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Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências Humanas – Campus I

Curso- História

Disciplina: Memória, Patrimônio e História

Professor: Paulo Duque

Fichamento: GUIMARÃES. Manoel Luiz Salgado. Vendo o Passado:


representação e escrita da história. Anais do Museu Paulista. São Paulo. v. 15. n.
2, 2007 P. 11-30.

Discursão do autor Manoel Salgado retrata de que forma o passado ganha


visibilidade pela narrativa da história. O texto faz uma abordagem sobre a narrativa
escrita da história e da narrativa patrimonial observando que essas duas narrativas
dão visibilidade ao passado de forma distinta.

Sobre a narrativa patrimonial o autor cita a instituição museu descrevendo


como um lugar que faz a narração de um passado de uma determinada sociedade
que pode expor o modo de vida comportamento, valores e mundo do trabalho.

Observamos que no Séc. XIX, o museu era instituição que retratava a história
(welgeschichte - historia universal), ele espelhava e trazia o passado. Para Manoel
Salgado o museu é “geschichte” seria um lugar onde a história seria retratada com
especificidade escolhida pelo historiador ou museólogo onde seus arquivos
oferecem uma visão do passado (representação e escrita do passado) de modo que
o patrimônio permite uma visibilidade do passado.

A discursão do texto é sobre o visível e o invisível na escrita da história, mas


tem a problematização da fonte visual (imagem), pois ela possibilita uma narrativa
do passado que pode contribuir, ou não, para a narrativa histórica e a narrativa
escrita. Assim o autor problematiza expondo que uma narrativa exclui a outra ou as
duas narrativas são possíveis? Essa é a discursão do texto. O autor expõe que a
imagem colabora com a construção da narrativa da escrita da história ou não. Por
outro lado, a história como narrativa pode eliminar a possibilidade do falar visual.
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Entendemos que o propósito da discursão é percorrer a trajetória historiográfica no


sentido de historicizar a discursão imagética e escrita e depois a aproximação de
ambas.

É observado que ele se aproxima de um texto já discutido em sala de aula de


Hartog que trata sobre regime de historicidade e de presentismo. É feita a análise da
produção historiográfica que patrimônio é uma narrativa do passado que pode se
apropriar da história no procedimento da pesquisa historiográfica essa
especificidade na análise do autor possibilita certa sofisticação. O patrimônio é
essencialmente utilizado no presente, ou seja, um objeto do passado que o presente
faz uso no sentido de salvar-se a si mesmo.

A questão é de que modo o passado é apropriado pelo patrimônio e quais os


interesses que movem essa apropriação. Nos textos anteriores vimos que as
circunstâncias nos lugares são fundamentais para ressignificar o passado.

O texto expõe que o museu que ser uma narrativa singular do passado
através da imagem e seria através dos objetos expostos que se tem a intenção de
representar o passado daquela Alemanha que já se foi. Museu seria um lugar de
produção e narrativa desde que o lugar seja historicizado com o intuito que a
instituição ressignifique aquele passado. O entendimento seria de que os objetos
expostos dão uma visão de uma Alemanha que o museu quer representar e que ela
o ressignificou.

Sobre o conceito exposto percebemos uma semelhança na construção da


narrativa histórica. A visão que os objetos estão tem um significado que foi dado
pela instituição é sentido quando o autor expõe que quando se historicisa o espaço é
perpassado que os objetos são usados pelo lugar como modo de passar para o
visitante um visão de passado que o lugar quer que seja seja incorporado. Assim, os
objetos recebem um significado distinto de seu significado original. Michel Certeau
comenta quando desloca um objeto da sua posição natural para a produção de um
saber produzido pela produção museológica da instituição. Assim é compreendido
uma semelhança com a construção da narrativa patrimonial e da narrativa histórica.
Os museus teriam o mesmo papel que a escrita da historia tem, ou seja, ele oferece
uma visão de um passado que é uma representação do lugar. A instituição, portanto,
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torna visível um passado específico que ela quer mostrar. Assim como um texto
onde o historiador quer tornar visível um passado específico.

Portanto o patrimônio faz uso do passado e oferece as pessoas uma visão


possível do passado que a instituição que ressignificar.

O entendimento do texto é de que o autor traz uma discursão de que as duas


narrativas são diferentes, mas elas não se excluem e de que modo e qual as
contribuições que a imagem pode oferecer para a narrativa histórica. Assim
percebemos que a imagem não pode ser retratada pelo historiador somente na
perspectiva de documento histórico. Segundo Manolel Salgado, a imagem tem um
significado que está pra além da sua função como objeto histórico ela traz sua
própria narrativa que deve ser percebida pelo historiador.

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