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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

Escola de Educação e Humanidades


Disciplina: Estágio Supervisionado nas séries iniciais do Ensino
Fundamental
Professora: Priscila Angelina

Ano Letivo RELATÓRIO DE ATIVIDADES


2023
DADOS PESSOAIS

Nome dos(as) estagiários(as): Julia Victória Lima do Matrículas/RA:


Nascimento 00000032297
Telefone para contato: 81
99325-9449

Curso: Pedagogia Período: 6º


Disciplina: Estágio Supervisionado Nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental
Escola campo de estágio: Educandario Menezes II
Endereço: R. Miriam Lopes Verbena, N 27 - Macaxeira, Recife/PE
Profissional responsável na instituição campo de estágio:
Danilo Menezes Santos
Período de Estágio: Início: 22/09/2023 Término: 20/10/2023
Carga Horária total: 100 horas

I. APRESENTAÇÃO

O estágio supervisionado é uma rica oportunidade para relacionar as teorias e


as práticas pedagógicas no ambiente escolar com o intuito de adquirir experiência na
docência e desenvolver conhecimentos necessários para a formação do pedagogo
(a). Apesar de, a priori, corresponder ao cumprimento da carga horária curricular, este
período deve ser entendido e aproveitado de forma mais abrangente, por ser um
momento necessário para o discente utilizar como base para a atuação profissional.
O estágio em questão foi realizado no Educandário Menezes II, que é um
colégio particular no bairro da Macaxeira, Zona Norte do Recife. É uma escola de
pequeno porte onde os alunos são crianças que moram no mesmo bairro. Quanto à
estrutura possui sete salas, dois banheiros, uma quadra para atividades físicas e lazer
dos alunos, piscina e uma sala com banheiro para coordenação e diretoria.
A turma de acompanhamento foi a do 5º ano do ensino fundamental, turno da
tarde, sendo doze alunos de 10 a 11 anos. A sala onde abriga o grupo é limitada, e
há pouco espaço para os alunos se locomoverem, possui climatização e um pequeno
armário para os professores guardarem materiais pedagógicos.
As principais atividades realizadas foram de execução da rotina escolar,
aplicação de atividades pedagógicas, colaboração na preparação de materiais
educativos planejados pelo professor, suporte individual aos alunos, observação da
prática docente, apoio na gestão da sala, regências e participação em reuniões.
“A prática está posta como um saber fazer, como um rol de competências e
habilidades encerradas em si mesmo.” levando em conta o pensamento de
Gonçalves, Mota e Anadon (2020, p. 374)¹ a educação para estas crianças em seus
plenos desenvolvimentos cognitivos, sociais e emocionais mostrou-se bastante
desafiadora, ainda mais em um contexto onde a estrutura do ambiente tem suas
limitações. Porém, há uma grande vontade de um fazer pedagógico eficaz para com a
vida e aprendizagem dos alunos, o que tende a ser um bom começo para atingir na
prática os objetivos desejados.
II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (BREVE)

As aulas que foram acompanhadas durante este estágio aconteceram no turno


da tarde. Todos os dias o professor supervisor estava presente na classe, pois
lecionava três disciplinas distintas para a referida turma.
Como a metodologia geral da escola é tradicional, boa parte dos professores
seguem uma abordagem convencional com aulas expositivas, uso do livro didático e
com foco voltado a transmitir o conhecimento aos alunos. De acordo com Jean Piaget
(1970, p. 53)², “O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer
coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram.” O professor
Danilo, apesar de seguir os comandos, regras e algumas sugestões da gestão
escolar quanto a sua abordagem educativa, ministrava suas aulas com uma visão
voltada para o construtivismo dando ênfase às interações, experiências e criações
dos alunos.
Ao longo do período de observação e convivência foi possível perceber uma
dinâmica singular entre o professor e seus alunos. Ficou evidente que, com muito
esforço, foi construída uma relação de amizade entre eles, mas sem ultrapassar
certos limites e sem comprometer a necessária disciplina e respeito. A interação nas
aulas aconteciam como se fossem uma troca, o que facilitava a comunicação e
estimulava a participação dos alunos. Eles se sentiam à vontade para compartilhar e
perguntar, indicando que a interação do professor dessa forma mais próxima do aluno
facilita o aprendizado e desenvolvimento, como afirma Freire (2003, p. 66)³ em sua
seguinte fala: “Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa aos direitos dos
educandos e exige também, a apreensão da realidade.”

III. ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES DE AULAS

As aulas de todas as matérias lecionadas pelo professor seguem um


planejamento elaborado por ele, associado aos conteúdos que estão dispostos nos
livros didáticos. Há na escola uma ênfase para a utilização máxima dos livros
didáticos devido ao custo do material que é investido pelos pais.
O planejamento é realizado quinzenalmente, podendo sofrer alterações a
depender dos projetos escolares, dinâmica da turma, entre outros fatores. Como por
exemplo, em uma aula da disciplina de Ciências, sobre Condutividade Térmica, o
planejamento era para ser trabalhado em uma aula, mas após avaliar o aprendizado
de alguns alunos, o professor optou por estender o conteúdo por mais um dia.
No dia da segunda, o professor trouxe para sala de aula cubos de gelo da sala
dos professores, copos de vidro, de plástico, de isopor e de metal para que os alunos
analisassem em qual dos materiais o gelo iria demorar mais a derreter. Além disso,
levou um pequeno pedaço de madeira, um tecido, papel alumínio e algumas velas
para que os alunos observassem e analisassem quais o material era mais eficiente na
transferência de calor. Essa segunda aula foi bastante enriquecedora graças às
vivências proporcionadas, participação ativa, curiosidade e dúvidas dos alunos.
Segundo Paulo Freire (2003, p. 43)4, “Ensinar não é transferir conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção”. Tendo
isso em vista, as dinâmicas facilitaram o desenvolvimento na aprendizagem daquele
conteúdo, além de possibilitar experiências significativas utilizando objetos do dia a
dia das próprias crianças.
Outro fato importante a ser pontuado acerca das abordagens do professor é a
forma como o mesmo reage mediante aos erros dos alunos. Em uma aula de
Geografia houve a aplicação de atividades sobre os Estados do Brasil, algumas
questões perguntavam quais eram as capitais dos Estados. Um aluno chamado
Pedro informou que não sabia qual era a capital do Estado de Pernambuco.
Imediatamente depois outros alunos, ao escutarem a fala do colega, deram risadas e
Pedro ficou claramente constrangido. O professor logo começou a explicar que a sala
onde as crianças estavam era um lugar onde elas poderiam errar e acertar, e que
eles estavam ali para aprender uns com os outros. Em seguida pediu para que os
colegas dissessem qual era a Capital correta a Pedro. Ao analisar o acontecimento foi
possível perceber que existe uma constante busca por construir e estabelecer a
confiança, empatia e respeito entre alunos. A intervenção do professor, nesse
contexto, se mostrou bastante construtiva e positiva, pois ao invés de ignorar a
situação ou simplesmente pedir para que os alunos não rissem do amigo, ele
transformou aquele momento em uma oportunidade de aprendizado e incentivo à
colaboração e apoio ao outro. Vale ressaltar que a escola é um ambiente de convívio
social onde também deve ser construído o senso de comunidade.
Referente a rotina do professor na turma, todos os dias antes de iniciar as
aulas acontece a organização dos materiais e preparação da sala. Ao iniciar o
horário, ocorre o cumprimento aos alunos e verificação de presença. Depois disto, é
solicitado que os alunos coloquem sob o birô as agendas escolares para que seja
feita a análise do acompanhamento dos pais nas atividades dos alunos. Sempre que
há uma atividade para o aluno realizar em casa, a agenda é preenchida com os
comandos. Ao final da folha, é solicitada a assinatura de retorno dos responsáveis
com a confirmação de ciência e acompanhamento das atividades propostas.. O
