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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA

REFERÊNCIA
2024

História

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência: 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e
fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Introdução aos conhe- (EM13CHS101): Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas
cimentos históricos. expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias
filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
econômicos, sociais, ambientais e culturais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Introdução aos conhecimentos históricos.
A) APRESENTAÇÃO:
A habilidade desenvolvida neste planejamento, consiste em levar os estudantes compreenderem que a
construção da narrativa histórica está relacionada às fontes e às formas de registro que as sociedades,
em diferentes épocas, realizaram. Cada sociedade possui uma forma de registrar sua história e isso
interfere na sua maneira de compreender a narrativa histórica, o espaço histórico e o tempo histórico.
Portanto, a História tem também a sua história, e cada produção histórica pertence a um tempo.
Identificar diferentes fontes históricas (documentos escritos, depoimentos orais, fotografias, objetos,
edificações etc.) significa perceber que a diversidade de documentos históricos possibilita conhecer outras
dimensões da vida humana. Deve-se reconhecer, ainda, que o documento não é a expressão da verdade
absoluta e indiscutível e, por isso, ele deve ser contextualizado e criticado (o porquê, quando, como, por
quem e para quem foi produzido) e confrontado com outros documentos.
[...] O tratamento do tema “fontes históricas na sala de aula” remete, inexoravelmente, ao
estabelecimento de relações com as atuais discussões historiográficas, porque a história, como
componente escolar, ainda que possua especificidades e finalidades que lhes são próprias, não prescinde
de um estreito diálogo com a ciência de referência – no caso a história acadêmica – e com os princípios,
fundamentos e métodos que regem a pesquisa histórica. Tal entendimento não significa decretar a
dependência da história escolar em relação ao conhecimento acadêmico, tampouco tomá-la como um
saber inferior na hierarquia de conhecimentos, mera vulgarização didática de um corpo de saberes
produzido pelos “cientistas”. Sem entrar no polêmico debate que permeia este tema, é preciso admitir
que os dois campos – escolar e acadêmico são portadores de dinâmicas próprias, as quais se relacionam
com inúmeras instâncias e dimensões, de acordo com as finalidades e especificidades de sua atuação.
(CAIMI, 2008).

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No que diz ao uso de documentos/fontes históricas em sala de aula, conclui-se que essa ação colabora
para o desenvolvimento de um papel ativo do estudante nos processos que envolvem compreensão e
interpretação. Mais do que objetos ilustrativos, as fontes são trabalhadas no sentido de desenvolver
habilidades de observação, problematização, análise, comparação, formulação de hipóteses, crítica,
produção de síntese, reconhecimento de diferenças e semelhanças, enfim, capacidades que favorecem a
construção do conhecimento histórico numa perspectiva autônoma.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa; texto impresso.

Professor (a), inicie a aula perguntando aos estudantes: Você sabe o que é História? Por que estudá-la?
Faça na lousa uma tempestade de ideias. Em seguida, utilizando as informações registradas, destaque
que a História é considerada uma ciência humana, pois busca compreender as relações dos indivíduos
em sociedade ao longo de períodos diversos. Ela nos convida a uma viagem que percorre a
transformação de homens e mulheres, sua forma de viver, as mudanças que ocorrem nas sociedades...
estudar História nos permite conhecer lugares distantes, tempos passados, culturas, diversos
acontecimentos e ações, além de nossa própria História.

Conceitos e importância da História:


Professor (a), através de uma aula expositiva dialogada explique que a História é uma ciência que
estuda as ações do ser humano ao longo do tempo. Assim, o objeto de estudo da História são as
pessoas e suas ações coletivas e individuais em diversas sociedades e em períodos variados,
considerando desde o surgimento do ser humano primitivo até os dias atuais.
A História pode ser considerada uma ciência, pois possui um objeto de estudo delimitado, uma
metodologia estruturada e uma teoria proposta. Para compreender as ações do ser humano, é preciso
estabelecer um método de estudo, que, no caso dos pesquisadores da História, seja definido por meio
da análise e interpretação de fontes históricas. Isso porque a análise dessas fontes possibilita a
formulação de uma teoria sobre os acontecimentos do passado humano.

Fonte histórica: para os historiadores, é todo e qualquer registro da passagem dos seres humanos
pelo tempo.

A análise do passado também pode ajudar a construir e entender nossa própria identidade, pois nossa
trajetória anterior, ou seja, nossa história particular, foi o que nos formou como indivíduos únicos no
presente. Estudar História é permitir que o sujeito construa um domínio sobre a sociedade do presente
com base na compreensão das sociedades do passado, tornando necessário interrogar o tempo que já
passou a partir do tempo atual. Para isso, é fundamental utilizar a memória histórica, que ajuda na
reflexão sobre os fatos ocorridos. Preservar a memória histórica é resgatar e afirmar a identidade
coletiva para a construção da cidadania, pois sem memória não é possível compreender sequer as
origens de uma sociedade.

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Professor (a), peça aos estudantes que leiam o texto disponível na seção Anexo e respondam às
perguntas apresentadas.

 TEXTO: TRECHO INICIAL DO DIÁRIO DE ANNE FRANK ( ícone clicável)

Professor (a), faça uma breve explicação do que foi o conflito da Segunda Guerra Mundial e apresente o
contexto histórico em que o diário foi escrito. Explore o diário como uma fonte histórica, no que diz
respeito aos detalhes vividos pelo autor na época em que foi escrito. Neste momento, retome o trecho
do diário de Anne Frank para ambientar o cotidiano da autora com a realidade dos estudantes. Levante
outros questionamentos:
• Como você descreveria sua trajetória escolar até o momento?
• Seria possível não citar fatos do dia a dia no seu relato? (Se a resposta for não, questionar:
Como escrever uma história sem contextualizar, ou descrever o que acontece em volta da
realidade?)
• Esse foi o primeiro dia do diário. É possível imaginar que a autora iria viver momentos difíceis?
Para finalizar esse momento retome a contextualização da proposta do diário. Os estudantes deverão
refletir sobre os questionamentos levantados. Peça a eles que produzam um texto do gênero diário
contando como foi a proposta trabalhada durante a aula. Os relatos devem ser curtos - não exceder 20
linhas - por causa do tempo.

2º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa; Texto impresso.

A História, o tempo e o espaço: os calendários e o tempo:


Professor (a) apresente aos estudantes as diferenças entre os tempos: biológico, psicológico,
histórico e cronológico.
O tempo biológico consiste nas fases de vida de qualquer ser vivo, desde o nascimento, passando pelo
desenvolvimento, até a morte. Já o tempo psicológico tem como foco o estudo da mente, isto é, baseia-
se na nossa percepção da passagem do tempo, da duração do fato que acontece ou na forma como nos
relacionamos com o tempo. Por exemplo, quando você está se divertindo, provavelmente, a sua
sensação é de que o tempo passa bem rápido. Já em situações pouco prazerosas, o tempo parece
passar mais devagar. O tempo histórico, por sua vez, é utilizado pelo historiador para perceber as
modificações de uma determinada sociedade na sua forma de organização, no seu desenvolvimento
político e econômico ou a partir de ações marcantes de um povo. O historiador consegue identificar as
continuidades de uma sociedade, notando que alguns hábitos do passado podem ser vistos no presente.
Assim, o tempo histórico consiste na percepção das rupturas e permanências de sociedades em tempos
diferentes. Por fim, o tempo cronológico, também utilizado nos estudos históricos, marca em sequência
os anos, séculos, décadas e milênios, que são a base para a contextualização de um fato histórico.
Para marcar o tempo cronológico, usamos, por exemplo, o calendário, que pode ser definido como um
conjunto de normas utilizado para marcar o tempo. É importante ressaltar que o calendário não se
apresenta em um modelo único e universal: seu padrão modifica-se de acordo com as especificidades
culturais de cada grupo social. Dessa maneira, há, por exemplo, os calendários, cristão, judaico,
muçulmano, cada qual com suas referências e padrões de contagem do tempo.

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Professor (a), após a explicação acerca dos diferentes tipos de tempo, solicite aos estudantes que
respondam a seguinte questão:

Para os historiadores, tempo é tanto o elemento de articulação da / na narrativa historiográfica como


é vivência civilizacional e pessoal. Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou
linear, presentificado ou projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de
apreensão do real e do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de
partida para a compreensão da relação Homem-Natureza e Homem-sociedade.

AUERBACH, E. Mimesis: a representação da realidade na cultura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 1971.

• A qual tempo o texto se refere? Descreva-o.

Para finalizar esse momento retome tudo o que foi estudado até o momento e oriente os estudantes a
escreverem um parágrafo sobre a importância do estudo da História na sua vida. Eles deverão pensar
em como a História pode ajudar na compreensão de quem eles realmente são.

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ANEXO

TEXTO: TRECHO INICIAL DO DIÁRIO DE ANNE FRANK

Trecho inicial do diário de Anne Frank


Domingo, 14 de junho de 1942

Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas. Pudera! Era dia do meu aniversário. É claro que eu
não tinha permissão para levantar àquela hora, e por isso tive de refrear a minha curiosidade até às
quinze para as sete. Aí então não agüentei mais e corri até a sala de jantar, onde recebi as mais
efusivas saudações de Moortie (a gata). Logo depois das sete fui dar bom-dia à mamãe e ao papai, e,
depois, corri à sala de estar para desembrulhar meus presentes. O primeiro que me saudou foi você,
possivelmente o melhor de todos. Sobre a mesa havia também um ramo de rosas, uma planta e
algumas peônias; durante o dia chegaram outros. Ganhei uma porção de coisas de mamãe e papai e
fui devidamente presenteada por vários amigos. Entre outras coisas, deram-me um jogo de salão
chamado Câmara Escura, muitos doces, chocolates, um quebra-cabeça, um broche, os Contos e
lendas dos Países Baixos, de Joseph Cohen, Daisy e suas férias nas montanhas (um livro espetacular)
e algum dinheiro. Agora posso comprar Os mitos da Grécia e Roma — que legal! Lies veio então
apanhar-me para irmos à escola. No recreio, distribuí biscoitinhos doces para todo mundo, e então
tivemos de voltar às aulas. Agora preciso parar. Até logo. Acho que vamos ser grandes amigos.

Fonte: HISTÓRIA. Prefeitura de Salto. Secretaria Municipal de Educação. Salto, 3 nov. 2018. Disponível em:
https://salto.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/10/5o-ANO-HISTORIA-3.pdf.
.

• É possível perceber traços do cotidiano da autora?


• Quais palavras mostram o estado emocional da personagem?
• A autora-personagem faz uma narrativa sobre um momento importante da sua vida? Onde
podemos perceber isso?
• O diário foi escrito em 1942. Quais as semelhanças da infância de Anne Frank com a infância
de muitas crianças de hoje?
• Anne Frank faz menção a um livro de mitos da Grécia e Roma. É possível afirmar que ela é
uma pessoa que gosta de História?

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REFERÊNCIAS
AUERBACH, Erick. Mimesis: a representação da realidade na cultura ocidental. São Paulo: Perspectiva,
1971.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de aprendizagem.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.
CAIMI, Flávia Eloísa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção do conhecimento
histórico escolar? Anos 90. Porto Alegre, v.15, p 129-150, dez. 2008.
HISTÓRIA. Prefeitura de Salto. Secretaria Municipal de Educação. Salto, 3 nov. 2018.
Disponível em: https://salto.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/10/5o-ANO-HISTORIA-3.pdf.
Acesso em 16 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d
o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 16 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 16 out.
2023.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.
PINSKY, Carla. (Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2001.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência: 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos
e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A Pré-história humana. (EM13CHS102): Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução,
modernidade, cooperativismo/desenvolvimento etc.), avaliando
criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que
contemplem outros agentes e discursos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A Pré-história humana.
A) APRESENTAÇÃO:
A habilidade diz respeito a examinar o que os cientistas sabem a respeito da origem do homem e que
provas ou informações sustentam suas hipóteses. Suas pesquisas respondem a todas as perguntas? As
hipóteses já foram refutadas? Como os povos antigos explicavam o surgimento do homem? A origem da
humanidade é ainda uma grande interrogação, apesar de todo conhecimento científico acumulado. Os
mitos cosmogônicos ou de fundação trazem explicações distintas sobre a origem dos seres humanos: ela
se deve a um deus criador, a um espírito, a um animal, ao céu, à terra, a uma árvore, a uma rocha, ao
ovo primordial ou simplesmente ao nada.
Além disso, a habilidade consiste também em reconhecer que os grupos humanos deixam vestígios e
alterações na paisagem (modificação do solo, mudança na topografia, deslocamento de rochas,
gravações rupestres, acúmulo de artefatos etc.), entendendo que essas transformações servem de
indícios para a elaboração de hipóteses sobre a presença humana, mesmo sem a descoberta de fósseis
humanos. Assim, por exemplo, os vestígios de roças indígenas, os sambaquis, as colinas artificiais da
ilha do Marajó, os restos de paliçadas de quilombos extintos etc. dão informações ou pistas sobre a
dieta daqueles grupos humanos, seu modo de vida nômade ou sedentário, técnicas de fabricação de
artefatos, densidade populacional etc. A habilidade supõe ainda a descrição e análise das modificações
na natureza e paisagem causadas por diferentes sociedades, em especial os povos originários.
No que diz respeito a periodização, é importante destacar que existe uma discussão entre os
historiadores sobre o que marca a passagem da Pré-História para a História. Muitos historiadores
afirmam que a História não deveria ser dividida em Pré-História e História.
Existem três correntes principais, presentes nos livros didáticos da Educação Básica, que tentam
demarcar a passagem da Pré-História para a História. A primeira, e mais comum nos livros didáticos,
utiliza o desenvolvimento da escrita como marco de passagem da Pré-História para a História. Esta
proposta foi desenvolvida no século XIX, no contexto do imperialismo na África e na Ásia. No século XIX
somente fontes escritas eram aceitas pelos historiadores. Desta forma, populações que não
desenvolveram a escrita foram consideradas atrasadas, “pré-históricas”.
O processo de urbanização e a origem do Estado são outros marcos que aparecem nos livros didáticos
como marco de passagem da Pré-História para a História, ambos também desenvolvidos no século XIX e

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que também serviram para legitimar a conquista europeia sobre outros povos. As três visões apontam a
região chamada de “Crescente fértil” como local de nascimento da escrita, urbanização e a origem do
Estado.
Com o tempo, os historiadores passaram a considerar outros vestígios, como desenhos, moradias e
ferramentas deixados pelos povos da época chamada pré-histórica. Essas fontes revelaram muito sobre
o modo de vida e os acontecimentos do passado. Embora os historiadores tenham compreendido que
era possível investigar a História utilizando documentos não escritos, a expressão Pré-História continuou
sendo utilizada.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma Duplas.

