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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

WALDENICE CORRÊA DA ROCHA CONCEIÇÃO

LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO FACILITADORA NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

ORIXIMINÁ-PA
2018
LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO FACILITADORA NO PROCESSO
DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Projeto de Ensino apresentado à Universidade


Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito
parcial para a obtenção do título de Pedagogo.

Orientador: Profª. Natália Gomes dos Santos

ORIXIMINÁ- PA
2018
CONCEIÇÃO, Waldenice Corrêa Rocha. Ludicidade na Educação Infantil Como
Facilitadora no Processo de Ensino-Aprendizagem. 2018. 29 folhas. Projeto de
Ensino (Graduação Licenciatura Plena em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas
e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Oriximiná-Pará, 2018

RESUMO

Os estudos em educação têm mostrado que o lúdico é uma ferramenta


pedagógica que os docentes podem utilizar em sala de aula como recurso
facilitador da aprendizagem, visto que por meio da ludicidade as crianças podem
aprender de forma mais concreta e significativa. Com base nesta premissa, o
presente projeto de ensino que tem como tema Ludicidade na educação Infantil
Como Facilitadora no Processo de Ensino-Aprendizagem, tem por objetivo
identificar o lúdico como Instrumento Facilitador no Processo de Ensino-
Aprendizagem na Educação Infantil, sendo que o mesmo é um elemento de extrema
importância para o aprendizado da criança. O estudo do tema abordado é
justificado por ser ele a base da formação da educação infantil, foi averiguado para
a problematização do assunto, de que maneira pode-se inserir a ludicidade como
prática educativa pedagógica no processo ensino-aprendizagem da criança. Para
embasamento teórico os estudos de autores como Kishimoto (2005), Piaget
(1967), Vygotsky (1991), entre outros que discutem acerca da ludicidade no
processo de ensino-aprendizagem, e contribuem para o projeto. D e s s a
f o r m a c o n c l u i - s e q u e o lúdico é importante para o processo ensino-
aprendizagem das crianças. No entanto, é necessário que as práticas
pedagógicas sejam bem mais planejadas para que, de fato, este recurso didático
venha favorecer o aprendizado de maneira prazerosa e significativa.

Palavras-chave: Ludicidade. Aprendizagem. Educação Infantil.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............
………....................................................................................4

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....…………............................................................….6

2.1 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO FACILITADOR DE


APRENDIZAGEM……….…………………………………………………………………...6

2.2 A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA……………………………………………………………………………………11

2.3 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO


INFANTIL…………………………………………………………………………………....14

2.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE VAI TRABALHAR DE FORMA


LÚDICA……………….……………………………………………………………………..17

3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO..............…..20

3.1TEMA E LINHA DE PESQUISA


……………………………………………………...20

3.2 JUSTIFICATIVA.....................................................
…………................................21

3.3 PROBLEMATIZAÇÃO..................................................………….........................21

3.4 OBJETIVOS.......................................................................…………....................22

3.5 CONTEÚDOS.....................................................…………...................................22

3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO........................………...........................22

3.7TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO............................………...........25

3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS......…...........................


………...............25

3.9 AVALIAÇÃO........................…………..................................................................26

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............…...…………..................................................27

5 REFERÊNCIAS...................................................
…………......................................28
4

1 INTRODUÇÃO

O projeto de ensino tem como título Ludicidade na educação Infantil como


facilitadora no processo Ensino-Aprendizagem, com a linha da docência na
educação infantil, a escolha dessa temática justifica-se pela necessidade identificada
de se trabalhar o lúdico na educação infantil, com crianças na faixa etária de 4 a 5
anos, que deve estar sempre presente no cotidiano escolar, e assim contribuir com
as concepções psicológicas e pedagógicas do desenvolvimento infantil. Dessa forma
as atividades lúdicas ajudam a vivenciar fatos e favorecer aspectos da cognição.
A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço na educação infantil e o
problema que norteou a pesquisa desse projeto foi: de que maneira a prática
educativa lúdica pode atuar como ferramenta facilitadora no processo de ensino-
aprendizagem?
As atividades lúdicas são de suma importância para o processo de ensino-
aprendizagem das crianças na Educação Infantil, podendo assim contribuir no
desenvolvimento físico, mental e social da criança, pois desde cedo esta tem
necessidade de brincar, correr e jogar. No entanto, há uma preocupação de como
ensinar nesse nível de ensino por meio do lúdico, dadas às dificuldades que muitos
docentes têm para inseri-lo em seus projetos educativos.
Existem várias formas em que a atividade lúdica pode contribuir para a
aprendizagem na Educação Infantil, pois nota-se a sensação de prazer que envolve
as crianças em suas atividades lúdicas, que por sua vez, desenvolvem maior
interação com professores e colegas. A brincadeira e os jogos não são apenas um
passatempo, são também formas de despertar na criança autoconfiança,
desenvolvimento psicomotor, afetividade e são as principais formas de socialização,
pois, através do brincar, a criança aprende regras e limites no qual usará
respeitosamente no dia a dia com os colegas.
O objetivo geral desse projeto é identificar o lúdico como instrumento
facilitador no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil. Propõe-se
ainda, analisar a contribuição do brincar para o desenvolvimento da criança,
verificando o jogo, brinquedo, e brincadeira na educação infantil, através da
averiguação da formação do professor que vai trabalhar de forma lúdica, mostrando
assim a importância de se trabalhar o lúdico na educação infantil.
5

Serão abordados no projeto conteúdos que visam ressaltar a ludicidade na


educação infantil no processo de ensino aprendizagem, mostrando que as
atividades lúdicas promovem o crescimento do nível de aprendizagem dos alunos.
Para o desenvolvimento do projeto utilizaremos atividades lúdicas, com
crianças na faixa etária de 4 a 5 anos, com o intuito de enriquecer os conteúdos e
torna-los ainda mais agradáveis e prazerosos tanto para os alunos quanto para os
professores. Serão utilizados espaços diversificados como: sala de aula, biblioteca,
pátio e demais espaço da instituição de ensino com o objetivo de diversificar e ao
mesmo tempo integrar os conteúdos programáticos no processo lúdico estimulando
assim os novos saberes.
Para nortear o trabalho do professor em desenvolver essa prática da
ludicidade na educação infantil, averiguamos a formação do professor que vai
trabalhar de forma lúdica, visando a sua formação, preparação, e conhecimento
sobre os fundamentos da mesma, e vontade de estar em plena aprendizagem
continua e renovação, pois trazer atividades que interessem aos alunos demanda
pesquisa, estudo, observação das crianças com as quais se trabalha entre outros.
Diante do resultado obtido da pesquisa desse projeto, podemos verificar que
a ludicidade na educação infantil pode acrescentar muito como instrumento
facilitador no processo de ensino-aprendizagem da criança, através das atividades
lúdicas como: jogos, brinquedos, e brincadeiras, são meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual da criança podendo estimular a
curiosidade, autoconfiança e autonomia, além de instigar a linguagem, a
concentração e atenção. Portanto é fundamental que os pais, familiares, educadores
e a sociedade de forma geral tenham o conhecimento de que as crianças aprendem
baseadas em suas referências, ou seja, as pessoas que fazem parte do convívio da
criança devem agir de acordo com os ensinamentos repassados e cobrados para
com ela. A avaliação desse projeto será formativa, diagnóstica, visando sempre o
aspecto qualitativo sobrepondo o quantitativo.
Por fim pretendemos através de um trabalho que se ampara em pesquisas
bibliográficas, identificar e analisar que as brincadeiras lúdicas nas escolas ainda
não ocupam um lugar de destaque, mas é um importante instrumento facilitador de
aprendizagem na educação infantil, uma vez que renomados autores, entre eles
Vygotsky (1991), Kishimoto (2005) e Piaget (1967), comprovam que a ludicidade é
uma estratégia positiva para a aprendizagem infantil, pois enquanto a criança se
6

