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DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ED. ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA ED.

INCLUSIVA

CAPÍTULO 8:
DIRETRIZES DA POLÍTICA
NACIONAL DE ED. ESPECIAL NA
PERSPECTIVA DA ED. INCLUSIVA

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UNIDADE 4: FUNDAMENTOS DA ED. ESPECIAL INCLUSIVA COM BASE NAS DIRETRIZES NACIONAIS PARA ED. ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE ED. ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA ED. INCLUSIVA

As novas Diretrizes Curriculares da Educação Básica são de-


correntes de muitos debates. O Documento procura fazer com que
os sistemas educativos desenvolvam uma formação de qualidade,
respeitando as diferentes condições sociais, culturais, emocionais,
físicas e étnicas. Ele também visa promover o aperfeiçoamento da
Educação Nacional tendo como objetivo o atendimento às novas
demandas educacionais geradas pelas transformações sociais e
econômicas, assim como a acelerada produção de conhecimentos
(ROCHA; SANTOS, 2018).

Esses registros legais são importantes para assegurar pos-


sibilidades de mudanças e transformações sociais. Entretanto,
seria ingênuo pensar que um instrumento legal por si só teria
a capacidade de provocar alterações significativas no cenário
educativo sem que antes os princípios inclusivos balizados por
esse instrumento encontrem aplicação em escolas e sistemas
de ensino e promovam novas reflexões para que as mudanças
anunciadas, de fato, sejam concretizadas. Igualmente ingênuo
seria acreditar que uma vez que uma política seja publicada que
ela irá se materializar tal como foi idealizada, desconsiderando,
contudo, a existência de fatores políticos, econômicos e sociais
que podem gerar interferências em seu processo de implemen-
tação (ALVES; AGUILAR, 2018).

A educação especial deve estar presente em todas as modali-


dades, níveis e etapas do ensino, fornecendo o atendimento educa-
cional especializado, disponibilizando recursos e serviços e orien-
tando a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas
turmas comuns do ensino regular, como especifica o documento.
O atendimento educacional especializado tem como papel
identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessi-
bilidade que extingam os obstáculos para a plena participação dos

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alunos, sopesando suas necessidades específicas. As atividades de-


senvolvidas no atendimento educacional especializado distinguem-
-se das realizadas na sala de aula comum, mas não as substituem.
Esse atendimento complementa e/ou suplementa a forma-
ção dos alunos a fim de promover a autonomia e independência na
escola e fora dela.
Durante todo o processo de escolarização esse atendimento
precisa articular com a proposta pedagógica do ensino comum.
O acompanhamento e avaliação de atendimento educacional
especializado são realizados por meio de instrumentos avaliatórios,
seja ele ofertado pelas escolas da rede pública, pelos centros de
atendimento educacionais especializados públicos ou conveniados.
O acesso à educação começa na educação infantil, período
em que se desenvolvem os alicerces indispensáveis para a constru-
ção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. O docu-
mento continua discorrendo:

Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas diferenciadas de


comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, emo-
cionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com
as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a
valorização da criança.
Em todas as etapas e modalidades da educação básica,
o atendimento educacional especializado é organizado para
apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obri-
gatória dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no turno in-
verso ao da classe comum, na própria escola ou centro especia-
lizado que realize esse serviço educacional.
Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adul-
tos e educação profissional, as ações da educação especial
possibilitam a ampliação de oportunidades de escolarização,

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formação para ingresso no mundo do trabalho e efetiva parti-


cipação social.
Na educação superior, a educação especial se efetiva por
meio de ações que promovam o acesso, a permanência e a par-
ticipação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a
organização de recursos e serviços para a promoção da aces-
sibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos sistemas de
informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem
ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvi-
mento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa
e a extensão.
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera
tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimen-
to do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura,
configurando uma ação pedagógica processual e formativa que
analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso
individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos
que indiquem as intervenções pedagógicas do professor.
No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias
considerando que alguns alunos podem demandar ampliação
do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua de
sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia as-
sistiva como uma prática cotidiana. Cabe aos sistemas de ensi-
no, ao organizar a educação especial na perspectiva da educa-
ção inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/
intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou
cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades
de higiene, alimentação, locomoção, entre outras, que exijam
auxílio constante no cotidiano escolar (2008).