Recursos e providências Lousa, projetor, folhas sulfite, texto impresso.

Professor (a), inicie esse momento perguntando aos estudantes:

• Você conhece algum mito sobre o surgimento dos seres humanos?


• Você já ouviu falar de alguma teoria científica a respeito do surgimento da humanidade?
Qual?

Em seguida organize a sala em duplas. Escreva no quadro ou projete e leia o seguinte comando:

Como os seres humanos surgiram na terra?


Elabore um desenho que represente a origem dos seres humanos. Não se esqueça de inserir
um título.

Entregue aos estudantes, folhas de papel sulfite, para que possam elaborar, segundo seu próprio ponto
de vista, desenhos que representem a origem dos seres humanos. Eles poderão colorir e criar legendas
explicativas. Durante esse momento, caminhe pela sala e auxilie as duplas que solicitarem sua presença.
Esclareça dúvidas eventuais, no entanto, tome cuidado para não fornecer explicações que comprometam
o protagonismo do estudante na produção dos desenhos.
Ao término da produção divida o quadro em três partes e fixe em uma delas os desenhos produzidos. Os
dois espaços restantes serão preenchidos com a tarefa. Tal divisão permitirá a construção de um quadro
comparativo.
Escolha dois estudantes para explicarem seus desenhos à turma.
Atenção: Não faça correções na produção dos estudantes, pois a intenção desta atividade não é
apresentar um modelo “correto” de explicação da origem dos seres humanos, mas sim expor a
existência de diferentes pontos de vista.
Os estudantes continuarão em duplas. Apresente os textos que tratam sobre a origem dos seres
humanos na perspectiva Maia e Babilônica. Eles podem ser impressos, projetados ou escritos no quadro.

 TEXTO: OS MAIAS ( ícone clicável)

 TEXTO: OS BABILÔNIOS ( ícone clicável)

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Selecione dois estudantes para fazerem a leitura dos textos à turma. Em seguida, as duplas devem
elaborar desenhos que representem as narrativas dos textos. Os estudantes poderão fazê-los em folhas
de papel sulfite ou mesmo nas do próprio caderno. Poderão colorir, caso desejem.
A expectativa é que criem desenhos ou mesmo símbolos alinhados às narrativas.
Durante esse momento, caminhe pela sala e auxilie as duplas que solicitarem sua presença. Esclareça
dúvidas eventuais, no entanto, tome cuidado para não fornecer explicações que comprometam o
protagonismo do estudante na produção dos desenhos.
Para a atividade anterior o quadro foi dividido em três partes e apenas uma foi preenchida com
desenhos, portanto, nas duas partes restantes fixe os novos desenhos dividindo-os entre as
representações Maia e Babilônica. Desta forma, irá se formar um quadro comparativo.
Professor (a) faça os questionamentos propostos abaixo, que podem ser projetados, escritos no quadro
ou simplesmente lidos:

• Quais diferenças você observa entre os três pontos de vista sobre a criação do homem
expressos no quadro: sua perspectiva, a Maia e a Babilônica?
• O que há de semelhante entre as origens apresentadas?
• Cite alguma religião que explique a origem do homem a partir de um Deus criador.

Professor (a), os estudantes deverão responder de forma escrita, registrando no caderno. Para finalizar
esse momento, faça uma breve explicação, considerando a participação dos estudantes, sobre os mitos
de origem e sobre a teoria evolucionista.

 TEXTO: MITOS DE ORIGEM ( ícone clicável)

 TEXTO: A TEORIA EVOLUCIONISTA ( ícone clicável)

2º MOMENTO

Organização da turma Trios.

Recursos e providências Lousa; Dicionário; Texto impresso.

Professor (a), organize a sala em trios. Tente deixar no mesmo trio estudantes que possam se apoiar
mutuamente para a realização da atividade. Certifique que cada trio possui, no mínimo, um dicionário.
Escreva no quadro as palavras “pré-natal, pré-escolar e cursinho pré-vestibular”.
Em seguida, solicite que os trios discutam o significado de cada uma das três palavras, conduza a
reflexão para que os estudantes identifiquem qual a palavra comum e qual o significado desta palavra.
Solicite, inicialmente, que os estudantes tentem compreender o significado das três palavras sem usar o
dicionário. Pergunte o que é pré-natal. É esperado que os estudantes identifiquem que são exames
feitos pelas mulheres antes do nascimento do filho. Pergunte o que significa Natal, o que é comemorado
no Natal, em 25 de dezembro. É esperado que eles respondam que o Natal comemora o nascimento de
Cristo. Caso os estudantes não consigam compreender o significado das palavras, peça para que
utilizem o dicionário.
É esperado que os estudantes compreendam que pré-natal significa algo como “antes do nascimento”,
que pré-vestibular é um curso feito para quem quer prestar o processo seletivo de alguma faculdade e

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pré-escolar é como era chamado o período anterior ao Ensino Fundamental. É esperado também que os
estudantes identifiquem que a palavra “pré” está presente nas três palavras e que compreendam que
seu significado pode ser algo como “antes” ou “anterior”.
Em seguida, escreva no quadro a pergunta: Qual o significado da palavra Pré-História? Solicite
que os estudantes, em cada trio, discutam sobre a pergunta e que cada estudante faça as anotações da
discussão no seu respectivo caderno. Quando todos terminarem, solicite que três trios, voluntariamente,
exponham as discussões feitas em seus trios para toda a turma.
Professor (a) faça uma breve explicação e contextualização acerca das problemáticas que envolvem
definir a escrita como marco da passagem da Pré-História para a História. Em seguida, entregue para
cada trio um trecho do poema “Perguntas de um trabalhador que lê”, de Bertold Brecht.

 TEXTO: PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ (BERTOLD BRECHT) ( ícone clicável)

Peça para que os estudantes de cada trio discutam sobre o trecho do poema e que registrem as
principais discussões no caderno. Para conduzir a discussão, pergunte qual a ideia central do poema. É
esperado que os trios compreendam que Bertold Brecht valorizou os trabalhadores da “Tebas das sete
portas”, ele questiona quem construiu Tebas, se foram os reis ou trabalhadores. Ele ainda faz referência
aos livros de História, onde estão registrados somente os nomes dos reis, não de quem construiu, de
fato, a cidade. É esperado que, por meio da leitura do trecho do poema, os estudantes compreendam
que todas as pessoas fazem História, que todas as pessoas são agentes da História. A intenção ao
discutir o poema é refletir que os que não leem e escrevem - os operários que construíram Tebas -
também são parte da História, contra, portanto ao argumento de que só existe História quando há
registro escrito.
Professor (a) para que os estudantes percebam que a evolução dos seres humanos na Pré-História
sempre manteve estreita relação com as transformações no meio em que habitavam, pois, na medida
em que modificaram seu modo de vida, também modificaram a forma como utilizavam os recursos
naturais disponíveis, proponha aos estudantes uma atividade no formato de tempestade de ideias
(brainstorming). Projete, imprima ou desenhe no quadro um diagrama com os termos “Seres humanos
pré-históricos”. Solicite aos estudantes que falem aleatoriamente sobre características do modo de vida
dos seres humanos da Pré-História. Para direcionar os estudos, apresente aos estudantes quatro
subtemas sobre o assunto: “alimentação”, “trabalho”, “lazer” e “outras informações”.
Oriente-os para que procurem apresentar ideias que se encaixem nestes subtemas e procure registrar as
informações no quadro. Além de levantar alguns conhecimentos dos estudantes a respeito do assunto,
esta atividade levará o estudante a perceberem suas descobertas e a evolução de seu conhecimento a
respeito do tema.
Em seguida, solicite que os estudantes ainda em trios façam a leitura do trecho do artigo: “Pré-História:
o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos”.

 TEXTO: TRECHO DO ARTIGO: PRÉ-HISTÓRIA: O SURGIMENTO DO SER HUMANO E OS


PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS ( ícone clicável)

Por meio desta leitura, espera-se que os estudantes entrem em contato com algumas características dos
modos de vida dos seres humanos caçadores-coletores-nômades que viveram na Pré-História durante o
período Paleolítico. Durante a leitura, para instigar o olhar crítico dos estudantes, questione-os sobre a
relação humana com a natureza. Pergunte se nos tempos atuais a exploração dos recursos naturais é
semelhante àquela empreendida pelos indivíduos do Paleolítico.

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Na sequência, solicite que os estudantes reflitam em respostas para as seguintes questões:

1) Quais eram os recursos naturais que os seres humanos caçadores-coletores necessitavam para
sobreviver?
2) Em sua opinião qual era o impacto da permanência dos seres humanos caçadores-coletores no
meio natural que habitavam?

Ao responder a primeira questão, a expectativa é que os estudantes consigam identificar características


da relação humana com a natureza naquele tempo. Espera-se que percebam não apenas o tipo de
recurso natural utilizado, mas que estabeleçam relação entre as características daquela exploração e os
aspectos evolutivos dos seres humanos pré-históricos caçadores-coletores-nômades que viveram
naquele período. Para favorecer este raciocínio, proponha aos estudantes um pensamento hipotético:
questione-os sobre qual seria o comportamento das pessoas daquela época pré-histórica, caso fosse
possível enviar para aquele tempo/espaço objetos tecnológicos utilizados nos últimos séculos do nosso
tempo, como eletrodomésticos, por exemplo. Pergunte se seria fácil ou difícil para aqueles seres
humanos utilizarem recursos tão diferentes e complexos.
Ao responder a segunda questão, espera-se que os estudantes consigam estabelecer uma opinião a
respeito do impacto no meio natural causado pelas ações dos seres humanos pré-históricos do período
Paleolítico, com base em seu modo de vida. Caso apresentem dificuldades nesta questão, peça que se
recordem ou releiam partes do texto que tratam de algumas características do modo de vida daquelas
pessoas. Questione-os sobre as transformações do meio natural com base naquele tipo de exploração de
recursos e naquelas ações cotidianas de caça, coleta e deslocamento do período. Escolha, em seguida,
dois estudantes de diferentes trios e peça que apresentem à turma uma resposta para a questão 1 e
para a questão 2, respectivamente.
Para finalizar esse momento retome tudo o que foi estudado até o momento e oriente os estudantes a
escreverem um texto sobre a Pré-História humana: Os seres humanos e sua relação com a
natureza e o trabalho. Eles deverão considerar as diferentes culturas pré-históricas presentes no
Brasil.

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ANEXO
TEXTO: OS MAIAS

Os Maias
A civilização maia surgiu por volta do ano 1800 a.C. na região da mesoamérica, que hoje corresponde
ao sudeste do México, Belize, Guatemala, as partes setentrionais de Honduras e El Salvador [...] A
criação do mundo segundo esse povo é descrita no Popol Vuh, uma coleção épica de lendas, que
conta o início como sendo a escuridão, onde vivia Tepeu e Gucumatz , os deuses primordiais, que
criam o mundo apenas com seu pensamento, e assim todos os animais, que serviriam para tomar
conta da Terra e adorar os criadores. Mas vendo que os animais não podiam falar e não conseguiam
louvá-los, os deuses decidem criar os homens.

SKOLIMOSKI, Kellen; ZANETIC. Mitos de criação: modelos cosmogônicos de diferentes povos e suas
semelhanças. Disponível em: https://www.sab-astro.org.br/wp-content/uploads/2017/03/SNEA2012_TCO20.pdf.
Acesso 23 out. 2023.

TEXTO: OS BABILÔNIOS

Os Babilônios
“Quando [Marduk] ouviu as palavras dos deuses, seu coração o empurrou a criar maravilhas; e
[abrindo] sua boca dirige sua palavra [...] para comunicar-lhe o plano [...] de seu coração: “ vou
juntar sangue e formar ossos; farei surgir um [...] humano [...] vou criar [...] este homem para que
lhe sejam impostos os serviços dos deuses e que eles estejam descansados [...]. Infligiram-lhe seu
castigo: cortaram-lhe o sangue. E com seu sangue formou a humanidade. Impôs sobre ela o serviço
dos deuses, liberando a estes”.

PONTES, Antonio Ivemar da Silva. A “influência” do mito babilônico da criação, Enuma Elish, em Gênesis 1,1-
2,4a. Disponível em: http://www.unicap.br/tede/tde_arquivos/5/TDE-2010-08-13T111852Z-
340/Publico/dissertacao_antonio_ivemar.pdf. Acesso em: 23 out. 2023.