desenvolve e se socializa, descobre, assim, seu papel na sociedade.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Lúdico na Educação Infantil como Facilitador de Aprendizagem

O lúdico na educação infantil é um dos instrumentos que dá força à um


aprendizado de qualidade para a criança, a partir de várias técnicas que promove
o desenvolvimento das habilidades.
A Educação infantil e o lúdico se completam, pois o brincar está diretamente
ligado à criança, a recreação, é parte integrante da rotina diária e ficar fora deste
momento é impossível para os pequenos, porque “além de muitas importâncias o
brincar desenvolve os músculos, a mente, a sociabilidade, a coordenação motora e
além de tudo deixa qualquer criança feliz” (MALUF, 2003, p.19).
Na infância que surge a vontade do ato de brincar. A brincadeira, o
brinquedo, a música e os jogos traz uma nova realidade do mundo infantil,
desenvolvendo inúmeras habilidades. Assim no novo mundo a criança poderá
associar, criar, imaginar, recriar e descobrir. O professor deverá ser capacitado
para trabalhar o lúdico na sala de aula e disponibilizar tempo e espaços para
desenvolver jogos e brincadeiras dentro e fora da escola.
Segundo Vygotsky (1998) a brincadeira não é uma forma predominante de
atividade, mas na infância ela passa a ser a linha principal de desenvolvimento. As
brincadeiras também oportunizam à criança a vivenciar o lúdico e descobrir a si
mesma, tornando-se capaz de desenvolver suas potencialidades.
É através das atividades lúdicas que a criança reproduz situações vividas no
seu dia a dia, pela imaginação ou faz de conta. Estas representações surgem por
meio da combinação de experiências passadas, mas com novas possibilidades de
interpretação.
Segundo Rousseau (1968, p, 109) “as crianças têm maneira de ver, sentir e
pensar que lhe são próprias e só aprendem através da conquista ativa, ou seja,
quando elas participam de um processo que corresponde à sua alegria natural”.
Vygotsky (1998) atribui importante papel do ato de brincar na constituição do
pensamento infantil. Segundo ele, através da brincadeira o educando reproduz o
discurso externo e o internaliza, construindo seu pensamento. Para Vygostsky apud
7

Queiros (2002, p.6).), “A brincadeira e a aprendizagem não podem ser consideradas


como ações com objetivos distintos”. O jogo e a brincadeira são por si só, uma
situação de aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem a criança
comportamento além dos habituais. Nos jogos e brincadeiras a criança age como se
fosse maior que a realidade, é isto inegavelmente contribui de forma intensa e
especial para o seu desenvolvimento.
Conforme Macedo, Petty e Passos (2005, p. 13):

O brincar é fundamental para o nosso desenvolvimento. É a


principal atividade das crianças quando não estão dedicadas às
suas necessidades de sobrevivência (repouso, alimentação,
etc.). Todas as crianças brincam se não estão cansadas,
doentes ou impedidas. Brincar é envolvente, interessante e
informativo. Envolvente porque coloca a criança em um
contexto de interação em que suas atividades físicas e
fantasiosas, bem como os objetos que servem de projeção ou
suporte delas, fazem parte de um mesmo contínuo topológico.
Interessante porque canaliza, orienta, organiza as energias da
criança, dando-lhes forma de atividade ou ocupação.
Informativo porque, nesse contexto, ela pode aprender sobre
as características dos objetos, os conteúdos pensados ou
imaginados.

Estes e outros autores destacados relatam à importância do lúdico associado


à aprendizagem. Desta forma, entendemos que a verdadeira aprendizagem não se
faz apenas copiando do quadro ou prestando atenção ao professor, mas sim no
brincar, muitas vezes, acrescenta ao currículo escolar uma maior vivacidade de
situações que ampliam as possibilidades de a criança aprender e construir o
conhecimento. O brincar permite que o aluno tenha mais liberdade de pensar e de
criar para desenvolver-se plenamente.
Na concepção de Barreto (2007), ”o brincar favorece transformações internas
e é uma forma de expressar seus desejos”. Nesta mesma perspectiva Maurício
(2008) “menciona que a ludicidade reflete a expressão mais genuína do ser; é o
espaço de todo ser para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as
pessoas e objetos”.
Através das atividades lúdicas, o indivíduo forma conceitos, seleciona ideias,
estabelece relações lógicas, integra percepções e se socializa. A ligação das
8

atividades lúdicas com a aprendizagem dispõe o estabelecimento de relações


cognitivas, simbólicas e produções culturais. As tarefas lúdicas demandam um
interesse intrínseco do indivíduo, pois este guarda sua energia para cumprir com os
objetivos propostos, produzindo um sentimento eufórico e de entusiasmo.
A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida,
nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades. Conceber o
lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é
uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação lúdica é uma ação inerente
na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a
algum conhecimento.
Os conteúdos ministrados de forma lúdica e através de brincadeiras, as
crianças aprendem mais facilmente, pois elas associam o prazer da brincadeira com
a atividade e os conteúdos que o professor propõe o que vem ao encontro dos
estudos de Vygotsky (1991) quando ele afirma que as brincadeiras influenciam muito
no desenvolvimento da criança.
Cabe salientar que é através do lúdico que a criança aprende a agir, pois a
curiosidade é estimulada, adquire-se maior autoconfiança e autoestima, melhora
significativamente. O papel do professor é de fundamental importância para a
difusão e aplicação de recursos lúdicos. Cury (2003) coloca a afetividade como fator
primeiro a ser conquistado. Se as escolas estão vivendo um verdadeiro caos,
atribua-se a isso a falta de amor, sensibilidade e empatia. Não basta deter-se,
somente, em métodos de ensino respeitáveis, é preciso ir muito, além disso.
Segundo Santos (2001, p.15), “A educação pela via da ludicidade propõe-se a
uma nova postura existencial, cujo paradigma é um novo sistema de aprender
brincando inspirado numa concepção de educação para além da instrução".
O professor ao se conscientizar das vantagens do lúdico, adequará a
determinadas situações de ensino, utilizando-as de acordo com suas necessidades.
O lúdico é importante na educação infantil pois é através dele que a criança
vem a desenvolver habilidades para a aprendizagem se efetivar.
A educação lúdica sempre esteve presente em todas as épocas entre os
povos e estudiosos, sendo de grande importância no desenvolvimento do ser
humano na educação infantil e na sociedade.
Os jogos e brinquedos sempre estiveram presentes no ser humano desde a
antiguidade, mas nos dias de hoje a visão sobre o lúdico é diferente. Implicam-se o
9

seu uso e em diferentes estratégias em torno da pratica no cotidiano.


