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CONCEPÇÃO DE HISTÓRIA
“Conhecer e acompanhar as principais tendências da produção historiográfica não é apenas uma questão de caráter
teórico, mas trata se também de uma necessidade prática, porque é com base em uma concepção de história que
podemos assegurar um critério para uma aprendizagem efetiva e coerente.” BITTENCOURT, Circe.p.140
O QUE É HISTÓRIA?
É a história do homem, visto como um ser social, vivendo em sociedade. É a história das transformações humanas,
desde seu aparecimento na terra até os dias em que estamos vivendo. BORGES, Vavy Pacheco. O que é História?)
DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA
“Conhecer o passado do homem é, por princípio, uma definição de história, e aos historiadores cabe recolher, por
intermédio de uma variedade de documentos, os fatos mais importantes, ordená-los cronologicamente e narrá-los.”
(BITTENCOURT, Circe. p. 140)
História Cultural:
“Os povos sem escrita, esquecidos ou anulados pela “história da civilização”, como é o caso das populações
africanas e indígenas, foram incorporadas à historiografia, o que obrigou os historiadores a recorrerem a novos
métodos de Investigação histórica, introduzindo novas fontes de importância fundamental em suas pesquisas,
como a memória oral, as Lendas, os mitos, os objetos materiais, as construções entre outras.”(Circe
Bittencourt,p.149)
Na Alemanha, a Didática da História constitui-se em uma disciplina, que associa o aprendizado da história aos
usos e funções da mesma, que estariam ligadas às necessidades da vida prática e à formação de identidades.
Dessa maneira, tal disciplina não tem como objeto somente a “História” ensinada na escola, mas também os
usos da história na imprensa, no cinema, nos museus, nas instituições públicas, na propaganda, no mercado
editorial, na política etc.
CONSCIÊNCIA HISTÓRICA
Entendida como a forma de apreensão da historicidade pelos diversos grupos humanos, que a interpretam de
acordo com suas experiências coletivas e individuais. (como os grupos compreendem e explicam os fenômenos
e fatos que ocorrem em sua sociedade)
“A suma (resumo) das operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da evolução
temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática
no tempo”. (RUSEN, 2010, p.57) (como nós, no presente, interpretamos o passado)
O papel do Professor
• Os professores de História podem interferir na consciência histórica presente entre seus alunos.
• Para tanto, faz-se necessário perceber e dialogar com a consciência histórica presente entre os alunos e, a
partir das experiências destes, incentivar outras possibilidades de orientação para a vida a partir daquilo que já
foi vivenciado.
SEMANA 2
Videoaula 3 - O saber histórico e suas relações com o conhecimento histórico escolar nos anos
iniciais do Ensino Fundamental
https://www.youtube.com/watch?v=IIQvZV0ToWo&feature=emb_logo
Reforma de 1931
“concepção de História como conhecimento produzido e como disciplina escolar. A História é concebida como
um produto acabado, positivo, que tem na escola uma função pragmática e utilitária, na medida em que ela
serve à educação política e à familiarização com os problemas que o desenvolvimento impõe ao Brasil. (Abud,
1993, p. 166) (ENSINO DE HISTÓRIA APENAS UTILITÁRIO)
Nos anos 1930, no interior do movimento de renovação educacional, o educador Anísio Teixeira publicou uma
proposta de ensino de Estudos Sociais inspirada no modelo americano.
A implantação de Estudos Sociais nos currículos passou a ser parte do debate educacional.
Há registros de experiências nas diversas épocas, com destaque para a introdução dos Programas de Estudos
Sociais nos currículos das escolas experimentais e dos colégios vocacionais nos anos 1960.
A influência norte-americana no ensino de história
Na década de 1960 – Inserção dos Estudos Sociais como disciplina obrigatória na escola primária e disciplina
optativa no ensino médio.
Após o Golpe Militar de 1964, cresceu a importância de Estudos Sociais relacionados à formação moral e cívica
dos cidadãos. (serve para formar os considerados bons cidadãos)
OS ESTUDOS SOCIAIS
Acreditava-se que a adoção de Estudos Sociais deveria desenvolver nos alunos noções de espaço e tempo a
partir dos estudos da escola, do bairro, da casa, da rua, para ir se ampliando, chegando ao estudo da cidade,
do estado e assim por diante. (ensino a partir do que era mais próximo, para os mais distantes – círculos
concêntricos)
Ainda eram reforçadas pelo ensino de Estudos Sociais noções como: pátria, nação, igualdade, liberdade, bem
como a valorização dos heróis nacionais dentro de uma ótica que tentava legitimar, pelo controle do ensino, a
política do Estado e da classe dominante, anulando a liberdade de formação e de pensamento. (Urban, 2011).