TEXTO: MITOS DE ORIGEM

Mitos de origem
Os mitos não são apenas uma tentativa de explicar os fenômenos naturais ou históricas fantasiosas
inventadas pelos povos. Pelo contrário, os mitos são representações da realidade que, por meio de
uma linguagem simbólica, expressam os valores culturais de uma comunidade.
A criação do Universo e dos seres vivos é um tema comum em diversas mitologias, e a análise desses
mitos pode revelar importantes sobre os valores e as crenças que orientam as ações das pessoas de
uma comunidade. Geralmente, os mitos apresentam deuses e heróis que seriam responsáveis pela
organização do mundo.
A imagem abaixo, por exemplo, é uma representação da crença do cristianismo sobre a origem dos
seres humanos. De acordo com essa tradição, o homem teria sido criado por Deus à sua imagem e
semelhança. Dessa crença, surgiu a teoria criacionista, que vigorou por séculos, principalmente no
Ocidente.

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Porém, a partir do século XIX, foram propostas explicações científicas que divergiam das ideias
criacionistas. Com o tempo, o pensamento científico se tornou cada vez mais corrente e, atualmente,
o criacionismo não é a teoria mais aceita pelos cientistas, apesar de existirem pensadores e religiosos
que defendam esse modo de explicar o surgimento da humanidade.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.36.

TEXTO: A TEORIA EVOLUCIONISTA

A teoria evolucionista
O evolucionismo é uma das principais teorias científicas desenvolvidas no século XIX. A base dessa
teoria consolidou-se com os estudos do naturalista francês Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) e do
botânico austríaco Gregor Mendel (1822-1884), que realizaram pesquisas sobre hereditariedade e
genética. Influenciado por esses estudos e pelas próprias observações, o naturalista inglês Charles
Darwin (1809-1882) publicou, em 1859, o livro A origem das espécies.
Nesta obra, Darwin propôs uma teoria da evolução dos organismos baseada no conceito da seleção
natural. De acordo com esse conceito, os indivíduos que estiverem mais adaptados ao ambiente terão
mais chances de sobreviver. À medida que os mais aptos sobrevivem, eles se reproduzem e
transmitem suas características genéticas aos descendentes, fazendo que elas se perpetuem e,
consequentemente, perpetuem sua espécie.
Para Darwin, os seres humanos, assim como os demais seres vivos que existem atualmente, teriam
evoluído de outras espécies. Com essa teoria, ele contestou a explicação bíblica da criação do mundo.
Além de Darwin, há outro nome ligado ao desenvolvimento da teoria evolucionista: Alfred Russel
Wallace (1823-1913). Wallace propôs teorias que também tinham como princípio o conceito chamado
por Darwin de seleção natural. Para alguns historiadores da ciência, trata-se de um caso em que dois
cientistas chegaram a conclusões semelhantes sem que um conhecesse profundamente as hipóteses
levantadas pelo outro. Por isso, parte da comunidade científica considera que Wallace também teria
criado a teoria da evolução.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.36.

TEXTO: PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ (BERTOLD BRECHT)

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ (Bertold Brecht)


Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta, para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
Quem os erigiu? Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus
escravos?

24
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua frota naufragou.
Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos.
Quem partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões.

Universidade de São Paulo. Disponível em


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2201742/mod_resource/content/1/POEMA%20DE%20BRECHT%20%28P
ERGUNTAS%20DE%20UM%20TRABALHADOR%20QUE%20L%C3%8A%29.pdf Acesso em: 23 out. 2023.

TEXTO: TRECHO DO ARTIGO: PRÉ-HISTÓRIA: O SURGIMENTO DO SER HUMANO E OS


PERÍODOS PRÉ-HISTÓRICOS

Trecho do artigo: Pré-História: o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos


E de todas as espécies, o Homo sapiens sapiens foi a única que se espalhou e conquistou os cinco
continentes do nosso planeta [...] Assim, quando se fala em Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada),
têm-se em vista instrumentos rudimentares de pedra, de madeira ou de osso [...] Suas características
são o nomadismo e a subsistência baseada na caça, mas também voltada para a pesca e a coleta de
vegetais. Durante a caçada, os animais eram forçados em direção a desfiladeiros sem saída ou rumo a
abismos, quando então caíam em armadilhas feitas em covas, onde havia paus pontiagudos [...] Os
instrumentos ou ferramentas usados cotidianamente eram de pedra, de madeira ou de osso,
moldados a partir de golpes de um material mais resistente contra outro menos resistente. Essa
técnica podia chegar a alguma sofisticação, com objetos tendo apenas uma de suas faces lascada ou
afiada para tornarem-se mais adequados [...] Imagina-se que a média de idade dos seres humanos
no fim do período era de 26 anos [...] A arte pré-histórica [como as pinturas rupestres nas paredes de
cavernas, por exemplo] refletia as preocupações de subsistência, através de representações da caça e
da fertilidade.
Pré-História: o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos. UOL Educação. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-serhumano-e-os-periodos-pre-
historicos.htm. Acesso em: 23 out. 2023.

25
REFERÊNCIAS
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de aprendizagem.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.
CAIMI, Flávia Eloísa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção do conhecimento
histórico escolar? Anos 90, Porto Alegre, v.15, p 129-150, dez. 2008.
GOODY, Jack. Cultura escrita em sociedades tradicionales. Barcelona: Gedisa, 1996.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d
o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 16 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 16 out.
2023.
HOMEM PRÉ-HISTÓRICO: VIVENDO ENTRE FERAS_Ep.01. [s. l.: s. n.], 10 set. 2011. 1 vídeo (14min).
Publicado pelo canal UploadsHistorico. Disponível em:
https://youtu.be/DkAblXW1cWQ?si=QWPayr9XlQ3Fk8V0. Acesso em: 23 out. 2023.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.

PINSKY, Carla. (Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2001.


PONTES, Antonio Ivemar da Silva. A “influência” do mito babilônico da criação, Enuma Elish, em
Gênesis 1,1-2,4a. Recife, 2010. Disponível em: http://www.unicap.br/tede/tde_arquivos/5/TDE-2010-
08-13T111852Z-340/Publico/dissertacao_antonio_ivemar.pdf. Acesso em: 23 out. 2023.
Pré-História: o surgimento do ser humano e os períodos pré-históricos. UOL EDUCAÇÃO, [s.l],
[2022]. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-
do-ser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm. Acesso em: 23 out. 2023.
ROSE, Ricardo. As quatro fases da convivência com a natureza. Ambiente Legal, [s.l.], 2016.
Disponível em: http://www.ambientelegal.com.br/as-quatro-fases-da-convivencia-com-a-natureza/
Acesso em: 23 out. 2023.
SKOLIMOSKI, Kellen; ZANETIC. Mitos de criação: modelos cosmogônicos de diferentes povos e suas
semelhanças, São Paulo, 2012. Disponível em: https://www.sab-astro.org.br/wp-
content/uploads/2017/03/SNEA2012_TCO20.pdf. Acesso 23 out. 2023.

26
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência: 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos
e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
História, memória e cultura. (EM13CHS104): Analisar objetos e vestígios da cultura material e
imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores, crenças e
práticas que caracterizam a identidade e a diversidade cultural de
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: História, memória e cultura.
A) APRESENTAÇÃO:
Esta habilidade consiste em levar os estudantes a pesquisarem, reconhecerem e indicarem quais são os
patrimônios históricos e culturais da cidade de sua vivência. A discussão em torno do porquê de serem
considerados patrimônios implica em inferir, explicar e argumentar, baseando-se em informações
culturais, sociais e políticas a respeito deles.
Este plano busca aproximar o ensino de história da educação patrimonial. Sabe-se que cada instituição
escolar, ao longo dos seus anos de funcionamento, desenvolve características que lhes são próprias por
meio de um legado cultural que é acumulado através das sucessivas gerações de estudantes,
professores, educadores, entre outros profissionais, que deixam suas marcas tanto nos aspectos da
cultura material escolar quanto nos aspectos menos tangíveis desta cultura.
Ao começarmos a entender o valor dos bens culturais de um povo temos que ter em mente o que define
e fundamenta a vida de uma sociedade quanto às suas características, seus costumes, seus
comportamentos, e como esses elementos podem ser registrados e preservados para seus sucessores
em formato de memória e identidade histórica, sendo definido como patrimônio social.
O Patrimônio é tudo o que nos é transmitido como uma herança. O Patrimônio Cultural remete à riqueza
simbólica e tecnológica desenvolvida pelos grupos humanos que nos antecederam. Trata-se de um
conjunto de conhecimentos e realizações de uma comunidade, acumulados ao longo de sua história, que
conferem os traços de sua identidade.
A Constituição Federal apresenta os patrimônios como modos de expressão, formas de criar, criações
científicas e tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artísticas ou culturais, além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, ecológico e científico (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1988).
Aliado ao conceito de patrimônio histórico está o de patrimônio cultural. Segundo o artigo 216.º da
Constituição, o patrimônio cultural representa os bens: “(…) de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Segundo o Decreto Lei n.º 25 de 1937, Art. 1.º, “Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o
conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público,
quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor

27
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
A importância de se preservar o Patrimônio Histórico está associada à constituição de uma memória
coletiva, considerando que é por meio da memória que nos orientamos para compreender o passado, o
comportamento de um determinado grupo social, uma cidade ou mesmo uma nação. O estímulo da
memória também contribui para a formação de identidade, retomada de raízes, e a compreensão a
respeito da situação sociocultural de um povo.
Sabemos que a História é uma construção social, por isso a consciência da história e a memória são
parte dessa construção, pois permite fixar informações ao longo do tempo e dá identidade ao ser
humano. Nesse aspecto, a memória permite um envolvimento que estimula o sentimento e alimenta a
necessidade de o ser humano saber sobre si, sobre seu passado, sobre seu presente, sobre suas
conquistas. Por isso a memória pode ser definida como um combustível da história humana.
Patrimônio: é tudo aquilo que nos pertence, “nossas coisas”, tudo que pertence a um indivíduo, a uma
instituição, a um lugar, uma região ou uma comunidade. O patrimônio pode ser tanto material como
imaterial. Material é tudo aquilo que é tangível, mensurável, palpável. O Imaterial é composto pelas
nossas crenças, valores, costumes. Desta forma o patrimônio engloba vários segmentos, dentre eles:
ambiental e paisagístico, paleontológico, cultural, arqueológico, histórico, artístico, arquitetônico e
afetivo (memória).
O termo patrimônio histórico-cultural diz respeito a tudo aquilo que é produzido, material ou
imaterialmente, pelo ser humano e que definimos como cultura de uma sociedade. De acordo com sua
importância, em geral, deve ser preservado por representar uma riqueza cultural para a comunidade e
para a humanidade.
O patrimônio é a herança de um povo, que garante a preservação de sua memória e da cultura,
conferindo-lhe identidade e alteridade. São bens potencialmente incorporáveis à memória local, regional
e nacional, compondo parte da herança cultural legada pelas gerações passadas às gerações futuras.
Por isso a valorização do patrimônio histórico-cultural é a valorização da identidade que molda as
pessoas.
Por meio do patrimônio histórico-cultural podemos conhecer a história e tudo que a envolve. Por
exemplo, a arte, as tradições, os saberes de determinado povo. Preservar e valorizar os elementos
culturais de um povo é manter viva a sua identidade. Trata-se, portanto, de um ato de construção da
cidadania.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa; Tablet ou computador; Internet; Texto impresso.

Professor (a), inicie a aula explicando aos estudantes que durante muito tempo, a história de várias
comunidades foi ignorada. Isso ocorria porque havia a ideia de que determinadas populações eram
consideradas mais importantes, corretas e interessantes do que outras. Porém, é sabido que cada
cultura guarda seu valor, e nenhuma vale mais ou menos que outra. Todas devem ser igualmente
respeitadas.

28
Após a explicação, oriente os estudantes a responderem às seguintes questões:

1) Imagine que você vivenciou uma cena de preconceito contra uma cultura. O que você faria? De
que modo demonstraria que é importante respeitar as diversas culturas?
2) Através de pesquisa conheça alguns locais e manifestações culturais brasileiras que integram o
patrimônio cultural nacional. Em seguida, destaque se você já visitou, conhece ou ouviu falar de
algumas dessas manifestações.

Professor (a), a primeira questão favorece o diálogo sobre as atitudes cidadãs que os estudantes podem
e devem ter. Ações de valorização da diversidade e de respeito às diferentes culturas devem ser
estimuladas. Se julgar conveniente, elabore na lousa, com os estudantes, uma lista de possíveis atitudes
para a situação proposta. Ressalte que as intervenções devem ser sempre cuidadosas e respeitosas,
evitando provocações ou interações agressivas.
A segunda questão trata-se de uma resposta pessoal. Pode-se solicitar aos estudantes que mencionem
manifestações relacionadas à história do local em que vivem.
Professor (a) oriente os estudantes a efetuarem a leitura do texto a seguir.

 TEXTO: CULTURA, MEMÓRIA E NARRATIVAS ( ícone clicável)

Professor (a), após a leitura do texto, solicite aos estudantes que oralmente e em conjunto, definam os
conceitos de cultura, memória e narrativas, usando suas próprias palavras.
Para finalizar esse momento, esclareça que as culturas são diversas entre si e que representam
diferentes pontos de vista e modos de ação em relação ao mundo em que vivemos. Reforce que
nenhuma cultura é melhor ou superior a outra, por isso não devemos fazer juízos de valor quando o
assunto é cultura. O interessante é conhecer e valorizar culturas distintas da nossa, promovendo uma
postura de paz.
Explique aos estudantes que as narrativas que tratam de fatos da vida de pessoas comuns são muito
valorizadas pelos historiadores. Elas podem revelar elementos da vida cotidiana e aspectos das
conjunturas econômicas, políticas e sociais que atingem toda a comunidade.

