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SUMÁRIO
REFERÊNCIAS.................................................................................................54
ANEXOS ...........................................................................................................59
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
Considerando que todo ser humano é um ser que possui história e cultura, um
ser histórico-cultural, ou seja, é formado através das experiências que vivencia
dentro de uma determinada cultura em um momento histórico específico e que o
brincar é a atividade principal da criança, emanou-se a necessidade de criar
brinquedotecas com o intuito de ser um espaço onde a criança tenha voz e vez,
sendo respeitado o direito à infância. Nesse sentido, a brinquedoteca também é
essencial para as crianças e demais profissionais, pois terão a rica oportunidade de
observarem e refletirem diante das atitudes das crianças. É através do brincar que
elas desenvolvem as relações sociais e outros aspectos psíquicos.
Como se observa por esta não tão breve introdução, um dos tópicos desta
apostila será justamente discorrer sobre as brinquedotecas, espaços e técnicas
lúdicas voltadas não somente para a recreação, mas como instrumento de
educação, focando evidentemente o uso dos jogos e brincadeiras enquanto eixo
estruturante para a educação infantil.
Como diz Zabalza (1998), o ambiente de aula é muito mais do que lugar para
armazenar livros, mesas e materiais. Cuidadosamente e organizadamente
dispostos, acrescenta uma dimensão significativa à experiência educativa do
estudante, atraindo o seu interesse, oferecendo informação, estimulando o emprego
de destrezas, comunicando limites e expectativas, facilitando as atividades de
aprendizagem, promovendo a própria orientação, apoiando e fortalecendo através
destes efeitos o desejo de aprender.
Por isso, é pertinente o que diz Zabalza (1998, p. 233) ao afirmar que o
ambiente fala, transmite-nos sensações, evoca recordações, passa-nos segurança
ou inquietação, mas nunca nos deixa indiferentes. E foi em busca da não indiferença
diante da organização dos espaços de Educação Infantil que essa proposta de
trabalho oferecida por Campos (2010) foi construída, onde cada sala tem objetivos e
possíveis ações que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem das
crianças como podemos ver a seguir:
2.1 A brinquedoteca
Como sabemos que uma das experiências essenciais para a criança é brincar
e que um dos aspectos que marcam a infância é o brinquedo, surgiu a necessidade
de criar um espaço específico para a brincadeira: a Brinquedoteca (OLIVEIRA,
LUENGO, BARROS, 2007).
estimular a criatividade;
Para Negrine (1997) a brinquedoteca pode ter várias funções, entre elas, a
pedagógica e a social. No que se refere à brinquedoteca infantil, pode-se afirmar
que, ao jogar, a criança constrói conhecimento, pois o jogo possibilita a
transformação dos processos mentais elementares em superiores. O brincar propicia
criação e recriação.
Atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar
prazer e entretenimento a quem pratica. São lúdicas as atividades que propiciam a
experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento.
Aprimorar conhecimentos.
Assimilação de valores;
Aquisição de comportamentos;
Aprimoramento de habilidades;
Socialização.
Desenhar;
Brincadeiras;
Jogos;
Danças;
Construir coletivamente;
Leituras;
Softwares educativos;
Passeios;
Dramatizações;
Cantos;
Na educação infantil, por meio das atividades lúdicas, a criança brinca, joga e
se diverte. Ela também age, sente, pensa, aprende e se desenvolve. As atividades
lúdicas podem ser consideradas, tarefas do dia-a-dia na educação infantil.
Huizinga (1996), diz que numa atividade lúdica, existe algo “em jogo” que
transcende as necessidades imediatas da vida e confere um sentido à ação.
Toda a atividade lúdica pode ser aplicada em diversas faixas etárias, mas
pode sofrer intervenção em sua metodologia de aplicação, na organização e no
prover de suas estratégias, de acordo com as necessidades peculiares das faixas
etárias.
Para Piaget (1975), por meio de jogos, a criança constrói conhecimento sobre
o mundo físico e social, desde o período sensório-motor até o período operatório
formal.