Para que o lúdico contribua na construção do conhecimento faz-se necessário
que o educador direcione toda a atividade e estabeleça os objetivos fazendo com
que a brincadeira tenha um caráter pedagógico e não uma mera brincadeira,
promovendo, assim, interação social e o desenvolvimento de habilidades
intelectivas.
A infância é a idade das brincadeiras. Acreditamos que por meio delas a
criança satisfaz, em grande parte seus interesses, necessidades e desejos
particulares, pois expressa a maneira como a criança reflete, ordena, desorganiza,
destrói e reconstrói o mundo. Destacamos o lúdico como uma das maneiras mais
eficazes de envolver o aluno nas atividades, pois a brincadeira é algo inerente na
criança, é sua forma de trabalhar, refletir e descobrir o mundo que a cerca.
É muito importante aprender com alegria, com vontade. Comenta Sneyders
(1996, p.36) que “Educar é ir em direção à alegria”. As técnicas lúdicas fazem com
que a criança aprenda com prazer, alegria e entretenimento, sendo relevante
ressaltar que a educação lúdica está distante da concepção ingênua de
passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial.
Almeida,1995, p.11 reforça que: “[...] A educação lúdica é uma ação inerente
na criança e aparece sempre como uma forma transacional em direção a algum
conhecimento que se redefine na elaboração constante do pensamento individual
em permutações constantes com o pensamento coletivo. [...]”. Portanto, é de
primordial importância a utilização das brincadeiras e dos jogos no processo
pedagógico pois os conteúdos podem ser ensinados por intermédio de atividades
lúdicas.
O brincar permite ainda, aprender a lidar com as emoções. Pelo brincar a
criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua
individualidade, sua marca pessoal e sua personalidade. Mais é, Piaget (1975) que
nos esclarece o brincar implica uma dimensão evolutiva com as crianças de
diferentes idades, apresentando características especificas, e formas diferenciadas
de brincar, utilizando de atividades para criarem um ambiente alfabetizador para
favorecer o processo de autonomia da criança.
Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do
pensamento infantil. É brincando e jogando que a criança revela seu estado
cognitivo, visual, auditivo, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação
10

cognitiva com o mundo de pessoas, coisas e símbolos.


A criança, por meio da brincadeira reproduz um discurso externo e o
internaliza construindo seu próprio pensamento. A linguagem, segundo Vygotsky
(1984), tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança a medida
que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos
em andamento.
A brincadeira cria para as crianças uma “Zona de desenvolvimento proximal”
que não é uma coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento
determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema e o nível
atual de desenvolvimento potência, determinado através da resolução de um
problema sobre a orientação de um adulto ou com a colaboração de um
companheiro mais capaz. (VYGOTSKY, 1984, p.97)
Por meio das atividades lúdicas as crianças reproduzem muitas situações
vividas em seu cotidiano, as quais pela imaginação e pelo faz- de - conta, são
reelaboradas. Esta representação do cotidiano se dá por meio da combinação entre
experiências passadas e novas possiblidades de interpretações e reproduções do
real, de acordo com suas afeições, necessidades e desejos. Essas ações são
fundamentais para a atividade criadora do homem.
Segundo, Vygotsky (1984), o desenvolvimento não é linear, estático mais sim
evolutivo, é nesse projeto que se desenvolve a imaginação.
Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço
para pensar, sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento,
habilidades, criatividades, conhecimentos, estabelece contatos sociais, compreende
o meio, satisfaz desejos. As interações que o brincar e o jogo oportunizam
favorecem a superação do egocentrismo desenvolvendo a solidariedade, a empatia
e introduzimos jogos e brinquedos novos sentidos para a posse e o consumo.
Segundo Vygotsky (1988, p,168) brincar propicia o desenvolvimento de
aspectos específicos de personalidade, a saber:
Afetividade: Tanto bonecas, ursinhos, como brinquedos que favoreçam a
dramatização de situação de vida adulta, problemas afetivos da criança;
 Motricidade: A motricidade fina e ampla se desenvolve através
de brinquedos como brincadeiras, bolas, chocalhos, jogos de
encaixe e de empilhar;
 Inteligência: O raciocínio logico abstrato evolui através de
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jogos tipo quebra cabeça, construção, estratégias;


 Sociabilidade: A criança aprende a situar-se entre as outras a
se comunicar e a interagir através de todo tipo de brinquedo;
 Criatividade: jogos de montar, disfarces, instrumentos
musicais; desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração.
“Hoje a imagem da infância é enriquecida também como auxilio de
concepções psicológicas e pedagógicas que reconhecem o papel do brinquedo e
brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil...”
(KISHIMOTO, 1999, p.21). Portanto, o brincar é a atividade principal do dia-a-dia. É
importante porque dá a criança o poder de tomar decisões, expressar sentimentos e
valores, conhecer a si mesmo, os outros e o mundo, repetir ações prazerosas,
partilhar brincadeiras com o outro, expressar sua individualidade e identidade
explorar o mundo dos objetos, das pessoas, natureza respeitando a cultura de cada
um, usar o corpo, os sentidos, os movimentos, as várias linguagens para
experimentar situações que lhe chamam atenção, solucionar problemas e criar. Mas
é no plano da imaginação que o brincar se destaca pela mobilização dos
significados. Enfim sua importância se relaciona com a cultura da infância que
coloca a brincadeira como a ferramenta para a criança se expressar, desenvolver e
crescer.