(focada na pátria, nos heróis da nação, deixando de lado os povos da sociedade cotidiana)
CONSIDERAÇÕES
A imposição dos Estudos Sociais foi acompanhada de um grande movimento de resistência e luta pela volta do
ensino de História nas escolas brasileiras, configurando um novo momento na construção do código disciplinar
(no final da década de 1980, grande movimento reivindicando a volta do ensino de história, e criticando a forma
como era tratada nas escolas).
O CURRÍCULO DE HISTÓRIA
- É sempre processo e produto de concepções, visões, interpretações, escolhas de alguém ou de algum grupo
em determinados lugares, tempos e circunstâncias. (é sempre fruto de conflitos)
CURRÍCULO
- Os conteúdos, os temas e os problemas de ensino de História — sejam selecionados por formuladores das
políticas públicas, pesquisadores, autores de livros e materiais da indústria editorial, ou sejam construídos pelos
professores na experiência cotidiana da sala de aula — expressam opções, revelam tensões, conflitos, acordos,
consensos, aproximações e distanciamentos; enfim, relações de poder.
• Esses movimentos foram conquistando espaços por meio de lutas específicas no campo da cultura, da
educação e da cidadania. Alcançaram vitórias expressivas no processo constituinte na década de 1980 e, em
decorrência da Nova Constituição Federal de 1988, vários projetos de políticas públicas foram disseminados,
alguns específicos na área da cultura e da educação de afrodescendentes e indígenas.
• O “26-A” trata da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura da África e Afro-Brasileira, e define “o que
ensinar”, “o conteúdo programático”, “resgatando” a importância do estudo da luta dos africanos e afro --
brasileiros, da História e da cultura destes povos. O parágrafo 2º estabelece que os conteúdos devem ser objeto
de todas as disciplinas, e especial, das disciplinas Educação Artística, Literatura Brasileira e História Brasileira.
• O artigo 79-B inclui no calendário o dia 20 de novembro como “Dia Nacional da Consciência Negra”.
SEMANA 3
Videoaula 5 - Politicas de Avaliação do Livro Didático (PNLD)
https://www.youtube.com/watch?v=oW7Zl7MnQMc&feature=emb_logo
LIVRO DIDÁTICO
- Objeto cultural de difícil definição, que se caracteriza pela interferência de vários sujeitos em sua produção,
circulação e consumo.
- Mercadoria ligada ao mundo editorial e à lógica da indústria cultural. (muitas das mudanças ocorridas têm
interferência da indústria cultural)
APROPRIAÇÃO
Como Professores e alunos utilizam os conteúdos, os instrumentos de aprendizagem, os valores contidos no
livro didático?
Para Chartier: ‘’Apropriação diz respeito à internalização de sentidos que o objeto cultural provoca nos leitores
permitindo que eles façam leituras e usos em suas práticas culturais. Trata-se de uma “história social dos usos
e das interpretações, relacionadas às suas determinações fundamentais e inscritos nas práticas específicas
que os produzem.” (CHARTIER, 2002).
LIVRO DIDÁTICO NOS SÉCULOS XIX E XX (Escola transmissora de saberes, que deveriam ser memorizados)
- Deveria desempenhar o papel de homogeneizar o saber escolar, de reforçar os métodos de ensino baseados
na memorização, em uma escola concebida como transmissora dos conhecimentos das diferentes disciplinas.
O livro didático deveria ser utilizado como instrumento de memorização, ocasionando a prática do ‘saber de
cor... ’ (BITTENCOURT, 1996, p.18)
Análise externa: indicado que se faça uma leitura da imagem como documento compreendendo o contexto e
o sujeito que o produziu. Os alunos deverão ser orientados a questionar. Como e por quem foi produzido?
Quando foi realizada? Para que e para quem se fez esta reprodução?
- São necessárias comparações de ilustrações reproduzidas em momentos diferentes para que os alunos possam
estabelecer relações históricas entre as permanências e as mudanças e para relativizar o papel que
determinados personagens tendem a desempenhar na história.
SEMANA 4
Videoaula 8 - Concepções de recursos pedagógicos
https://www.youtube.com/watch?v=eduLFVooryU&feature=emb_logo
OS RECURSOS PEDAGÓGICOS
- Todo material utilizado por professores no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula;
- Tradicionais: o giz, a lousa, o livro didático, apostilas...
