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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM


REDE NACIONAL (PROFEI)

Silene de Carvalho da Silva

Educação inclusiva: Formação de professores em serviço utilizando o Desenho


Universal para Aprendizagem como instrumento pedagógico

Projeto de pesquisa apresentado ao Programa


de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Educação Inclusiva em Rede Nacional (Profei)
como exigência parcial para ingresso no
Mestrado Profissional.

São Paulo - SP
2023
1.TEMA DA PESQUISA: Práticas e Processos Formativos de Educadores para a
Educação Inclusiva

1.1 INTRODUÇÃO

Na Educação, o tema da Inclusão tem sido amplamente discutido. Por ser muito
complexo e por transcender as paredes da escola merece muitas reflexões.
Inclusão vem do verbo incluir e tem o sentido de abranger; conter em si, envolver,
implicar; inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, figurar entre outros; pertencer
juntamente com outros.
Segundo Lamas (2004, pg.1) para o indivíduo sentir-se incluído é necessário
muito mais do que se fazer presente. A inclusão é algo muito abrangente e complexo. Ela
permite-nos a revisão de conceitos, princípios, a aceitação do outro respeitando as suas
diversidades, num ambiente de sinergia, solidariedade e ainda de fraternidade. Possibilita-
nos pensar sobre a igualdade de direitos e oportunidades, com o grande intuito de
realmente praticar o que chamamos de inclusão e transformarmos a nossa sociedade numa
sociedade inclusiva, como descreve Ratska (1999)
Sociedade Inclusiva é uma sociedade para todos,
independentemente de sexo, idade, religião, origens étnicas, raça,
orientação sexual ou deficiências. Uma sociedade que não
somente é aberta e acessível para todos os grupos, mas que
também encoraja a participação de cada um. Uma sociedade que
recebe bem e aprecia a diversidade de experiências humanas.
Uma sociedade cujo objetivo principal é fornecer oportunidades
iguais para todos, percebendo o seu potencial humano.

Não é possível o encaixe de uma nova proposta, como é o caso da inclusão, em um


velho pensamento do que seja a escola. É necessário remodelar o modelo educacional
vigente. Romper com os preconceitos e estereótipos dos diversos envolvidos no processo
premissa para que a inclusão realmente aconteça. A inclusão implica na mudança de
pensamento de pais, alunos, família, comunidade e escola a despeito do que temos como
ideal na Educação. Inúmeros são os obstáculos a serem vencidos: o radicalismo de alguns
pais e até mesmo de alunos não deficientes, os quais, não aceitam a inclusão, por
acreditarem que as escolas vão piorar ainda mais a qualidade de ensino se tiverem de
receber esses novos alunos; inverter nos professores o sentimento de incapacidade para
lidar com as diferenças em sala de aula, especialmente para atender os alunos com
deficiência; lidar com o medo da perda do espaço conquistado por professores da
educação especial, ao longo do tempo, nas escolas e nas redes de ensino e ainda,
introduzir na escola o conceito de que incluir não é integrar, ou seja, mais do que inserir
os alunos dentro da escola é preciso que esta atenda às necessidades desses alunos.
Diante disso, este projeto de pesquisa tem como finalidade discorrer sobre o Desenho
Universal para Aprendizagem (DUA) como instrumento pedagógico para uma Educação
Especial num perspectiva de educação inclusiva, uma vez que o DUA surge como uma
proposta para uma prática inclusiva, pois visualiza os indivíduos de modo singular
considerando as suas respectivas peculiaridades e convida o professor a refletir sobre a
sua práxis pedagógica e propõe um modelo de formação colaborativa, na qual, dialogam
teoria e prática.
Segundo Alves, Ribeiro e Simões (apud Zerbato, 2021, p.4) o DUA não é apenas
pensar na adaptação curricular ou alguma atividade diferenciada para estudantes da
Educação Especial sendo de uso exclusivo destes, ao contrário! Esse desenho propõe a
construção de práticas universais de modo a disponibilizar o mesmo material para todos
os alunos como forma de contribuir para o aprendizado de todos.
Nesse cenário, a formação colaborativa dos professores é indispensável. Segundo
Bastos e Henrique (apud Zerbato, 2021, p. 5)
Em grupos de colaboração,
os professores debatem sobre o progresso do processo, refletem criticamente
o ensino, partilham de uma linguagem para se referirem a conceitos, constroem
e reconstroem juntos conhecimentos acerca do ensino, procedendo desta
forma, à autorregulação
da sua aprendizagem e das suas práticas. A formação em contexto
colaborativo necessita do compartilhamento das decisões por todos os
envolvidos, que acabam por responsabilizarem-se pela produção conjunta,
segundo suas necessidades, possibilidades e interesses [...].

