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UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

CAMPUS LARANJEIRAS DO SUL


CIÊNCIAS SOCIAIS – LICENCIATURA

JULIA TOEBE ZEN

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO IV

Laranjeiras do Sul
2023
JULIA TOEBE ZEN

RELATÓRIO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO IV


Relatório da disciplina de Estágio Obrigatório
Supervisionado IV, ministrada pela professora
Marciane Maria Mendes. Trabalho realizado no
Colégio Estadual Floriano Peixoto – E.F.M em
Laranjeiras do Sul, Paraná.

Laranjeiras do Sul
2023
INTRODUÇÃO

O Colégio Estadual Floriano Peixoto – E.F.M (CEFP) é uma instituição de


ensino localizada no Centro de Laranjeiras do Sul – PR. Acolhendo cerca de 770
alunos – um número considerável em relação ao porte da cidade – o CEFP só ganhou
prédio próprio em 1971, pois até então funcionava em duas outras localidades, no
Instituto Sant’Ana e no Grupo Escolar Aluísio Maier. Situado na rua Paraná, nº 2777,
o Colégio, apesar de central, atende alunos de quase todas as comunidades da
cidade, incluindo periferias e populações carentes.

Após três disciplinas de Estágio que tiveram o objetivo de compreender a


realidade escolar, a formação histórico-social da comunidade, a perspectiva teórica
da instituição, e seu funcionamento em geral, o Estágio IV teve por objetivo a prática
didática dentro de sala de aula. Desta forma, foram ministradas aulas da disciplina de
Sociologia para as turmas de 2º e 3º anos do Ensino Médio. Ambas as turmas são
turmas grandes, entre 30 e 40 alunos em cada.

Em diálogo com o professor responsável pelas turmas, ficou decidido que os


temas para as aulas a serem ministradas seriam: violência nas sociedades
contemporâneas, violência doméstica e familiar, cidadania e direitos, direitos civis,
políticos e sociais, direitos humanos, cidadania no Brasil, cidadania e controle social,
movimentos sociais tradicionais, e novos movimentos sociais, para a o terceiro ano; e
conceito de poder, democracia e autoritarismo, cidadania e direitos, cidadania no
Brasil, movimentos sociais, formas de governo, sistemas de governo, regimes de
governo, formas de Estado e política brasileira, para o segundo ano.

O estágio ocorreu no período de 03 de outubro de 2023 a 31 de outubro de


2023, durante 4 semanas. As aulas foram ministradas utilizando principalmente
técnicas expositivas de ensino, com materiais impressos para os alunos, utilização de
recursos como o quadro negro e o Educatron da classe. Por meio do Educatron
passamos slides com os conteúdos, mas trouxemos principalmente vídeos que
relacionassem com o tema da aula, como uma forma de revisão de conteúdo de modo
mais descontraído e com o apelo audiovisual necessário para a nova geração.
1. Sobre a experiência de estágio

Segundo Scalabrin e Molinari (2013), o estágio supervisionado:

[...] proporciona ao licenciado o domínio de instrumentos teóricos e práticos


imprescindíveis à execução de suas funções e visa beneficiar a experiência
e promover o desenvolvimento, no campo profissional, dos conhecimentos
teóricos e práticos adquiridos durante o curso nas instituições de ensino
superior, além de favorecer, por meio de diversos espaços educacionais, a
ampliação do universo cultural dos futuros professores. (p. 1)

Desta forma, ao finalizar o período de estágio do curso de Ciências Sociais –


Licenciatura, composto por quatro meses de experiência dentro da escola, sendo dois
deles em sala de aula, percebo uma grande evolução nas minhas próprias práticas
educativas e, principalmente, na relação ensino-aprendizagem que desenvolvi com os
alunos de 2º e 3º anos do Floriano.

Tendo cumprido com os objetivos, tanto burocráticos quanto teórico-práticos,


do estágio enquanto experiência de ensino, é possível afirmar que todo o processo,
desde o costume com a sala de aula, o domínio da turma, o uso de metodologias
múltiplas até o momento da avaliação, não é uma jornada fácil. Por muitos momentos,
passamos a duvidar de que temos realmente a capacidade de estar em posição de
professores em sala de aula, mas conforme o tempo, a adaptação acontece e o
processo se desenrola com muita fluidez.

A maior insegurança não foi em relação aos conteúdos, mas sim com a forma
de ensino, a postura em sala de aula, as metodologias, enfim, a docência na prática.
Durante este percurso, tivemos que fazer muitas alterações nas formas de ensinar
que utilizamos, o que funcionava em uma turma, raramente funcionava do mesmo
modo na outra.