Brandes e Philips (1977) afirmam que os jogos criam interesse quando postos
em prática com finalidade e com eficiência, podendo se tornar a moldura na qual se
desenvolvem todas as outras atividades.
Rizzi (1998) assegura que é jogando que a criança aprende o valor do grupo
como força integradora, o sentido da competição salutar e da colaboração
consciente e espontânea. Assevera a importância de oferecer aos professores uma
visão do valor da atividade lúdica no desenvolvimento e educação da criança e do
jovem ao lado de subsídios teóricos que auxiliem o trabalho docente, com sugestões
práticas de planejamento e execução das atividades diárias na sala de aula.
1
Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934). Professor e pesquisador que viveu na Rússia, elaborou
uma teoria que tem por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-
histórico e o papel de linguagem e da aprendizagem neste desenvolvimento. Veio a ser descoberto
pelos meios acadêmicos ocidentais muitos anos após a sua morte, que ocorreu em 1934.
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motivações e tendências internas, e não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos
externos”.
brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta
de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a
seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte
renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação
impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo (VYGOTSKY, 1998, p.
130)
Nesse momento, o pedaço de madeira passa a ter outro sentido, indo além do
seu aspecto e significado concreto.
Segundo Antunes (2010), nas escolas estas técnicas devem ser alvo de uma
programação ainda mais minuciosa que os programas dos conteúdos explícitos
desta ou daquela disciplina e, desta maneira, aparecer na vida da criança, do
adolescente ou mesmo do adulto como importante compromisso formativo,
detalhado em seus objetivos, estratégias e avaliação ao longo de todo um processo
escolar.
Entretanto, observa-se que às vezes não se pode contar com uma equipe
docente disposta a aplicar as técnicas, mas o professor isoladamente pode resolver
fazê-lo, então deve cuidar para entremeá-Ias a outras atividades.
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Assim, poderá dispor do Programa Alfa para as turmas que pela primeira vez
participarem dessa atividade, do Programa Beta quando a turma seguir pela
segunda ou terceira vez; do Programa Gama e posteriormente do Programa Delta
para níveis mais acentuados de reflexão, introspecção e naturalmente formação, o
que no ambiente da educação infantil pode ficar a cargo do supervisor pedagógico
que tem entre suas atribuições participar da formação continuada dos professores.
Estes jogos podem ser catalogados na escola, sendo separados por objetivo,
aspectos que desenvolvem, local onde podem ser aplicados, faixa etária específica
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de destinação, material extra necessário, etc. Antunes (2004) sugere uma obra de
Nicanor Miranda Duzentos jogos infantis que, além de relacioná-Ios com clareza,
também introduz importante ficha para a avaliação do desempenho pessoal do
participante. A ficha em anexo inspira-se na ficha encontrada na obra desse autor.
São jogos de atenção: Alfabeto vivo – Meu pai tem uma loja – Para que serve? –
Fofocando – Frutas da quitanda – Passeio de carruagem – Perguntas e respostas
trocadas – Aponte o que ouviu – Quebra-cabeça lógico – Chapéu-chapéu.
Enfatizamos mais uma vez que quaisquer desses jogos têm pequeno valor se
não praticados com sequente aprofundamento ou sem fichas de avaliação que
possam seguir o desempenho de cada participante. Idealizados originalmente com
crianças e para elas organizadas, podem, se as condições favorecerem, ser
aplicados com adolescentes ou adultos, individualmente ou em competição entre
equipes.
recebe o nome de imaginação que, embora comum a todo ser humano, pode
através do jogo e da fantasia expandir-se extraordinariamente.
Muitas vezes, temos notado que crianças arredias a certos jogos, que
exploravam habilidades motoras que não lhes eram muito propícias, apresentaram
excepcional progresso quando docemente levadas à superação dessa dificuldade.
Assim como existem jogos específicos para os sentidos, existem outros específicos
para habilidades motoras.
Área de Artes
expressar ideias e sentimentos sobre si mesma e sobre as pessoas que estão à sua
volta.
