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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS I

CURSO – LICENCIATURA EM HISTÓRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Salvador

2018
RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Atividade escrita apresentada na


Disciplina: Estágio Curricular
Supervisionado III, como requisito
de avaliação parcial do semestre
2018.2.

Docente: Prof. Dr. Moisés Sampaio

Salvador

2018
“O ato de aprender é mais eficaz quando é
trabalhado como um ativo e não como um
processo passivo”.

Kurt Lewin
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Este relatório apresenta a trajetória da disciplina Estágio Curricular


Supervisionado III ao longo do semestre 2018.2. Tendo como objetivo mostrar toda
caminhada, por muitas vezes sinuosas, do processo de ensinagem do Ensino
Médio.

Iniciamos em 2018.2 a disciplina Estágio III com a Prof. Dr. Moiséis Sampaio.
Optamos em estagiar no Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro, em razão da
boa localização, onde fomos recebidos pela diretora Andreia, pela coordenadora
Sônia e pela professora de observação, Noelice. Todos os funcionários nos
receberam muito bem. No nosso primeiro dia de aula recebemos a notícia sobre as
dificuldades que o colégio enfrenta, mas pela acolhida, tanto da direção quanto dos
alunos, tivemos a certeza que com dedicação e perseverança iríamos fazer um bom
trabalho.

Fui apresentada na sala do 1º ano C do turno matutino, composto por 35


alunos. Enfrentamos inúmeras dificuldades para ensinar, a primeira, sem dúvida, era
como fazer com que os alunos tivessem motivação para aprender a disciplina, pois
muitos nem tinham o livro didático. Considero que não foi fácil. Em seguida, veio a
falta de suportes didáticos e de material para o ensino, problemas relacionados ao
espaço físico da sala, dificuldades sociais enfrentadas pelos educandos,
desmotivação dos professores e funcionários, enfim, o sentimento era de “matar um
leão por dia”. Contudo, acredito que com um pouco de boa vontade o conhecimento
adquire uma nova forma. Comecei minha jornada levando para esses adolescentes
como é importante dar e receber respeito, procurei conhecer as dificuldades, os
sonhos e os medos desses jovens a fim de mostrá-los que eles fazem parte do
contexto histórico e que eles têm uma importância social. Entretanto, confesso que
tive um pouco de cautela em relação ao ensino, pois não poderia sair da linha
pedagógica da professora Noelice, visto que a minha permanência era temporária.

Comecei o estágio iniciando o assunto sobre a Civilização Grega. Fiz aulas


expositivas e atividades em sala e casa. Porém tive muitos problemas relacionados
ao horário da aula, pois os alunos só começavam a chegar por volta das 7h30 e o
trabalho ficava bastante prejudicado. Infelizmente, nesse momento, não pude
realizar outra linha pedagógica em função do baixo número de alunos presentes e
desinteressados.
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Em seguida foi dado o assunto sobre a Civilização Romana, seguindo a


mesma linha didática. Dessa vez optei por um trabalho escrito pontuado no intuito
que os alunos fizessem a atividade, pois estes sequer faziam a atividade de casa e
as revisões dadas em sala de aula. Terminado o assunto foi dada, a pedido da
professora, uma revisão, em duas aulas, para prepará-los para a avaliação final da
unidade.
IMAGEM 1. Sala de aula do 1º ano, turma C

Finalizando a avaliação final da Unidade I foi apresentado para os alunos


presentes o assunto relacionado ao Império Bizantino. Dessa vez optei em levar
ilustrações para motivar o interesse e o estudo do período. Confesso que para
minha surpresa e felicidade muitos alunos começaram a se interessar pela
disciplina, inclusive os faltosos.

Considero que a principal porta para o fascínio de estudar história é pela arte.
Assim, creio na importância de investir na instrução dos docentes para capacitá-los
a fim de interpretar as imagens para que essas não se tornem uma simples
ilustração e que possam ser relacionadas ao conteúdo abordado. Todavia,
percebemos que em vários cursos de história estão desprovidos de disciplinas que
abordem os traços iconográficos e iconológicos das imagens que estão inseridas
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nos livros didáticos de história, pois compreendemos que a arte pode conter
conteúdos ideológicos. Assim, vejo a importância dos livros didáticos, mas estes têm
que ser trabalhados com ressalvas.

Concluo afirmando sobre a importância de utilizar as imagens como


ferramenta de conhecimento e de aprendizagem. Entretanto, esta deve ser bem
articulada a um texto onde se possa fazer uma interpretação ao contexto histórico,
desse modo, a imagem ser torna uma valiosa fonte de conhecimento. Confesso que
a prática se tornou muito proveitosa e interessante.

Considero imprescindível que o professor busque estratégias para que suas


aulas despertem sentido e interesse por parte dos alunos, pois foi afirmado por
muitos o desgosto pela disciplina, assim procurei outros métodos pedagógicos para
que a matéria tornasse proveitosa e menos “decoreba”.

Conclui o estágio dando o assunto do Império Árabe e povos bárbaros com o


sentimento de dever cumprido e muito feliz que muitos alunos começaram a gostar
da disciplina e ouvindo relatos que alguns iriam seguir a profissão.

Essa experiência foi maravilhosa. Conheci alunos dedicados, outros nem


tanto, e fiz amizades em uma relação muito harmoniosa de carinho e de respeito.
Vivenciei as dificuldades desses adolescentes residentes de um bairro considerado
perigoso, onde as drogas e a violência caminham juntas.

Terminei as aulas de estágio com muita saudade dos meus alunos e dos
funcionários. Os desafios foram variados, mas todos foram superados pela vontade
em transmitir o conhecimento histórico e pela boa relação com esses adolescentes
que, mesmo em conversas informais, sempre fui tratada com muita consideração e
carinho.

No caminhar desses anos de estudos sobre o ensino da história pude


perceber o quanto essa disciplina é importante para a formação do conhecimento.
Vejo ela como um fator essencial para que o indivíduo possa se reconhecer como
um sujeito inserido na história, pois analiso que só com o conhecimento dos
acontecimentos passados se desenvolve uma postura crítica diante do cotidiano.
Acredito que ampliando as formas de ensinagem, o aluno vai ampliar a zona de
interesse e a consequência disso é a captação de conhecimento de uma forma
diversificada e gratificante.
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Nessa caminhada, na qual foi compartilhada com meu colega/irmão Ranier,


pudemos vivenciar o desafio de ser professor e a dificuldade de trabalhar em um
ambiente onde tinha que ter cautela em lecionar para alguns alunos envolvidos em
práticas ilícitas. Como era difícil ir para uma instituição onde não se tinha material,
incluindo de limpeza, enfim, são as adversidades em que aquelas bravas guerreiras
lutam diariamente. Saí daquela instituição admirando e respeitando ainda mais a
profissão.

IMAGEM 2. Sala de aula do 1º ano, turma C


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