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Rio de Janeiro
2023
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Rio de Janeiro
2023
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RESUMO
Com a finalidade de que a criança tenha cada vez mais motivação em aprender,
na contemporaneidade o lúdico, mais precisamente os jogos e brincadeiras, têm
sido o melhor recurso pedagógico para o trabalho com crianças na fase da
alfabetização. O lúdico instiga; motiva; desafia e constrói conhecimento. A partir
de então a criança cria, imagina novas perspectivas, desenvolve consciência,
amplia horizontes, sonha, brinca, se diverte, descobre um mundo novo dentro do
processo da alfabetização. Para a compreensão dos fenômenos de aprendizagem
é necessário ter contato, conhecer os agentes envolvidos no processo, são esses:
educandos, educadores, familiares de educandos e equipes diretivas das escolas.
Refletindo sobre a prática pedagógica este estudo tem por base uma pesquisa
bibliográfica, onde se procura alcançar os objetivos propostos, a partir de teorias
que abordam o referido tema bem como as práticas inovadoras e os aspectos
teóricos da metodologia de ensino da ludicidade e alfabetização.
1- INTRODUÇÃO
A temática abordada durante o desenvolvimento deste trabalho gira em
torno da contribuição do lúdico no processo de alfabetização infantil, uma vez que
a cultura lúdica é parte integrante do processo de desenvolvimento da criança,
assim, torna-se inseparável as contribuições que dada cultura proporciona à vida
escolar da mesma. Utilizar a brincadeira como um recurso escolar é aproveitar
uma das motivações própria da criança para tornar à aprendizagem mais
atraente.
Os métodos educacionais sempre foram questões muito pensadas e
discutidas e nós educadores enfrentamos muitos problemas em mudar os nossos
paradigmas, principalmente quando o assunto é alfabetização, pois muitos são os
métodos e técnicas de ensino, o difícil é conseguirmos adequar uma metodologia
que dê certo no processo de ensino e de aprendizagem de cada turma.
Na alfabetização, por muito tempo os alunos ficaram “presos” a fazer
cópias, cobrir pontilhados e a aprender o som das letras, ficando assim a mercê
de um método que não priorizava os desafios para alcançar o conhecimento,
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muito menos colaborava para a motivação ao aprender. Não que hoje esses
métodos foram totalmente excluídos da escola, pois os alunos precisam de
exercícios de fixação e repetição, porém há uma grande necessidade de que
essas atividades sejam realizadas a partir de meios concretos e com o uso de
materiais lúdicos adequados à faixa etária e a aprendizagem de cada um.
A alfabetização é um dos alicerces fundamentais no desenvolvimento
educacional, e a abordagem lúdica se destaca como uma ferramenta poderosa
nesse processo. A importância do lúdico na alfabetização transcende a mera
aquisição de habilidades de leitura e escrita, incorporando aspectos emocionais,
sociais e cognitivos essenciais para o pleno desenvolvimento das crianças. Nesta
introdução, exploraremos como o uso do lúdico não apenas torna o aprendizado
mais envolvente e prazeroso, mas também estimula a criatividade, a imaginação
e o raciocínio, impactando positivamente no percurso educacional das crianças.
Os jogos e brincadeiras, quase nunca são utilizados, principalmente,
porque para algumas pessoas só tem valor os conteúdos propostos pelo currículo
e nessa questão ainda dizem que os alunos vão para escola aprender a ler e
escrever, e não para brincar, ou seja, brincar é em casa ou no recreio, sala de
aula não é lugar de brincadeira. Sabemos que os jogos e as brincadeiras são
realizados para contemplar um conhecimento sobre determinada área na
alfabetização, ele passa a não ser apenas o brincar por brincar, mas sim um
estímulo para a assimilação dos conteúdos de uma forma mais fácil e prazerosa.
Consequentemente, temos as seguintes indagações: A realidade
pedagógica do 1º ano do Ensino Fundamental faz com que os professores
deixem de usar os jogos e brincadeiras como recurso pedagógico? O trabalho
com jogos e brincadeiras auxilia na aprendizagem das crianças? Quais
dificuldades os docentes encontram para utilizar estes recursos? Para que os
objetivos de levar a criança a aprender sejam alcançados, o professor deve
utilizar jogos e brincadeiras? É possível aprender brincando? O que é a BNCC?
