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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

O Papel Formativo do Ensino de História

Helena Estevão Nhumbate; Código: 21220469

Maputo, Março de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de História

O Papel Formativo do Ensino de História

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História da UnISCED.

Tutor: Msc. Albino Carlos Ninca

Helena Estevão Nhumbate; Código: 21220469

Maputo, Março de 2023


Índice

Introdução ............................................................................................................................................... 4
1. O Papel Formativo do Ensino de História ........................................................................................... 5
1.1 Conceitos básicos .............................................................................................................................. 5
1.1.1 Ensino ............................................................................................................................................. 5
1.1.2 História ........................................................................................................................................... 5
1.2 O papel formativo da História ........................................................................................................... 6
1.3 Unicidade dos programas do ensino .................................................................................................. 8
Conclusão ................................................................................................................................................ 9
Bibliografia ............................................................................................................................................10
Introdução

O presente trabalho é de natureza cientifica – pesquisa da cadeira de Metodologia de Ensino –


Aprendizagem de História, levado a cabo no âmbito das actividades lectivas da UnISCED, 2º
ano, curso de Licenciatura em Ensino de História, na pretensão de abordar o Papel Formativo
do Ensino de História.

O trabalho que aqui se apresenta incidiu, em termos investigativos, sobre o papel que esta
disciplina desempenha na formação e na informação dos cidadãos que interagem entre si, de
modo a virem a desempenhar um papel ativo e crítico na sociedade sempre em permanente
transformação.

A História é uma disciplina tão útil quanto as demais que compõem o currículo escolar e
contribui, da mesma forma, com a formação da cidadania, prevista no Plano Curricular do
Ensino Secundário e faz parte das ciências humanas e analisa a vida do homem com base na
linha do tempo. Quando se investiga o passado dos seres humanos, como eram, o que faziam,
como se socializavam, etc., está se desenvolvendo um trabalho dentro dessa ciência. Ela é
resultado de um passado contemporâneo ou extemporâneo, construído pela humanidade.

Pela natureza científica que rege o trabalho, este compreende a seguinte ordem de objetivos:

 Objectivo Geral:
 Conhecer o Papel Formativo do Ensino de História.
 Objectivos Específicos:
 Descrever os elementos estruturantes e fraturantes do Ensino da História;
 Referir a importância de História.

Este trabalho é de extrema importância, pois fornece ao estudante saberes que irão lhe
proporcionar a consolidar a matéria em alusão, uma vez que a ciência histórica estuda e expõe
os factos do desenvolvimento do homem nas suas manifestações (singulares, típicas e
colectivas) como ser social no tempo e no espaço.

Metodologia
A metodologia usada para a estratificação deste trabalho, foi com base na consulta de obras,
links, artigos e manuais de autores que debruçam sobre o tema em epígrafe.

Quanto a estratificação, este trabalho compreende a seguinte ordem de estratificação:


Introdução, Desenvolvimento, Conclusão e Bibliografia.
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1. O Papel Formativo do Ensino de História
1.1 Conceitos básicos
1.1.1 Ensino

O Ensino é uma forma sistemática de transmissão de conhecimentos utilizada pelos humanos


para instruir e educar seus semelhantes, geralmente em locais conhecidos como escolas
(Sprinthall, 1993, p.28).

Assim, o Ensino, pode ser praticado de diferentes formas e ocorre durante toda vida, muitas
vezes até mesmo de forma não intencional.

Contudo, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção
ou sua construção, pois pressupõe a relação dialógica, na qual o docente e discente interagem
dialeticamente com perguntas e busca de respostas para a problematização em curso.

1.1.2 História

Segundo Besselaar (1958) refere que “a história é a ciência dos actos humanos do passado e
dos vários factores que neles influíram, vistos na sua sucessão temporal”. (p.29).

Assim, a ciência histórica estuda e expõe os factos do desenvolvimento do homem nas suas
manifestações (singulares, típicas e colectivas) como ser social no tempo e no espaço.