2.2 A CONTRIBUIÇÃO DO BRINCAR PARA O DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA

O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois


facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade.
A brincadeira é de suma importância para o desenvolvimento infantil na
medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. As
brincadeiras proporcionarão várias experiências, possibilitando a conquista e a
formação da sua identidade.
Piaget (1967, p. 49).) Ressalta que:
Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende
e confere habilidades, é brincando que os infantes desvendam
o mundo, se comunicam e se inserem em um contexto social.
Brincar é um direito da criança, além de ser de suma
importância para seu desenvolvimento
12

Como podemos perceber, os brinquedos e as brincadeiras são fontes


inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. É brincado que a criança aprende
respeitar regras, a ampliar seu relacionamento social, respeitar a se mesma e ao
outro.
O principal indicador da brincadeira, entre crianças, é o papel que
assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças
agem frente à realidade de maneira não lateral, transferindo e substituindo suas
ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se
de objetos substitutos.
Brincando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades
indispensáveis a sua formação adulta, tais como afetividade, atenção, o hábito de
concentrar-se, dentre outras habilidades. Enfim, desenvolve o indivíduo como um
todo, assim, a educação infantil deve considerar as brincadeiras como parceiras no
desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
Para Vygotsky (1991) “o ensino sistemático não é o único fator responsável
por alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal”. Ele considera o
brinquedo, importante fonte de promoção do desenvolvimento, pela qual podemos
reconhecer o valor do brincar nas atividades educativas da criança, pois o
brinquedo, apesar de não ser o aspecto predominante da infância, exerce enorme
influência no desenvolvimento infantil.
No pensamento de Vygotsky (1991), o desenvolvimento e a aprendizagem
estão inter-relacionados, desde o nascimento da criança. Ainda muito pequena,
através das interações com o meio físico e social, a criança realiza uma série de
aprendizados. Então, as experiências, realizadas por meio das brincadeiras,
contribuem de forma elementar para a aquisição de conhecimentos que alicerçam os
saberes sistemáticos, ao entrar na escola.
No seu cotidiano, observando, experimentando, imitando e recebendo
instruções das pessoas mais experientes de sua cultura, aprende a fazer perguntas
e também obter respostas para uma série de questões. “Como membro de um grupo
sociocultural determinado, ela vivencia um conjunto de experiências e opera sobre
todo o material cultural (conceitos, valores, ideias, objetos concretos, concepção de
mundo, etc.) a que tem acesso”. (Vygotsky, 1991, p.76). Deste modo, muito antes de
entrar na escola, já construiu uma série de conhecimentos do mundo que a cerca.
13

Vygotsky (1991), ao explicar o papel da escola no processo de


desenvolvimento do indivíduo, faz uma importante distinção entre os conhecimentos
construídos na experiência pessoal, concreta e cotidiana da criança. Chama esse
processo de conceitos cotidianos ou espontâneos, cuja vivência social, afetiva e
cultural desenvolve estruturas na personalidade da criança, alargando seus saberes
na condição de ser humano. Na escola, a criança elabora saberes na sala de aula,
adquire meios de aprender, sistematicamente, os conceitos científicos. Para
aprender um conceito, é necessário que, além das informações recebidas do
exterior, ocorra uma intensa atividade mental por parte da criança. Portanto, um
conceito não é aprendido por meio de treinamento mecânico, nem tampouco pode
ser meramente transmitido pelo professor ao aluno. Necessita considerar signos e
palavras na constituição da linguagem da criança, quando essa internaliza a fala
socializada.
Não se pode falar de educação de crianças sem se falar do brincar, este é um
“processo” que atua de forma significativa no desenvolvimento da criança. No
entanto, o brincar não pode dissociar-se da escola, principalmente dos centros de
educação infantil, do contrário estaríamos negando a criança o seu direito de ser
quem é um indivíduo em desenvolvimento pleno que se constrói em meio à
ludicidade.
A escola que pretende estabelecer uma inter-relação entre o conhecimento e
o brincar, precisa também propor um currículo que estabeleça princípios lúdicos e
destaque a atividade do brincar nas propostas a serem desenvolvidas. Sendo assim
cabe a escola repensar a estrutura do currículo que direciona as atividades, de
modo que este seja construído e reconstruído sempre a partir daquilo que os alunos
apresentam como necessidade de saber, para que o currículo não caia em uma
prática de construção paralela a aquisição do saber na criança. Sendo assim o
professor em consonância com a instituição de ensino deve buscar respaldo nas leis
que regem a educação infantil, para que consiga traçar metas de ensino adequadas
às crianças, procurando pautar o trabalho educacional em um currículo coerente e
que atenda às necessidades das mesmas.
Em se tratando da relação entre escola e brincar o Referencial Curricular
Nacional para Educação Infantil (BRASIL, 1998, p.6) aponta “metas de qualidade
para que as crianças tenham um desenvolvimento integral de suas identidades,
capazes de crescerem como cidadãos cujos direitos à infância são reconhecidos”.
14

Visa também contribuir para que possa realizar, nas instituições, o objetivo
socializador, dessa etapa educacional, em ambientes que propiciem o acesso e a
ampliação pelas crianças, dos conhecimentos da realidade social e cultural.
Nesta perspectiva é necessário que o professor esteja sempre disposto a
elaborar propostas lúdicas, que incluam o brincar em todo processo do trabalho na
educação infantil, onde por meio deste, seja possível mediar à aprendizagem e o
desenvolvimento da criança, ajudando-a progredir na definição de sua identidade,
em meio ao ambiente social que a cerca e nas formas de comunicação e linguagem
a serem elaboradas por ela.
Brincar é algo muito sério quando nos referimos à educação infantil, no
entanto no que se trata de educação nas séries iniciais, o brincar muitas vezes é
caracterizado como algo “não sério”, ou atividade de momentos livres, se referindo
às práticas educativas. Kishimoto (2001, p.37) nos chama a atenção para o
preocupante fator de que “na pré-escola o brincar, provém de uma natureza livre,
deste modo parece incompatibilizar-se com a busca de resultados dos processos
educativos”. Porém o professor precisa atentar-se para o desenvolvimento do
brincar também enquanto instrumento mediador de conhecimento e não só como
“atividade de horas livres”. Torna-se necessário desse modo, fazer uma quebra com
o paradigma de que o brincar é algo que não exprime seriedade e organização, mas
torna-se relevante considerar que as atividades lúdicas podem acontecer em meio,
ou não ao planejamento do professor.
O professor de educação infantil precisa desenvolver certa sensibilidade,
frente à criança e seu processo de desenvolvimento, de modo que este consiga
romper com o comodismo e sua alienação frente ao processo educacional, pois tais
posturas prejudicam a ludicidade e acabam reduzindo a educação pré-escolar a
práticas maçantes de ensino, proporcionando às crianças, atividades que limitam e
reduzem sua capacidade de experimentação e exploração do mundo, sem que estas
possam estabelecer relações e desenvolver experiências. Porém tendo isso em
vista, é preciso que o professor assuma um papel de mediador e que consiga
auxiliar a criança valorizando o caráter lúdico da educação de modo que este possa
levar à criança a construção de um conhecimento significativo. Para Oliveira (2008,
p.89),
15

[….] Ao jogar e brincar, a criança relaciona-se com a realidade,


constroem conhecimentos, expressa suas necessidades e
resolve conflitos. É por meio de ações físicas e mentais que o
pensamento se desenvolve. Dessa forma, o brincar, juntamente
com outras formas de representação, deve ser objeto de
interesse de todos os envolvidos no processo educacional.

