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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACVEST

CURSO PEDAGOGIA

JAINER MARCIANO DE CARVALHO PEREIRA

BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

JUIZ DE FORA – MG

2023
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JAINER MARCIANO DE CARVALHO PEREIRA

BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro


Universitário UNIFACVEST como parte dos requisitos
para a obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia.
Aluno: Jainer Marciano de Carvalho Pereira
Orientador: Flavia Muriel Mendes Ramos Moro

Juiz de Fora, MG, __/__/2023. Nota ______________________


(data de aprovação)

_______________________________________
Flavia Muriel Mendes Ramos Moro – Mestre em Educação
_______________________________________
Arleide Catarina Wollf Camargo
(Coordenador do curso de graduação, nome e assinatura)
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BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Jainer Marciano de Carvalho Pereira


Graduando de Licenciatura em Pedagogia pela Unifacvest.
Flavia Muriel Mendes Ramos Moro
Graduada em Pedagogia,
Especialista em Psicopedagogia Institucional, Mestre em Educação,
  Atua na Unifacvest /Curso de Pedagogia EaD.
Email:prof.flavia.moro@unifacvest .edu.br. 
Link do currículo lattes  /lattes.cnpq.br/6836494905570048
RESUMO

A elaboração do trabalho de conclusão do curso tem o intuito de promover uma reflexão sobre a
alfabetização e o letramento por meio de brincadeiras e com a aplicação de métodos para
aprendizagem da linguagem oral através de narrativas significativas nos anos iniciais de ensino. Bem
como observar os melhores caminhos que estimulem os alunos da pré-escola e das primeiras séries
do 1º Grau, a fim de que as aprendam a se relacionar mais profunda e criativamente com as pessoas e
os desafios do ambiente que a cercam. O melhor ponto de partida será considerar a própria criança,
naquilo que ela traz á escola e que reflete as suas vivências. Desde os primeiros anos de vida, somos
estimulados e apresentados aos jogos, brinquedos e brincadeiras, estimulando assim a interação com
o mundo ao seu redor. Os jogos, brinquedos e brincadeiras são ferramentas presentes e usadas de
forma ativa pelos profissionais da educação para estimular, repassar conceitos e conhecimentos e
proporcionar a aprendizagem sobre regras e convívio em grupo.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização e Letramento. Anos iniciais. Jogos e Brincadeiras.


Ludicidade.

ABSTRACT

The purpose of this final paper is to promote a reflection on literacy and literacy through play and the
application of methods for learning oral language through meaningful narratives in the early years of
education. As well as to observe the best ways to stimulate pre-school and first grade students so that
they learn to relate more deeply and creatively with people and the challenges of their surroundings.
The best starting point is to consider the child itself, in what it brings to school and what reflects its
experiences. From the earliest years of life, we are stimulated and introduced to games, toys, and
play, stimulating interaction with the world around us. Games, toys, and games are tools present and
actively used by education professionals to stimulate, pass on concepts and knowledge, and provide
learning about rules and group coexistence.

KEY WORDS: Literacy and Literacy. Early years. Games and Jokes. Playfulness.
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1. INTRODUÇÃO

Considerando que o lúdico se trata de uma importante ferramenta para o desenvolvimento do


