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UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PEDAGOGIA

LUDIERLLY RAMOS BORGHESI

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Capanema - Pará
2021

Cuiabá
2023
LUDIERLLY RAMOS BORGHESI

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO ENSINO


FUNDAMENTAL I

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Pitágoras UNOPAR, como requisito parcial à
conclusão do Curso de Pedagogia.

Cuiabá
2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES.................................................................................................6
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 7
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................9
7 METODOLOGIA.................................................................................................15
8 CRONOGRAMA.................................................................................................17
9 RECURSOS....................................................................................................... 18
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 20
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 21
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INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é analisar o desenvolvimento da aprendizagem no


ensino fundamental I por meio do lúdico. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de
caráter bibliográfico, em que buscou-se observar os vários problemas existentes,
possibilitando a construção de um projeto que contribuísse com a escola e como
parte integrante da atividade cientifica.
É na infância que surge a vontade de brincar. A brincadeira, a música, o
brinquedo e os jogos trazem o mundo para a realidade infantil, desenvolvendo assim
potencialidades e inúmeras habilidades. Nesse novo mundo a criança poderá
imaginar, criar, recriar, associar e se descobrir.
Constatou-se que ao longo da história da humanidade as crianças não tinham
valor significativo na sociedade e neste contexto os brinquedos, jogos e brincadeiras
eram vistos como artifícios fúteis. Na atualidade as crianças ganharam espaço
sendo vistas como seres em formação e que necessitam de uma atenção
diferenciada. A brincadeira e jogos integram agora o trabalho lúdico, passando a ter
papel de destaque na educação e na formação dos indivíduos.
Nessa perspectiva, o lúdico, servindo para aperfeiçoar a forma de ensinar,
contribui para a construção da personalidade, socialização e a criatividade. Dessa
forma, a ludicidade influência e facilita o desenvolvimento da aprendizagem na sala
de aula e fora dela, pois o educando aprende de forma prazerosa e dinâmica, e,
ainda que não perceba, torna-se mais motivado a aprender e melhora suas relações
com o mundo ao redor.
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1 TEMA

O presente estudo se enquadra na linha de pesquisa de“docência”, sendo


apresentadas metodologias adequadas no tema do projeto em estudo “A
IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Assim sendo, o lúdico exerce uma influência positiva em todas as fases do
desenvolvimento infantil, inclusive na escola. Para uma criança a brincadeira é
uma necessidade relativamente importante, tanto quanto comer e vestir, fazendo
parte da essência da infância, e deve ser sem dúvida, uma ação prazerosa na
educação infantil. A ludicidade, tem um papel importante na educação, pois,
esta, facilita a mediação. Os jogos e brincadeiras inseridos em sala de aula
servem tanto para propiciar diversão e prazer como para promover a união do
grupo. Como afirmar Pinto:
“Essas atividades lúdicas têm objetivos diversos, usadas para divertir, outras
vezes para socializar, para promover a união de grupos e, num enfoque
pedagógico, como um instrumento para transmitir conhecimento. ” (PINTO
2003, p.42).

Considera-se assim, as atividades lúdicas como uma proposta que


promove não somente o aprendizado, mas também a interação social. Uma vez
que, a utilização de jogos pedagógicos, por exemplo, ultrapassa o simples
brincar, transformando-se em algo mais complexo, que contribui positivamente
para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança.
O trabalho com essa temática, buscará facilitar o entendimento e a
consciência, de que por meio do ambiente adquire-se conhecimentos, valores,
habilidades e experiências que tornarão os indivíduos aptos a agir sozinhos ou
em grupo na resolução de problemas.
Por meio do lúdico, os alunos aprenderão de forma prática, numa
abordagem descontraída que esse proporciona no ambiente escolar. Neste
sentido, buscou-se voltar as atividades às séries iniciais do Ensino Fundamental,
pois eles ainda possuem resquícios da Educação Infantil onde se aprende
brincando. Além disso, a produção de materiais didáticos pelos próprios alunos e
sua utilização nas diferentes áreas do conhecimento, os auxiliará a um melhor
entendimento e interação social, propiciando leveza e prazer no processo de
ensino e aprendizagem.
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2 JUSTIFICATIVA

