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Bittencourt (2005) mostra que, ao longo do século XX, a seleção do que ensinar
na disciplina escolar de História esteve ligada diretamente aos propósitos do Estado,
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PPGH – Programa de Pós Graduação em História, UniRio
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No que se refere o MRCI como uma instituição museológica, destaco para tal
síntese a dissertação de Mariana Martins (2012), a qual aborda a criação do museu, em
1921, promulgada pela lei n.1.856, até 1946. O propósito da instituição museológica
buscava enaltecer os ideais do Partido Republicano Paulista. Desde sua fundação é
pertencente ao Museu Paulista, da Universidade de São Paulo, portanto, Afonso de
Taunay, foi seu primeiro diretor, considerando sua nomeação em 1917 para o Museu
Paulista, até 1946. A instituição, atualmente, tem como área de pesquisa a cultura
material da segunda metade do século XIX, e a primeira do XX, justificando o nome do
museu, pois refere-se ao espaço temporal da atuação do regime republicano no Brasil.
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Oriá (1995), no periódico Educação Re-vista, apresenta o relato sobre projeto que acabou por culminar
em um livro didático ” Fortaleza: a criança e a cidade”, que objetivou mostrar às crianças do Ensino
Fundamental I o processo de evolução urbana da capital do Ceará, a fim de estreitar a relação entre
presente e passado, buscando a consciência da importância da preservação patrimonial. Este estudo seria
necessário, pois no contexto da escrita de seu artigo, e pode-se dizer ainda hoje, há uma hegemonia em
estudos de grandes homens e temas que não possibilitam espaço para o estudo da História Local. Em
outras palavras, estuda-se a Revolução Industrial, mas não a importância da produção de algodão
cearense para os teares ingleses. Segundo o autor, estudar a história local é proporcionar uma consciência
histórica baseada na vivência dos alunos, atribuindo-lhe o papel de agentes históricos.
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O autor, assim como Ulpiano (1994), se opõe a sacralidade dos museus, propondo que seja valorizada a
dinâmica do museu em várias dimensões e não apenas em seu espaço físico e acervo. Quando se trata de
um Museu Histórico, ele apresenta que o tempo é central para os estudos, salientando “a infinidade de
mudanças e permanências que fazem as relações entre pretérito, presente e devir” (MENESES, 1994,
p.53).
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Quando o autor diz sobre olhar de diversas formas os objetos, justifica-se utilizar
Thompson (1998), pois o mesmo, ao analisar o tempo na disciplina de trabalho fabril,
apresenta os desdobramentos sociais na proliferação dos relógios no mundo do trabalho
industrial.
“O que estamos examinando neste ponto não são apenas
mudanças nas técnicas de manufatura que exigem maior
sincronização de trabalho e maior exatidão nas rotinas de tempo
em qualquer sociedade, mas essas mudanças como são
experienciadas na sociedade capitalista industrial nascente.
Estamos preocupados simultaneamente com a percepção do
tempo em seu condicionamento tecnológico e com a medição do
tempo como meio de exploração da mão-de-obra”
(THOMPSON, 1998, p.289).
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Sobre meu objeto de pesquisa, o museu, é válido ressaltar que o surgimento dos
primeiros museus no Brasil está vinculado a chegada da família real ao país, sendo o
Museu Real, atual Museu Nacional, criado em 1818, com um acervo inicial formado
por uma pequena coleção de história natural. Na segunda metade do século XIX,
criaram-se algumas instituições museológicas, destacando o Museu Paulista, com
caráter etnográfico, em 1894. E o Museu Republicano “Convenção de Itu” foi anexado
ao Museu Paulista, de 1923 até os dias de hoje.
Ricardo Oriá (2013) apresenta uma definição ampla sobre o museu, baseado na
proposta estatutária do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus):
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Essa citação está no texto “O Direito à memória: A Museologia brasileira e seu marco regulatório”,
contido nos anais do II Encontro Internacional de Direitos Culturais com o tema: “A Matriz
Constitucional e Cidadã dos Direitos Cconheculturais”, de outubro de 2013.
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No que se refere aos currículos escolares, segundo Circe Bittencourt (2005), tem
sido um amplo campo de investigação por carregar consigo um forte significado
político e social. No Brasil, as reformulações curriculares iniciadas no processo de
redemocratização da década de 80 “pautaram-se pelo atendimento às camadas
populares, com enfoques voltados para uma formação política (...). Como parte da
política do governo federal, alinhado ao modelo liberal, o MEC comprometeu-se a
realizar total reformulação curricular” (BITTENCOURT, 2005, p.102 e 103), sendo,
então, formalizado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
A referência para estas entrevistas será as realizadas por Soraia Dutra (2012)
quando dividiu a entrevista em sete partes: Dados do entrevistado, objetivando
compreender a formação do docente e sua atuação na escola; organização da visita, ou
seja, se houve custo, transporte, entre outros mecanismos para a saída da escola ao
museu; aspectos pedagógicos, para entender quais foram as estratégias, e materiais de
sensibilização feita com os alunos antes da visita; compreender como se deu o contato
do docente com o museu no que se refere o conhecimento sobre o acervo, e a história do
Museu; sobre a formação do docente na área de museologia ou educação patrimonial
em que busca entender a relação do docente com a temática; compreensão de como se
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deu a visita dos alunos; e por fim, se houve um trabalho feito em sala de aula após a
visita ao museu.
Referências Bibliográficas
FERNANDES, José Ricardo Oriá. Um lugar na escola para a história local. Educação
em Re-vista. Universidade de Uberlândia. N. 43-51. Jan/dez. 1993.
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NORA, Pierre. Entre memória e história: A problemática dos lugares. Trad. Yara
Khory. Prof História. São Paulo, 1993.
Fontes
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O livro referente as visitas escolares de 2013 e 2014 se encontra na portaria do museu, pois está sendo
usado. A consulta para a pesquisa é possível.
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