processo de alfabetização. Buscaremos discorrer sobre a relação do lúdico com a alfabetização. O
tema foi abordado diante de sua grande relevância com a adoção de ações que envolvem o lúdico
quando inseridos em sala de aula. Reconhecendo nas brincadeiras, e o uso de diversos materiais
outros métodos diferenciados. A ludicidade como disciplina de alfabetização, com o
desenvolvimento de projetos relacionados para colaborar com o ensino aprendizagem das crianças.
Destacando que alfabetização sempre foi um assunto muito discutido, pois se trata da primeira fase
do ensino fundamental, e se caracteriza como um dos momentos mais importantes na vida do ser
humano, sendo a etapa em que se inicia a descoberta do mundo por distintas formas como fantasiar,
ler, escrever no contexto social.
A ludicidade tem o reconhecimento de ser um tema polemizado e é pauta de várias
discussões que abordam o fracasso escolar em que os professores imprimem um trabalho pautado em
um modelo padrão de estudantes e se tem alguém que não consegue acompanhar o mesmo ritmo é
instituído como aluno problema, ou aluno com dificuldade de aprendizagem. Nesse sentido de
acordo com o grande número de pesquisas sobre a temática evidenciaram e promoveram o interesse
em ampliar a reflexão sobre a aprendizagem por meio de instrumentos lúdicos para efetivar o ensino
com as crianças nos primeiros anos de alfabetização e seus benefícios nesse processo.
Ressaltando que, o docente desempenha um papel fundamental para alcançar êxito na formação dos
alunos e gerar o embasamento para seu ingresso na vida escolar o que demanda a busca continua por
resultados e métodos que possam ser aplicados visando o bem estar e o estimulo das crianças, com o
uso de brincadeiras pedagógicas que possui características pontuais para as crianças nessa faixa
etária.
Desse modo, compreendemos que o material utilizado para alfabetizar é um fator importante
na aprendizagem, pois aquilo que é diferente chama a atenção, atrai olhares e estimula o pensar.
Desse modo, foi priorizada para a conclusão dessa pesquisa, a junção do lúdico com a alfabetização.
O Lúdico sendo compreendido como atividades dinâmicas e interativas que podem ser abordadas
dentro ou fora da sala de aula, juntamente com objetivos pedagógicos podem alcançar resultados
como o de uma aprendizagem significativa; e a alfabetização sendo o primeiro ano das crianças na
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escola, no nível de ensino fundamental, momento em que estarão aprendendo não só a ler e a
escrever, mas, a usar a leitura e a escrita no contexto social, e para facilitar o processo de
alfabetização e letramento abordaremos recursos e estratégias lúdicas.
A escolha do tema justifica-se pelo fato de que os resultados da educação, apesar de todos os seus
projetos, continuam insatisfatórios, percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito
educacional. A alfabetização representa uma fase extremamente importante da vida de uma criança.
Nesse sentido, o lúdico pode contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do ser
humano, independentemente da idade, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no
desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando no processo de socialização, comunicação,
expressão e construção do pensamento. Sendo assim, a utilização do lúdico na sala de aula
potencializa a exploração e a construção do conhecimento por contar com motivação interna. Mas, o
trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros, bem como a
sistematização de conceitos em diversas situações. Por se tratar de algo prazeroso, é um instrumento
de aprendizagem e parte do processo educativo da criança. Verificamos que as atividades lúdicas
propiciam à criança a possibilidade de conviver com diferentes sentimentos, os quais fazem parte do
seu interior. A criança demonstra através da brincadeira como ela vê e constrói o mundo, como ela
gostaria que ele fosse quais as suas preocupações e que problemas a estão atormentando, desta forma
ela expressa na brincadeira o que tem dificuldades de expressar com palavras.
O objetivo geral é analisar qual a importância do lúdico como processo de motivação e
participação para o desenvolvimento de ensino-aprendizagem na alfabetização. A elaboração foi
realizada uma revisão bibliográfica sobre o tema proposto: alfabetização e letramento, métodos de
alfabetização, brincadeiras, lúdico, nas plataformas Google scholar, capes e em artigos
disponibilizados sobre a temática.
Os autores mais expressivos nesse contexto destacam: Kishimoto, Vigotsky, Piaget, Ferreiro e
Teberosky entre outros estudiosos que contribuíram ao longo do tempo com conceitos e métodos
voltados a alfabetização e o letramento para crianças de forma lúdica.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 O Lúdico na Alfabetização


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Os efeitos positivos das brincadeiras começaram a ser investigados pelos pesquisadores como
Rosa (2001) que considera a ação lúdica como facilitadora para as crianças adquirirem
conhecimentos, habilidades e compreensão do mundo que as cerca além de ser um fator importante
para as relações com o outro.
Para Vygotsky (1991), a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-
relacionados desde o primeiro dia de vida e é enorme a influência do
brinquedo no desenvolvimento de uma criança, pois: O brinquedo cria uma
zona de desenvolvimento proximal na criança. No brinquedo, a criança
sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do
seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é
na realidade.

Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas


as tendências do desenvolvimento. Sob forma condensada, sendo, ele
mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento (VYGOTSKY, 1991, p. 34).

É na brincadeira que a criança se desafia a achar uma saída para


situações do seu dia a dia, para superar os obstáculos e enfrentar seus
maiores pesadelos. Não existe brincadeira sem aprendizagem: por tudo que
se conhece hoje sobre a mente infantil, não mais se dúvida que é no ato de
brincar que toda criança se apropria da realidade imediata, atribuindo-lhe
significado. Jamais se brinca sem aprender (ANTUNES, 2009, p. 31).

Segundo Piaget (1989), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da
criança. Ela não é apenas uma forma de desafogo ou algum entretenimento para gastar energia das
crianças; constitui um meio que enriquece e contribui para o desenvolvimento intelectual. Sendo
assim, as brincadeiras e os jogos são vistos muitas vezes como distração ou um modo de cansar as
crianças, porém, as atividades lúdicas são ferramentas essenciais para os alunos aprenderem e se
desenvolverem fugindo do método tradicional. Quando se envolve jogos, brincadeiras no ambiente
escolar o aluno fica mais interessado no conteúdo e ao mesmo tempo em que está brincando e se
divertindo, está aprendendo, conhecendo e descobrindo novos horizontes. Se adentrarmos, de forma
efetiva, a ludicidade nas nossas práticas, criaremos possibilidades de aprender priorizando o processo
de aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Souza & Martins (2002) lembrando os estudos de Piaget, dizem que as
crianças, ao aproximarem-se dos dois anos de idade, especialmente pelo
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desenvolvimento da linguagem, tornam-se capazes de imaginar e evocar