professor ao verificar as assinaturas carimba as agendas indicando se as atividades
foram realizadas ou não. Após a pandemia, algumas escolas optaram por
implementar a agenda eletrônica disposta através de uma plataforma online. Nessa
plataforma os professores realizam atualizações sobre eventos na escola, propõem
atividades para serem realizadas em casa, indicam materiais necessários para
trabalhos em sala e proporcionam um espaço onde os responsáveis podem
acompanhar a vida escolar dos alunos. Após um diálogo com o professor, sugeri que
a questão fosse levada à reuniões com a gestão para a possibilidade de aprimorar
essa estratégia escolar.
Após a entrega das agendas, acontece uma explicação sobre as atividades
planejadas para a turma no dia, incluindo detalhes sobre o conteúdo que será
abordado, as atividades a serem realizadas e/ou produções que serão desenvolvidas
com a turma. Em seguida, acontece a correção coletiva das atividades realizadas em
casa e depois o início do conteúdo programado para o dia. O horário do intervalo
acontece regularmente às 15:00h. Os alunos lancham e vão ao pátio para brincar e
conversar. Durante esse período o professor acompanha seus alunos, devido a turma
não possuir auxiliares pedagógicos. Às 15:50h os alunos voltam para a sala para um
momento da “Calma”. O professor coloca uma música calma para criar um ambiente
tranquilizante na tentativa de relaxar os alunos que chegam eufóricos ao intervalo.
Esse momento geralmente dura cerca de 10 minutos. A aula de outra disciplina
começa após o momento de tranquilidade, e o restante do dia segue com a
programação planejada Pouco antes do fim da aula, as crianças anotam em suas
agendas as atividades que devem ser realizadas em casa, geralmente uma atividade
do livro didático.
A música faz um papel importante nesse momento de retorno da pausa para a
diminuição do estresse, ansiedade e promoção da tranquilidade. Além de ser uma
ferramenta útil para a criação de um ambiente equilibrado.
Como mencionado anteriormente, a relação entre aluno e professor é de
amizade e troca. Nota-se que os estudantes têm uma ligação de confiança e respeito
pelo professor e há uma boa comunicação entre eles na maioria das vezes. Em um
diálogo na sala de aula, Danilo comentou que, quando começou a lecionar na turma,
enfrentou alguns desafios devido a diversos comportamentos indisciplinados por parte
de algumas crianças. Compartilhou que alguns se negavam a ouvi-lo e a fazer
atividades. Além de, haver muitas brigas entre os alunos. Apesar de tentar apaziguar
os conflitos e chamar a atenção dos alunos, era sempre muito difícil dar aula para a
turma. Durante as reuniões com a coordenação pedagógica, ele trouxe à tona os
conflitos e dificuldades no intuito de ter um auxílio para melhorar a dinâmica da sala.
Foi informado que alguns alunos vivem em uma comunidade próxima onde
presenciam muita violência, atividades ilícitas e que conversar individualmente com
os alunos seria uma maneira de se aproximar deles. O professor escutou o conselho
da coordenação e começou a se comunicar com os alunos de maneira mais próxima
para entender como agir e o que cada um precisava. O educador informou que o criar
um ambiente de diálogo aberto com os alunos foi uma construção demorada mas
eficaz. Criar normas de comportamento e pedir a ajuda deles para analisar o
comportamento uns dos outros também foi de grande ajuda no processo.
Um ponto observado foi a relação entre professor e os responsáveis, pois a
comunicação entre eles é muito próxima. Todos possuem o contato do celular
pessoal do professor e mantêm o diálogo por redes sociais. É importante ter uma