Para Aguiar (2012) refere que:

A História é feita por homens, mulheres, crianças, ricos e pobres; por governantes e governados,
por dominantes e dominados, pela guerra e pela paz, por intelectuais e principalmente pelas
pessoas comuns, desde os tempos mais remotos. A História está presente no cotidiano e serve
de alerta à condição humana de agente transformador do mundo (p.52)

Diante do exposto acima mencionado pelo teórico e por comungar com a sua concepção, surge
a inquietação e a sensibilização pela importância dos materiais didáticos no ensino de História.

Considerando o uso desses materiais, uma vez bem utilizados, como suporte de concreticidade,
defende-se que os professores de História saiam de suas zonas de conforto e angariem essas
ferramentas para oferecerem aulas mais atraentes e produtivas aos seus alunos.

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1.2 O papel formativo da História

A conceção de História, como disciplina formativa, aponta para a construção de novas práticas
e possibilidades metodológicas que potencializam e indicam outras relações educativas no
ensino.

A palavra formação tem vindo a merecer uma revitalização crescente nos últimos tempos. O
lexema: formação é proveniente do étimo latino formatio e significa ato ou efeito de formar.

Roldão (2000) refere que o papel da aprendizagem em História na formação dos alunos pode
passar por três fases a partir:

 De factos ocorridos no passado que levam à socialização, à aquisição da sua identidade


pessoal e do sentimento de pertença, sendo estes, a base da sistematização de valores de
cada indivíduo;
 Do conhecimento vivido por pessoas de outras épocas, este desenvolvendo a sua
capacidade de apreciação e valorização.

Ao longo deste processo também, se desenvolvem outras capacidades, tais como: capacidades
e técnicas de pesquisa, hábitos de leitura e estudo, o gosto pela descoberta e pelo saber. - da
incorporação dos aspetos mencionados anteriormente, conduzindo a uma atitude reflexiva e
crítica, bem como, à aquisição de hábitos de rigor e análise, à interiorização de valores pessoais,
ao enriquecimento da compreensão dos fenómenos sociais, e, ao domínio de competências
necessárias à tomada de decisões, à resolução de problemas e à prática mais consciente da
cidadania.

Para Fonseca (2003), a História deve ser pensada como uma disciplina fundamentalmente
educativa, formativa, emancipadora e libertadora.

A História tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens,
possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes
individual e coletiva.

Para Rusen (2001) a consciência histórica não é fruto da escolha humana, ela é algo
universalmente humano.

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Para este autor, a consciência da história baseia-se, afinal, no facto de que seu próprio agir é
histórico. Como usam intencionalidade, os homens inserem, pois, seu tempo interno (...) no
contacto com a natureza externa, na confrontação com as condições e as circunstâncias de seu
agir, nas suas relações com os demais homens e com si mesmos.

Com isso, o agir humano é, em seu cerne, histórico. E „histórico‟ significa aqui, simplesmente
que o processo temporal do agir humano pode ser entendido, por princípio, como não natural,
ou seja, um processo que supera sempre os limites do tempo natural.

Na opinião de Karnal (2008, p. 28), a História, como disciplina formativa, deve fazer com que
o aluno sinta “a história como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não
como uma coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e
inclinado a exercer”.

Como tal, “De um lado, é preciso selecionar os conteúdos a serem apresentados aos alunos o
que, inevitavelmente, implica escolhas temáticas e a adoção de determinada versão dos
acontecimentos. De outro, é necessário empenhar-se para que os alunos desenvolvam uma
reflexão crítica em relação aos conteúdos estudados e, com isso, construam seu próprio saber”.

O papel formativo dos saberes históricos deve ser abordado de maneira consciente pelo
professor, ou seja, este deve projetar os temas e valores que poderão ser depreendidos dos
conhecimentos históricos ensinados (Vogler, 1999).

Na opinião de Schmidt (2010) refere que:

O saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar


o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o
aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas,
procurando transformar, em cada aula de História, temas em problemáticas (p. 67).

Espaço que se entende do passado ao presente e que nos convida a ir ao passado com questões
do presente para voltar ao presente com um lastro do que se compreendeu do passado. Só
voltando para trás o filme da História é que se torna compreensível o último fotoram.

