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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

PROGRAMA ENSINAR-FORMAÇÃO DE PROFESSORES


CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

Fonte:https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/noticias/7-links-
para-ensinar-geografia-utilizando-novas-tecnologias/

ENSINO DE GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático no


Ensino Médio.

FRANCISCO EDUARDO CUNHA DE OLIVEIRA


JOEFERSON BOGEA SILVA

SÃO MATEUS DO MARANHÃO


2022
FRANCISCO EDUARDO CUNHA DE OLIVEIRA
JOEFERSON BOGEA SILVA

ENSINO DE GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático no


Ensino Médio.

Proposta Pedagógica apresentada ao


Curso de Geografia da Universidade
Estadual do Maranhão como requisito
parcial para a obtenção do grau de
licenciados em Geografia.

Orientadora: Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro


Rocha.

SÃO MATEUS DO MARANHÃO


2022
Oliveira, Francisco Eduardo Cunha de e Silva, Joeferson Bogea

ENSINO DE GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático no Ensino


Médio / Francisco Eduardo Cunha de Oliveira, e Joeferson Bogea Silva

. – São Luís, 2021.

78. f

Proposta Pedagógica (Graduação) – Curso de Geografia Licenciatura,


Universidade Estadual do Maranhão, 2021.

Orientador: Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro Rocha.

1.Ensino de geografia. 2.Recurso didático. 3. Celular.Título.

CDU:911
FRANCISCO EDUARDO CUNHA DE OLIVEIRA
JOEFERSON BOGEA SILVA

ENSINO DE GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático


noEnsino Médio.

Proposta Pedagógica apresentada ao


Curso de Geografia da Universidade
Estadual do Maranhão como requisito
parcial para a obtenção do grau de
licenciados em Geografia.

Orientadora: Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro


Porto.

Aprovada em: ____/_____/2022

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro Rocha


Dra. em Ciências Sociais – UFPA
Universidade Estadual do Maranhão
(Orientadora)

1° Examinador

2° Examinador
DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho a Deus, o grande maestro


das nossas vidas pois sem ele nada seria possível.
Aos nossos pais por serem que tanto contribuíram
para nossa formação com sua compreensão,
companheirismo e amor.
AGRADECIMENTOS

De Francisco Eduardo Cunha de Oliveira


A Deus, luz substancial que me sustentou em suas mãos, me dando
forças, entendimento e otimismo para conseguir enfrentar todos os entraves que
surgiram ao longo da minha trajetória, e a todo vigor que este me proporciona
corriqueiramente para alcançar meus objetivos.
A minha família, que em todo percurso me incentivou para alcançar mais
essa conquista, em especial minha mãe Maria Antonia Sousa Cunha que, com
história de vida semelhante de trabalho árduo, onde o foco principal sempre foi o
encaminhamento para ver seu filho formado, tanto na vida pessoal como
profissional, foi o meu centro de exemplo, determinação e persistência.
A minha orientadora Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro Rocha, que com toda a
sua experiência, paciência, amizade e com bons conselhos desde o início desta
jornada nos ajudou na produção desse trabalho.
A todos os professores do Curso que, com todos os seus conhecimentos,
conselhos, ajuda e pela paciência nos promoveram saberes imprescindíveis.
Aos meus colegas de turma, pelo ambiente amistoso no qual convivemos
e solidificamos os nossos conhecimentos, o que foi fundamental na elaboração
deste trabalho de conclusão de curso.
A todos que participaram, direta ou indiretamente do desenvolvimento
deste trabalho de pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado.

De Joeferson Bogea Silva

Primeiramente agradeço a Deus, que em sua fidelidade e amor, tem me


sustentado dia após dia, me proporcionando chegar até aqui com êxito em minha
jornada pela Universidade.
Aos meus pais Ana Cassia Bogea Maciel e José Osmar de França Silva a
quem devo gratidão pelo carinho, dedicação e ensinado a seguir o caminho certo
e que acreditavam que era capaz de realizar meus objetivos.
Aos colegas de Curso, que nos encontros presenciais sempre aproveitavam
para incentivos mútuos e trocas de experiências.
À minha orientadora Profa. Dra. Iris Maria Ribeiro Rocha, pelo seu apoio
desde o início desta jornada, pela excelente orientação, pela sua dedicação,
competência, disponibilidade, exemplo e amizade.
Por fim a todos que de forma direta e indireta contribuíram nesse processo
de transformação acadêmica, a todos meu muito obrigado.
https://porvir.org/professor-leva-metodologias-ativas-e-tecnologia-para-a-aula-de-geografia/

A mente que se abre a uma nova ideia


Jamais voltará ao seu tamanho original.

(Albert Einstein)
RESUMO

Este é um estudo e uma Proposta Pedagógica sobre utilizar o celular com recurso
metodológico para ensinar e aprender Geografia. Utilizar aplicativos para celular como
potencializadores para discutir temáticas geográficas. A partir deste instrumento, este
trabalho tem a assertiva de que usar recursos pedagógicos diferentes dos tradicionais
no ensino de geografia potencializa a construção de conhecimentos das temáticas
geográficas. Utiliza como método o Histórico-dialético, como tipo de pesquisa segundo
os objetivos, é exploratória. A coleta dos dados foi feita através de questionários e da
testagem em sala de aula de atividades que compõem a Proposta para a aplicação
do professor. Quanto aos procedimentos técnicos de análise dos dados configura-se
como uma pesquisa Qualitativa. Faz uso de materiais bibliográficos de autores que
dialogam sobre outras linguagens na escola e no ensino de Geografia. Apresenta
como resultado dados que confirmam que existe um quantitativo expressivo de
aprovação dos alunos que reconhecem no celular uma forma agradável e lúdica de
aprender, e o reconhecimento do professor de que é um recurso interessante e capaz
de ser utilizado como recurso pedagógico e que pode fazer uso deste em sala de aula.
Conclui que o celular é um produto que está na mão do aluno, que a maioria deles
tem como prática utilizá-lo em sua rotina diária dentro e fora da escola e está presente
na sala de aula apenas como um instrumento de acesso a mídias sociais pelo aluno
e professor. Conclui ainda que o celular através de aplicativos e do acesso a internet
traz elementos consideráveis para se refletir sobre assuntos geográficos em todos os
conceitos centrais da Geografia, como Lugar, Região, Espaço, Paisagem e Território.

Palavras-chave: celular; ensino de Geografia; recurso didático.


ABSTRACT

This is a study and a Pedagogical Proposal on using the cell phone as a


methodological resource to teach and learn Geography. Uses mobile applications as
potentiators to discuss geographic themes From this instrument, this work has the
assertion that using pedagogical resources different from the traditional ones in the
teaching of geography, enhances the construction of knowledge of geographic themes.
It uses the Historical - dialectical method, as a type of research according to the
objectives is Exploratory. Data collection was done through questionnaires and
classroom testing of activities that make up the Proposal for teacher application. As for
the technical procedures of data analysis, it was configured in a Qualitative research.
It makes use of bibliographic materials from authors who talk about other languages
at school and in the teaching of Geography. It presents as a result data that confirm
that there is an expressive amount of approval from students who recognize in the cell
phone a pleasant and playful way of learning, and the teacher's recognition that it is an
interesting resource and capable of being used as a pedagogical resource and that
they can use it in the classroom. It concludes that the cell phone is a product that is in
the student's hand, that most of them have the practice of using it in their daily routine
inside and outside school and it is present in the classroom only as an instrument of
access to social media by the student. student and teacher. It also concludes that the
cell phone through applications and internet access brings considerable elements to
reflect on geographic issues in all the central concepts of Geography, such as Place,
Region, Space, Landscape and Territories.

Keywords: cell; teaching geography; didactic resource.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Horn-Book.............................................................................................. 25
Figura 2 - Ferule.................................................................................................... 25
Figura 3 - Colégio Pedro II.................................................................................... 38
Figura 4 - Centro da cidade – São Mateus do Maranhão..................................... 49
Figura 5 - Imagem da Terra obtida através do Google Earth............................... 50
Figura 6 - Imagem do app GeoAtlas..................................................................... 51
Figura 7 - Plataforma Kahoot................................................................................ 51
Figura 8 - Escola em que foi realizada a proposta................................................ 53
Figura 9 - Aplicação do questionário com os discentes........................................ 54
Gráfico1- Alunos que possuem celular com internet............................................. 55
Gráfico 2 - Quantitativo sobre os principais uso do celular pelos alunos em sala de
aula....................................................................................................................... 56
Gráfico 3 - Quantitativo sobre o motivo de usarem o celular em sala de aula..... 56
Gráfico 4 - Sobre a utilização do aparelho celular como recurso pedagógico...... 57
Figura 10 - Apresentação dos aplicativos............................................................ 58
Figura 11 - Realização da segunda atividade proposta....................................... 59
Gráfico 5 – Se gostaram como os conteúdos foram trabalhados como a utilização
do celular................................................................................................................. 60
LISTA DE SIGLAS

AGB Associação dos Geógrafos Brasileiros


APPS Application
MEC Ministério da Educação
NAVE Núcleo Avançado em Educação
PRONIF Programa Nacional de Informática na Educação
SEAD Secretaria de Educação a Distância
SIG Sistema Integrado de Gestão
TICS Tecnologia de Informação e Comunicação
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................14

1.2 Objetivos.............................................................................................................18

2METODOLOGIA......................................................................................................22

3 O LUGAR DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

BRASILEIRA..............................................................................................................25

4 METODOLOGIAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA AO LONGO DE SUA

TRAJETÓRIA.............................................................................................................34

5 UTILIZAÇÃO DO CELULAR COMO RECURSO DIDÁTICO..................................44

5.1 Aplicativos para o ensino da

Geografia...................................................................................................................48

6 ENSINAR GEOGRAFIA NO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO COM UTILIZAÇÃO DO

CELULAR: uma experiência metodológica............................................................53

7 UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA COM A

UTILIZAÇÃO DO CELULAR......................................................................................62

8 CONCLUSÃO..........................................................................................................70

REFERÊNCIA............................................................................................................72

APÊNDICES...............................................................................................................79

ANEXOS....................................................................................................................80
14

1 INTRODUÇÃO
___________________________________________________________________

A Geografia é uma disciplina que tradicionalmente foi reconhecida como


uma série de conteúdo para serem decorados. Portanto, apenas como mnemônica,
sem a identificação de se tratar de uma peça fundamental para compreender a
ligação existente entre a comunidade e o meio na qual está inserida, assim como
oportunidade de desenvolvimento da cidadania, entre outros objetivos da disciplina.
Os objetivos do ensino de Geografia para Santos (2000) precisam estar
relacionados com o momento atual, já que o ensino deve estar ligado a realidade
que o estudante vivencia. Na visão de Moran é um grande desafio para os
educadores
Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação
significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre
tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais
abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial.
Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos. [...].
Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o
emocional, o ético, o pessoal e o social (MORAN, 2013, p.28).

Confirmando essa perspectiva, Cavalcanti (2005) reconhece a


importância do ensino da Geografia no âmbito escolar, uma vez que esse se
constitui em um processo de apropriação cultural exclusivo, para a formação de
observar e pensar a realidade, despertando um olhar geográfico, fundamentado no
desenvolvimento de conceitos geográficos.
Na contemporaneidade, a complexidade da sociedade, do homem e do
meio, exige que o ensino esteja atualizado com essa realidade, especificamente o
objeto deste trabalho, o ensino de Geografia. Uma das problemáticas que surge
quando não há essa conexão, é a falta de motivação dos alunos devido a inexistência
de um ambiente agradável e estimulante, como Santos e Chiapetti (2011, p.168)
evidenciam
Um dos grandes problemas enfrentados pela escola pública brasileira
atualmente é a falta de motivação dos alunos em relação às aulas. Os
alunos vivem em um mundo de complexas transformações
socioeconômicas, tecnológicas, políticas, e vão para a sala de aula cheios
dessas expectativas e agitações. Por outro lado, nem sempre encontram
na escola um ambiente agradável e motivador. [...] o ambiente pedagógico
tem de ser lugar de fascinação e inventividade. Não inibir, mas propiciar
uma dose de entusiasmo requerida para que o processo de
aprender aconteça como uma mistura de todos os sentidos.

De acordo com Moran (2000), não existe uma receita para o ensino,
devido as situações diversas e plurais da ambiência escolar, no entanto, cada
15

docente deve encontrar uma maneira de comunicar e ensinar de forma prazerosa


para ajudar na aprendizagem na melhor forma possível. São as variadas
metodologias e os recursos didáticos utilizados pelos docentes que ajudam a
dinamizar o cotidiano da escola e a contribuir para o sucesso do processo
educacional.
A metodologia passiva utilizada tradicionalmente, de forma que o
professor expõe e o estudante apenas escuta, segundo Hoehnke; Koch; Lutz (2005),
pode levar a graves problemas ao propor aos estudantes apenas atividades
passivas sem engajamento nas aulas, sem provocar o desejo de aprender e isso
acabe levando a repetição, dependência e controle total do estudante pelo professor.
Nesse comportamento pode ser construído aquilo que ele quer e não o que o aluno
deseja realmente para ele. Com isso influencia na sua formação e além do mais
pode fazer com que o estudante não tenha um contato com a realidade. Assim,
muitas vezes perde as capacidades criativas individuais e passa a ser puramente
mecânicas.
Dessa forma o ensino da Geografia tem que ir para além dos livros didáticos
como única referência. Muitas escolas e professores ainda continuam desenvolvendo
modelos e recursos tradicionais, como prática rotineira e única forma de ensinar os
alunos e com isso surge o desinteresse como cita Cavalcanti (2010, p.03), em relação
à maneira tradicional em que a Geografia é costumeiramente ensinada;
[...] a maioria não se interessa pelos conteúdos que essa disciplina trabalha.
No entanto, se a Geografia contemplar a diversidade da experiencia dos
homens na produção do espaço, as questões espaciais estão sempre
presentes no cotidiano de todos eles, seja dimensões globais ou locais. É
o caso de se questionar, então, por que os alunos não mostram interesse
especial pelos conteúdos da disciplina, limitando-se, na maior parte das
vezes, ao cumprimento formal das obrigações escolares.

Sendo assim, fica evidente que são fundamentais as discussões


contemporâneas que são feitas nos ambientes da Academia na formação de
professores sobre a urgência de dar novo significado, nova roupagem ao ensino de
Geografia. Em função da necessidade de se desenvolver e aplicar métodos para
serem abordados na disciplina que possam permitir ao aluno entender as
mudanças do mundo no qual está inserido.
Nessas discussões está sempre a pauta da tecnologia educacional como
um recurso indispensável para os estudantes multifacetados que estão na escola
atualmente. Sabendo a falta que as escolas tem de recursos tecnológicos, o
16

aparelho celular apesar de gerar algumas contradições, tende a se tornar cada dia
mais um instrumento para ajudar na didática escolar.
Sendo assim, educar é uma forma de entender o mundo e suas questões
e a tecnologia surge como um aliado para ajudar na didática e contribuir no
conhecimento. Isso não quer dizer substituir o professor, mas para ser mais uma
ferramenta auxiliadora no ensino de Geografia, para deixá-la mais dinâmica
(CAVALCANTI, 1998).
Mesmo sendo pouco utilizados no ensino de Geografia devido às
divergências que existem quanto à sua presença na sala de aula, os celulares e os
apps que eles possuem podem ser usados de forma simples e atrativa uma vez
que eles já são utilizados na sala, no entanto de forma privada, muitas vezes
camuflado ou escondido do professor apenas para as mídias sociais.
Com isso, a utilização do celular em sala de aula pode ser realizada,
pretendendo alcançar uma melhor forma de ensinar e atrair a atenção do aluno,
conforme Cavalcanti (2002, p. 39) aponta nas atividades sobre o ensino de
Cartografia que na visão dos autores desta proposta podem ser direcionadas para
um aplicativo, como mediador das aprendizagens.
[...] a cartografia é um importante conteúdo do ensino por ser uma linguagem
peculiar da geografia, por ser uma forma de representar análises e sínteses
geográficas, por permitir a leitura de acontecimentos, fatos e fenômenos
geográficos pela sua localização e pela explicação dessa localização. Os
alunos podem ter a oportunidade de construir seus mapas, suas
representações de realidades estudadas, aplicando esquemas mentais já
adquiridos ou aprendendo elementos da cartografia para representar melhor
a realidade. Os alunos precisam ter, também, a oportunidade de ler mapas,
de localizar fenômenos, de fazer correlações entre fenômenos. Afirma que o
mapa é a imagem mais forte da geografia na escola.

