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Aula 3 – O relatório de PCC.

Fontes
históricas para os estudos em
História da Educação
- Apresentação da proposta. Cronograma. Comissão;
organização.

ORSO, Paulino José. História, instituições, arquivos e fontes na pesquisa e na história da


educação. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 12, n. 45e, p. 228–238, 2012.
Prática como componente curricular - PCC

• Parecer CNE/CP 09/2001, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
formação de professores da Educação Básica;

• Parecer CNE/CP 28/2001;

• Resolução CNE/CP 01/2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais


para a formação de professores da Educação Básica;

• Resolução CNE/CP 02/2002, que trata da duração e da carga horária dos cursos
de licenciatura (PCC – 400 horas);

• Parecer CNE/CES n.º 15/2005


Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia
(UFG)
A noção de prática como componente curricular, de acordo com a legislação
vigente, distingue-se da prática de ensino e do estágio obrigatório. Esse
componente curricular é visto como portador de uma dimensão reflexiva da
prática, como um elemento que articula teoria e prática, de modo que não se
desvalorizem os conhecimentos teóricos e muito menos os conhecimentos
advindos da experiência prática, devendo, portanto, estar presentes ao longo
de todo o curso de graduação.

Assim, entende-se prática como componente curricular, neste projeto, como o


conjunto de atividades formativas que devem possibilitar aos educandos
mobilizar e colocar em prática seus conhecimentos, bem como desenvolver
procedimentos e estratégias próprios ao exercício da docência.
A noção de atividades formativas na legislação sugere que essas práticas
podem ser realizadas por meio de contato direto ou indireto com os
espaços escolares e não escolares, inclusive recorrendo ao uso das
diversas mídias eletrônicas. No conjunto dos espaços educativos, podem
adentrar secretarias da educação, agências educacionais não escolares,
sindicatos, comunidades e outros.

Esse entendimento de prática como componente curricular expressa uma


noção de prática como local de formação de professores e produção de
conhecimentos. Expressa ainda a compreensão de que a prática não é
mais vista como aplicação de conhecimentos científicos, mas como locus
privilegiado da formação de professores.
A seguir são elencadas algumas atividades que podem
ser identificadas como prática como componente curricular:

1) visitas orientadas a museus, cidades históricas,


plenários das câmaras legislativas municipais, estaduais e
federais e demais instâncias governamentais e não
governamentais;
2) participação no planejamento, organização e
execução de eventos científicos, acadêmicos e culturais da
Faculdade de Educação e da UFG, entidades de classe,
sindicatos, secretarias de educação e outros espaços
educativos escolares e não escolares;
3) participação na coleta de dados em pesquisas de
campo para realização de atividades e trabalhos acadêmicos
orientados pelos professores das disciplinas em curso,
podendo ser inclusive atividades organizadas de forma
interdisciplinar;

4) realização de revisão bibliográfica para estudos e


pesquisas no âmbito das disciplinas/semestres,
preferencialmente de forma a propiciar o diálogo entre
disciplinas e áreas de conhecimento;
5) participação no planejamento, na organização e na
execução de atividades educativas, culturais e de lazer
orientadas para crianças, jovens e adultos integradas às
atividades de Estágios Supervisionados;

6) elaboração de recursos didáticos como softwares e


vídeos educacionais, textos, portfólios, livros literários e
outros;
7) organização de seminários temáticos integradores
no âmbito das disciplinas por período, áreas afins ou outras
formas de organização, semestrais ou anuais;

8) observação e reflexão crítico-investigativa sobre


situações educativas;

9) observação, diagnóstico e análise dos processos


organizacionais e de gestão da educação nos diferentes
sistemas de ensino;
10) exame crítico das matrizes curriculares e
materiais didáticos destinados ao processo de ensino-
aprendizagem nos estabelecimentos de ensino;
11) atividades de observação e análise dos
processos de desenvolvimento e aprendizagem humana.

