situações de aprendizagem” (PERRENOUD, 2000, p. 139). O tutor
atua como mediador, facilitador, incentivador, investigador do conhecimento, da
própria prática e da aprendizagem individual e grupal (ALMEIDA, 2001).
Como mediador e facilitador do
Facilitador - Orientador de aprendizagem.
processo de aprendizagem, o tutor Geralmente usado quando o processo de
orientação é voltado para facilitar o
tem como função familiarizar o processo de construção do conhecimento
pelos próprios alunos. Em alguns sistemas
aluno com o material didático e com a de EAD, como, por exemplo, o Telecurso.
É o responsável pela coordenação,
metodologia adotada no curso. Também
orientação, acompanhamento, controle e
tem como função auxiliar no avaliação da prática pedagógica
desenvolvida na telessala e no centro
planejamento do estudo individualizado controlador.

ou em grupo, acompanhando de forma a


superar as dificuldades apresentadas e orientar na resolução de suas possíveis
dúvidas, em atendimento individual ou em grupo.
O novo papel do tutor precisa ser repensado para que não se reproduzam
nos atuais ambientes de Educação a Distância concepções tradicionais das figuras
do professor/aluno. É preciso superar a postura ainda existente do professor
transmissor de conhecimentos. Passando, sim, a ser aquele que imprime a direção
que leva à apropriação do conhecimento que se dá na interação. Interação entre
aluno/aluno e aluno/professor, valorizando-se o trabalho de parceria cognitiva.
Elaborando-se situações pedagógicas nas quais as diversas linguagens estejam
presentes. As linguagens são, na verdade, o instrumento fundamental de mediação,
as ferramentas reguladoras da própria atividade e do pensamento dos sujeitos
envolvidos.
O papel do professor como repassador de informações deu lugar a um
agente organizador, dinamizador e orientador da construção do conhecimento do
aluno e até da sua autoaprendizagem. Sua importância é potencializada e sua
responsabilidade social aumentada. “Seu lugar de saber seria o do saber humano e
não o do saber informações” (ALVES; NOVA, 2003, p. 19), sendo a comunicação
mais importante do que a informação. Sua função não é passar conteúdo, mas
orientar a construção do conhecimento pelo aluno.

AN02FREV001/REV 4.0

146
Para que o curso prime pela qualidade e encontre parâmetros para se
pautar, o tutor desenvolve as atividades necessárias à manutenção dos níveis de
qualidade do curso. Faz isso participando da avaliação do curso ou programa quanto
à metodologia, a orientação acadêmica e ao material didático. Função importante
também do tutor é cuidar da parte administrativa do curso, que envolve o
cumprimento de cronogramas, garantia de fluxos de informação, organização do seu
ambiente de trabalho, manutenção e preservação de materiais e equipamentos.
Acrescentando, Litwin (2001, p. 103) enfatiza que para exercer
competentemente estas funções, o professor necessita de formação especializada.
Hoje, a ideia da formação permanente vigora para todas as profissões, mas
especialmente para os profissionais da educação. O tutor se encontra diante de uma
tarefa desafiadora e complexa.
Grossi e Bordin (1992) contribuem esclarecendo que o bom desempenho
desses profissionais repousa sobre a crença de que “só ensina quem aprende”, o
alicerce do construtivismo pedagógico.

Construtivismo é uma posição teórico-filosófica/teoria de aprendizagem. O


construtivismo considera a construção pelo aluno do seu próprio saber como o
aspecto mais importante do processo de ensino-aprendizagem. A visão
construtivista de cognição não é uma situação nova, já que suas raízes filosóficas
antecedem a moderna psicologia de aprendizagem; mas está, hoje, recebendo
maior atenção por parte dos educadores. Alguns estudiosos do assunto
(FOSTNOT, 1991, por exemplo,) mencionam que, enquanto a epistemologia
construtivista vem sendo bem entendida pelos educadores, suas implicações
para o ensino/design instrucional ainda não estão no mesmo patamar.

Com certeza, a figura do tutor passou a desempenhar um papel essencial na


vida acadêmica e pessoal de cada aluno, o tutor tornou-se um porto seguro para
todos. Sá (1998, p. 46) diz que se exige mais do tutor de que de cem professores
convencionais, pois este necessita ter uma excelente formação acadêmica e
pessoal. Na formação acadêmica, pressupõem-se capacidade intelectual e domínio
da matéria, destacando-se as técnicas metodológicas e didáticas. Além disso, deve
conhecer com profundidade os assuntos relacionados com a matéria e área
profissional em foco, por esse motivo a necessidade da formação continuada. Faz-

AN02FREV001/REV 4.0

147
se necessário também a habilidade para planejar, acompanhar e avaliar atividades,
bem como motivar o aluno para o estudo. Na formação pessoal, deve ser capaz de
lidar com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor de atributos psicológicos
e éticos, tais como maturidade emocional, empatia com os alunos, habilidade de
mediar questões, liderança, cordialidade e, especialmente, a capacidade de ouvir.
Collins e Berge (1996, apud PALLOFF; PRATT, 2002) classificaram as
várias tarefas e papéis exigidos do professor on-line (tutor) em quatro áreas:
pedagógica, gerencial, técnica e social.

