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ITAÚNA – MG
2019
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo propiciar uma visão do papel que o museu possui e a função que este
exerce no ofício do historiador. Pretendemos ainda ampliar a visão geral que se possui em relação a preservação
da memória nos museus e o cabedal de fontes gerais que este abriga em seu acervo. Compreender que a cultura é
diversa e que o ofício do historiador é de preservar estas referidas culturas, o artigo apresenta a visão de teóricos
que defendem ideias como a cultura, o museu, as fontes, o historiador. Os teóricos abordados em peso foram:
CÂNDIDO (2009), CARLAN (2010), KOPTCKE (2010), ROSE (2004), ROSENSTONE (2010) SPRY-
LEVERTON (2004), VILLELA(1995), XAVIER (2009). A cultura sensibiliza os demais, não por ser diferente,
mas por possuir o mecanismo de linguagem que usa por meio de suas produções e faz assim que sua mensagem
chegue até o humano que é similar a ele. Cumpre, pois, a função de demostrar ou até lembrar que o homem é
humano. Cumpre ele, pois, historiador, a mesma função da cultura presente nos museus – humanizar os
indivíduos.
1. INTRODUÇÃO
Que possa o presente trabalho ser utilizado como fonte para intervenções científicas
futuras.
2. AS FONTES E O HISTORIADOR
A partir do século XIX no que se refere a História e sua produção, muitas mudanças são
provocadas no ofício do Historiador e como este deve se utilizar das fontes.
Percebemos uma amplitude maior no que diz respeito ao o que pode ser considerado
como fonte, como o historiador deve analisar tal fonte e de que forma a história pode ser um
instrumento de criticidade ao ser produzida e estudada.
Ao ver de Xavier (2009) as fontes nos servem como objeto de estudo para produção da
História; isto se aplica tanto na produção historiográfica quanto na sala de aula no intercâmbio
de conhecimento produzido dos entre alunos e professores. As fontes devem assumir um
papel fundamental na questão da aprendizagem do aluno. Ele é responsável pela percepção
que temos sobre as representações que determinados grupos forjaram sobre a sociedade em
que viviam como pensava ou sentiam, como se estabeleceram no tempo e no espaço.
Observamos por meio do pensamento de Xavier (2009) que esta defende a ideia da
importância das fontes não somente na elaboração da produção do ofício do historiador, mas
como a produção do conhecimento se dá na sala de aula durante as aulas de história.
Pronunciando-se sobre a possibilidade de que as fontes em geral nos dão uma amplitude
maior sobre um diálogo com outras ciências, afirma:
Para tanto, procuramos compreender como a fonte se estabelece para história dos
historiadores, e como esta se torna uma ferramenta interdisciplinar ao ser apropriada
pelo ensino no processo de produção de conhecimento histórico em sala de aula. As
fontes históricas devem ir além de meras ilustrações de conteúdos. (XAVIER, 2009,
p. 641)
É por este motivo que o historiador deve dominar de certa forma os métodos de
interpretação acerca das fontes. Não deve o historiador como pesquisador nem como educador
fazer com que os leitores ou alunos de sua construção produtiva tomar o seu ofício, porém,
deve abrir espaço para que todos dialoguem com as possiblidades e diversas verdades que a
História possui. Desta forma o conhecimento é de fato construído.
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Para isto, novos objetos foram tomando características de fontes, o que antes do século
XIX, só se considerava a escrita, como o advento da Escola dos Analles , todos os tipos de
vestígios passam a ser considerados como fontes. (XAVIER, 2009)
Diante disto, como pode de maneira direta o historiador trabalhar com fontes de maneira
geral. Como o conhecimento pode ser construído a partir deste caminho? Assim, surge a
intenção de abordarmos o museu como um “repositório” de cultura, de fontes, de objetos, de
versões da história prontas para serem analisadas, interpretadas e reconstruídas a partir do
ofício do historiador.
Para Villela (1995) função do historiador é lutar e trabalhar a forma que a memória
coletiva sirva para a libertação e não para servidão dos homens; é lutar e trabalhar para a
preservação da memória, mas, sempre, levando em consideração que ela é múltipla e que deve
evidenciar as próprias contradições.
O que é o museu senão um local de memória coletiva por meio de seus objetos?
Promovendo uma discussão em nível similar Koptcke (2019) nos apresenta uma
afirmação que simplifica de certa forma a importância dos museus como acervo fácil para a
sociedade e para o historiador. Assim, o museu nos apresenta diversas perspectivas culturais
artísticas, religiosas, etc., deixando a pesquisa e compressão sobre uma sociedade cada vez
mais rica.
visitantes sobre os museus. (...) Os públicos constituem, pois, importante categoria de análise
para adensar a reflexão sobre o papel social dos museus. Sua eleição como objeto de estudo
convida o pesquisador a direcionar um novo olhar sobre as fontes já conhecidas e empregadas
em outras leituras e desta forma outros olhares e mentalidades sendo compreendidos nesta
rica instituição que se chama Museu.
Para descrevermos o caso dos três reis magos devemos de início dialogar sobre o
acervo numismático dos museus e a importância da numismática, já que o primeiro objeto
analisado para que as evidências expostas no documentário sobre a data do nascimento de
Jesus foi uma moeda.