O presente projeto faz-se necessário como meio de esclarecer e


incentivar o trabalho pedagógico por intermédio do lúdico. Observou-se que ao
longo da história muitas barreiras foram enfrentadas, formas de ver e fazer
educação foram deixadas de lado, pois não cabiam mais em mundo dito
humanizado. Dessa forma as crianças que antes eram tratadas como mini
adultos passaram a ter direitos e deveres dentro da sociedade, o que as fez ser
reconhecidas.
Consequentemente, o lúdico que antes era visto como algo superficial e
sem significância, ganha importância no ensino e aprendizagem. Entretanto é
comumente associado exclusivamente a educação infantil, esquecendo–se que
o aluno ao passar para o ensino fundamental não deixa de ser criança, e uma
mudança brusca no ensino pode acarretar em desmotivação desse aluno.
Dessa forma, buscou-se produzir uma atividade que propicie o lúdico aos
alunos das series iniciais do ensino fundamental, favorecendo a interação em
sala de aula e minimizar o entrave que a mudança de nível causa. Salientando a
necessidade do brincar em todas as fazes do desenvolvimento da criança, como
forma e mediação atrelado ao desenvolvimento físico, motor, cognitivo e social,
formulou-se a união do lúdico ao ensino da educação ambiental, onde por meio
de materiais recicláveis os próprios alunos possam criar e interagir com o meio
que estão inseridos, permitindo assim a consciência com o meio ambiente e
favorecendo a criatividade e expressividade.
Mediando à construção do conhecimento através do lúdico, pode-se
alcançar uma educação de qualidade e que consiga ir ao encontro dos
interesses e necessidades da criança. Segundo Maluf (2003), atuando como
mediadores, os professores poderão ser capazes de “Retomar nossa própria
infância a cada momento através de brincadeiras, e ajudar crianças a
descobrirem suas verdades, seus temores, suas alegrias, seus gestos, suas
vontades e assim vê-las vislumbrar novos horizontes do saber, do sentir e do ser
criança”, (MALUF, 2003, p.14).
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Todo espaço dedicado ao aluno é necessário, todo processo de ensino,


toda mediação, etc. é necessário, pois para que se tenham seres críticos e
participativos, é obrigatório, promover espaços e atividades, com vistas a fazer o
melhor pelo ensino e aprendizagem do aluno.
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3 PARTICIPANTES

De acordo com a temática apresentada no projeto, esse se destina aos


alunos dos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ano ao 5º ano, porém com
enfoque maior nas séries de transição da educação infantil para o fundamental
(1º a 3º anos). Simultaneamente, para que as crianças superem com sucesso os
desafios da transição, é indispensável um equilíbrio entre as mudanças
introduzidas, a continuidade das aprendizagens e o acolhimento afetivo e lúdico,
de modo que a nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e
são capazes de fazer.
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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem no Ensino


Fundamental I, por meio do lúdico com incentivo ao respeito ao meio ambiente
com o uso de materiais recicláveis.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Propiciar atividades lúdicas para a aprendizagem dos alunos das séries


iniciais do Ensino Fundamental.
- Identificar como o professor pode utilizar os materiais recicláveis em
sala de aula.
- Analisar de que forma a atividade com materiais recicláveis podem
influenciar na aprendizagem em sala de aula.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

Pensa-se na educação, como um dos fatores mais importantes para a


construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e socialmente justa, sendo
uma condição básica e um direito fundamental para cidadania, no qual visa
desenvolver a aprendizagem de forma significativa. Assim deve-se abrir portas para
novas possibilidades, para o surgimento de uma escola crítica e inovadora. As
atividades devem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos
enquanto cidadãos que estão em processo de transformação.
No Ensino Fundamental nas séries iniciais, prevê-se a utilização de
metodologias adequadas para cada nível de desenvolvimento da criança, onde o
objetivo central é contribuir para que o aprendizado aconteça de forma significativa
respeitando suas características, seus interesses e seus esquemas de raciocínio.
Dessa forma, observou-se o quão desafiador se torna o trabalho do
professor em sala de aula, uma vez que na sociedade atual as tecnologias vêm
ganhando cada vez mais espaço, modificando formas de pensar, agir, falar, interagir
e etc. As crianças não ficariam alheias a essas mudanças e nesse cenário o
professor é constantemente desafiado devendo criar e reinventar atividades
significativas para os alunos. Além das mudanças sociais há as mudanças internas,
pois, o aluno ao deixar a educação infantil e se deparar com o 1º ano do ensino
fundamental sofre uma mudança brusca em relação a metodologia de ensino e isto
por vezes acaba por desestimulá-lo. Uma forma de facilitar o trabalho pedagógico
em sala de aula é por meio de atividades lúdicas, formular jogos e brincadeiras
expressivas para o discente, que o levará a ver o mundo de outra forma e sentir
menos os impactos dessa transição.
Assim, questiona-se: De que forma o professor pode propiciar um melhor
desenvolvimento aos alunos? Como se utilizar do lúdico na construção de saberes
que influenciarão em várias áreas do conhecimento?
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. CONTEXTO HISTÓRICO

