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ADAPTAÇÕES CURRICULARES:

O QUE SÃO E QUAL A SUA FINALIDADE

Na perspectiva da acessibilidade curricular, abordaremos as adaptações curriculares como


sendo “possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de escolarização ou de
aprendizagem dos alunos.

Consistem na adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado


às peculiaridades dos estudantes, conforme suas necessidades.

Não se trata de criar um novo currículo, mas compreender o currículo em sua dinamicidade,
como algo alterável, passível de ampliação, para que atenda realmente a cada estudante,
conforme sua necessidade.” (BRASIL, 2000, p.8-9).

De acordo com Minetto (2012), poderíamos entender que as adaptações curriculares


abrangem toda a organização de estratégias educativas que ajudem, facilitem e promovam a
aprendizagem do aluno, por meio da flexibilização do currículo, independente da dimensão.

As adaptações curriculares podem ser decisivas para evitar que práticas pedagógicas
engessadas se tornem uma forma de exclusão na inclusão.

Conforme Lopes (2017), as atividades escolares podem se tornar mais significativas aos
alunos quando as adaptações curriculares forem bem construídas, pois propiciam a
contextualização com os temas e conteúdos ministrados aos outros alunos da turma e podem
contribuir para tirar o aluno da alienação na escola, já que procuram tornar o currículo mais
apropriado para atender às necessidades educativas daqueles que delas necessitam e não
visam desconsiderá-lo.

Importante ressaltar que as adaptações curriculares devem ser compreendidas na amplitude


do seu conceito, pois são mais que adaptações de atividades, abrangem as adaptações de
todos os elementos do currículo: temporalidade, organização do espaço, conteúdos e
objetivos, procedimentos didáticos, recursos pedagógicos, atividades e avaliação.

LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 (LDB).

Art. 59.  Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: 

 (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender


às suas necessidades;

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO (LBI) Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar:
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim
como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos
estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de
igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia;

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Art. 4o  Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.

§ 1o  Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou


exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou
anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias
assistivas.

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO COLABORATIVO

Os professores da educação básica, em articulação com a educação especial, devem


estabelecer estratégias pedagógicas e formativas, metodologias que favoreçam a
aprendizagem e a participação desses alunos no contexto escolar (MEC, 2015, p.199).

O PROFESSOR REGENTE E AS ADAPTAÇÕES CURRICULARES

Os professores das salas de aulas regulares das diferentes disciplinas do currículo do Ensino
Fundamental e Médio são aqueles que têm ou devem ter as habilidades e competências para
verificar quais expectativas de aprendizagem/habilidades/competências e conteúdos serão
trabalhados para atender as necessidades especiais/específicas dos alunos” (LOPES, 2017, p.
23 e 24).

O aluno que está chegando não é “daquele” professor, mas de toda a escola. Isso implica
cooperação e coparticipação de todos e responsabilidades divididas. O professor não deve se
sentir sozinho nessa caminhada. O aluno também precisa ser ouvido sempre que possível.
Muitas vezes, ele sabe o que precisa e o que deseja (MINETTO, 2012, p. 67).

Sobre a ação pedagógica dos professores da sala comum no ensino dos estudantes público,
lemos na RESOLUÇÃO CEE/AC Nº 277/2017:

Art. 24

§ 1 º - O professor que atua nas classes de Educação Básica deverá em sua formação inicial e
continuada receber capacitação de conteúdos sobre Educação Especial para integração desses
alunos público-alvo da Educação Especial, adequados ao desenvolvimento de competências e
valores para:

I - perceber as necessidades educacionais específicas dos alunos e valorizar a educação


inclusiva;

II – flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas do conhecimento de modo adequado


às necessidades especiais de aprendizagem;
III - avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o atendimento das
necessidades educacionais específicas;

IV – atuar em equipe, inclusive com professores especializados em Educação Especial. 

O PROFESSOR DA SRM E AS ADAPTAÇÕES CURRICULARES

De conformidade com a RESOLUÇÃO 277/2017, incumbe aos professores das salas de recursos
do AEE, colaborar com a flexibilização e adaptação curricular dos estudantes público da
educação especial:

Art. 24

§ 2 º - São considerados professores especializados em Educação Especial aqueles que


desenvolveram competências para identificar as necessidades educacionais específicas, a fim
de definir, liderar e apoiar a implementação de estratégias de flexibilização, adaptação
curricular, procedimentos didático-pedagógicos e práticas alternativas, adequadas ao
atendimento das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo ao professor das classes
de Educação Básica nas práticas que são necessárias para promoverem a inclusão dos alunos
público-alvo da Educação Especial.

O PROFESSOR MEDIADOR E AS ADAPTAÇÕES CURRICULARES

• Participar do
planejamento;

• Compartilhar
informações a cerca
do aluno;

• Colaborar nas
estratégias;

• Auxiliar na produção
de recursos de
acessibilidade.

O DECRETO FEDERAL N º 8368/2014

• Art. 4º, § 2º Caso seja comprovada a necessidade de apoio às atividades de


comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a
instituição de ensino em que a pessoa com transtorno do espectro autista ou com
outra deficiência estiver matriculada disponibilizará acompanhante especializado no
contexto escolar, nos termos do  parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.764, de 2012.
A LEI N. 2.976, DE 22 DE JULHO DE 2015

Art. 6° Será dever do sistema público de educação e de sua respectiva rede de escolas públicas
do Estado:

§ 3° Os mediadores de aprendizagem referidos no § 1° deste artigo farão parte do AEE e


receberão qualificação profissional e formação continuada a fim de exercer suas atribuições de
apoio às atividades educativas e às necessidades relacionadas à comunicação, interação social,
locomoção, alimentação e cuidados pessoais de estudantes com TEA, no contexto escolar.

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