fatos e situações mesmo longe da presença real dos mesmos. É a fase do jogo
simbólico, das populares ‘brincadeiras de faz-de-conta’. Dos 2 aos 4 anos
estas representariam mais as vontades, desejos, medos, estados emocionais
da criança que brinca e dos 4 aos 7 anos restringir-se-ia mais a imitação da
realidade propriamente dita. Nesta fase, portanto, cabe ao professor
proporcionar situações que possibilitem a brincadeira, colocar-se no lugar do
outro, a dramatização de situações.
Ainda de acordo com Souza & Martins (2002), os jogos de regras são características do
período de desenvolvimento das operações concretas e formais. (a partir dos 7 anos), não devendo,
portanto, constituir-se na grande preocupação do professor de educação infantil e destinando-se mais
aos professores que trabalham com alunos das séries iniciais do ensino fundamental.
Porém, este não deve esquecê-los por completo, tentando introduzi-los paulatinamente no
cotidiano das crianças, especialmente aqueles com regras mais simples que já podem ser
compreendidas e respeitadas por crianças do ano final da educação infantil. Jogar não é estudar nem
trabalhar e assim, aprendem além dos conteúdos que fazem parte da grade curricular, a conhecer e
compreender o mundo social que os rodeiam.
No entanto, para que os jogos produzam os efeitos desejados é preciso que sejam de certa
forma, dirigida pelos educadores. Uma vez que as crianças pensam de maneira diferente dos adultos
e de que o objetivo do professor não é apenas ensiná-las a jogar, deve-se acompanhar a maneira
como as crianças jogam, observando e interferindo para inserir questões interessantes (sem perturbar
a dinâmica dos grupos) para, a partir disso, auxiliá-las a construir regras e pensar de modo que elas
entendam.
Os jogos podem ser utilizados para introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno para
aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e preparados pelos professores com
cuidado para levar o estudante a adquirir os conceitos que se deseja ensinar. Vem sendo utilizados
como forma de ensino em diversas instituições, distribuídas por todo mundo. Deste modo, acredita-
se que a utilização de jogos na educação virá a melhorar o modo de ensinar, o modo de avaliar e
também o modo de aprender, mudando a visão do aluno em relação à educação. Abordando a lei n.
11.274/2006, o Ensino Fundamental que foi ampliado para nove anos no Brasil, com o ingresso de
crianças aos seis anos de idade.
Kramer descreve que Educação Infantil e o Ensino Fundamental são fases indissociáveis,
pelo fato que ambos demandam um envolvimento que englobe conhecimento, saberes, valores,
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afetos, cuidado, acolhimento, atenção, jogos, brincadeiras que são pertinentes para desenvolver a
educação infantil para estimular um contexto aprazível e que desperte o interesse nas crianças.

Kramer (2006, p.810) enfatiza que, tanto a educação infantil


quanto o ensino fundamental, têm o intuito de atuar com liberdade para
assegurar a apropriação e a construção do conhecimento por todos. A fim de
proporcionar maior aproveitamento e êxito do processo ensino
aprendizagem, o que demanda que as estejam atentas para que essa passagem
da pré- escola para o 1ºano não discorra em uma ruptura e influencie de
forma negativa no processo de alfabetização.
O autor descreve que importância da escola para atender as necessidades básicas dos alunos
Kramer (2006) considerando que as crianças têm como direito frequentar a escola constituída e
estruturada conforme as possibilidades de organização curricular que beneficiem a sua inserção
crítica na cultura.
As crianças têm como direito a condições oferecidas pelo Estado e
pela sociedade que assegurem o atendimento conforme as suas necessidades
básicas em distintas esferas da vida econômica e social, colaborando e
desempenhando o papel além da escola digna, mas de uma vida digna.
(KRAMER, 2006, p. 811-812).
Ressaltando que, no processo de aprendizagem com as crianças de seis anos de idade, de
acordo com Kramer (2006) precisam ser concretizadas, com a proposta de essa transição da
Educação Infantil para o Ensino Fundamental transcorra da forma mais natural possível, e não cause
impactos negativos para sua escolarização. Destarte, vale destacar que na atualidade os pais têm
avançado significativamente no sentido de investir e valorizar na educação infantil e compreender
que essa modalidade de ensino é fundamental para consolidar formação dos seres humanos no
futuro. De acordo com Barreto (2004) atualmente o governo federal tem assumido com maior rigor
as políticas públicas para a educação infantil, reconhecendo que alfabetização e a socialização
precisam ser trabalhadas prioritariamente e esses fatores tem forte influência na vida da sociedade.
Nota-se que, no Brasil diante do progresso qualitativo adquirido nos últimos anos em relação
à educação infantil, que visa maior eficácia e qualidade são aspectos e importantes instrumentos para
a inclusão social. Reconhecendo que na Educação Infantil tem como prioridade o ato de ensinar,
aprender, e para promover a transformação nas pessoas, reavaliar posturas e revolucionar sistemas e
comportamentos com novas perspectivas de vida.
Kramer (2006) afirma que a inclusão de criança de 6 anos no Ensino Fundamental exige uma
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interação entre Educação Infantil e Ensino Fundamental. Por meio de um diálogo pedagógico no
interior da escola bem como entre as instituições de ensino com o intuito de encontrar alternativas
curriculares objetivas, onde o planejamento e o acompanhamento sejam realizados por adultos que
estão envolvidos nesse processo considerando as peculiaridades da educação infantil.
Com ênfase no direito à brincadeira, por meio de uma produção cultural, uma vez que a
educação infantil e o ensino fundamental, demanda atender as crianças em suas necessidades. Como
consta no documento curricular Projeto Marista elaborado para o Ensino Fundamental (2010) com a
proposta de uma mediação pedagógica visando que o professor colabore e viabilize ao aluno a
apropriação dos saberes, valores ampliando o relacionamento com os demais entes desse processo
como família, corpo docente e os demais atores na construção do ensino.
De acordo com a lei 11.274/2006 o ensino fundamental com matrícula obrigatória no País,
com a ampliação de oito para nove, tem acesso uma parte da população que ao entrar na escola, tem
uma cultura para que se aproprie. Mesmo as crianças que já frequentam a pré-escolas ao entrar no
ensino fundamental encontraram novos desafios. Ao falarmos que os jogos estão presentes em
diferentes épocas da vida das pessoas, estamos evidenciando o quanto eles participam da construção
das personalidades e interferem-nos próprios modos de aprendizagem humanos. Eles estão presentes
desde os primeiros momentos da vida do bebê.
Piaget (1987) dá especial atenção aos jogos de exercício no período sensório-motor,
momento em que as crianças, ao brincarem, aprendem a coordenar visão e movimento das mãos e
dos pés, a coordenar visão e audição, enfim, a perceber o mundo a sua volta e começam a agir e
interagir e participar dele. Na alfabetização, eles podem ser poderosos aliados para que os alunos
possam refletir sobre o sistema de escrita, sem, necessariamente, serem obrigados a realizar treinos
enfadonhos e sem sentido.
Nos momentos de jogo, as crianças mobilizam saberes acerca da lógica de funcionamento da escrita,
consolidando aprendizagens já realizadas ou se apropriando de novos conhecimentos nessa área.
Brincando, elas podem compreender os princípios de funcionamento do sistema alfabético e podem
socializar seus saberes com os colegas. No entanto, é preciso estar atento que nem tudo se aprende e
se consolida durante a brincadeira.
É preciso criar situações em que os alunos possam sistematizar aprendizagens, tal como
propõe:
Kishimoto (2003 p. 37-38): A utilização do jogo potencializa a exploração e
construção do conhecimento, por contar com motivação interna, típica do
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lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a