São atividades que podem ser feitas pelo celular com a utilização de
aplicativos como o Google Earth, na revolução de como “enxergar a Terra” através
da obtenção de imagens da superfície terrestre, da localização no espaço
geográfico através do (GPS), a previsão de dados climatológicos entre outros, que
agregam de maneira positiva nas aulas.
Assim, nessa linha de pensamento, o uso do celular no cotidiano
escolar poderá fazer com que se desenvolva o pensamento crítico, colaborativo e
também criar relações interdisciplinares com um mundo que está cheio de
novidades e diferenças. O estudante poderá se tornar um pesquisador sem
barreiras geográficas e também culturais (OLIVEIRA; MOURA, 2015, p. 80).
17

Com isso, a utilização do celular surge como parte fundamental da


aprendizagem já que esses jovens são nascidos na era tecnológica, e podem vir a
se tornam indispensáveis as aulas da disciplina Geografia. Sendo assim, podemos
inferir que é necessário aceitar as tecnologias no espaço escolar e quando
utilizadas como recurso didático pelo professor, tornam-se grandes fontes
implementadoras e consequentemente mediadoras no ensino.
Diante do exposto, esta Proposta Pedagógica foca em metodologia de
ensino utilizando tecnologia educacional, conforme já referenciado. Surgiu pelo fato
de os autores acreditarem que as aulas de Geografia podem se beneficiar com o
uso de tecnologias que podem ser educativas. Nessa perspectiva, entendem que
recursos como Jogos eletrônicos, mapas virtuais, aplicativos diversificados e QR
Code, podem ajudar os estudantes a compreenderem conceitos do conteúdo da
disciplina em referência.
Compreendem também que esses recursos podem ser utilizados para
mediar o processo de aprendizagem em suas mais diversas potencialidades. Nesse
sentido, as tecnologias da informação e comunicação (TICs) proporcionam
motivação e engajamento durante o aprendizado. Essa é uma realidade para os
estudantes dos dias atuais em que estamos vivendo um momento de
transformação na sociedade tecnológica no qual as tecnologias se tornam
indispensáveis em nosso cotidiano e é parte da rotina diária da maioria dos jovens
e adolescentes nas escolas.
Nessa direção, este trabalho discute e sugere uma maneira dinâmica de
construção do conhecimento dos conteúdos de Geografia no 1º ano do Ensino
Médio, através de uma Proposta Pedagógica utilizando o celular. Propõe que por
intermédio dos seus aplicativos ele seja utilizado como um recurso didático, como
metodologia ativa, nas aulas de Geografia sob a orientação do professor para
deixar as suas aulas mais enriquecidas e tornar os conteúdos com um perfil
tecnológico e mais lúdico. Isso não significa dizer que a utilização dos celulares irá
substituir outros recursos já existentes nas salas de aula, mas pode estar se
tornando cada vez mais um aliado do processo ensino-aprendizagem.
Tradicionalmente, a literatura sobre a história da educação no Brasil
mostra que as metodologias passivas foram as predominantes nas práticas
docentes em todo o país nas mais diversas disciplinas. Esse perfil metodológico foi
o aspecto que se manteve preponderante nas salas de aulas e ainda se mantém
18

como rotina e prática pedagógica em muitas escolas. Os estudantes estão


acostumados a esses métodos tradicionais de ensino, e muitas vezes
desconhecem outras formas de aprender.
Muitos professores nas diversas realidades não acompanham as
inovações que surgem e nem fazem formação continuada para atualizarem seus
métodos de ensino. No entanto, o avanço da tecnologia veio trazer possibilidades
de transformações no âmbito educacional. Os discentes estão mais familiarizados
aos estímulos visuais, fazendo com que apenas a exposição no quadro ou outros
instrumentos de ensino tradicionais não sejam o suficiente para alcançar o
aprendizado de forma efetiva (DA SILVA, 2015).
Nesse contexto, como já referenciado, a escolha dessa temática vem com
o intuito de mostrar as possibilidades que a tecnologia viabiliza, em especial a
utilização do aparelho celular como um recurso didático na disciplina de Geografia.
Tem a assertiva de que essa tecnologia tem um potencial pedagógico devido as
suas múltiplas funções tecnológicas existentes. Diante do exposto nessas
reflexões, a questão principal que norteia este projeto para a elaboração de uma
proposta pedagógica se circunscreve da seguinte forma: Considerando as
potencialidades que o celular apresenta como recurso didático, de que forma esse
recurso tecnológico pode ser utilizado para discutir as temáticas geográficas no
Ensino Médio de Geografia?
1. 2 Dos objetivos da Proposta
Para a consecução dessa proposta, o Objetivo Geral da mesma é avaliar
as potencialidades que o celular apresenta como recurso didático e de que forma esse
pode ser utilizado para discutir temáticas geográficas no Ensino Médio, propondo
atividades sugestivas para a prática docente para a disciplina. Como objetivos
específicos, que correspondem aos capítulos, são os seguintes;
 Compreender na história da educação brasileira o lugar da tecnologia
educacional para contextualizar o objeto de estudo desta proposta pedagógica.
 Discutir o uso de tecnologia educacional no ensino de geografia ao longo de
sua trajetória, buscando um significado para situar a metodologia ativa como
necessidade de revisão metodológica na disciplina.
 Identificar as possibilidades da utilização do celular no 1°ano do Ensino Médio
em São Mateus do Maranhão através de uma testagem com atividades na sala de
aula.
19

 Elaborar uma Proposta Pedagógica para o 1°ano do Ensino Médio de


Geografia do município de São Mateus do Maranhão, com atividades didáticas com
utilização do celular como recurso didático.
A pesquisa e a elaboração desta Proposta Pedagógica com a utilização
do celular como uma ferramenta de recurso didático para ensinar e aprender
Geografia, tem a assertiva de que o acesso aos conteúdos dessa disciplina não
está mais limitado a apenas aos livros didáticos, acabaram se expandindo para
outros meios como os aparelhos celulares. E surge, portanto, um olhar sobre a
utilização dos dispositivos móveis para serem criadas práticas educativas de
maneira mais atraente e atualizadas.
Para os autores, é de grande interesse apresentar aos professores e
alunos do 1º ano do Ensino Médio as possibilidades metodológicas de utilização do
celular nas aulas de Geografia, pois acreditam que existem muitas formas para
trabalhar os conteúdos da disciplina e que o celular pode ser uma dessas. Esta
proposta se atém ao fato de que esse aparelho é um objeto comum entre os
estudantes do Ensino Médio, a maioria dos jovens possuem celular e, alguns até
de última geração, sendo utilizados fora e dentro da escola. Devido a isso, ganha
importância para que ele seja utilizado pelos docentes em suas aulas.
No âmbito escolar, o celular ainda é visto por alguns professores com
desconfiança, pois muitos docentes possuem a opinião que ele traz muitos
prejuízos a educação e são inconvenientes em sala de aula. No entanto, muitos
órgãos internacionais aprovam e recomendam a sua utilização em sala e apontam
muitos de seus benefícios e aproveitamento como ferramenta de ensino, desde que
o professor saiba impor regras na sua utilização. Através da utilização do mesmo
como recurso didático podem compensar a falta de instrumentos e de um
laboratório estruturado na escola para trabalhar conceitos básicos de forma mais
dinâmica com os alunos.
A proposta pedagógica apresentada na última sessão deste documento
é fruto do entendimento de que o uso do celular permite tanto ao estudante quando
ao professor de Geografia uma interação maior e experiências estudantis mais
agradáveis, e com isso vindo a ter um aprimoramento maior do seu conhecimento.
Sendo assim, o uso da tecnologia pode vir a influenciar na maneira de aprender
sem implicar em custos adicionais devido às muitas atividades nas quais podem
ser realizadas utilizando apps gratuitos.
20

Dessa forma, identificou-se um campo de investigações e deste campo


surgiu esta Proposta que se acredita ser um instrumento que possa contribuir para
(re) pensar as práticas do professor de Geografia, na mediação do ensino.
Para atender aos objetivos elencados para a pesquisa, esta proposta foi
organizada em 5 (cinco) seções, sendo a primeira constituída da introdução, contendo
a apresentação do tema com o recorte histórico referente, a relevância da pesquisa,
a problematização, a escolha do problema, a escolha do lócus, o produto técnico
tecnológico da pesquisa (e-book), o objetivo geral e os específicos e a estruturação
do texto da dissertação.
Na segunda seção apresenta-se os caminhos metodológicos percorridos
na construção do trabalho. Destacamos o método, o tipo de pesquisa, o método de
coleta de dados, os participantes e a forma como a proposta foi validada na escola
como testagem para constatação de que as atividades sugeridas são exequíveis.
Na terceira seção, dialogamos sobre o lugar da tecnologia educacional na
história da educação brasileira nas relações de conhecimento na sala de aula,
pontuando a relevância da tecnologia na sala de aula no atual contexto em que o
estudante utiliza e faz parte do seu cotidiano. A partir desses elementos, destacamos
que existe um potencial no celular, o processo de ensino e aprendizagem.
Na quarta seção, são apresentadas as discussões sobre metodologias de
ensino de geografia ao longo de sua trajetória e como elas contribuem para o ensino
de estudantes no contexto educacional promovendo as discussões com os teóricos,
autores e pesquisadores que estudam e discutem a temática.
A quinta seção traz uma verticalização sobre o tema objeto desta proposta,
a utilização do celular como recurso didático, para mostrar a potencialidade desse
recurso, objetivando contribuir com professores de Geografia sobre recurso no
processo de ensino e aprendizagem de estudantes a partir da concepção da
realização de um planejamento realizado de forma colaborativa.
A sexta seção, Ensinar Geografia no 1° ano do Ensino Médio com a
utilização do celular: traz uma experiência metodológica, a testagem feita na escola,
em sala de aula do Ensino Médio com aplicativos para o ensino da Geografia.
Apresenta como foi realizado na sala de aula, quais os aplicativos usados e o
resultado dessa proposta na realidade da sala de aula.
A sétima seção traz a Proposta Pedagógica sistematizada contendo os
objetivos, conteúdo, metodologia, recurso e avaliação para 10 aulas de temas
21

diversos dentro dos conteúdos da disciplina, para a utilização por professores de


Geografia, do Ensino Médio utilizando o celular como recurso a seu favor na
mediação das aprendizagens.
Nas considerações finais, oitava seção, faz-se um resgate das etapas
realizada a partir do objetivo e da questão norteadora deste estudo, apresentando
como os resultados estavam alinhados com a proposta inicial, o que faz inferir que
apesar da potencialidade do aparelho, há necessidade de ampliar as discussões
referentes à prática da utilização do celular, como tecnologia educacional na sala de
aula quanto no ambiente educacional.
22

2 METODOLOGIA
___________________________________________________________________

Como já referenciado na seção anterior, esta é uma proposta pedagógica


que trata do uso do celular como recurso didático na disciplina Geografia, no
Ensino Médio. Quanto aos objetivos é um estudo exploratório, baseado em Gil
(2000) na medida em que a utilização do celular como um recurso didático ainda
não se configura como um tema muito explorado no âmbito de tecnologia
educacional. A pesquisa do tipo exploratória permite maior familiaridade com o
problema, no sentido de torná-lo mais explícito e aprimorar as ideias do
pesquisador.
Quanto à relação sujeito/pesquisador (GIL, 2000), o processo metodológico
adotado neste trabalho foi a abordagem Qualitativa, pela compreensão de que é a
mais adequada para a elaboração desta proposta porque esse tipo de pesquisa
trabalha com o universo de “significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, correspondentes a um espaço mais profundo das relações, dos processos e
dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de valores”
(MINAYO, 2015, p.25). Silveira e Córdova (2009, p. 32) estabelecem as seguintes
etapas para esse tipo de pesquisa

As características da pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno;


hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, precisão das
relações entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das
diferenças entre o mundo social e o mundo natural; respeito ao caráter
interativo entre os objetivos buscados pelos investigadores, suas orientações
teóricas e seus dados empíricos; busca de resultados os mais fidedignos
possíveis; oposição ao pressuposto que defende um modelo único de
pesquisa para todas as ciências.

O procedimento de coleta de dados foi feito através da Pesquisa-Ação (Gil


2000), com 30 alunos de uma turma do 1º ano do Ensino Médio e um professor, na
escola Centro de Educacional Alves Cardoso do município de São Mateus do
Maranhão. Essa coleta se deu através da testagem da proposta, questionários e
entrevistas para informação, aplicação de atividades e comprovação dos resultados
como um elemento importante para o seu delineamento. Esse método para a coleta
foi importante para conhecimento da realidade atual da sala e as possibilidades de
execução das atividades sugeridas na proposta.
23

Portanto, a Pesquisa-Ação teve o papel de adentrar ao grupo pesquisado,


para melhor compreender como o celular é usado na sala de aula em suas atividades
diárias com a utilização das mídias sociais. Essa técnica possibilitou conhecer a
realidade social dos participantes da pesquisa, e assim, registrar as observações
colhidas para posterior análise e consolidação da proposta pedagógica. Para Moreira
(2008, p. 237) as anotações realizadas durante a Pesquisa-Ação contribuem para a
escrita e análise da pesquisa, proporciona ainda, ao pesquisador fazer um estudo
mais aprofundado e atencioso sobre os dados. Oliveira (2008, p. 69), apresenta os
fundamentos epistêmicos da observação Pesquisa-Ação,
As observações visam buscar os fundamentos na análise do meio onde vivem
os atores sociais. Em pesquisas qualitativas, os dados não podem ser
considerados como fatos isolados, observados desde que estejam
relacionados ao contexto em suas múltiplas relações. São, portanto,
fenômenos, que se manifestam de diferentes formas e que precisam ser
percebidos além das aparências. Vai-se à essência desses fenômenos e dos
fatos através da dinâmica e conexões do objeto de estudo.

