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Resumo
Este artigo elabora uma análise sobre a narrativa do mito da criação na perspectiva
judaico- cristã e a revelação do Divino através da mesma. Iremos abordar e analisar outras
fontes teóricas sobre o mito da criação e a revelação do Divino em diferentes culturas e
contextos. Serão comparadas e discutido o mito criacionista e o Divino criador e sustentador
dessa criação na perspectiva monoteísta judaica- cristã e politeísta mitológica.
Há varias narrativas sobre a criação e a revelação de um criador que se relaciona com
o mundo criado. Neste aspecto, iremos discutir se o criador é a própria criação dentro de uma
perspectiva panteísta, ou se Ele é um ser autônomo, e se de fato é um ser independente da sua
criação, como acontece sua forma de interação com a sua criação.
A presente pesquisa tem como base diversas fontes bibliográficas que aborda o tema,
fomentando discursões sobre o presente assunto e possibilitando uma investigação que seja
capaz de trazer novos conceitos e teorias acerca do mesmo.
O mito criacionista e a revelação do divino tem se sujeitado a diversas discuções desde os
primórdios das suas formulações para uma melhor compreensão.
E-mail: eliasdamasiovalerio@gmail.com
1- Introdução
Neste sentido o mito judaico- cristã sobre a criação tem o objetivo de enunciar o
Criador que se revela através da sua criação. Neste sentido a Bíblia narra quem é o Criador e
destaca que no princípio Deus criou o céu e a terra. Segundo a narrativa registrada em Gênesis
1:1,2 o autor destaca a ação criadora de um Ser supremo e absoluto.
1 No princípio criou Deus o céus e a terra. 2 A terra era sem forma e vazia, as
trevas cobriam a face do abismo, e o Espirito de Deus se movia sobre a face
das águas. (Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, 2013, p. 4).
Logo após criar os céus e a terra Ele criou a luz e viu que ela era boa por isso a
separou das trevas, a luz chamou-a de dia e as trevas de noite. Entre as águas ele fez o
firmamento e separou as águas que ficaram abaixo do firmamento das que ficaram por cima.
O firmamento Ele chamou de céu, as águas em foram ajuntadas todas em um só lugar e
apareceu a parte seca que Ele a chamou de terra. No livro do Salmos 33. 6,7,9 encontramos
uma narrativa que destaca o poder da palavra criadora desse Criador.
Segundo Hoff, (2007, 31), a ciência ensina-se que se pode transformar matéria em
energia, mas parece que Deus converteu energia em matéria. A compreensão do mito
criacionista na narrativa judaica cristã vai além da racionalidade humana, segundo o escritor
aos Hebreus exige fé para a compreensão desse ato criacionista.
Através da criação, Deus se revela ao humano de forma progressiva, a natureza revela
um criador e anuncia as obras de suas mãos. O fornecimento de alimentos por parte das
vegetações revelam um Deus cuidador e sustentador que vela e zela pela sua criação. O
salmista evidencia a revelação desse Criador através da criação no salmo 19, 1
Nessa perspectiva Deus se revela ao homem através da sua criação e se interage com
ambos. Para os judeus e cristãos, Deus é o criador de todas as coisas e sustentador e tudo.
Na mitologia grega, antes de serem criados o mar, a terra e o céu, todas as coisa
apresentavam um aspecto a que se nomeava de Caos. Segundo BULFINCH (2006, p. 23),
nessa narrativa a terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim a terra não era sólida, o
mar não era líquido e o ar não era transparente. Houve uma interferência de Deus e da
natureza para suplantar a discórdia separando a terra do mar e o ar de ambos.
Nessa perspectiva esse deus não identificado foi o supremo organizador e regente para
que tudo funcionasse em harmonia na terra. Ele determinou que os rios e lagos estivessem em
seus respectivos lugares, ergueu montanhas, escavou vales, distribuiu os bosques, as fontes, os
campos férteis e as áridas planícies, os peixes tomaram posse do mar, as aves do ar, e os
quadrúpedes da terra. Ainda segundo essa narrativa o Criador coroou a sua criação com o
animal mais nobre e elegante de todos, o homem, não se sabe por certo qual a matéria que foi
usada, se divina ou terrena, ou de alguma matéria celestial oculta. Há uma narrativa que
Prometeu, que era um dos titãs que habitou a terra antes dos homens, tomou um pouco de
terra e misturando-a com água, fez o homem à semelhança dos deuses. Deu- lhe o porte ereto
de forma que enquanto os outros animais têm o rosto voltado para baixo, olhando a terra, o
homem levanta a cabeça para o céu e olha as estrelas.
O mito babilônico narra que no início, Apsu o oceano, e Tiamar, as águas primordiais
produziram muitos descendentes no início dos tempos quando tudo era caos. Segundo
BARTLETT (2011, p. 232), os deuses mais jovens, incluindo Ea, pai de Marduk, rebelaram e
mataram Apsu. Tiamat se casou com o monstro Kingu que enviou uma raça de demônios e
monstro para se vingar dos jovens deuses. Marduk se ofereceu para ser o campeão dos deuses
e matar Tiamar e Kingu, se a ele fosse dado o papel de deus supremo. Armado com um arco,
a força de um raio e uma rede sustentada quatro ventos, Marduk montou em um furacão e
partiu para a batalha com Tiamar.
Marduk encontrou Tiamar e quando ela abriu a boca para devora-lo, atirou os quatro ventos
em sua garganta, em seguida, disparou flechas em seu ventre inflado antes que ela pudesse
arrota-los de volta. Uma seta perfurou seu coração e ela morreu instantaneamente, soltando
um arroto tão grande que arremessou Marduk para trás.
6- CONCLUSÃO
Entre monstros e heróis, deus sem nome, a narrativa Judaico- Cristã demonstra uma
preocupação em apresentar uma narrativa consistente, plausível e identifica quem é esse
criador. O Deus judaico-cristão sempre foi o criador absoluto de todas as coisas, segundo
BERKHOF (2011, p. 120), toda a escritura narra o ato desse Deus criador, Ele é antes de
tudo, as narrativas bíblicas se corroboram entre si, são consistentes e sistemáticas. A criação é
um ato temporal de Deus e a mitologia judaica- cristã apresenta de forma fidedigna esse
criador que se revela através da criação.
REFERÊNCIAS
A Bíblia da mitologia: Tudo que você queria saber sobre mitologia/ Sarah Bartlett; tradução
Jacqueline Damásio Valpassos, - São Paulo: Pensamento, 2011
Bíblia de Estudo NVI / organizador geral, Kenneth Barker, coorganizadores, Donald
Burdick. São Paulo: Editora Vida, 2003
O Livro de ouro da mitologia: história de deuses e heróis/ Thomas Bulfinch; tradução David
Jardim. - Rio de Janeiro: Ediouro, 2006
Teologia Sistemática/ Louis Berkhof; tradução Odayr Olivetti. – 4 ed. Revisada_ São Paulo:
Cultura Cristã, 2012.