Área de Ciências
Quando uma criança fizer uma pergunta, o professor não deverá responder
apenas "sim" ou "não", mas aproveitar para que o assunto seja muito bem
explorado. Ele deve encorajá-Ia a falar sobre o que descobriu e clarificar, explicar,
reforçar e discutir os comentários feitos por ela. Por exemplo: as crianças estão
testando diferentes objetos na água, para ver se eles flutuam ou não. O professor
pega um pedaço grande de isopor e pergunta: - O que vocês acham que irá
acontecer se eu colocar este isopor na água?
O aspecto físico desta área e o que ela contém são, por si só, um atrativo
tanto para as meninas quanto para os meninos, pois dramatizar papéis de membros
da família e de outros membros da sociedade é, desde cedo, um jogo conhecido por
todas as crianças.
Mas nem por isso a participação do professor nesta área se torna menor. Ele
poderá:
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evite que as crianças levem brinquedos de uma mesa para outra. Diga, por
exemplo,- João, pode deixar o quebra-cabeça nesta mesa, em vez de: - João,
não leve o quebra-cabeça para outra mesa.;
Esta área propicia bons momentos para as crianças, já que elas podem
conservar entre si e com o professor, contar novidades e fazer perguntas. O
professor deverá estimulá-Ias não somente a falar, como também a escutar. Poderá
dizer, por exemplo: - Agora, Mateus vai falar e nós todos vamos escutar. Cada um
terá a sua vez.
Não se deve insistir com aquela criança que não quer falar, que abaixa a
cabeça e não responde. Se, depois de lhe ser feita uma pergunta, Sabrina, por
exemplo, não responder, o professor poderá dizer: - Bem, Sabrina não quer falar
agora. Quem sabe depois?
Muitas vezes a criança pede ao professor que lhe conte a história do livro. Ele
pode iniciar a história e pedir que a própria criança continue.
usar um tom de voz que seja agradável, sem, contudo, tornar a história
monótona;
A música pode ser introduzida no contexto da história ou logo depois que esta
for contada. As crianças gostam muito de cantar e gesticular ao mesmo tempo. O
professor deverá incentivar todas a participarem dos cantos, que no início devem ser
simples, pequenos e, de preferência, familiares a elas. Podem-se planejar dois
cantos diferentes por semana, procurando relacioná-Ios ao tema em estudo.
Som e Movimento
Poesia
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Para a criança, a poesia é um jogo por meio do qual ela dá asas a sua
imaginação, comunica-se com os outros e expressa emoções e sentimentos,
brincando com as palavras e ressignificando-as.
O ritmo e a rima são elementos que agradam as crianças. Por isso, os versos
e os poemas curtos são os mais indicados na infância.
Área de Blocos
Para crianças de até quatro anos, devem-se utilizar cores primárias, isto é,
azul, amarelo e vermelho. Para crianças acima de quatro anos, são usadas,
inicialmente, cores secundárias, como verde, laranja e roxo, e depois,
gradativamente, acrescentam-se outras cores. A firmeza e a definição das cores irão
facilitar a sua identificação pelas crianças.
Se, por um lado, essas características tornam o brinquedo caro, por outro
barateiam-no, já que o seu tempo de vida útil se torna maior, compensando a sua
aquisição. É preferível poucos brinquedos de boa qualidade a muitos de má
qualidade, que logo terão de ser descartados. É importante que estejam sempre em
bom estado de conservação, limpos e completos, para despertarem o interesse das
crianças, fazendo com que elas também os conservem.
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
CAMPOS, Gleisy; LIMA, Lilian. (orgs.) Por dentro da educação infantil: a criança em
foco. Rio de Janeiro: Wak, 2010.
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARE
COELHO, B. Contar histórias, uma arte sem igual. São Paulo: Ática, s.d.
HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos
espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
PAPALIA, D. E., OLDS, S. W., O Mundo da Criança. São Paulo: Ed. McGraw-Hill,
1981.
RIZZI, L.; HAYDT, C. R.; Atividades lúdicas na Educação da Criança; São Paulo: ed.
Ática; 7ª edição, 1998.
VALLE, Luiza Elena L. Ribeiro do. Brincar de aprender: uni-duni,tê: o escolhido foi
VOCÊ. Rio de Janeiro: Wak, 2008.
ANEXOS