2º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa; TV, Computador, Internet, Texto impresso.

Professor (a), inicie este momento exibindo aos estudantes o filme “Narradores de Javé” (2004).
 Narradores de Javé”
Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1bUc2UJYvCcS2pV1vGpkejkQjTVByIDiR/view?usp=sharing.

SINOPSE
Somente uma ameaça à própria existência pode mudar a rotina dos habitantes do pequeno vilarejo de
Javé. É aí que eles se deparam com o anúncio de que a cidade pode desaparecer sob as águas de uma
enorme usina hidrelétrica. Em resposta à notícia devastadora, a comunidade adota uma ousada
estratégia: decide preparar um documento contando todos os grandes acontecimentos heróicos de sua
história, para que Javé possa escapar da destruição. Como a maioria dos moradores são analfabetos, a

29
primeira tarefa é encontrar alguém que possa escrever as histórias.
Professor (a) após a exibição do filme. Pergunte para os estudantes: Por que um mesmo fato pode
ser contado de maneiras diversas? Isso só ocorre no cinema? E a história que estudamos e está nos
livros? Ela é sempre uma verdade absoluta? Fatos contados por pessoas comuns podem ser
considerados documentos históricos?
Professor (a) oriente os estudantes a efetuarem a leitura do texto a seguir.

 TEXTO: HISTÓRIA LOCAL ( ícone clicável)

Professor (a), esclareça aos estudantes por meio de um debate que a temática abordada no filme e
no texto busca valorizar as experiências locais, historizando-as. Essa perspectiva colabora para que os
estudantes possam se reconhecer como sujeitos históricos, assim como seus grupos sociais. Isso
contribui para a desconstrução de possíveis preconceitos sobre quem seriam os agentes históricos,
além de fundamentar o senso de responsabilidade social.

Professor (a), solicite aos estudantes a leitura do texto e realização das tarefas a seguir.

 TEXTO: PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRIA LOCAL ( ícone clicável)

Professor (a), ajude os estudantes a identificarem elementos da cultura imaterial do local onde vivem,
como o tipo de música que se costuma ouvir, uma dança, uma brincadeira, um esporte, um culto
religioso, uma festa, etc. incentive-os a refletirem sobre o elemento citado, perguntando: “Quem o
transmitiu e por quais meios? ”; “Ele se relaciona com algum elemento da cultura material? ”.

Os estudantes devem ser incentivados a valorizarem a história local em que vivem, tendo em vista os
elementos que propiciam formas de intervirem em sua própria história. Para finalizar, ressalte a
importância dos relatos orais nesse processo.

30
ANEXO
TEXTO: CULTURA, MEMÓRIA E NARRATIVAS

Cultura, Memória e Narrativas


A palavra cultura pode ter diferentes significados. Geralmente, relacionamos o significado dessa
palavra com o universo artístico e intelectual. Alguns estudiosos, no entanto, ressaltam que o termo
apresenta sentido mais amplo: o conjunto de conhecimentos, ideias, crenças e também de práticas e
valores que se constituíram ao longo do tempo na vida cotidiana de uma sociedade.
São entendidas como cultura todas as dimensões de experiência humana, como as habilidades, as
produções materiais e os modos de compreender o mundo, incorporados socialmente e transmitidos
pelas diferentes gerações a seus descendentes.
A memória está intimamente ligada às transmissões culturais, já que conserva, seleciona e atualiza as
informações do passado, reinterpretando-as no presente. Portanto, a memória não é um apanhado de
todas as experiências e de todos os conhecimentos do passado. Ela sempre será estruturada por
lembranças e esquecimentos, por recortes, impressões e fragmentos. Além disso, ela se refaz
constantemente, restabelecendo com o presente as conexões com o passado e as experiências
vividas.
Além da memória individual, existe a memória coletiva. Por isso, as pesquisas de História costumam
fazer uso das narrativas, para compreender o modo de viver e de ver o mundo, os costumes, as
formas de organização e as experiências de um grupo social.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.26.

TEXTO: HISTÓRIA LOCAL

História local
A história local ou regional passou a ser estudada por muitos historiadores principalmente a partir da
década de 1980. O estudo de história local possibilitou a aproximação dessa área do conhecimento
com a realidade das pessoas, fazendo com que elas percebessem com mais facilidade a dimensão
histórica de suas experiências.
Os estudos de história local partem de um recorte espacial bem delimitado, como um bairro, uma
cidade, um município ou uma região. Ao estudar um determinado espaço, o pesquisador pode
conhecer as singularidades das experiências, das memórias e das práticas culturais das pessoas que ali
vivem e que têm uma identidade em comum.
Geralmente, o que muda nesse tipo de estudo é que o historiador passa a focalizar mais
detalhadamente a vida cotidiana e as experiências dos sujeitos históricos, enquanto na história
nacional ou universal os acontecimentos, as experiências e os sujeitos são estudados de maneira
ampla e distanciada.
Esse tipo de estudo significou a descentralização da história, vista no âmbito global ou nacional. As
comunidades começaram a ser observadas em suas particularidades, o que permitiu que diferentes
experiências fossem investigadas. Assim, as comunidades rurais, as periferias urbanas, os bairros, as
cidades e as pequenas comunidades passaram a ser estudados com base nas memórias, nos relatos,
nas manifestações culturais e em outros registros produzidos por seus habitantes.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.27.

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TEXTO: PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRIA LOCAL

Patrimônio cultural e história local


O hábito de narrar histórias, transmitindo às pessoas as experiências, as crenças e os conhecimentos
acumulados ao longo do tempo por um grupo, faz parte do cotidiano das sociedades do presente e do
passado. As transmissões orais auxiliam na preservação cultural, assim como na construção da
identidade coletiva, isto é, dos grupos.
O conjunto de ideias, costumes, saberes, jeitos de viver e de fazer, elaborado socialmente por uma
comunidade, é chamado de cultura imaterial. Todos os povos e grupos sociais têm maneiras de
transmitir esses conhecimentos.
Existe uma relação profunda entre cultura material e cultura imaterial. A cultura material pode ser
definida como os objetos, as construções, os espaços, os móveis, os registros escritos, assim como os
acervos, as bibliotecas e os arquivos. As práticas, as expressões e os conhecimentos costumam estar
associados aos instrumentos, objetos e artefatos utilizados e aos lugares em que são produzidos e,
juntos, eles integram o patrimônio cultural de uma coletividade.
Os espaços de convivência também se constituem como lugares de memória e de preservação da
história de uma comunidade. Ao caminhar pelas ruas e observar as mudanças nos espaços que as
pessoas ocupam e nos quais se relacionam, por exemplo, é possível constituir uma série de
lembranças e de elaborações sobre as transformações naquela comunidade.

MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.29.

Para refletir:
1) Identifique um elemento da cultura imaterial presente em seu cotidiano.
2) Pense no bairro em que sua escola está localizada e identifique elementos que ajudam a
conhecer melhor a história do local e que estejam relacionados a uma memória coletiva.
3) Em sua opinião, qual é a importância de conhecer a história local em que você vive? O que é
possível fazer para conhecê-la?

32
REFERÊNCIAS
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de aprendizagem.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.
BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Casa
Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, [2016]. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 30 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d
o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 16 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 16 out.
2023.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.
RODRIGUES, Robson Antônio. COELHO, Jane Pessoa. O patrimônio histórico-cultural e sua
importância para a sociedade. Fundação de Cultura Elias Mansour, [s.l], 2022. Disponível em:
https://www.femcultura.ac.gov.br/o-patrimonio-historico-cultural-e-sua-importancia-para-a-
sociedade/. Acesso em: 30 out. 2023.

33
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência: 1: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos
local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos
e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
O surgimento das primei- (EM13CHS105): Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas
ras civilizações. (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas
As Primeiras civilizações: (cidade/campo, cultura/ natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção,
evolução política, socie- material/virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.
dade, escrita, economia,
(EM13CHS603): Analisar a formação de diferentes países, povos e nações
cultura e religião.
e de suas experiências políticas e de exercício da cidadania, aplicando
conceitos políticos básicos (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de
governo, soberania etc.).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As primeiras civilizações
A) APRESENTAÇÃO:
As habilidades desse plano consistem em levar os estudantes a perceberem que os vestígios do passado
podem ser transformados em documentos, pois são registros (escritos ou não) das sociedades antigas.
Os estudantes devem reconhecer a diversidade de registros, onde se incluem documentos escritos,
orais, pictográficos e imagéticos. Deve-se considerar, também, os modos como eles foram produzidos.
Assim, por exemplo, os hieróglifos sobre papiros do Egito Antigo, o cuneiforme da Mesopotâmia talhado
na pedra, os desenhos feitos na cerâmica pelos povos da América andina e até mesmo a maneira como
a história oral dos povos africanos era transmitida fornecem indícios sobre a época, o domínio técnico e
a tecnologia do período.
Este plano propõe uma aproximação dos povos que viveram no contexto da antiguidade, especialmente
os da Mesopotâmia e Egito. Essas civilizações estavam localizadas na região chamada de Crescente
Fértil, por estarem próximas aos rios: Tigre, Eufrates e Nilo, que possuem vazantes em determinados
períodos do ano, fertilizando o solo. O “desenho” de sua localidade no mapa assemelha-se à uma Lua
crescente, derivando desse fato o termo.
Os povos que viveram na localidade se beneficiaram da fertilidade do solo para a prática da agricultura,
e para solucionar os desafios relacionados ao plantio, desenvolveram técnicas importantes (barragens,
reservatórios e canais de irrigação). Inventaram o arado e a roda e tiveram a ideia de utilizar animais na
atividade.
A atividade agrícola estabeleceu a divisão do trabalho: as mulheres semeavam, e cuidavam da plantação
e da alimentação; aos homens cabia a colheita. Faziam uso dos recursos hídricos para navegação e o
comércio. O excedente da produção agrícola era alguns dos produtos que eram comercializados com os
povos vizinhos.
Acerca das mulheres na Antiguidade (especialmente no Egito e na Mesopotâmia) é importante
esclarecer aos estudantes que geralmente a História minimizou a importância destas, pois a figura do
homem sempre foi mais valorizada. Geralmente os livros e os documentários sobre o assunto as
apresentam como donas de casas submissas a seus maridos, cuja única função era ter filhos. Contudo,

34
os estudantes deverão aprender que as mulheres desempenhavam diversas funções na sociedade,
estando presentes em todos os tipos de cargo (dos mais altos até os mais baixos) com leis que
garantiam seus direitos em várias situações.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa, Mapa Mundi, texto impresso.

Professor (a), inicie avaliando os conhecimentos dos estudantes sobre o conceito de civilização. Com
eles, procure no dicionário a definição do termo. Pergunte: onde teriam surgido as primeiras
civilizações? Em seguida, mostre num mapa-múndi que elas se estabeleceram ao longo de rios, como o
Nilo, o Tigre, o Eufrates, o Jordão e o Amarelo. Por que isso teria ocorrido? Anote as hipóteses da turma
no quadro e distribua texto abaixo. Após a leitura coletiva, discuta as ideias principais com os
estudantes.

 TEXTO: VOCÊ CONHECE A ORIGEM DA PALAVRA “CIVILIZAÇÃO”? ( ícone clicável)

Professor (a) oriente os estudantes a realizarem a leitura da reportagem abaixo e em seguida promova
um debate sobre a importância dos recursos naturais no passado e no presente.
Pergunta para orientar o debate: Percebe-se que os rios Eufrates e Tigre já não oferecem à
população a mesma oportunidade de sobrevivência que na Mesopotâmia. De que modo a intervenção
humana na natureza contribui com isso?

 TEXTO: SUFOCADO POR VIZINHOS E SECAS, EUFRATES ESTÁ SUMINDO NO IRAQUE


( ícone clicável)

Professor (a) oriente os estudantes a realizarem a leitura do texto abaixo, e em seguida responderem
as questões proposta para reflexão.

 TEXTO: ESTANDARTE DE UR: AS FACES DA GUERRA E DA PAZ (2015) ( ícone clicável)

Professor (a), para finalizar esse momento, solicite aos estudantes a leitura do texto abaixo. Em
seguida reflita com a turma sobre a situação da mulher no Brasil atual. Destaque que a quantidade
de mulheres em cargos políticos ainda é baixa. Em 2009, para reverter esse quadro, foi aprovada
uma lei que garante que cada gênero representa no mínimo 30% e no máximo 70% das
candidaturas nas eleições. A lei gerou o aumento das candidaturas femininas, porém a chegada delas
ao poder ainda enfrenta preconceitos.

 TEXTO: MULHERES PODEROSAS ( ícone clicável)

2º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Lousa; Projetor; Texto impresso.

35
Professor (a), inicie esse momento apresentando aos estudantes o texto abaixo. Em seguida proponha
as seguintes reflexões:

• O que você já ouviu sobre o modo como foram construídas as pirâmides?


• O que se sabe sobre sua finalidade e seu significado para a sociedade egípcia antiga?

Você já viu o termo “faraônico” sendo usado para algo grandioso?


Esse adjetivo é comumente utilizado ao nos referirmos às obras arquitetônicas cuja engenhosidade ou
magnitude nos impressionam. Não é à toa que tais edificações são comparadas aos grandes
monumentos egípcios, e, por esse motivo, o termo “faraônico”, derivado do substantivo “faraó”, é
utilizado.
Construídas desde o terceiro milênio a.C., as pirâmides egípcias ainda resistem à ação do tempo.
Essas estruturas, em sua maioria, foram erguidas a mando dos faraós e faziam parte de um sistema
que envolvia relações de poder e um conjunto de crenças, que professava a existência de uma vida
após a morte.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.
p.35.