influência de parceiros bem como a sistematização de conceitos em outras
situações que não jogos.
Em sala de aula, o professor continua sendo um mediador das relações e precisa,
intencionalmente, selecionar os recursos didáticos em função dos seus objetivos, avaliar se esses
recursos estão sendo suficientes e planejar ações sistemáticas para que os alunos possam aprender de
fato.

Mrech (2003, p. 128) também defende tal ideia, quando diz que “brinquedos,
jogos e materiais pedagógicos não são objetos que trazem em seu bojo um
saber pronto e acabado.
Ao contrário, eles são objetos que trazem um saber em potencial.
Este saber potencial pode ou não ser ativado pelo aluno, ou seja, não
podemos esquecer que é o professor que faz as mediações entre os alunos e
os recursos materiais que disponibiliza, sendo necessário, portanto, que tenha
consciência do potencial desses materiais. Com o uso da atividade lúdica e
do jogo, a criança cria conceitos, estabelece relações lógicas, seleciona
ideias, integra percepções, e realiza estimativas de acordo com o seu
desenvolvimento e crescimento físico e promove a sua socialização.

Nessa convivência de forma lúdica e agradável com a aprendizagem possibilita que a criança
estabeleça relações cognitivas diante das suas experiências vivenciadas, e estimula que ela as
relacione com as demais produções culturais e simbólicas adequadas aos procedimentos
metodológicos para essa prática.
De modo que a atividade possui um valor educacional intrínseco, destarte ela tem se
efetivado como recurso pedagógico, e são diversas as razões que fazem com os educadores recorram
às atividades lúdicas e seu uso no processo de ensino aprendizagem:
• Por corresponderem a um impulso natural da criança, de forma que satisfazem a necessidade
interior, pelo fato que o ser humano possui uma tendência lúdica;
• Nas atividades lúdicas podem ser encontrados dois elementos que o diferenciam o esforço
espontâneo e o prazer. Sendo considerada uma prática prazerosa, diante da capacidade de chamar a
atenção do indivíduo de forma integral e gerando um clima de entusiasmo.
Bem como possui um envolvimento emocional que faz com que a uma atividade apresente
expressivo teor motivacional, podendo gerar um estado de euforia e vibração diante dessa
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característica de prazer dentro onde se desenvolve, a ludicidade detém um interesse intrínseco,


consolidando energias num esforço total para alcançar seu objetivo. Desse modo as atividades
lúdicas têm aspectos excitantes, contudo exigem um esforço voluntário;
Os ambientes lúdicos mobilizam esquemas mentais. Caracterizando uma atividade mental e
física e ainda ativa e aciona as funções psiconeurológicas e suas operações mentais, aflorando o
pensamento. Normalmente o elemento que separa um jogo pedagógico de outro com elementos
apenas lúdicos como o jogo pedagógico que tem como intenção incentivar a aprendizagem
significativa, promover a construção de novo conhecimento e em especial despertar o
desenvolvimento de uma habilidade operatória, isto é viabilizar a capacidade ou aptidão cognitiva e
apreciativa que permite a compreensão e interação do indivíduo nos contextos culturais e sociais e
culturais na construção dessas conexões.