ponte entre o educador e os responsáveis para trocas de informações e
acompanhamento da criança. Porém, deve haver meios de comunicação oferecidos
pela própria escola, como e-mails, plataformas e telefones para fazer esse elo entre
os dois lados. Manter a comunicação formal e centralizada ajuda a proteger a
privacidade de todos e criar um ambiente seguro. No caso da necessidade de
comunicação direta o indicado é que aconteça nas dependências da própria escola
ou em reuniões.
As reuniões pedagógicas com a coordenação acontecem regularmente e
ocorre o compartilhamento das demandas e muito sobre particularidades de alguns
alunos, quando necessário. A participação dos estagiários nessas reuniões foi
encorajada. Em uma das reuniões em que houve essa participação, o professor
comentou que uma das mãe havia solicitado um relatório pedagógico de seu filho. O
motivo da solicitação foi devido ao estudante estar passando por um processo de
avaliação com profissionais especializados para um diagnóstico preciso de sua
situação. A suspeita entre os professores e coordenação era que o aluno tivesse o
Transtorno do Espectro Autista. Instruído pela coordenação, que apresentou um
modelo da escola para esses relatórios específicos, se deu início às observações
detalhadas das ações desse aluno. Notas foram tomadas pelo professor e também
estagiária acerca da relação desse aluno com os outros alunos, seus pontos fortes de
desenvolvimento, as barreiras na aprendizagem e pontos a serem desenvolvidos,
bem como as intervenções realizadas. O professor explicou os pontos que deveriam
ser abordados nesse tipo de documento para construir da melhor forma a avaliação
que seria entregue aos médicos. Alguns dias depois da entrega deste documento, a
mãe retornou com o diagnóstico que confirmava o transtorno no aluno.
Foi de extrema importância a participação na construção desse documento
para prática e consolidação de conhecimentos teóricos, realização de observações
diretos no aluno em prol de entender qual a real necessidade dele e progresso. Além
de receber a orientação do pedagogo e receber a contribuição na construção da
experiência profissional. Realmente, foi uma aprendizagem rica.
Em momentos de conflitos e indisciplina na turma, o professor intervinha
prontamente sempre tentando abordar pautas que pudessem trazer reflexão aos
alunos para que os mesmos repensassem seus atos. Em uma aula dois alunos
estavam discutindo e um chamou o outro de “Viado”. O professor que estava
analisando as agendas, parou e perguntou a classe o que significava a palavra que
tinha sido dita pelo amigo. Logo os alunos começaram a dizer vários adjetivos na
tentativa de explicar a palavra dita pelo colega. Uma aluna chamada Isabelle citou
que era um animal e o professor escreveu no quadro de modo que todos pudessem
ver, o seguinte: “VIADO = ANIMAL”. Deu início ao esclarecimento do que significava
essa palavra e que a ofensa era considerada um preconceito e que era crime. Danilo
informou que essa palavra em forma de ofensa jamais deveria ser repetida na sua
sala e em lugar algum, pois a forma como as pessoas se relacionam amorosamente
só dizia respeito a elas mesmas. A intervenção imediata em certos conflitos é uma
oportunidade de educar os alunos para a vida.
Oliveira (2005)5 enfatiza que:
Além de a indisciplina causar danos ao professor e ao processo
ensino aprendizagem, o aluno também é prejudicado pelo seu
próprio comportamento: ele não aproveitará quase nada dos
conteúdos ministrados durante as aulas, pois o barulho e a
movimentação impedem qualquer trabalho reprodutivo.
(OLIVEIRA, 2005, p. 21)

