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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Campus Universitário de Araraquara


Faculdade de Ciências e Letras
Departamento de Educação

RELATÓRIO FINAL

Estágio Supervisionado de Metodologia de Ensino de Ciências


Profa.Dra. Eva Aparecida da Silva

João Pedro Pereira de Paula RA: 201126214


Maria Eduarda Yamashita RA: 201126771

ARARAQUARA
2023
1. APRESENTAÇÃO DA ESCOLA
A escola em que foi realizado o estágio supervisionado foi a Escola Estadual
Professor "Lysanias de Oliveira Campos", com sede à Rua Princesa Isabel, n° 34, Vila
Xavier, CEP 14.810-090, em Araraquara-SP, é mantida pelo Governo do Estado de São
Paulo, administrada pela Secretaria de Estado da Educação e Jurisdicionada à Diretoria de
Ensino da Região de Araraquara.
O contato da escola pode ser realizado a partir do número de telefone
(16)3322-2124, e/ou pelo e-mail e047405a@educacao.sp.gov.br. E o Diretor é o: Edegar
A.C. Diniz Junqueira.
A escola oferece na Educação Básica: O Ensino Fundamental - Anos Finais no
período diurno (o Ciclo Intermediário, 6° ano; e Ciclo Final, do 7° ao 9° ano). Oferecido
em regime de progressão continuada. Ensino Médio também no período diurno em regime
de progressão parcial. E a Educação Especial inclusiva em salas de aula comum e/ou com
Serviço de Apoio Pedagógico Especializado. Tanto o Ensino Fundamental e Médio serão
ministrados de forma regular.
Na escola estadual Lysanias de Oliveira Campos há no total 520 alunos
matriculados, sendo 218 alunos do Ensino Fundamental II, 302 do Ensino Médio e 14 da
Educação Especial.

2. DESCRIÇÃO DA PRÁTICA DE ENSINO ACOMPANHADA:


2.1 TEMAS E CONTEÚDOS
Os temas e conteúdos abordados pela professora da disciplina de Geografia que
ministra as aulas do Ensino Fundamental II que acompanhamos durante o período de
estágio na escola eram, em certa medida, parecidos nos diferentes anos do Ensino
Fundamental II.
Nas turmas do 6º ano os temas e conteúdos abordados foram Clima, mudanças
climáticas, fenômenos naturais, desastres naturais, crise hídrica, vegetação. Os conteúdos
de geografia para os 7º anos foram sobre a distribuição de terras, a produção agropecuária
no Brasil, exploração das terras, desmatamento, posição do Brasil no cenário global, os
meios de transporte, o investimento em rodovias no Brasil, o problema na mobilidade de
pessoas, mercadorias e consequências ambientais; modos de produção, indústrias e

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violência. Nos 8º anos foram relacionados a geografia física, espacial, a questão hídrica,
bacias hidrográficas, disposição de recursos naturais, a distribuição desses recursos, relação
do ser humano com a natureza, diferenças entre localidades diferentes (no espaço urbano e
rural); em países do norte e do sul, qualidade de vida, urbanização do Brasil, mais
especificamente da cidade de São Paulo. E por fim, nas turmas do 9º ano, os conteúdos
foram: Organização e acordos internacionais entre países, criação da ONU, direitos
humanos, Guerra Fria, polarização do mundo, Hegemonia capitalista; Brasil e América
Latina, mundo Ocidental, e paisagens.

2.2 METODOLOGIA DE ENSINO


A metodologia de ensino da professora compreende, em sua maioria, em aulas
realizadas de maneira expositiva e dialogada. Há uma exposição dos conteúdos e dos temas
a partir de uma explicação oral, ou de materiais audiovisuais que a professora exibe na
televisão e, posteriormente, aponta e explica o que foi colocado em pauta. Além disso, ela
estabelece um diálogo com os alunos sobre suas perspectivas de mundo, percepções e tenta
relacionar com o conteúdo. Para assimilar a teoria e a prática.
Por fim, a avaliação consiste em vistos no caderno de exercícios passados na lousa,
ou presentes no livro didático; bem como, a prova do Saresp.