Professor (a), apresente aos estudantes o mapa a seguir.


Imagem 2: Mapa da Civilização Mesopotâmica

Fonte: (Atlas histórico mundial, 2007)

Adaptado de DUBY, Georges. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse Editorial, 2007. p. 27.

Esclareça aos estudantes que a civilização egípcia antiga se desenvolveu às margens do Rio Nilo,
localizado no nordeste da África, entre os desertos da Líbia e da Arábia. Há evidências de que
populações humanas já haviam se fixado na região desde o sétimo milênio a.C., mas o processo de
centralização política tem início a partir do quarto milênio a.C. Em seus primórdios, a sociedade egípcia
se organizava em comunidades que chamamos de nomos, espécies de províncias comandadas pelos
monarcas. Com o tempo, essas comunidades foram unificadas e formaram dois reinos independentes: o

36
Alto Egito e o Baixo Egito.
O Rio Nilo, assim como os Rios Tigre e Eufrates, faz parte do chamado Crescente Fértil – região que
apresenta terras férteis em meio aos grandes desertos do Oriente Médio e da África. Nessa área
geográfica, devido à incidência de rios com cheias periódicas, formaram-se as civilizações egípcia,
mesopotâmica, fenícia, entre outras.
Professor (a), solicite aos estudantes que respondam às seguintes questões:

1) O regime de cheias e de vazantes do Nilo apresenta-se ao mesmo tempo como um benefício e


um obstáculo. Explique o porquê dessa ambiguidade.
2) Com base em seus conhecimentos até este ponto, compare o regime de cheias no Egito e na
Mesopotâmia, quanto à sua previsibilidade e agressividade.

Professor (a), destaque para os estudantes que as águas do rio eram altamente benéficas, já que
permitiam o cultivo em uma região árida, mas suas cheias poderiam ser um obstáculo se não fossem
compreendidas e controladas por meio da construção de diques, canais e barragens. As obras eram
necessárias para que o cultivo em suas margens fosse possível.
O Rio Nilo possuía um regime de enchentes mais previsível do que o de suas contrapartes
mesopotâmicas, cujas cheias decorriam de fatores irregulares, como o derretimento da neve no Planalto
da Armênia e o regime de chuvas na região, que poderiam causar cheias mais agressivas.
Professor (a), para finalizar esse momento, apresente para os estudantes a imagem e o texto a seguir.
Imagem 3: Representação do julgamento do escriba

Fonte: (Museu Britânico, 2013)

Papiro de Hunefer. 40 × 87,5. Londres, Museu Britânico. Representação do julgamento do escriba


Hunefer, presente no Livro dos Mortos. Na imagem, Hunefer é absolvido e levado ao encontro de Osíris.

37
O ritual da mumificação
O corpo era considerado a morada da alma, ou seja, para que a alma pudesse “viver” plenamente na
eternidade, o corpo precisava ser preservado. A maior parte dos ritos funerários tinha origem em
práticas cotidianas que foram acrescidas de significado e de um sentido mágico-religioso. Nos
primórdios desta sociedade, ao morrer, um egípcio era enterrado nas areias do deserto, onde se
encontra uma substância chamada de natrão, uma espécie de sal que conservava o corpo
naturalmente a partir da desidratação. As práticas da mumificação, no entanto, foram sendo
aperfeiçoadas e se tornaram parte fundamental dos rituais religiosos no processo de passagem do
mundo dos vivos para o mundo dos mortos.
A mumificação também implicava gastos, portanto havia diferentes processos de embalsamamento e
preservação, de acordo com a posição social e a capacidade financeira do morto ou de seus familiares.
Isso se repetia nos demais ritos funerários. Em geral, o ritual da mumificação seguia determinados
passos: a retirada dos órgãos internos – com exceção do coração, que era mantido no corpo –, o
preenchimento com serragem e o envolvimento em faixas de linho.
Os egípcios acreditavam que seriam julgados após a morte, no Tribunal de Osíris, pela pesagem do
coração: se este pesasse menos que uma pena de Maat, a alma ganharia vida eterna; se pesasse mais,
seria devorado por Ammit, figura mitológica cuja forma era composta de partes de animais como
crocodilo, leão e hipopótamo.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023. p.39.

Professor (a), questione os estudantes porque, para os egípcios, o coração não poderia ser mais pesado
que a pena. Esclareça que tal ideia representava a certeza de que o dono do coração não havia se
guiado, em vida, pelos princípios de Maat, ou seja, pelas virtudes da justiça e da verdade. Para os
egípcios antigos, levar uma vida ética, justa e harmônica era uma condição essencial para que a eles
fosse permitido viver após a morte, o que seria aferido por meio da pesagem do coração. Com essa
questão, espera-se que os estudantes possam refletir sobre a busca por virtudes durante a vida, por
parte dos egípcios, baseada na crença em um julgamento após a morte.

38
ANEXO
TEXTO: VOCÊ CONHECE A ORIGEM DA PALAVRA “CIVILIZAÇÃO”?

Você conhece a origem da palavra “civilização”?


Usualmente, quando nos referimos a alguém ou a algum lugar como civilizado, queremos dizer que
essa pessoa tem ideias avançadas, que é educada, ou que determinado lugar é bem organizado e
moderno. Essa concepção, entretanto, está permeada por preconceitos: na História, a ideia de
civilização já foi utilizada para minimizar a importância de grupos humanos que não seguiram o
mesmo fluxo evolutivo que outros, ou seja, não formaram cidades importantes ou grandes impérios.
Tais povos foram, por vezes, chamados de incivilizados, ou até mesmo de bárbaros. O termo
“civilização” deriva do latim civilis, que significa organização relativa aos cidadãos e à cidade.
Historicamente, ele foi utilizado para se referir aos primeiros grupos humanos que formaram cidades e
organizações sociais urbanas. Isso aconteceu no Oriente Médio, onde atualmente se situam o Iraque,
o Irã, a Síria e a Turquia, na região da antiga Mesopotâmia.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023. p.28.

TEXTO: SUFOCADO POR VIZINHOS E SECAS, EUFRATES ESTÁ SUMINDO NO IRAQUE

Sufocado por vizinhos e secas, Eufrates está sumindo no Iraque


Retração do rio está castigando os agricultores e ameaça se transformar em fonte de tensão na
região
O Rio Eufrates está secando. Sufocado pelas políticas adotadas pelos vizinhos do Iraque – Turquia e
Síria -, por uma seca que já dura dois anos, e o mau aproveitamento da água pelo governo e
agricultores iraquianos, o rio está significativamente mais raso do que era há alguns anos. Algumas
autoridades temem que, em breve, o rio se torne a metade do que é hoje.
A retração do Eufrates – rio que foi crucial para o nascimento da civilização a ponto de o Apocalipse
profetizar que ele secaria, sinalizando o fim dos tempos – está castigando os agricultores ao longo de
suas margens, empobreceu os pescadores e vem esvaziando as cidades ribeirinhas, com fuga dos
camponeses para as grandes cidades em busca de trabalho.
Ao longo do rio, os campos de trigo e arroz se transformaram em terra árida. Os canais definharam e
agora são regatos pouco profundos, e os barcos de pesca estão encalhados na terra seca. As bombas
destinadas a alimentar as usinas de tratamento de água balançam inutilmente sobre o charco escuro.
Esta é uma crise que ameaça não só a terra entre os dois rios, mas as raízes da identidade iraniana,
de uma nação que já foi a maior exportadora de tâmaras do mundo, fornecia a cevada para
fabricação da cerveja alemã e tinha orgulho patriótico do seu caro arroz âmbar.
CAMBE, R. Sufocado por vizinhos e secas, Eufrates está sumindo no Iraque. O Estado de S. Paulo. Disponível
em https://encurtador.com.br/lDGJ1. Acesso em: 01 nov. 2023.

39
ESTANDARTE DE UR: AS FACES DA GUERRA E DA PAZ (2015)

Fonte: (Couri, 2015)


ESTANDARTE DE UR: AS FACES DA GUERRA E DA PAZ (2015)
O Estandarte de Ur é uma caixa de madeira que foi encontrada em uma câmara funerária real
durante uma escavação. As faces do objeto são decoradas em mosaico, representando momentos
opostos da vida mesopotâmica: a guerra e a paz.
A face da guerra ilustra cenas de uma batalha: na primeira faixa, de baixo para cima, carros de
guerra atropelam inimigos e os capturam; na faixa do meio, soldados impõem-se diante dos
prisioneiros de guerra, levando-os ao encontro do rei. Na terceira faixa, observa-se o rei, figura de
maior tamanho ao centro, seu carro de guerra à esquerda e a entrega dos prisioneiros, que serão
escravizados. Na face da paz, é representada a celebração da vitória, sob a forma de um banquete. O
rei aparece à esquerda na faixa superior. Nessa faixa, um músico toca a lira – instrumento musical
sumério. Na segunda e terceira faixas, os habitantes da cidade, em fila, levam seus tributos ao rei.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023. p.31.

1) Analise as imagens e reflita sobre os aspectos da civilização mesopotâmica presentes na obra.


2) Por que o rei é representado em tamanho diferente dos demais?
3) Quais práticas sociais sumérias podem ser observadas nessa obra?

40
TEXTO: MULHERES PODEROSAS

Mulheres poderosas
Em geral, os pesquisadores afirmam que as sociedades mesopotâmicas eram patriarcais, isto é,
sociedades nas quais os homens ocupavam posições de poder. Porém, o papel das mulheres
mesopotâmicas variava de acordo com o grupo social, a cidade e o povo do qual faziam parte. Por
exemplo, as mulheres que integravam as famílias das elites das cidades-Estado tinham mais liberdade
e possibilidade de exercer o poder do que as camponesas e as artesãs.
A rainha Zenóbia, da cidade de Palmira, na Síria, foi uma dessas mulheres. Ela assumiu o governo da
cidade no ano 260 d.C, após a morte do marido. Sob seu reinado, Palmira se tornou um Império. Em
270 d.C, as tropas de Zenóbia conquistaram toda a Síria, parte do Egito Antigo, chegando até a Ásia
Menor. O domínio de Palmira só cessou quando Zenóbia foi derrotada e sequestrada pelos romanos
antigos.
No Código de Hamurabi, dos babilônios, há trechos que indicam que as mulheres dessa sociedade
estavam em pé de igualdade com os homens e eram reconhecidas praticamente como iguais nas
relações matrimoniais, com direito a se divorciar e a receber heranças.
A posição de sacerdotisa também garantia às mulheres mesopotâmicas mais influência política.
Aquelas que conquistaram essa posição podiam aprender a escrita cuneiforme e os conhecimentos de
astronomia e matemática, além de se reunir com os governantes para deliberar os rumos políticos. A
princesa acádia Enheduanna, filha do rei Sargão I, é um exemplo disso: desempenhou importante
papel diplomático durante o governo de seu pai e foi considerada a principal liderança religiosa no
período.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.78.

41
REFERÊNCIAS
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de aprendizagem.
Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
Brasil. Presidência da República. Constituição Da República Federativa Do Brasil de 1988.Casa
Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, [2016]. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 30 out. 2023.
CAMPBELL, Robertson. Sufocado por vizinhos e secas, Eufrates está sumindo no Iraque. O Estado
de S. Paulo, São Paulo, 2022. Disponível em https://encurtador.com.br/lDGJ1. Acesso em: 01 nov.
2023.
COURI, Aline. O estandarte de Ur: as faces da guerra e da paz. História das Artes Visuais, [S. l.], 27
nov. 2015. Disponível em: https://hav120151.wordpress.com/2015/11/27/estandarte-de-ur/ . Acesso
em: 01 nov. 2023.
DUBY, Georges. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse Editorial, 2007.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022.
Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20d
o%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 16 out. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 16 out.
2023.
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.

42
73
HISTÓRIA

INTRODUÇÃO AOS CONHECIMENTOS HISTÓRICOS

Caros estudantes,
Neste planejamento buscaremos compreender que a construção da narrativa histórica está relacionada
às fontes e às formas de registro que as sociedades, em diferentes épocas, realizaram. Cada sociedade
possui uma forma de registrar sua história e isso interfere na sua maneira de compreender a narrativa
histórica, o espaço histórico e o tempo histórico. Portanto, a História tem também a sua história, e cada
produção histórica pertence a um tempo. Identificar diferentes fontes históricas (documentos escritos,
depoimentos orais, fotografias, objetos, edificações etc.) significa perceber que a diversidade de
documentos históricos possibilita conhecer outras dimensões da vida humana. Deve-se reconhecer,
ainda, que o documento não é a expressão da verdade absoluta e indiscutível e, por isso, ele deve ser
contextualizado e criticado (o porquê, quando, como, por quem e para quem foi produzido) e
confrontado com outros documentos.

A relação entre o passado e o presente

Você já se perguntou por que estudamos História?


Para conhecer nossas origens – sejam elas sociais ou culturais -, precisamos observar o passado e
identificar as mudanças e as permanências ocorridas ao longo do tempo. Esse processo nos ajuda a
refletir sobre várias questões, como o momento histórico em que vivemos, nossa participação na
dinâmica da sociedade e nossas possíveis contribuições para o futuro.
Dessa forma, o estudo da História nos auxilia na compreensão da realidade próxima, enriquece as
indagações que fazemos sobre o presente e também nos permite conhecer diferentes povos,
sociedades e culturas de outras épocas e de outros lugares.
Ao observarmos as experiências humanas no decorrer do tempo, percebemos que existem muitas
culturas e maneiras de viver, de organizar o cotidiano e de ver o mundo. A noção da diversidade
cultural nos ajuda a respeitar as singularidades de cada povo, grupo social ou comunidade e as
diferenças entre eles.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.12.