1.2 JUSTIFICATIVA DE PESQUISA

A justificativa para a elaboração deste projeto de pesquisa surgiu de uma


afirmação e de uma indagação. A primeira nos remete ao pensamento de que o professor
não é solitário em seu ofício, que seja por falta de preparo ou de experiência ou ainda de
disponibilidade este profissional precisa de apoio e a segunda surge do questionamento
quanto ao conhecimento e utilização do Desenho Universal para Aprendizagem (DUA)
como ferramenta de implementação de um Currículo Geral para todos os alunos.

1.3 OBJETIVOS
1.3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral é mostrar por meio de narrativas de que maneira o professor da


sala de aula do ensino regular lida com um dos fundamentos do Desenho Universal para
a Aprendizagem (DUA), o qual é a heterogeneidade dos alunos e, diante disso, quais as
estratégias utilizadas por eles na implementação de um Currículo Geral favorecendo a
aprendizagem de todos os estudantes.

1.3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Promover por parte dos professores a reflexão sobre os desafios na implementação


de um ensino inclusivo e construir junto aos participantes da pesquisa propostas de
situações de aprendizagens fundamentadas no Desenho Universal para Aprendizagem
(DUA).

1.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O enfoque deste projeto de pesquisa será qualitativo, uma vez que o


direcionamento será mais para a compreensão de um grupo social do que para resultados
estatísticos e numéricos. A metodologia a ser realizada como método científico neste
projeto baseia-se em pesquisas bibliográficas e pesquisas narrativas, as quais ocorrerão
com professores do Ensino Infantil e Fundamental I da rede municipal de Santo André (
com entrevistas presenciais e on-line e participação em reuniões de formação em serviço)
e com professores do Ensino Fundamental II da Escola Estadual Sapopemba ( entrevistas
presenciais e on-line com 2 professoras que atuam no Ensino Colaborativo além da
participação em reuniões de formação em serviço destas profissionais).

1.4 REFERENCIAL TEÓRICO

COSTA-RENDERS, E. C.; GONÇALVES, M.A.; SANTOS, M. H. dos. O Design Universal para


Aprendizagem: uma abordagem curricular na escola inclusiva. Revista e-Curriculum, São Paulo,
v.17, n.3, p. 319-343 jul./set. 2019.

MANTOAN, M. T. E. (org.). O desafio das diferenças na escola. Rio de Janeiro: Petrópolis, 2013.

MANTOAN, M. T. E. INCLUSÃO ESCOLAR: O que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo:
Summus Editorial, 2015.

OLIVEIRA, I.M., RODRIGUES, D., JESUS D.M. (Org). Formação de professores,


práticas pedagógicas e inclusão escolar [recurso eletrônico]: perspectivas luso-brasileiras.
Vitória: EDUFES, 2017. Disponível em:
https://repositorio.ufes.br/bitstream/10/11426/1/Formacao%20de%20professores%2C%
20praticas%20pedagogicas%20e%20inclusao%20escolar.pdf
Acesso em: 24 de Novembro de 2023

ZERBATO, A. P. Desenho universal para aprendizagem na perspectiva da inclusão


escolar: potencialidades e limites de uma formação colaborativa. 298 folhas. Tese
(Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Educação Especial. Universidade Federal
de São Carlos. São Carlos, 2018.

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