FIGURA 21

FONTE: Acervo Pessoal.

AN02FREV001/REV 4.0

148
Diz respeito ao fomento de um
ambiente social amigável, essencial à
aprendizagem on-line. O papel do professor em
qualquer ambiente educacional é o de garantir
que o processo educativo ocorra entre os
alunos. No ambiente on-line, o professor torna-
se um facilitador. Ele conduz o grupo de
maneira mais livre, permitindo aos alunos
explorar o material do curso, ou a ele
relacionado, sem restrição.
Função pedagógica
O docente pode trazer assuntos gerais
para serem lidos e comentados, além de fazer
perguntas visando a estimular o pensamento
crítico sobre o assunto discutido. É importante
que o professor comente adequadamente as
mensagens dos alunos, as quais servirão para
estimular debates posteriores. Nesse contexto,
o professor atua como animador, tentando
motivar seus alunos a explorarem o material
mais profundamente do que o fariam na sala de
aula presencial.

Envolve normas referentes ao


agendamento do curso, ao seu ritmo, aos
objetivos traçados, à elaboração de regras e à
tomada de decisões. O professor de um curso
Função gerencial on-line é também seu administrador. Ele é
responsável por enviar um programa para o
curso com as tarefas a realizar e as diretrizes
iniciais para discussão e adaptação. Palloff
(2002) sugere que no começo do curso sejam
enviados um plano de ensino, as diretrizes e o

AN02FREV001/REV 4.0

149
código de normas de comportamento que deve
ser seguido. Em seguida, os participantes
podem comentar e debater sobre suas
expectativas em relação ao curso.

Depende do domínio técnico do


professor, sendo então capaz de transmitir tal
domínio da tecnologia aos seus alunos. Os
professores devem conhecer bem a tecnologia
que usam para atuar como facilitadores do
curso. Além disso, deverá haver um suporte
técnico disponível, de modo que, mesmo um
professor menos proficiente, possa ministrar um
curso on-line. Semelhante ao espaço
comunitário, Palloff sugere que seja destinado
um espaço em separado para acompanhar o
fluxo da aprendizagem em todo o processo.
Conscientes de que os professores
Função técnica precisam ensinar diferentemente nesse meio e
de que os alunos também atuam
diferentemente, esse espaço adquire grande
importância. Todos precisam estar conscientes
do impacto que a Educação a Distância on-line
tem na aprendizagem e facilitar a mudança de
paradigma necessária ao aluno para que ele
tenha maior impacto. “Usar a tecnologia para
aprender exige mais do que conhecer um
software ou do que se sentir à vontade com o
hardware utilizado” (PALLOFF; PRATT, 2002, p.
109).

Função social Significa facilitação educacional. O

AN02FREV001/REV 4.0

150
professor é responsável por facilitar e dar
espaço aos aspectos pessoais e sociais da
comunidade on-line. Collins e Berge (1996,
apud PALLOFF; PRATT, 2002, p. 104),
referem-se a essa função como estímulo às
relações humanas, com a afirmação e o
reconhecimento da contribuição dos alunos;
isso inclui manter o grupo unido, ajudar de
diferentes formas os participantes a trabalharem
juntos por uma causa comum e oferecer aos
alunos a possibilidade de desenvolver sua
compreensão da coesão do grupo. Esses
elementos são a essência dos princípios
necessários para construir e manter a
comunidade virtual.

Para dar um sentido de comunidade ao grupo, o tutor poderá usar algumas


estratégias, como, por exemplo: iniciar seus cursos pelas apresentações dos alunos,
para que todos se conheçam. Dessa forma, cria-se uma atmosfera confiante e
aberta, tornando real o fato de que o grupo é composto por pessoas, com sua
própria experiência de vida e saberes. Outra estratégia utilizada é a de elaborar
previamente uma atividade em grupo, com simulações ou projetos, criando a
sensação de trabalho em equipe. É essencial que o grupo on-line desenvolva uma
atitude de confiança, fundamental para a qualidade da aprendizagem na sala de
aula on-line, concluem Palloff e Pratt (2002).
Gutiérrez e Prieto (1994) nomearam de “assessor pedagógico” o professor
de Educação a Distância. Para ele, sua função é a de fazer a ligação entre a
instituição e o aluno, acompanhando o processo para enriquecê-lo com seus
conhecimentos e experiências.