Observa-se que a Pesquisa-Ação pode se dar de duas maneiras, sendo a


primeira de ordem natural, onde o pesquisador já faz parte do grupo ao qual irá
observar. No tocante a isso, o pesquisador deve ter consolidado os objetivos ao qual
o estudo se desenvolve. A segunda maneira de realizar a Pesquisa-Ação se assume
como artificial, onde o pesquisador não apresenta vínculos com o grupo a ser
observado. No caso do nosso estudo, a classificação se assenta na segunda
proposta, a artificial. Os pesquisadores são professores em formação, mas não tem
vínculos com a escola.
Para compor o conjunto de ações teóricas e práticas da Proposta, foi
importante a fundamentação em fonte bibliográfica com a principal finalidade de “levar
o pesquisador (a) a entrar em contato direto com obras, artigos ou documentos que
tratem do tema em estudo” Oliveira (2008, p.69). As pesquisas realizadas para uma
melhor fundamentação teórica, foram em livros, artigos e sites relativos à temática em
evidência.
A testagem da proposta foi feita dividida em 3 momentos: o primeiro foi a
apresentação da atividade à direção da escola e ao professor da disciplina, logo
em seguida foi marcado as datas do questionário a ser realizado com os alunos e
a aplicação das atividades que foram inclusas na proposta. Inicialmente foi
realizado uma palestra para os alunos e professores sobre a importância de
introduzir novos recursos didáticos ao ensino, e em seguida a apresentação dos
24

apps existentes no celular e na loja de aplicativos tanto do Android quanto IOS que
podem ser de grande valia nas aulas de Geografia.
O teste da proposta com os alunos permitiu observar a possibilidade de
aplicar como recurso de aprendizagem na sala de aula atividades de reforço,
avaliação e ensino, entre outras. Todas as atividades realizadas foram feitas com
utilização do aparelho celular e seus referidos aplicativos de acordo com o
planejamento para os conteúdos geográficos direcionados.
Após a realização dos testes e comprovação desses resultados, o
trabalho foi de sistematizar a proposta pedagógica para a utilização do referido
recurso nas aulas de Geografia, trabalho que ora se apresenta.
25

3 O LUGAR DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO


BRASILEIRA.
___________________________________________________________________

O homem construiu uma vida melhor devido às novas tecnologias


implementadas ao decorrer dos séculos, até chegar ao que está vivendo neste milênio
em todo o mundo. É necessário frisar que desde a pré-história, o homem vem
utilizando tecnologias. Muitos utensílios e ferramentas foram criados em todos as
épocas da existência humana. Pode-se observar nas figuras presentes em cavernas
até hoje e nos achados arqueológicos como viviam alguns seres humanos naquela
época. (KENSKI, 2003a; MARCONDES FILHO, 1988,1994).
Assim, observa-se que as tecnologias estão presentes em todos os lugares
e em todas as atividades que se realiza e vão se tornando indispensáveis em todas
as esferas da vida. Isso faz com que se perceba que hoje, para executar qualquer
atividade torna-se necessário produtos e equipamentos que são resultados de
estudos e pesquisas. Assim, a construção e a utilização de um equipamento em
qualquer tipo de atividade, necessita de tecnologia. (PRETTO, 2001ª p.39)
Para se reconstruir na história desde quando a educação e a tecnologia
dialogam, podemos chegar aos dados de que a educação vive em torno da tecnologia
desde 1650. (BRUZZI, 2016), com objetos como o Horn-Book, (FIGURA 01) que era
uma madeira com letras impressas, utilizado para alfabetização de crianças. Outro
aparato era o Ferule, que era um espeto de madeira (FIGURA 02) que servia como
indicador, utilizado junto a figura anterior. Tanto o Horn-Book quanto o Ferule tinham
dupla aplicação que servia tanto pra aprender quanto para castigos físicos
(palmatoria), uso comum na escola, na época.
Figura 01- Horn-Book Figura 02- Ferule
nn
26

Fonte: Derby Museum and Art Gallery Fonte: Timestoast

Tais tecnologias tinham um perfil diferente das atuais, antes do uso de


computadores, celulares e tablets, e que muitos recursos apresentados hoje em dia
podem ser utilizados para tornar o ensino-aprendizagem mais atrativo para essa
geração. Isso faz com que a busca por modelos que visem a interação entre aluno,
professor e a tecnologia se torne algo atraente para ser inserido nas instituições de
ensino em todo o país, visto que esse modelo tende a se tornar relevante nos próximos
anos.
Hoje sabe-se que o ensino tradicional, por muitas vezes não desenvolve
pontos interessantes para a aprendizagem dos estudantes, e umas das razões pode
estar na utilização única pelo professor dos livros didáticos, que por muitas vezes
trazem teorias que se tornam tediosas e de difícil compreensão, pois muitos
conteúdos apresentados nesses livros estão distantes da realidade do aluno.
Essa realidade é também presente nas escolas dos mais diversos níveis,
em maior ou menor proporção. No Brasil, o uso da tecnologia na educação veio
através do ensino a distância, promovido pelo Instituto Rádio Monitor, em 1939 e
também pelo Instituto Universal Brasileiro, em 1941, onde realizaram as primeiras
experiências educativas através do Rádio. Nascia ali o movimento de educação de
base (MEB), que transmitia aulas visando a alfabetização de jovens e adultos por meio
da escola radiofônica, dando início assim a primeira tecnologia educacional testada
em um grande grupo de pessoas no Brasil. (MENEZES,2001)
Outros projetos educacionais utilizando algum tipo de tecnologia foram
implementados em território brasileiro, como é o caso do projeto “SACI” a sigla de
satélite avançado de comunicação interdisciplinar, que foi implementado nos anos 70.
O projeto utilizava o formato de telenovelas, onde fornecia aulas pré-gravadas,
transmitidas via satélite, com suporte em material impresso, para alunos dos anos
iniciais e professores do Rio Grande do Norte, onde foi implementado o projeto piloto.
(Ib. Id)
Com o passar das décadas outros projetos ganharam forma, como é o caso
do Telecurso, que foi implementado pela fundação Roberto Marinho, em parceria com
fundação Padre Anchieta e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. A
experiência indicou que houve sucesso na realização das atividades e em 1981 foi
criado o Telecurso 1°grau, com o apoio do MEC e da universidade de Brasília.
27

Em 1994 uma série televisiva ganhou uma revisão metodológica, sendo a


dramaturgia adaptada à educação. Esse novo formato de Telecurso foi criado em
1995 com o nome de telecurso 2000. (BARROS,2003; SARAIVA, 1996). No
Maranhão, a TV Educativa surgida em 1969, foi pioneira no estado com a exibição de
tele aulas, que tinha como objetivo aumentar o número de matriculados no ensino
fundamental. O programa é visto como importante para a evolução do ensino à
distância em todo o país.
Com a ampliação da internet e com novas tecnologias surgindo a cada dia,
estima-se que um maior número de pessoas poderá adquirir conhecimento, deixando
assim o ensino mais democrático, visto que no Brasil e no mundo podemos constatar
que a informação se torna um bem essencial. O uso de aparelhos digitais vem se
ampliando. Hoje no Brasil há cerca de 424 milhões de aparelhos digitais, e muitos
destes estão conectados à internet. A integração entre os dispositivos digitais e o
processo de ensino aprendizagem tende a enfrentar alguns desafios, visto que há
pouco preparo especifico para os professores utilizarem esses recursos dentro da sala
de aula, além do pouco investimento por parte das instituições responsáveis.
A UNESCO em 2014, publicou um documento (Diretrizes de políticas da
UNESCO para a aprendizagem móvel), que estimulava a adoção de dispositivos
moveis em sala de aula, que entre outros benefícios pode permitir a aprendizagem a
qualquer hora, em qualquer lugar, criando assim uma ponte entre a educação formal
e a não formal.
Vários estados e municípios criam leis que estabelecem regras para uso
desses equipamentos, como é o caso do Paraná, que desde 2014 existe uma lei
n°18.118/2014, que regulamenta a proibição do uso de aparelhos eletrônicos em sala
de aula para fins não pedagógicos. No entanto, a proibição vem em discordância com
as diretrizes de política para a aprendizagem móvel da UNESCO e das diretrizes
nacionais da educação básica.
Quem não vê nenhum uso pedagógico para o rádio, a televisão, a máquina
fotográfica, a filmadora, o gravador, a calculadora, a agenda, etc., então
também não verá nenhuma utilidade para o celular, pois é isso que ele
representa hoje em dia (ANTONIO, 2010).

O celular transformou a forma de comunicação que vai além de uma


ligação. Hoje o celular desempenha várias funções que vão de enviar mensagens
instantâneas e ligações onde se pode ouvir rádio, assistir TV, tirar fotos, fazer filmes,
acessar documentos para pesquisa, receber e enviar e-mails dentre outros recursos
28

que muitos aparelhos disponibilizam além de ser um dos poucos recursos


tecnológicos acessíveis a grande parte da população. Tudo isso em um aparelho que
cabe no bolso, algo inimaginável há poucas décadas. Essas e outras facilidades e
multifuncionalidades faz com que o celular possa ser utilizado como ferramenta de
uso pedagógico.
As tecnologias chegaram às escolas de acordo com Moran (2009), e
apesar da resistência das instituições de ensino, as pressões por mudanças são cada
vez maiores, visto que o uso do quadro de giz e os livros didáticos não são os únicos
instrumentos pedagógico que os professores possuem, tendo assim que desenvolver
atividades a partir das tecnologias disponíveis em sala de aula e as que os alunos
trazem consigo.
Se ainda houver alguma instituição de ensino que vê a tecnologia como
algo distante da escola, é fundamental uma atualização, pois os computadores, tablets
e os smartphones, junto com a internet, tornam-se a cada dia mais, colaboradores do
processo de aprendizagem, quando são bem aproveitados. Freire e Prado (2005)
afirmam que para desenvolver práticas pedagógicas voltado para a inserção de novas
tecnologias, uma das metodologias ativas que tem sido trabalhada é a de projetos. Na
perspectiva da Pedagogia de projetos o aluno aprende fazendo, trazendo aquilo que
sabe e buscando novas compreensões do que está sendo produzido.
De modo geral, a sociedade e os órgãos governamentais tem
preocupações quanto a educação especialmente no que diz respeito ao “acesso, a
qualidade e o custo”. Apesar de toda a tecnologia, este é um grande desafio, pois
quanto ao acesso, sabemos que muitos estão fora da escola e são muitas pessoas
que estão sem nenhum tipo de educação. Os números mostram que o Brasil, possui
segundo dados da pesquisa nacional de amostra por domicílios (PNAD), cerca de 11
milhões de analfabetos entre pessoas com 15 anos ou mais, esse número mostra que
ainda é preciso um grande esforço para acabar com o analfabetismo em nosso país.
(IBGE,2019).
Apesar dessa situação, nesse século o uso das tecnologias de informação
e comunicação nos processos educacionais, fez com que surgisse um espaço
interativo e dinâmico onde tanto os professores quanto os alunos pudessem
compartilhar conteúdos através de seus dispositivos móveis, onde criaram-se vários
espaços permitindo que as pessoas se expressem através de imagens, vídeos e
textos, possibilitando que ambos possam aprender e também ensinar.
29

Elas deram um passo significativo para a educação, tanto presencial


como a distância, visto que utiliza de forma síncrona ou assíncrona vários recursos
tecnológicos para melhorar a qualidade da aula aproximando o aluno do professor,
trazendo pontos complementares e a aplicação de novos recursos metodológicos,
melhorando assim o processo educativo.
É consenso na literatura sobre esse contexto que o panorama de
aplicação das tecnologias na educação apresenta grande relevância tanto no sistema
educacional brasileiro, especialmente nos últimos dois anos, quando houve a
necessidade das aulas remotas, quanto para a sociedade em geral. Lima (2012)
afirma que as tecnologias da informação e comunicação (Tic,s), são uma potencial
contribuição para as escolas, principalmente as públicas, no que diz respeito à
democratização quanto aos conteúdos educacionais mais atuais.
Hoje a tecnologia que está presente em boa parte do processo
educacional das escolas usam sites como o “SIG”, sistema integrado de gestão, para
questões como sistema de faltas e notas, buscando assim um maior controle e uma
melhor gestão, fornecendo assim dados de forma rápida e segura. A tecnologia não é
a solução de todos os problemas na educação, mas a falta de tecnologia
automaticamente implica em uma má educação. (PAPERT,2001, p.2)
Em 1989, a base teórica sobre informática educativa no Brasil permitiu
ao MEC através da portaria ministerial n° 549/89 instituir o programa nacional de
informática na educação, (PRONIFE). No final dos anos 90 com o surgimento e a
difusão da internet, uma nova forma de aprendizado baseado no uso do computador
tornou-se possível através de programas voltados para a sala de aula, porem a
internet só veio a ganhar utilidade na educação a partir de 1993, para informatizar as
atividades administrativa, com a criação do “SEAD”, secretaria de educação a
distância, assim como o aperfeiçoamento pedagógico. Com a popularização da
internet onde possibilitou o acesso instantâneo a informação, possibilitando explorar
os limites físicos da sala e favorecendo o processo de aprendizagem virtual.
Hoje, há várias Instituições de ensino que tentam desenvolver experiências
para aperfeiçoar o processo de transposição da educação para além de seus
muros, por isso dizer que o processo de uso da internet na educação é um
fenômeno espantoso, frente ao processo de democratização do saber, à
valorização da informação e ao uso das novas tecnologias de informação e
comunicação na sociedade do conhecimento (SALES, 2008).

Quando se considera que a tecnologia está nas escolas, deve-se lembrar


que em algumas isso ocorre com muitas fragilidades e poucos recursos. Em todos os
30

municípios deste país continental existem escolas desprovidas do acesso à tecnologia


pela falta muitas vezes de equipamentos mínimos, como energia elétrica, internet, ou
outros elementos. E ao contrário disso, existem alguns exemplos de escolas que
apresentam um nível bem avançado de tecnologias inseridas na sala de aula, como é
o exemplo da escola “NAVE”, (Núcleo Avançado em Educação), em Pernambuco,
onde é desenvolvido atividades que unem o ensino tradicional e o ensino
profissionalizante e áreas de mídias digitais, oferecendo formação em multimídias,
programação de jogos digitais e roteiro para mídias digitais aos alunos.
Com isso o uso de tecnologias em sala faz com que a aula se torne atrativa
principalmente se utilizado de forma com que os alunos interajam entre si, com o
professor e com a aula, utilizando ferramentas que são de uso diário, como é o caso
das redes sociais ou de livros digitais e podcasts, dentre outros que estão presentes
no dia a dia do aluno. O grande desafio das escolas em inserir recursos digitas, são
os rígidos e ultrapassados modelos de aprendizagem, tirando assim por muitas vezes
a implementação de tecnologias educacionais que podem trazer vários benefícios ao
longo da vida escolar.
Entre todas as tecnologias criadas pelos seres humanos, aquelas relaciona
das com a capacidade de representar e transmitir a informação, ou seja, as
tecnologias da informação e da comunicação revestem-se de especial
importância, porque afetam o dia a dia de alunos e professores. Vivemos em
uma época em que as tic vão além da base comum do conteúdo.
(CESAR;COLL, 2011, p17)

Nesse sentido, o uso da tecnologia se tornou elemento importante


durante a Pandemia causada pelo corona vírus, o que obrigou as instituições a
buscarem o uso das mesmas nas aulas, principalmente através de aplicativos de
vídeos chamadas, que possibilitou que os alunos não ficassem sem as aulas durante
esse período.
Esses aplicativos trouxeram pontos importantes que já vinham sendo
discutidos sobre a educação a distância e sobre o modelo remoto, temas como o
barateamento da educação e a flexibilidade que esse ensino pode trazer, visto que
através dele o aluno pode aprender a qualquer hora e em qualquer lugar ligado à
internet.
Os avanços das tecnologias possibilitaram a criação de ferramentas
variadas para serem utilizadas pelos professores em sala de aula, trazendo um maior
número de informações e recursos para o aluno, assim um processo educativo mais
31

dinâmico, eficiente e inovador. Com isso, o uso de ferramentas tecnológicas na


educação deve vir através de uma nova metodologia de ensino, onde traga uma
interação digital dos alunos com o conteúdo.
Diante do exposto é impossível não reconhecer a importância da tecnologia
no contexto educacional, visto que no cotidiano do professor e do aluno essas
tecnologias estão presentes. A educação também é diretamente afetada, pois através
do uso voltado para a educação cria-se novas tecnologia que facilitam a
aprendizagem. Para Moran (2008), a internet, as redes, o celular, a multimidia estão
revolucionando a vida no cotidiano. As tecnologias são apenas apoios, meios, porém
elas permitem realizar atividades de aprendizagem de formas diferentes às de antes.
Podemos aprender estando em lugares distantes sem precisar estar presencialmente
em uma sala para que isso aconteça.
Dessa forma a tecnologia pode trazer uma melhor experiência e
aplicabilidade para as aulas, melhorando assim o processo de entendimento do
conteúdo, embora ela não resolva todo os problemas no processo ensino
aprendizagem.
"a tecnologia educacional não irá resolver os problemas da educação, que
são de natureza social, política, ideológica, econômica e cultural, mas essa
constatação não nos pode deixar sem ação frente à introdução das inovações
tecnológicas no contexto educacional". Por isso é necessário continuar
pesquisando e realizando projetos sobre o que as tecnologias podem
contribuir à educação, para que tenhamos condições de formar uma visão
crítica fundamentada sobre o seu uso. (REZENDE,2002).

