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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
2 DINÂMICAS E METODOLOGIAS
Ainda hoje, nas escolas o ensino de história tem um caráter tradicional, utilizando
as práticas pedagógicas e didáticas acumuladas pelos professores ao longo dos anos,
fazendo da memorização (decorar nomes, datas e acontecimentos) de conteúdos o
principal método de ensino-aprendizagem da disciplina, essa prática, no entanto, não
propicia a reflexão e problematização da história como um movimento em constante
mudança e evolução. Como demostra Toledo:
O estudo da História passa a ser entendido como uma memorização de
nomes, datas, fatos e lugares. Essa prática de ensino é criticada porque a
memorização como perspectiva de aprendizagem impede a reflexão da
história como movimento de continuidade e rupturas além de cristalizar uma
história de heróis e fatos isolados. (TOLEDO).
Freire corrobora com esse pensamento quando demostra que:
A memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado verdadeiro
do objeto ou do conteúdo. Neste caso, o aprendiz funciona muito mais como
paciente da transferência do objeto ou do conteúdo do que como sujeito
crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do objeto
ou participa de sua construção (FREIRE, 1996).
Nesse contexto, o debate sobre a inclusão de novas dinâmicas e metodologias de ensino
de história dentro das instituições escolares vem ganhando espaço. Assim como explicita
Berbel,
o engajamento do aluno em relação a novas aprendizagens, pela
compreensão, pela escolha e pelo interesse, é condição essencial para
ampliar suas possibilidades de exercitar a liberdade e a autonomia na
tomada de decisões em diferentes momentos do processo que vivencia,
Por outro lado, apesar das mudanças no ensino nos últimos anos, os conteúdos da
disciplina de história ainda possuem uma visão eurocêntrica e elitista como demonstra
Oriá:
E é apenas por meio do ensino e da sua constante evolução, que será possível trazer à
luz do conhecimento a nossa diversidade cultural e pluralidade étnica. Pois, [...] pode-se
perceber que “métodos tradicionais” são sempre confrontados com “novos métodos”,
variando, nesse confronto, as possibilidades de diálogo entre professores e alunos [...]
(BITTENCOURT, 2018). Dessa maneira estaremos contribuindo para a construção de
uma escola plural e cidadã e formando cidadãos conscientes de seu papel como sujeitos
históricos e como agentes de transformação social. Ainda de acordo com Bittencourt, em
decorrência da concepção de escola como lugar de produção de conhecimento, as
disciplinas escolares devem ser analisadas como parte integrante da cultura escolar, para
que possam entender as relações estabelecidas com o exterior, com a cultura geral da
sociedade. (BITTENCOURT, 2018). Para Guimarães, trata-se, sem dúvida de uma tarefa
de natureza teórica, política, pedagógica e técnica, uma vez que a seleção do que é
ensinado e de como ensinar é uma decisão, uma escolha, fundamentalmente, político-
cultural e educativa. (GUIMARÃES, 2009). Portanto, a educação deve ser vista como um
ponto de partida para um aprendizado amplo e abrangente, que agregue o conhecimento
teórico e o conhecimento prático adquirido na interação social dos indivíduos. Para isso, é
importante que os professores apresentem às crianças materiais, situações e ocasiões
que lhes permitam progredir. [...] É preciso um misto de liberdade e de direção. (Evans,
s.d., p. 91), pois se o desejo é de que o homem não fique restrito a consumir
simplesmente o saber acumulado, mas que fundamentalmente, se perceba como sujeito
capaz de produzir um conhecimento que lhe seja próprio, deve-se proporcionar a este
indivíduo a possibilidade de analisar o mundo em que vive de forma crítica e reflexiva.
Das ferramentas utilizadas, a pesquisa bibliográfica ainda é escassa nesse campo, visto o
quão recentes são essas mudanças, deixa algumas lacunas, mas esclarece que o
processo de ensino aprendizagem pode ser amplo e instrumentalizado, utilizando
diversas ferramentas antes não pensadas. A flexibilidade do currículo nesse momento
explora outras formas de aprender e sugere outros meios para construir o conhecimento.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus, deixou evidentes questões como o acesso
às tecnologias, à internet e as diferenças sociais e econômicas existentes em um país tão
grande e desigual quanto o Brasil. A falta de direção e políticas públicas eficientes nesse
sentido, trazem à luz do debate questões amplas e urgentes, como garantir o acesso de
todos os estudantes, sem prejuízos para o processo de escolarização e o medo que as
desigualdades sociais e de acesso sejam potencializadas durante esse período, o fato é
que muitas dessas questões que afloraram durante a pandemia já estavam presentes no
cotidiano escolar desde muito antes da COVID-19, as diferenças sociais, culturais,
étnicas, religiosas, de gênero e acesso dentro dos ambientes escolares, a sobrecarga dos
docentes, a falta de estrutura no ensino público no Brasil, entre outros fatores, já estavam
presentes, o que difere é que agora elas estão mais aparentes. De acordo com o
professor Antônio Nóvoa, (...) as melhores respostas à pandemia não vieram dos
governos ou dos ministérios da educação, mas antes de professores que, trabalhando em
conjunto, foram capazes de manter o vínculo com os seus alunos para os apoiar nas
aprendizagens. (Nóvoa, A., 2020) E mais uma vez, cabe aos profissionais docentes
viabilizar uma educação que atenda a todos esses sujeitos aprendentes de maneira a
promover a igualdade e equidade no processo de ensino aprendizagem.