Ainda sobre os momentos de indisciplina dos alunos, algo que também


acontece bastante em situações de brigas ou desobediência, quando há o
esgotamento de recursos para lidar com o problema ou até o esgotamento de
paciência no momento, é o professor mandar o aluno ou alunos para a coordenação
com a justificativa de que a coordenadora realizará o papel de mediação.
É importante lembrar que o professor deve ter autonomia e autoridade sob sua
turma e sala de aula. Como cita Jesus (2022)6, “Isso significa que eles precisam ser
capazes de impor limites e estabelecer regras claras. Além disso, é importante que os
docentes sejam consistentes em suas ações e cobrem o cumprimento das regras da
classe.” O coordenador, em colaboração com o professor, desempenha o papel
crucial na articulação de medidas para a resolução eficaz de problemas visando que o
processo de ensino e aprendizagem sejam realizados e garantidos. Porém, é
importante ressaltar que a função da coordenação não se limita a um local onde o
aluno indisciplinado é enviado para “refletir” sobre suas ações ou um lugar onde o
aluno seja enviado para receber repreensões. Ao contrário disso, busca-se uma
abordagem proativa focada em encontrar soluções construtivas para criar um
ambiente de desenvolvimento integral dos alunos.
Nas salas do ensino fundamental da escola não possuem auxiliares de sala,
apenas no ensino infantil. O aluno que foi diagnosticado com o Transtorno do
Espectro Autista não possui ainda um acompanhante durante as aulas. Em outras
classes onde têm alunos com algum distúrbio, transtorno ou necessidades especiais
também não contam com auxiliares ou acompanhantes para o apoio individualizado.
É necessário que o estudante com necessidades especiais tenha um suporte
de auxiliares para facilitar sua aprendizagem e garantir a participação nas atividades
em sala de aula. Segundo Vygotsky7, “Todas as crianças podem aprender e se
desenvolver… As mais sérias deficiências podem ser compensadas com ensino
apropriado, pois, o aprendizado adequadamente organizado resulta em
desenvolvimento mental.”. Logo, os alunos que possuem essas especificidades
podem precisar de auxílio na execução das tarefas acadêmicas e o acompanhante
pode fornecer essa assistência personalizada de acordo com a necessidade do
aluno. Ter esse profissional em sala é uma estratégia importante para fornecer
suporte e promover uma experiência melhor a esses alunos.
É bastante comum os professores contarem com a ajuda dos estagiários para
a criação de materiais didáticos. Esses momentos beneficiam ambas as partes
proporcionando ao estagiário uma experiência prática valiosa, enquanto o professor
recebe uma mão extra para a elaboração dos recursos educativos. Acompanhando o
calendário escolar os professores estavam preparando suas turmas para a
culminância da Feira de Ciências que é um momento onde todas as turmas
apresentam um trabalho final de conhecimentos aprendidos durante o período letivo.
A turma do 5º ano ficou com o tema Sistema Solar. Em colaboração, estagiária e
professor, pesquisaram sobre o tema que seria apresentado pela turma. Juntos
trocaram ideias, integrando diferentes perspectivas para produzir uma boa
abordagem educacional.
Depois de algumas conversas, foi decidido que as crianças iriam produzir suas
próprias maquetes para o dia da apresentação, pois o trabalho realizado por elas
mesmas seria muito mais significativo. Além das maquetes, a turma precisaria alugar
tendas para a exposição no local designado pela escola, lembrancinhas para a
distribuição de quem fosse visitar a apresentação e alguns materiais para a
decoração que a escola não tinha como disponibilizar. Foi sugerido a realização de
uma rifa para arrecadação de fundos para custear os gastos e todos aceitaram a
opção. As rifas foram criadas pela estagiária com auxílio da plataforma Canva ,
impressas e distribuídas aos alunos para que todos tentassem vender. O professor
disponibilizou os prêmios que eram um liquidificador e 3 caixas de chocolates.
Antecedendo a Feira de Ciências iria acontecer os Jogos Interclasse que é
uma competição esportiva entre as turmas. Os jogos acontecem durante uma semana
e envolvem várias modalidades. No último dia dessa semana, ocorre uma celebração
especial que destaca apresentações artísticas realizadas por todas as turmas. A
turma do professor Danilo escolheu fazer uma dança característica do nordeste, o
Coco de Roda.
Após a definição do estilo musical, o grupo fez a escolha da música que seria
apresentada. Esse processo de escolha envolveu a participação de todos, garantindo
um trabalho conjunto. Com a seleção musical estabelecida, se deu início aos ensaios,
marcando o início de uma jornada de preparação para a apresentação. Diariamente,
antes do momento da saída, os alunos davam vida ao amplo pátio da escola. O
espaço era transformado em um palco temporário. Estagiária e professor auxiliaram
no ensaio e testemunharam a dedicação e sincronia do grupo durante as práticas.
Considerando a fala de Jeandot (1993, p. 19)8:

As crianças gostam de acompanhar as músicas com


movimentos do corpo, tais como palmas, sapateados, danças,
volteios de cabeça, mas, inicialmente, é esse movimento
bilateral que ela irá realizar. E é a partir dessa relação entre
gesto e o som que a criança – ouvindo, cantando, imitando,
dançando – constrói seu conhecimento sobre música,
percorrendo o mesmo caminho do homem primitivo na
exploração e na descoberta dos sons.

A energia contagiante do processo de ensaio ressoava pelo ambiente com a


visível união para criar uma performance memorável. Apesar de muitas vezes haver o
cansaço, o comprometimento das crianças era evidente e a cada passo havia uma
melhora significativa. Assim, cada momento dedicado aos ensaios não apenas
contribuía para a evolução técnica, mas também unia os alunos. Esses momentos de
ensaios foram uma jornada enriquecedora e importante para todos.
Além da participação em sala de aula, com a produção de materiais, aplicação
de atividades, ensaios para a apresentação e acompanhamento individual dos
alunos, houve algumas participações nas reuniões pedagógicas. Esses encontros
ofereceram um espaço adicional para troca de experiências, discussões e
alinhamento das estratégias educacionais. Apesar de pouco contribuir nessas
reuniões, por estar mais como uma observadora, cada pequena intervenção ou
comentário, por menor que fosse, desempenhou um papel crucial no
desenvolvimento coletivo. Pois, cada pessoa tem um olhar singular de determinadas
situações e pode ajudar na resolução de problemas ou tomada de medidas. A
presença nesses encontros não apenas proporcionou percepções diferentes, mas
também demonstrou comprometimento contínuo da escola com a melhoria do
processo educacional.
IV. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DAS REGÊNCIAS