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151
Segundo Gutiérrez e Prieto (1994), as características desse profissional são:
ser capaz de uma boa comunicação; possuir uma clara concepção de
aprendizagem; dominar bem o conteúdo; facilitar a construção de conhecimentos
por meio da reflexão, intercâmbio de experiências e informações; estabelecer
relações empáticas com o aluno; buscar as filosofias como uma base para seu ato
de educar; e constituir uma forte instância de personalização. Dentre as tarefas
prioritárias do “assessor pedagógico”, destacam-se a de estabelecer redes,
promover reuniões grupais e a de avaliar.
Niskier (1999) colabora dizendo que o educador a distância reúne as
qualidades de um planejador, pedagogo, comunicador, e técnico de informática.
Participa na produção dos materiais, seleciona os meios mais adequados para sua
multiplicação e mantém uma avaliação permanente a fim de aperfeiçoar o próprio
sistema. Nessa modalidade de ensino, o educador tenta prever as possíveis
dificuldades, buscando se antecipar aos alunos na sua solução.
O tutor de Educação a Distância deve ser valorizado, pois sua
responsabilidade, além de ser maior por atingir um número infinitamente mais
elevado de alunos, torna-o mais vulnerável a críticas e a contestações em face dos
materiais e atividades que elabora.
Niskier (1999, p. 393) pontua que o papel do tutor é:

Comentar os trabalhos realizados pelos alunos;

Corrigir as avaliações dos estudantes;

Ajudá-los a compreender os materiais do curso por meio das


discussões e explicações;

Responder às questões sobre a instituição;

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152
Ajudar os alunos a planejarem seus trabalhos;

Organizar círculos de estudo;

Fornecer informações por telefone, fac-símile e e-mail;

Supervisionar trabalhos práticos e projetos;

Atualizar informações sobre o progresso dos estudantes;

Fornecer feedback aos coordenadores sobre os materiais dos


cursos e as dificuldades dos estudantes;

Servir de intermediário entre a instituição e os alunos.

De acordo com Sá (1998), o tutor em Educação a Distância exerce duas


funções importantes, a primeira informativa, provocada pelo esclarecimento das
dúvidas levantadas pelos alunos, e a segunda, orientadora, que se expressa
ajudando nas dificuldades e na promoção do estudo e aprendizagem autônoma.
Para Sá (1998, p. 45) “No ensino a distância o trabalho do tutor fica de certo
modo diminuído considerando-se o clima de aprendizagem autônoma pelos alunos”,
pois muito da orientação necessária já se encontra no próprio material didático, sob
a forma de questionário, recomendação de atividades ou de leituras
complementares. Constata-se que a função do tutor deve ir além da orientação. O

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153
tutor esclarece dúvidas de seus alunos, acompanha-lhes a aprendizagem, corrige
trabalhos e disponibiliza as informações necessárias, terminando por avaliar-lhes o
desempenho.

FORMADOR:
Função pedagógica, PROFESSOR:

estímulo à Concepção e realização

aprendizagem por de cursos e materiais

meio das interações, didáticos.

concepção e
realização de cursos
e materiais didáticos.

PESQUISADOR: TECNÓLOGO
PERFIS DO
Atualização EDUCACIONAL:
TUTOR
contínua, Especialização em
investigação e tecnologias
reflexão sobre a educacionais.
própria prática.
TUTOR:
Orientação e Avaliação
da aprendizagem a
MONITOR:
Distância.
RECURSO DIDÁTICO: Exploração de
Resposta às dúvidas materiais específicos,
dos alunos em grupos de
aprendizagem.

AN02FREV001/REV 4.0

154
Litwin (2001) pontua que os programas de Educação a Distância privilegiam
o desenvolvimento de materiais para o ensino em detrimento da orientação aos
alunos, das tutorias, das propostas de avaliação ou da criação de comunidades de
aprendizagem. Os materiais de ensino convertem-se em portadores da proposta
pedagógica da instituição.
Esse material torna-se objeto de reflexão e análise no âmbito da tutoria. É
necessário que exista coerência entre a atuação do tutor e os objetivos da proposta.
A falta de coerência pode significar um dos problemas mais sérios que pode
enfrentar um programa dessa modalidade. O tutor pode mudar o sentido da proposta
pedagógica pela qual foram concebidos o projeto, o programa ou os materiais de
ensino. Sua intervenção poderá melhorar a proposta, agregando-lhe valor. Se o tutor
tiver formação adequada estará apto a entender, melhorar, enriquecer e aprofundar
a proposta pedagógica oferecida pelos materiais de ensino no âmbito de um
determinado projeto (LITWIN, 2001).
Todas as atividades, tarefas e exercícios propostos devem ser
cuidadosamente corrigidos em tempo hábil, para que o tutor tenha a chance de
interferir na aprendizagem e fazer o acompanhamento necessário, mediando o
processo. O tutor, ao avaliar o processo de ensino e aprendizagem, compara o grau
de satisfação do aluno com o curso por meio de métodos estatísticos, fichas de
avaliação e de observação.
A tutoria é o método mais utilizado para efetivar a interação pedagógica, e é
de grande importância na avaliação do sistema de ensino a distância. Os tutores se
comunicam com seus alunos por meio de encontros programados durante o
planejamento do curso. O contato com o aluno começa pelo conhecimento da
estrutura do curso, e é preciso que seja realizado com frequência, de forma rápida e
eficaz. A eficiência de suas orientações pode resolver o problema de evasão no
decorrer do processo.
Maia (2002) destaca que na Educação a Distância é preciso pontuar outra
diferença: entre o professor-autor e o professor-tutor, embora ambos sejam
profissionais virtuais. O professor-autor desenvolve o teor do curso, escreve e
produz o conteúdo e atua na organização dos textos e na estruturação do material.
É preciso que ele conheça as possibilidades e ferramentas do ambiente, pois deverá
interagir com a equipe de desenvolvimento para entender a potencialidade dos