Assim, podemos afirmar de acordo com Carlan (2005) que, a numismática pode ser
considerada uma disciplina das ciências sociais. Ligou-se naturalmente ao estudo da História,
sobretudo à História Política, ajudando a estabelecer a cronologia de reinados e a datar fatos
importantes da política; à Economia, informando sobre o valor das moedas dentro dos
diferentes sistemas monetários, sobre desvalorizações e período de crise e rebeliões sociais,
sobre os comportamentos em relação à moeda, permitindo examinar, no passado, a aplicação
das leis econômicas; à Arqueologia, contribuindo para auxiliar a datação de estratos e sítios
arqueológicos; e à História da Arte, permitindo, através de seus tipos, uma análise da
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Detetives do Passado – Os Três Reis Magos. (45 minutos) The Learning Channel, UK: 2004. Disponível
em: http://www.4shared.com/rar/59HWPOpd/detetives_do_passado-os_trs_re.html .
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De maneira direta, o referido autor afirma que a utilização da numismática como fonte
primária não é novidade. Daremos alguns exemplos de como estabelecer esta relação
História / Moeda através da análise da iconografia contida nos anversos e reversos
monetários. (CARLAN, 2005, p. 27).
Por meio de uma iconografia presente nas moedas da Antioquia (5-11 d.C.)
mostrando a gravura de um carneiro e uma estrela se discutiu a possibilidade do motivo do
carneiro e a estrela estarem presentes na iconografia da moeda.
Por meio de outros diálogos com outras ciências, tal como a astronomia, economia e
agricultura da época, chegou-se à conclusão de que nesse dia, Júpiter nasceu a leste pela
manhã, na constelação do Carneiro. O sol estava igualmente na constelação do Carneiro.
Além disso, Saturno também estava presente em Carneiro. A Lua estava em conjunção
próxima com Júpiter de tal modo que houve uma ocultação. A ocultação de Júpiter pela Lua
terá sido ofuscada pelo Sol e, como tal, não terá sido visível, no entanto os astrólogos
poderiam ter suspeitado de que ela iria acontecer e encontrado assim condições auspiciosas
para o nascimento de um grande Rei na Judeia. (SPRY-LEVERTON, 2004, p. 6)
Em que momento se aborda os três reis magos? Os três reis magos, diante dos textos
bíblicos são referidos como sábios vindos do Oriente, que nos remete a Pérsia que possuía
profundos conhecimentos acerca da astronomia. Diversos outros acervos museológicos nos
remetem a estes três personagens, incluindo pinturas, esculturas e relíquias em igrejas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O museu sendo compreendido como uma instituição que abriga uma gama de fontes
diversas que possibilita o historiador e demais profissionais pesquisarem sobre
temporalidades e espaços distintos é de papel fundamental na construção da identidade da
humanidade.
Almejamos que o presente trabalho possua êxito no que diz respeito a conscientização
da importância da preservação da memória e da cultura, bem como a importância que o
museu possui como preservação destas e funções diversas que o mesmo abriga em si como
repositório de fontes históricas.
A cultura é inerente ao homem. É esta uma das primeiras conclusões que pudemos
perceber diante do exposto. O ser humano ao longo de sua caminhada evolutiva nunca se
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desvinculou da cultura; até a civilização que possa ser considerada de certa forma, com pouca
produção, ainda assim, produziu elementos culturais. Da grande maioria das civilizações que
se destacam e das que não se destacam em peso o que sobrevive delas, é a cultura.
Diante de outros teóricos concluímos que a preservação da memória por vezes é
questionada e por vezes chamada de inútil, seja esta como produção ou como objeto de
estudo.
No entanto, para que serve a preservação da memória? Para que serve o museu?
Diante da indagação encontramos que não somente a cultura impressa no museu serve
para algo, mas nós, enquanto humanos necessitamos desta.
Ao percebermos que a memória preservada nos museus possui uma função e que
necessitamos desta, passamos a discutir em partes do presente trabalho, sobre o papel do
historiador a fim de enxergá-lo como instrumento da cultura e que papel juntamente com esta,
ele desempenha.
A cultura sensibiliza os demais, não por ser diferente, mas por possuir o mecanismo de
linguagem que usa por meio de suas produções e faz assim que sua mensagem chegue até o
humano que é similar a ele.
Cumpre, pois, a função de demostrar ou até lembrar que o homem é humano. Cumpre
ele, pois, historiador, a mesma função da cultura – humanizar os indivíduos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARLAN, Cláudio Umpierre. FUNARI, Pedro Paulo Abreu Funari. La Cittá Romana nelle
Discussioni Storiografiche e le Rappresentazioni Urbane nelle monete. IN: Gabriele
Cornelli; Giovanni Casertano (Org.). Pensare la Cittá Antica: Categorie e Rappresentazioni.
1a. ed. Milão: Cacoria \ Loffredo Editore, 2010.
CARLAN, Cláudio Umpierre. Numismática \ Documento \ Arqueologia: A Cultura
Material e o Ensino da História. In: Revista Cadernos de História. V. 12. N. 1. Universidade
Federal de Uberlândia, 2005.
KOPTCKE, Luciana Sepúlveda and PEREIRA, Marcele Regina Nogueira. Museus e seus
arquivos: em busca de fontes para estudar os públicos. Hist. cienc. saude-
Manguinhos [online]. 2010, vol.17, n.3 [cited 2019-12-24], pp.809-828.
ROSE, Mark. The Three Kings & the Star. Archaeology. Dez./2004. Disponível em:
http://www.archaeology.org/online/reviews/threekings/ .
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ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes, os filmes na história. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2010. 262p.
XAVIER, Erica da Silva. Ensino e História: o uso das fontes como ferramentas na
produção de conhecimento histórico. ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE
HISTÓRIA – Fortaleza. 2009.