Durante o estágio foi possível a realização de duas regências. A primeira foi


na disciplina de Ciências e a segunda em Geografia. Como já havia uma
planejamento predisposto, o professor supervisor sugeriu a continuidade dos
conteúdos programados, porém também deixou livre a escolha dos temas.
Como já estava na programação, para a aula de Ciências o tema a ser
abordado na sequência foi Energia. Na etapa de construção do planejamento foi
possível contar com a ajuda do professor que colaborou ativamente na construção do
plano de aula. Sua participação envolveu dicas pertinentes alinhadas ao nível de
compreensão das crianças. Esse momento contribuiu significativamente para a
eficácia do processo. Em seguida houve a elaboração das estratégias pedagógicas
que não apenas abordassem o conteúdo de forma clara, mas também levasse em
consideração a dinâmica e o interesse dos alunos.
No dia da regência, o professor informou aos alunos que a primeira aula seria
leciana pela estagiária que estava a algum tempo com eles. Os alunos demonstraram
empolgação e alguns talvez insegurança pela mudança que iria ocorrer, mas todos
acompanharam a aula com atenção e paciência. Apesar do nervosismo e apreensão
no momento, a aula fluiu inicialmente como planejado.
O primeiro passo após apresentar o tema foi questionar aos alunos sobre o
que eles conheciam acerca da palavra energia. Alguns alunos citaram palavras como
luz, carregador de celular, lâmpadas, eletrodomésticos. Em seguida às exposições
dos alunos, foi questionado se o corpo humano possuía energia, o que provocou uma
resposta coletiva “Sim”. Uma das alunas contribuiu com a discussão mencionando
que para correr o corpo precisava de energia. Tomando esse gancho exploramos o
contexto de energia no corpo humano. Abordei como os alimentos ingeridos são
fontes de energia e destaquei a importância de uma alimentação equilibrada para a
realização das atividades diárias. A discussão não se limitou apenas aos aspectos
físicos, mas também abrangeu a energia mental necessária para aprender, pensar e
interagir. A pergunta inicial tomou uma proporção não esperada no planejamento,
porém promoveu uma compreensão mais ampla do que o esperado.
Após os questionamentos e diálogo sobre os conhecimentos prévios do tema,
foi realizada uma exposição com um projetor apresentando conceitos de energia,
explicando os diferentes tipos e expondo curiosidades como as diferentes fontes e
como podemos gerá-las. A ausência de perguntas por parte dos alunos após a
exposição gerou um momento de apreensão. Porém, havia preparado uma dinâmica
para fixação e melhor compreensão sobre o tema. A experiência de geração de
dissipação de energia.
A demonstração utilizando copos plásticos e uma vela grande foi uma
experiência curiosa para os alunos e visava apresentar os princípios da transferência
de energia na condução de calor. Ao expor um copo vazio ao calor da vela, os alunos
puderam observar que o plástico derretia, evidenciando a capacidade do material de
conduzir o calor e a vulnerabilidade do copo vazio diante da temperatura. Em
seguida, ao introduzir um copo contendo água na experiência, aconteceu o inverso da
experiência anterior, o copo com água não derreteu. Mediante a isso, foi possível
explicar aos estudantes como a água é uma absorvedora de energia e retentora de
calor e atuou com uma barreira protetora para o copo. Ela absorveu o calor da vela
evitando que plástico atingisse uma temperatura crítica levando a derreter o copo. Os
alunos colocaram a mão na massa e testaram individualmente a experiência.
Já na regência de Geografia, o planejamento ocorreu da mesma forma com
auxilio do professor. O conteúdo escolhido de acordo com a programação
preestabelecida foi o conceito de Território.
Para introduzir esse conceito de forma mais fácil. Houve o início da aula com
uma contextualização visual. Foram exibidas variadas cidades e ambientes urbanos
contrastando com os rurais. O objetivo era proporcionar aos alunos a compreenção
visual das diferenças entre esses territórios, explorando a diversidade de locais onde
as pessoas vivem. Alunos participaram contando histórias sobre já terem ido a sítios e
locais rurais contribuindo ativamente com a aula.
No segundo momento, os alunos assistiram a um vídeo que explicava o
conceito de urbanização de forma lúdica e de fácil entendimento. Foi importante
trazer o vídeo na aula, pois foi possível alternar nas formas de abordagem do
conteúdo. Além do conceito de urbanização, foi realizada uma explicação acerca do
grande êxodo rural que aconteceu no Brasil.
Houve um levantamento de opiniões dos alunos sobre as causas e
consequências da superlotação nas cidades e o êxodo rural. Cada resposta era
escrita no quadro. No final como atividade, utilizando cartolinas foi proposto que os
estudantes criassem murais contendo atitudes para evitar a urbanização
desordenada e os desafios nas áreas rurais.
Essa experiência prática na regência de Geografia não apenas ajudou no
entendimento dos alunos sobre o conceito de território, mas também demonstrou
como a abordagem interativa pode tornar os conceitos geográficos mais acessíveis e
interessantes.
De maneira abrangente, a implementação das regências contribuiu de maneira
bem sucedida para o processo de aprendizado dos alunos. Apesar dos sentimentos
iniciais de insegurança e nervosismo que acompanham o desafio de conduzir as
aulas, o objetivo central foi alcançado e o sentimento de satisfação tomou conta. O
ambiente proporcionou uma oportunidade valiosa para a aplicação da teoria na
prática. A interação direta com os alunos aconteceu de maneira imprevisível, mas
permitiu ajustes e adaptações nas abordagens conforme a reação da turma. Nota-se
que os obstáculos emocionais iniciais não tiveram uma ênfase grande e a
oportunidade de crescimento profissional foi garantida.
O feedback do professor com correções na prática e elogios no engajamento
dos alunos fortaleceu e incentivou o desejo pelo desenvolvimento contínuo na prática
docente. Esse processo, cercado pela superação dos desafios contribuiu para a
consolidação da jornada de formação neste período de crescimento e aprendizado.

V. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Para uma formação com êxito na área da educação é fundamental a


realização de estágios para aperfeiçoar o profissionalismo pedagógico. Ao entrar em
contato com a realidade escolar, o estudante tem a oportunidade não apenas de
aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos, mas também de vivenciar de forma
mais profunda os desafios e dinâmicas do ambiente escolar.
Essa experiência prática não só enriquece o repertório do estudante, mas
também o capacita a fazer uma diferença significativa na educação. A interação direta
com a sala de aula, colegas e profissionais do ensino proporciona experiências
valiosas para a prática pedagógica.
O objetivo é que ao se tornar um educador, o profissional esteja capacitado
para oferecer um ensino de qualidade para seus futuros alunos. O estágio não é
apenas um requisito acadêmico, mas uma oportunidade de crescimento pessoal e
profissional contribuindo para a formação de educadores capacitados, competentes,
habilidosos e conscientes do impacto positivo que podem ter na educação.
Apesar de ser um momento curto de participação no dia a dia dos alunos e
profissionais do ambiente escolhido, os aprendizados adquiridos se perpetuam para a
vida. Os conselhos, conhecimentos e experiências foram singulares e proporcionaram
um olhar diferenciado para com a educação.
VII. ANEXOS
VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. GONÇALVES, Suzane da Rocha Vieira; MOTA, Maria Renata Alonso;


ANADON, Simone Barreto. A Resolução CNE/CP nº 2/2019 e os
retrocessos na formação de professores. Formação em Movimento, v. 2,
nº 4, p. 360-379, junho/dezembro de 2020.

2. (1970). Le Structuralisme. Paris: P.U.F. ,

3 e 4. FREIRE, P. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - saberes necessários à


prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.

5. OLIVEIRA, Maria Isete de. Indisciplina Escolar: Determinantes,


consequências e ações. Brasília: Líber Livro, 2005.

6. JESUS, Fernanda Bordini Manenti de. O papel do coordenador


pedagógico frente à indisciplina escolar. Revista Científica
Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 12, pp. 27-
37. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/papel-do-
coordenador

7. Vygotsky LS. Obras completas. Tomo cinco: Fundamentos de


Defectologia. Havana: Editorial Pueblo Y Educación;1989.

8. JEANDOT, N. Explorando o universo da música. 2. ed. São Paulo:


Scipione, 1993.

9. O que é Urbanização? https://www.youtube.com/watch?v=7f8CXiFp6fk

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Estagiário(s)

Parecer do professor da disciplina de Estágio Curricular:

Recife 26 /11/2023
Orientações para a apresentação gráfica do relatório

Papel: tamanho A4;


Margens: superior 2,5 cm, inferior 2,5 cm, esquerda 3,0 cm, direita 2,0 cm;
Parágrafos: 1,5 linha;
Espaço entre as linhas do texto: 1,5 linhas;
Tamanho da fonte: 11 para o texto; 12 para os títulos.
Mínimo: 10 páginas / Máximo: 15 páginas

ATENÇÃO!

USAR ESSA FICHA! NÃO SERÃO ACEITOS RELATÓRIOS EM OUTROS


FORMATOS.

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