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A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES INDIGENAS: ENTRE

IDENTIDADES E ESTEREÓTIPOS

Elinoan Silva Cruz1

1. INTRODUÇÃO

A sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e inclusivo a questões


centrais do processo educativo: o que aprender, para que aprender, como ensinar,
como promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado.
No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural,
comunicar-se, ser criativo, analítico crítico, participativo, aberto ao novo,
colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o
acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender
a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com
discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar
conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser
proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e
aprender com as diferenças e as diversidades. (BRASIL, 2018, p. 14)

As transformações que ocorrem ao longo do tempo na sociedade implicam também


em mudanças profundas nos elementos constituintes da vida em sociedade, ou seja, mudanças
no campo dos costumes, mentalidades, assim como nas instituições que compõem a sociedade
civil. Na escola não foi diferente. Com a preocupação profissional cada vez mais voltada para
a formação crítica dos educandos, sendo seres e capazes de se reconhecer na realidade na qual
está inserido cientes da capacidade de transformar a si e os outros, foi ganhando cada vez
mais espaço na área da educação a ideia do aluno no centro do processo aprendizagem,
perdendo força a tradicionalidade de métodos puramente expositivos. O advento da tecnologia
e mais especificamente visualizando o papel das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) também serviu de fator propulsor para pensar a reorganização de uma sala de aula no
seu modo de operar. É nesse contexto que surgem as metodologias ativas, valorizando a
autonomia do aluno no processo de ensino aprendizagem como meio de potencializar a
absorção do conteúdo, sob a qual o presente projeto será fundamentado e desenvolvido na
turma do 6º ano C do Colégio Estadual João Batista.

2. APORTE TEÓRICO-METODOLÓGICO

O projeto EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES INDIGENAS, incluído no Plano de


trabalho “Metodologias ativas no Ensino de História e formação docente, ideias e
vivências”, do núcleo Prolice História sob orientação da Prof. Dra. Edna Maria Matos ainda
se encontra em fase de execução e sob o acompanhamento da Prof. Isabela Chagas, docente
preceptora do Colégio Estadual João Batista. É fundamentado sob as estratégias de ensino
das metodologias ativas para o processo de ensino aprendizagem, conta para com 2 etapas e
intersecciona duas modalidades de metodologias ativas que, combinadas, podem cumprir a
proposta da atividade com eficácia tendo o estudante como agente central na

1 Graduanda em História na Universidade Federal de Sergipe (UFS), elinoansilva@hotmail.com.


problematização das questões geradoras e, por consequência, na construção do
conhecimento histórico. Neste formato, ao professor caberá a tarefa de agente mediador
desse processo, munido do rigor científico necessário para orientar o alunato na investigação
e construção do saber histórico. Importante destacar que o projeto foi elaborado pensando as
particularidades e desafios de desenvolver o projeto em contexto de Ensino Remoto
Emergencial (ERE) que, diferentemente do EAD, não dispõe de um plano curricular
previamente elaborado e nem de uma política pública firme de assistência e manutenção
tecnológica para docentes e discentes no processo de adaptação ao novo formato; ou seja,
impactando diretamente no desempenho escolar, o que se confere nesse caso, constatada
pela dificuldade em avançar no projeto.

[...] as metodologias ativas já trilham o caminho contrário: partem da prática para o


reconhecimento das teorias já existentes e, a partir da reflexão sobre as mesmas, o
desenvolvimento de novas teorias, as quais servirão para solução dos novos desafios
que surgem. E, desta maneira, promove dinamismo através de contrapontos sobre os
caminhos para a aprendizagem. Com o mundo ao redor do estudante cada vez mais
interativo, ocorre “[...] uma “migração do ‘ensinar’ para o ‘aprender’ [...]” (DIESEL
et al., 2017, p. 273)

É nesse sentido que penso a Sala de Aula Invertida como o melhor mecanismo,
levando novamente em consideração as particularidades do Ensino Remoto, para o
desenvolvimento do projeto. As questões geradoras serão colocadas como ponto inicial e
norteador da discussão, de forma a dialogar com os contrapontos e estimular o movimento da
aprendizagem. Dessa metodologia também extrairemos o feedback que será levado para os
momentos síncronos e sistematizados como uma produção coletiva da turma e, por fim,
divulgado nas redes do Prolice.

O ensino híbrido entra como o segundo elemento dessa combinação de forma a


permitir a ampliar e otimizar o tempo de estudo e reflexão dos discentes, onde o estudo pode
ser feito de forma individual ou em grupos, estando o professor nivelados com a turma em
aspecto de participação, diferenciando-se no exercício da mediação crítica no ensino da
investigação histórica e construção de conhecimento. Como atesta Moran (2017, p. 23)

A combinação da aprendizagem ativa e hibrida com tecnologias moveis é poderosa


para desenhar formas interessantes de ensinar e aprender. A aprendizagem ativa da
ênfase ao papel protagonista do aluno, ao seu envolvimento direto, participativo e
reflexivo em todas as etapas do processo, experimentando, desenhando, criando,
com orientação do professor; a aprendizagem híbrida destaca a flexibilidade, a
mistura e compartilhamento de espaços, tempos, atividades, materiais, técnicas e
tecnologias que compõem esse processo ativo.

Para estes momentos assíncronos, utilizaremos os aplicativos Whatsapp e Telegram


como os dois principais meios de comunicação para interação, visando flexibilidade, o
incentivo à interatividade entre a turma e professor. Além disso, utilizaremos dos recursos do
Telegram como Ambiente Virtual de Avaliação, promovendo fóruns abertos entre discentes e
docentes com uso do livro didático como material base e orientando na busca por fontes
complementares, tudo sob o comando do moderador do canal – neste caso, o/a professor/a
3. DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES

O contato dos bolsistas do Colégio João Batista com os alunos se deu bastante
tardiamente. Por conta do período pandêmico em curso, o desenvolvimento do projeto
se daria de forma remota, na qual faríamos um processo gradual de imersão, passando
desde à fase de observação até à aplicação do projeto propriamente dito. Entretanto, a
ausência de um cronograma de aulas fixas e regulares dificultaram esse
acompanhamento, o que exigiu um replanejamento das atividades já que
acompanhamos poucas aulas de forma efetiva, as quais foram utilizadas para
relembrar os assuntos da unidade anterior referentes às formas de registro da História e
produção do conhecimento histórico e, por fim, adentrar nos assuntos da III Unidade
referente aos Povos da Antiguidade na África, conforme o planejamento anual
organizado pela Prof. Isabela para o ano letivo assentado nas diretrizes da BNCC
(Base Nacional Curricular Comum) e no currículo de Sergipe.

4. RESULTADOS

Por ainda se encontrar em fase de desenvolvimento, ainda não há resultados


conclusivos, inclusive por se tratar de um desenvolvimento processual que trabalha o síncrono
e assíncrono de forma complementar, inscrito na proposta da sala de aula invertida, na qual
dialogaremos, em momento síncrono, sobre as questões geradoras colocadas como objeto de
reflexão/problematização do projeto. A fase final consistirá numa sistematização conjunta das
reflexões da aula que irão para os canais criados para o projeto, como o instagram do Prolice e
o canal no Telegram, que será aberto e fixado para o colégio.

5. REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.


DIESEL, Aline; BALDEZ, Alda Leila Santos; MARTINS, Silvana Neumann. Os princípios
das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema, v. 14, n. 1, p.
268-288, 2017.
YAEGASHI, Solange e outros (Orgs). Novas Tecnologias Digitais: Reflexões sobre
mediação, aprendizagem e desenvolvimento. Curitiba: CRV, 2017, p.23-35.

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