- Sofisticados e modernos: como os softwares educacionais, internet.
SUPORTES INFORMATIVOS (conjunto destes materiais. São neutros, são mediadores servem para auxiliar o
professor)
Todo discurso produzido com a intenção de comunicar elementos do saber:
• Livros didáticos e paradidáticos;
• Atlas, dicionários, cadernos;
• Produções de vídeos (CDs, DVDs);
• Materiais de computador (CD-ROM, jogos).
Os documentos não pertencem ao setor da indústria cultural e nem são produzidos inicialmente com intenções
didáticas; eles podem ser selecionados de diferentes formas, de acordo com os interesses de trabalho do
professor ou do Projeto Pedagógico da escola.
LINGUAGENS ALTERNATIVAS
As chamadas linguagens alternativas para o ensino de história mobilizam conceitos e processam símbolos
culturais e sociais, mediante os quais apresentam certa imagem do mundo. Imagem esta que acarreta outras
instâncias de referências, como comportamentos, moda, vocabulário. Elas provocam uma atividade psíquica
intensa feita de seleções, de relações e com representações criadas e expressas por outras formas de
linguagem. (ABUD, 2005, p. 310-311).
Dentre essas linguagens, a música popular tem ocupado espaço, como instrumento pelo qual se revela registro
da vida cotidiana, na visão de autores que observam o contexto social no qual vivem. (ABUD, 2005, p. 310).
SEMANA 5
Videoaula 9 - Concepções do tempo histórico e do tempo cronológico
https://www.youtube.com/watch?v=fSCn_-aj3R0&feature=emb_logo
TEMPO VIVIDO
• As noções do tempo vivido estão relacionadas ao tempo da experiência;
• Geralmente ligada ao tempo biológico que se manifesta nas etapas da vida: infância, adolescência, vida adulta
e velhice.
TEMPO CONCEBIDO
• É a maneira que os grupos compreendem e sistematizam o tempo vivido.
Tempo cronológico: medido por relógios ou calendários.
Tempo geológico: medido nos milhões e até bilhões de anos (eras, períodos, época).
TEMPORALIDADE HISTÓRICA
• O tempo histórico está relacionado às mudanças nas sociedades humanas; (o que é considerado importante)
• É produto das ações, reflexões e formas de pensar dos homens nos diferentes tempos cronológicos.
Pierre Lévy (1993) aborda as temporalidades mutantes do entorno técnico-social e apresenta três modalidades
temporais não lineares e sequenciais, mas coexistentes, concomitantes:
• Temporalidade cíclica
• Temporalidade linear
• Temporalidade pontual
Dimensões da temporalidade
TEMPORALIDADE CÍCLICA
Temporalidade cíclica das sociedades de transmissão oral, em que a palavra funciona como um gestor da
memória social, ritualizando a passagem do tempo como um constante recomeço.
É o tempo do eterno retorno, o tempo circular. Um tempo em que guardar todas as aprendizagens na memória
tem sentido, pois é uma garantia de preservação cultural. (índios, tribos africanas e outras, tempo marcado por
ciclos e gerações. Não há marcação com relógios e calendários formais)
TEMPORALIDADE LINEAR
O tempo linear das sociedades da escrita, imprime uma ordem sequencial nos calendários, datas, anais e
arquivos. (tempo das sociedades escritas. Registra os acontecimentos a partir de uma sequência de datas)
É a memória estocada, é o tempo da irreversibilidade. É o tempo em que os registros gráficos e, principalmente
a escrita, passam a modular as relações e constituem “estocadores” de memória.
TEMPORALIDADE PONTUAL
O tempo pontual das sociedades informatizadas se caracteriza pelo tempo da memória curta, que salta de um
ponto a outro, organizado como rede.