2.3 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O jogo, o brinquedo e as brincadeiras fazem parte do universo infantil,


através deles é possível à criança se desenvolver, conhecer e interagir com o
mundo ao seu redor. No ponto de vista de Kishimoto (2005, p. 21), diz que:

A brincadeira é a ação que a criança desempenha ao


concretizar a regra do jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-
se dizer que é o lúdico em ação. Desta forma, brinquedo e
brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se
confundem com o jogo.

Desde os primeiros anos de vida somos apresentados a esse mundo de


imaginação e interação, o que faz com que criamos e recriamos atitudes e
comportamentos vivenciados em nosso dia a dia. “Os jogos e as brincadeiras são
como um convite para a interação, eles são capazes de seduzir e introduzir bons
hábitos às crianças, podendo e devendo, assim, serem utilizados como ótimos
recursos pedagógicos”. (CAMPOS, 2009, p. 21). O brincar faz parte da infância de
qualquer criança, é frequentemente lembrada pelos adultos, compreendido como um
período de grande aprendizado, interação, descontração, imaginação e descoberta,
o que com certeza influência nas atitudes e comportamentos ao longo da vida.
“Brincar não significa perda de tempo como também não é uma forma de
preenchimento de tempo, mas uma maneira de se colocar a criança de frente com o
objeto, muito embora nem sempre a brincadeira envolva um objeto”. (Bueno, 2010,
p. 21).
A infância, o jogo, o brinquedo e as brincadeiras estão inteiramente ligados,
sendo que desde muito cedo somos orientados a brincar com jogos e objetos, seja
para aprendermos ou simplesmente para nos distrairmos, mas estas palavras fazem
parte e sentido do universo infantil. De acordo com Vygotsky (1989, p. 130):

[...] a brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento


16

proximal que não é a outra coisa senão a distância entre o nível atual
de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver
independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento
potencial, determinado através da solução de um problema, sob a
orientação de um adulto ou um companheiro mais capaz.

O brincar torna-se muito importante para o desenvolvimento e para a


interação da criança com o mundo ao seu redor, desde os primeiros meses de vida
somos estimulados a sorrir, falar, ouvir, gritar, imaginar coisas ou objetos ao nosso
redor, ou seja, interagir com as pessoas e com o meio. Desde os primeiros dias, os
pais, tios, tias, avós, entre outros, interagem com a criança, estimulando assim a
interação e a descoberta com o mundo exterior.
É através das brincadeiras que as crianças realizam suas primeiras escolhas
e aprofundam temas e assuntos vivenciados pelos adultos, os quais no decorrer do
tempo as mesmas necessitam compreender. De acordo com a autora Bueno (2010,
p. 21) “[...] o brinquedo possibilita o desenvolvimento total da criança, já que ela se
envolve afetivamente no seu convívio social. A brincadeira faz parte do mundo da
criança”. Ou seja, a brincadeira é peça fundamental para o desenvolvimento
intelectual da criança.
Todos nós nos recordamos de jogos, brinquedos e brincadeiras que fizeram
parte da nossa infância, eram nestes momentos que experimentávamos,
organizávamos, interagíamos e criávamos regras, tanto individuais quanto coletivas,
memórias que fazem parte das narrativas lembradas e repassadas para nossos
filhos, sobrinhos e afilhados.
O jogo, o brinquedo e as brincadeiras ao longo do tempo estão sendo
interpretados de forma diferente, passaram a ser compreendidos como “objetos” de
grande aprendizado e importância para as crianças, deixando de serem apenas um
passatempo e foram ganhando espaço nas escolas e nos processos pedagógicos,
além de chamarem a atenção de estudiosos e de empresários.
Os empresários passaram a investir na fabricação de brinquedos diferentes,
sofisticados e que atendam às necessidades e interesses das crianças, além de
propiciarem e cultivarem um comércio cada vez maior. Já os estudiosos
aprofundaram os estudos em relação à importância e a relação do jogo, do
brinquedo e das brincadeiras para as crianças de forma geral.
Atualmente existe uma grande variedade de jogos, brinquedos, brincadeiras e
17

matérias pedagógicos que podem ser usados pelos profissionais que atuam na
educação infantil e na educação como um todo. Alguns deles são mais usados pelos
profissionais de educação física, principalmente no que se refere a jogos e
brincadeiras que exigem maior locomoção, equilíbrio, agilidade e raciocínio.
Existem brincadeiras ligadas à música, utilizadas por crianças de todas as
idades e para as mais diversas funções, além de apresentações artísticas e
encenações.
Os brinquedos devem ser usados de acordo com a faixa etária da criança. Os
bebês podem interagir e serem estimulados através da música, da contagem de
histórias, entre outros, já as crianças a partir dos primeiros anos de vida, com o uso
de jogos coletivos e/ou individuais que os coloque em contato com os colegas ou
pessoas de forma geral e com as regras existentes do jogo ou da brincadeira,
adquirindo assim conhecimento e compreensão sobre as mesmas.
O brincar em alguns momentos pode ser confundido com um passatempo e
concluído como uma falta de seriedade pelos profissionais que deles usam para
interagir e passar conhecimento para seus alunos. Mas é necessário que os
profissionais da educação, segundo Bueno (2010, p. 21) “[...] tenham em mente que
é através das ações, do fazer, pensar e brincar, que o ser humano vai construir seu
conhecimento e desenvolver suas estruturas psíquicas para se relacionar com o
mundo concreto”.
É através do jogo, do brinquedo e das brincadeiras que a criança se
desenvolve, pois, é estimulada a ter curiosidade, autoconfiança e autonomia, além
de instigar a linguagem, a concentração e atenção. As crianças, durante os jogos
e/ou brincadeiras são expostas a pensar, refletir, analisar, experimentar, criar,
dominar a angústia e ansiedade, além de conhecer o próprio corpo.
Muitos professores e profissionais da área da educação relatam que as
crianças aprendem mais e de forma mais rápida quando envolve jogos ou
brincadeiras no processo educativo, sendo este um fator bastante relevante para a
atuação e planejamento das atividades educacionais e que devem ser aderidos pela
educação de forma geral. Mas é necessário que o professor esteja atento para as
competições nos jogos ou nas brincadeiras observando o comportamento dos
alunos para evitar o individualismo, neste momento é necessária uma intervenção
por parte do educador, demonstrando que todos têm condições de vencer e que os
jogos e as brincadeiras são coletivos e democráticos.
18

É fundamental que os pais, familiares, educadores e a sociedade de forma


geral tenham o conhecimento de que as crianças aprendem baseadas em suas
referências, ou seja, as pessoas que fazem parte do convívio da criança devem agir
de acordo com os ensinamentos repassados e cobrados para com ela.