A lei 13.146 de 2015 também é de suma importância, pois é


um estatuto da pessoa com deficiência. No capítulo IV, que aborda

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o direito à educação, encontramos informações pertinentes que


devem ser de conhecimento da escola e professor:
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên-
cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o má-
ximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físi-
cas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características,
interesses e necessidades de aprendizagem.
No artigo 28 inciso III, temos:
III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimen-
to educacional especializado, assim como os demais serviços e
adaptações razoáveis, para atender às características dos estudan-
tes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em
condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de
sua autonomia;
Para garantir o desenvolvimento, o aprendizado pleno le-
vando em consideração as necessidades do aluno existe uma ferra-
menta muito importante que o professor deve usar o PEI – Plano
de Ensino Individualizado.
O PEI deve ser elaborado a partir do conhecimento que o
aluno possui (uma avaliação diagnóstica se faz necessário)
e estabelecer objetivos a curto prazo, após este prazo realizar-se-á
uma nova avaliação e assim poderemos propor novas metas ou re-
visitar/ reforçar o que estava proposto.
Isto posto faz-se primordial o uso do PEI, uma ferramenta
desconhecida de muitos professores, muito embora seja de extre-
ma relevância em sala de aula. Alguns docentes, por estarem en-
volvidos em sua prática diária e com uma demanda burocrática
enorme, acabam por não darem a devida atenção a isso. Contudo o

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mais grave é a própria instituição de ensino não abordar o assunto


e nem direcionar os docentes ou formá-los neste sentido.
Num mundo ideal, talvez o mais correto fosse que cada estu-
dante possuísse um plano individualizado, afinal aprendemos de
maneiras distintas e o ambiente escolar insisti em nos tratar como
um grupo homogêneo, sem particularidades.
Ressalta-se que no PEI metas de socialização também devem
ser consideradas, principalmente se o aluno possuir o diagnóstico
de autismo. Cumprimentar amigos e professor, todos os dias, a fim
de criar uma rotina de socialização, seria um exemplo disso.

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 EXERCÍCIOS PROPOSTOS - UNIDADE 4

1) É tida como o marco no estabelecimento do direito à educação inclusiva


no Brasil

(a) Constituição Federal de 1988.


(b) Declaração de Salamanca.
(c) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990
(d) A lei 13.146 de 2015.
(e) A LDB de 1996.

2) Lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa


com Transtorno do Espectro Autista:

(a) Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012


(b) Declaração de Salamanca.
(c) Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990
(d) A lei 13.146 de 2015.
(e) A LDB de 1996.

3) Determina a distribuição dos alunos com necessidades educacionais


especiais pelas várias classes do ano escolar em que forem classifica-
dos, de modo que essas classes comuns se beneficiem das diferenças
e ampliem positivamente as experiências de todos os alunos, dentro do
princípio de educar para a diversidade;

(a) A resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001


(b) Constituição Federal de 1988.
(c) Declaração de Salamanca.
(d) Lei nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012
(e) A lei 13.146 de 2015.

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EX ER C ÍC IO S PROPOSTOS - UNI DADE 4
4) Analise as afirmações:
I) As novas Diretrizes Curriculares da Educação Básica são decorrentes de
uma imposição governamental sem embasamentos.
II) O Documento procura fazer com que os sistemas educativos desenvol-
vam uma formação de qualidade, respeitando as diferentes condições so-
ciais, culturais, emocionais, físicas e étnicas.
III) Ele também visa promover o aperfeiçoamento da Educação Nacional
tendo como objetivo o atendimento às novas demandas educacionais ge-
radas pelas transformações sociais e econômicas, assim como a acelerada
produção de conhecimentos
É correto o que se afirma em:
(a) II e III;
(b) I e II;
(c) I e III;
(d) I, II e III;
(e) Todas estão incorretas:

5) Sobre o Plano Educacional individualizado é incorreto afirmar:

(a) Deve ser desenvolvido somente quando não se consegue garan-


tir o aprendizado pleno do aluno. É uma ferramenta que deve
ser evitada.
(b) O PEI deve ser elaborado a partir do conhecimento que o aluno
possui (uma avaliação diagnóstica se faz necessário) e estabe-
lecer objetivos a curto prazo, após este prazo realizar-se-á uma
nova avaliação e assim poderemos propor novas metas ou revi-
sitar/ reforçar o que estava proposto.
(c) PEI é uma ferramenta desconhecida de muitos professores,
muito embora seja de extrema relevância em sala de aula.
(d) Num mundo ideal, talvez o mais correto fosse que cada estu-
dante possuísse um plano individualizado, afinal aprendemos
de maneiras distintas.
(e) Ressalta-se que no PEI metas de socialização também devem ser
consideradas, principalmente se o aluno possuir o diagnóstico
de autismo.

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