Quais práticas pedagógicas podem ser implementadas no ambiente escolar?
Brincadeiras que levam nossas crianças ao desenvolvimento cognitivo
precisam estar presentes dentro do ambiente escolar, mas é preciso conhecer o
porquê de serem tão necessárias ao processo de ensino e aprendizagem na
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Deste modo a definição deixou de ser uma simples brincadeira ou jogo. Pois os
resultados do uso da ludicidade excedem os alcances do brincar instintivo.
A importância do "jogo" no processo de desenvolvimento e aprendizagem
infantil e suas aplicações pedagógicas, principalmente no processo de
alfabetização, têm sido defendidas constantemente por professores e outras
pessoas ligadas à área educacional ao longo do tempo. Estudiosos como
Claparède, Vygotsky, Piaget, Wallon, Pickard, Winnicott, M. Klein e outros
procuraram interpretar e classificar o jogo, assumindo várias posições a respeito
de sua importância e significado no processo de desenvolvimento e
aprendizagem da criança (SANTOS, 1998 p.10).
Acredita-se que utilizando atividades lúdicas e o brincar dentro da prática
educacional, obtém-se um resultado melhor em termos de desenvolvimento e,
com isso, propicia-se também à criança a possibilidade de manifestação dos
aspectos de linguagem, psicomotoras, cognitivos e sociais.
Para Cardoso e Batista (2021) a ludicidade pode ser definida como sendo
divertida, agradável, espontânea e diferente do normal, promovendo a imaginação
criativa das crianças, possibilitando aprendizado e é mentalmente e
emocionalmente estimulante. (...) A ludicidade pode ser visto como um veículo
para aprender. Através de atividades lúdicas os alunos podem aprender novos
conceitos, relacionar-se com seus colegas, estimular seu raciocínio e sentir-se
relaxado e motivado.
Já nas primeiras fases da infância a criança conhece e explora seu mundo
a partir dos brinquedos. E como diz Vygotsky (1991, p. 45). ”Brincar é de suma
importância para que a criança desenvolva seu lado cognitivo”. Segundo Fortuna
(2000, p. 56) “as pessoas que se utilizam do ato de brincar aumentam muito seu
campo intelectual. Sendo assim, o individuo tem condições de se apropriar do
mundo de uma maneira mais ativa”.
Dessa forma entendemos que por meio da ludicidade é possível fazer
intervenções em diferentes áreas de ensino favorecendo a ação educativa do
professor, onde promovendo situações lúdicas o professor consegue estimular a
imaginação criativa da criança contribuindo para o desenvolvimento e construção
do conhecimento.
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BNCC teve como intenção alinhar o sistema educacional brasileiro aos padrões
mais elevados mundialmente, levando em conta a diversidade do país e o
compromisso com a democratização do ensino. Essa mudança representa não
apenas uma busca por uniformidade, mas também uma adaptação da educação
às diversas realidades culturais presentes no Brasil.
E desempenha um papel significativo na promoção de métodos inovadores
de aprendizagem, e um dos aspectos que ganha destaque é a integração da
aprendizagem com o brincar. A BNCC sabe a importância do lúdico no
desenvolvimento integral das crianças e estabelece diretrizes para que o brincar
seja considerado uma ferramenta pedagógica valiosa.
A BNCC afirma que a Educação Básica deve visar à formação e
ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a
complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento,
rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a
dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa,
ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do
adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como
sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao
seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas
suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como
espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se
fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não
preconceito e respeito às diferenças e diversidades (BRASIL,
2013).
mais. Por isso, pintar, cantar, desenhar, cortar e colar são ótimos instrumentos de
atividades.
O quarto campo tem por nome de escuta, fala, pensamento e imaginação.
