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Uff / CEDERJ

Licenciatura em Matemática

Livia Mara da Penha Fonseca Vidal

Estágio Supervisionado II

Relatório Final

Rio de Janeiro

2017
1. Introdução

O relatório final da disciplina Estágio Supervisionado II tem a finalidade de documentar a


conclusão das minhas experiências durante este período. Nele, estão registradas, em síntese,
as minhas vivências , bem como minhas reflexões acerca das observações, descobertas e
aprendizados que adquiri. O estágio aconteceu no primeiro semestre do ano de 2017,
iniciando no dia 27 de abril e teminando no dia 25 de maio.

A disciplina Estágio Supervisionado II compõe a grade básica do curso de Licenciatura em


Matemática, e é administrada no consórcio Cederj pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, sob orientação da tutora Viviane Costa dos Santos Eduardo e da coordenadora Marcia
Costa Chaves. Sua importância está em oportunizar ao estagiário a realização de reflexões
sobre a prática de ensino nas escolas sob administração das esferas municipais, estaduais e/ou
federais e refletir de maneira crítica e construtiva sobre o ensino praticado.

Este relatório está organizado em cinco partes após esta introdução: Sobre a Escola, onde eu
resumo minhas observações sobre aspectos físcos, estruturais, funcionais e falo sobre o PPP
da escola; Atividades Realizadas, onde resumo todas as atividades que realizei ao longo do
estágio; Avaliação, onde reflito sobre a relevância destas atividades para a minha formação;
Críticas e Sugestões, onde procurei contribuir de forma construtiva para a discpilina de
Estágio II; Considerações Finais e Conclusão, onde faço uma síntese de todas as
contribuições que a experiência trouxe à minha formação.

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2. Sobre a escola

O estágio foi realizado no Ciep 352 Senador Severo Gomes, que localiza-se na Rua
Franciso Barone, 535, Santa Rita na cidade de Nova Iguaçu. Esta escola é administrada
pela esfera estadual e atende a 36 turmas divididas em dois turnos (manhã e tarde) que
totalizam 1.046 estudantes, sendo 572 do segundo segmento do Ensino Fundamental e
474 do Ensino Médio. Acompanhei a professora Viviane Campos da Silva, no sétimo ano
(turma 703). A turma era composta por 29 crianças com idades entre 13 e 15 anos, mas
muitos alunos são faltosos e a a frequência média das aulas era de 22 estudantes. A escola
é muito bem cuidada, com um amplo espaço externo coberto por gramas bem aparadas.
Apesar de pichações, pode-se notar manutenções recentes na pintura.

O Projeto Politico Pedagógico da escola está em atualização, pois ocorreram mudanças na


equipe de funcionários desde a sua ultima reelaboração. No entanto, as concepções de
educação, escola, currículo, desenvolvimento humano, conhecimento e inclusão, e os
objetivos das práticas desenvolvidas na escola continuam a se orientar pelo que traz o PPP
a esse respeito. Ao estudante, este documento prevê uma formação crítica, autônoma e
democrática e, apoiado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, objetiva o
desenvolvimento pleno do educando e sua habilitação para entrar no mercado de trabalho.

Observei que muitos professores são ainda bastante apegados aos métodos tradicionais de
transmissão de conhecimentos, lidando com os estudantes como passivos receptores, e
isso contradiz o próprio PPP da escola. Muitos destes demonstram desinteresse, cabulam
aulas, agem de maneira desrespeitosa com os funcionários... Mas acredito que, se o
mundo está se transformando rapidamente, os métodos tradicionais de educação não
atendem mais à nova sociedade e criam um abismo entre a escola e o estudante. A
educação precisa da criatividade para acompanhar, e ser acompanhada pela nossa
juventude.

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3. Atividades Realizadas

Acompanhei várias aulas da professora Viviane, e em todas tive liberdade para atuar de
alguma forma: ajudando aos adolescentes com dificuldades, passando conteúdos no
quadro... No primeiro dia, notei que o tema era potenciação e elaborei, com auxilio da
tutora-regente, um plano de aula para o próximo momento. Em casa, confeccionei um
Geoplano (usei madeira e alguns pregos). Na aula seguinte, dia 3/5, fiz a minha co-
participação: Primeiro em aula expositiva, exploramos potências de base 2, relacionando-
as com figuras quadráticas. Depois, em pequenos grupos, usamos elásticos para criar
sequências de quadrados, registrando a que potências eles representavam, calculando
assim alguns termos desconhecidos.

Minha nova co-participação aconteceu em 17/5, com o tema: Números Racionais. Eu já


havia me reunido previamente com a regente-tutora para elaborar o plano de aula, e
resolvemos iniciar pela origem das frações no antigo Egito. Levei para a aula um rolo de
barbante e distribuí alguns pedaços entre os estudantes. Pedi que eles dessem nós no
barbante de 3 em 3 cm e contei-lhes sobre as cheias do rio Nilo e as dificuldades dos
egípcios em remarcar os terrenos. Depois de pensar em diversas soluções, entendemos e
praticamos as medições com os barbantes registrando assim as frações que encontrávamos
no caderno.