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155
recursos a serem utilizados e elaborar o desenho de texto e do conteúdo do curso,
de forma a contemplar todas essas potencialidades.
Após a conclusão do conteúdo pelo professor-autor, entra em ação o
professor-tutor cujo papel é o de promover a interação e o relacionamento dos
participantes. Maia (2002, p. 13) enfatiza certas habilidades e competências
necessárias ao tutor:

 Competência tecnológica: domínio técnico suficiente para atuar com


naturalidade, agilidade e aptidão no ambiente que está utilizando. É preciso ser um
usuário dos recursos de rede, conhecer sites de busca e pesquisa, usar e-mail,
participar de listas e fóruns de discussão, ter sido mediador em algum grupo. O tutor
deve ter um bom equipamento e recursos tecnológicos atualizados, inclusive com
plug-ins de áudio e vídeo instalados, além de uma boa conexão com a Web. O tutor
deve ter participado de pelo menos um curso de capacitação para tutoria ou de um
curso on-line; preferencialmente, utilizando o mesmo ambiente em que estará
desenvolvendo sua tutoria.
 Competências sociais e profissionais: deve ter capacidade de
gerenciar equipes e administrar talentos, habilidade de criar e manter o interesse do
grupo pelo tema, ser motivador e empenhado. É provável que o grupo seja bastante
heterogêneo, formado por pessoas de regiões distintas, com vivências bastante
diferenciadas, com culturas e interesses diversos, o que exigirá do tutor uma
habilidade gerencial de pessoas extremamente eficiente. Deve ter domínio sobre o
conteúdo do texto e do assunto, a fim de ser capaz de esclarecer possíveis dúvidas
referentes ao tema abordado pelo autor, conhecer os sites internos e externos, a
bibliografia recomendada, as atividades e eventos relacionados ao assunto. A tutoria
deve agregar valor ao curso.

O tutor deve deixar claras as regras do curso; ser capaz de comunicar-se


textualmente, com clareza, não deixando margem para questões e colocações
dúbias que venham a prejudicar a aprendizagem.
A tutoria é a função necessária para orientar, dirigir e supervisionar o ensino-
aprendizagem. Ao estabelecer o contato com o aluno, o tutor complementa sua
tarefa docente transmitida por meio do material didático, dos grupos de discussão,

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156
listas, correio-eletrônico, chats e de outros mecanismos de comunicação. Assim,
torna-se possível traçar um perfil completo do aluno: por via do trabalho que ele
desenvolve, do seu interesse pelo curso e da aplicação do conhecimento pós-curso.
O apoio tutorial realiza, portanto, a intercomunicação dos elementos
(professor-tutor-aluno) que intervêm no sistema e os reúne em uma função tríplice:
orientação, docência e avaliação.

5.4 AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A avaliação em EAD tem algumas características que são resultado do


paradigma educacional proposto ao processo de ensino-aprendizagem e à natureza
do processo específico.
Para Gonçalves (1996, p. 140):

A avaliação, não importa a missão que se lhe proponha cumprir, parece ter
o dom de despertar nas pessoas suas defesas mais escondidas. É, na
educação, um processo revestido de rituais complexos, que resulta por
torná-la um mito. No caso da avaliação da aprendizagem, tal mitificação ao
invés de possibilitar às pessoas maior consciência de como está se
desenvolvendo internamente o processo de construção do conhecimento,
termina por confundi-las, tornando-as dependentes de algum veredicto
externo que determine se estão aprendendo ou não.

