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Licenciatura em Matemática
Estágio Supervisionado IV
Relatório Final
Rio de Janeiro
2018
Uff / CEDERJ
Licenciatura em Matemática
Relatório Final
Rio de Janeiro
Outubro de 2018
1. Introdução
Este relatório tem por finalidade descrever, de forma clara e sucinta, as experiências e as
atividades por mim vividas e realizadas na escola parceira Ciep Dr Ulysses Guimarães, em
cumprimento das componentes curriculares do Estágio Supervisionado IV do curso de
Licenciatura em Matemática da Universidade Federal Fluminense, através do consórcio
Cederj.
Esta disciplina é administrada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, sob
orientação da tutora Priscila Vicente Leal e da coordenadora Marcia Costa Chaves. Sua
importância está em oportunizar ao estagiário a realização de reflexões sobre a prática de
ensino nas escolas sob administração das esferas municipais, estaduais e/ou federais e refletir
de maneira crítica e construtiva sobre o ensino praticado.
Este relatório está organizado em cinco partes após esta introdução: Sobre a Escola e o PPP,
onde eu resumo minhas observações sobre aspectos físicos, estruturais, funcionais e falo sobre
o PPP da escola; Aspectos Observados, onde descrevo os aspectos observados durante o
estágio; Atividades Realizadas, onde resumo todas as atividades que realizei ao longo do
estágio; Críticas e Sugestões, onde procurei contribuir de forma construtiva para a discipilina
de Estágio IV; Considerações Finais e Conclusão, onde faço uma síntese de todas as
contribuições que a experiência trouxe à minha formação.
2. Sobre a Escola e o PPP
O estágio foi realizado no Ciep 321 Dr Ulysses Guimarães, que localiza-se na Rua da
Reverência, 375, Curicica, na cidade do Rio de Janeiro. Esta uma das escolas-modelos do
bairro e oferece o Ensino Médio regular. É administrada pela esfera estadual e atende a 57
turmas divididas em três turnos (manhã, tarde e noite) que totalizam 2303 estudantes,
sendo 968 da 1º série, 755 da 2º série e 580 da 3º série do Ensino Médio. Acompanhei a
professora Elaine de Oliveira Barbosa em duas turmas de 2º série do terceiro turno (2016
e 2017) . As turmas eram compostas por cerca de 30 estudantes com idades entre 17 e 19
anos, mas muitos alunos são faltosos e a a frequência média das aulas era de 15
estudantes. A maioria dos matriculados nestas turmas são jovens trabalhadores.
A instituição é bem equipada e conta com recursos como computadores para o uso dos
alunos, datashow, tv, DVD e até música ambiente no pátio. O prédio dispõe de sala de
auditório, refeitório e salas de aula climatizadas. A clientela atendida ali é, na sua maioria,
proveniente da própria comunidade.
A professora Elaine é experiente e trabalha nesta escola duas vezes na semana (nos turnos
da tarde e noite) e complementa sua renda trabalhando também em outras instituições
(privadas) no restante da semana. Sua abordagem é tradicional, apoiada no livro didático
adotado pela escola para o ensino da matemática. Existe um clima de amizade entre a
professora e os estudantes, pois ela é bastante extrovertida, todos gostam muito dela.
Os alunos se dirigiram a mim diversas vezes em busca de ajuda e orientações para realizar
as atividades propostas pela professora, e esse interesse foi algo que me encantou.
4. Atividades Realizadas
Acompanhei várias aulas da professora Elaine, e em quase todas pude atuar de alguma
forma: ajudando os jovens com dificuldades, passando conteúdos no quadro... Logo que
cheguei à turma, notei que o conteúdo em pauta era o de Jusros Simples e, após reunião
com a regente tutora, tratei de elaborar um instrumento de avaliação que comporia minha
nota de AP1.
A lista de problemas para serem resolvidos através dos conhecimentos em juros simples
variava em grau de dificuldade e em dados fornecidos (primeiro com, depois sem desenhos
interpretativos...). As questões mais simples foram resolvidas por quase todos os alunos,
porém a medida que o grau de entendimento exigido variava, a turma foi apresentando
mais dificuldade até estacionar de vez e precisar de ajuda para completar a missão. Avaliei
que seria importante ter coletado com mais precisão os conhecimentos prévios dos
estudantes e, ao invés de planejar algo para eles, deveria ter desenvolvido uma forma de
avaliação com eles.
Na escola, acompanhei e fui acompanhada por uma professora que, apesar da simpatia e
da boa vontade, ainda persiste em tradicionalismos, que me mostraram um abismo
enorme entre o que tenho aprendido na licenciatura, principalmente nas disciplinas de
Instrumentação, e o ensino que é ainda praticado nas escolas: superficial,
descontextualizado, focado na “decoreba” cujo objetivo supremo é “passar de ano”, e não
o preparo para a vida .
A escola, conforme citado nas observações, é muito bem equipada, mas não se utilizam
recursos multimídias nas aulas de matemática, nem materiais concretos, que poderiam
ajudar os estudantes a desenvolverem-se verdadeiramente nas ciências exatas, e isso é
uma pena.
Quanto aos prazos, sugiro que haja maior flexibilidade na entrega de avaliações, pois
tudo o que precisamos produzir nas escolas está sujeito à permissão do regente-tutor.
Interferimos em suas aulas, em suas rotinas, no seu dia-a-dia e nem sempre somos bem-
vindos. Alguns professores não se interessam tanto nas nossas questões ou faltam ao
trabalho bem no dia em que combinamos de realizar uma co-participação valendo nota
para a AP, por exemplo. Peço que vocês tentem analisar com mais carinho caso a caso,
pois nos esforçamos muito para realizar tudo o que é solicitado e, às vezes, entre a
coordenação do Estágio e o regente-tutor, nos sentimos sozinhos.
6. Considerações Finais
O estágio foi uma oportunidade de crescimento muito importante para a minha formação.
Esta vivência me permitiu conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores nas
escolas públicas do Rio de Janeiro e refletir sobre o que eu quero para meu futuro.
Percebi que os estudantes não internalizam o que aprendem porque, em alguns casos, a
forma como lhes é ensinado não lhes permite atribuir nenhum significado aos conteúdos.
Assim, continuam sem base, sem ferramentas para lidar com problemas reais e achando
que a matemática é uma grande loucura!
É vital que as técnicas educativas se harmonizem com a sociedade atual: seus anseios,
suas necessidades e suas possibilidades. Melhor do que tentar conter os avanços é fazer
com que esses avanços trabalhem em prol da educação. O professor que consegue se
aproximar do aluno a ponto de entender sua forma de pensar é muito mais bem sucedido.
Acredito que o professor com uma formação mais moderna como a que estou recebendo
enfrente dificuldades para, ao chegar numa escola, derrubar o tradicionalismo que ali
impera há anos, e por isso, alguns preferem se acomodar e reproduzir o sistema arcaico
que domina o ensino escolar. Espero ter coragem e disposição para fazer diferente.
7. Conclusão