2.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR QUE VAI TRABALHAR DE FORMA LÚDICA

O professor que está interessado em promover mudanças poderá encontrar


na proposta do lúdico uma importante metodologia, que pode até contribuir para
diminuir os altos índices de fracasso escolar e evasão verificados nas escolas, pois
a partir do momento que o aluno se envolve com o aprendizado as chances de ele
fracassar ou desistir da escola diminuem consideravelmente. No entanto, o sentido
verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido se o professor estiver preparado
para realizá-lo, tiver conhecimento sobre os fundamentos da mesma e vontade de
estar em contínuo aprendizado e renovação, pois trazer atividades que interessem
aos alunos demanda pesquisa, estudo, observação das crianças com as quais se
trabalha entre outros esforços por parte do educador. Pois não é só dar qualquer
jogo por ser educativo ou propor uma brincadeira, o professor precisa mediar este
processo e mesmo que não participe efetivamente, deve estar muito atento ao que
acontece para saber aonde
O papel do pedagogo e do professor é de fundamental importância para a
difusão e aplicação de recursos lúdicos. O professor ao se conscientizar das
vantagens do lúdico, adequará a determinadas situações de ensino, utilizando-as de
acordo com suas necessidades. O pedagogo, como pesquisador, estará em busca
de ações educativas eficazes para que o mesmo prazer que a criança tem ao sair
para o recreio, ao ir às aulas de Educação Física ou na hora da saída, esteja
presente na sala de aula. (NEVES, s/d)
Mas os professores, além disso tudo, devem estar atentos a mais uma
questão muito importante e que mexe com o papel do professor e por mais que se
tenha muitas discussões acerca da necessidade de mudança deste papel, de
desconstrução de certas crenças, ainda é muito forte. Segundo Fortuna (2001, p,
116)

Em uma sala de aula ludicamente inspirada, convive-se com a


aleatoriedade, com o imponderável; o professor renuncia à
19

centralização, à onisciência e ao controle onipotente e


reconhece a importância de que o aluno tenha uma postura
ativa nas situações de ensino, sendo sujeito de sua
aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são
constantemente estimuladas.

Portanto o professor deve também renunciar, modificar algumas posturas e


atitudes já incorporadas, o que se torna mais difícil, pois lidar com a mudança, com o
diferente é desafiador e nem todos estão abertos para isto.
É o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a
estruturar o campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele
que organiza sua base estrutural, por meio da oferta de determinados objetos,
fantasias, brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo
para brincar. Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir
uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada
uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim
como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que
dispõem (BRASIL, 1998, p. 28. v.3). Ressalta-se que, de acordo com o RCNEI
(BRASIL, 1998), é o professor quem deve administrar o tempo das atividades, não
podendo as crianças ficar sem um direcionamento, pois se não houver um
direcionamento das atividades, estas podem não contribuir para o desenvolvimento
dos participantes. O educador tem ampla responsabilidade em estar bem informado
sobre a pedagogia do brincar em sala de aula, desde que sejam oferecidas
atividades lúdicas de alta qualidade, pois ele é o responsável pelo avanço do
processo de ensino aprendizagem. Cabe a ele desenvolver novas práticas
educativas que permitam as crianças um maior aprendizado. “A participação em
jogos representa uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a criança e
um estímulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico”. (PCN, 1997.p.49).
Observa-se que quando as crianças participam de jogos e brincadeiras, elas
aprendem a conhecer e a dominar a realidade, cooperam entre si e amadurecem em
um ambiente de aceitação. O jogo permite o erro e a exploração de novas maneiras
de resolver problemas em um clima de cooperação e as aprendizagens surgem de
maneira natural. No livro A educação do homem (2001, p. 47), Froebel expõe, em
diversas passagens, seu entendimento acerca do papel dos jogos e brincadeiras no
desenvolvimento infantil: O brincar, o jogo o mais puro e espiritual produto dessa
20

fase de crescimento humano, constitui o mais alto grau de desenvolvimento do


menino durante esse período, porque é a manifestação espontânea do interno,
imediatamente provocada por uma necessidade do interior mesmo modelo. Segundo
Fortuna (2003), “é importante que o educador insira o brincar em um projeto
educativo, com objetivos e metodologia definidos, o que supõe ter consciência da
importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das
crianças”.
Ressalta-se que a aprendizagem é o mais frequente motivo pelo qual o jogo é
considerado importante para a educação, em que o brincar se torna realmente
significante com a ajuda dos seus educadores. Embora muitas vezes observa-se
que alguns professores usam os jogos em sala de aula, apenas como passatempo
deixando as crianças brincando sem nenhuma orientação, tornando a aula sem
nenhum objetivo para o ensino aprendizagem e muitas vezes a criança perde o
estímulo com o jogo e principalmente o aprendizado. “As crianças precisam não
apenas de tempo e espaço para brincar e praticar habilidades, elas precisam
também de pais que as ajudem a aprender essas habilidades” (MOYLES, 2006, p.
46). É importante não só a participação dos professores no processo de ensino
aprendizagem através do lúdico, mas os pais devem incentivar os filhos desde cedo
lhes trazendo brinquedos, brincadeiras e jogos adequados a faixa etária em que a
criança se encontra.
Por meio da brincadeira que as crianças passam a compreender e a utilizar
convenções e regras que serão empregadas no processo de ensino e aprendizagem
e tal compreensão favorece a integração delas num mundo social bastante
complexo, proporcionando ainda as primeiras aproximações com futuras
teorizações.
É importante considerar que a formação lúdica não é importante somente
para a criança, mas também para o educador, pois possibilita a ele conhecer-se
como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma
visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do
jovem e do adulto. (SANTOS, 1997; KISHIMOTO, 1999 apud ALMEIDA, s/d). “Mas,
se ainda é complicado a inserção da ludicidade em sala de aula para crianças, no
caso dos adultos, na formação dos professores torna-se uma realidade mais distante
ainda”.
É essencial que o educador tenha uma formação continuada, também com
21

relação aos aspectos metodológicos do lúdico, e perceba a importância que tem o


desenvolvimento de atividades lúdicas para as crianças, e que possa trabalhar cada
vez mais sua criatividade para levar melhores atividades e dinâmicas para a sala de
aula. Que possa através da troca de experiências com outros profissionais estar
sempre se renovando e inovando a sua prática fazendo com que seus educandos
possam ficar cada vez mais interessados e envolvidos com o processo de ensino-
aprendizagem, as primeiras aproximações com futuras teorizações.

3. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO

3.1 Tema e linha de pesquisa

O tema desse projeto é “Ludicidade na educação infantil como facilitadora no


processo de ensino-aprendizagem” que contempla a linha de pesquisa voltada à
docência. Esta temática foi escolhida por está intimamente ligada ao curso de
pedagogia e a todo processo educativo presente em todas as escolas de educação
infantil de nosso país.