É necessário também pensar que o uso sem qualquer filtro voltado para o
aprendizado e a didática, pode tornar a tecnologia inserida em sala uma vilã em vez
de ser uma auxiliadora e facilitadora do ensino. Com isso, torna-se importante tomar
cuidado ao inserir tecnologias sem estarem alinhadas com o processo pedagógico.
Além disso, as novas tecnologias dependem muito de que os professores
estejam familiarizados com elas, e muitas vezes não é o que acontece. Nesse sentido
antes de incluir novos recursos, é preciso que haja um preparo, para que o professor
não sinta dificuldade em aplicá-la.
Outro problema enfrentado no Brasil é a conectividade que torna o uso de
aparelhos digitais ligados à internet em escolas, principalmente as públicas que tem
pouco acesso à internet rápida, fazendo com que o uso se torne prejudicado. Traz
assim à tona como um desafio que dever ser superado, para que o ensino através
destes meios não se torne uma barreira para o aprendizado.
32

Um levantamento feito pelo comitê técnico da educação, do instituto Rui


Barbosa, sobre a infraestrutura na rede pública, com base nos dados extraídos do
censo escolar 2020, apontou que 25% das escolas brasileiras não tem qualquer
acesso à internet, afetando assim mais de 2,7 milhões de estudantes das redes
estaduais e municipais. Além disso, há ainda uma grande desigualdade regional:
enquanto na região sul há 4 mil escolas sem internet banda larga, na região nordeste
elas somam 25 mil.
A inclusão digital é importante para garantir aos alunos e professores uma
integração que facilita o intercâmbio de experiências e o acesso a novos
conhecimentos. Então com um maior número de escolas conectadas a internet o
ensino torna-se mais democrático e inclusivo. Tudo isso mostra que ainda há um
grande desafio pela frente, para uma boa conexão que facilite a inserção de novas
tecnologias nas escolas, principalmente nas públicas que são as que mais precisam.
Tendo isso em mente e aliado a uma boa gestão, os níveis de aproveitamento podem
aumentar em poucos anos.
Portanto, para que esses níveis aumentem, deve existir grandes
investimentos tanto público quanto privado, como é o caso da Fundação Lemann 1,
que vem investido juntamente com o grupo Datora 2 em iniciativas que visar conectar
até 2025 todas as escolas públicas, com internet de alta velocidade, ou seja de até
100 megas. Através desses investimentos e de estudos que comprovem seus
benefícios, as escolas que obtiverem esses recursos irão conhecer novos meios de
aprendizagem e ensino. Além de trazer para dentro da instituição futuras tecnologias
voltadas para a educação, usando assim recursos que por muitas vezes são
esquecidos ou não podiam ser usados.
O Brasil por ter uma área continental dificulta uma elaboração de planos de
conectividade e, por isso, é relevante levar em conta o papel do governo e das
políticas públicas de incentivos. Também podemos destacar o surgimento de novas
tecnologias, que a cada dia se torna mais avançada e inclusiva.
A Pandemia, fez com que esses recursos se tornassem de extrema
importância principalmente. Foram meses difíceis que levaram a várias discussões

1
A Fundação Lemann é uma organização familiar sem fins lucrativos brasileira que colabora
com iniciativas para a educação pública em todo o Brasil e apoia pessoas comprometidas em
resolver grandes desafios sociais do país.
2
O Grupo Datora é formado pela Datora e Arqia, empresas que oferecem plataforma e
soluções inteligentes de conectividade nos mais diversos segmentos.
33

sobre o uso de tecnologias no ensino. Para muitos o uso dessas tecnologias é


imprescindível hoje e através delas, a forma de ensinar e aprender muda, traz maiores
benefícios e flexibilidade tanto para alunos quanto para professores que tem um
instrumento importante para ensinar conteúdos que requeiram uma maior
compreensão e visibilidade dos fatos.
O uso da tecnologia na escola mostra que a vida está mudando e que a
educação também deve seguir para que não haja uma diferença do que está sendo
vivido, para o que está sendo ensinado nas salas de aulas. Trazer esse mundo novo
para dentro das instituições que por muitas vezes demostram formas tradicionais de
ensino para alinhar a novos meios de comunicação que regem esse milênio.
Portanto a inserção das novas tecnologias na educação representa
grandes avanços, já que a formação de crianças, jovens e adultos precisa estar em
paridade com o presente e o futuro. Novas profissões estão sendo criadas a cada dia,
profissões essas que seriam inimagináveis há poucos anos. Muitas dessas, criadas
com a inserção de novas tecnologias, profissões como web design, desenvolvedor de
jogos eletrônicos dentre outros, que requerem um nível de instrução tecnológica
maior.
Assim, torna-se premente a cada dia compreender que o uso de novas
tecnologias na educação é necessário para que os níveis educacionais brasileiro
cresçam, se tornem de melhor qualidade diante uma ferramenta pedagógica que
estimule o aprendizado e o crescimento pessoal dos alunos das escolas brasileiras.
34

4 METODOLOGIAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA AO LONGO DE SUA


TRAJETÓRIA.
___________________________________________________________________

A geografia traz em seu conjunto de saberes conhecimentos já


desenvolvidos pela civilização de forma empírica desde a Antiguidade. Como ciência
nasce no bojo do florescer das demais quando também nasciam novos
conhecimentos e nova sociedade. Viveu seu auge na Europa há uns 200 anos. Ao
longo desses séculos a ciência cresceu assim como a sistematização dos
conhecimentos apresentados na disciplina escolar. O ensino da Geografia apresentou
variadas formas e métodos a serem trabalhados devido à as necessidades que
surgiam por conta que a humanidade precisava saber mais a respeito do planeta na
qual habitava.
Esse interesse em saber mais a respeito do que estava a sua volta vem
desde os primórdios e com o passar do tempo veio a ser ampliada cada vez mais.
Moraes (1994) diz que a Geografia possui um rótulo bem antigo e teve seu surgimento
na Antiguidade Clássica tendo seus conceitos baseados na Grécia Antiga.
No início da Geografia como ciência era conhecida como História Natural
ou de Filosofia Natural. Essa nova ciência teve como principais colaboradores Tales
de Mileto, Eratóstenes, Hiparco, Heródoto, Ptolomeu, Estrabão e Aristóteles. Sendo
Aristóteles de Cirene o primeiro a usar o nome Geografia e espaço geográfico (UPIS,
2019).
Até o fim do século XVIII não era possível falar sobre conhecimento
geográfico como algo padronizado (MORAES 1994). A geografia nesse tempo se
designava como relatos de viagens, catálogos sobre continentes existentes no Globo,
fenômenos naturais que aconteciam, sabiam os lugares onde existiam os melhores
climas para efetuar práticas agrícolas etc. Durante esse período de disseminação
sobre o conhecimento geográfico, tornou-se impossível falar dessa disciplina como
um todo sistematizado.
Foi durante o século XIX que surgiram as circunstâncias necessárias para
a formação das condições e com isso ocorrer a sistematização da Geografia. Essa
sistematização só foi possível graças ao sistema capitalista que provocou uma
revolução no mundo geográfico, em decorrência das novas exigências e condições
oferecidas à sociedade nesse século.
35

O ensino de Geografia a contar desse momento se insere no meio das


transformações que ocorriam na sociedade. Elas são exigências que influenciam
diretamente nos conteúdos e principalmente na forma como é vivenciado nas escolas.
Dessa forma, a história da disciplina escolar teve seu início durante o século XIX.
Nesse período foi introduzida nas escolas com a missão principal de poder contribuir
de alguma forma para a formação de cidadãos da ideologia do nacionalismo patriótico
(CAVALCANTI, 1998, p. 18).
A propagação da Geografia como conhecimento escolar, ocorreu
primeiramente na Alemanha durante o século XIX, com o propósito de fortalecer a
identidade do país naquele tempo e acabou servindo como instrumento para despertar
o sentimento patriótico para o fortalecimento do Estado Nacional Alemão, conforme
Tonini (2006) ressalta.
Sendo assim, todas essas condições contribuíram para que a geografia
passasse da simples descrição de fatos e fenômenos empíricos e acabasse evoluindo
para uma ciência independente na qual tinha um campo específico de trabalho.
Conforme Andrade (2008, p.1), reconhece, a mesma se tornou uma ciência autônoma
graças aos trabalhos realizados pelos cientistas da então chamada escola alemã,
Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter. Assim sendo Moraes (2007), considera esses
dois estudiosos como os pais da Geografia, por serem os responsáveis pelo avanço,
teorização e metodologia dos fenômenos empíricos da Geografia.
Toda essa trajetória da geografia foi de grande importância e veio ajudá-la
a se tornar o que conhecemos na atualidade como ciência organizada. Sendo assim,
todo esses estudos realizados no decorrer dos séculos foram se aprimorando com a
ajuda das tecnologias e estudos realizados durante esse tempo.
Pode-se referenciar que a Geografia brasileira teve sua dimensão escolar
iniciada no Período Colonial. O sistema formal de ensino foi organizado pelos
Jesuítas, normatizado na Ratio Studiorum 3, que consistia um plano de organização
pedagógica e administrativa das instituições Jesuíticas em todo o mundo. Nesse
contexto, até então a geografia ainda não era uma disciplina escolar autônoma.

3 O Ratio Studiorum é um manual educativo “oficial” dos jesuítas, adotado em todos os seus
colégios. Língua, literatura, poesia, história, retórica, lógica, combinados com matemática, geografia,
filosofia ciências naturais e outras disciplinas religiosas compunham um documento curricular bem
organizado e detalhado. Nele também havia a orientação da metodologia, a distribuição de prêmios
que deveriam ser dados aos melhores alunos, assim como os castigos. O mesmo foi usado por mais
de dois séculos em colégios e missões não só do Brasil, mas de vários lugares do mundo.
36

Contudo, os saberes geográficos eram mobilizados na prática do erudito,


ou seja, subsidiavam a compreensão das obras literárias das disciplinas dominantes,
como o latim e o grego. Além do mais, sistematizava ensinamentos sobre a Terra em
ligação com conhecimentos que a astronomia, cosmografia, cartografia e geometria
possuíam (ROCHA, 2000a).
A Geografia elaborada durante a Antiguidade, foi reinterpretada por padres
ao longo da Idade Média, sob uma ótica cristã. Muitas vezes caracterizados por
fundamentos enciclopédicos, que eram pautados em descrições de coisas do mundo.
Os saberes cartográficos que eram referentes à concepção ptolomaica da Terra
redonda divididas em cinco zonas, foram resgatados em razão das navegações e
exploração marítimas que eram feitas (CARVALHO, 2006).
Sendo assim, os saberes em relação aos conhecimentos geográficos
presentes durante o Período Colonial igualavam-se à Geografia clássica. Assim, a
construção educacional do Brasil teve grande influência dos jesuítas. Conforme
explica Paiva (2015, p. 202),
É o caso do trabalho educativo dos religiosos da Companhia de Jesus que
por aqui aportaram em 1549 e legaram um caráter próprio à forma de educar
e ao modo de pensar a organização do processo educacional como um todo.
Sustentada na hierarquia, a organização educativa forjou uma relação
amparada na autoridade de quem detinha o conhecimento e na valorização
da tradição como instrumento de manutenção da ordem, como era concebida
pela Igreja.

Nesse tempo o principal objetivo dos jesuítas era catequizar na doutrina


católica, os povos existentes no nosso território. Sendo assim, os jesuítas foram os
principais precursores na utilização de modelos pedagógicos. Contudo, os saberes
geográficos eram mobilizados na prática do erudito, ou seja, ajudavam na
compreensão das obras literárias de disciplinas dominantes da época, como o latim e
o grego. Além do que, eram abordados ensinamentos em relação a Terra, em conexão
com outros conhecimentos (ROCHA, 2000a).
Por volta de 1599, os Jesuítas sancionaram o plano de estudos da companhia
de Jesus, mais conhecido como Ratio ataque Institutio Studiorum
SocietatisIesu. A partir da institucionalização dessa lei os colégios presentes
em território brasileiro passavam a ser regidos pelas regras de organização e
funcionamento presentes no RatioStudiorum. O primeiro plano de estudos da
companhia de Jesus não concebeu no seu currículo escolar a geografia a
condição de disciplina independente. Os ensinos relativos aos
conhecimentos dos autores clássicos. (PESSOA,2007, p.30-31.)

Portanto, a Geografia não era considerada como uma matéria escolar e


durante um longo período não possuía uma sistematização curricular ou didática para
37

apresentar propostas pedagógicas de educação geográfica. Entretanto, os saberes


geográficos estavam centrados na prática do erudito, ou seja, eles se subsidiavam na
compreensão de obras literárias das disciplinas dominantes da época sendo o latim e
o grego os principais.
Somente a partir de 1832 o ensino de geografia começou a ser transferido
para o Brasil, de acordo com Pessoa (2007). O principal propósito era poder oferecer
uma cultura geral aos alunos, no entanto, deixou de lado muitas questões importantes.
De acordo com Pessoa, (2007, p, 31-32), isso foi realidade por mais de 200 anos
Durante os mais de duzentos anos de monopólio da educação jesuítica no
Brasil a geografia não teve vez e nem voz nas escolas enquanto disciplina
escolar. O ensino dos conhecimentos geográficos era secundarizado no
currículo subsistente. Não existiam, também, cursos de formação de
professores (as) para atuar com o ensinamento destes saberes. Os
conhecimentos geográficos embora de grande interesse do Estado, eram até
então pouco propagados nas salas de aulas.