Durante o Estágio III, tivemos contato com uma turma apática e desinteressada,
onde precisávamos encontrar métodos para interatividade dos alunos e explorar seu
senso crítico e criativo, essencial para a sociologia. Já com a turma de 3º ano, que
não havíamos tido contato prévio para além do período de observação, tivemos alunos
mais interativos e vocais em seus posicionamentos, no entanto, com muitas
preocupações com as provas de final de ano, o ENEM e a ansiedade do fim de uma
fase tão importante, será o último ano da maioria destes jovens na escola. Assim
sendo, precisamos conduzir os trabalhos com as turmas de formas diferentes, os
quais apresentarei a seguir.
2. Atividades realizadas e avaliações

Para dar conta dos conteúdos para o período, que eram múltiplos e complexos,
tínhamos somente quatro semanas, com ao menos uma delas tendo que ser
reservada para a avaliação final. Por esta razão, acabamos sintetizando muitas coisas
e definindo prioridades de acordo com aquilo que era mais relevante para a formação
social dos alunos e considerando o que cai com mais ênfase nas provas de
vestibulares.

Neste sentido, a utilização dos vídeos “resumão” foi bem importante.


Analisamos diversos vídeos com as temáticas e conteúdos propostos para o período
e selecionamos aqueles que tinham maior relevância em relação ao que era exigido.
Estes vídeos foram pensados como formas de revisar o conteúdo passado de forma
expositiva nas aulas anteriores e auxiliá-los na hora da realização da prova/avaliação
proposta.

Assim sendo, o ritmo das aulas acontecia a partir de momentos, com a


exposição (intercalamos os horários de cada uma) dos conteúdos, começando com a
exposição de conceitos que poderiam ser novos e não familiares para os alunos, em
seguida desenvolvíamos a temática a partir de sua relação com a realidade e
acontecimentos históricos e, por fim, finalizávamos pensando a continuidade com a
próxima aula. Os vídeos foram passados antes das avaliações para retomar os
conteúdos e relembrar aos alunos o que trabalhamos. Ao final das três primeiras
semanas, passamos a avaliação, que foi mais tradicional devido ao fato de que não
tínhamos tempo para desenvolver atividades diferentes.

Como se tratava do período de final de ano, com aulas muito próximas a data
de realização do ENEM e outros vestibulares, as avaliações foram montadas
pensando em preparar os alunos para as outras provas. Desta forma, utilizamos
questões de ENEMs anteriores e que tivessem relação com as temáticas trabalhadas:
Estado e cidadania, violência, direitos sociais e movimentos sociais. Além disso,
montamos algumas questões dissertativas para maior aprofundamento de algumas
questões que entendemos como mais relevantes, como as formas de Estado/governo
e direitos sociais.
Desta vez, os alunos estavam mais familiarizados com a nossa exposição de
conteúdos e avaliações, e tiveram um desempenho bem mais positivo do que no
estágio anterior.

Imagem 1 – Exposição de conteúdo.

3. Domínio de turma e relação com os alunos

Como dito anteriormente, acredito que a desenvoltura e postura em sala de


aula sejam as partes mais desafiadoras da regência. Nesse sentido, foi necessário
muito desenvolvimento em pensar e aplicar métodos de ensino diferentes para que
eu criasse uma melhor relação com a classe e pudesse transmitir para os alunos os
conteúdos que seriam essenciais para sua formação enquanto cidadãos.

Durante o último estágio, utilizamos recursos diferentes para a exposição dos


conteúdos, desde slides com imagens, vídeos resumidos e mapas mentais com
conceitos centrais (como ilustrado pela Imagem 1). Desta forma, pretendemos a maior
absorção por parte dos alunos dos conhecimentos que entendemos como principais
de acordo com cada temática.

No entanto, nem tudo poderia ser resolvido com técnicas e metodologias. O


maior aprendizado veio de fato com a prática cotidiana, do contato com os alunos e
da administração da sala conforme o tempo. Nestes momentos, sempre procurei me
inspirar nos professores que, a meu ver e na minha experiência enquanto aluna,
tivessem a melhor didática, pois também aprendemos ao observar.

Portanto, apesar de ainda ter muito a que evoluir em relação a desenvoltura


com os alunos, afinal cada turma é única, acredito que na minha postura existe um
desenvolvimento bastante positivo em comparação com o último estágio de regência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência de estágio supervisionado me deu a oportunidade de perceber


como um espaço de pesquisa e conhecimento sobre as práticas docentes no cotidiano
escolar pode ser construído por meio de processos criativos e inovadores de análise
e reflexão, aproximando-me da realidade das escolas para que possamos criticar de
maneiras intencionais e compreender melhor os desafios que enfrentamos ao ensinar.

Finalizo este momento da minha formação bastante agradecida pelos


ensinamentos adquiridos tanto no ambiente universitário, pensando teoricamente o
estágio enquanto um período de construção do projeto educativo que me proponho a
apoiar, quanto dentro de sala de aula, em contato com a comunidade escolar,
professores, pedagogos e alunos. Esta foi minha primeira experiência em posição
docente, mas certamente não deve ser a última, já que as portas para o ensino e a
aprendizagem deverão ser múltiplas.
Referências

MOLINARI, Adriana Maria Corder; SCALABRIN, Izabel Cristina. A importância da prática do


estágio supervisionado nas licenciaturas. Revista Científica do Centro Universitário de
Araras Dr. Edmundo Ulson. São Paulo, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2013.

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