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através dos conteúdos publicados de vários autores, páginas de internet, artigos
científicos e matérias de jornais, revistas e periódicos sobre as dinâmicas do ensino de
história, se pode compreender algumas dinâmicas e metodologias que podem ser
adotadas no ensino da disciplina de História, muitas já vem sendo utilizadas e adaptadas
no decorrer do tempo, outras tantas começaram a aflorar agora, num mundo
extremamente fragilizado, em razão da pandemia causada pelo coronavírus. Durante todo
o processo de pesquisa e elaboração do trabalho se pode observar que as dinâmicas do
ensino de história são muito importantes, porém, por si só não produzem aprendizado, o
processo de ensinar e aprender vai além, envolve muitos sujeitos e depende de esforços
mútuos dos docentes, dos alunos, pais e toda a comunidade. As questões sociais e
culturais interferem diretamente na forma como esses educandos veem o mundo e como
se dá o aprendizado particular, de fato a educação é muito mais do que os conteúdos
curriculares, metodologias e dinâmicas, educar exige um olhar atento, muitas vezes terno,
de compaixão, doação e principalmente de empatia, respeito, equidade e igualdade. São
notórias as diferenças sociais e a falta de acesso em nosso país, bem como a escassez
de políticas públicas e investimentos na área da educação, uma mudança com relação a
esses pontos representariam boas dinâmicas a serem adotas para os processos de
ensino aprendizagem. O objetivo de apresentar as dinâmicas do ensino de história, para
uma educação de qualidade e com inclusão, entrava justamente no ponto em que as
diferenças se tornam mais evidentes,
[...] o reconhecimento e a efetivação, com igualdade, dos direitos da
população, sem restringir o acesso a eles nem estigmatizar as diferenças
que conformam os diversos segmentos que a compõem. Assim, equidade é
entendida como possibilidade das diferenças serem manifestadas e
respeitadas, sem discriminação; condição que favoreça o combate das
práticas de subordinação ou de preconceito em relação às diferenças de
gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, de minorias, etc.
(SPOSATI, 2002).
Chegou o momento de repensar e reinventar os processos educativos e avaliativos,
inserindo a realidade do educando dentro do contexto escolar, integrando o conteúdo
curricular as vivências deixando o processo educativo mais atrativo e leve, despertando o
interesse não apenas em aprender, mas em fazer parte da construção do próprio
conhecimento.
5 CONCLUSÃO
No decorrer desse trabalho foram analisadas bibliografias diversas, pesquisas e
notícias acerca do tema proposto, porém, para além das metodologias e dinâmicas, a
educação, de forma geral, deveria seguir os preceitos constitucionais e legais,
direcionados por políticas públicas que oferecessem ao máximo a condição de igualdade
e oportunidade, independente das diferenças sociais e culturais. Dessa forma teríamos
uma educação estruturada e pronta para atender às demandas de todo o alunado, essas
políticas se desenvolvidas, serviriam também para a valorização do profissional docente,
oferecendo formação continuada e fornecendo subsídios para o desenvolvimento de
novas técnicas, métodos e dinâmicas de ensino e avaliação. De modo geral facilitaria os
processos de ensino-aprendizagem, deixando o professor desenvolver um trabalho mais
amplo e de valorização da pluralidade cultural que existe no Brasil. Ainda neste trabalho
foram abordados temas como a inclusão social, que também nos traz elementos que
podem alterar as dinâmicas de ensino, durante a pesquisa ficou mais do que claro que a
prática pedagógica necessita de constante evolução, de aprimoramento. No cenário atual,
onde o ensino vem sendo aplicado de forma remota e onde uma grande parcela dos
alunos não tem acesso às tecnologias para usufruir dessa modalidade de ensino, faz-se
necessário repensar e reinventar as dinâmicas e métodos, mas não é apenas o professor
que deve fazer essa reflexão, mas a comunidade como um todo, são necessárias
mudanças urgentes no que tange as políticas em relação a educação, é urgente rever a
igualdade e equidade no ensino. Portanto tendo como base todas as informações
apresentadas, se pode constatar o quanto as dinâmicas ainda necessitam de
aprimoramento, para receber a todos os alunos de forma igualitária. Uma igualdade para
todos na sua pluralidade, baseada no reconhecimento e no respeito às diferenças. A
educação é um processo que envolve diversos sujeitos e vários fatores e que deve ser
elaborada e construída com a colaboração de todos os envolvidos, portanto não só as
dinâmicas e métodos devem ser revistos, mas todo o processo de se pensar a educação,
é preciso investir nas relações humanas, na troca de experiências. Esse trabalho também
é um convite a repensar os métodos de ensino e precisa ser aprofundado no futuro, pois a
educação está em constante evolução. O presente estudo tratou de analisar as dinâmicas
do ensino da história a partir da necessidade de observar os aspectos socioculturais do
ensino-aprendizagem, buscando assim contribuir para a promoção de uma educação de
qualidade, que respeita as diferenças individuais e a pluralidade de ideias e culturas
presentes no ambiente escolar. Professores e alunos estão diante dessas práticas
desafiadoras, defendendo e garantindo um ensino que ocorra de forma efetiva e eficaz,
de modo que seja capaz de subsidiar a construção de saberes para o desenvolvimento de
competências, habilidades e transformação do pensamento coletivo.
REFERÊNCIAS
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. O saber escolar na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 2011.
OLIVEIRA, Rita de Cássia Alves. Cibercultura, Cultura Áudio Visual e Sensorium Juvenil.
In: O Chipe e o Caleidoscópio: Reflexões sobre as novas mídias / Lucia Leão,
organizadora. – São Paulo: Editora Senac. São Paulo, 2005.
Acesso em 23/05/2020
Disponível em http://www.ibermuseus.org/wp-content/uploads/2014/07/convencao-sobre-
a-diversidade-das-expressoes-culturais-unesco-2005.pdf
Acesso em 20/05/20