A geografia no Brasil, como disciplina escolar até o século XIX, era


considerada desprovida no âmbito escolar e se apresentava nos currículos em nível
secundário. Durante esse período o fato de os conhecimentos geográficos ensinados
nas instituições existentes no Brasil não estarem organizada totalmente, fez com que
ela não se constituísse como uma disciplina escolar especifica, com isso, foi por
muitas vezes secundarizada. (ROCHA, 2000, p.129)
Nesse sentido os conteúdos geográficos acabavam compondo as
abordagens que outras disciplinas faziam, como em relação aos estudos de literatura
e também de história. Como diz Rocha (2000) ela tinha um caráter complementar,
fazendo parte do conjunto de conhecimentos gerais que os professores tinham, ou
seja, não era normativo e estruturado na programação.
Assim, a Geografia enquanto saber geográfico disciplinar na conjuntura
brasileira, só passou a fazer parte das escolas a partir do século XIX, face às
mudanças que aconteceram no país após a proclamação de independência em 1822
(CARVALHO, 2015).
A escola era o principal meio para se ter acesso à cultura, à ciência, à leitura
e a outros conhecimentos, como também o principal meio para a homogeneização
dos costumes e da língua “[...] da constituição de uma identidade que integrasse a
todos num ideário comum de pertencimento nacional” (VEIGA, 2007, p. 174).
Foi somente a partir da criação em 1837 do Colégio Pedro II, localizado no
Rio de Janeiro, que a geografia apareceu pela primeira vez como componente do
38

programa do Colégio, e passou a ter uma importância máxima, visto que essa escola
foi fundada com o intuído de ser uma escola padrão e que servisse de modelo para
as demais escolas do país. (PESSOA, 2007).
O surgimento dessa instituição representou um marco muito importante
para o ensino da Geografia escolar no país (ROCHA, 2000). Foi nesta instituição que
seu ensino conseguiu adquirir uma maior importância na educação formal, a ponto de
se constituir como uma disciplina. (FIGURA 3)
Figura 3 – Colégio Pedro II

Fonte: Diário do Rio, 2022.

Apesar de a maioria dos livros trazerem essa história como a que inicia a
trajetória do ensino, Albuquerque (2011) mostra algumas informações que faz surgir
a necessidade de se repensar a demarcação da institucionalização do ensino de
Geografia com essa referência no Colégio Dom Pedro II. Suas pesquisas mostram
que já tinham instituições e livros muito anteriores a data na qual a disciplina de
geografia se fazia presente.
Os livros que tinham em circulação no nosso território na sua grande parte
eram de publicações estrangeiras, conforme Albuquerque (2011). Por conta disso os
conhecimentos em relação ao Brasil eram poucos. Na sua grande maioria
apresentavam abordagens de uma Geografia Matemática em que os conteúdos
abordavam os continentes em uma percepção eurocêntrica, com destaque para
nomenclaturas de países e cidades, rios etc.
A partir da institucionalização da Geografia no colégio Pedro II, já era
possível perceber algumas mudanças na sua forma de ser trabalhada, mesmo que
estas mudanças tenham sido poucas. Observando-a nos dias atuais, no entanto,
39

naquele período essas pequenas mudanças foram cruciais principalmente por


começar apresentar novos aspectos com a disciplina. No entanto, o sistema
educacional brasileiro durante o período colonial tinha muitas exclusões, e com o
passar do tempo a educação ficou direcionada somente para os mais poderosos.
Durante o período denominado de “Período Republicano”, o ensino da
geografia foi marcado por uma série de reformas educacionais, realizadas a partir da
última década do século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Nesse período
republicano foram definidas quatro reformas a serem feitas em relação a geografia
escolar, de acordo com Pessoa, (2007, p. 40- 41- 42).
A primeira reforma educacional no período republicano foi planejada por
Benjamin Constant em 1890. No que se refere ao ensino de geografia ficou
estabelecido que o mesmo seria ministrado em todas as sete séries do ensino
secundário integral [...] A segunda reforma educacional efetivada no período
republicano ocorreu em janeiro de 1901, denominada de reforma Epitácio
Pessoa. No que diz respeito a geografia escolar essa reforma propôs poucas
modificações, sendo a mais considerável a redução das aulas desta disciplina
aos três primeiros anos do ensino secundário integral. [...] A terceira reforma
educacional executada em abril de 1911 se tornou conhecida pelo nome de
Rivadávia da Cunha Corrêa, então Ministro da Justiça e Negócios Interiores.
Dentre as características mais importantes implementadas nessa reforma
estão, entre outras, a redução do curso secundário de sete para seis anos,
cabendo a geografia a participação nas três primeiras séries, com carga
horária de três horas semanais em cada uma delas. [...] A quarta reforma a
ser implantada durante a república ocorreu em março de 1915 e foi intitulada
de reforma Carlos Maximiliano. Dentre as principais características dessa
reforma destaca-se a redução do curso secundário de seis anos para cinco
anos de duração. Em relação ao ensino de geografia podemos certificar que
a referida reforma conduziu a disciplina para uma depreciação em relação a
reforma anterior [...]

Embora todas essas reformas ocorridas na geografia escolar, com essa


visão empirista e descritiva, acabou ficando conhecida como geografia “tradicional”
que durando um longo período de tempo ficou presente nas estruturas curriculares
das escolas, como também nas práticas pedagógicas e ainda é apresentada por
muitos professores, nos dias atuais reforçando esse modelo nas suas práticas ainda
sendo influenciadas por esse método bem antigo.
As décadas de 1930 a 1940 foram marcadas por inúmeros acontecimentos
relevantes à sociedade brasileira, principalmente em relação a ordem política e
econômica, como também a Revolução em 1930 e o Estado Novo. No ano de 1931,
o presidente Getúlio Vargas assinou a reforma denominada de Francisco Campos, o
qual era ministro do Ministério da Educação e que tinha como missão estabelecer um
ensino para todo o território nacional. Essa reforma tinha o propósito de reorganizar a
40

disciplina geografia e com isso ela passou a compor o currículo de todas as series do
ensino secundário conforme diz (OLIVEIRA, 1967).
No ano de 1934, pela primeira vez a educação ganhou destaque em um
capítulo da Constituição, e ficou estabelecido que a educação seria um direito de
todos, onde o ensino primário virou obrigatório e também gratuito para todas as
pessoas. O ensino primário antes de ocorrer essa reforma estava sobre a obrigação
dos municípios, principalmente em relação a elaboração dos currículos, mas a partir
dessa reforma passou a ser submisso aos órgãos administrativos do governo central
(FERRAZ, 1994, p. 26).
A proposta feita por Francisco Campos, trouxe para o ensino da geografia
um jeito de trabalhar mais moderno. Nesse sentido, o programa elaborado tinha como
principal propósito aproveitar os conhecimentos e observações que os discentes
possuíam, e aplicavam métodos intuitivos baseada em experiências e demonstrações
(PESSOA, 2007, p.51)
Baseado nesse contexto, a geografia encontrou um cenário muito eficaz
para se consolidar por conta de acontecimentos que contribuíram para o
desenvolvimento, como: a criação de Universidades em São Paulo e no Rio de
Janeiro, o surgimento da Associação dos Geógrafos Brasileiros AGB e também a
fundação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (ANDRADE, 2006).
Neste período chegaram ao Brasil geógrafos da escola francesa na qual
pode-se destacar Pierre Deffontaines e Pierre Mobeig, que foram muito importantes
pela contribuição para que a Geografia se desenvolvesse como campo de
investigação e ensino (MORMUL e GIROTTO, 2014).
No ano de 1943 ocorreu a reforma Gustavo Capanema tendo a instituição
de uma series de Leis e Decretos que foram implantadas no período entre 1942 a
1946. Pizzato (2001, p. 114) aponta o papel da Geografia nesse tempo como difusora
do nacionalismo
Voltando ao papel que caberia a Geografia nestas políticas, vemos que a
legislação, ao oficializar para ela o papel de garantir o estudo mais profundo
da realidade brasileira, de fato, quer garantir o papel de difusão do
nacionalismo patriótico que a Geografia deveria desempenhar.

Nesse sentido a Geografia tinha como principal objetivo tratar de conteúdos


que apontassem principalmente pontos em relação ao povo, às riquezas e que
desenvolvessem o sentimento de orgulho pelo povo.
41

Esta última fase foi marcada pelas controvérsias entre escolas públicas e
particulares, ou católicos e liberais, além da questão do financiamento.
Porém, o que marca os acontecimentos desta fase é a tentativa de
superação, no plano da organização educacional, do mecanismo de
transplante cultural. É quando tomam vulto os “Movimentos de Educação
Popular”. Mesmo restringindo-se mais ao Nordeste, o resultado desse
trabalho ganha força, e os resultados são editados por Paulo Freire no livro
“Educação como prática de liberdade”, que é discutido nacionalmente apesar
da paralisação do Plano Nacional de Alfabetização – PNA - pela mudança de
orientação política de 31 de março de 1964 (PIZZATO, 2001, p. 115).

Com o Governo Militar de 1964 no Brasil, foram impostas muitas medidas


repressivas ao pensamento crítico, freando este movimento de contestação. Nisso se
acrescenta a manipulação ideológica da educação, com a finalidade de perpetuar
aquela estrutura política. No tocante a Geografia Escolar, com o advento da Lei
5.692/71, esta disciplina se aglutina com a História, sob a denominação dos Estudos
Sociais, que constituiu uma mera fusão das disciplinas e com isso acabou trazendo
sérios prejuízos à educação básica.
Enquanto na universidade, na década de 70 do século XX, os debates se
acirravam em decorrência da busca de novos paradigmas teóricos no âmbito
do conhecimento em Geografia, a escola pública de primeiro e segundo grau,
hoje ensino fundamental e médio, enfrentava um problema ocasionado pela
Lei 5.692/71: a criação de Estudos Sociais com a eliminação gradativa da
História e Geografia da grade curricular (PONTUSCHKA, PAGANELLI e
CACETE, 2007, p. 59).

Instituiu-se no país na década de 70 uma Geografia escolar de cunho muito


conservador na qual tinha associação a pedagogia tecnicista, e “[...] as disciplinas de
Geografia e História sofreram grandes repressões, e foram unidas. Essas disciplinas
em referência foram unidas num conjunto chamado de Estudos Sociais” (RIBEIRO,
2011, p.830).
A divisão do saber geográfico escolar que aconteceu, fez com que o ensino
da disciplina perdesse sua essência quanto ao objeto de estudo e com isso
enfraquecesse a realização de leituras e compreensões sobre a dinâmica espacial
daquele período. Os Estudos Sociais acabaram vigorando até o ano de 1986,
realizando seu papel de preparar ideologicamente os jovens e adolescentes, onde os
conteúdos iriam servir para ocultar a realidade do sistema repressivo que estavam
tentando ocultar” (PIZZATO, 2001, p. 119).
Nessa época os livros conservadores como os de Aroldo de Azevedo,
Mario da Veiga Cabral, e os que já traziam uma perspectiva mais crítica como os de
Manuel Correia de Andrade e Ilton Sete entraram em declínio, e com isso passou a
serem elaborados livro didáticos que mostrassem as finalidades educativas da
42

disciplina proposta pelo Governo Militar nessa época, conforme Albuquerque (2011,
p. 24).
As décadas de 1980 e 1990, foram de grande importância para as
disciplinas escolares do Brasil. Iniciaram um processo de redemocratização do
Estado, houve a abertura política e também a reorganização da sociedade. O ano de
1980 evidenciou-se pelo surgimento de necessidades no entorno do movimento de
renovação da geografia nas escolas brasileiras, através de publicações de livros,
assim como encontros que foram promovidos pela AGB, que tinham como principal
objetivo refletir sobre o ensino e poder promover o incentivo nas publicações de
trabalhos em torno desse tema, e para tentar diminuir a divisão dos conteúdos
escolares e a distância entre o ensino de geografia e a realidade encontrada no país
(PONTUSCHKA, PAGANELLI e CACETE, 2007, p. 59).
A concepção de ciência se traduzia por conta das tentativas de explicações
quantitativas e objetivas da realidade de acordo com Moreira (1988), Silva (1996) e
Cavalcanti (1998). Pelo fato da neutralidade, percepção reinante no momento, a
disciplina geografia não explorava as relações sociais ficando pautada somente na
estruturação mecânica dos acontecimentos. Com isso a geografia tradicional adotava
como procedimento didático somente a memorização em relação aos conteúdos e
somente o professor tinha vez e voz.
Devido a esse modo de trabalhar de forma tradicional a disciplina, foram
surgindo diversas críticas sobre a forma de ensinar, pois ela não conseguia explicar a
sociedade e sua complexidade apenas trabalhando conteúdos distantes da crítica da
realidade. Apesar do tempo ir passando a prática do ensino tradicional que vinha
acontecendo ainda não estava acompanhando as variadas mudanças que estava
ocorrendo. Segundo Vieira (2007, p. 13), há uma inovação constante no ensino de
geografia

[...] desde o início da década de 1980, o ensino de geografia tem passado por
significativas inovações em seus currículos e programas em que o
especialista da área tem buscado introduzir na área do ensino as renovações
teóricas metodológicas sofridas pela ciência geográfica nos últimos anos.

Desde os primeiros movimentos do processo de renovação da geografia,


seu objetivo principal era melhorar o ensino e principalmente os aspectos teóricos
metodológicos dos professores e a partir deles a transformação de aulas tradicionais
para aulas dialogadas e consequentemente com uma interação maior com os alunos
e principalmente na construção do conhecimento.
43

As reformulações sofridas pela ciência geográfica enquanto “conjunto de


reflexões gerais sobre os fundamentos epistemológicos, ideológicos e políticos”
levaram a grandes alterações significativas no campo de ensino da Geografia,
agregando a esta discussão elementos importantes da análise marxista e de suas
categorias, de acordo com (CAVALCANTI, 1998).
Nos dias atuais a geografia continua com o desafio de romper essa
distância da realidade que é vivida e a que estudada. O docente não pode se contentar
com o básico, mas ele deve levar os alunos a entenderem os conteúdos baseada na
realidade que eles vivem. Assim quando forem estudar em relação aos problemas
climáticos que acontecem em diversos lugares, o professor poderá pedir para que eles
façam um levantamento de informações sobre sua cidade ou seu estado e averiguar
esses problemas. Desta forma, o ensino da Geografia pode ser remetido ao cotidiano
que os alunos vivem, tornando cidadãos mais críticos (MEDEIROS, 2014).
Em pleno século XXI, a geografia traz consigo uma importância para o
ensino, no entanto, a mesma não pode ser mais vista e entendida como uma disciplina
decorativa e enfadonha como muitos acham. É preciso reconhece-la como uma
disciplina que tem objeto bem definido e contextualizado com a realidade
contemporânea.
Assim os professores devem trabalhar com metodologias ativas para os
alunos serem mais participativos durante as aulas e engajados na experiência de
aprender. Nesse sentido, no próximo capítulo iremos mostrar como o celular pode ser
um grande aliado do professor durante as aulas e com isso vindo se tornar um ótimo
recurso didático.
44

5 UTILIZAÇÃO DO CELULAR COMO RECURSO DIDÁTICO.


___________________________________________________________________

No Brasil o ensino durante um longo período tinha como objetivo principal


ler e escrever. Essa forma de ensino tradicional, adotou metodologia que consistia em
uma perspectiva mnemônica em que decorar era aprender, técnica essa que tinha
uma grande relevância para os padrões da época. A reflexão que poderia ser feita
através do debate entre aluno e professor não tinha aceitação, devido ao ensino feito
de forma mecanizado e a resposta tinha que ser encontrado dentro dos textos
trabalhados (PESSOA, 2012).
O insucesso do aluno para aprender que é corriqueiramente encontradas
na sala de aula por professores e alunos, referem-se à forma como o ensino tem sido
abordado por pesquisadores que encontraram várias causas que afetam o aluno
nesse processo de aprendizagem. Algumas das causas que podem justificar a falta o
desinteresse dos alunos é pela forma de como o ensino de Geografia é trabalhada
nas escolas públicas, a forma como o conteúdo é abordado pelos professores no qual
acaba não sendo levada em consideração a realidade que os alunos estão inseridos
e ficando fora da sua realidade.
O século XX foi marcado pelo avanço industrial e do capitalismo. Com isso
surgiram vários fatores que contribuíram para as conquistas tecnológicas. Nas últimas
décadas, houve grandes avanços nessa área, principalmente pela criação da internet
no ano de 1969 e da Web anos depois, que acabou tornando esses recursos ainda
mais presente no nosso dia a dia. Para Eduvirges e Santos (2011) a internet é um
conjunto de redes e dispositivos que são interligados pelo mundo inteiro, servindo não
apenas como meio de comunicação e lazer, mas, principalmente, para armazenar
informações que podem ser muito uteis para o ensino.
A utilização de tecnologias da informação e comunicação estão
entrelaçadas a todos os meios, principalmente na educação. Isso se deu porque esses
avanços fizeram surgir novas práticas docentes em sala de aula ao longo do tempo.
Foram criadas ferramentas que viriam ser usadas e aproveitadas nas escolas como
recursos pedagógicos com o propósito de contribuir para o trabalho dos professores
e a aprendizagem de alunos com o uso do celular
Os aparelhos celulares são tecnologias moveis que oferecem uma
variedade de recursos e estão no centro de expansão das tecnologias moveis,
45

superando os meios de comunicações que já existiam, como a televisão e o rádio,


pelo fato de o aparelho se conectar com a internet, ser portátil, fazer ligações para
qualquer lugar no mundo, tirar fotos, gravar vídeos entre outras funcionalidades.
Esses aparelhos celulares com o passar do tempo foram evoluindo cada
vez mais com novas ferramentas, câmeras mais potentes e também passaram a ter
acesso a internet. Com isso, ele passou a ser mais diversificado pelo fato de a internet
ser uma fonte quase inesgotável de informações. Para Moran, (2013, p.58), isso é
motivador:
A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pelas novidades,
pelas possibilidades de pesquisa que ela oferece. Essa motivação aumenta
se o professor cria um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com
os alunos. Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de ensino
aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor de
estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, pela
competência e pela simpatia com que atua.