Um ensino centralizado no aluno, como é a EAD, traz intensas


transformações no processo de avaliação. Algumas dessas transformações são
fontes de intermináveis debates entre educadores, políticos e empresários da área
de ensino. Dentre elas podemos citar:

Adoção e consequente valoração de uma navegação por


a.
hipertexto dentro do contexto da Internet.

Aceitação de múltiplas tecnologias nos diferentes


b.
momentos de EAD.

Ênfase em tecnologias que estimulem a ambientação e o


c. apoio socioafetivo, como resultado de pesquisas sobre a
contextualização nos países latinos e africanos.

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Previsão de contínuo e permanente apoio ao estudante,
d.
com frequentes feedbacks.

Entendimento e a prática de vivência de trabalho como um


e.
time integrado.

Necessidade de coordenação e apoio das atividades em


geral e nos diversos ambientes e "sites" em particular;
f.
além da permanente necessidade de avaliação do Ensino
a Distância e da Educação a Distância em particular.

De acordo com Medeiros (1999), cabe a cada ambiente de aprendizagem,


no seu sentido estrito e amplo, a existência de processos do tipo alavancagem,
como proposto por Vygotsky em seu delineamento dos níveis de desenvolvimento
proximal em relação ao real/potencial e em direção a uma aprendizagem autônoma
e emancipatória, em que se incluem as ideias de Habermas.
Na medida em que o desenvolvimento emancipatório e autônomo implica em
um resgate dos conceitos de participação qualificada, de compromisso, de
colaboração, esses pressupõem uma relação equilibrada, de busca de igualdade
real, sem perda da qualidade, da autoridade, mas, principalmente, sem perda da
autoria e da autonomia social e individual construída pela criação de argumentos. É
com base na construção de argumentos que se trabalha processualmente a
aprendizagem e, nela, a avaliação. Nessa perspectiva, a aprendizagem é
continuamente buscada na ação dos sujeitos.
O comentário segundo Gonçalves (1996), tantas vezes repetido, de que não
é séria a ação de Ensino a Distância, dispensa a exigência da avaliação presencial
da aprendizagem, confirma a percepção de uma relação de desconfiança, entre
professor e aluno, além de a educação ser vista como algo externo ao indivíduo.
Prossegue ainda em suas assertivas afirmando que há situações em que a
presencialidade na avaliação é uma condição de aperfeiçoamento da aprendizagem,
por exemplo, aquelas que envolvem algumas habilidades motoras complexas. Em
tais situações, a não previsão de avaliação ou de avaliação presenciais poderia ser

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tida como irresponsável; pois, se é imprescindível para a aprendizagem, torna-se um
direito do aluno que deve ser respeitado.
Na maioria das vezes, para fins de avaliação da aprendizagem na EAD, a
presença é exigida. Isso acontece menos por ser necessário e mais porque não se
conseguiu desenvolver uma forma de avaliar que supere a presencialidade. Uma
situação de avaliação que, por exemplo, permita consultas a documentos de
qualquer natureza, não tem porque ser presencial – no entanto, a lógica demonstra
que, no Ensino a Distância, é muito difícil avaliar mudanças de comportamento,
memorização e atitudes que não de forma presencial.
O sistema de ensino-aprendizagem tradicional prioriza a transmissão de
informações e imagens mediante definições que devem ser armazenadas
progressivamente, considerando o aluno como receptador passivo. No entanto, esta
perspectiva, ainda existente na EAD, muitas vezes, considera a avaliação como um
momento determinado, separado do processo de aprendizagem.
A avaliação realiza-se a partir de instrumentos de mensuração do
conhecimento adquirido em determinados períodos. Muitas vezes é estabelecida
uma data para aplicação do instrumento de avaliação, tais como prova, trabalho,
seminário, cujos resultados são julgados pelo professor, que estabelece os critérios
de julgamento. Na maioria das vezes, esses critérios não são conhecidos pelos
alunos, tornando-os subjetivos no entendimento dos estudantes, o que pode levar à
desconfiança em relação à avaliação e provocar desordens entre professor e aluno.
Esse modelo possibilita o aparecimento de desconfianças quanto às preferências e
simpatias pessoais dificultando, ainda mais, o relacionamento e o processo de
ensino-aprendizagem.

