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AS PRIMEIRAS PERCEPÇÕES DO BRINCAR

UNIDADE 2:
A PEDAGOGIA DO BRINCAR

Caro(a) Aluno(a)
Seja bem-vindo(a)!
Nesta segunda unidade, estudaremos a importância das brin-
cadeiras do desenvolvimento das crianças, como elas colaboram
para a formação da personalidade do ser humano e contribuem
com aspectos éticos e sociais, por isso a existência de leis que ga-
rantem a sua aplicação no ambiente escolar.

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Conteúdos da Unidade
Ao final desta unidade você deverá compreender:

9 Ludicidade na educação

9 O lúdico

9 Brinquedos e a formação da criança

9 O brincar uma garantia legal

Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assi-


nalando os assuntos, à medida que for estudando.

Bons estudos!!!
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LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

CAPÍTULO 3:
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

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U N ID A D E 2: A PEDAGOG I A DO BRI NCAR
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO

Como dito anteriormente, muitos educadores utilizam-se de


recursos lúdicos, como jogos e brincadeiras, pois auxiliam a trans-
posição dos conteúdos para o mundo do educando (RAU, 2013).
Pesquisas apontam uma constante necessidade de a escola
trabalhar a aplicabilidade dos conteúdos programáticos em res-
posta aos anseios do aluno do século vigente, mais questionador
e mais informado. Antigamente era muito simples para o profes-
sor entrar em sala de aula e aplicar a matéria do dia, ele não seria
questionado a respeito de suas práticas, nem estaria preocupado
em preparar aulas voltadas ao perfil de seu público.
Esta realidade não corresponde aos dias de hoje, os docentes
não poupam esforços na busca por metodologias mais significa-
tivas e sabem que a ludicidade corrobora com estas abordagens
de ensino.
Segundo a autora Rau a formação lúdica se assenta em pres-
supostos que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a
busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos fu-
turos educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se
utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no jogo
sua fonte dinamizadora (2013).
Obviamente, em nossas lembranças podemos retomar as
sensações de grande prazer que as brincadeiras nos possibilita-
vam. Era nesse momento de cooperação e interação com o grupo
que buscar vamos reproduzir os nossos conhecimentos de mundo,
pondo em prática as vivências por nós presenciados, exemplo disso
seriam as brincadeiras de casinha, de médico, de idas ao supermer-
cado e outras reproduções que faziam parte do nosso cotidiano.
Por intermédio das brincadeiras realizávamos as tarefas en-
fadonhas do dia a dia de nossos pais de maneira muito divertida e
acima de tudo criativa.

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Para o professor que deseja trazer para sua aula esses mo-
mentos de alegria e prazer, é necessário vivenciar esta ludicidade
e relembrar a sua infância, pois assim será maior a chance de este
profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa, como nos
explica Santos (1997).
“A palavra lúdico vem do latim ludus é significa brincar.
Nesse brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras
e a palavra é relativa também a conduta daquele que joga, que
brinca e que se diverte” Costa (2005).
Já que a prática pedagógica deve levar alegria aos alunos
percebemos que o lúdico é uma proposta que deve ser vista com
seriedade pelos especialistas da educação. Ainda hoje, muitos
professores enxergam o momento do brincar como o espaço de
lazer reservado as crianças, não se importam em observar como
elas atuam ou agem e muito menos buscam trabalhar com técni-
cas do brincar em suas aulas. Este momento é reservado apenas
como uma pausa nas práticas de ensino, sem qualquer estratégia
ou preparo.
O entendimento do jogo como recurso pedagógico passa pela
concepção de que a função educacional da escola é ensinar e que
por isso está tem objetivos educacionais a atingir; o aluno, nesse
sentido, faz parte da elaboração e orientação rumo a esses objeti-
vos para chegar à construção de seu próprio conhecimento (RAU,
2013, p.31).
O brincar tem a capacidade não só de mediar à relação da
criança com o mundo, mas também de transformar a percepção
que o pequeno tem deste mundo. É também o momento que possi-
bilita de forma mais natural o processo de socialização, cooperação
e compartilhamento do saber.

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A ludicidade também tem forte relação com o desenvolvi-


mento motor e isto não pode ser esquecido pelos professores da
educação infantil principalmente e do fundamental, uma parceria
que deve ser sempre lembrada e reforçada, seria com professor de
educação física. Este profissional tem grande conhecimento dos jo-
gos e das atividades que podem colaborar com o desenvolvimento
motor e psicomotor das crianças.
Atividades como pular corda, lançar bolas, andar sobre li-
nhas contribuem para o processo de ensino-aprendizagem de for-
ma impactante na vida dos estudantes.
A grande questão é saber se os professores estão realmente
preparados para aplicar atividades com a intenção desejada. Por-
que o que vemos normalmente, são atividades lúdicas sendo apli-
cadas sem um real propósito.
Como deixa claro Raul “qualquer atividade dirigida e orienta-
da visa a um resultado e possui finalidades pedagógicas, portanto,
a ludicidade como recurso pedagógico tem objetivos educacionais
a atingir. Nessa perspectiva, utilizado em sala de aula, o jogo tor-
na-se então um meio para a realização dos objetivos educacionais,
e ao educando, ao praticá-lo nesse contexto, deve ser garantida a
ação livre, iniciada e mantida unicamente pelo prazer de jogar e
atrelada aos objetivos educacionais sistematizadas pelo educador
(2013, p.31).
Ainda discutindo sobre a clareza dos objetivos na aplicação
de jogos a autora Kishimoto (2008), grande pesquisadora do as-
sunto, também traz a reflexão a respeito do brincar intencional.
Segundo a autora, é preciso ter em mente se o controle será das
crianças ou será do professor, no primeiro caso, os jogadores de-
terminam o desenvolvimento dos acontecimentos, já no segundo
caso, o professor, de modo coercitivo, direciona a brincadeira.

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Rau adverte que, nessa perspectiva, é importante que o edu-


cador tenha clara essa diferenciação, pois muitas vezes o jogo é
utilizado com o objetivo de ensinar sem que o professor tenha em
mente o que realmente pretende estimular em relação ao processo
ensino e aprendizagem (2013).

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