A ampliação do uso da Internet e o crescimento dos smartphones, tornou o


acesso as informações mais significativas em todas as camadas sociais, e
consequentemente conclui-se que o conhecimento científico nunca esteve tão
próximo das pessoas (FENERICK, 2017). O uso de ferramentas que a tecnologia
proporcionou para a educação veio beneficiar a forma de como o processo de
aprendizagem acontece. De acordo com Silva (2015, p. 13), são indissociáveis
tecnologia e educação [...] não há como dissociar tecnologia e educação, pois, o uso
de dispositivos tecnológicos nas metodologias de ensino já é uma realidade.
Entretanto, a adaptação ao novo tem gerado resistência por parte de alguns
professores que insistem em resistir ao avanço tecnológico.
Atualmente torna-se quase impossível encontrar jovens e adolescentes em
idade escolar que não possuam um aparelho celular. Sendo assim, este item se tornou
fundamental para se comunicar, visto que o mesmo possibilita fazer e receber ligações
imediatas, além da proporcionar acesso à internet que torna o celular um meio mais
rápido de buscar informações em tempo real (GOULART; FRANCISCATO, 2011).
As instituições de ensino muitas vezes têm uma grande dificuldade em
acompanhar o que acontece fora dos seus domínios pelo fato de tudo acontecer muito
rápido. A escola tradicional para muitos estudantes, está desatualizada por não
possuir uma boa infraestrutura para acesso ao mundo digital. Nesse sentido, a escola
que muitos deles sonham em ter, se torna cada vez mais distantes por não
46

acompanhar os avanços que estão ocorrendo no mundo e que são permitidos pelos
avanços tecnológicos (MORAN, 2007).
Nos dias atuais, para algumas famílias é mais fácil ter um celular do que
um computador, pois o mesmo é utilizado diariamente e por ser de fácil acesso.
Através dele pode se obter informações essenciais que podem ser trabalhadas dentro
das salas, no entanto, o uso do mesmo nas dependências da escola, ainda geram
muitos questionamentos.
Proibido na maioria das escolas públicas e privadas por meio de leis
estaduais, depois de ter sido apontado por muitos como responsável pela
queda de rendimento dos alunos, por tirar a concentração nas aulas e ainda
ser usado para atos ilícitos como “passar cola”, tirar fotos inadequadas e
publicá-las na internet, o celular não é bem visto pelo corpo docente nas
instituições de ensino (GOULART; FRANCISCATO, 2011, p.4).

Porém, fazer a utilização dessas tecnologias na sala de aula e


consequentemente manuseá-las de forma correta é primordial, como afirmam Oliveira
e Moura (2015). A escola tem como responsabilidade ensinar a esses alunos
conforme a realidade em que vivemos, aonde o acesso às informações tecnológicas
é um direito deles, no entanto, ele deve ser utilizado de forma responsável para
garantir um bom desempenho.
Nesse sentido, não pode ocorrer omissão por parte dos professores e da
escola frente aos novos recursos de ensino e aprendizagem que estão surgindo ao
longo dos anos com a tecnologia. Através disso traz um maior conhecimento aos
jovens, para que sejam respeitados valores morais e não proibir o uso de tais
tecnologias que podem melhorar o ensino.
Dessa forma o argumento que se cria sobre o uso do celular permitir a
comunicação entre alunos durante a aula e com isso distrai-los não é mais válida. Se
os mesmos não quiserem prestar atenção nas aulas se não se engajarem, uma
simples distração como alguém passando ao lado da sala irá interferir nesse processo.
Até mesmo sua imaginação, trará mais problemas do que uma simples mensagem no
WhatsApp.
Assim, se for bem usado e direcionado, o celular pode ter uma grande
utilidade para a aula. De acordo com Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011, p. 31): “[...]
o conhecimento é fruto de construção do indivíduo feito em colaboração com
professores e colegas, devemos selecionar tecnologias que permitam interação
intensiva entre as pessoas, por exemplo, por meio de ambientes virtuais [...]”.
47

Portanto, as tecnologias não podem mais ser desprezadas na tarefa de


ensinar, pois podem ser recursos para que as informações e o conhecimento cheguem
mais rápido, formando uma verdadeira cadeia em torno das diversas áreas do saber
(LIRA, 2016, p. 56).
As novas tecnologias ajudarão de forma efetiva o aluno, quando estes [...] se
sentirão estimulados a buscar e socializar com esses recursos de forma a
melhorar seu desempenho escolar. Essas ferramentas tecnológicas além de
facilitar o acesso aos novos conhecimentos servem também de base para
novas adaptações aos sistemas variados de transmissão de conhecimento
de maneira a melhorar, transferir e transformar os fatores complicados em
algo mais acessível e sedimentado, transformando a teoria em prática [...].
servem de auxílio ao estudo e facilitam a aprendizagem trazendo o
conhecimento de forma mais estruturada. Estudar e usar as tecnológicas de
informação, transformando o que é complicado em útil, pratica em dinâmica
além de ser mais criativo, é estimulante (SOUZA; SOUZA, 2010, p. 128).

Sendo assim, as novas ferramentas tecnológicas podem e devem modificar


a dinâmica das aulas. No entanto, elas não vêm para substituir o livro didático, mas
para ser aliada no processo de ensino e aprendizagem. Mesmo com a tecnologia o
professor possui uma função importantíssima por ele ser o responsável de
encaminhar todo esse processo de aprendizagem, atuando como mediador na
construção do aprendizado (MIRANDA, 2017).
São muitos os meios para inovar o ensino de geografia, aos poucos a
escola e os professores vão se ajustando com os novos recursos didáticos, porém
alguns desses recursos só são possíveis quando o próprio professor se dispõe a
comprar o seu material, já que, as escolas públicas pelo menos em sua maioria, não
possui recursos para acervo de material didático, principalmente os tecnológicos.
Uma grande parte dos professores de Geografia tem como base apenas os
livros didáticos para ministrarem as aulas, apesar que os livros são um recurso
importante, no entanto os alunos da atualidade tendem a querer novidades inserida
nas aulas. O professor de Geografia necessita de atualizações constantes sobre as
mudanças que estão ocorrendo diariamente no espaço geográfico, essas atualizações
podem ser obtidas de forma mais rápida através do aparelho celular em qualquer lugar
que esteja desde que possua acesso à internet. Mas como inserir essa forma de
trabalhar o ensino de geografia em sala de aula?
Com a utilização do celular e aplicativos o ensino de Geografia, pode
aumentar o interesse dos discentes pelas aulas. Alguns sites, como do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Companhia de Pesquisas de Recursos
Minerais no Brasil (CPRM), o Ministério de Meio Ambiente (MMA) entre outros podem
48

contribuir com informações e imagens que são de suma importância para a disciplina
Geografia. Todos esses sites podem complementar os assuntos trabalhados em sala
de aula como em relação a geomorfologia, biomas e ecossistemas além de mostrar
pesquisas sobre o clima e o tempo (SILVA, 2019, p. 03).
Através do site o Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulga dados e textos
sobre a preservação ambiental no Brasil, e sobre programas como Cerrado
Sustentável e Água Doce, mostra dados sobre animais em perigo de extinção, mapas
de áreas de conservação, desmatamento e queimadas, espécies nativas e
ecossistemas frágeis nos biomas brasileiros, e gastos com as questões ambientais.
Além do site do Ministério do Meio Ambiente, outro importante site para ser
realizado pesquisas e coletar informações é o do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), nesse site o professor poderá obter qualquer imagem de satélite
gratuitamente. Para isso o mesmo deverá se cadastrar no site e preencher os
paramentos para que possa obter o download das imagens.
Com essas imagens o professor conseguirá fazer comparações entre os
períodos passados e atuais, isso é importante, pois o professor e os alunos
conseguirão perceber as mudanças que estão ocorrendo constantemente, seja por
fenômenos naturais ou pela própria ação do ser humano. Além disso, o site do INPE
disponibiliza textos atualizados sobre queimadas e desmatamento em todo o território
brasileiro.
Além desses sites, o professor poderá fazer a utilização de aplicativos para
o enriquecimento e dinamização dos conteúdos, fazendo com que os alunos possam
se sentir motivados. Entretanto, o docente precisa aprender a manejar esses
aplicativos para que as dúvidas que venham surgir sejam respondidas.
5.1 Aplicativos para o ensino da geografia
Inúmeros aplicativos disponíveis para os aparelhos celulares e muitos
estão presentes no dia a dia dos alunos na sala de aula e na sociedade. Implantar
esses recursos como parte das aulas de geografia como uma nova maneira de
transmitir o conhecimento, pode ser um diferencial nas aulas, no sentido positivo.
Nesse sentido o professor precisa adaptar as informações aos conteúdos no qual
pretende trabalhar.
Ao fazer a utilização desses aplicativos ele deve tomar cuidado para não
fazer o uso dessas ferramentas apenas pela técnica, mas sim pelas potencialidades
49

que pode oferecer ao processo de ensino e aprendizagem, além das possibilidades


que surgem na análise do espaço geográfico (NUNES, 2019, p. 14).
A seguir, apresentamos alguns aplicativos que são disponibilizados
gratuitamente nos celulares e possuem funções que podem ajudar nas aulas de
Geografia do Ensino Médio. A descrição de cada um desses app está baseada nas
informações disponibilizadas na plataforma Google Play. Assim, o primeiro aplicativo
trazido para o texto tem função de mapa online para localização. Pode-se considerar,
como um dos apps mais conhecido e utilizado mundialmente.
O Google Maps é um aplicativo que pode auxiliar bastante, segundo
Oliveira e Lopes (2013, p.08), este aplicativo embora não tenha sido desenvolvido
para fins didáticos, com o passar do tempo se tornou uma ferramenta de grande
utilidade para melhorar o processo de ensino aprendizagem nas aulas de geografia
por ter inúmeras possiblidades.
Esse aplicativo disponibiliza um leque gigantesco de serviços que podem
ser feito pesquisas e visualizações de mapas e imagens de satélite de quase todo o
globo terrestre, disponibilizando o zoom que possibilita visualizar imagens das
principais cidades do mundo de forma rápida e interativa. O mesmo pode ser
acessado através do celular, tablet ou computador, desde que o dispositivo esteja
conectado à internet.
Este aplicativo pode ser baixado pelos alunos e professores de Geografia
em seus celulares onde podem observar estradas, cidades, relevos etc. Com essas
ferramentas as aulas de geografia se tornam mais interativas e dinâmicas e o
resultado da aprendizagem podem se tornar cada vez melhor.
Através do Google Maps, os alunos podem também aprender fundamentos
importantes da cartografia como latitude e longitude, comparar os lugares, conseguir
informações de qualquer lugar do planeta e também realizar a criação de mapas
(figura 4). Muitos alunos já conhecem essa ferramenta para ver sua casa, a rua que
mora ou até mesmo a sua escola, no entanto, não conhecem a grande utilidade que
ela pode proporcionar. Cabe o professor implementar essa ferramenta no seu plano
de aula e prática docente.
50

Figura 4: Centro da cidade – São Mateus do Maranhão

Fonte: Google Maps (2022)


Além do Google Maps, outro aplicativo semelhante que pode ser utilizado
na disciplina de geografia que é o Google Earth. (FIGURA 5) O mesmo possibilita
visualizar as mais variadas imagens de diversos pontos do nosso planeta, onde todo
esse conteúdo geográfico é construído em imagens feitas via satélite. A visualização
pode ser feita através de uma representação virtual do globo terrestre no qual é
possível acessar qualquer localidade do mundo para conseguir coletar informações
sobre as características das cidades, das florestas e dos oceanos.
Através deste aplicativo tanto o professor como os alunos poderão
conhecer diversos lugares da superfície terrestre em imagens 3D e verificar as
mudanças que ocorreram ao longo do tempo de forma cronológica, sem precisar sair
de casa ou da escola. Enfim, existem várias possiblidades de aprendizagem que
podem ser acessados de qualquer lugar através do computador ou dispositivos
móveis, desde que esteja conectado à internet. Para Aguiar (2013, p. 60) esse é um
recurso que permite obter um grande volume de dados:
O uso de produtos de sensoriamento remoto para interpretação de imagens
de satélites, seja de fotografia aérea, permite obter grandes quantidades e
diversificadas informações de áreas pouco exploradas, bem como a
identificação dos diferentes tipos de paisagens, recursos naturais, uso e
ocupação do solo em diferentes resoluções espectrais e espaciais, além das
modificações ocorridas durante longos, médios e curtos períodos de tempos.

Figura 5: Imagem da Terra obtida do Google Earth através


51

Fonte: Google Earth (2022)


Esse recurso de ensino tem uma grande utilidade nas aulas de geografia,
principalmente nos conteúdos de cartografia, nele pode-se encontrar várias
informações, para que os alunos possam compreender de forma mais rápida os
conteúdos abordados em sala de aula (EVANGELISTA, 2017, p. 1).
Outro aplicativo que possui uma grande utilidade e nele está concentrado
informações detalhadas das regiões e biomas do território brasileiro é o
“GeoAtlas”.(FIGURA 6)
Figura 6: Imagem do app “GeoAtlas”

Fonte: Play Store.

