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ATIVIDADES ADAPTADAS: A PARCERIA COM O PROFESSOR

Profa. Patricia Orlando Bacciotti

RESUMO

Os serviços de apoio oferecem a possibilidade de redes de apoio


diversificadas que não se esgotam, não eliminam um ao outro, mas sim, se
complementam e oferecem suporte às necessidades dessa população. Existem
alguns serviços de apoio, no entanto, discutiremos nessa aula sobre a sala de
recursos, o serviço itinerante e a consultoria colaborativa.
A sala de recursos multifuncionais é um espaço prioritário para a oferta
do atendimento educacional especializado, a elaboração e execução do "plano
do AEE", em articulação com os demais professores do ensino regular.
Percebe-se, portanto, a necessidade de planejamento e de articulação entre a
educação especializada e o ensino comum.
Quanto às diretrizes para a ação desses profissionais, o Art. 13 indica
que são atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:
I - identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos
pedagógicos, de acessibilidade e estratégias;
II - elaborar e executar plano de Atendimento Educacional
Especializado;
III - organizar o tipo e o número de atendimentos;
IV - acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular,
bem como em outros ambientes da escola;
V - estabelecer parcerias;
VI - orientar professores e famílias;
VII - ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades
funcionais dos alunos;
VIII - estabelecer articulação com os professores da sala de aula
comum.

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Enquanto o serviço itinerante é uma modalidade recente de ensino e
ainda pouco estudada no Brasil. Pesquisas mostram que os professores
itinerantes podem atuar como agentes de transformação escolar, na medida
em que o seu trabalho fomenta, em graus variados, uma mobilização coletiva
pró-inclusão.
Além disso, desempenha diversas funções nas escolas, não se
restringindo apenas às tarefas que lhe cabem formalmente, como o
atendimento a alunos especiais em classe regular e o suporte aos seus
professores. Na prática, os professores itinerantes atuam como agentes de
mediação, sensibilização e mobilização pró-inclusão junto a todos os membros
— diretores, coordenadores pedagógicos, professores regulares e demais
funcionários.
O papel desse professor consiste em prestar assessoria às escolas
regulares que possuem alunos com necessidades especiais incluídas, [tendo]
como atribuição a produção de materiais pedagógicos necessários ao trabalho
com estes alunos (SME/IHA/RJ, 1999).
As diretrizes nacionais para a Educação Especial na Educação Básica,
apontam que deve ser um “especialista”. Contudo, o referido documento não
esclarece se a capacitação deve ocorrer antes da entrada na itinerância ou em
serviço (Brasil, MEC/SEESP, 2001). Em muitos casos, independe de sua
formação inicial, exige-se apenas que tenha sido aprovado em concurso
público e faça parte do quadro do magistério do município.
Observa-se a importância atribuída ao trabalho em equipe, não apenas
para a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas também para a
prática pedagógica como um todo. Ampliando essa percepção, podemos
afirmar que esse trabalho constitui uma oportunidade para os professores do
ensino regular — enquanto agentes principais da inclusão — construírem
novas possibilidades e estratégias de atuação, reflexão e experimentação.
Já a consultoria colaborativa, segundo Kampwirth (2003), é um processo
no qual um consultor treinado na realidade escolar trabalha de modo igualitário,
em uma relação não hierárquica com os demais membros. A fim de tomar
decisões juntos e realizar planos visando à melhoria do aluno que necessita de
intervenção.

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Diferentemente de outras formas de consultoria, a consultoria
colaborativa visa trabalhar em condições de igualdade entre todos os
membros, somando experiências, buscando soluções, planejando e avaliando
juntos. Nesse sentido, é fundamental o respeito mútuo, o diálogo, o não uso de
jargões, o desejo de aprender com o outro e a disponibilidade para dar e
receber sugestões sem julgamentos e sem defensiva (PALCHES, 2008).

A proposta implica a redefinição do papel dos professores de ensino


especial, como apoio centrado na classe comum e não somente serviços que
envolvam a retirada dos alunos com deficiência das salas de aula regulares
(WOOD, 1998).
Na colaboração, o professor especialista e o professor da sala comum
devem ter um projeto mínimo de atividades com os alunos com deficiência, em
concordância com o que está sendo trabalhado no currículo da sala (FRENCH,
2002).
No ensino colaborativo, o professor da sala comum deve obter
informações com o professor consultor sobre os estudantes e discutir com ele
sobre as adaptações individuais para esses alunos.
Oferecemos como material de apoio o livro “Ensino colaborativo como
apoio à inclusão escolar”, escrito por Mendes, Viralonga e Zerbato (2014). Seu
objetivo central é analisar as experiências práticas do ensino colaborativo dos
professores de educação especial do município de São Carlos-SP, que
participaram de uma formação na temática em 2011. Baseado numa
pesquisa-ação colaborativa, trazendo exemplos de coensino em diferentes
estágios e reflexões sobre os fatores que podem contribuir para essa realidade
na escola.

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