2.1.1 O lúdico no Brasil

Que fundamentavam um posicionamento onde os indivíduos deveriam ter seus corpos e


psicológicos no â podemos verificar que no Brasil as práticas recreativas de jogos se interligam para
o desenvolvimento dos cursos de Educação Física. Mello (2003) destarte ela faz parte da história da
educação brasileira, verificando que foi nas escolas do século XIX no método médico educativo-
higienista. De acordo com Zucoloto (2007), foi um método aplicado nas escolas brasileiras do século
XIX em busca da preservação e ampliação para a saúde de crianças e adolescentes, demonstrando-se
como uma necessidade da época notaram a presença de distintas doenças que acometiam a
população.
Tornando-se uma questão de saúde pública. De modo que o modelo educativo atenderia tanto
a educação quanto a cura das diversas doenças pertinentes nesse período. Zucoloto (2007)
acrescenta que a recreação quando foi inserida no contexto educacional constituída como alternativa
no cuidado com a saúde da população. Se apresentando como um instrumento pedagógico com a
finalidade de manter a saúde física. De modo que o foco não se limitava a ensinar por meio da
brincadeira, mas na formação de um cidadão saudável.
Kishimoto (1997) de modo que a sociedade brasileira adotou para si muitos jogos, que se
originaram especialmente dos jogos provenientes da cultura negra, portuguesa e indígena. De modo
que o brincar no Brasil revela a mistura de diversas etnias.
Nesse contexto a educação brasileira no século XX passou pela influência de visões
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diferenciadas sobre o ensino, entre as quais a Pedagogia Nova. Destacando a Escola Nova como um
movimento europeu e norte-americano surgido no fim do século XIX como uma nova forma de
educação que questionava o ensino tradicional. E que eram influenciados pelos conhecimentos
científicos e expressivamente ligados à psicologia e biologia, sendo áreas do conhecimento no
âmbito da educação.
Hirschmann (1992) discorre que no Brasil, a Escola Nova tinha como objetivo a
modernização do ensino, sua democratização entre a sociedade industrial que passou a existir. De
modo que o desenvolvimento da Escola Nova, a recreação gerou a presença em muitas escolas.
Lourenço Filho (1978) cita que a recreação é uma necessidade na formação do indivíduo, por um
elemento que carregava os valores e a cultura dos grupos sociais. Posteriormente, em meados de
1930, muitos estudos pedagógicos passaram a inserir os temas de recreação e atividades lúdicas.
A partir de 1980 as atividades lúdicas passaram a ser tema nos debates no cenário de
pesquisa brasileira, verificando que a valorização da educação da criança infantil e das políticas
públicas, em que a preocupação era a questão do assistencialismo e na qualidade do ensino.
Hirschmann (1992) lembrando que a sociedade havia mudado e a mulher passou a se inserir no
mercado de trabalho.
Brasil (1988) no cenário, crianças de zero a seis anos foram privilegiados na Constituição Federal de
1988 do direito a educação, em seu Art. 208, inciso IV, como um dever do Estado e em assegurar o
atendimento em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade.
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, que foi promulgada
em dezembro de 1996, de acordo com a Constituição Federal de 1988, asseverou a garantia do
Ensino Infantil de qualidade a ser oferecido pelo Estado.
Em 1996, o Ministério da Educação e do Desporto diretrizes pedagógicas
para a Educação Infantil, denominadas como Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) que constitui m um conjunto de
referências e orientações pedagógicas que buscam contribuir com a
introdução de práticas educativas de qualidade que possam promover e
ampliar as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças
brasileiras” (BRASIL, 1998, p. 13).
Pode se perceber na RCNEI, que ela se volta para a vida da criança com relação a todas as
suas particularidades, bem como com a sua forma de brincar, sendo assim, o lúdico tende a ser um
norteador para a educação infantil, considerando que a brincadeira é uma atividade característica da
fase infantil do ser humano.
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Nesse prisma, as crianças constroem o conhecimento a partir das interações