2.3 RECURSOS DIDÁTICOS


Os recursos didáticos utilizados na prática de ensino da professora incluem os texto
do livro de geografia, que frequentemente foram explorados por meio de leituras dirigidas
ou leitura em voz alta realizada pelos alunos ou por ela mesma; alguns textos são
transmitidos através da lousa extraídos de um material próprio, preparado antecipadamente
pela docente ou retirados do livro de geografia e copiados na lousa para os alunos
transcreverem nos cadernos.
Em algumas aulas, a professora se utiliza de excertos de documentários, ou vídeos
informativos de curta duração para a abordagem do conteúdo de maneira audiovisual para
os alunos; sobre os quais ela faz comentários e indica pontos principais para os estudantes
realizarem anotações e debaterem.

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A professora também emprega recursos imagéticos a partir de ilustrações na lousa,
de mapas, por exemplo, e de gráficos para ensinar e instruir a análise dos estudantes.

2.4 RELAÇÃO PROFESSOR/ DISCIPLINA/ALUNO


A professora tem domínio do conteúdo ministrado durante as aulas e tenta transmitir
o conteúdo da disciplina de maneira compreensível, acessível, incentivando a participação
ativa dos estudantes. Os alunos, por sua vez, são inclinados a fazer questionamentos e
expressar dúvidas, promovendo um ambiente de aprendizado interativo e dialógico, ainda
que a participação seja por parte de uma pequena parcela da turma. A proximidade do
professor com os alunos permite um melhor entendimento de necessidades mais
particulares da turma e dos estudantes, uma vez que a docente consegue articular e conectar
o conteúdo da disciplina com exemplos do mundo real tornando o aprendizado mais
atrativo e significativo para os alunos que demonstram interesse na disciplina, pois há uma
desigualdade no tratamento dos alunos.
A utilização de recursos didáticos audiovisuais geram resultados mais expressivos
na aprendizagem dos alunos de maneira geral, que demonstram mais atenção e empenho, e
consequentemente, alcançam um desempenho melhor nas atividades propostas.
No entanto, o uso de aparelhos celulares é algo utilizado pelos alunos em
praticamente todas as aulas, para fins não pedagógicos, os estudantes acabam se
interessando por maneiras de entretenimento durante as aulas, jogando jogos, ouvindo
música, assistindo a vídeos nas redes sociais e plataformas de entretenimento.
Verificamos que algumas turmas interagem de maneira mais efetiva que outras,
principalmente as turmas do 6° e 7° ano, que estabelecem um diálogo mais próximo da
professora e são mais entusiasmados com a disciplina comparado às turmas do 8º e 9º ano
que fazem mais o uso da tecnologia.

3. DESCRIÇÃO DO MATERIAL OU MATERIAIS DIDÁTICOS


O material didático utilizado pela professora abrange os livros didáticos, lousa,
apagador, marcador, vídeos informativos ou excertos de documentários transmitidos por
meio da televisão em sala de aula. Os materiais variam conforme a temática das aulas e a
necessidade de expor os conteúdos.