Na Grécia Antiga Platão foi considerado o grande incentivador da educação


intencional. A educação das crianças, tinha o intuito de prepará-las para a instrução,
ou seja, uma formação voltada para o desenvolvimento do caráter e da
personalidade de cada criança. Segundo o autor na Antiguidade já era ressaltado a
importância de se aprender brincando:
Na Antiguidade, o brincar era uma atividade
característica tanto de crianças quanto de adultos. Pra Platão, por exemplo,
o “aprender brincando” era mais importante e deveria ser ressaltado no
lugar da violência e da repressão. Considerava ainda que todas as crianças
deveriam estudar a matemática de forma atrativa, sugerindo como
alternativa a forma de jogo (ALMEIDA 1987, apud ALVES, 2001, p.16).

Dessa forma, os jogos, eram para as crianças, facilitadores no ensino da


matemática e da sociedade, pois proporcionavam aprendizado da disciplina em si e
do contexto social explicitando as obrigações sociais. Já na idade média não
aparece de forma positiva, sendo considerado não-sério. Segundo Santos (1997), os
jogos e brinquedos foram criados para ocupar o tempo das crianças:
Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento
sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a
conotação que tem hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objetivo a
distração e o recreio (SANTOS 1997, p.19).

Sob esse viés, o ato de jogar e brincar realizado pelas crianças era
considerado pela sociedade como algo voltado para o ócio, enquanto seus pais
realizam suas atividades as crianças precisavam estar ocupadas.
Entre os séculos XIV e XVI, na sociedade, não havia a concepção de
infância, criança era considerada como um adulto em miniatura, onde por volta de
seus 7 anos começava a participar efetivamente da vida do adulto. Havia a ideia de
que criança não possuía nenhum valor naquele meio. Santos afirma que antes a
criança era considerada um adulto em miniatura, o valor dela variava de acordo com
sua classe, assim as de classe alta obtinham uma educação para o futuro e as de
classe baixa tinham de trabalhar para ajudar suas famílias. (Santos,1997).
A partir do século XVIII a sociedade então começa a conceber a infância e
junto a ela inicia-se a distinção entre crianças e adultos, separando o brincar e o
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trabalhar. Com os movimentos iluministas da época, que buscavam a liberdade,


igualdade e fraternidade, é que a visão e entendimento desta fase muda.
“É contra essa visão que, a partir do século XVIII, Rousseau, no Emilio,
reivindica a especificidade infantil, a criança como portadora de uma natureza
própria que deve ser desenvolvida” (SANTOS 1997 p.24). E a partir deste momento
o ser infante é tido como ser inacabado, necessitando de cuidado e atenção
diferenciados.
Alguns séculos depois, segundo Oliveira, a criança é vista como ser
integrante da sociedade tendo seus deveres e direitos previstos e assegurados.
(OLIVEIRA E BAZON 2009).
A ludicidade, surge neste novo contexto, com a valorização da criança e
respeito as fases do desenvolvimento do ser humano. A sociedade passa então a
entender a importância daquele pequeno ser e a necessidade de fazê-lo entender o
mundo ao redor, sendo neste sentido o lúdico um meio de mediar a educação e
suas experiências sociais.
O ato de brincar é visto como a interação entre o mundo real e o imaginário,
sendo um ato espontâneo que está presente na vida das crianças desde os
primeiros anos vida, sendo considerado importante para o seu desenvolvimento
físico e mental. Com o lúdico há o jogo, este transformou-se com a passar dos
tempos e de acordo com cada cultura e civilização. Como ressalta Kishimoto:
Dessa forma, enquanto fato social, o jogo assume a
imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este o aspecto
que nos mostra por que, dependendo do lugar e da época, os jogos
assumem como brinquedos, em certas culturas indígenas
representavam instrumentos para a arte da caça e da pesca. Em
tempos passados, o jogo era visto como inútil como coisa não séria.
Já nos tempos do Romantismo, o jogo aparece como algo sério e
destinado a educar a criança (KISHIMOTO, 2011, p.19).