78
O Trabalho do historiador
A História nos possibilita compreender a realidade em que vivemos. Uma das maneiras de alcançar
essa compreensão é estabelecer um diálogo entre o presente e o passado, e o historiador é o
profissional que se dedica a identificar e a analisar aspectos desse diálogo.
Uma das perguntas que ele faz com frequência quando estuda algum tema que relaciona o presente
com o passado, é “por quê?”.
Para esse profissional, mais importante que um fato em si é saber por que ele ocorreu e quais são
seus desdobramentos. É esse tipo de reflexão que lhe permite conhecer a fundo os modos de vida
construídos pelos grupos humanos ao longo do tempo.
Assim, é possível entender as razões que levaram os diferentes povos a viver de uma forma e não de
outra. Então, além de “por quê?”, o historiador precisa perguntar “como?”, “onde?”, “quando?” e
“quem?”. Essas são algumas das perguntas básicas de uma investigação.
Para tentar responder a essas questões, o historiador usa diversos métodos e técnicas de análises de
fontes históricas. Essa análise o ajuda a compreender, por exemplo, por que alguns povos se
estabeleceram em cidades, enquanto outros se mantiveram em áreas rurais, por que uns construíram
moradias individuais com determinados materiais, enquanto outros moravam em habitações coletivas
e utilizavam materiais diferentes nas construções, etc.
Em muitos momentos, dependendo do enfoque e do tema da pesquisa, o historiador pode recorrer a
outras áreas de conhecimento, como as ciências sociais, para compreender melhor os diferentes
aspectos da experiência humana em estudo.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.13.

As formas de pensar o tempo

As sociedades humanas desenvolveram, e têm desenvolvido, diversas formas de pensar o tempo.


Podemos perceber a passagem do tempo, por exemplo, pelas transformações ocorridas ao nosso
redor, como o florescimento das árvores, ou por coisas que fazemos, como quando terminamos de ler
um livro, ou, ainda, por transformações em nosso corpo, como o crescimento das unhas e dos
cabelos. Também podemos notar a passagem do tempo pelas alterações na paisagem, quando
comparamos imagens atuais e antigas de um mesmo lugar.
Entre as formas de pensar e organizar o tempo estão a observação e a marcação de eventos naturais,
como as estações do ano, as fases da lua, a posição das estrelas no céu, a dinâmica de seca e chuva,
de cheia e vazante dos rios, de plantio e colheita nos campos e, etc. Esse tempo é conhecido como
tempo da natureza.
Já o tempo linear, que podemos medir e organizar sequencialmente, é conhecido como tempo
cronológico. Esse tempo é organizado em unidades de medida, como horas, dias, meses, anos,
séculos, etc. Para calculá-lo, utilizamos instrumentos de medição de tempo, como o relógio, que
assinala as horas, e o calendário, que demarca os dias, as semanas, os meses e os anos.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.17.

79
O tempo e a História
Todo fato histórico acontece em local e tempo específicos. O tempo histórico, no entanto, organiza-se
de forma diferente daquela como são estruturados o tempo cronológico e o tempo natural. Isso
ocorre porque esse tempo é pensado segundo as experiências dos diversos grupos humanos.
O tempo histórico é assinalado por rupturas e permanências. As rupturas são as mudanças
significativas que afetam uma sociedade ou um grupo inteiro, como o surgimento da internet, por
exemplo. Já as permanências são as estruturas que podem ou não sofrer alterações, mas que
persistem ao longo do tempo, como a religião católica, por exemplo.
Além disso, o tempo histórico pode ser dividido em temporalidades de curta, média e longa duração.
As temporalidades de curta duração referem-se a eventos breves, que podem ocorrer em dias e
meses. Nesse caso, as transformações históricas acontecem mais rapidamente. As temporalidades de
média duração referem-se a eventos um pouco mais longos, que acontecem no decorrer de anos ou
décadas, mas, ainda assim, podem ser percebidos no curso de uma vida. As temporalidades de longa
duração, por outro lado, referem-se a eventos que se estendem por séculos e são caracterizados por
lentas transformações.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.p.19

ATIVIDADES
1 – (ENEM 2015)

Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo
das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas
representa um mês, de janeiro a dezembro.
Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção de tempo
A) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.
B) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
C) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
D) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
E) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.

80
2 – (UFMS PASSE - 1ª Etapa 2020-2022) Leia o texto a seguir:

Sobre contar a verdade sobre a história, defendo vigorosamente a opinião de que aquilo que os
historiadores investigam é real. O ponto do qual os historiadores devem partir, por mais longe dele que
possam chegar, é a distinção fundamental e, para eles, absolutamente central, entre fato comprovável e
ficção, entre declarações históricas baseadas em evidências e sujeitas a evidenciação e aquelas que não
o são.
HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 8 (adaptado).

No texto, evidencia-se a necessidade de comprovação da veracidade na construção da História.


Essa comprovação será possível por meio da contextualização e da utilização de:

A) lendas e mitos que estão sujeitos às transformações temporais e assegurados pela transmissão
por meio do relato oral.
B) transmissão de conceitos, histórias e experiências pessoais que relatam com detalhes os fatos
ocorridos no passado e que asseguram a segura reconstrução da história.
C) suposições que possam ser confirmadas a partir da comprovação de uma testemunha ocular do
fato ocorrido, sempre voltada para a experiência pessoal e relatos pessoais.
D) fontes históricas que comprovem o acontecimento do fato, como notícias de jornais, objetos,
relatos, representações imagéticas e fotografias que asseguram a reconstrução do passado.
E) fontes documentais que, utilizadas com exclusividade, assegurem a comprovação do fato
histórico e demonstrem a erudição do historiador, que busca nos registros oficiais a comprovação
de sua teoria.

3 – (UEA - Geral 2019).


Podemos definir como “artefatos” os objetos que parecem manifestar um aspecto inteligível da ação do
homem. Existem casos duvidosos de atribuição de origem, como nas escavações de sítios paleolíticos
chineses, em que certas pedras lascadas pelo fogo parecem ter sido resultado de uma ação exclusiva da
natureza.
Henri-Irénée Marrou. De la connaissance historique, 1975. Adaptado.

Depreende-se do texto que as condições essenciais para a pesquisa histórica são


A) as constituições das grandes civilizações históricas.
B) as organizações de arquivos históricos pelos sábios do passado.
C) as fontes diversas produzidas pelos seres humanos em sociedade.
D) as existências de relatos escritos sobre feitos militares.
E) as invenções dos instrumentos de produção agrícola.

4 – Se daqui a 50 anos, um historiador fosse estudar as brincadeiras infantis de 2023 que ocorriam em
sua cidade, quais fontes históricas ele poderia utilizar?

5 – Estabeleça a diferença existente entre o tempo cronológico e o tempo histórico.

81
A PRÉ-HISTÓRIA HUMANA

Caros estudantes,
Neste planejamento examinaremos o que os cientistas sabem a respeito da origem do homem e que
provas ou informações sustentam suas hipóteses. Suas pesquisas respondem a todas as perguntas?
As hipóteses já foram refutadas? Como os povos antigos explicavam o surgimento do homem? A
origem da humanidade é ainda uma grande interrogação, apesar de todo conhecimento científico
acumulado. Os mitos cosmogônicos ou de fundação trazem explicações distintas sobre a origem dos
seres humanos: ela se deve a um deus criador, a um espírito, a um animal, ao céu, à terra, a uma
árvore, a uma rocha, ao ovo primordial ou simplesmente ao nada.
Além disso, buscaremos reconhecer que os grupos humanos deixaram vestígios e alterações na
paisagem (modificação do solo, mudança na topografia, deslocamento de rochas, gravações
rupestres, acúmulo de artefatos etc.), entendendo que essas transformações servem de indícios para
a elaboração de hipóteses sobre a presença humana, mesmo sem a descoberta de fósseis humanos.
Assim, por exemplo, os vestígios de roças indígenas, os sambaquis, as colinas artificiais da ilha do
Marajó, os restos de paliçadas de quilombos extintos etc. dão informações ou pistas sobre a dieta
daqueles grupos humanos, seu modo de vida nômade ou sedentário, técnicas de fabricação de
artefatos, densidade populacional etc.
No que diz respeito a periodização, é importante destacar que existe uma discussão entre os
historiadores sobre o que marca a passagem da Pré-História para a História. Muitos historiadores
afirmam que a História não deveria ser dividida em Pré-História e História.

Existem três correntes principais, presentes nos livros didáticos da Educação Básica, que tentam
demarcar a passagem da Pré-História para a História. A primeira, e mais comum nos livros didáticos,
utiliza o desenvolvimento da escrita como marco de passagem da Pré-História para a História. Esta
proposta foi desenvolvida no século XIX, no contexto do imperialismo na África e na Ásia. No século XIX
somente fontes escritas eram aceitas pelos historiadores. Desta forma, populações que não
desenvolveram a escrita foram consideradas atrasadas, “pré-históricas”.
O processo de urbanização e a origem do Estado são outros marcos que aparecem nos livros didáticos
como marco de passagem da Pré-História para a História, ambos também desenvolvidos no século XIX e
que também serviram para legitimar a conquista europeia sobre outros povos. As três visões apontam a
região chamada de “Crescente fértil” como local de nascimento da escrita, urbanização e a origem do
Estado.
Com o tempo, os historiadores passaram a considerar outros vestígios, como desenhos, moradias e
ferramentas deixados pelos povos da época chamada pré-histórica. Essas fontes revelaram muito sobre
o modo de vida e os acontecimentos do passado. Embora os historiadores tenham compreendido que
era possível investigar a História utilizando documentos não escritos, a expressão Pré-História continuou
sendo utilizada.

Leia os textos a seguir para um maior aprofundamento dos temas abordados neste plano.

A origem do ser humano


Você já parou para pensar como os primeiros seres humanos da história surgiram? Provavelmente,
você já ficou ou fica curioso (a) sobre o assunto. Realmente, esse é um questionamento fascinante! O
surgimento do mundo e dos seres humanos faz parte do imaginário de pessoas das mais diversas
idades ao longo dos anos. Enquanto diversos estudiosos buscaram desenvolver uma resposta baseada

82
no conhecimento científico, inúmeros indivíduos recorreram a explicações religiosas e/ou associadas à
sua própria cultura. Essas narrativas, transmitidas por meio de textos sagrados ou oralmente, de uma
geração para outra, apresentam deuses e deusas, monstros, elementos da natureza e acontecimentos
fantásticos relacionados à origem dos seres humanos e do mundo. Por não terem comprovação
científica, elas são consideradas mitológicas, e também são conhecidas como “mitos de fundação”.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.p.30.

Vamos, então, conhecer as duas teorias que são frequentemente utilizadas para explicar a origem do
ser humano: os mitos de fundação e a teoria evolucionista.

Mitos de fundação
Há muitos mitos de fundação, propagados por diversas culturas. Em uma das visões dos povos
indígenas do Brasil, por exemplo, Tupã, um ser sobrenatural que se manifestava por meio do som do
trovão, foi o responsável pela criação do mundo. Nessa versão, aparece a interferência de vários
deuses e deusas, associados a elementos da natureza, como Nandecy (a Mãe Terra), Guaraci (deus do
Sol) e Jakaíra (deusa da névoa). Os seres humanos, portanto, teriam se originado de ancestrais
sagrados, como o Sol, a Lua, a Terra, a água, o fogo e o ar.
Já na mitologia grega, tudo é fruto dos filhos gerados por uma divindade chamada Caos. Entre seus
descendentes, destacam-se Urano (céu) e Gaia (Terra), que se uniram e, assim, fizeram surgir o
mundo. Outra narração sobre nossa origem é um mito chinês que atribui a criação a cinco sábios que
surgiram de uma bola de névoa, chamada Caos. O ancião amarelo (senhor da terra), o ancião Preto
(senhor da água), a Mãe Metal (senhora dos metais) e o Príncipe da Mata foram os criadores do
mundo e dos seres vivos.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.p.31 e 32.