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1.3 Unicidade dos programas do ensino

Os programas da 4ª e 5ª classes apesar de constituírem uma unidade diferem em termos


metodológicos de abordagem. O programa da 4ª classe, introduzido em 1986, é
fundamentalmente uma iniciação à História e por isso, o seu ensino prima pelo Método
Regressivo que consiste no estudo da História partindo do período contemporâneo para os mais
antigos.

Ele possui vantagens para a iniciação histórica por partir do conhecido ao desconhecido, do
próximo ao distante, do presente ao passado.

Neste sentido, o seu estudo não é organizado cronologicamente. Ele foi assim concebido de
modo a permitir à criança a iniciação a 1uma consciência histórica e ao método histórico. Ele
aborda três períodos da História do nosso País: Moçambique independente; Colonial e a Luta
Armada de Libertação Nacional.

O programa da 5ª classe, introduzido em 1987, segue o Método Progressivo1que se baseia na


sequência cronológica dos acontecimentos histórico, desde os mais antigos aos mais recentes.
Sendo assim, o estudo da História é feito de forma mais sistematizada e organizada
cronologicamente. (Hedges, 1993, p.90).

Ele recua aproximadamente dois mil anos no tempo e faz uma abordagem de cinco grandes
períodos da História de Moçambique, nomeadamente o Povo de Moçambique há muito, muito
tempo - caracterizado pelas primeiras comunidades de agricultores; Reinos e impérios antigos-
que se caracteriza pela formação desenvolvimento das formações sócio- económicas de
Moçambique dos séculos X-XX, pelo impacto da penetração portuguesa e a resistência; O
colonialismo - caracterizado pela ocupação efectiva da nossa Pátria e a exploração colonial; A
Luta Armada de Libertação Nacional: período em que o Povo Moçambicano transforma
qualitativamente a sua resistência anti-colonial e expulsa o colonialismo português, organizado
e dirigido pela FRELIMO e Moçambique Independente - o tempo em que o aluno.

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Conclusão

Ao longo do trabalho, vários teores foram abordados a luz do tema, tendo se concluído que a
história não se resume à simples repetição dos conhecimentos acumulados, ela procura ser um
instrumento de conscientização do ser humano para a tarefa de construir um mundo melhor e
uma sociedade mais justa, uma vez que as situações de ensino agradáveis suscitam no aluno um
desejo de repetir e renovar a aprendizagem. Quando, por infelicidade, o contrário acontece, o
aluno tende a rejeitar não só a disciplina que não consegue aprender, mas também tudo quanto
a ela se refira, inclusive o mestre e até a própria escola.

Conclui-se, contudo que em regimes democráticos, um ensino da História baseado em discursos


sobretudo ideológicos e com um registo de cultura de massas (mesmo que de “boa propaganda”)
não desempenha verdadeiramente a função de formação para a cidadania. Porque dependem da
participação qualificada e não sectária dos cidadãos, as democracias e os processos de
desenvolvimento – integrado e sustentável – necessitariam de uma historiografia, de uma
didática da História e de um ensino da História objetivantes e operatórios, de outras tecnologias
derivadas de ciências sociais igualmente fundadas num conhecimento tão próximo quanto
possível da realidade (por definição complexa).

Não obstante, a importância da História no currículo escolar pode justificar-se no contributo


dado ao aluno para desenvolver a consciência e a responsabilidade cívica, bem como o sentido
de tempo e organização no espaço.

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Bibliografia

Félix, N. N.; Roldão, M.C. (1996). Desenvolvimento curricular na educação básica –

Dimensões formativas de disciplinas do ensino básico: HISTÓRIA. Lisboa: Instituto de


Inovação Educacional

Ribeiro, M. A.; Canelas, M. C.& Grilo, M. J. (1991). Guia do professor de língua portuguesa.

I Vol., 1.º Nível. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

Roldão, M. C. (2000). Os desafios da profissionalidade e o currículo. Colecção - Formar

Professores. Aveiro: Universidade de Aveiro

Roldão, M. C. (1991). Gostar de história – Um desafio pedagógico. Lisboa: Texto Editora

Schimidt, M. A.; Cainelli, M. (2009). Ensinar história. São Paulo: Scipione

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