Nesse sentido, o jogo passa por um processo evolutivo, na qual se


desmistifica sua concepção de ser algo inútil e o concebe com atribuições e
benefícios de acordo com cada período, cultura, tempo e lugar.
No Brasil as brincadeiras e jogos, assim como a cultura em geral, tiveram a
contribuição de diversos povos (indígenas, europeus, africanos). Hoje essas
brincadeiras fazem parte da cultura e parte do folclore brasileiro. Como afirma
Santos (1997) “O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem
a inserção da criança na sociedade”. (SANTOS,1997, p.20)
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6.2. CONCEITO DE LÚDICO


Lúdico é qualquer atividade que quando executada propicia o prazer, de
uma forma geral, lúdico é aprender brincando, com prazer, tornando o aprendizado
significativo já que trabalha a socialização, a memorização, desenvolve o lado
emocional, psicológico, motor e cognitivo.
“A palavra lúdica vem do latim luduse significa brincar. Neste
brincar estão incluídos jogos, brinquedos e divertimento e é relativa também
à conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte. Por sua vez, a
função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu
saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo.” (SANTOS
1997.p.9).

A partir da afirmação de Santos (1997), entende-se que o lúdico é um


instrumento facilitador da aprendizagem, ou seja, propicia o desenvolvimento de:
coordenação motora, afeto, resolução de conflitos, ansiedade e também de
habilidades, segundo as competências cognitivas e interativas de acordo com
mundo em que a criança vive. E assim, tomou uma grande proporção dentro do
espaço escolar. É utilizado em vários níveis da educação, tendo cada vez mais
significância e não um momento, só, de brincadeira, mas sim um momento de
transformar, incorporar e ressignificar os conhecimentos.
Acredita-se que o lúdico tem o papel fundamental na estruturação do
conhecimento da criança, pois é no ato de brincar que ela irá utilizar-se de
elementos da fantasia relacionando-os a sua realidade, e isto ocorre no tempo da
criança, respeitando seus estágios de desenvolvimento.
A ludicidade é uma prática voltada para contribuir no processo de
aprendizagem, não somente voltada para o âmbito escolar mais também para
relações sociais. Santos (1997), afirma que a ludicidade é necessária ao indivíduo
em todas as fases da vida e não deve ser vista apenas como diversão, observando-
se que o aspecto lúdico é facilitador de aprendizagem e desenvolvimento em todas
as áreas humanas, além de facilitador dos processos sociais e cognitivos do ser.
(SANTOS, 1997). Dessa forma o homem necessita realizar atividades lúdicas,
entretanto, não pode ser simplesmente um ato para passar o tempo, sem finalidade
pedagógica é necessário que haja motivação para realizá-las, pois dessa forma elas
irão contribuir para formação de um ser mais criativo e espontâneo.
Santos (2000) compreende que a ludicidade é algo que não pode ser
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separado, entre fase da infância e fase adulta:


“É preciso encarar a ludicidade para além do senso
comum. Nessa perspectiva, o homem, sem perder sua condição de adulto
sério e responsável, passa a dar um sentido mais alegre à sua vida pela via
da ludicidade, buscando na infância a gênese do prazer, resgatando a
alegria, felicidade, afetividade, entusiasmo, recuperando a sensibilidade
estética que alimenta e impulsiona o lúdico” (SANTOS, 2000, p.58).

Conclui-se que a ludicidade deve ser compreendida como algo importante e


necessário, pois favorece o ser humano em sua totalidade, sendo sua utilização
garantia de inúmeros benefícios desde a infância até fase adulta.