Evolucionismo
A teoria evolucionista tem base científica e explica que os seres vivos atuais seriam produtos da
evolução de outras espécies. Em 1859, o mais famoso cientista evolucionista, o inglês Charles Darwin,
publicou a obra "A origem das espécies", na qual descreve o processo de evolução conhecido como
seleção natural. Segundo Darwin, as espécies dependem de sua capacidade de adaptação para
sobreviver, ou seja, somente aquelas que apresentassem características vantajosas e fossem mais
adaptadas à pressão estabelecida pelo meio sobreviveriam. A adaptação é uma característica ou
comportamento natural que permite que o ser vivo seja capaz de sobreviver e de se reproduzir no
ambiente em que se encontra. Assim, os organismos mais aptos seriam selecionados para sobreviver
naquele ambiente. A partir da reprodução, as características genéticas que possibilitaram o melhor
desempenho seriam transmitidas e produziram uma prole maior, com melhores condições de
sobreviver. Esse processo permitiria a evolução das espécies e a extinção daquelas que não se
adequaram ao ambiente, dificultando a produção de descendentes.
Algumas pessoas, no entanto, interpretaram de forma equivocada a teoria evolucionista, defendendo a
ideia de que o ser humano descende diretamente dos macacos, o que foi uma distorção das ideias de
Darwin. Em sua obra A origem do homem e a seleção relacionada ao sexo, o cientista argumentou, na
verdade, que os seres humanos e os macacos, como o gorila e o chimpanzé, tinham ancestral comum.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.p.32

83
A Pré-História brasileira
O Brasil é uma importante referência nas atividades arqueológicas e paleontológicas na América,
tanto pela abundância de evidências da Pré-História, existentes em seus domínios, quanto pelos
debates a respeito do povoamento no continente. Os vestígios arqueológicos encontrados no Brasil
revelam que os grupos humanos primitivos que habitavam o território brasileiro eram nômades,
coletavam alimentos da natureza e caçavam.
Sítios arqueológicos no Brasil: Os sítios arqueológicos são locais onde homens e mulheres do passado
deixaram vestígios importantes para a compreensão da história da humanidade. No Brasil, existem
milhares de vestígios arqueológicos que atraíram e atraem diversos estudiosos do mundo todo.
Entre 1834 e 1844, o naturalista dinamarquês Peter Lund pesquisou mais de oitocentas grutas na
região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Na Gruta do Sumidouro, por exemplo, ele encontrou os
primeiros fósseis humanos no Brasil, que receberam o nome de “Homem de Lagoa Santa”.
Posteriormente, esses ossos foram datados, e concluiu-se que possuíam mais de 10 mil anos. Além de
fósseis humanos, foram encontrados fósseis do tigre-dente-de-sabre, do tatu e da preguiça gigante,
entre outras espécies.
Na década de 1970, uma expedição arqueológica se encarregou de realizar novas pesquisas também
na região de Lagoa Santa, no sítio da Lapa Vermelha, onde foram encontrados outros fósseis
humanos, entre eles, um crânio e alguns ossos de uma jovem mulher. Mais de 20 anos depois, esse
esqueleto foi datado pelo pesquisador Walter Neves, da Universidade de São Paulo (USP), que batizou
o esqueleto com o nome de Luzia e descobriu que ele tinha aproximadamente 11 500 anos, sendo um
dos mais antigos fósseis humanos encontrados na América.
Por algum tempo acreditou-se que os ossos de Luzia datados por Walter Neves e os encontrados por
Peter Lund possuíam características físicas mais próximas dos africanos e nativos australianos
(aborígenes), do que dos indígenas brasileiros, que têm mais semelhança com os povos asiáticos.
Porém, uma recente pesquisa, publicada em novembro de 2018, por pesquisadores da Universidade
de São Paulo (USP), Universidade de Harvard nos Estados Unidos e do Instituto Max Planck da
Alemanha, demonstrou, através da análise de DNA de diversos fósseis americanos (de 15 sítios
diferentes) em países como a Argentina, Belize, Chile, Peru e Brasil, que todas as populações da
América descendem da mesma leva migratória, saída da Ásia. Ou seja, Luzia tinha traços mais
parecidos com os povos asiáticos do que com os povos da África e da Austrália.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.p.49.

ATIVIDADES
1 – (UFG) As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres
humanos. Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a concepção
de que a História se inicia com a escrita, pois

A) Funcionam como códices velados de uma comunidade à espera de decifração.


B) Expressam uma concepção de tempo marcada pela cronologia.
C) Indicam o predomínio da técnica sobre as forças da natureza.
D) Atestam as relações entre registros gráficos e mitos de origem.
E) Registram a supremacia do indivíduo sobre os membros de seu grupo.

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2 – (UEA) (Adaptada) Observe as pinturas rupestres do Parque Estadual de Monte Alegre, no Pará,
datadas de aproximadamente 11 200 anos atrás.

Fonte: (Ensinar História, 2023)


As pinturas,
A) demonstram a despreocupação do homem pré-histórico com a sua sobrevivência material.
B) manifestam a ausência de ligação dos antigos agrupamentos humanos com o meio ambiente.
C) constituem evidências milenares da escrita fonética nos paredões rochosos da região amazônica.
D) apresentam indícios significativos da presença humana na Amazônia desde tempos remotos.
E) comprovam a inabilidade dos artistas pré-históricos em desenhar as aparências identificáveis.

3 – (ENEM 2020) A arte pré-histórica africana foi incontestavelmente em veículo de mensagens


pedagógicas e sociais. Os San, que constituem hoje o povo mais próximo da realidade das
representações rupestres, afirmam que seus antepassados lhes explicaram sua visão do mundo a partir
desse gigantesco livro de imagens que são as galerias. A educação dos povos que desconhecem a
escrita está baseada sobretudo na imagem e no som, no audiovisual.

KI-ZERBO, J. A arte pré-histórica africana. In: KI-ZERBO, J. (Org,). História geral da África, I:
metodologia e pré-história da África. Brasília: Unesco, 2010.

De acordo com o texto, a arte mencionada é importante para os povos que a cultivam por colaborar
para o(a)
A) transmissão dos saberes acumulados.
B) expansão da propriedade individual.
C) ruptura da disciplina hierárquica.
D) surgimento dos laços familiares.
E) rejeição de práticas exógenas.

4 – Leia o texto abaixo e responda as questões a seguir.

O que se sabe sobre o incêndio no Museu Nacional, no Rio


Fogo destruiu o acervo com mais de 20 milhões de itens. PF investiga causas do incidente, que ocorreu
após horário de visitação e não deixou feridos.
[...] Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Zona Norte do Rio, entre a
noite de domingo e a manhã desta segunda-feira (3). Maior museu de história natural do Brasil, o local
tinha um acervo de 20 milhões de itens, como fósseis, múmias, peças indígenas e livros raros.
Disponível em: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/04/o-que-se-sabe-sobre-o-incendio-no-
museu-nacional-no-rio.ghtml.

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O incêndio do Museu Nacional, em 2018, foi uma imensurável tragédia para a história brasileira e
mundial. O que essa tragédia representa para a memória de Luzia e de milhões de itens históricos
destruídos? O que se deve fazer para que um triste acontecimento como esse não se repita nunca mais?

5 – Segundo a teoria desenvolvida por Charles Darwin na obra A origem das espécies, os seres vivos são
resultado da evolução de organismos mais simples que foram passando por transformações ao longo do
tempo. Ainda de acordo com essa teoria, a evolução ocorre a partir de qual processo? Explique-o

86
HISTÓRIA, MEMÓRIA E CULTURA

Caros estudantes,
Neste planejamento buscaremos pesquisar, reconhecer e indicar quais são os patrimônios históricos e
culturais da cidade de sua vivência. Ao começarmos a entender o valor dos bens culturais de um povo
temos que ter em mente o que define e fundamenta a vida de uma sociedade quanto às suas
características, seus costumes, seus comportamentos, e como esses elementos podem ser registrados e
preservados para seus sucessores em formato de memória e identidade histórica, sendo definido como
patrimônio social.
O Patrimônio é tudo o que nos é transmitido como uma herança. O Patrimônio Cultural remete à riqueza
simbólica e tecnológica desenvolvida pelos grupos humanos que nos antecederam. Trata-se de um
conjunto de conhecimentos e realizações de uma comunidade, acumulados ao longo de sua história, que
conferem os traços de sua identidade.
A Constituição Federal apresenta os patrimônios como modos de expressão, formas de criar, criações
científicas e tecnológicas, obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artísticas ou culturais, além de conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, ecológico e científico (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL, 1988).
Aliado ao conceito de patrimônio histórico está o de patrimônio cultural. Segundo o artigo 216.º da
Constituição, o patrimônio cultural representa os bens: “(…) de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”.
Segundo o Decreto Lei n.º 25 de 1937, Art. 1.º, “Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o
conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público,
quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. ”
A importância de se preservar o Patrimônio Histórico está associada à constituição de uma memória
coletiva, considerando que é por meio da memória que nos orientamos para compreender o passado, o
comportamento de um determinado grupo social, uma cidade ou mesmo uma nação. O estímulo da
memória também contribui para a formação de identidade, retomada de raízes, e a compreensão a
respeito da situação sociocultural de um povo.
Sabemos que a História é uma construção social, por isso a consciência da história e a memória são
parte dessa construção, pois permite fixar informações ao longo do tempo e dá identidade ao ser
humano. Nesse aspecto, a memória permite um envolvimento que estimula o sentimento e alimenta a
necessidade de o ser humano saber sobre si, sobre seu passado, sobre seu presente, sobre suas
conquistas. Por isso a memória pode ser definida como um combustível da história humana.
Patrimônio: é tudo aquilo que nos pertence, “nossas coisas”, tudo que pertence a um indivíduo, a uma
instituição, a um lugar, uma região ou uma comunidade. O patrimônio pode ser tanto material como
imaterial. Material é tudo aquilo que é tangível, mensurável, palpável. O Imaterial é composto pelas
nossas crenças, valores, costumes. Desta forma o patrimônio engloba vários segmentos, dentre eles:
ambiental e paisagístico, paleontológico, cultural, arqueológico, histórico, artístico, arquitetônico e
afetivo (memória).
O termo patrimônio histórico-cultural diz respeito a tudo aquilo que é produzido, material ou
imaterialmente, pelo ser humano e que definimos como cultura de uma sociedade. De acordo com sua
importância, em geral, deve ser preservado por representar uma riqueza cultural para a comunidade e

87
para a humanidade.
O patrimônio é a herança de um povo, que garante a preservação de sua memória e da cultura,
conferindo-lhe identidade e alteridade. São bens potencialmente incorporáveis à memória local, regional
e nacional, compondo parte da herança cultural legada pelas gerações passadas às gerações futuras.
Por isso a valorização do patrimônio histórico-cultural é a valorização da identidade que molda as
pessoas.
Por meio do patrimônio histórico-cultural podemos conhecer a história e tudo que a envolve. Por
exemplo, a arte, as tradições, os saberes de determinado povo. Preservar e valorizar os elementos
culturais de um povo é manter viva a sua identidade. Trata-se, portanto, de um ato de construção da
cidadania.
Leia o texto abaixo para saber mais sobre Patrimônio e sua importância.

O que é Patrimônio Cultural? E Patrimônio Histórico? E Patrimônio Ambiental ou Natural?


“ O Patrimônio Cultural de uma nação, de uma região ou de uma comunidade é composto de todas as
expressões materiais e espirituais que a constituem, incluindo o meio ambiente natural”. (Declaração
de Caracas, 1992).
Mas, afinal, o que é patrimônio?
O conceito de patrimônio não existe isolado. Só existe em relação a alguma coisa. Podemos dizer que
patrimônio é o conjunto de bens materiais e/ ou imateriais que contam a história de um povo e sua
relação com o meio ambiente. É o legado que herdamos do passado e que transmitimos a gerações
futuras. O patrimônio pode ser classificado em histórico, cultural e ambiental.
Patrimônio Histórico: É o conjunto de bens que contam a história de uma geração por meio de sua
arquitetura, vestes, acessórios, mobílias, utensílios, armas, ferramentas, meios de transportes, obras
de arte, documentos. [...] o Patrimônio Histórico é importante para que seus bens não se
desarmonizem ou desequilibrem e para manter vivos os usos e costumes populares de uma
determinada sociedade. [...]
Patrimônio Cultural: É o conjunto de bens materiais e/ ou imateriais que contam a história de um povo,
por meio de seus costumes, comidas típicas, religiões, lendas, cantos, danças, linguagem, superstições,
rituais e festas. Uma das principais fontes de Patrimônio Cultural está nos sítios arqueológicos que
revelam a história de civilizações antiquíssimas. Por meio do Patrimônio Cultural é possível
conscientizar os indivíduos, proporcionando a eles a aquisição de conhecimentos para a compreensão
da história local, adequando-os à sua própria história. Daí a sua importância. [...]
Patrimônio Ambiental ou Natural: É a inter-relação do ser humano com seus semelhantes e tudo o que
envolve, como o meio ambiente, fauna, flora, ar, minerais, rios, oceanos, manguezais e tudo o que
eles contêm. Esses elementos estão em contato com o ser humano e acabam interagindo – até mesmo
interferindo – em seu cotidiano.
Um patrimônio pode ser material ou imaterial. Podemos dizer que patrimônio material são os aspectos
mais concretos da vida humana, e que fornecem informações sobre as pessoas. Cultura material é o
mesmo que objeto ou artefato.
Patrimônio imaterial é o conjunto de manifestações populares de um povo, transmitido oral ou
festivamente, recriado e modificado ao longo do tempo. Os locais dotados de expressivos valores para
a História, assim como as paisagens, também são representações do patrimônio imaterial. A escolha
desse tipo de patrimônio acontece de dois em dois anos, através de um júri internacional. [...]
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023. 12 e 13.

88
ATIVIDADES
1 − (ENEM 2022) Hoje sou um ser inanimado, mas já tive vida pulsante em seivas vegetais, fui um ser
vivo; é bem verdade que do reino vegetal, mas isso não me tirou a percepção de vida vivida como tam-
borete. Guardo apreço pelos meus criadores, as mãos que me fizeram, me venderam, pelas mulheres
que me usaram para suas vendas e de tantas outras maneiras. Essas pessoas, sim, tiveram suas subje-
tividades, singularidades e pluralidades, que estão incorporadas a mim. É preciso considerar que a nossa
história, de móveis de museus, está para além da mera vinculação aos estilos e à patrimonialização que
recebemos como bem material vinculado ao patrimônio imaterial. A nossa história está ligada aos dons
individuais das pessoas e suas práticas sociais. Alguns indivíduos consagram-se por terem determinados
requisitos, tais como o conhecimento de modelos clássicos ou destreza nos desenhos.
FREITAS, J. M.; OLIVEIRA, L. R. Memórias de um tamborete de baiana: as muitas vozes em um objeto de museu.
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, n. 14, maio-ago. 2020 (Adaptado).