3.2. Justificativa

A temática escolhida sobre Ludicidade se deve ao fato de se identificar a


necessidade de trabalhar de forma lúdica na educação infantil, pois a mesma
desenvolve na criança inúmeras habilidades como a atenção, memorização,
socialização, criatividade, imaginação, o senso crítico, ou seja, todos os aspectos
básicos para o processo de aprendizagem e formação do cidadão crítico e
consciente. Pois a ludicidade consiste na base de formação sócio educacional da
criança na educação infantil, e constitui recurso pedagógico eficaz que envolve os
estudantes nas atividades, permitindo que a criança desenvolva de forma plena.

3.3 Problematização

O interesse pela pesquisa sobre ludicidade na educação infantil surgiu a partir


22

do primeiro estágio curricular obrigatório no curso de pedagogia em uma creche


pública, com crianças na faixa etária de 4 a 5 anos, onde foi observado que alguns
educadores não se interessavam em trabalhar a ludicidade como prática educativa
pedagógica com as crianças, e sim apenas como mero passatempo, mas sabemos
que é notório perceber que a ludicidade pode contribuir muito na educação infantil e
influenciar diretamente no resultado da aprendizagem de cada criança. Vimos
durante o decorrer dessa pesquisa, diversos teóricos falando a respeito da
aprendizagem, Vygotsky por exemplo, afirma que a criança traz consigo uma
bagagem de conhecimentos adquiridos em sua experiência de vida, a esse
conhecimento o mesmo chama de conhecimento prévio. A partir deste
conhecimento prévio, o professor irá ensinar novas aprendizagens aos alunos.
Nesta perspectiva é necessário que o professor seja mediador desse conhecimento,
e esteja sempre disposto a elaborar propostas lúdicas, que incluam o brincar em
todo processo do trabalho na educação infantil, onde por meio deste, seja possível
mediar à aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Portanto, é extremamente
necessário que a prática educativa lúdica possa atuar como ferramenta pedagógica
facilitadora no processo de ensino-aprendizagem.

3.4 Objetivos

3.4.1 Objetivo Geral


-Identificar o lúdico como instrumento facilitador no processo de ensino-
aprendizagem na educação infantil.

3.4.2 Objetivos Específicos


-Analisar a contribuição do brincar para o desenvolvimento da criança.
-Verificar a contribuição do jogo, brinquedo, e brincadeira na educação infantil
-Averiguar a formação do professor que vai trabalhar de forma lúdica.

3.5 Conteúdos
23

O conteúdo do projeto se fundamenta em teóricos que se baseiam na


ludicidade na educação infantil como facilitadora no processo de ensino-
aprendizagem. Serão tratados tópicos como: o lúdico na educação infantil como
facilitador da aprendizagem, a contribuição do brincar para o desenvolvimento da
criança, jogos, brinquedos, e brincadeiras na educação infantil e a formação do
professor que vai trabalhar de forma lúdica.

3.6 Processo de desenvolvimento

O projeto será desenvolvido através de atividades lúdicas, com crianças da


faixa etária de 4 a 5 anos, com o intuito de enriquecer os conteúdos e torna-los
ainda mais agradáveis e prazerosos tanto para os alunos quanto para os
professores.
Será utilizado espaços diversificados como: sala de aula, biblioteca, pátio e
demais espaço da instituição de ensino com o objetivo de diversificar e ao mesmo
tempo integrar os conteúdos programáticos no processo lúdico estimulando assim
os novos saberes.
Abaixo lista-se algumas das atividades a serem realizadas com as crianças:

 CAIXINHA DE SENSAÇÕES: Visa trabalhar os sentidos através das


sensações que os objetos ali dentro colocados despertam nas crianças.
Material: Caixa de papelão (pode ser de tênis) decorada pelo professor ou
pelas próprias crianças. Objetos variados como tampinhas, lixas, pedaços de panos
ou algodão, botões dentre outros.
Execução: A caixa deverá ter um furo em cima na forma de círculo, onde as
crianças colocarão a mão e outra abertura onde o professor colocará os objetos um
por um, a fim de que as crianças com a mão possam identificar o material. Se não
tiver uma caixa o professor pode estar vendando a criança.
 CORRIDA DO SACI. Tem como objetivo trabalhar a coordenação motora, o
equilíbrio e velocidade.
Execução: O professor deve montar um ponto de partida e um de chegada.
As crianças deveram ficar posicionadas em fila, cada um segurará uma das pernas
flexionadas para trás na posição de saci. Quando for dado o sinal de largada, elas
devem sair pulando até alcançarem a linha de chegada.
24

 BOLA POR CIMA, BOLA POR BAIXO: Tem como objetivo trabalhar a
coordenação motora, concentração e a socialização.
Material: Bolas.
Execução: O professor deve colocar os alunos em duas colunas, em fila
indiana. Podendo dividir em equipes meninos versus meninas. Ao primeiro sinal que
pode ser dado com um apito, o primeiro aluno a chegar de cada fileira deve passar a
bola por cima da cabeça (com as duas mãos), até chegar ao último colega da fileira.
Quando este pegar a bola deverá correr até a frente da fileira e passar a bola por
cima da cabeça dando sequência a atividade.
 MORTO- VIVO: Tem como objetivo estimular a agilidade, o condicionamento
físico, a coordenação motora, atenção, concentração, expressão corporal.
Execução: Um dos participantes é escolhido como líder e ficará à frente do
grupo. É ele quem vai dar as instruções que devem ser obedecidas pelos outros
jogadores. Quando o líder disser “Morto”, todos ficarão agachados. Quando o líder
disser “Vivo”, todos darão um pulinho e ficarão de pé. Quando não cumprir as
ordens é eliminado, até sobrar um só participante, que será o vencedor e o próximo
líder. O grau de dificuldade da brincadeira varia conforme a velocidade em que os
comandados são dados, lembrando que as sequências das ordens pode variar, por
exemplo: “Vivo! Vivo! Vivo! Morto! Morto! Vivo! Isso irá confundir os jogadores e
exigirá ainda mais atenção dos participantes.
 SAPOS EM FILA: Tem como objetivo trabalhar em grupo, a atenção.
Material: Giz e apito.
Execução: Trace duas linhas paralelas e distantes. Atrás de uma delas os
participantes são divididos em dois grupos iguais. (pode ser grupos com o números
iguais de participantes). Em fila, os alunos seguram firmes na cintura de quem está
na frente. Dado o sinal, os participantes avançam pulando com os dois pés ao
mesmo tempo. Se a fila romper, o grupo volta a linha de largada. Vence a turma que
alcançar a linha de chegada primeiro.
 AMARELINHA: Tem como objetivo trabalhar o equilíbrio, a agilidade, e a
mira. Material: Giz e um marcador para cada participante.
Execução: Desenhe o diagrama com o giz sobre a quadra de esporte da
escola. O traçado tradicional é um retângulo grande dividido em dez retângulos
menores – as “casinhas”- numerados de 1 a 10. Na parte superior do diagrama faça
uma meia- lua e escreva a palavra “Céu”. Para jogar, fique atrás da linha do traçado-
25