Esse aplicativo pode ser um grande aliado no ensino e aprendizagem da


Geografia do Brasil. Ele fornece informações sobre as regiões e estados
brasileiros, como: “descrição geral das regiões, informações sobre o clima,
economia, demografia, relevo, vegetação e hidrografia”. Além de possuir áudio
descrição para pessoas com deficiência visual.
Outro aplicativo é o Kahoot é um aplicativo de Quiz, que vem contribui para
a gamificação nas aulas e possui uma excelente aceitação pelos alunos que a utilizam
52

(FIGURA 7). É uma plataforma global e colaborativa de jogos educativos de diversas


categorias, fundada no ano de 2012, e pode ser acessada de qualquer dispositivo com
internet.
Figura 7: Plataforma Kahoot

Fonte: Kahoot (2022)


Nessa plataforma o professor poderá criar seus próprios quizzes inserindo
suas questões ou se preferir realizar o acesso a um banco de dados com inúmeras
questões já presentes na plataforma. Com a utilização desse recurso o professor
poderá criar um ambiente de competitividade entre os alunos para testar o
conhecimento que eles conseguiram absorver nas aulas.
De maneira geral, estes são alguns dos aplicativos de um gigantesco leque
de possibilidades que podem ser encontradas na plataforma da Google Play Store.
Há muitos outros apps para serem explorados e com grande potencial de serem
utilizados como mais um recurso em sala de aula, desde que estes contemplem os
objetivos a serem propostos pelo planejamento do professor.
53

6 ENSINAR GEOGRAFIA NO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO COM UTILIZAÇÃO DO


CELULAR: uma experiência metodológica
___________________________________________________________________

A escola da sociedade digital tem grandes dificuldades para acompanhar o


ritmo de evolução da tecnologia e poder se adequar as múltiplas identidades dos
alunos, principalmente dos jovens que estão inserido nesse meio a partir do seu
nascimento. Nesse sentido, o foco desta pesquisa como já referenciado, foi investigar
como o aparelho celular pode se tornar um recurso didático nas aulas de Geografia e
de que forma o uso dessa tecnologia traz uma melhoria no processo de ensino e
aprendizagem.
Nos dias atuais os alunos tem muito mais contato fora da escola com alguns
tipos de tecnologia, as chamadas novas tecnologias e, por muitas vezes, fazem o uso
da mesma só para se divertirem. Partindo desse ponto acreditamos que o uso dessas
tecnologias pode ser utilizado no ensino aprendizagem, já que o mesmo gera um
grande fascínio aos alunos e também por já terem um certo domínio com essas
tecnologias que podem ser engajados na aula.
A escola onde foi desenvolvido a testagem da Proposta para validação, foi
o Centro de Ensino Alves Cardoso, localizado avenida Antonio Pereira Aragão,
número 274, centro do município de São Mateus do Maranhão – MA (FIGURA 8). A
turma escolhida foi o 1°ano A, sala essa composta por 31 alunos. No momento em
que estávamos apresentando a proposta de trabalho à turma, como testagem da
proposta que seria elaborada, todos ficaram empolgados e manifestaram alegria por
ser algo diferente da forma que estão acostumados a trabalhar no dia a dia em sala
de aula.
Figura 8: Escola em que foi realizada a proposta.
54

Fonte: Google Maps.


Como primeira etapa de desenvolvimento do trabalho foi proposto que eles
respondessem a um questionário contendo 5 (cinco) perguntas de múltipla escolha
para saber sobre a opinião deles em relação ao tema proposto (FIGURA 09). Através
da aplicação desse questionário e do acompanhamento da realização da atividade
desenvolvida em sala de aula, foi possível perceber que a utilização do celular como
recurso didático e de seus aplicativos pelo professor e também pelos alunos é
benéfica. Facilita e aumenta o entendimento do conteúdo proposto. Visto que, a
geração de alunos que temos nos dias atuais estão ligados diretamente às novas
tecnologias, tendo facilidade para responderem às propostas de utilizarem o uso do
celular, computadores e da internet, estarem conectados ao mundo digital.
Figura 09 – Aplicação do questionário com os discentes.

Fonte: Arquivo pessoal, 2022.


A escola tem como papel formar os alunos para serem cidadãos mais
críticos, com potencialidades capazes de melhorar a sociedade em que estão
colocados. Nesse sentido, há necessidade de transformações em relação ao uso das
tecnologias por parte da escola, por elas estarem como uma parte do cotidiano dos
estudantes e devido a isso devem ser encaradas como recursos didáticos que trazem
mais prazer e entretenimento no ato de ensinar e aprender (LUCENA, 2006).
O processo educacional dispõe de diversas técnicas que se agregam as
formas do ensinar e aprender. A tecnologia pode ser utilizada em vários ambientes do
55

ensino como recurso didático ou como facilitadora da aprendizagem, podendo auxiliar


os profissionais da área da educação nos processos de ensino e aprendizagem.
Hoje existem muitos materiais de estudos disponíveis e que podem ser
acessados através da internet, com isso pode integrar conhecimentos que são obtidos
através das tecnologias. Os jovens estão cada vez mais adaptados a esse novo
mundo digital por fazer parte do seu ambiente diário, ficando mais fácil essa
comunicação e transmissão de conhecimento (MORAN, 2015).
Além do uso do celular, os aplicativos que podem vir a ser instalados nele,
também podem ser um recurso útil não somente para a disciplina Geografia como
também para as demais da estrutura curricular. Muitos desses aplicativos que podem
ser trabalhados em sala de aula chamam muita atenção dos estudantes fora da escola
e podem ser inseridos no contexto escolar. Um exemplo desses aplicativos é o Google
Earth e Google Maps.
Como uma condição para realizar a proposta deste TCC, seria o aluno ter
acesso a um celular, a primeira pergunta do questionário foi investigar quantos alunos
possuíam aparelho celular com acesso à internet e o Gráfico 1 mostra que há um
considerável percentual de aparelhos nessa condição, já que a grande maioria afirmou
que possuem celular com internet e um percentual pequeno dos alunos afirmaram que
não possuíam celular com acesso à internet.
Essa informação foi de grande utilidade para que a aplicação do trabalho
pudesse acontecer, já que, a maioria dos alunos conseguiriam participar da proposta
apresentada a eles. Com isso, se tornou mais fácil buscar outros meios para que os
demais conseguissem participar desse momento de aprendizagem.
Gráfico 1: Alunos que possuem celular com internet

VOCÊ POSSUI APARELHO CELULAR COM INTERNET?

93,55%

100,00%
80,00%
60,00%
40,00% 6,45%
20,00%
0,00%

SIM NÃO
56

Fonte: Pesquisa dos autores/2022


No segundo questionamento, pretendíamos saber como os alunos que
possuem celular o utilizam em sala de aula e para quê. As respostas variaram entre
para ajudar em atividades e assuntos das aulas e para continuar a utilizar as redes
sociais durante o período das aulas, citando especialmente para responder e enviar
mensagens no WhatsApp, para atender ligação e jogar. Um percentual médio
respondeu que não fazem a utilização do celular em sala de aula (Gráfico 2).
Gráfico 2: Quantitativo sobre os principais uso do celular pelos alunos em sala de aula.

QUANDO VOCÊ USA O CELULAR EM SALA DE AULA É


PARA QUÊ?

48,4%
50,0%
USO DE APLICATIVOS QUE
45,0% AJUDAM NA ATIVIDADE/
40,0% ASSUNTO DA AULA

35,0% RESPONDER E ENVIAR


MENSAGENS NO
30,0% WHATSAPP
22,6%
25,0% ATENDER LIGAÇÃO E
20,0% 16,1% JOGAR
12,9%
15,0%
NÃO FAZ USO EM SALA DE
10,0% AULA
5,0%
0,0%

Fonte: Pesquisa dos autores/2022


Quando perguntado sobre o porquê de utilizarem o celular em sala de aula
os estudantes responderam como apresentado no (Gráfico 3), a pesquisa evidenciou
que a maioria afirmaram que usam quando ficam cansado da aula. Outros pelo fato
de acreditarem que o mesmo pode ser utilizado em sala de aula assim como no dia a
dia e um terceiro grupo afirmou que não tem motivos para utilizarem. Os outros
estudantes usam por outros motivos.
Gráfico 3: Quantitativo sobre o motivo de usarem o celular em sala de aula
POR QUE FAZ USO DO CELULAR EM SALA DE AULA?
CANSADO DA AULA
35% 32%

30%
26% 26% PORQUE ACREDITA QUE O
CELULAR PODE SER USADO
25% EM SALA DE AULA ASSIM
COMO NO DIA A DIA
20% NÃO TENHO MOTIVOS PRA
16%
USAR EM SALA
15%

10% OUTROS MOTIVOS

5%
57

Fonte: Pesquisa dos autores/2022


Quando foi perguntado aos alunos sobre utilizar o celular como um recurso
pedagógico em sua aula, o Gráfico 4, mostra que 64,5% dos estudantes que
participaram dessa pesquisa afirmaram que seria bem aceito, que o uso do mesmo
pode alavancar o ensino da disciplina se usado de forma correta. Outros alunos
afirmaram que o uso pode vir a causar distração nas aulas e os demais que
participaram, responderam que ainda não pensaram sobre essa possibilidade.
Quando buscamos saber a opinião deles a respeito da relevância de utilizar
o celular como um recurso pedagógico nas aulas de Geografia o (Gráfico 5), aponta
que 51,5% afirmaram que haveria mais aprendizagem em relação ao assunto
estudado, 9,7% dos estudantes afirmaram que não haveria aprendizagem e 38,7%
afirmam que não sabiam responder.
Gráfico 4: Sobre a utilização do aparelho celular como recurso pedagógico.

COM RELAÇÃO AO ENSINO DE GEOGRAFIA, COMO VOCÊ


ACHA QUE FICARIAM AS AULAS TENDO O CELULAR COMO
RECURSO?

60,0% 51,6%

50,0%
38,7% HAVERIA MAIS
APRENDIZAGEM
40,0%
NÃO HAVERIA
APRENDIZAGEM
30,0%
NÃO SEI
20,0%
9,7%
10,0%

0,0%

Fonte: Pesquisa dos autores/2022


Quando buscamos evidenciar a relevância da utilização das ferramentas
Kahoot, Google Maps e Google Earth durante a aplicação do projeto o (Gráfico 5)
mostra que 83,9% dos estudantes que participaram, afirmaram que a forma que o
conteúdo foi trabalhado ajudou a entender de forma mais clara alguns dos conteúdos
que já foram trabalhados e também que foram proposto por utilizar imagens, 9,7% dos
alunos afirmaram que facilitou um pouco na aprendizagem e 6,5% afirmam que ainda
continua complicado para entender alguns assuntos.
58

Diante dos resultados da pesquisa, obtivemos uma percepção da turma,


quais as condições de possibilidade de utilização do celular, das condições para
elaborar e aplicar a Proposta Pedagógica. A seguir passamos a executar a testagem
das atividades que seriam propostas para o ensino de Geografia utilizando aplicativos
do celular.
Após explicarmos aos alunos o objetivo do nosso trabalho, passamos a
desenvolver a primeira atividade com a turma, abordando a categoria de análise
geográfica Lugar (FIGURA 10). Neste sentido os estudantes foram convidados a
realizarem um passeio virtual através das ferramentas Google Earth e Google Maps,
nas quais tiveram a possibilidade de analisar vários lugares do globo terrestre, feitos
a partir de imagens de satélites, fotografias aéreas, mapas e uma série de informações
acerca dos locais pesquisados que foram retirados a partir do Geo Atlas, outro
aplicativo que apresentamos a eles.
Figura 10 – apresentação dos aplicativos.

Fonte: Arquivo pessoal, 2022


Foi observado que a apresentação desses recursos causou bastante
curiosidade pois muitos dos alunos e até mesmo a professora regente da sala,
docente da disciplina Geografia, não tinham um conhecimento dessa ferramenta para
ser trabalhada em sala de aula. Devido a isso todos ficaram focados e bastante
motivados durante a aplicação do recurso, pois como estavam bem acostumados com
a maneira tradicional de ensino, era uma grande novidade.
59

A segunda atividade desenvolvida com a turma foi utilizado o Kahoot, que


é uma plataforma de criação de questionário e quizzes que foi criado em 2013,
baseado em jogos com perguntas de múltipla escolha, em que permite aos
educadores e estudantes investigar, criar, colaborar e compartilhar conhecimentos, e
esta plataforma funciona em qualquer dispositivo celular que esteja conectado à
Internet como visto na figura 11, logo a seguir.
Figura 11: Realização da segunda atividade proposta.

Fonte: Arquivo autores/2022


Nessa segunda atividade foi proposto a eles formarem equipes, uma vez
que alguns deles não terem internet disponível. Após todas as equipes estarem
completas iniciamos essa segunda atividade no qual foi realizado sobre os conteúdos
que foram abordados pela professora no ano letivo vigente, conforme sua informação.
Aproveitando que o período de provas estava chegando permitiu que através dessa
ferramenta de Quiz fosse realizado uma revisão desses conteúdos. A atividade e ao
mesmo tempo que permitiu a revisão, fez com que acontecesse uma disputa animada
e saudável entre grupos na sala de aula.
Essa segunda a atividade foi realizada em equipes. Observamos que o
diferencial nesta atividade, como parte do planejamento da aplicação da Proposta era
que os estudantes não tivessem a disponibilidade de utilizar a internet para que
pudéssemos avaliar os resultados sem o uso do recurso dos aplicativos. O resultado
foi o esperado quanto à dificuldade para resolverem a situação sem o uso dos apps
como nas atividades anteriores. Esse foi o foco principal no desenvolvimento do
trabalho, ou seja, que os alunos unissem o fascínio pelas tecnologias a um jeito novo
60

de aprender, e os professores ampliassem suas metodologias ativas na mediação da


aprendizagem em Geografia.
Durante a realização desse trabalho ficou evidente que os alunos não
encontraram nenhuma dificuldade em relação ao uso do celular, internet, pesquisa, e
a utilização de plataformas e aplicativos proposto a eles. O único problema encontrado
foi em relação a infraestrutura de internet que a escola dispõe, mas esse contra tempo
não impediu que a realização desse trabalho ocorresse como planejado e da mesma
forma, não foi motivo para considerar que a Proposta não seja exequível. Ao contrário,
confirmamos nossos pressupostos de que essas atividades podem ser desenvolvidas
de forma efetiva na escola pelos professores para o ensino de Geografia.
Após a realização das atividades, averiguamos a opinião deles sobre a
utilização do celular durante a aula para aprendizagem, como um recurso didático.
As respostas foram as seguintes, conforme o gráfico 5.

Gráfico 5: Sobre utilizar o celular como recurso pedagógico.

GOSTOU DA FORMA COMO OS CONTEÚDOS DE


GEOGRAFIA FORAM TRABALHADOS COM O USO DO
CELULAR?