Ao descrever-se como patrimônio museológico, o objeto abordado no texto associa a sua história às
A) habilidades artísticas e culturais dos sujeitos.
B) vocações religiosas e pedagógicas dos mestres.
C) naturezas antropológica e etnográfica dos expositores.
D) preservações arquitetônicas e visual dos conservatórios.
E) competências econômica e financeira dos comerciantes.

2 – (ENEM 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas
para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo
de vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
A) objetos arqueológicos e paisagísticos.
B) acervos museológicos e bibliográficos.
C) núcleos urbanos e etnográficos.
D) práticas e representações de uma sociedade.
E) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.

3 – (ENEM PPL 2019) O frevo é uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, enraizada no
Recife e em Olinda, no estado de Pernambuco. O frevo é formado pela grande mescla de gêneros
musicais, danças, capoeira e artesanato. É uma das mais ricas expressões da inventividade e capacidade
de realização popular na cultura brasileira. Possui a capacidade de promover a criatividade humana e
também o respeito à diversidade cultural. No ano de 2012, a Unesco proclamou o frevo como Patrimônio
Imaterial da Humanidade.
PORTAL BRASIL. Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 10 fev. 2013.

A característica da manifestação cultural descrita que justifica a sua condição de Patrimônio Imaterial da
Humanidade é a
A) conversão dos festejos em produtos da elite.
B) expressão de sentidos construídos coletivamente.
C) dominação ideológica de um grupo étnico sobre outros.
D) disseminação turística internacional dos eventos festivos.
E) identificação de simbologias presentes nos monumentos artísticos.

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Leia os textos a seguir para responder às questões 04 e 05

Texto 1: No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é responsável por
promover e coordenar o processo de preservação e valorização do patrimônio cultural brasileiro, em
suas dimensões material e imaterial. Os bens culturais imateriais estão relacionados aos saberes, às
habilidades, às crenças, às práticas, ao modo de ser das pessoas. Dessa forma, podem ser considerados
bens imateriais: conhecimentos enraizados no cotidiano de comunidades; manifestações literárias,
musicais, plásticas, cênicas e lúdicas; rituais e festas que marcam a vivência coletiva da religiosidade, do
entretenimento e de outras práticas da vida social; além de mercados, feiras, santuários, praças e
demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais.
Disponível em:
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Patrimonio_Imaterial_no_Brasil_Legislacao_e_Politicas_Estadu
ais(1).pdf. Acesso em: 30 out. 2023. (Adaptado)

Texto 2: A tecnologia da informação é hoje um dos instrumentos importantes para o trabalho com o
folclore e a cultura popular. Está ajudando, e vai ajudar ainda mais, a salvaguarda do patrimônio cultural
brasileiro. A cultura popular não está parada no tempo nem presa a práticas e tradições do passado. Por
isso, as ferramentas tecnológicas devem existir também para contribuir com o conhecimento de toda
atividade cultural e artística. É possível estabelecer convergência entre o que há de tradição na cultura
popular e o novo, que é representado pela tecnologia da informação.

Disponível em: http://www.cespe.unb.br/concursos/iphan_18/arquivos/403_IPHAN_DISC2_01.PDF. Acesso em 30


out. 2023.

4 – (CESPE | CEBRASPE ─ IPHAN 2018) Discorra sobre a importância da preservação dos bens
imateriais para a sociedade brasileira.

5 – (CESPE | CEBRASPE ─ IPHAN 2018) Apresente a relação entre a necessidade de preservação do


patrimônio imaterial e as novas tecnologias da informação no contexto brasileiro.

90
AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES

Caros estudantes,
Neste planejamento perceberemos que os vestígios do passado podem ser transformados em
documentos, pois são registros (escritos ou não) das sociedades antigas. Além disso, reconhecemos a
diversidade de registros, onde se incluem documentos escritos, orais, pictográficos e imagéticos.
Devemos considerar, também, os modos como eles foram produzidos. Assim, por exemplo, os
hieróglifos sobre papiros do Egito Antigo, o cuneiforme da Mesopotâmia talhado na pedra, os desenhos
feitos na cerâmica pelos povos da América andina e até mesmo a maneira como a história oral dos
povos africanos era transmitida fornecem indícios sobre a época, o domínio técnico e a tecnologia do
período.
Este plano propõe uma aproximação dos povos que viveram no contexto da antiguidade, especialmente
os da Mesopotâmia e do Egito. Essas civilizações estavam localizadas na região chamada de Crescente
Fértil, por estarem próximas aos rios: Tigre, Eufrates e Nilo, que possuem vazantes em determinados
períodos do ano, fertilizando o solo. O “desenho” de sua localidade no mapa assemelha-se à uma Lua
crescente, derivando desse fato o termo.
Os povos que viveram na localidade se beneficiaram da fertilidade do solo para a prática da agricultura,
e para solucionar os desafios relacionados ao plantio, desenvolveram técnicas importantes (barragens,
reservatórios e canais de irrigação). Inventaram o arado e a roda e tiveram a ideia de utilizar animais na
atividade.
A atividade agrícola estabeleceu a divisão do trabalho: as mulheres semeavam, e cuidavam da plantação
e da alimentação; aos homens cabia a colheita. Faziam uso dos recursos hídricos para navegação e o
comércio. O excedente da produção agrícola era alguns dos produtos que eram comercializados com os
povos vizinhos.
Acerca das mulheres na Antiguidade (especialmente no Egito e na Mesopotâmia) é importante
esclarecer aos estudantes que geralmente a História minimizou a importância destas, pois a figura do
homem sempre foi mais valorizada. Geralmente os livros e os documentários sobre o assunto as
apresentam como donas de casas submissas a seus maridos, cuja única função era ter filhos. Contudo,
os estudantes deverão aprender que as mulheres desempenhavam diversas funções na sociedade,
estando presentes em todos os tipos de cargo (dos mais altos até os mais baixos) com leis que
garantiam seus direitos em várias situações.
Leia o texto abaixo para saber mais sobre o surgimento dessas duas grandes civilizações.

As sociedades hidráulicas
Como já sabido, o domínio sobre o fogo e a domesticação de plantas e animais, além da invenção de
utensílios de pedra, cerâmica e metais, favoreceram a sedentarização de diversas comunidades, em
diferentes momentos da História.
Um dos lugares em que esses grupos se fixaram, por volta de 4000 a.C, foi a região da Mesopotâmia –
localizada na Ásia, mas bastante próxima da África e da Europa -, considerada um importante
entreposto de contato entre as culturas desses continentes. As primeiras cidades se desenvolveram
próximas aos rios Tigre e Eufrates, que fertilizavam as terras entre eles.
É possível identificar a região da Mesopotâmia, parte da área chamada de Crescente Fértil. Durante
muito tempo, a historiografia tradicional considerou apenas a Mesopotâmia parte do Crescente Fértil,
pois acreditava-se que ali teriam surgido as primeiras cidades. Atualmente, porém, no contexto
histórico dessa região, é possível aproximar o desenvolvimento dos povos mesopotâmicos aos dos

91
povos do Norte da África, ao longo do rio Nilo. As sociedades dessas duas áreas integram, portanto, o
Crescente Fértil, caracterizando-se como sociedades hidráulicas, ou seja, povos que surgiram e se
desenvolveram em áreas próximas de rios.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019. p.72.

Nilo, o rio Deus


O rio Nilo é o maior rio do continente africano e um dos mais extensos do mundo, abrangendo países
como Uganda, Tanzânia, Ruanda, Quênia, República Democrática do Congo, Burundi, Sudão, Sudão do
Sul, Etiópia e Egito atuais. No Egito, está localizado o delta do rio Nilo, que deságua no mar
Mediterrâneo. O Nilo recebe diferentes nomes nas localidades por onde passa. Ao longo da história,
também foi denominado de diversas formas.
Os nomes dados pelos povos da África Antiga geralmente associavam o Nilo a alguma divindade. Essa
característica cultural evidencia a importância das águas desse rio e das terras fertilizadas por ele para
a sobrevivência das comunidades. Inicialmente, ele foi associado ao deus Hapi, considerado um dos
criadores do mundo. Os pontos cardeais também eram determinados pela posição da nascente do rio.
Por isso, a maioria desses povos se orientava tendo por base o Sul, onde nasce o rio e, segundo os
mitos, onde surgiu todo o Universo.
À medida que a mitologia se tornava mais complexa, o Nilo foi relacionado a um dos principais deuses
da cultura egípcia antiga: Osíris, senhor da fertilidade e da morte. O fato de o rio cortar uma área de
deserto e de suas margens ser uma das únicas áreas férteis da região contribuiu para que associações
como essa fossem feitas.
MOTOOKA, D.Y. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019. p.104.

ATIVIDADES
1 – (ENEM PPL 2021)
196º — Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.
197º — Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso.
198º — Se ele arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.
199º — Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um osso ao escravo alheio, deverá
pagar a metade de seu preço.
Código de Hamurabi. Disponível em: www.dhnet.org.br. Acesso em: 6 dez. 2017.

Esse trecho apresenta uma característica de um código legal elaborado no contexto da Antiguidade
Oriental explicitada no (a)
A) recusa do direito natural para expressão da vontade divina.
B) caracterização do objeto do delito para a definição da pena.
C) engajamento da coletividade para a institucionalização da justiça.
D) flexibilização das normas para garantia do arbítrio dos magistrados.
E) cerceamento da possibilidade de defesa para preservação da autoridade.

2 – Na Mesopotâmia, os frutos da civilização foram partilhados entre diversas cidades-estados e, no


interior delas, entre vários grupos sociais, se bem que desigualmente. No Egito dos faraós, os frutos em
questão concentraram-se quase somente na Corte real e, secundariamente, nos centros regionais de

92
poder. Se na Mesopotâmia o comércio começou a servir também à acumulação de riquezas privadas, no
Egito as trocas importantes permaneceram por mais tempo sob controle do Estado.

CARDOSO, C. F. Sociedades do antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática, 1986 (adaptado).

Um fator sociopolítico que caracterizava a organização estatal egípcia no contexto mencionado está
indicado no(a)
A) atrofiamento da casta militar.
B) instituição de assembleias locais.
C) eleição dos conselhos provinciais.
D) fortalecimento do aparato burocrático.
E) esgotamento do fundamento teocrático.

3 – Ao primeiro brilho da alvorada chegou do horizonte uma nuvem negra, que era conduzida pelo
senhor da tempestade (...). Surgiram então os deuses do abismo; Nergal destruiu as barragens que
represavam as águas do inferno; Ninurta, o deus da guerra, pôs abaixo os diques (...). Por seis dias e
seis noites os ventos sopraram; enxurradas, inundações e torrentes assolaram o mundo; a tempestade e
o dilúvio explodiam em fúria como dois exércitos em guerra. Na alvorada do sétimo dia o temporal (...)
amainou (...) o dilúvio serenou (...) toda a humanidade havia virado argila (...). Na montanha de Nisir o
barco ficou preso (...). Na alvorada do sétimo dia eu soltei uma pomba e deixei que se fosse. Ela voou
para longe, mas, não encontrando um lugar para pousar, retornou. Então soltei um corvo. A ave viu que
as águas haviam abaixado; ela comeu, (...) grasnou e não mais voltou para o barco. Eu então abri todas
as portas e janelas, expondo a nave aos quatro ventos. Preparei um sacrifício e derramei vinho sobre o
topo da montanha em oferenda aos deuses (...).
A Epopeia de Gilgamesh. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

Com base no texto, registrado aproximadamente no século VII a.C. e que se refere a um antigo mito da
Mesopotâmia, bem como em seus conhecimentos, é possível dizer que a sociedade descrita era:
A) mercantil, pacífica, politeísta e centralizada.
B) agrária, militarizada, monoteísta e democrática.
C) manufatureira, naval, monoteísta e federalizada.
D) mercantil, guerreira, monoteísta e federalizada.
E) agrária, guerreira, politeísta e centralizada.

Leia os textos a seguir para responder às questões 04 e 05

[...] O Eufrates não é um rio manso e amistoso como o Nilo, com uma inundação de fim de verão,
regular como um relógio, que prepara a terra para o plantio do trigo no inverno. Os sumérios o
chamavam de Buranun, possivelmente “grande inundação impetuosa”. Ele transborda de suas margens,
de forma errática e imprevisível, durante a primavera, quando a semente já no chão tem de ser
protegida. [...]
Kriwaczek P. Babilônia: a Mesopotâmia e o nascimento da civilização. Tradução de Vera Ribeiro.
Rio de Janeiro. Zahar, 2018.
4 − Como o rio Eufrates é descrito no texto?

5 − Qual a relação entre o rio Eufrates e o desenvolvimento das cidades mesopotâmicas?

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REFERÊNCIAS
Brasil. Presidência da República. Constituição Da República Federativa Do Brasil de 1988. Casa
Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, [2016]. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 30 out. 2023.
GOODY, Jack. Cultura escrita em sociedades tradicionales. Barcelona: Gedisa, 1996.
HOMEM PRÉ-HISTÓRICO - VIVENDO ENTRE FERAS_Ep.01 (Caçar ou ser caçado). Mente Aguçada. 2012
(46m46s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=sCBMPug_fE8 Acesso em: 23 out. 2023.
KRIWACZEK Paul. Babilônia: a Mesopotâmia e o nascimento da civilização. Tradução de Vera Ribeiro.
Rio de Janeiro. Zahar, 2018. p.33
MOTOOKA, Débora Yumi. Geração Alpha História. São Paulo: Edições SM, 2019.
PEREIRA, et al. História. Livro do Professor. v.1. São Paulo: Editora Somos Sistemas de Ensino, 2023.
PINSKY, Carla. (Org). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2001.
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