A essa lista de possibilidades para a execução da prática


como componente curricular poderão ser acrescentadas
outras atividades de acordo com as demandas surgidas
no desenvolvimento do curso e das disciplinas/áreas,
observando sempre os princípios e as concepções de
formação expressas neste Projeto de Curso.
PCC – História da Educação II
O relatório

• Cada trio de estudantes deverá apresentar um relatório de


contextualização histórica da fundação/surgimento de uma
Instituição Escolar (IE) da cidade de Goiânia ou região.
O relatório
Num máximo de 10 páginas, o relatório deverá conter:
- Breve apresentação da unidade escolar escolhida
pelas/pelos discentes;

- Contextualização do período em que o colégio foi


fundado. Para esta etapa, recomenda-se que as/os
discentes façam leituras acadêmicas que dêem sustentação
à contextualização histórica;
- Apresentação do marco temporal de fundação da Instituição
Escolar escolhida. Para esta etapa, é necessário que se
apresentem uma ou mais fontes documentais para caracterizar a
pesquisa histórica;

- Cada trio de discentes deverá fazer contato com a equipe


gestora das unidades escolares pesquisadas. Estas pessoas
deverão ser convidadas para assistir à apresentação dos relatórios;

- Apresentação pública dos Relatórios de PCC à comunidade


em geral. Esta etapa da atividade é obrigatória e contará com
certificado de apresentação de trabalho em evento, para além da
nota.
Fontes históricas documentais
ORSO, Paulino José. História, instituições, arquivos e fontes na pesquisa e na história da
educação. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 12, n. 45e, p. 228–238, 2012.