Embora persista o processo baseado em conceitos tradicionais que


privilegiam a relação de autoridade e dependência e objetivam o controle sobre os
alunos, distanciando o professor e conferindo-lhe poder total para julgar. Nesse caso
são esquecidos fatores importantes que podem influir negativamente na avaliação,
tais como a inadequação do momento, tempo e local para sua realização.
A avaliação é um processo natural e contínuo, no qual o ser humano está
constantemente sendo avaliado e avaliando. Na EAD, devido às questões de
distância, o professor deve perceber que a avaliação independe de utilizar ou não

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159
técnicas formais, quando distribui tarefas, define as normas para sua execução,
estabelece o assunto a ser pesquisado, aprova ou não o trabalho. Necessita
perceber que a avaliação é um processo contínuo, cumulativo e compreensivo,
decorrente do ensino-aprendizagem e que procura verificar as mudanças no
comportamento, no sentido de valorizar e motivar o desenvolvimento de habilidades
e atitudes.
O professor não deve somente comparar resultados obtidos com aqueles
esperados. Para causar um efetivo aprendizado, o aluno deve identificar suas
deficiências de aprendizagem e as causas dessas deficiências, para isso é
necessário estabelecer objetivos claros a serem alcançados dentro do aprendizado
referente ao conteúdo de determinada disciplina e acima de tudo estar determinado.
Ao iniciar um curso na modalidade de EAD imediatamente devem estar
idealizadas as formas avaliativas no manual do aluno, com o intuito de tornar
melhores os objetivos a serem atingidos. Além dos objetivos é preciso estabelecer o
conteúdo, avaliação, quais os padrões mínimos de desempenho esperados do aluno
e que formas serão utilizadas para alcançar as metas educacionais.
A avaliação é parte do processo de ensino-aprendizagem, e possibilita o
acompanhamento dos alunos em diferentes momentos, evidenciando os avanços
necessários para que eles continuem no seu processo de crescimento. É um tema
de vital importância na EaD, destaca-se como um recurso de: medidas, objetivos do
ensino, de métodos, conteúdos, currículos, programas e das próprias habilidades do
professor.
Os indivíduos buscam seu autodesenvolvimento, procuram atingir seus
objetivos, vencendo limitações e desafios. Porém, a forma como atuam tentando
atingir suas metas é diferente. As pessoas têm comportamentos e objetivos
diferentes, por isso devem ser tratadas de formas diferentes. Os educadores devem
dar atenção às diferenças individuais, pois por este ângulo há uma grande
possibilidade de fazer com que os alunos produzam com maior satisfação,
alcançando o nível de aprendizagem.
Quando o professor utiliza técnicas abertas para avaliar o crescimento no
processo de aprendizagem do aluno, ele pode obter informações que demonstrem
as dificuldades ou o avanço que cada um atingiu. Essas evidências criam
referências para identificar qual a melhor maneira de desenvolver a potencialidade

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160
do estudante, satisfazendo também suas necessidades de estima e autorrealização
pela valorização dos esforços pessoais, pela abertura de espaços para a criatividade
individual.
O educando deve ser motivado a satisfazer sua necessidade de
autorrealização aprendendo que concorrência pode significar a superação de suas
próprias dificuldades, não valorizando excessivamente os resultados obtidos pelos
outros. Cabe ao professor oferecer condições aos alunos de satisfazê-las. Nesse
caso, o docente deve considerar como verdadeira motivação, aquelas necessidades
que são internas, intrínsecas ao indivíduo como a sua própria constatação de
crescimento, o reconhecimento pelos seus esforços, a possibilidade de empreender
algo novo.
As necessidades extrínsecas, mais perceptíveis, são aquelas que promovem
a satisfação a partir de fatores externos à própria pessoa, como a nota atribuída pelo
professor ou as condições ambientais para realizar trabalhos. Assim, o aluno poderá
deixar de motivar-se a partir do aprendizado em si, que é o fator responsável pelo
seu autodesenvolvimento e que permite a satisfação de suas necessidades internas
de autoestima e autorrealização.
É essa forma de satisfação que leva o aluno a envolver-se com o processo
de aprendizagem motivando-se a partir de suas próprias carências intrínsecas.
Confirma-se, então, para o aluno que o significado do processo de avaliação é o seu
desenvolvimento pessoal e não apenas a nota obtida em momentos determinados.
O feedback é uma ferramenta disponível para que o aluno tome
conhecimento dos resultados alcançados durante o processo de ensino-
aprendizagem, pois analisando os resultados é possível corrigir falhas, reformular o
planejamento proposto e evidenciar os acertos e resultados positivos, elevando a
autoestima. Permite ao indivíduo o julgamento de seu comportamento e as
correções necessárias para alcançar o objetivo final.
Para tanto, o feedback deve ser contínuo, reforçando os acertos, elevando a
autoestima e identificando as falhas, possibilitando com isso uma revisão e uma
modernização eficiente por parte do professor ou do tutor. A avaliação contínua e
cumulativa é parte do processo de aprendizagem em EAD, e não somente um
momento determinado, desvinculado do processo.
Dessa forma, as fontes de satisfação e recompensa ocorrem a partir do