6.3. ATIVIDADES LUDICAS NA ESCOLA (BRINCADEIRAS E JOGOS)

Ao inserir as atividades lúdicas na educação o educador deve apresentar


objetivos claros a alcançar. Essas atividades devem ser problematizadas, com
desafios a serem solucionados, ter regras de convívio e etc., buscando assim a
assimilação de valores como; respeito, solidariedade e coletividade.
Na escola, as brincadeiras supervisionadas e os jogos deve ser valorizada e
incentivada pelo professor, visto que representa uma importante situação de
aprendizagem. O docente deverá oferecer materiais, recursos que as tornem ainda
mais enriquecedoras. Como ressalta Alves:
“É necessário que a criança conviva em um ambiente
rico de materiais e oportunidades, de modo que possa construir, elaborar
seus conhecimentos. Sugere, ainda, que levemos em conta essas etapas
de desenvolvimento quando formos planejar o ensino. [...] Lamenta que
ainda ocorram práticas - na pedagogia tradicional – que vão ao sentido
exatamente contrário das propostas[...] “(ALVES, p.23, 2001).

Aderir atividades lúdicas em sala de aula sempre foi um desafio, apresentar


atividades que despertem o interesse do aluno e demonstrem significância as suas
vivencias é cada dia mais difícil. Como uma forma de modificar este cenário, os
professores têm priorizado o “savoir fair” termo em francês que significa, no sentido
literal, saber fazer, o docente ensina as práticas artesanais de confecção de jogos, e
neste momento entra-se no universo chamado lúdico, no qual desenvolve-se várias
habilidades que, para as crianças, são essenciais para o seu desenvolvimento.
Por meio das atividades lúdicas, as crianças desenvolvem suas habilidades
cognitivas e motoras, exploram e refletem a sua realidade e sobre os costumes da
cultura na qual vivem, transformando e incorporando sua realidade por meio da
imaginação. Segundo Teixeira “A atividade lúdica, seria uma das formas pela qual a
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criança se apropria do mundo, entrando em processo de constituição, enquanto


sujeito histórico”. (Teixeira, 2014.p.67).
Infere-se assim que é necessário trabalhar não só os conteúdos das
disciplinas, mas também as relações afetivas que se integram ao lúdico, construindo
o aprendizado por meio da alegria e prazer. O professor deve prezar pelo
desenvolvimento dos alunos, respeitando as individualidades, criando um ambiente
agradável e propício para a aprendizagem e interação. O sucesso na relação
professor e aluno dependerá do clima estabelecido onde o mesmo deve buscar
educar para as mudanças, para a autonomia e formação de cidadãos. Assim:

“A cultura lúdica é então, composta de um certo número


de esquemas que permitem iniciar a brincadeira, já que se trata de produzir
uma realidade diferente daquela da vida quotidiana: os verbos no imperfeito,
as quadrinhas, os gestos estereotipados do início das brincadeiras
compõem assim aquele vocabulário cuja aquisição é indispensável ao jogo”.
(KISHIMOTO. 2013, p. 24)

Ao compreender-se a criança como um ser social, que realiza interações com


os outros e o ambiente, entendendo-se que, no momento em que ela “brinca” está
reconstruindo, ampliando e transformando suas experiências adquiridas por meio
das atividades lúdicas. Neste sentido a proposta do jogo no ambiente pedagógico é
a utilização de regras e metas a serem alcançadas no final de cada atividade, esse
podendo ser realizado em grupo ou individualmente. Aprender algo por meio do
lúdico é um processo prazeroso de descobertas, que aguça a curiosidade, como
forma de conhecer o mundo, ampliando os horizontes enriquecendo o
conhecimento.

“Através dos jogos se processa a construção do conhecimento,


principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório. As crianças
ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem,
esforçam-se para superar obstáculos tantos cognitivos como emocionais”
(TEIXEIRA, 2014 p.22).

Por meio dos jogos o processo de ensino-aprendizagem dá um grande salto


para a modificação na forma de ensinar, na qual trata-se de uma dinâmica. Propiciar
essa prática em sala de aula acarreta ao professor a tarefa de começar a observar
os indicadores de mudanças no comportamento do desenvolvimento cognitivo e nos
processos de socialização dos alunos.
O jogo deve ser entendido como uma ferramenta de fácil acesso e
totalmente gratuita para que seja utilizada com a finalidade educativa, no qual
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estabeleça uma relação entre os conteúdos específicos e a seleção das atividades,


levando em consideração que a participação do aluno é necessária, pois assim
oportuniza a modificação ou construção de novos saberes. Com a diversidade
presente em sala de aula, onde encontram-se alunos com expectativas,
necessidades e interesses diferentes, os jogos surgem como forma de interação,
facilitando o processo de ensino-aprendizagem.