do lado oposto a palavra “Céu”- e entre o marcador da casinha que não pode ser
pisado, começando pelo número 1. Atravesse o resto com pulos alternados nos dois
pés e um pé só. Ao chegar no “Céu”, faça o caminho de volta do circuito, pegue o
marcador- sem pular na casa onde ele está – e volte para trás do traçado. Depois
jogue o marcador na próxima casinha e assim sucessivamente. Se errar, ser. vez do
próximo jogador. Vence quem completar todo diagrama primeiro.
 PASSA ANEL. O objetivo é estimular a interação em grupo, a imaginação,
criatividade, atenção.
Material: Um anel.
Execução: Antes da brincadeira começar, um participante é escolhido para
passar o anel. O restante do grupo forma uma fila e todos ficam com as mãos unidas
e entreaberta, como uma concha fechada. O participante também posiciona as mãos
em formato de conchas, mas com o anel dentro. Ele deve passar as mãos dele por
dentro das mãos de cada participante. Em um determinado momento ele escolhe um
dos jogadores e deixa cair o anel nas mãos dele sem que o resto do grupo perceba.
Depois ele deve passar pelo menos mais uma vez pela fila inteira novamente, para
que ninguém desconfie onde está o anel. Depois disso ele escolherá outro
participante que não esteja com o objeto e este deve adivinhar onde o anel está. Se
acertar será a vez de dele passar o anel. Se errar é eliminado do jogo. A brincadeira
pode ficar mais interessante se o passador O jogador escolhido terá que adivinhar
tiver mais de um objeto na mão. Pode ser um anel, uma bola de gude e uma moeda,
por exemplo. Neste caso é preciso escolher antes quem deverá tentar adivinhar.
Cada objeto é passado de uma vez. O jogador escolhido terá então que adivinhar
qual o objeto está na mão de quem.

3.7 Tempo para a realização do projeto

Este projeto será desenvolvido no 1º (primeiro), 2º (segundo), 3º (terceiro), 4º


(quarto) bimestre do ano letivo, podendo ser aplicado na unidade escolar quantas
vezes for necessário, para dá continuidade no processo de transformação do
sistema educacional, em uma educação de qualidade introduzindo a ludicidade nas
atividades pedagógicas como estratégia para auxiliar no ensino-aprendizagem dos
alunos.
26

CRONOGRAMA

1º 2º 3º 4º
ATIVIDADES
BIMESTRE BIMESTRE BIMESTRE BIMESTRE

Apresentação do Projeto X

Montagem de quebra cabeça e


caixa surpresa, brincadeira X X X
caixinha de sensações.
Brincadeiras: Corrida do saci, Bola
por cima, Bola por baixo, X X X
montagem de jogos educativos.

Brincadeiras: Morto vivo, Sapos


X X X X
em fila, Leitura de histórias infantis.

Brincadeira: Amarelinha, Contando


X X X X
através dos jogos e brincadeiras.

Brincadeira: Passa anel,


Montagem de revistas em X X X
quadrinhos.

3.8 Recursos humanos e materiais

Recursos materiais: jogos, brinquedos, lápis, canetas coloridas, pinceis,


papel oficio, papel A4, revistas em quadrinhos, livros de histórias infantis, papel
seda, palitos de churrasco, caixas de papelão, tampinhas de garrafas pet, botões,
lixas, algodões, caixas de giz, apitos, bolas, anéis. Os recursos humanos são
alunos, professores e demais profissionais da escola.

3.9 Avaliação
A avaliação será qualitativa, diagnóstica, formativa e processual, pois
pretende-se alcançar o objetivo que é mostrar que a ludicidade é realmente algo de
suma importância para o ensino-aprendizagem no que tange a educação infantil.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
27

A Pesquisa realizada sobre “Ludicidade na Educação Infantil no Processo


Ensino-Aprendizagem” foi de grande importância, pois mostrou que a prática
abordada enriquece a vida acadêmica e o futuro profissional.
De acordo com os dados obtidos, observa-se ao longo do desenvolvimento do
nosso trabalho que a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer
idade.
Considerar a questão dos jogos, brinquedos e brincadeiras enfatizando o seu
valor educativo significa construir a valorização do lúdico no espaço escolar como
uma forma de acolhimento a criança que está a princípio descobrindo o mundo do
conhecimento e ao ingressar nesse tal mundo das letras, ela é recepcionada pelos
brinquedos e brincadeiras e a mesma por sua vez, se familiariza rapidamente em um
novo ambiente. Há professores afirmam que as crianças aprendem melhor
brincando do que através de atividades escritas, para alguns pais a escola deve
propor atividades lúdicas aos seus filhos, porém alguns pais com posturas arcaicas
creem que a criança dever ir à escola estudar, brincadeira é para casa. Isso se deve
a concepções errôneas acerca do tema ludicidade e aprendizagem escolar.
O lúdico desempenha um importante papel na aprendizagem, pois através
desta prática o sujeito busca conhecimentos do corpo, do ambiente, dos colegas e
tem a percepção de si mesmo como parte integrante na constituição de sua
aprendizagem, que resulta numa nova dinâmica de ação, possibilitando uma
construção significativa.
As atividades lúdicas garantem uma aprendizagem significativa para a criança
com dificuldades de aprendizagem, bem como o prazer, a socialização, o respeito, a
individualidade. Pois, a criança estará aprendendo no seu ritmo, criando hipótese,
chegando à conclusão e elaborando suas regras. Podemos dizer, ainda, sobre a
relevância da ludicidade na formação do profissional, visto que esse conhecimento
irá transitar por todos os enfoques que fazem parte do universo infantil, permitindo
aos educadores em formação, condições lúdicas de aprendizagem, demonstrações
de possibilidades dentro da ludicidade para o processo de ensino e aprendizagem,
ou até mesmo demonstrações da prática do lúdico embasadas nas teorias, muitas
vezes exaltadas em salas de aulas.
Cabe, portanto, aos cursos de formação do profissional da educação se
engajar também nestas novas práticas educacionais, já que, estamos falando da
formação do profissional que irá trabalhar com crianças e destas é possível
28

considerar que os jogos, brinquedos, brincadeiras, fantasias enfim o lúdico faz parte
da constituição de todo indivíduo, independentemente de condições sociais, a
ludicidade faz parte da vida de qualquer criança.
As atividades lúdicas auxiliam na descoberta da criatividade, de modo que a
criança se expresse, analise, critique e transforme a realidade a sua volta.
Por fim, resta dizer que o lúdico permite novas maneiras de a criança se
desenvolver, associado a fatores como: capacitação dos profissionais envolvidos,
infraestrutura, pode-se obter uma educação de qualidade, capaz de ir ao encontro
dos interesses essências à criança, pois as atividades lúdicas não são somatórias,
mas sim fazem parte do processo de aprendizagem.

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