Fiz uma terceira co-participação no dia seguinte, 18/5, após a explicação da tutora-regente
sobre as relações entre os conjuntos numéricos trabalhados até o momento. Com papéis de
diferentes cores e texturas, propus à turma a criação de diagramas que representassem as
relações de continência existentes entre os conjuntos dos números naturais, inteiros e
racionais.

A turma, em geral, ficou envolvida nas atividades, porque os materiais diferentes lhes
provocaram a curiosidade. Isso fez com que eles se saíssem melhor na hora de realizar
abstrações. Alguns alunos continuaram desinteressados e distantes, com brincadeiras e
recusando-se a participar, mas acredito que estes tenham medo de tentar e errar perante os
outros. Em momentos posteriores, pude perceber certa aproximação até mesmo dos mais
“difíceis” em atividades mais informais e lúdicas.

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4. Críticas e sugestões

Todos os funcionários e estudantes foram colaborativos e alguns chegaram a criar relações


afetivas comigo. Os adolescentes pareciam confortáveis perto de mim, e eu também me
senti assim com eles, passado o medo inicial de estar à frente de uma turma. Percebi uma
boa organização na secretaria e direção, que sempre dispostos, providenciavam
prontamente qualquer material ou documento que eu lhes solicitasse, dentro de suas
possibilidades de colégio estadual em tempos de crise.

A professora Viviane Costa, minha regente-tutora, foi alguém especial, que me


acrescentou muito no processo formativo. Com muitos anos de experiência, ela me deu
dicas sobre como ganhar a amizade e a confiança dos educandos. Ela mescla métodos
tradicionais de educação com ideias criativas e usa a tecnologia a favor de sua prática,
pois usa vídeos e applets como ferramentas de apoio. Além disso, sua aproximação com
os alunos cria um vínculo afetivo que parece facilitar o trabalho de educar.

Mesmo mostrando comprometimento com os planos e conteúdos a ser ministrados, isso


não foi impedimento para que ela abrisse as portas da sua sala e compartilhasse do seu
tempo, sua atenção, seus saberes e sua turma comigo.

A tutora Viviane Eduardo também se mostrou sempre pronta a atender nossas solicitações
por e-mail, telefone ou na sala de tutoria, respondendo mesmo às perguntas repetidas e
cansativas, nunca nos deixando desestimular.

Quanto à coordenação do curso, acredito no trabalho árduo executado por ela, mas é
fundamental que melhor se organizem a entrega de documentações solicitadas pelos
estagiários, pois atrasos na entrada do estágio provca uma grande confusão em toda a vida
acadêmica de um universitário, principalmente os formandos.

Também gostaria de sugerir que os materiais com orientações para a realização do estágio
2 disponibilizados na plataforma fossem revistos e reagrupados por temas. Encontrar uma
informação na sala virtual de estágio sobre como fazer uma determinada atividade não é
tarefa fácil, pois os materiais são fragmentados e distribuídos em diferentes momentos.
Nós lemos todo o guia da disciplina no início do estágio, bem como os outros materiais
disponibilizados, mas quando queremos consultar novamente uma informação, às vezes
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nem achamos mais. Materiais que são para o uso no estágio 1 também não deveriam estar
na sala do estágio, pois isso nos confunde muito na hora de buscar informações.

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5. Considerações Finais

O estágio foi uma oportunidade de crescimento muito importante para a minha formação.
Esta vivência me permitiu conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores nas
escolas públicas do Rio de Janeiro e refletir sobre o que eu quero para meu futuro. A
desvalorização dos profissionais da educação, a escassez de verbas e materiais, a ousadia e
o desinteresse dos adolescentes, entre outras coisas, são dificuldades recorrentes
enfrentadas pelos professores, que precisam ter certeza do que querem para exercer com
louvor esse belíssimo papel.

É vital que as técnicas educativas se harmonizem com a sociedade atual: seus anseios,
suas necessidades e suas possibilidades. Melhor do que tentar conter os avanços é fazer
com que esses avanços trabalhem em prol da educação. O professor que consegue se
aproximar do aluno a ponto de entender sua forma de pensar é muito mais bem sucedido.

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6. Conclusão

“A educação exige maiores cuidados porque influi sobre toda a vida”

(Lucius Annaneus Seneca)

A experiência proporcionada pelo Estágio Supervisionado II me fez ver que os desafios


são imensos, mas eu estou disposta a encará-los. Eu posso e quero contribuir para a
evolução da educação no nosso país, em busca de construir uma sociedade melhor.

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Referências Bibliográficas:

Site Uol Educação, acessado em 23/05/2017, disponível em:


https://educacao.uol.com.br/biografias/lucius-annaeus-seneca.htm

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