Tempos passados que se presentificam, coexistem. (o passado está presente, mas de forma pontual)
[...] Outra noção cara para a compreensão do tempo é a “sucessão”: as coisas que acontecem uma depois da
outra, o muito antes, o muito depois, os diferentes ritmos deste suceder, deste tempo sequencial...
compreender a “simultaneidade” temporal, que permite ao aluno perceber que existem coisas que acontecem
ao mesmo tempo e que, enquanto se está na escola, a mãe, o pai, os amigos estão fazendo outras coisas ou,
ainda, complexificando, que, enquanto acontecem os jogos da copa do mundo, em outro lugar, outros grupos
sociais podem estar envolvidos numa guerra. (BERGAMASCHI,2000. p. 12)
• “Para que a criança alcance um modo de pensar histórico e possa ver-se como sujeito ativo da história, é
preciso escolher os conteúdos do ensino a partir do tempo presente, estabelecer diálogos entre passado e
presente, identificando neles permanências e mudanças, simultaneidade e conexão temporal” (Malatian, cad.
formação Univesp. 2012. p.71)
SEMANA 6
Videoaula 11 - Cultura afro brasileira e indígena no ensino de história
https://www.youtube.com/watch?v=Y5-23t-txfE&feature=emb_logo
- Considera-se que a aprovação das Leis foi resultado da Luta dos movimentos sociais que reivindicaram os
espaços no campo da cultura e da Educação.
- A partir da década de 1970, cresceram as demandas dos movimentos sociais, em particular dos movimentos
negro e indígena, contra o racismo, os preconceitos, a marginalização e diversas práticas e formas de
exploração.
- Com a Constituição Federal de 1988, vários projetos de políticas foram implementados:
- a demarcação de terras indígenas;
- ações afirmativas para a população negra de afrodescendentes;
- implementação de cotas nos concursos públicos e nas instituições de Ensino Superior;
- projetos de inserção do negro no mercado de trabalho - ações específicas na área da cultura e da educação de
afrodescendentes e indígenas.
Videoaula 12 - Práticas Pedag. voltadas à temática da educação das relações raciais: desafios e possibilidades
https://www.youtube.com/watch?v=y4fiOI2i4to&feature=emb_logo
SEMANA 7
Videoaula 13 - História oral e Cotidiano no ensino de história: abordagens
https://www.youtube.com/watch?v=_0q696lkIro&feature=emb_logo
HISTÓRIA LOCAL
• Trata-se de uma forma de abordar a aprendizagem a partir de proposições que tenham a ver com
os interesses dos alunos, suas aproximações cognitivas e afetivas, suas vivências culturais; com as
possibilidades de desenvolver atividades vinculadas diretamente com a vida cotidiana e a partir de
recortes selecionados e integrados. (SCHMIDT, p.3)
(forma de aproximarmos a criança da discussão da história, do tema, do conhecimento histórico. A
história local deve contemplar as curiosidades e interesses do aluno)
PEDAGOGIA DA MEMÓRIA
• Pedagogia da memória: uma pedagogia da pluralidade e da diferença de tempos e culturas que,
concomitantemente, promoverá uma nova relação do aluno com a duração e também uma nova
tolerância face ao outro, que tem andado muito afastada da historiografia escolar tradicional. (buscar
ouvir as histórias dos diversos grupos que estão inseridos nesta comunidade, e reconhecer qual sua
importância na história da formação desta comunidade)
HISTÓRIA LOCAL E FONTES ORAIS (necessária para sair da armadilha das locuções unilaterais)
[...] as entrevistas são formas capazes de fazer com que os estudos de história local escapem das
falhas dos documentos, um vez que a fonte oral é capaz de ampliar a compreensão do contexto, de
revelar os silêncios e as omissões da documentação escrita, de produzir outras evidências, captar,
registrar e preservar a memória viva. A incorporação das fontes orais possibilita despertar a
curiosidade do aluno e do professor, acrescentar perspectivas diferentes, trazer à tona o “pulso da
vida cotidiana, registrar os tremores mais raros dos eventos, acompanhar o ciclo das estações e
mapear as rotinas semanais”. (Samuel, 1989, p. 233) (muitos grupos não têm sua história contada)
É uma metodologia que precisa ser pensada. Precisa da orientação do professor, para auxiliar o aluno em sua
elaboração e execução. Quais perguntas são necessárias, para suprir as curiosidades? Como será executada?
Como será arquivada?
LUGARES DA MEMÓRIA
• Entende-se por 'lugares de memória': museus, arquivos, cemitérios e coleções, festas, aniversários, tratados,
processos verbais, monumentos. (locais de preservação da memória histórica)
• Destruídos os lugares da memória da cidade, resta apenas o que o poder econômico dos setores dominantes
construiu e resolveu manter como símbolo de uma memória elitista e excludente.
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
• Educação voltada as questões referentes ao patrimônio cultural;
• Entende-se a utilização dos lugares da memória no processo educativo, a fim de desenvolver a sensibilidade
e a consciência da importância desses bens. (o aluno passa a entender o valor de identidade)