Na educação infantil é fundamental promover momentos nos quais as crianças
possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral. É na escuta
e na contação de histórias, nas narrativas elaboradas individualmente e
coletivamente, que uma criança se constitui ativamente como sujeito singular.
A imersão na cultura escrita deve partir da curiosidade da criança. O
contato com o texto literário irá incentivar que os pequenos comecem a
compreender a escrita como sistema de representação da língua.
O quinto campo é denominado como espaços, tempos, quantidades,
relações e transformações. Esse campo de experiência inspira diversos tipos de
jogos na educação infantil. As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de
diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos socioculturais e
naturais. Naturalmente, elas demonstram curiosidade sobre o entorno e o mundo
físico. Por isso, é preciso promover atividades nas quais as crianças possam fazer
observações sobre o tempo e o espaço, manipular objetos e levantar hipóteses
sobre a natureza e o entorno que as cerca.
Segundo a BNCC, o brincar deve acontecer de diversas formas, em
diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), de
forma a ampliar e diversificar suas possibilidades de acesso a produções
culturais. As brincadeiras devem ser estimuladas, visando ao desenvolvimento
das crianças, o imaginário, criativo, emocional, corporais, sensoriais, expressivos,
cognitivos, sociais e relacionais (SOUZA, 2020).
Exemplos de jogos que podem ser usados com finalidades pedagógicas,
tais como: alfabetização; raciocínio lógico; coordenação motora ampla;
coordenação motoro fina; linguagem e expressão e pensamento matemático e
numérico.
A alfabetização é de extrema importância para a vida escolar da criança e,
já na Educação Infantil pode ser facilitada por meio do uso de
jogos. Considerando as mudanças realizadas pela BNCC em relação à
alfabetização, podemos utilizar os seguintes jogos: jogo de rimas, quebra-cabeças
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com nomes das figuras, jogo da memória com nomes e figuras, caça-palavras
com material reciclado, dominó das sílabas e pescaria das letras.
Os jogos são muito importantes para o desenvolvimento do raciocínio lógico
em crianças pequenas. Na Educação Infantil, podem ser utilizados os seguintes
jogos para esta finalidade: quebra-cabeças com peças grandes, jogos da
memória de figuras, jogos de blocos lógicos e jogos de montar peças.
Para desenvolver a coordenação motora grossa, que se relaciona com os
movimentos da criança de equilíbrio, locomoção e conhecimento básico do corpo,
podemos explorar os seguintes jogos: amarelinha, pular corda, pular de lado
ocupando quadrados desenhados no chão, corridas com obstáculos, boliche,
corrida do saco e twistter.
A coordenação motora fina é a capacidade de a criança coordenar
movimentos menores e mais precisos, como cortar com tesoura, levar a mão à
boca corretamente, escrever e pintar. Para desenvolvê-la, podemos contar com
os seguintes jogos: modelar peças pequenas de massinha, como cestas com
frutas e bolinhas, montar cordões com miçangas ou macarrões, construir um ioiô
de papel, picar papel e realizar colagens utilizando as mãos, desenhar e pintar e
produzir pintura a dedo.
Para desenvolver a linguagem oral das crianças pequenas, é importante
trabalhar com jogos que oferecem a oportunidade de interagir e produzir falas
contextuais. Entre os jogos que podem embasar este trabalho estão: jogos de
interpretação, reconto de histórias, mímicas, imitar animais, parlendas,
brincadeiras de roda e jogos de adivinhar.
Para que a criança pequena desenvolva adequadamente seu pensamento
matemático e o conhecimento sobre os números, os jogos mais indicados são:
dominó, jogos de cartas, jogos com dados, adivinhar os números, jogo de dardo
com pontuação e tangram.
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das análises bibliográficas realizadas referentes ao tema deste
artigo, conclui-se que através do lúdico as crianças podem aprender. Além disso,
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REFERÊNCIAS
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LIMA, E.S. et al. Trabalhando com pajens. Cadernos de pesquisa. São Paulo,
1984.
https://www.sistemapoliedro.com.br/blog/conheca-os-jogos-para-educacao-
infantil-que-sao-alinhados-a-bncc. Acesso em, 04 out 2023.