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Aluna: Vanessa Fernandes do Carmo

Curso de Especialização em Educação Especial e Inovação Tecnológica


Disciplina: Processos educacionais para estudantes com deficiência múltipla e intelectual
Tutora: Claudia Reis

O trabalho colaborativo como premissa para a inclusão educacional

Quando pensamos em trabalho colaborativo, a primeira ideia que surge é a de trabalho


em equipe, o que não deixa de ser verdade. No contexto da Educação Especial constitui uma
estratégia que coloca o professor do ensino comum e o professor da educação especial
atuando junto no planejamento e avaliação do ensino, visando a proposição de um currículo
diferenciado e que atenda às necessidades educacionais dos alunos, proporcionando melhorias
consistentes no ambiente de aprendizagem.
Entretanto, este trabalho colaborativo não se trata de colocar um professor regente para
a turma toda e um auxiliar para ser responsável pela transposição da aprendizagem ao aluno
com deficiência, mas proporcionar ao aluno incluído todos os recursos pelos quais este possa
se beneficiar. O trabalho colaborativo pressupõe novas possibilidades de aprendizagem e
apoio de modo universal a todos os alunos da turma.
Segundo Capellini, baseando-se na literatura estrangeira, " a colaboração entre
professores da Educação Comum e Especial tem possibilitado uma reflexão da prática
pedagógica e ampliado as possibilidades de melhor atender alunos com deficiência na classe
comum, além de possibilitar um desenvolvimento profissional centrado na própria escola."
De acordo com Zanata, o ensino colaborativo é engajador no sentido de abordar e
aplicar novas concepções, implementar mudanças significativas no ensino e envolve
sentimentos de solidariedade, empatia, integração, além de favorecer insumos para uma
autoavaliação e reflexão docente nos âmbitos pessoal e coletivo.
Cook e Friend, vão além e trazem como justificativas para o ensino colaborativo: o
aumento nas opções de ensino/instrução, aperfeiçoamento e continuidade dos programas de
ensino, a redução de estigmas em relação às necessidades especiais dos alunos e fortalece o
suporte aos professores e demais profissionais da área.
Além disso, constitui-se também um mecanismo de aprendizagem colaborativa entre os
alunos, oferecendo insumos importantes na formação da Cidadania, onde ao vivenciarem uma
sala de aula colaborativa são despertados para a possibilidade da inclusão fora do espaço da
escola refletindo no olhar para si mesmo enquanto sujeito colaborativo em uma sociedade.
Referências:

BRAUN, Patricia; MARIN, Márcia. Ensino colaborativo: uma possibilidade do


Atendimento Educacional Especializado. Revista Linhas. Florianópolis, v. 17, n. 35,p.
193-215,set./dez.2016.

CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho; MENDES, Eniceia Gonçalves. O Ensino Colaborativo
favorecendo o desenvolvimento para a inclusão escolar. Educere et Educare, UNIOESTE,
Cascavel (PR), v. 2, n. 4, p.113-128, 2007.

CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho. Possibilidades da colaboração entre professores do ensino
comum e especial para o processo de inclusão escolar [Tese de Doutorado]. São
Carlos:Universidade Federal de São Carlos; 2004.

COOK, L.; FRIEND, M. Co-teaching: guidelines for creating effective practices. Focus on
Exceptional Children. 1995;28(3):1-16.

MARINS, K.-H. C. de, & Lourenço, G. F. (2021). Avaliação de um programa de tutoria


por pares na perspectiva da educação inclusiva. Cadernos de Pesquisa, 51, Artigo e07218.
h t t p s : //d o i .org/10.1590/198053147218

ZANATA, E M. Planejamento de práticas pedagógicas inclusivas para alunos surdos numa


perspectiva colaborativa [Tese de Doutorado]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos;
2004.

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