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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Serão apresentados neste artigo, vários aspectos para discussão dessa importante
temática. Iniciaremos com um breve relato do percurso da história de
alfabetização bem como seus principais métodos, desde os tempos da Colonização,
perpassando ao Brasil Império até chegarmos aos dias recentes. Seguido por uma análise das
políticas públicas voltadas à alfabetização e letramento no país, exposição dos conceitos de
alfabetização e letramento, para então, finalizar o texto com uma reflexão sobre a postura e a
formação do professor alfabetizador nos anos iniciais do ensino fundamental. Passemos,
então, ao relato sobre os elementos citados acima.
“Durante muitas décadas do século XX, quando aqueles métodos ainda reinavam, o
senso comum tratava como alfabetizado o indivíduo que soubesse assinar o seu
nome, em oposição ao analfabeto que, por não conseguir fazer tal assinatura era
proibido de votar nas eleições. [...].”
Desse modo, esse momento ficou marcado pela disputa entre os defensores dos
métodos sintéticos e analíticos, ou métodos mistos.
E por fim passamos ao quarto momento: a alfabetização: construtivismo e a
desmetodização - que teve início por volta de 1980 e estamos vivenciando nos dias atuais, o
qual não se usava para alfabetizar, mais um novo conceito de alfabetização surgiu a partir dos
estudos feitos por Emília Ferreiro (1999) e seus colaboradores.
[...] introduziu-se no Brasil o pensamento construtivista sobre alfabetização,
resultante das pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita desenvolvidas pela
pesquisadora argentina Emília Ferreiro e colaboradores. Deslocando o eixo das
discussões dos métodos de ensino para o processo de aprendizagem da criança
(sujeito cognoscente), o construtivismo se apresenta não como um método novo,
mas como uma revolução conceitual, demandando, dentre outros aspectos,
abandonarem-se as teorias e práticas tradicionais, desmetodizar-se o processo de
alfabetização e se questionar a necessidade das cartilhas. (MORTATTI, 2006, p.10)
A alfabetização deveria ser como uma conexão das habilidades capazes de promover
ao indivíduo uma cultura de liberdade, e que a mesma fosse também praticada pelos próprios
sujeitos.
Segundo o autor e professor Paulo Freire (1989, p.24),
“A alfabetização [...] enquanto ato político e ato de conhecimento, comprometida com o processo de
aprendizagem da escrita e da leitura da palavra, simultaneamente com a
―leitura e a ―reescrita da realidade, e a pós alfabetização, enquanto continuidade
aprofundada do mesmo ato de conhecimento iniciado na alfabetização, de um lado,
são expressões da reconstrução nacional em marcha; de outro, práticas a
impulsionadoras da reconstrução.”
É possível perceber que houve mudanças na alfabetização, tanto com relação a sua
definição, quanto no modo como ela é conduzida, levando em consideração os materiais
didáticos, a mudança de técnicas de memorização, os métodos empregados, além é claro dos
fatores sociais, econômicos e políticos.
A professora e escritora Silvia Collelo (2004, p.27), afirma:
“O processo de construção da escrita é muito mais complexo do que supunham os educadores que ingenuamente
insistiam em ensinar abecedários, as famílias silábicas e a associação de letras para a
composição de palavras, sentenças e textos. A capacidade de ler e escrever não
depende exclusivamente da habilidade do sujeito em “somar pedaços de escrita”,
mas, antes disso, de compreender como funciona a estrutura da língua e o modo
como é usada em nossa sociedade.”
Nesse sentido, a alfabetização para a autora está além de uma simples distorção da
visão do entendimento do processo de alfabetização. Ela deve promover ao educando meios
em que possam incluir mais conhecimentos que sirvam como práticas em seu dia a dia e que
sejam capazes de culminar em competências e habilidades de uso da língua enquanto ser
social.
Já para Emilia Ferreiro (1999, p. 24) o processo de alfabetização é concebido
socialmente e transforma-se à medida que sofre influência do meio:
“O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em ambiente social. Mas as práticas sociais, assim
como as informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças.
Quando tentam compreender, elas necessariamente transformam o conteúdo
recebido. Além do mais, a fim de registrarem a informação, elas a transformam
[...].”
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento desta pesquisa, na qual pretende saber qual a importância da
formação do profissional alfabetizador no processo ensino-aprendizagem será utilizada a
revisão de literatura, que é o método de pesquisa que procura explicar um problema por meio
de referências teóricas publicado em documentos (CERVO e BERVIAN,1983, p. 55).
Conforme a classificação são as seguintes, quanto à natureza é básica, com objetivos
exploratórios, abordagem qualitativa e quanto à procedimentos é bibliográfico. Segundo Gil
(2007, p.44) a pesquisa bibliográfica pode ser desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído por livros e artigos científicos.
REFERÊNCIAS
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