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161
próprio aprendizado, desencadeando a motivação interna que surge e se mantém,
principalmente, quando os alunos sabem o que se espera deles e como será
orientado e avaliado pelo professor. Quando o estudante conhece o objetivo e o
conteúdo da disciplina e os padrões de desempenho mínimos que são exigidos,
tende a se comprometer buscando realizar um bom trabalho, e sentindo a alegria de
ser bem-sucedido.
O educador/tutor deve estar sempre atento aos progressos dos alunos
procurando orientá-los e incentivá-los para o desenvolvimento de suas
potencialidades, levando-os a atingir os objetivos propostos. O educador/tutor deve
assumir uma postura de motivador do processo, promovendo a aprendizagem
progressiva e efetiva do conteúdo abordado.
O professor deve demonstrar certeza na capacidade dos alunos, elogiar os
progressos obtidos antes de apontar as deficiências, que devem ser analisadas
conjuntamente, indicando sua disposição de auxiliar o aluno na busca por resultados
positivos. Deve destacar a importância do desenvolvimento da aprendizagem e a
satisfação do bom trabalho. Deve ser um bom ouvinte e comunicador, pois por meio
da participação de um diálogo construtivo, possibilita a efetivação da aprendizagem
de forma mais apropriada e satisfatória.
Quando se pretende avaliar aprendizagens, deve-se primeiro compreender o
que é aprendizagem, como ela ocorre e o que ela acarreta. Diante disso, temos a
afirmação de que a aprendizagem é um processo de aquisição e formulação de
novos conhecimentos, de desenvolvimento de competências e que de certa forma,
produz modificações no comportamento das pessoas. A aprendizagem necessita de
fatores e estímulos internos do indivíduo, bem como dos estímulos externos.
Para se iniciar um processo de avaliação de aprendizagens, em qualquer
modelo de ensino, é imprescindível o planejamento. Por meio dele pode-se ter
claramente a visão dos objetivos que se pretende alcançar. Para isso, se considera
todos os aspectos do processo de ensino-aprendizagem e todos os elementos que
permeiam esta relação. Acompanhar o desenvolvimento do aluno, conhecer sua
postura e procedimento, saber como ele aprendeu o conteúdo, como o utiliza em
determinados contextos e situações requer auxílio de ferramentas, meios e
procedimentos que auxiliem o professor na busca destas respostas.

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Classificar o aprendiz (aluno) neste processo é uma exigência legal dos
órgãos de educação. Entretanto, não é um fim da avaliação, que se propõe a muito
mais. Aqui entram também os aspectos éticos do ato de ensinar, de formar cidadãos
conscientes, de dar condições para que o indivíduo se desenvolva, cresça como
pessoa e busque sua autonomia e possa atuar em prol do conhecimento,
modificando realidades, principalmente na Educação a Distância.
Por meio de uma visão holística, que considera um todo e transcende o fator
“nota”, é possível utilizar a avaliação para diagnosticar problemas no aprendizado e
propor as melhorias, fornecendo o feedback propulsor de ajustes e de
potencializações das práticas e métodos pedagógicos utilizados no processo de
ensino-aprendizagem.
Dessa forma, além de ser constante, formativa, a avaliação deve ser
diagnóstica, levantar questionamentos e buscar respostas para promover a melhoria
dos processos de ensino-aprendizagem, verificando os sucessos e insucessos de
determinadas ações, dos meios, materiais e recursos utilizados, bem como da
atuação.
Segundo Peters (1997), nas universidades a distância se desenvolvem
cursos que estabelecem o caminho da aprendizagem dos estudantes, nos quais
esses podem acompanhar os conteúdos oferecidos e exercer sua autonomia. Com
esse princípio, os cursos são planejados, desenvolvidos e experimentados conforme
esta concepção, apresentando, além dos conteúdos, intervenções didáticas.
No ambiente de EAD, a avaliação precisa ser específica e estender sua
análise sobre os outros tipos e variedades de aprendizados como a questão da
tecnologia empregada e sobre seu mecanismo próprio de ensino-aprendizagem.
Atualmente, tanto a percepção e o modo de se avaliar exigem uma nova postura,
uma nova atuação dos avaliadores. Os processos mudaram e com eles as
oportunidades de se levar conhecimento às mais remotas partes do país e do
mundo.
Há diversas formas de avaliação que englobam tanto as condições
qualitativas quanto as quantitativas. Não se deve restringir o método de avaliação a
uma ou outra modalidade. Na verdade, as combinações de diversos instrumentos
podem oferecer subsídios ao avaliador, dotando-o de conteúdos que possam ajudá-
lo a formular um conceito mais aproximado do real e do ideal.