[...] Neste sentido, é bom ressaltar que a história da educação não


se confunde com a própria história, é apenas uma “parte”, um
“capítulo” da História Geral. Daí decorre um duplo desafio. Por um
lado, o de recuperar a história da educação e, enquanto uma
particularidade, entendê-la como expressão característica da
universalidade e, por outro, o de, por intermédio da mesma,
possibilitar a compreensão da história como um todo.
[...] Não há outro modo de recuperar e reconstruir a
histórica senão por meio das fontes, quaisquer que
sejam elas. O fato é que o acesso ao passado
depende essencialmente delas, que são as bases
para a produção historiográfica. Por isso, a
importância de localizar, preservar e socializar
essas fontes. [...]
[...] torna-se necessário desenvolver um trabalho de
sensibilização junto à comunidade, principalmente,
secretarias municipais, núcleo regional de
educação e escolas no sentido de despertarmos a
preocupação com a catalogação, a sistematização,
socialização e a preservação das fontes. Do
contrário, por mais esforços que se fizesse, o
trabalho ficaria limitado e comprometido.
Os registros históricos são os meios utilizados pelos
historiadores para se apropriar de uma realidade que
“já não existe” e produzir determinadas explicações
históricas. Porém, a qualidade do conhecimento
histórico que se produz depende da relação dos
historiadores com as fontes. Assim, uma relação mais
sólida com as fontes, só será possível, quando eles
não mais necessitarem gastar grande parte do tempo
de pesquisa para localizá-las, quando já estiverem
organizadas e preservadas em arquivos. [...]
[...] Noutras palavras, pode-se
afirmar que, voltar-se para o
passado é a condição para
construir um futuro com
melhores condições. Dito de
outro modo, deve-se avançar
para o futuro, tendo o passado
como uma espécie de
“retrovisor”, para definirmos as
decisões, o rumo e a direção
a tomar no caminho.
Dito desta forma, portanto, também pode-se depreender o
caráter histórico da educação. Mas, o que significa dizer que
a educação possui um caráter histórico? Significa dizer que
ela não foi, não é, nem será sempre a mesma; significa
afirmar que em cada momento, época e sociedade temos
um determinado tipo de educação, aquela que corresponde
às condições e à etapa de desenvolvimento do momento.
Por outro lado, também significa que “o momento presente
não é apenas o momento presente”, pois, carrega junto, de
modo contraditório, porém, a totalidade das relações e
condições que o antecederam.
[a educação] [...]ela não só é determinada, como
multideterminada, ou seja, a modalidade, a qualidade,
a quantidade, sua forma e conteúdo, sua extensão,
não são produtos unilaterais de um determinante
único. Diferente disso, são resultados de inúmeros
fatores, uns conscientes, explícitos, claros, voluntários,
mais ou menos visíveis, outros, ocultos e até
camuflados. Deste modo, pode-se asseverar que a
educação de cada momento aparece, manifesta-se e
caracteriza-se como uma síntese das relações que a
precederam.
• Aqui pode-se substituir pesquisador ou historiador por
educador que dá no mesmo. Ou seja, é necessário
que o educador reflita sobre a prática que realiza.
Não pode dar-se por satisfeito em ir fazendo de
qualquer modo, desprovido de quaisquer
pressupostos, sob pena de provocar sérios problemas
sociais. Neste sentido, se não se pode executar um
trabalho sem a devida reflexão sobre o mesmo [...]
Fontes são documentos, registros, marcas, vestígios,
deixados por indivíduos, por grupos, pelas sociedades,
pela natureza, que representam ou expressam uma
determinada forma de ser da matéria, quer seja ela
natural, humana ou social, em seu processo de
contradição e transformação. O acesso a elas, torna-se
um meio de conhecer o passado, permite desvendar
os hábitos, os costumes, a produção, a distribuição e o
consumo, a forma de organização de indivíduos e das
sociedades, conhecer o modo de sobrevivência.
• Ao contrário do que os positivistas afirmam, porém,
as fontes não falam por si. Elas são uma “construção
do pesquisador”.[...] Pela leitura, análise, ação e
interpretação, o pesquisador “revela” as fontes,
produz conhecimento histórico. [...]
[...] fontes históricas, que são aquelas que dizem respeito aos
vestígios, aos documentos, objetos, instituições ou relações que
estão articuladas às atividades, às ações, ao processo de
transformação desencadeados pelos homens em determinada
época e local do passado. Assim, tanto podem ser fontes históricas,
um pedaço de carvão, uma pedra polida, uma ponta de lança, um
resto de utensílio, um pedaço de osso, uma arte rupestre, como
também os registros escritos, as crônicas, as cartas, as obras
literárias, os diários, os jornais velhos, as fotos, as marcas de uma
construção, os tipos de habitação, os monumentos, um caderno,
uma lousa, um pergaminho, uma máquina de escrever, um lápis,
um computador ou uma determinada tecnologia, enfim, poderíamos
enumerar um infindável número de tipos de fontes das mais
diversas possíveis.
Os arquivos, por sua vez, são um
segundo momento do processo de
pesquisa. A partir do momento em que
as fontes são localizadas e
selecionadas, advém o processo de
catalogação, de registro, organização
de arquivos para possibilitar melhor
preservação das mesmas e ampliar a
memória histórica. Neste sentido, os
arquivos são fundamentais para
preservação das fontes, o que
equivale a dizer, para preservação da
própria história.
Bem entendido, então, pode-se afirmar que as fontes
dizem respeito à vida do homem. E o acesso a elas,
todavia, então, não representa apenas o acesso a
meros objetos, mas sim, objetos que expressam e
revelam uma forma de ser, produzir, organizar-se e
viver socialmente. É com essa finalidade que devemos
pesquisar, levantar, catalogar e preservar fontes.
Então, preservar fontes, significa preservar a própria
história do homem, que nada mais é do que o seu
processo de transformação ao longo do tempo, sua
relações, sua forma de ser.
Modelo de Relatório de PCC

• https://docs.google.com/document/d/1hZ-
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PCC – História da Educação II
Produto do relatório:

III Seminário de História da Educação da FE-UFG: ensaios


de pesquisas sobre Instituições Escolares

https://docs.google.com/document/d/1R-hUxePJ-
1JQdoDmcQCvAOArVdj43nmSCywWUoMAwEc/edit?usp=sharing

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