que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O
conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um
intenso trabalho de criação, significação e ressignificação (BRASIL, 1998, p.
21-22).
De acordo com a RCNEI, descreve que a brincadeira é construída pela criança a partir de seus
vínculos afetivos; e se reconhece enquanto ser humano e seu “estar” no mundo. De modo que com a
aplicação de atividades lúdicas como algo cotidiano na vida das crianças. Mesmo diante das
garantias das leis, ainda se discute muito sobre o papel do lúdico, seus benefícios e desafios na
sociedade brasileira.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1986, p.26) definem o sujeito que
conhecemos por meio da teoria de Piaget refere-se a um sujeito que procura
ativamente compreender o mundo que o rodeia e tenta resolver as
interrogações advindas desse mundo;
Com o protagonismo da criança em seu processo de sua aprendizagem, a construção do seu
conhecimento se torna mis sólidos, com maior exploração, e terá seus conhecimentos prévios
valorizados, e poderá realizar comparações com novas aprendizagens e o seu saber interiorizado
ampliando os modos para adquirir seus conhecimentos. Nas investigações realizadas por Ferreiro e
Teberosky (1986) tiveram grande contribuição para interpretar como a criança aprende a ler e a
escrever.
As autoras identificaram que muito antes da entrada das crianças na escola elas tanto
conhecem como reconhecem a linguagem escrita. Por meio da interação com os agentes presentes
em sua família, interações sociais (outras crianças) e já iniciam o processo no que se refere à escrita,
assim como, aprendem a falar antes do contato escolar de modo espontâneo. Nessa pesquisa as
autoras verificaram que a criança atravessa algumas fases até alcançar a alfabetização efetiva.
Para a evolução da escrita e da leitura de acordo
com Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1986) foi
verificado que a vivência social das crianças contribui
para a aquisição da escrita e da leitura. Curto; Morillo;
Teixidó (2000, p. 63)
Nessa perspectiva construtivista, a escrita e a leitura contextualizadas, nota-se que a escrita
está relacionada com a fala, pelo fato que as crianças aprendem a falar espontaneamente por estarem
imersas no universo familiar e em contato com a oralidade.
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A partir do momento em que a criança realiza o contato com a linguagem oral, ela aprende a
se comunicar naturalmente pela fala. De forma semelhante ocorre com a leitura, pela observação da
criança com situações de leitura em seu cotidiano ela vai interpretando e atribuindo o significado ao
ato de ler. Inicialmente ela lê a imagem, e posteriormente vai diferenciado imagem e texto, e
rapidamente amplia seu entendimento da leitura compreendendo que para ler é preciso que haja
palavras e assim ela se desenvolve e progride.
Na psicogênese da língua escrita por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1986), a criança
estrutura o seu processo de alfabetização atravessando algumas fases de forma gradual, conhecidas
como níveis. Com a criação de hipóteses a respeito que significa ler e escrever a partir de sua
interação no contexto social.
Nos Métodos Tradicionais e as inovações podemos ressaltar os benefícios e as ineficiências em
seus usos, e quais as melhores práticas para mitigar as carências no ensino. Apesar das diversas
questões levantadas quanto às complicações na alfabetização escolar que está fundamentado e tem o
seu embasamento no construtivismo. Buscamos apresentar as etapas e níveis para o uso da base
fônica e identificar as transformações alcançadas com a aprendizagem presentes com as novas
metodologias da Escola ativa:
Os cinco eixos:
• 1º Eixo – Compreensão E Valorização da Cultura Escrita
• 2º Eixo – Apropriação do Sistema de Escrita
• 3º Eixo – Leitura
• 4º Eixo – Produção de Textos Escritos
• 5º Eixo – Desenvolvimento da Oralidade

Até meados de 1970 os brasileiros alfabetizados utilizavam como ferramenta a cartilha a


mais conhecida e usada foi a Caminho Suave, nesta época alcançou mais de 40 milhões de
exemplares vendidos, a autora falecida era uma educadora Branca Alves de Lima, neste período foi
bem-sucedida devido a seu conteúdo ser elaborado de forma simples. Hoje a produção de textos é
executada com leituras e escrita.
Hodiernamente, os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecidos como PCN´s, são uma
espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com
o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a
coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e
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recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente


daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.
Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja
em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. Mais do que reproduzir dados,
denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o
atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar se
comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar
socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e,
especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de
alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília
Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de
ingressar no estabelecimento.
A sua ênfase é na leitura e na língua escrita. Os construtivistas são contra a elaboração de um
material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do
processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar
textos que estejam próximos do universo da criança.
Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares
Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção
construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos
letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este
método.
Favorecer momentos de reflexão acerca dos conceitos de alfabetização e do letramento como
elementos indissociáveis no processo de alfabetizar. Estabelecer subsídios teóricos- metodológicos
aos profissionais da educação e áreas afins no que diz respeito ao processo de alfabetização e
letramento, tanto na educação infantil, como nos anos iniciais do ensino fundamental.
Refletir sobre os objetivos didático-pedagógicos presentes no trabalho docente, tais como:
compreensão sobre alguns métodos de alfabetização e dão ênfase sobre a importância do
planejamento em alfabetização. Outra abordagem privilegiada é o trabalho com diferentes gêneros
textuais, tais como contos, poemas, anúncios, instruções de brincadeiras, receitas culinárias, regras
de jogos, listas, cardápios, agendas, cronogramas, dentre outros no processo da alfabetização.
A alfabetização como um processo de aprendizagem, tem como função também oportunizar
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uma conexão com o aluno, promovendo uma comunicação democrática expondo suas dificuldades
ou relevâncias sobre o que está sendo aplicado para seu aprendizado, equilibrando o desempenho do
professor com a eficiência do conteúdo.
O conceito de educação em seu início era composto por um aluno que apenas recebia diversas
informações e tinha como obrigação decorar o conteúdo, sem existir uma interação com o professor,
e práticas já reconhecidas pelos especialistas em educação como inadequado.
Cagliari (1998) acrescenta uma prática comum da época, que se pautava no uso das cartilhas, entre as
atividades uma se destaca que era o ato de desmembrar palavras, memorizar e construí-las.
Atualmente o método utilizado tem como fundamento a aprendizagem, é alinhado na reflexão, o
aluno aproveita todos os conhecimentos desde o nascimento para compreender e analisar sobre o
mundo, o ambiente, enfim de forma geral.
Uma das defesas desta prática é reconhecer que o ensino é
igualitário para todos, a aprendizagem se pauta nas características de cada
indivíduo, suas limitações, capacidades definindo um tempo para cada
indivíduo. O melhor método para um professor deve vir de sua experiência e
deve ser baseado em conhecimentos sólidos e profundos da matéria que
leciona. O fato de não ter um método preestabelecido não significa que o
ensino seguirá navegando à deriva… Quando um professor é bem
conhecedor da matéria que leciona, ele tem um jeito particular de ensinar… e
isso é fundamental para o processo educativo (CAGLIARI, 1998 p.108).
Sob estes parâmetros, não demanda o uso de métodos tradicionais ou novos. Mas é
primordial que o professor utilize sua habilidade, experiência, criatividade e dinâmica ao entrar na
sala de aula, através de sua percepção o processo de ensino se realiza. Uma vez que, cada professor
cria sua própria identidade ao desempenhar sua função.
E os professores que ainda se limitam ao uso de cartilhas, livros ou conteúdos pré-definidos, ainda
não detêm experiência, podem sentir insegurança em arriscar sua autonomia na sala de aula, mas
com o tempo encontrará o seu método e irá aplicá-lo. O indivíduo que se alfabetiza, passa por um
longo caminho que é chamado de “psicogênese da alfabetização”.
A psicogênese se configura por uma sequência de níveis que são absorvidos. Esses níveis são
formados por uma hierarquia de procedimentos, que inclui todas as atividades como jogos,
operações, figuras, noções de representatividade. Durante o aprendizado a criança a cada nível,
constrói através da escrita e leitura, o que compreendeu dos conteúdos aplicados nem sempre da
forma correta, mas como ela adquiriu o conhecimento naquele momento.
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Dessa forma, o avanço de um nível ao outro, ocorrerá no tempo em que ela elaborar novas questões
que o nível em que está inserida não tiver condições de explicar, dessa forma o educador vai
percebendo o progresso de assimilação dos conteúdos, vale lembrar que esse processo é gradativo, e
não é estático pode propiciar a ida a outro nível e ter que retornar para aprimorar o conhecimento.
A partir do conceito do Construtivismo que se pauta na construção, se define como uma
tendência, recente, porém empregada e utilizada, discutida e pesquisada por inúmeros autores,
professores, formadores e alunos pós graduados de forma exaustiva que se alinham no âmbito
educacional aonde em algum momento vai se chocar com o termo construção, consoante Ferreiro
acrescenta que a alfabetização se define como um caminho de construção, considerando que a
criança não necessita de autorização de um adulto para começar a aprender. Ferreiro apresentou, em
sua pesquisa, os níveis que as crianças atravessam nesse processo de aprendizagem: Nível pré-
silábico, Nível silábico, Nível silábico-alfabético, Nível alfabético - É demonstrado em cada fase ou
nível, existe uma concepção a respeito do sistema de escrita.
Diante desse cenário a escola deve estar intermediando de forma simultânea a teoria e a
prática, o professor tem esse desafio, a partir de um olhar crítico compreender e estabelecer as
adequações em sua atuação e em relação a cada aluno, como proceder para efetivar o processo de
alfabetização. Devido à complexidade, nesta fase é necessário o auxílio de especialistas e
psicopedagogos escolares, para colaborar e estimular através de suas teorias as melhores e
inovadoras metodologias que podem ser efetivas para aprendizagem dos alunos que apresentam
dificuldades.
Portanto a alfabetização se processa através da construção de pressupostos e o funcionamento e as
regras do sistema alfabético da escrita, que é composto de uma complexidade imensa, que requer
uma série de análise para sua aplicação no ensino e o mesmo acontecem com os educandos ao
receber o conteúdo. Assim sendo minha fonte de dados foram obtidos através de pesquisa
bibliográfica com a consulta em livros, revistas, sites artigos enfim em diversos estilos de
bibliografia que dizem respeito à temática de dificuldades de aprendizagem.
Considerando também, a parte teórica que foi constituída cientificamente sobre o tema em
questão por outros estudiosos e que serve de fonte atualmente. Oferecer subsídios teórico-práticos
que possibilitem aos professores e pedagogos o aprofundamento dos procedimentos relativos ao
desenvolvimento do raciocínio lógico matemático no processo da alfabetização e letramento. Por
tratar-se de metodologias de trabalho privilegiadas para a construção do raciocínio lógico
Abordando Piaget (1973), e suas aplicações por meio de jogos e atividades lúdicas que é considerada
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pelo auto como mais significativas à medida que a criança se desenvolve; com a livre manipulação
de materiais variados, ela passa a reconstituir reinventar as coisas, o que já existe uma adaptação
mais completa. Essa adaptação só é possível a partir do momento em que ela própria evolui
internamente, transformando essas atividades lúdicas, que é o concreto da vida dela, em linguagem
escrita, que é o abstrato.
Vygotsky (1987) assevera que a escrita é muito mais difícil do que parece, embora, sua
aprendizagem interaja com a da leitura. Ao incluir-se a escrita junto com a leitura, vê-se que aprender
a ler é uma tarefa dificílima para uma criança de 7 anos.
Nesse sentido são apontadas que as habilidades psicomotoras incluem destreza manual e digital,
coordenação mãos-olhos, resistência à fadiga e equilíbrio físico. Fica claro que a escrita é, enquanto
conjunto de movimentos coordenados, um exemplo de complexidade para a criança. Se para a
criança a escrita é uma atividade complexa, o jogo, ao contrário, é um comportamento ativo,
orientado, frequentemente vigoroso, manipulativo, cuja estrutura ajuda na apropriação motora
necessária para a escrita e leitura.
Em função de tudo que foi,visto, até o momento, é possível dizer que através das brincadeiras o
professor pode observar os avanços no desenvolvimento da criança dentro do grupo ou
individualmente, fazendo registros e analisando as conquistas de cada um em relação ao uso da
linguagem, capacidade afetiva, social e também o emocional da criança.