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Em uma das aulas, a professora permitiu a utilização de smartphones para que os
alunos realizassem pesquisas acerca do tópico ‘Organizações internacionais’ em grupos,
possibilitando posteriormente, um debate entre os alunos de diferentes grupos sobre as
informações coletadas; que foi mediada por ela.
Verifica-se também uma implementação das novas tecnologias no ensino, com o uso
das televisões na sala de aula e a possibilidade do uso dos smartphones em alguma
atividade mais específica. Os jovens aderem facilmente a essas tecnologias e se
demonstram mais atentos às aulas quando são utilizadas.
Infelizmente, a docente relatou uma problemática que envolve os livros didáticos e
número de estudantes nas turmas. Não há livros disponíveis para todos os alunos, pois
houve um problema interno com a gestão escolar e a fornecedora de livros que não
conseguiu entregar a quantidade necessária de livros didáticos. Portanto, ao utilizar os
livros, os alunos precisam sentar em duplas ou até mesmo em grupos, dependendo da
quantidade de alunos presentes na sala de aula, para efetuar a prática pedagógica com os
recursos disponíveis no momento, o que causa uma dispersão da turma e toma tempo da
aula para organizar as carteiras.
Umas outra problemática observada referente a estrutura é que a internet na escola
não funciona de maneira efetiva e constante. Assim, quando a professora busca transmitir
vídeos ou excertos de documentários, um longo período de tempo da aula é gasto apenas
para o acesso a internet, o que reduz o tempo de aprendizado e causa uma dispersão dos
jovens, transformando a sala de aula em uma ambiente barulhento e pouco favorável para a
concentração que é necessária para o ensino.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o início do estágio, foi possível observar que a escola busca adaptar os
conteúdos presentes na base nacional comum curricular que direciona os conteúdos que
devem estar presentes nos currículos escolares, mas fazendo mudanças para tentar adequar
esse conteúdo aos alunos da escola. O regimento escolar consta que os objetivos da escola
convergem para os fins mais amplos da educação nacional, expressos na lei de Diretrizes e
Base da Educação Nacional n° 9394/96, de 20 de dezembro de 1996 e demais normas
complementares e cursos e modalidades da Ba. Contudo, a BNCC coloca que o papel da

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escola é formar as novas gerações para se adaptarem às transformações econômicas, sociais
e culturais em relação aos valores e condutas exigidas na sociedade capitalista globalizada
de acumulação flexível e digital.
Apesar dos esforços dos docentes, a falta de conexão dos alunos com os conteúdos e
a falta de recursos necessários destacou a limitação de uma abordagem pedagógica que
ocorre de maneira neoconstrutivista e individualista, que exclui as necessidades educativas
dos estudantes, e atende uma lógica neoliberal. Que como dito por Saviani em seu livro
“História das idéias pedagogicas no Brasil”
Em suma, a “pedagogia das competencias” apresenta-se
como outra face da “pedagogia do aprender a aprender”,
cujo objetivo é dotar os indivíduos de comportamentos
flexiveis que lhes permiam ajustar-se às condições de uma
sociedade em que as próprias necessidades de sobrevivência
não estão garantidas. Sua satisfação deixou de ser um
compromisso coletivo, ficando sob a responsabilidade dos
próprios sujeitos, que, segundo a raiz etimologica dessa
palavra, se encontram subjugados à “mão invisivel do
mercado (Saviani, 2007, pg.435)

A falta de bases sociais na construção do conhecimento faz com que a escola seja
prejudicada ao tentar seguir esse modelo orientado pelos padrões da BNCC que não
preveem a necessidade de inclusão e adaptação que ocorre no ambiente escolar, sendo uma
reclamação comum dos docentes a falta de preparo da escola para receber alunos que
precisam de atendimento especializado, sendo assim, não valorizando a diversidade e
formas de saber.

A formação do conhecimento é um esforço coletivo, segundo Saviani, envolvendo


professores, alunos e todos os membros do ambiente escolar. Sua perspectiva
sócio-histórica enfatiza a necessidade de uma abordagem pedagógica centrada na formação
do indivíduo como parte integrante de uma sociedade mais ampla.

Essa visão abrangente promove a inclusão de alunos de diversas realidades sociais


no contexto histórico, incentivando a compreensão de que são peças fundamentais para
uma possível reformulação do sistema educacional brasileiro e da sociedade como um todo,
em contraposição a serem meros mantenedores passivos de um sistema desigual gerado
pelo neoliberalismo que transmite suas ideias sobre o mundo social e reafirma, o próprio
sistema e reproduz a estrutura social existente.

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Sendo assim, a escola segue e tenta adaptar o ensino em virtude de atender a BNCC
e o currículo paulista apesar dos problemas como falta de recursos, falta de interesse dos
alunos e os métodos de ensino ultrapassados que são por muitas vezes utilizados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
QEdu, QEdu LYSANIAS DE OLIVEIRA CAMPOS PROF, Dísponivel em:
https://qedu.org.br/escola/35047405-lysanias-de-oliveira-campos-prof Acesso em 27 de
novembro de 2023
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no brasil. [S. l.: s. n.], 2007.

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