6.4. RECICLAGEM NAS ATIVIDADES LÚDICAS EM SALA DE AULA.

Reciclar é reaproveitar materiais orgânicos e inorgânicos, poderão ser


utilizados novamente, como por exemplo: plásticos, vidros, papéis e metais.
“A reciclagem é um processo industrial que
converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto
semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia,
poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é
jogado fora.” (GUERRA, 2012. p 22)

Por meio do lúdico pode-se aprender a cuidar do meio ambiente de forma


consciente. Esse aprendizado incentiva as tomadas de decisões, propiciando o
aprendizado de valores éticos e atitudes de cuidado com o meio ambiente. Desta
forma compreende-se que por meio da brincadeira as crianças constroem seu
próprio mundo e através dessas, tem sua criatividade estimulada e desenvolvem
habilidades como: relacionar e diferenciar o concreto do imaginário, portanto os
brinquedos feitos desses materiais que seriam descartados, são nas mãos do
professor, ferramentas importantes para a construção do conhecimento.
Diante dos problemas ambientais que impactam a sociedade moderna, é
possível que o professor leve para dentro da sala de aula metodologias que ajudem
os alunos a criarem e transformar suas ações com materiais recicláveis,
considerando assim como possíveis soluções para mudança de atitudes como
cidadãos ativos e participativos.
Todo brinquedo confeccionado com material reciclável tende a despertar nas
crianças novos interesses e possibilidades, estimular o espírito inquisitivo e crítico
das crianças, sendo este despertar o ponto de partida para novas formas de
enxergar o mundo.
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7 METODOLOGIA

Baseado nos estudos sobre a importância do lúdico, por meio do uso dos
recursos recicláveis voltados para o ensino, pretende-se envolver os alunos num
projeto interativo e significativo. Com o intuito de contribuir com ações pedagógicas
voltadas ao Ensino Fundamental tendo como foco as séries iniciais.
Compreendendo-se a importância do lúdico, no desenvolvimento das
crianças, atrelando-se as demais áreas do conhecimento, com relevância maior nas
disciplinas de artes, ciências e os temas transversais meio ambiente e ética.
Será formada uma equipe de professores onde esses ficaram responsáveis
por auxiliar os alunos durante todo o processo.
A proposta de ensino será voltada a alunos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino
Fundamental e dividida em três etapas, tendo a duração de três meses.
Etapa 1-Sondagem
1.1. Pesquisa no campo escolar e na comunidade ao redor, para coletar
informações sobre coleta seletiva, se há empresas ou cooperativas de reciclagem no
local, se a escola já tem projetos voltados a preservação do meio ambiente.
1.2. Roda de conversa com os alunos e o professor de sala.
1.2.1. Num primeiro momento a fim de identificar as dificuldades do
professor com a adaptação do aluno ao novo ritmo de ensino, as dificuldades do
aluno em se adaptar ao ensino fundamental e se já vem sendo feito um trabalho
lúdico com esses alunos.
1.2.2. Num segundo momento realizar atividade diagnostica para identificar
o perfil dos alunos.

Etapa 2- Apresentação, coleta de materiais e confecção dos brinquedos e


jogos.
2.1. Apresentar aos professores a atividade, e apresentar a forma de
trabalho. Buscando a colaboração dos mesmos.
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2.1.2. Apresentação e explicação da atividade aos alunos.


2.2. Pedir aos alunos que leve materiais recicláveis como: garrafas pets,
jornais, revistas, canudos e etc.
2.3. Confecção dos brinquedos e jogos.
2.3.3. Com tampas de garrafa pet ou de garrafas de vidro, os alunos farão
um jogo de damas ou resta 1
2.3.3 com garrafa pet farão carros, porta trecos, e o que mais a criatividade
lhes permitirem. Sempre com o auxílio da equipe pedagógica.

Etapa 3- Culminância
Esta etapa consiste em uma exposição do trabalho realizado pelas crianças,
no qual a escola convidará a toda comunidade escolar para prestigiá-las. Neste dia
também serão feitas oficinas para a comunidade além de brincadeiras e jogos.
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8 CRONOGRAMA

Ago. Set. Out.