2.1.3 Educação significativa e as metodologias adotadas

Defendem, no entanto, que os aspectos linguísticos sejam abordados não a partir de


concepções mecanicistas e empiristas da escrita como código de transcrição da fala, mas a partir do
reconhecimento da escrita como prática sócia discursiva e sistema complexo de notação-sistema que
é necessário aprender para participar mais amplamente das práticas letradas.
A partir do que foi discutido, podemos argumentar que a reflexão sobre a dimensão sonora da língua
e de suas relações com o sistema de escrita podem se dar na Educação Infantil sem ferir o
princípio das experiências significativas, lúdicas e prazerosas com a linguagem, podendo, pelo
contrário, ser mobilizada, justamente, em situações lúdicas com textos e palavras.
Além da poesia de tradição oral, também os jogos fonológicos orais ou de mesa e as brincadeiras
com os nomes próprios são igualmente possíveis e produtivos na Educação Infantil, que vêm cumprir
essa função pedagógica sem perder de vista a função lúdica, necessária para se constituírem, de fato,
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como jogos e brincadeiras, conforme ressalta Kishimoto (2003).


O direito à alfabetização e ao letramento é parte do direito à educação. A Educação Infantil é a
etapa inicial do processo de escolarização em que os primeiros contatos com a cultura escrita podem
e devem se der de modo específico a essa faixa etária, em consonância com os princípios e modos de
aprender das crianças pequenas, mas sem descuido das diversas aprendizagens que precisam ser
favorecidas e ampliadas, de forma contínua e integrada, e que incluem, a linguagem escrita, em suas
várias dimensões.
Conceber o trabalho pedagógico em uma dimensão cultural é o caminho mais contundente para
se pensar na abordagem da escrita na educação das crianças, desde o início de sua inserção no
sistema educacional. O professor ou o contador de histórias é desafiado a assumir uma postura
política que envolve o conhecimento, o domínio do que vai ensinar e quais livros ele irá utilizar para
as aulas do conto.
Não é raro se ver professores privilegiando diferentes gêneros textuais em seus planejamentos,
contudo, estes mesmos docentes, quando estão na sala de aula, nas suas práticas cotidianas,
reproduzem o material de pseudotextos. As avaliações nacionais são diversificadas e bem
estruturadas quanto à política dos gêneros textuais. As provas apresentam textos modernos, como
receitas e tirinhas em quadrinhos, imagens de propagandas, notícias e anúncios conhecidos pelo
alunado de outros espaços.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa abordou a importância de trabalhar com o lúdico na alfabetização visando às


principais contribuições para o desenvolvimento infantil, dissertando sobre o ensinamento da leitura
e escrita de forma dinâmica, criativa e divertida que pode fazer a diferença na aprendizagem das
crianças, pois, ela não só aprenderá a ler e escrever, fazer cópias e reproduzir o que está sendo
ensinado, mas ela aprenderá a ler e a escrever a partir da realidade em que está inserida participando
de atividades desafiadoras e criativas que a levará a ser um indivíduo pensante e criativo.
Ser pedagogo é mais que ensinar as crianças, é compartilhar alegrias, vitórias, metas, é buscar
todos os dias uma maneira diferente de despertar nos alunos o ato de pensar, de criar e de reinventar
através de pesquisas, de recursos criativos que podem ser desenvolvidos dentro da sala de aula com
materiais recicláveis que fazem parte da realidade e assim trabalhar o conteúdo despertando a
curiosidade e valorizando os conhecimentos como estímulo para a formação de um aluno
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participativo, criativo, pensante e interativo. A utilização do lúdico na Educação Infantil possibilita a


criança compreender o pensamento, a linguagem do outro, desenvolver o raciocínio lógico,
coordenação motora, espaço-temporal, lateralidade, a oralidade e além de ser um instrumento
facilitador da aprendizagem, contribui para a construção do conhecimento. Compreende-se também a
grande importância do lúdico no processo ensino aprendizagem, uma vez que o brincar permite que a
criança realize as atividades escolares com prazer, pelo simples fato de aprender brincando.
Pode-se constatar ainda que o ato de brincar estimule a criança a compreender o mundo e a sua
realidade, além de desenvolver vários aspectos cognitivos. A criança precisa brincar sempre, assim
ela tornará a seu tempo, um adulto responsável, de sucesso e principalmente feliz.

4. REFERÊNCIAS

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