83,9%
90,0%
80,0% Na primeira atividade desenvolvida da testagem da proposta pedagógi
70,0% FACILITOU MAIS O
ENTENDIMENTO
60,0%
FACILITOU UM POUCO
50,0%
40,0% CONTINUA COMPLICADO
30,0%
20,0% 9,7%
6,5%
10,0%
0,0%

Fonte: Pesquisa dos autores/2022


As respostas evidenciaram que a Proposta de utilizar o celular em sala de
aula na disciplina Geografia, foi aprovada pelos estudantes e pela professora.
Comprovamos que é um recurso que está presente na sala de aula e pode ser
utilizado para a mediação das aprendizagens.
61
62

7 UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA COM A


UTILIZAÇÂO DO CELULAR
___________________________________________________________________

O modelo tradicional quanto à ênfase na exposição utilizando apenas o


quadro de sala de aula e o livro didático como recurso didático na disciplina
Geografia nos dias atuais corrobora para a falta de interesse dos estudantes pelas
temáticas geográficas nesse modelo, por esses já nascerem em meio a tecnologia
e saberem que tais conteúdos não estão mais limitados a apenas aos livros
didáticos, mas que se expandem e estão visíveis em outros meios como os
aparelhos celulares, computadores, tablets entre outros.
Dessa forma, a Proposta Pedagógica vem propor uma nova abordagem
metodológica para estimular os estudantes através de uma metodologia ativa que
envolve o uso do celular como um recurso didático a ser trabalhado em sala, objeto
bastante familiar e de excelente aceitação pelos estudantes.
Diante dessa assertiva, esse novo perfil de aluno acaba fazendo com que
os professores busquem novas maneiras para trabalhar os conteúdos geográficos
com novos tipos de recursos didáticos e assim tornarem o ensino mais atrativo e
dinâmico, por essa ser uma disciplina que contribui para o fortalecimento critico dos
alunos através dos conteúdos que esta aborda.
Em decorrência desses fatores, os professores devem buscar novos tipos
de recursos didáticos como é o caso dos dispositivos tecnológicos e suas
ferramentas para englobar ainda mais a maneira de como suas aulas são
trabalhadas para a compreensão do passado, presente e futuro.
Mediante essa visão transformadora que a tecnologia e seus aparatos
dispõem para a execução das aulas de geografia, onde os alunos visualizam os
acontecimentos que estão a sua volta, olhando as mudanças e fatos históricos do
seu país, sua cidade e o mundo através do uso da tecnologia, como é o caso dos
celulares, computadores entre outros recursos que apresentam deixando assim os
conteúdos da disciplina de geografia mais dinâmico e aumentando o interesse
assim dos alunos.
Diante do que foi exposto, está proposta pedagógica foi elaborada para ser
apresentada com um conjunto de aulas ao 1° ano do Ensino Médio com conteúdos
que foram selecionados no livro didático especificamente para serem trabalhados
com o celular na aprendizagem de Geografia.
63

UNIDADE OBJETIVO CONTEÚDO METODOLOGIA RECURSOS AVALIAÇÃO


PROGRAMATÌCO

I. UNIDADE Orientar os alunos a Papel A4 Avaliar se os


FUNDAMEN Desenvolver a noção Fundamentos observarem o trajeto que Réguas. alunos
TOS DA espacial e a representação básicos e noções realizam de sua casa até Lápis. compreendem
CARTOGRA cartográfica. da cartografia. a escola, identificando Celular com as diferentes
FIA. pontos para a localização. Internet formas de
3 aulas Comparar os diferentes tipos Google Maps representação
de representação da A partir disso pedir que da superfície
superfície terrestre. os alunos transformem as terrestre e se
observações num croqui, sabem se
cuidando para localizar em um
representar as mapa virtual.
referências. Para reforçar o
entendimento,
repetir a
sequência no
Google Maps.
Aula 1:

Fundamentos
da cartografia Entender o papel do homem Representações Nessa aula a proposta de
e as na transformação do espaço da superfície ensino utilizando o data
mudanças terrestre. show, o Papel A4 O professor
geográfico.
que professor deverá Réguas. deverá elaborar
ocorreram. demonstrar algumas Lápis. um formulário a
funcionalidades do google Celular com ser
maps. Nesta Internet preenchido
demonstração pode-se Google Maps pelos alunos
utilizar um exemplo de durante a
mudança geográfica em realização da
64

nosso país, como atividade com o


a cidade de Brasília ao Google Maps.
passar dos anos. Neste
Também é interessante formulário
demonstrar imagens devem conter
Aula 2: sobre o desmatamento ao informações
longo dos anos. gerais como: os
Lugar no locais
espaço pesquisados e o
geográfico que mudou ao
regional e longo do tempo.
mundial,
utilizando as
diferentes
No primeiro momento
escalas
Conceitos recomenda-se realizar um A avaliação será
geográficas. geográficos de estudo teórico em sala de realizada por
lugar, paisagem, aula sobre os conceitos Papel A4 meio de relatório
território e espaço da geografia para Réguas. de campo,
geográfico pretendem trabalhar com Lápis. objetivando
Estudar as diferentes escalas a atividade de campo. Celular com associar o
geográficas (local, estadual, Internet conteúdo
regional, nacional, continental No segundo momento ministrado em
e mundial), utilizando as deve-se levar os alunos sala de aula às
imagens tridimensionais para a explorar experiências
geradas a partir do Google detalhadamente as vivenciadas
Maps. imagens do Google Earth pelos alunos
sobre a área em questão. durante a
realização da
No terceiro momento atividade de
deve ser realizado o campo.
trabalho de campo onde
65

os alunos acompanhados
pelo professor passarão a
explorar algumas áreas
do lugar escolhidas
previamente,
despertando dessa forma
a percepção virtual e real

Aula 3:
Aspectos
topográficos
e Aspectos
geomorfológi topográficos e Nessa atividade
Interpretar e identificar geomorfológicos recomenda-se Papel A4 A avaliação será
cos de dada Réguas.
possíveis mudanças no da área escolhida, inicialmente fazer um realizada por
área no Lápis.
bairro ou cidades, através de a partir das estudo prévio dos meio de relatório
espaço imagens geradas elementos físicos do Celular com de campo,
imagens de satélite.
geográfico pelo aplicativo relevo da área estudada Internet objetivando
Google Maps. com apoio do suporte das associar o
imagens geradas pelos conteúdo
aplicativos Google Maps. ministrado em
sala de aula às
Logo em seguida experiências
recomenda-se definir o vivenciadas
roteiro de campo a ser pelos alunos
seguido pelo professor durante a
com os seus alunos, realização da
privilegiando alguns atividade de
lugares que possam campo.
evidenciar os aspectos
topográficos e
66

geomorfológicos que se
pretendem estudar na
atividade

Celular Avaliação irá


II.UNIDADE Promover o conhecimento A dinâmica Aplicativo do ocorrer pela
INTERAÇÕES dos climas, hidrografia e atmosférica, os GeoAtlas participação dos
NO ESPAÇO relevo do território brasileiro. recursos hídricos e Datashow alunos no
NATURAL. A partir desse estudo os relevos. Proporcionar situações Computador decorrer da
3 AULAS educandos irão entender mais em que os alunos possam aula.
sobre as características de ser instigados a
cada região do Brasil. apreenderem os tipos de
climas que atuam em
nosso país.

O aluno será
Celular avaliado

AULA 4: Aplicativo do conforme a sua


GeoAtlas participação na
Tipos Os climas pratica em
climáticos e Compreender os tipos existentes nas Datashow
Computador questão.
suas climáticos existentes. regiões brasileiras.
vegetações Entender os tipos de
corresponden relevos existentes no
tes. território brasileiro e suas
características.
67

AULA 5: O aluno será


Compreender as principais Entender o avaliado
Relevos do características e formas do conceito de relevo Após a finalização dessas Celular mediante a sua
territorio relevo brasileiro. e suas principais três aulas utilizando o Aplicativo do participação na
brasileiro. características. celular como também o GeoAtlas atividade
aplicativo do GeoAtlas o Datashow proposta.
professor irá propor um Computador
seminário em equipe a
partir das informações
coletadas tanto na aula
AULA 6
pelos alunos como
Conhecer sobre as 12 bacias também no aplicativo. O aluno será
Hidrografia
hidrográficas que se fazem Entender sobre as avaliado
da regiões Celular
presentes no território bacias mediante a sua
brasileiras. Aplicativo do
brasileiro e em qual região hidrográficas das participação na
que elas estão inseridas. regiões brasileiras GeoAtlas
atividade
Datashow
proposta.
Computador

III. UNIDADE Promover o conhecimento Urbanização Será abordado as O aluno será


URBANIZAÇÃ sobre as questões do principais questões da Datashow avaliado
O E QUESTÕES processo de urbanização e os urbanização e questões Celular conforme a sua
SOCIOAMBIEN principais problemas que a socioambientais que Notebook participação na
TAIS. urbanização desenfreada estão em volta dela. Slides pratica em
3 AULAS ocasionou ao longo dos anos. Acesso à questão,
internet considerando os
conceitos e
dinâmicas que
68

compreende a
urbanização e
questões
Aula 7 Urbanização socioambientais
Compreender o que é a brasileira Exposição do conteúdo urbanas, será
Urbanização urbanização. através de slides sobre aplicado um
e como ocorreu o processo questionário
classificação de urbanização. através do
das cidades. Kahoot para
avaliar o método
pelos grupos
participantes.
Datashow
Celular
No segundo momento Notebook
será explicado como as O aluno será
Slides
cidades desempenham o avaliado
A rede urbana Acesso à
papel fundamental na mediante a sua
Aula 8 Promover o entendimento brasileira internet
organização do espaço participação na
sobre as redes de hierarquias. atividade
Redes e geográfico.
proposta.
hierarquia
urbanas.

Especulação Após a finalização dessas Datashow O aluno será


Entender os principais imobiliária, três aulas o professor irá Celular avaliado
problemas que o crescimento favelização e fazer uma explicação Notebook mediante a sua
Aula 9 urbano ocasiona. saneamento sobre as funcionalidades Slides participação na
básico do jogo Kahoot para a Acesso à atividade
aplicação de um conjunto internet proposta.
69

Crescimento de 30 perguntas e
urbano e respostas sobre o
principais conteúdo que foi
problemas trabalhado com a variável
urbanos. do tempo para a
competição nesse
processo.
70

8. CONCLUSÃO
___________________________________________________________________

O tema proposto nesse trabalho foi a utilização do celular como um


recurso didático, a partir daí, pensamos em um cenário no qual os alunos iriam se
empolgar com a ideia de utilizar o celular e alguns aplicativos propostos nas aulas
de Geografia. O objetivo dessa atividade além do conhecimento adquirido sobre o
conteúdo foi poder aumentar a motivação dos alunos, que é muito importante para
desenvolver qualquer atividade.
Durante a realização deste trabalho foi possível perceber que o caminho
da Educação é longo e que mudá-la é uma tarefa bastante difícil, no entanto, não
é impossível e que não podemos desistir com as limitações das Escolas por não
possuir uma internet de qualidade ou por não proporcionar uma infraestrutura
básica aos alunos.
Ficou claro também que o acesso à Internet e a tecnologias no Brasil é
um dos grandes problemas, apesar de parecer que ela está em todas as classes
sociais, no entanto, o acesso não é igualitário para todos. Muitos profissionais e até
mesmo gestores escolares acabam se apoiando em discursos de que as
tecnologias no ensino podem distrair mais os alunos do que os fazerem aprender.
Esse discurso que acontece por muitas vezes vindo justificar a inadequação e
insuficiência da infraestrutura tecnológica oferecida. Um dos principais papéis das
Escolas, principalmente as Escolas Públicas é garantir aos alunos esse acesso.
Com a utilização do celular e os aplicativos, principalmente o uso do
aplicativo ‘’Kahoot’’ eles tiveram a possibilidade de fazer uma revisão dos
conteúdos que a professora já tinha trabalhado durante o ano letivo vigente em uma
forma de competição entre as equipes.
Nesse período de aplicação do projeto verificou-se que os alunos não
apresentaram muitas dificuldades para compreenderem a importância das
tecnologias quando inseridas em seu aprendizado e também no desenvolvimento
das atividades propostas a eles. Pelo contrário ficaram empolgados pelo fato de
estarmos propondo uma forma de ensino diferente do que ocorre com eles
diariamente.
Portanto, os resultados que foram obtidos com a realização dessa pesquisa
evidenciaram que a grande maioria dos alunos possuem celular com acesso à
71

internet e que utilizam em sala de aula como no seu dia a dia. A maioria deles,
fazem a utilização do mesmo em primeiro lugar como forma de entretenimento e
em segundo lugar para o estudo.
Concluímos, portanto que a pergunta que norteou a pesquisa foi respondida
de forma afirmativa em todos os capítulos e culminou na elaboração de sugestões
para disponibilizar aos professores de Geografia atividades para desenvolverem no
1ª ano do Ensino Médio, como uma proposta a ser vivenciada por alunos que já
conhecem e vivenciam o parelho celular em sua rotina diária.
Como professores em formação, trabalhar este tema enriqueceu nossa visão
metodológica do ensino e a experiência foi marcante para nossa futura vida
profissional que deve ser marcada pelo encantamento pela Geografia, pelo estudante
e pela escola, buscando utilizar o que melhor favorecer aos estudantes com os quais
nos depararmos durante a vida profissional.
72

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___________________________________________________________________

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Presidente- SP, 2007.
79

APÊNDICE

APÊNDICIE A - QUESTIONÁRIO PARA OS DISCENTES

1) Você possui aparelho celular com internet?


( ) Sim
( ) Não
2) Quando você utiliza o celular em sala de aula é para quê?
( ) Uso aplicativos que ajudam na atividade/ assunto da aula.
( ) Responder e enviar mensagens no WhatsApp.
( ) Atender ligação e jogar.
( ) Não faz uso em sala de aula.
3) Por que faz uso do celular em sala de aula?
( ) Cansado da aula.
( ) Porque acredita que o celular pode ser usado em sala assim como no dia a dia.
( ) Outros motivos.
4) Com relação ao ensino de geografia, como você acha que ficariam as aulas
tendo o celular como recurso didático?
( ) Haveria mais aprendizagem.
( ) Não haveria aprendizagem.
( ) Não sei responder
5) Gostou da forma como os conteúdos foram trabalhados com o uso do celular?
( ) Facilitou mais o entendimento.
( ) Facilitou um pouco.
( ) Continua complicado.

Obrigado pela participação!


80

ANEXOS

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar da pesquisa sobre: ENSINO


DE GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático no Ensino Médio,
temática de estudo para a conclusão do curso de Licenciatura em Geografia da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
A qualquer momento você pode desistir de participar dessa pesquisa e retirar
seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em relação aos
pesquisadores ou com a instituição.
As informações obtidas através dessa pesquisa serão confidenciais, e
asseguram o sigilo sobre sua participação e o nome da instituição. Os dados não
serão divulgados de forma a resguardar sua identificação.

São Mateus-Ma, ____/____/______

_____________________________________________
Sujeito da pesquisa

_____________________________________________
Francisco Eduardo Cunha de Oliveira

_____________________________________________
Joeferson Bogea Silva
81

ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS PAIS

Seu filho(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa: ENSINO DE


GEOGRAFIA: utilizando o celular como recurso didático no Ensino Médio.
O objetivo deste estudo consiste em avaliar as potencialidades que o celular
apresenta como recurso didático e de que forma esse recuso pode ser utilizado
para discutir temáticas geográficas no Ensino Médio. Caso você autorize, seu
filho(a) irá participar desse estudo. A participação dele(a) não é obrigatória e, a
qualquer momento, poderá desistir.
Tal recusa não trará prejuízos em sua relação com o pesquisador ou com a
instituição em que ele estuda. Tudo foi planejado para minimizar os riscos da
participação dele(a), porém se ele(a) (especificar riscos, ex: sentir desconforto com
as perguntas, dificuldade ou desinteresse) poderá interromper a participação e, se
houver interesse, conversar com o pesquisador sobre o assunto.
A participação dele(a) poderá contribuir para um melhor desempenho dos
seus filhos nas aulas de geografia com a utilização do celular como um recurso
didático. As suas respostas não serão divulgadas de forma a possibilitar a
identificação. Além disso, você está recebendo uma cópia deste termo onde consta
o telefone do pesquisador, podendo tirar dúvidas agora ou a qualquer momento.

Eu,___________________________________________________ declaro
que entendi os objetivos, riscos e benefícios da participação do meu
filho(a)___________________________________________________sendo que:
( ) aceito que ele(a) participe ( ) não aceito que ele(a) participe

São Mateus-Ma, ____/____/______

_____________________________________________
Francisco Eduardo Cunha de Oliveira

_____________________________________________
Joeferson Bogea Silva

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