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Não há fórmulas, e cada caso é um caso. Há de se avaliar o projeto
pedagógico proposto e seus objetivos, o ambiente onde será realizada determinada
ação educativa, os recursos e tecnologias envolvidas e muitos outros itens para
planejar a melhor estratégia de avaliação.
Devemos considerar o processo de aprendizagem centralizado no aluno,
para humanizar o processo, tendo em vista seu desenvolvimento contínuo. Avaliar
dentro dessas possibilidades prevê o melhoramento do processo educacional,
admitindo as expressões do conhecimento do indivíduo e o enriquecimento em
todos os sentidos.
Na Educação a Distância (on-line), a avaliação de aprendizagem demanda a
estruturação e a construção de novos conceitos e práticas pedagógicas que possam
considerar os recursos interativos e os processos colaborativos de aprendizagens
com as práticas de avaliação que vislumbrem a construção do conhecimento, e não
apenas a sua reprodução memorizada, como vemos em muitos cursos na
modalidade a distância.
A prática avaliativa deve fazer parte do processo de aprendizagem durante
todo o percurso, e não apenas ser vista como uma atividade externa ao processo
pedagógico. Deve ser formulada especificamente para atender a determinadas
características dos cursos e contextos próprios para poder avaliar de forma a
considerar as individualidades e o real processo de construção do conhecimento, no
qual se torna mais importante o significado do instrumento dentro do processo
avaliativo, do que o tipo a ser utilizado.

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5.4.1 Instrumentos de avaliação

Considerando a variedade de instrumentos em suas interfaces, os mais


usuais em EAD são:

Realizadas para promover a discussão de temas específicos do


Discussões
curso. Essas discussões podem ser realizadas de três formas.
Discussão assíncrona, conduzida pelos formadores, que
incentivam a troca de ideias e experiências. Favorece a reflexão
Fórum
e a elaboração das participações, possibilitando maior qualidade
e aprofundamento.
Semelhante à atividade Fórum, no entanto nesta modalidade um
Seminário ou dois grupos ficam responsáveis por propor as questões
Virtual discutidas, conduzir as discussões do fórum, fazer uma análise e
avaliar a participação dos colegas.
Discussão síncrona que gera participações curtas e pouco
Bate-Papo
elaboradas, no entanto possibilita aumentar a proximidade entre
(chat)
os participantes do curso, aumentando a colaboração.
Onde todo processo pode ser comentado pelos formadores e
aprendizes de forma colaborativa e construtiva. O aprendiz é
Portfólio
motivado a entrar em um ciclo de revisões, no qual tem a
oportunidade de construir e depurar os novos conhecimentos.
As provas a distância consistem em exercícios contendo
questões que os estudantes terão que responder e enviar ao
Provas a centro do curso/tutor. As presenciais, por sua vez, podem ser de
distância ou vários tipos: de ensaio ou de resposta livre, prova prática ou de
presenciais execução, prova objetiva e prova oral, sendo essa última
raramente utilizada nesta modalidade de ensino, exceto em
provas de idioma, podendo ser feita por meio de áudio ou vídeo.

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Reflexões do aprendiz sobre o próprio processo de
aprendizagem por meio de relatos de suas experiências. Uma
Relatos ferramenta interessante é o Diário de Bordo, que permite leitura
e comentário apenas de formadores e também os Blogs que
permitem a inserção de fotos, imagens, links, enquetes e outros.

Na avaliação em Educação a Distância o feedback é apontado como um


importante elemento para a aprendizagem independentemente da teoria de
educação que o embasa, embora existam diferenças substanciais na forma como é
usado e no lugar que ocupa para cada diferente referencial teórico. Considerando a
EAD, o feedback apresenta importância central no processo de aprendizagem,
potencializando os resultados e motivando o sujeito cognoscente, pois permite ao
“curso” estabelecer um diálogo pelo qual o estudante interage com o objeto de
aprendizagem. Sem esta interação, a solução torna-se apenas uma lista de
informações publicada na rede. São formas de feedback:

Informal
É normalmente dado de forma oral, em uma conversa com o
aluno ou o grupo de alunos. Em EAD normalmente é utilizada a
comunicação por e-mail, fórum ou chat, quando o professor/tutor
dá uma resposta na discussão para estimular a participação ou
corrigir o rumo.

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Formal
Nele se encontram todos os testes de aprendizado. E pode ser
encontrado nas respostas aos exercícios de fixação, na
avaliação final e nos medidores de desempenho.

Direto
Quando é direcionado a um aluno, a um grupo (sendo o
trabalho de grupo) ou por consequência de uma determinada
atividade/tarefa. O ideal, quando falamos de um ensino a
distância, é que a comunicação sempre seja feita diretamente
ao aluno, pelo seu desempenho. Isto se torna essencial nos
cursos com pouca interação, pois neste caso o aluno está
sozinho no processo de ensino e algo direcionado ao grupo, do
qual ele pouco ou nada sabe, aumenta ainda mais a distância
entre ele e o conteúdo.

Indireto
Direcionado a toda a turma ou para avaliar o desempenho geral.
Não menciona nomes nem tarefas específicas.

FIM DO MÓDULO V

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