ETAPA 1

ETAPA 2

ETAPA 3
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9 RECURSOS
Recursos Humanos:
 Professores, alunos, coordenadores, gestão, funcionários, comunidade ao
redor da escola.

Recursos Materiais:

 Papelão
 Jornais
 Revistas
 Cola
 Garrafa pet
 Tampas de garrafas variadas
 Tesoura
 Cola
 Papel A4
 Tintas para pinturas
 TNT
 Tecidos
 E.v.a
 Sucata
 Barbante
 Fio de nylon
 Cola quente
 Papel cartão
 Régua
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10 AVALIAÇÃO

A avaliação será formativa, a fim de observar durante todo o processo o


desenvolvimento do aluno. Pois entende-se que não há sentido buscar perfeição
nos trabalhos manuais feitos pelas crianças e nem tão pouco exigir
entendimentos divergentes de sua faixa etária. Assim, o processo avaliativo se
dará de forma continua buscando o alcance dos objetivos propostos e visando o
aprendizado dos alunos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as atividades lúdicas propostas, visou-se ressaltar a importância do


lúdico nas series iniciais do ensino fundamental. As crianças nessa fase, ainda
acostumadas a metodologia da educação infantil, sentem muita dificuldade
nesta transição. Com isso a necessidade de um trabalho lúdico continuo. Visto
que, segundo o que foi exposto, o lúdico se faz presente e necessário até a fase
adulta, ajudando inclusive na superação de conflitos.
O brincar é importante, não porque é coisa de criança, mas porque é a
melhor forma de aproximar o mundo da fantasia do mundo real, que mesmo com
toda sua complexidade, se torna simples pelo olhar de uma criança. É fato que
brincando, jogando ou cantando a criança aprende valores e aprende também a
lidar com seus próprios sentimentos e frustrações.
Ao se trabalhar as atividades lúdicas, procurou-se atrelar a uma temática
atual e significativa para o desenvolvimento do aluno. E assim o meio ambiente
e a questão da reciclagem são temáticas que propiciam respeito, ética e
preservação do meio. Observou-se que o lúdico como instrumento de mediação
do ensino e aprendizagem, vai muito além do simples brincar e proporciona a
alunos e professores momentos de descontração e aprendizado mútuo.
Contudo, a escola de uma vez por todas deve perceber que a criança, o
brinquedo, os jogos, a música e as brincadeiras se completam e tudo isso não
pode ser desvinculado de propostas pedagógicas para a Educação Infantil.
A escola é um lugar de aprendizado, encontro e de troca a onde a criança
compartilha o conhecimento e socializa, criam convivência que são levadas para
vida adulta, e as atividades lúdicas são muitos importantes para que se estreite
esse laço de interação.
As atividades lúdicas, se faz necessário para o desenvolvimento
educacional e social das crianças.
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REFERÊNCIAS

ALVES, Eva Maria Siqueira - A ludicidade e o ensino de matemática: Uma


prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001. Disponível em:
https://pt.scribd.com/doc/261948727/a-Ludicidade-e-o-Ensino-de-Matematica-Uma-
Pratica-Possivel. Acessado em: 16. Set.2020.

OLIVEIRA, Maria Miguel de. A inclusão do aluno com deficiência intelectual no


ensino regular. Revista Ciências da Educação. Maceió, ano I, vol 02. 2013.

PINTO, Marly Rondan. Formação e Aprendizagem no Espaço Lúdico. 2ª ed. São


Paulo: Editora Arte e Ciência, 2003.

SANTOS, Santa Marli Pires dos, O lúdico na formação do educador. 4ª ed.


Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.

TEIXEIRA Sirlândia Reis de Oliveira. Jogos, brinquedos, brincadeiras e


brinquedoteca: implicações no processo de aprendizagem e desenvolvimento,
3 ed. – Rio de Janeiro : Editora Wak , 2014.

AGUIAR, João Serapião. Jogos para o ensino do Conceito: leitura e escrita na


pré-escola. Papirus, 1999. Disponível em www.books.google.com acesso em
12/09/2012.

ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São
Paulo, SP: Loyola, 2003.

SAVIAN, Flavia Bianchin. CORTE, Marilene Gabriel Dalla. A formação do


pedagogo e os saberes para a docência na educação infantil. Disponível:
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